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1"f' I ExameClínico de I ~ QÜINOS Victor C. Speirs MVSc,PhD,Dr.medvetHabil,FACVSc,DiplomateACVS, DiplomateECVS, SpecialistEquineSurgeon,Melbourne,Australia Formerly:Professor,LargeAnimalSurgery,Collegeof VeterinaryMedicine, AuburnUniversity,Alabama ProfessorandHead,EquineSurgery,Klinik fürNutztiereundPferde, UniversitatBem,Switzerland 1"( ExameClínicode.. . QUINOS Com colaboraçãode: RobertH. Wrigley BVSc,MS, DVR,MRCVS, DiplomateACVR AssociateProfessor,Departmentof RadiologicalHealthSciences Collegeof VeterinaryMedicineandBiomedicalSciences,ColoradoState University,FortCollins, Colorado Ilustraçõesde: GaleE. Mueller Tradução: CLAUDIO S. L. DEBARROS Med Vet,PhD ProfessorTitular;Departamentode Patologia UniversidadeFederalde SantaMaria,SantaMaria,RS B ARTM:D PORTOALEGRE/ 1999 Obra originalmentepublicadasob o título Clinicalexaminationof horses (Ç) W.B.SaundersCompany,1997 ISBN0-7216-6506-3 Capa: JOAQUIM DA FONSECA Preparaçãodo original: ZITA SOUSA, MAGDA CHAVES Supervisãoeditorial: LETíCIA BISPO DE LIMA Editoraçãoeletrônica: GRAFLlNE EDITORA GRÁFICA Fotolitos: V&S FOTOLlTOS Reservadostodos os direitosde publicaçãoem língua portuguesaà EDITORAARTES MÉDICAS SUL LTDA. Av. Jerônimo de Orneias, 670 - Fone(051) 330-3444 Fax(051) 330-2378 90040-340 Porto Alegre RS Brasil SÃO PAULO RuaFranciscoLeitão, 146 - Fone(011) 883-6160 05414-020 São Paulo SP Brasil IMPRESSONO BRASIL PRINTEDIN BRAZIL r-r Prefácio À medidaqueaumentamostiposea complexidadedosmeiosauxiliaresdodiagnóstico disponíveisparao clínico,torna-sefácilesquecerqueumdiagnósticoacuradorepousa,ba- sicamente,numexameclínicocompetente,suplementadopelosresultadosdemeiosauxi- liaresdediagnóstico.A utilizaçãodemeiosauxiliaresdediagnósticoespecializadosgeral- menterequerqueo localdadoençatenhasidolocalizadocomantecedênciapeloexame clínico.Portanto,umexameclínicocompetente,alémdetornaro diagnósticopossível,de- terminao testeauxiliarapropriado,reduzindo,dessaforma,autilizaçãodesnecessáriades- sestestes. Umexameclínicocompetentedevesersistemáticoecompleto.Essaabordageménatural paraumbomclínico.Umaabordagemsistemáticaasseguraquetodasasregiõesdoorganis- mo serãoexaminadas,e é maisfacilmenteaplicávelseforemutilizadosprotocolospara registrarosresultadosdoexameclínico.Aexperiênciadesseautornoensinoenainvestiga- çãoclínicapormaisde25anostemsidomaisquesuficienteparareforçaro adágiodeque cometemosmaiserrospornãoprocurardoquepornãosaber. Estetextofoi escritocomo objetivodefornecer,emumúnicolivro,instruçõesparaa realizaçãodeprocedimentosenvolvidosnumexameclínicogeraleosexamesespeciaisdos órgãosesistemadeeqüinos.Duranteotempoemqueesteautortemensinadoastécnicasdo exameclínicoparaestudantesdagraduaçãoemveterinária,afaltadeumlivrocomoestese tornouaparente.Emborao principalobjetivotenhasidodescreverquaisexamessãoneces- sáriose comorealizá-Ios,foi feitoumesforçoparaassegurarqueo leitorentendaa razão paracadatestee o significadodeseuresultado.Um clínicodeveestarcientedogrande númerodemeiosauxiliaresparaodiagnósticoàsuadisposiçãoedevepossuirumconheci- mentodaslinhasgeraisdecomoelesfuncioname quaisasindicaçõesparao usodecada umdeles.Aindamaisimportante,comooclínicogeralmenteéoprincipalouoúnicoponto decontatocomo proprietáriodeumpaciente,umacompletacompreensãodosignificado dosresultadosdostestesextradiagnósticosénecessária.Poressarazão,asbasesteóricasdos meiosauxiliaresdediagnóstico,algumasdasquaissãoextremamentesofisticadas,foram descritasresumidamente. Estelivroédirigidoprimariamenteparaestudantes,emboraseesperequepós-graduados emtodososníveisencontremneleumareferênciaútilparaasocasiõesemquenecessitem realizartestesouprocedimentoscomosquaisnãoestejamfamiliarizados.O livronãopre- tendeserumtextodeclínica,embora,semprequepossível,osachadosnormaiseosresulta- dosdeváriostestessejamapresentadosafimdefacilitaraidentificaçãodosachadosanormais. .,.,. Sumário Prefácio............................................................................................. Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 Capítulo 4 Capítulo 5 Capítulo 6 Capítulo 7 Capítulo 8 Capítulo 9 Capítulo 10 Capítulo 11 Capítulo 12 Capítulo 13 Capítulo 14 Capítulo 15 Apêndice A Apêndice B Apêndice C Apêndice D Apêndice E Apêndice F ManejandoEqüinos........................................... OExameClínico................................................ OSistemaRespiratório....................................... O SistemaNervoso.............................................. OSistemaMusculoesquelético............................ OSistemaCardiovascular................................... O SistemaReprodutordaFêmea........................ O SistemaReprodutordoMacho........................ OSistemaUrinário............................................. O OlhoeseusAnexos.......................................... O SistemaAlimentar.......................................... OIntegumento.................................................. OSistemaHemolinfático.................................... OFígado............................................................ A GlândulaMamária ......................................... InstrumentaçãoEndoscópica.......................................... Ultra-Sonografia........................................................... BacteriologiaClínica ...................... AvaliaçãodeAmostrasPleuraisePeritoneais...................... ContaminaçãodaAmostracomSangue........................... BiópsiaporAgulha........................................................ índiceRemissivo.............................................................................. VII 11 19 37 83 109 183 207 223 237 249 269 307 315 323 329 333 337 345 349 353 355 359 .,-r Manejando Eqüinos INTRODUÇÃO oexameclínicoé quasesemprerealizadocomo cavalosobalgumafomladecontenção.Háexceções paraisso,porexemplo,quandoocavaloédemasiada- menteperigoso,é suspeitodeestarsofrendodeuma doença,comoraiva,ouestácorrendosoltoemumpo- treiroenãoseconseguepegá-lo.Nessascondições,o examenãopodesercompleto.Oexamegeralrequer relativamentepoucacontenção,masalgunsdospro- cedimentosmaisinvasivosenvolvemdesconfortoene- cessitamdeumgraumaiordecontenção.Emcavalos xucrosoumuitobravos,oexamedosmembrosposte- rioresémaisdifícilefreqüentementeperigoso.Embo- rapequenos,ospotrinhossãodifíceisdeconteratéque tenhamseacostumadoaocontatoecontrolehuma- nos. CONTENÇÃO FíSICA DO CAVALO ADULTO Antesqueumcavaloadultopossasercontidoecon- trolado,deve-sepegá-Io,o queemgeralé feitopela pessoaquetrazo animalparao exameclínico.Oca- sionalmente,issonãoépossível,ecabeaoveterinário pegaro animal.Comcavalosnocampoissoé,muitas vezes,difícil,erelativamentepoucoscavalospermiti- rãoqueumestranhoseaproximee lhescoloqueum cabrestoouumacorda.Noentanto,seocavaloécoo- perativo,essaéamaneiramaissimplesemaisrápida. Emgeralémelhormanterocabrestoeacordaescon- didose,quandopossível,carregarumagulodicena formadepastooufeno.Senecessário,o cavalopode sertocadoparaumpequenopiqueteoucantodecer- ca,o quefacilitaacaptura.Sehávárioscavalosjun- 1 tos,émelhortocartodosparaumpiqueteedepoisiso- laropaciente.Deve-sesempreabordarumcavalopelo seuladoesquerdoou "próximo",porquea maioria delesétreinadaparaaceitaraabordagemeaplicação deequipamentos(arreios,etc.)poresselado.É claro quemuitoscavalostambémtoleramumaabordagem pelooutrolado(o "ladoerrado"),masnãotãofacil- mente,sobretudoquandosetratadeumapessoacom a qualnãoestãofamiliarizados.A abordagemémais bemfeitapelapaleta.Desdeaí éfácilpassaro braço esquerdoporbaixoe,emseguida,aoredordopesco- ço,antesdecolocarumacordaemvoltadopescoço ou aplicarumbuçal,cabresto,ou testeira(Figura1- 1).Umavezfeitoo contatopassando-seo braçoao redordopescoço,a maioriadoscavaloscedeaoseu treinamentoenãotentaráescapar.A maioriadosca- valospermitiráumaabordagempelacabeça,mas,se o animalestranhaesseprocedimento,afastandobrus- camenteacabeça,perde-seaoportunidadedepegá-lo. Seo cavaloestánumestábuloou numpequeno piquete,acapturaé,teoricamente,maisfácil,porque elenãopodefugir.Noentanto,o confinamentotam- bémtomamaisdifícileperigosaasaídadoveteriná- rio,casoocavaloentreempânicooutome-seagressivo. A agressãoémaisprováveldapartedeumgaranhão ou deumaéguacompotrinho.