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DIREITO CONSTITUCIONAL Introdução

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Direito Constitucional
DIREITO CONSTITUCIONAL – INTRODUÇÃO
O que é Direito Constitucional?
É o mais importante ramo do direito Público. É encarregado de estudar a Constituição que são as regras do Estado. Logo, o Direito Constitucional é responsável por estudar as regras do Estado.
O que é Estado?
O Estado é composto por três elementos segundo a maior parte da doutrina. São eles: povo, soberania e território. Porém, segundo o professor José Afonso, existiria mais um elemento, a finalidade.
A soberania, ou poder soberano, é a capacidade que um Estado tem de autodeterminar-se frente aos outros Estados e de instituir as próprias leis.
Território, portanto, é o limite geográfico do exercício do poder soberano do Estado.
Povo é todo e qualquer indivíduo que pertence a determinado Estado subordinados as normas do pais. Povo é diferente de população, pois, na população são computados estrangeiros residentes no pais também, já do povo fazem parte apenas pessoas com nacionalidade brasileira.
A finalidade é o motivo pelo qual o Estado foi criado. O Vaticano, por exemplo, tem a finalidade de levar ao mundo a religião católica. Já as finalidades do Estado brasileiro estão presentes no art. 3º da Constituição Federal: 
“Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
 I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
  III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
 IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. ”
A Palestina, por exemplo, é um Estado com soberania e povo, porém sem território. Já o Vaticano é um Estado com soberania e território, porém sem povo. E a Nova Zelândia e a Austrália são Estados com povo e território, porém sem soberania, pois respondem em certos aspectos à Inglaterra. Logo, é possível termos um Estado com apenas dois elementos presentes.
Tudo que está na Constituição é constitucional? Tudo que está na Constituição é de Direito Constitucional?
Tudo que está na Constituição é constitucional. Tal fato foi pacificado pelo STF. Porém, nem tudo que está na Constituição é necessariamente de Direito Constitucional.
Muitas normas sem importância foram postas na Constituição Federal. Tomemos por exemplo o art. 242, § 2º da C.F.:
“ § 2º O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal. ”
Tal informação não altera em nada a vida da quase totalidade da população brasileira. Além disso, não se trata de uma norma de direito constitucional, pois não é de matéria de estruturação do Estado. Isso acontece, pois, o legislador constituinte quis tornar mais difícil a mudança dessa norma, pois qualquer norma encontrada na Constituição só pode ser mudada por emenda constitucional, aprovada por 4 votações de 3/5.
Entretanto, é importante ressaltar que não existe hierarquia entre as normas, porém, teoricamente, as cláusulas pétreas estejam um degrau acima do restante das normas por serem sua modificação, e até mesmo sua própria discussão, vedada.
Classificação das Constituições:
Importante citar a quarta classificação trazida por Alexandre de Moraes quanto a mutabilidade. Para o doutrinador existiriam a constituição imutável, dentro dessa categoria, estariam as absolutamente imutáveis e as relativamente imutáveis.
Preambulo constitucional
A maior parte da doutrina alega que o preambulo da constituição é a única parte do texto constitucional que não é norma, logo, não é dotado de imperatividade.
Da mesma forma decidiu o STF na ADI 2076 (Ministro relator: Carlos Veloso) ao decidir, em uma ação promovida pelo PSL, que a ação era improcedente pois, a ADI só pode julgar inconstitucionalidade em relação a normas e o preambula não é uma norma, logo, a constituição estadual do Acre não violou a constituição federal por não copiar seu preambulo.
Entretanto, do artigo 1º ao artigo 250 da Constituição Federal existe força de norma em todos.
Aplicabilidade das normas constitucionais
Quanto a aplicabilidade, a doutrina diz que as normas constitucionais podem ser:
Normas constitucionais de aplicabilidade plena: são aquelas que, desde o primeiro instante em que a Constituição Federal entrou em vigor no ordenamento jurídico, tem a aplicabilidade imediata, ou seja, o cidadão pode exigir que esses direitos sejam cumpridos. As normas plenas não necessitam sequer de dispositivos infraconstitucionais para regulamenta-las, todavia, se houver desrespeito a uma norma plena, o legislador poderá criar dispositivo infraconstitucional para reforçar o direito do cidadão, geralmente impondo sanções
Normas constitucionais de aplicabilidade contida: são aquelas que desde o primeiro instante em que a Constituição Federal entrou em vigor possuem aplicabilidade imediata assim como ocorre com as plenas. Todavia as normas contidas dependem de um dispositivo infraconstitucional para regulamenta-la com expressa previsão constitucional. Ocorre que, muitas vezes, por omissão do legislador, deixe uma norma contida de ser regulamentada. A ausência de uma norma infraconstitucional não impedirá que o agente ou cidadão possa ainda fazer valer o seu direito mesmo que, se necessário for, tenha que procurar o poder judiciário. Quando a norma contida vier a ser regulamentada pelo dispositivo infraconstitucional, este poderá impor deveres e obrigações (observando o princípio da proporcionalidade e da razoabilidade), aos quais deverá o agente ou cidadão se enquadrar sob pena de ser impedido de exercer ou continuar a exercer referido direito por não preencher os requisitos, perdendo o direito de ser ou continuar a ser amparado pelo poder judiciário.