É importantequea porta,ouportão,nãoestejacompletamentefechada, demodoqueo veterinário,masnãoo cavalo,possa, senecessário,sairfacilmente.O métododeaborda- gemé,novamente,pelapaletaesquerda,comofoides- crito.Na maioriadoscasos,issoserábem-sucedido. Ocasionalmente,um cavaloresistirádandovoltae apresentandosuaparteposterior.Essehábito,quepode serdesconcertante,especialmente,paraumapessoa inexperiente,é geralmentecontroladocolocando-se umamãonoladodocavaloafimdeimpedirqueele 12 VICTORC SPEIRS . FIGURA 1-1 Colocandoocavalosobcontrole.Primeiro,umbraçoécolocadoaoredor dopescoçoparaasseguraro controlee impedirqueo cavaloseafaste. Emseguida,umacorda-guiaépassadaaoredordopescoço. . FIGURA 1-2 Colocandoamãodireitanoladoesquerdodagarupaparaimpedirqueo cavalobalanceseusposterioresemdireçãoaoclínico,o que,àsvezes,é feitoempreparaçãoparacoicear. balanceseusquartosemdireçãodoveterinárioou tratador(Figura1-2).Àsvezeso animalfazissocom a intençãodecoiceare,nessescasos,sãonecessários muitocuidadoe algumaajudadeoutraspessoas. Comoocorreemtodososaspectosdomanejodeeqüi- nos,lentamente,a experiênciaforneceumapercep- çãoextrasobrequalcavaloiráapresentarproblemae qualamelhormaneiradeevitaroucontrolarasitua- ção.Emtodososcasos,recomenda-seumaatitutesen- sata, não-heróica,que assegureuma carreira profissionalrelativamentelivredelesões.Esforçosim- pensadosouheróicosemcontrolarcavalosresultam, cedooutarde,emlesõesque,na melhordashipóteses, podemcausaroafastamentodotrabalhoporalguns dias,masque,napiordashipóteses,podemserfatais. Aoretomarum cavaloaoestábuloou piquete,a portaouportãodevemestartotalmenteabertos,oca- valodeveserconduzidocompletamenteatravésdaen- tradaeentãosedevevolteá-lo,demaneiraqueapessoa queoconduzfiquemaispertodaportaouportão.Não sedevesoltarocavaloantesdesetercertezadequeé possívelfechara portaouportãoantesqueo cavalo possacorrerdevoltapelaabertura.O cavalodeveser conduzidoemlinharetapelaabertura,enãosedeve permitirqueele"quebreacurva",o que,àsvezes,re- sultaemchoquedatuberosidadecoxalcomaborda daporta.Algunscavalostendemapassarrapidamen- teatravésdequalquerabertura,eébomqueapessoa conduzindoo animalestejaseguradequetemum bomcontroledacorda-guia(Figura1-3). CONTENÇÃO QUíMICA DO CAVALO ADULTO Parao exameclíniconormal,émelhorqueo ca- valonãoestejasobinfluênciadequalquermedicação quepossadeprimiro sistemanervosocentral(SNC), porqueo estadomentaldopacientee suarespostaa váriosestímulosconstituemumaparteimportantena avaliaçãoclínica.Paraalgunsdosprocedimentosmais invasivosdoexameclínico,enocasodecertoscavalos rebeldes,énecessária,àsvezes,algumaformadecon- tençãoquímica.Quandoa contençãoquímicasefaz necessária,devem-seteremmenteasaçõesfarmaco- lógicasdasdrogasusadaseseelaspodemounãoin- terferircoma funçãodosórgãosqueestãosendo examinados(p.ex.,a administraçãodexilazinaan- tesdaauscultaçãoabdominal,paraavaliara função . FIGURA 1-3 Conduzindoumcavaloatravésdeumaentradaouvãodeumaporta.É importantemanterocontrolesegurandoaguia,comoédemonstrado,e assegurar-sequeo cavalopassecompletamenteaentradaantesquelhe sejapermitidovirar-se EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 13 dosintestinos,oudaauscultaçãocardíaca,paraava- liarossonscardíacos).Háoutrosexemplos,eousoda contençãoquímicaserádiscutido,quandonecessário, àmedidaquecadasistemadoorganismofordescrito. Drogasusadasparaa contençãoquímicaprodu- zemváriosgrausdedepressãodoSNCeanalgesia.Es- sasdrogassãoclassificadascomotranqüilizantes, sedativo-hipnóticaseopiáceas.A diferençabásicaen- tretranqüilizantese asoutrasé quetranqüilizantes produzemdepressãodoSNCsemanalgesiaouaneste- sia,enquantoqueasoutras,alémdedepressãodoSNC, causamváriosgrausdeanestesiaeanalgesia. Atérecentemente,aacetilpromazina,umderivado dafenotiazina,erao tranqüilizantemaisusadoem medicinaeqüina.Produzbloqueioalfa-l e temum suaveefeitotranqüilizantequeémaximizadoseoca- valoformantidoquietoapósa injeção.Oscavalosre- cuperam-sefacilmentedoseuefeito,eadroganãofaz efeitoemcavalosjáexcitados.Produzhipotensãocomo resultadodaperdadotônusvasomotor.Essahipoten- são,quegeralmenteébemtolerada,podeserperigosa seocavaloforexcitadoouhipovolêmico.Adrogabai- xaolimiardosataquesnervosose,portanto,nãodeve seradministradaacavaloscomhipersensibilidadedo SNC.Nãoháantagonistaespecífico.Deve-setersem- precuidadoaousá-Iaemcavalosmachos,principal- mentegaranhões,devidoàpossibilidadedeparalisia dopênis.Atranqüilizaçãoemcavalosmachoséacom- panhadadeprolapsodopênis,quedurade1a2horas,e emcadacavalodeve-severificarseafunçãopeniana foirecuperadaesehouveretraçãodopênisparao in- teriordoprepúcio.Sea retraçãonãoocorrer,opênis torna-seedematoso,desenvolveparalisiapermanente eficaexpostoatraumatismosfísicosquelevamàne- cessidadedeamputação.A probabilidadedessepro- blemaocorreré