Normas constitucionais de aplicabilidade limitada: são normas que desde o primeiro momento em que a Constituição Federal entrou no ordenamento jurídico dependem de dispositivo infraconstitucional para regulamenta-la. Há de se observar, todavia que a ausência da norma infraconstitucional acaba por impedir que o agente ou cidadão faça valer o seu direito, não amparado sequer pelo poder judiciário. Analisando a Constituição Federal, a doutrina percebeu que haviam duas espécies de norma de aplicabilidade limitada: a) normas de aplicabilidade limitada de princípio institutivo (ex: artigo 18, §4º da Constituição Federal), e b) normas de aplicabilidade limitada de princípio programático (ex: artigo 208, IV da Constituição Federal)
Normas constitucionais de aplicabilidade exaurida: são aquelas normas que quando da entrada da Constituição Federal em vigor, previam determinada situação jurídica, situação essa que veio a ocorrer ou se concretizar de tal modo que referida norma constitucional perdeu completamente a sua aplicabilidade não servindo mais para nada (ex: artigos 2, 3 e 4 do ADCT)
Entretanto, toda norma constitucional tem força e eficácia para tirar do ordenamento jurídico toda lei que com ela se contradiz.
Poder Constituinte
O poder constituinte é originário do povo. Ele surgiu anos antes da Revolução Francesa e da Guerra de Independência Americana. Com essas revoluções o governo passa a ser em prol do povo e não mais em prol do soberano, soberano esse que, quando ainda se encontra como na Inglaterra, é totalmente submisso à constituição.
O povo é titular do poder constituinte, porém são seus representantes que exercem e executam tal poder. Entretanto, antes das eleições é preciso informar ao povo qual o poder a ser eleito. Se é o poder constituinte originário/primário ou o poder constituinte derivado/secundário. 
Para se fazer uma nova constituição é preciso convocar uma Assembleia Constituinte através de uma PEC e posterior emenda que determine o dia das eleições do poder constituinte originário e como decorrerão os trabalhos. 
Poder constituinte originário:
O poder constituinte originário tem três características básicas:
Ser inicial: ele cria um novo Estado
Soberania: poder que está acima de todos os outros
(I)limitabilidade:para a corrente positivista o poder originário é ilimitado absoluto. Para a corrente jus naturalista o poder originário é ilimitado desde que respeite os direitos humanos-fundamentais. Já para a corrente internacionalista o poder originário é limitado pelos tratados internacionais pois impera o não esquecimento daquilo que já foi realizado.
Com a entrada em vigor da nova constituição existem três institutos jurídico possíveis:
Desconstitucionalização: é o ato jurídico pelo qual, com a entrada em vigor de uma nova constituição, esta nova mantém em vigor no ordenamento jurídico algum (s) dispositivo (s) da constituição anterior rebaixando-o (s) a dispositivo infraconstitucional (desconstitucionalizando). Esse fenômeno precisa ter previsão legal expressa.
Recepção: é o ato jurídico pelo qual, com a entrada em vigor de uma nova constituição, ela manterá no ordenamento jurídico todos os dispositivos infraconstitucionais que com ela não se contrariem. Este fenômeno jurídico acontece tacitamente. Na recepção não se avaliará os procedimentos formais para a criação da lei em questão, analisar-se-á apenas a matéria, assunto, de determinada lei.
Repristinação: é o ato jurídico pelo qual uma lei que foi revogada retorna ao ordenamento jurídico caso a lei revogadora seja revogada. Esse fenômeno é vedado no ordenamento jurídico brasileiro expressamente pelo artigo 2°, §3º da LINDB – Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro, e tacitamente pelo direito fundamental a segurança jurídica.
Importante ressaltar que não há confusão entre repristinação e o fenômeno ocorrido com leis conflitantes com medidas provisórias, pois a lei contraria a ela perde apenas a aplicabilidade. Caso a medida provisória seja rejeitada, a lei contraria a ela recobrará sua aplicabilidade.
Outro caso acontece quando a lei revogadora é considerada inconstitucional, pois, então, a lei revogada por ela voltara ao ordenamento jurídico. Entretanto, nesse caso acontece apenas o fenômeno represtinatório no controle de constitucionalidade e não a real repristinação. É apenas o ato jurídico pelo qual determinada lei que foi revogada recobra sua aplicabilidade e eficácia após um ato do poder judiciário declarar a inconstitucionalidade da lei revogadora.
Outro fato que se confunde com a repristinação é quando uma lei revoga a lei revogadora e, expressamente, traz de volta o conteúdo da lei revogada. Nesse caso encontraremos no ordenamento jurídico apenas essa terceira lei com o conteúdo da primeira.
Poder constituinte derivado:
O poder constituinte derivado surge em decorrência do poder constituinte originário e tem como finalidade reformar a constituição.
Esse poder não dá início à um novo Estado, e sim surge por conta do novo Estado
Esse poder tem três características principais:
Secundário
Vinculado: é vinculado ao poder originário
Limitado
Processo legislativo
Todo projeto de lei tem que ser protocolado na secretaria da câmara dos deputados, salvo os projetos de iniciativa de senadores. O rito padrão para criação de normas é o rito da lei ordinária.
O processo para uma Emenda Constitucional acontece através dos seguintes passos:
Os parlamentares não podem apresentar emendas que desfigurem o projeto ou que criem mais gastos nos projetos de Emenda apresentados pelo presidente.
Após o encaminhamento ao plenário, a Emenda pode ser rejeitada e arquivada por não ter atingido 3/5 dos votos, ou, pode ser aceita com 3/5 ou mais dos votos. Caso aceita, realizar-se-á nova votação na casa iniciadora após, no mínimo, cinco sessões.
Se for aprovada na nova eleição, a Emenda será encaminhada para a casa revisora e será protocolada na secretária da mesma, e, então, passará por processo semelhante ao da casa iniciadora.
Caso a Emenda seja aprovado em segundo turno sem nenhuma emenda, seguirá para a fase de promulgação. Se houverem emendas, o projeto retornará a casa iniciadora que, em votação única, decidirá se mantem ou retira a emenda da casa revisora. No caso de emendas mantidas, a PEC prosseguirá para a promulgação e publicação. Se a casa iniciadora rejeitar a emenda, prevalecerá a vontade desta, assim seguindo a Emenda para a promulgação (tornar a Emenda de conhecimento interno) e posterior publicação (tornar a emenda de conhecimento da sociedade).
Após a publicação da Emenda passará a valer o artigo 3º da LINDB:
“Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. ”
Além disso, surge a possibilidade do ataque a constitucionalidade desta nova Emenda, já que o supremo já decidiu que só pode julgar a constitucionalidade ou não de uma norma após sua publicação.
Importante alertar para o fato de que, no processo legislativo de Emenda, não existe sanção ou veto presidencial.
O processo para uma lei ordinária, processo padrão, por outro lado, é bem mais flexível que o processo da Emenda Constitucional e acontece através dos seguintes passos:
No caso da lei ordinária qualquer deputado, senador, presidente e até o povo pode tomar a iniciativa. Entretanto, tratando-se de iniciativa popular, o povo apresentará o assunto tratado na lei e o presidente da casa procurará um deputado voluntário para redigir o texto da lei ou encaminhará para a procuradoria geral da câmara.
Após o encaminhamento as comissões temáticas, pode acontecer o voto de bancada, no qual os partidos votam em nome de seus deputados conforme autoriza o artigo 58, §2º, I, da Constituição Federal. Entretanto, 1/10 dos membros da casa pode apresentar recurso derrubando o voto por amostragem e então o projeto será exposto para o plenário para que ocorra o procedimento regra.
Para a votação no processo legislativo padrão, é necessária a presença de 50% dos membros da casa + 1 e, para a aprovação, são necessários os votos a favor de 50% + 1 dos presentes, logo, maioria simples ou relativa.
Após aprovado na casa iniciadora por maioria simples ou relativa, o projeto seguirá para a casa revisora e passara pelo mesmo processo lá.