maiorseforpermitidoqueo cavalo sejasoltonocampoantesdeterretraídoopênis.Por- tanto,deve-semanteroconfinamentoatéquearetra- çãodopênistenhaocorrido.Searetraçãonãoocorrer apóscercade2horas,deve-serecolocarmanualmen- teopênisnoprepúcioe impediroprolapso,colocan- doprendedoresnapeleaoredordoorifícioprepucial. O grupodedrogasalfa-2agonistas- xilazina,de- tomidinaeromifidina- incluiasdrogassedativo-hip- nóticasmaisusadasnocavaloemestação,sendoque aromifidinaémaispotenteetemefeitomaisprolon- gado.Sãousadasparaproduzirsedação,analgesiae relaxamentorápidose confiáveis.Em todas,a ação manifesta-serapidamente,1 e 5 minutosapósinje- çõesintravenosae intramuscularrespectivamente.A duraçãodoefeitovariade30a60minutosparaaxi- lazinaealgumashorasparaa romifidina.Aduração dotempodeanalgesiaécercadametadedodaseda- ção.A romifidinatemmenostendênciaa causarata- xiaqueasoutras.Alfa-2antagonistascomoaioimbina (0,04-0,08mglkgIV) podemserusadosparareverter seusefeitos.Osprincipaisefeitoscolateraisdosalfa-2 agonistasquetêmrelevânciaaquisãobradicardia, bloqueiocardíacodeprimeiroousegundograus,hi- pertensãopassageiraseguidadehipotensãoediminui- çãodaatividadegastrintestinaldepropulsão. Osopiáceossãousadosprimariamenteparaforne- ceranalgesiaquandoo estímulodolorosoesperadoé significativo,porexemplo,durantebiópsiademedula óssea;tambémproduzemtranqüilidadeeeuforia.Os agonistasopióides(morfina,oximorfona,meperidi- na)estimulamreceptoresmu-opióides,agonistas-an- tagonistasopióides(pentazocina,butorfanol)e possuemafinidadeparareceptoresmuekappa-opiói- des,comtendênciaabloquearosprimeiros,enquanto osantagonistasopióides(naloxona,naltrexona)blo- queiama atividadedeambos.O usodessasdrogasé limitadopelaimprevisibilidadedaestimulaçãodoSNC queelas,muitasvezes,provocam.Elassão,porisso, usadasmaisfreqüentementeassociadascomoutras drogasouapósousodeoutrasdrogasqueprevinemo excitamento.Osopióidestêmum efeitomínimono sistemacardiovascular,masdiminuema atividade gastrintestinalpropulsiva.O naloxoneé umantago- nistaefetivoque,devidoàcurtaduraçãodeseuefeito, podenecessitarredosagem.Dentreessegrupode drogas,otartratodebutorfanoléusadomaiscomumente. Nenhumadrogaindividualmentedaráa conten- çãoidealdocavaloemestaçãoemtodasascircuns- tâncias,dandolugaraumagrandeescolhadedrogas e combinaçõesdedrogas.O usodealgumasdessas, apresentadasnaTabelal-I, tem-sedemonstradoútil naexperiênciadoautor. . TABELA 1-1 ALGUMASDROGASECOMBINAÇÕESDEDROGASÚTEISPARAA CONTENÇÃOROTINEIRADOCAVALOEMESTAÇÃO Drogas Dose Endovenosa (mg/kg) Derivadosdafenotiazina Maleatodeacetilpromazina Alfa,agonistas Hidrocloretodexilazina Hidrocloretodedetomidina HCIderomifidina Opiáceos Hidrocloretodemeperidina Tartratodebutorfanol Combinações HCIdexilazina-tartratodebutorfanol HCIdexilazina-HCIdemetadona HCIdexilazina-HCIdemeperidina HCIdexilazina-maleatodeacetilpromazina HCIdedetomidina-tartratodebutorfanol HCIderomifidina-tartratodebutorfanol 0,04-0,06 0,50-1,10 0,01-0,04 0,04-0,08 Nãousadasozinha Nãousadasozinha 1,10,0,02 0,55,0,01 0,55,1,10 0,55,0,02 0,02,0,02 0,05,0,02 Observação:A adiçãodeopiáceosconfereaumentodaanalgesiae sedação. 14 VICTOR C. SPEIRS B CONTENÇÃO FíSICA DE POTROS Ospotrospodemserbastantedifíceiseatéperigo- sosdecontrolarantesdetornarem-seacostumados comomanejo.Issoporquesãomuitopequenos,não sãofamiliarizadoscomacontençãoeapresentammo- vimentosmuitorápidos.Emboranãosejamtãoamea- çadoresquantoum cavaloadulto,aindaassimeles podemmorderecoicearperigosamente,principalmen- teseoveterinárioestáagachadoparaadministrartra- tamentoouprocedera um exame.Quandoo potro estáemestação,o melhormétodoparaa contenção consisteemparar(empé)aoseuladocomumamão aoredordopeitoea outraportrásdosmúsculosda coxa.Emalgunspotrosmaisrebeldes,podeserneces- sáriosegurarabasedacaudaeelevá-Iaparaobterum controleextra(Figura1-4).Dessamaneira,consegue- seummétododecontençãobomeseguro,poisopo- tronãopodemover-senemparafrentenemparatrás. Ospotrosquenãoforamtreinadosaseremcondu- zidosporumarédeaou cordapresaaocabrestopo- t FIGURA 1-4 Contençãodo potro.A. Método padrãocom os braçosao redor do peitoe da coxa.B. O ato de segurara baseda coladá maior segurançae tendea impedirque o potro "sente" demserconduzidosporumalaçadafeitacomuma cordae colocadasobresuagarupa.O condutor,em pé,aoladodopotro,seguraa extremidadelivreda cordae a puxagentilmente.Dessamaneira,o potro senteapressãoportrásetendeamover-separaafren- te,afastando-sedopontodepressão.Dooutromodo, seépuxadoporumacorda-guiaourédea,opotrore- siste,recuandono sentidocontrárioà pressão.Com potros,assimcomocomcavalosadultos,é impor- tantequesemprequeo animalpuxepara trás,o condutornão entrenum "cabo-de-guerra"como animal,poisissofreqüentementeinduzoanimala "sentar",oquepoderesultarnasuaquedadecos- taseconseqüentefratura docrânio. Potrosemdecúbitonecessitamtambémserconti- dos.Omelhormétodoéquealguémsentadosegurea cabeçadopotroemseucolo.Issopermiteum bom controlee impedequeo potroexecutemovimentos bruscoscoma cabeçaquepodemcausartraumatis- mosauto-infligidos. EXAME ClÍNICO DE EQÜINOS 15 CONTENÇÃO QUíMICA DE POTROS Asdiferençasessenciaisentreadultosepotrossão quepotrostêmumvolumemaiordedistribuiçãopara asdrogas,umamenorproporçãodegorduracorpo- ral,menosalbuminaparaligaçãocomasdrogase mecanismoshepáticose renaisdeeliminaçãomenos desenvolvidos.Umavezqueessesaspectossejamman- tidosemmente,amaioriadasdrogasusadaparaadul- tospodeserusadaparapotros(Tabela1-2).Axilazina éparticularmenteútil,poisagerápidaeconfiavelmen- te,possuiumperíododeaçãocurtoepodesercombi- nadacombutorfanolparafornecerumacombinação confiável,usadaemprocedimentosdiagnósticosdo- lorososcomocoletadelíquidosinovialou líquidoce- falorraquidiano. Umaadministraçãode1,1mg!kgdexilazinapro- duzdecúbitoquedurapor60a 90minutos.Depen- dendodoprocedimento,umadosemenorpodeser usada,ou a reversãodosefeitospodeserconseguida como usodeioimbina(0,1mg!kglentamente,IV);o diazepam(0,05-0,1mg/kgIV)podeserusado,maspo- deráresultaremdecúbito. AUXILIARES PARA A CONTENÇÃO Cachimbo o cachimboéumapeçaessencialdeequipamento paraqualquerpessoaquemanejecavalos.Hávários modelosquerefletem,principalmente,preferências pessoais.Noentanto,aestruturabásicaconsistenuma laçadadecordaoucorrentepresaaumcabo(Figura 1-5).Oprincípioéquealaçadaécolocadanofocinho docavaloe apertada,torcendo-seo cabo.Dessafor- ma,o cavaloé distraído,permitindoqueseprossiga t TABELA 1-2 ALGUMASDROGASECOMBINAÇÕESDEDROGASÚTEISPARAA CONTENÇÃOROTINEIRADEPOTROS Drogas DoseEndovenosa (mgjkg) Derivadosdafenotiazina Maleatodeacetilpromazina Alfa2agonistas Hidrocloretodexilazina Hidrocloretodedetomidina Benzodiazepinicos Diazepam Combinações HCIdexilazina~tartratodebutorfanol 0,03 0,25-1,1 0,OHJ,04 0,05-0,1 0,55,0,02 Observação:Freqüentementeororrerá decúbito. comotratamentoouexame(Figura1-6).Hádiferen- tesmétodosdeaplicaresegurarocachimbo,mascomo eleépotencialmenteperigosotantoparaocavalocomo paraa pessoaqueo aplica,é umprocedimentoque deveserfeitocomsegurança.Seháumapessoacom- petentesegurandoa cabeçadocavalo,o veterinário podeusarambasasmãosparaaplicarocachimbo.A seqüênciaé aseguinte:a) Ocabodocachimboése- guradonamãodireita;b) osdedosdamãoesquerda sãoparcialmenteintroduzidospelalaçadae usados parasegurare elevarlevementeo beiçosuperiordo cavalo,c) faz-sea laçadadeslizarpelosdedosatéo beiçosuperiored) a mãodireitaapertaa laçadator- cendoo cabodocachimbo(Figura1-6A).Paracon- tençãoderotina,osentidonoqualocabodocachimbo étorcidonãoéimportante,masquandoumendoscó- pioousondagástricaprecisamserintroduzidos,épre- feríveltorcerocabonosentidoanti-horário.Assim,as narinastendema abrir-se,tomandomaisfácila in- serção.Quandonãoencontraumaassistênciacom- petente,o clínicoprecisa,aomesmotempo,seguraro cavaloe aplicaro cachimbo:a) apreparaçãoéfeita colocandoa laçadadocachimboparcialmentesobre osdedosdamãoesquerda;b) ocaboétorcidodema- neiraquea laçadatenhao diâmetrosuficientepara acomodarobeiço;c) ocaboétransferidoparaamão t FIGURA 1-5 Cachimbo.Háváriosmodelosdecachimbo.Esteé umexemplodeum cachimbocomcabolongocomcordaparao focinho. 