No caso de projeto aprovado na casa revisora sem emendas, será encaminhado então para o chefe do executivo. Se houverem emendas, o projeto voltará a casa iniciadora para que as emendas sejam votadas antes de ser encaminhado ao chefe do executivo.
Encaminhado para o executivo, existem duas possibilidades, a de sanção ou de veto. O veto precisa ser justificado, podendo essa justificativa ser política (falta de interesse da coletividade ou de verba) ou jurídica (para projetos inconstitucionais). Se nem o veto nem a sanção expressa for dada dentro de 15 dias, o projeto sofrerá sanção tácita.
No caso do veto, o chefe do executivo tem até 48 horas para informar o presidente da câmara e o congresso nacional tem até 30 dias para examinar o veto ou a pauta do congresso será travada. 
Os congressistas podem manter o veto, arquivando, assim, o projeto de lei, ou derruba-lo por maioria absoluta sendo a colheita de votos feita separadamente nas duas casas mesmo a sessão sendo unicameral.
No caso do congresso derrubar o veto, a promulgação e a publicação da lei será feita pelo presidente do senado ou, sucessivamente, ao seu vice.
A lei complementar tem basicamente o mesmo processo legislativo que a lei ordinária com apenas uma diferença básica: o quórum para a provação. Para a aprovação de uma lei complementar se faz necessária a maioria absoluta dosa votos, logo, 50% dos membros da casa mais 1.
Diante dessa quase total igualdade entre os processos legislativos de lei complementar e lei ordinária começaram a surgir alguns questionamentos em meio a doutrina.
Primeiramente, surgiu a questão sobre a existência ou não de hierarquia entre esses dois tipos de normas. O Supremo Tribunal Federal pacificou a questão com o entendimento que não há hierarquia entre a lei ordinária e complementar apenas por conta da quantidade de votos exigidos para a aprovação.
O Supremo também definiu que não é inconstitucional que uma lei complementar trate de assunto de lei ordinária, porém, o contrário não se faz verdadeiro já que é inconstitucionalque uma lei ordinária trate de assunto que a própria Constituição Federal requereu que fosse tratado por lei complementar.
Além disso, o STF definiu também que uma lei complementar pode claramente revogar uma lei ordinária. Porém, a lei ordinária só poderá revogar uma lei complementar quando a primeira for apenas formalmente complementar, logo, quando sua matéria for de lei ordinária. 
Para finalizarmos esse assunto surge a questão da medida provisória. O texto constitucional traz em seu artigo 62, §1º, III, que a medida provisória não poderá tratar de assunto de lei complementar, logo, não poderá também suspender a aplicabilidade da mesma. Entretanto, a lei complementar da qual esse texto trata é aquela que é tanto formalmente quanto materialmente constitucional, logo, caso uma lei complementar que trata de matéria de lei ordinária colida com a medida provisória, a lei terá sua aplicabilidade suspensa até a votação de tal medida.
Medida Provisória
A medida provisória teve sua origem na Itália, porém, não tinha a configuração que vemos hoje. A Constituição brasileira atual regula a medida provisória, porém, nem sempre foi assim. As Constituições de 1824,1891,1934 e 1946 não conferiam ao Poder Executivo determinada competência. As de 1937, 1967 e 1969 regulavam o decreto-lei.
De acordo com a Constituição de 1967, o Presidente da República, em casos de urgência e interesse público relevante, estava autorizado a expedir decretos com força de lei em matéria de finanças públicas e de segurança nacional. Desse decreto com força de lei não poderia haver aumento de despesas. Esse ato produzia efeitos imediatos, cabendo ao Congresso aprová-lo ou rejeitá-lo no prazo de sessenta dias, sendo vedada emenda. No caso de inocorrência de deliberação do Congresso no prazo de sessenta dias, o texto era tido por aprovado.
Atualmente, a Constituição Federal de 1988 traz a regulamentação da medida provisória em seu artigo 62:
“Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I - relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; 
b) direito penal, processual penal e processual civil:
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º:
II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
III - reservada a lei complementar
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional. 
 § 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais.  
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.  
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. 
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados.  
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.”.
Os pressupostos, requisitos, constitucionais para a edição de medida provisória são: relevância e urgência. A análise inicial desses pressupostos é feita pelo presidente da república podendo ser contestada pelo congresso nacional antes mesmo da análise do mérito.
O STF confirmou através de uma ADIN que o judiciário pode também reavaliar os pressupostos constitucionais e até mesmo conferir liminar suspendendo os efeitos e a aplicabilidade da medida provisória. Essa liminar não impedira que o legislativo continue a discutir tal medida.
Segundo a jurisprudência, o governador estadual pode editar medida provisória desde que conste expressamente essa possibilidade na constituição estadual daquele determinado estado. O prefeito também apenas poderá editar medida provisória caso essa possibilidade conste expressamente na lei orgânica de seu município e a constituição estadual do estado do qual o município faz parte também confira esse poder ao governador.
Medida provisória não é lei, ela apenas tem força de lei. Logo, apenas suspende a aplicabilidade e eficácia das leis ordinárias que com ela colidam. Importante lembrar que ela também suspende os efeitos de leis complementares que forem materialmente ordinárias.
A primeira avaliação da medida provisória se dará no congresso nacional. La será emitido parecer por uma comissão mista, deputados e senadores, observando primeiramente os requisitos constitucionais e só depois avaliando os requisitos constitucionais – relevância e urgência (art. 62, §9º).
Após a emissão desse parecer, a medida provisória será remetida a câmara dos deputados (art.62, §8º), onde serão avaliados os requisitos constitucionais e logo após o mérito (art.62, §5º). Neste caso, a câmara poderá rejeitar a medida provisória, arquivando-a, ou aprova-la e remete-la ao senado. 
No senado decorrerá da mesma forma, observando sempre o artigo 62, §5º da Constituição, podendo o senado aprova-la ou rejeita-la. Sendo a medida provisória aprovada no senado sem qualquer alteração no texto original, transforma-se automaticamente em lei ordinária e será publicada como tal.
Caso a medida provisória receba emendas parlamentares, estas serão chamadas de projeto de conversão. As emendas só terão validade quando e se a medida provisória for convertida em lei.
Se a medida provisória for aprovada pelo senado com projeto de conversão da câmara dos deputados, ela se4ra encaminhada ao presidente para sanção ou veto. No caso do Senado mudar o que foi feito na câmara, ela retornara para a câmara para apreciação dos projetos de conversão mantendo-os ou rejeitando-os. Sendo feito isso, os projetos de conversão serão enviados ao presidente da república para sanção e veto.
Importante ressaltar que qualquer projeto de conversão feito faz com que a medida provisóriaprecise ser enviada ao presidente, mesmo que o projeto tenha sido retirado. O veto do presidente vetara também a medida provisória e esse veto será absoluto não sendo sujeito a derrubada.
Poder decorrentes do estado
Normas simétricas e assimétricas
Simétricos são os dispositivos previstos na Constituição Federal que podem ser transcritos para as constituições estaduais. As normas assimétricas, por outro lado, são aquelas que não podem ser transcritas da Constituição para as constituições estaduais. Caso isso ocorra haverá inconstitucionalidade nessa norma estadual (ex.: artigo 84, XIX da C.F.)
Existem normas que são flagrantemente assimétricas, entretanto, algumas normas geram grande controvérsia entre a doutrina e acabam por atingir o STF (ex.: artigo 86, §4º da C.F. e artigo 51 da C.F. e constituição de Minas Gerais).
Poder decorrente dos municípios (artigo 11, parágrafo único da ADCT)
Existe poder decorrente para os municípios? A doutrina diz que não.
A doutrina alega que não é possível o município ter poder constitucional decorrente por dois fatores. Primeiramente, o município não tem ao menos uma constituição, ele é regido pela lei orgânica do município. Além disso, a lei orgânica é diretamente submissa a constituição estatual. 
Se há um problema com a lei orgânica de algum município, em regra, esse problema sera discutido no tribunal de justiça do respectivo estado. Esse problema será sempre analisado em relação a constituição estadual.
Entretanto, o poder constituinte decorrente é apena uma das espécies do poder constituinte derivado e, este último se aplica aos municípios, pois a lei orgânica do município é passível de mudanças.
Mutação constitucional
Ocorre quando o STF muda seu entendimento sobre uma norma constitucional. Dessa forma, apesar de o texto de lei não ser mudado, a Constituição é modificada por pessoas que não são representantes do povo.
Exemplos claros disso são os artigos 226, §3º e o artigo 5º, LXVII, ambos da Constituição Federal.
O titular do poder constituinte é o povo e, em regra, o exercício deste poder é unicamente destinado ao parlamento. Todavia, o STF já pacificou o entendimento de que ele pode praticar mutações constitucionais.
	
	
	aluna: Ana laura perozo bortoloto
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