16 VICTOR C. SPEIRS . FIGURA 1-6 Aplicaçãodocachimbo.A. Métodocomo usodasduasmãos,quandoacabeçadocavaloécontroladaporumauxiliarexperiente.B.Métodocomuso deapenasumamão,noqualo veterinárionecessitaseguraracabeçadocavaloaomesmotempoqueaplicao cachimbo.Observecomoo cabodo cachimboéseguradonapalmadamão. esquerda,ondeé mantidoentrea palmae o terceiroe quartodedos;d) amãodireitaseguraobuçal,enquan- toosdedosna mãoesquerdasãousadosparasegurar o beiço;e)nessemomento,o clínico podeusara mão direitapara torcero cabodo cachimboou, alternati- vamente,issopodeserfeitoporum auxiliar seo clíni- conãopudersoltaro buçal (Figura 1-68). Dependendodapreferênciapessoal,a laçadapode serfeitadematerialmacio, comocorda,ou consistir em uma corrente,e o cabopodeser longo ou curto, feitodemadeiraouborracha.Cadamodelopossuivan- tagense desvantagens,mas osprincípiosdeuso apli- cam-separatodos.O cachimbonão deveseraplicado muitoapertado,porquepodemachucaro focinho e porqueo cavalopoderessentir-see tornar-seextrema- menteviolentopelapredominânciada dor.O objetivo é aplicaro cachimbodemodofirme,aumentarapres- são imediatamenteantesde realizaro procedimento clínicoinvasivooudolorosoe,então,reduzira pres- são.Dessemodo,oefeitomáximoéobtidosempertur- bar desnecessariamenteo cavalo. Como uma regra geral,apessoasegurandoo cachimboe o examinador devemficarno mesmoladodocavalo.Assim,seo ca- vaioseafastaouescapa,existeumarotadefugalivre paraele.O cachimbodeveestarsempresobcontrole manual,demodoquepossaserafrouxadoouaperta- do,senecessário.Nãoéincomumapráticaerrôneade prenderocachimbonobuçal,oquesignificaqueele nãoestásobcontrolee,casoo cavaloescape,o ca- chimbonãopoderáserliberado.Nãoédemaisinsistir queatensãonalaçadadeveestarsobpermanentecon- trole,sendoajustadasegundoasnecessidadesdomo- mento,equeapessoaqueseguraocachimbonãodeve sedistrair.Comalgunscavalos,o mesmoefeitopode serobtidosimplesmentesegurandoe apertandoo fo- cinhocomamão. Apertão no Pescoço Cavalospodemserdistraídosdestamaneira:agar- ra-se,comumaouasduasmãos,umapregadapele dabasedopescoçoeaplica-sefirmementeummovi- mentoderotação,demaneiraa colocartensãosobre a pele(Figura1-7).Issopodeserdifícildefazerem cavalosmuitofortesoudepelegrossa,ouseoexami- nadornãoé muitoforte;no entanto,é um método EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 17 quedispensaequipamentosepodeseraplicadorápida eseguramente. Segurar e Torcer a Orelha Acabeçadocavalopodesercontidaseaorelhafor firmementeseguradae torcida.Parafazerissocom segurança,o examinadorpodepermaneceraolado docavaloedeslizaramãodireitapescoçoacima,até queaorelhapossaseragarrada.Deve-sefazerissosua- vementenumsómovimentocoordenado.Quandoo cavaloestáacostumadoaesseprocedimento,eledeve serfeitomuitorapidamente,casocontrário,elelevan- tarárapidamentea cabeçaparalongedoalcancedo examinador.Oexaminadordevemanterocontroleda cabeçadocavalo,apoiandoo antebraçocontraopes- coçodoanimal.Issoémuitoimportante,porque,seo cavaloretraia cabeçaoutentarecuar,o examinador podeserpuxadoparabaixodaspatasdianteirase machucar-se.Apoiandoo antebraçocontraopescoço, oexaminadorficanumamelhorposiçãopararesistir. Avantagemmecânicaétambémincrementadasegu- rando-seocabrestocomamãoesquerda,asseguran- do-sedequeacabeçadocavaloépuxadaparao lado esquerdo(Figura1-8).Ométododesegurarpelaore- lhanãoérecomendadoparao usorotineiroemtodos oscavalos,porqueelesadquiremumatendênciade "negacear"acabeçaeapresentarãoresistênciaaqual- quermanobranessaregião.Essemétodotemespecial valorparaacontençãorápidaeparaestabilizaraca- beça,enquantoocachimboéaplicadoouumasonda gástrica,ouendoscópiosãopassadospelasfossasna- sais.O cachimbopodesertambémaplicadona ore- lha,masissonãoérecomendadodevidoàpossibilidade delesãonacartilagemaural. t FIGURA 1-7 Apertãono pescoço.Essa éumamanobraquepodeserexecutadacom umaou com as duasmãos.A ilustraçãodemonstrao métodocom uma dasmãos. t FIGURA 1-8 Segurandoa orelha.Observequeo antebraçodo clínicoestãapoiadono pescoçodo cavalo,e que a cabeçado animalestácontroladapelaoutra mão quesegurao buçal. Troncos Ostroncossãoúteisparacontercavalosqueapre- sentamtendênciadeafastarem-sedoexaminadorou deseremviolentos.Colocarocavalonotroncorestrin- gesuaatividade,tornandoo exameclínicomaisse- guro- algunsexemplosdetroncossãomostradosna Figura1-9.Éimportantequeoexaminadortenhaaces- soàregiãoqueeledeseja,equeocavalosejacolocado eretiradodotroncocomsegurança.Umatiracoloca- danaextremidadeposterioréútilparaimpediro ca- valodepularfora,masdeveserfácildeserliberada rapidamente.Troncossãofabricadosdemuitasformas, asprincipaisvariaçõesconsistemnograuemqueeles sãofechadoseseportaslateraispodemounãoseraber- tas.Quandoosladossãofixosenãopodemseraber- tos,é importantequeelesnão sejam.totalmente fechados,poissempreédesejávelter-seacessoàparte inferiordosmembrosparaexameradiológicoou ao abdômenventral,paraparacenteseabdominal.É de- sejávelqueexistaumaforraçãoadequadanotronco paraprotegero cavalodetraumatismos,casoelere- cueoucoiceie. 18 VICTOR C. SPEIRS t FIGURA 1-9 Troncos.Trêsmodelosdiferentessãomostrados,demonstrandováriosniveisdeconfinamentoe contenção.Observequeostrêsmodelosdeequipa- mentopodemserabertosemqualquerdasextremidadesetambémempelomenosumdoslados,afimdepermitiracessoadiferentesprocedimentos etambémporrazõesdesegurança. 1"f oExameClínico INTRODUÇÃO oexameclínicopodeincluirtodosoualgunsdos seguintescomponentes: .Identificaçãodopaciente.Obtençãodo histórico.Avaliaçãovisualpreliminar.Examefísicogeral.Exameespecialderegiõesouórgãosespecíficos.Usode meiosauxiliaresdediagnóstico(patologia clínica,eletrocardiografia,etc.).Examedoambiente Emboraumexameclínicocompletonãoseiasem- prenecessário,umexamegeraldevesersemprereali- zado. IDENTIFICAÇÃO o pacienteé identificadoporsuascaracterísticas ou aparênciaexterna,utilizando-seaspectoscomo raça,idade,sexo,cor,sinaisnocorpo,marcasetatua- gens.Osrequisitosparaa identificaçãovariamentre paíseseraças,masàmedidaqueafreqüênciademo- vimentaçãodecavalosatravésdasfronteirasaumen- ta,umauniformidadeestáemergindo. Sinais Naturais Asmarcasnaturaisconsistemna cordapelagem básicae quaisqueroutrasmarcasextrassuperimpos- tasàpelagem.Todoo corpo,incluindocrina,colae cascos,é levadoemconsideração. Cor da Pelagem Oscavalosapresentam-seemumespectrodepela- gemcomváriascoreseumanomenclaturamuitocon- fusaqueéaindamaiscomplicadaemcertasraçasdo queemoutras.Felizmente,emrazãodessadificulda- deedevidoaoincrementonamobilizaçãodoscavalos atravésdospaíses,ostermosusadosparadescreveras coreseossinaisnaturaistêm-setornadomaissimples e,atécertoponto,maisuniformesentreasraçaseos países.Noentanto,afamiliarizaçãocomaterminolo- giaassociadaàscoloraçõese aospadrõesdepelagem necessitaexperiênciae interesseespeciais.Hánume- rososgenese alelosenvolvidosnaproduçãodacore dopadrãodacoberturadepêlos,algunsdosquaistêm umpapelimportante,enquantooutrosapresentamum efeitomodificador.Paraumadescriçãomaisdetalha- dadacordapelageme seusmodosdetransmissão genética,recomenda-seaoleitoraliteraturapertinen- te.l'Osdiferentesregistrosderaçasdevemserconsul- tadosparadetalhesespecíficos. A avaliaçãodacorlevaemconsideraçãoa corge- ral dapelagemcorpórea,a presençadepontosnessa pelagemeospadrõesdemanchasbrancas.Ospontos referem-seàspartesdistaisdosmembros,à crina,à cola,e,àsvezes,àsorelhas.Segue-seumalistadeco- resepadrõescomuns.Oleitoréavisadoqueasdefini- çõeseaceitaçãodeváriostermosvariambastanteentre países,raçaseregistros: .Preto.Umcavalopretoapresentapigmentopreto portodasuapelagem,crinae cola.Marcasbrancas sãopermitidas..Castanho(zaino).A pelagemé umamisturade pêlosmarronse pretos.Osmembros,a crinae a colasãopretos. *Relativoàsreferênciasbibliográficas. 20 VICTOR C. SPEIRS .Tordilho.Cavalostordilhospossuemumamisturade pêlosbrancosdistribuídossobretodaa pelagem pigmentadado corpo,crinas,colae membros.Os pêloscoloridospodemterqualquercor.O potro nascecompelagemcolorida,e a proporçãode pêlosbrancosaumentaprogressivamentecomcada novamudadepêlos..Alazão-tostado(chestnut),Usa-seo termoalazão tostadoparaidentificarumtipoespecíficodecavalo vermelho-escuro(alazãocor-de-fígado)oucomoum termogeralparatodososcavalosvermelhos, incluindo,assim,aquelesdenominadosalazões- claros(sorrels).Nasuaformaespecífica,o termo descreveumcavalovermelho-escurocommembros e corpocomcoloraçãosemelhante.A crinae a cola são,demodousual,levementemaisescurasqueo corpo,masnãosãopretas..Alazão-cIaro(sorrel).Essetemcoloraçãoacobreada e é maisclaroqueo alazão-tostado.Osmembros sãogeralmentedamesmacorqueo restantedo corpo,masa crinae a colapodemtera mesma coloraçãoou,freqüentemente,sermaisclarasou cordepalha.Podeserdifícilseparar-seumalazão- tostado-clarode umalazão-claro(sorren-escuro,por issoa tendênciaemagrupá-Ioscomofoimenciona- do..C%rado(Bay).Cavaloscoloradostêmcrinas,cola, pontadasorelhase membrospretos.A coloração do restantedo corpovariadoamareloaovermelho. Todososcoloradostêmo vermelhoemsuas pelagens.Deacordocoma coloraçãodo restante docorpo,sãodescritosdemodovariávelcomo coloradossangüíneos,coloradosamarelosou coloradosescuros..Gateado(dun).Gateadoé umtermofreqüentemen- teusadoparadescrevercavalosdecoloraçãoclara, comousempontospretos.A terminologiados componentesdessegrupoé bastanteconfusa.Uma maneiraconvenientedeconsiderá-Iosé dividi-Iosde acordocoma presençaou nãodepontospretos. Assim,grullo(lobuno)e baiocabosnegros(bu- ckskin)pertencemaoprimeirogrupo,e gateado- vermelhoe gateado-amarelo,aosegundo.Gatea- dos-vermelhostêmcorpos*vermelhos-clarosou amareloscompontosvermelhos,marronsou palha, geralmentecommarcasprimitivas(vejaadiante). Gateados-amarelosapresentamcoloraçãoamarela do corpocompontosmarrons.Hánumerosos termossubsidiáriosusadosparadescrevergateados vermelhosou amarelos..Lobuno(grullo).Lobunoé umazuloucinza-ardósia compontosnegros,geralmentecommarcas primitivas. 'N. deT.O termocorporefere-seatodaextensãoexternacomexceçãodos membros,orelhas,crinasecola. . Baiocabosnegros(buckskin).Baiocabosnegrosé umcavaloamarelocompontosnegros.Paratornar ascoisasaindamaiscomplicadas,a presençade marcasprimitivastornaumbaiocabosnegrosem umgateadozebrado(zebradun)..Palomino.Palominosapresentamumapelagemque vaido cremeaoacobreado,comcrinae colade coloraçãoclara.Existemtambémnumerosostermos subsidiários..Rosilhooumouro(roan).O termorosilhoé usado quandoospêlosdocorposãoumamisturade pêlosbrancose pêloscomcores.Ospêlosbrancos podemvariaremnúmero,desdealgunspoucosaté umaextensacoberturadamaiorpartedo corpo,e a corbasepodeserqualqueruma.Ao contráriode cavalostordilhosquetambémseajustama esse padrão,os pêlosbrancosestão,emgeral,presentes aonascimento,emborasejammaisaparentesapós a primeiramudade pêlo.Ospêlosbrancostendem a serrestritosaocorpo..Padrõescommanchasbrancasassimétricas.Nos EstadosUnidos,os padrõesassimétricosde man- chasbrancassãochamadospaint(pintado)ou pinto(compinta,pintado,malhado).Ospêlos brancossãoagrupadosparaproduzirmanchas solidamentebrancassobrequalquerbasedecor,ao invésdadistribuiçãomisturadadotordilhoe do rosilho(mouro).Ospadrõesincluemo tobianoe o oveiro.Ostermospiebalde skewbald**também caemnessacategoria.Essestermosdescrevem, respectivamente,cavalospretosou não,ignorando o tipoespecíficodepadrãopresente.O padrão tobianoocorrecomqualquercordepelageme produzáreasde pêlosbrancosmarcadamente delineadascompelesubjacenterósea,não- pigmentada.A linhamédiado dorsoé geralmente interrompidaemalgumpontoporumamancha branca.Hánumerosasvariações,mas,emgeral,o brancoestende-seventralmentea partirdodorso (naregiãodalinhamédiacervicalou dacemelha). Demodogeral,a cabeçaapresentacorescom manchasbrancas,e osmembrossãotambém geralmentebrancos.Numapontadoespectro existemcavalosquasecompletamentebrancoscom algumasmanchascoloridas,e naoutra,cavalosque apresentampelagemquasecompletamente coloridacomumpoucode brancolimitadoao dorsoe aosmembros.O padrãooveiro,semelhante aotobiano,é caracterizadoporumpadrãono qual os pêlosbrancostendema localizar-seventralmente e estendem-seemdireçãoà linhamédiadorsal,mas nãoa recobrem.Osmembrossãogeralmente brancos,e osolhosfreqüentementeazuis.Combi- "N. deT. OstermosPiebald eskewbaldsignificammalhado. EXAME CLÍNICO DE EQÜINOS 21 naçõesdeoveiroe tobianopodemexistire essas podemsercomplicadaspelasmanchastipo appaloosa..Manchasbrancassimétricas.O principalexemplo dessepadrãoé o appaloosa.Ospadrõespodem variarcoma idade,nãosendo,portanto,confiáveis comomarcadoresparaidentificaçãopermanente.A expressãofenotípicamínimade umappaloosaé um aspectovariegadodapele,esclerabrancae cascos listrados.O aspectovariegado,queconsisteem áreasdespigmentadasdapele,tendea concentrar- seaoredordagenitáliae dofocinho.Váriostipos deAppaloosasãoreconhecidos,dependendoda extensãoe localizaçãodo padrãodasmanchase da coloraçãobásica.Essespadrõesincluemleopardo, geada,rosilholustroso,mantabranca,manta manchadae flocosdeneve.O appaloosaé freqüen- tementecaracterizadopelacoloraçãobásicada pelagem,porexemplo,"appaloosapreto"..Branco.Háváriasformasdecoloraçãobranca.O albinismoverdadeiro,pêlosbrancose ausência completadepigmentonapelee olhos,é umtraço recessivoletal- o fetomorreno útero.Outraforma letaldacoloraçãobrancaé observadano potro oveiroquenascecomaplasiasegmentardeuma partedo intestinogrosso.A ocorrênciadecavalos brancosé tambémassociadaa genesqueprodu- zemdiluiçãodacor,comotambémformasde apresentaçãocomquantidadesextremasde manchas.Cavalosbrancosou decorcreme,com olhosazuispigmentadose ausênciadepigmento na pele, são chamadosde melados.*Essasoutras formasdebrancosão,àsvezes,incorretamente, chamadasdealbino..Salpicado(Dappling).Salpicamentoé a presençade áreasescurassobreáreasclarasemcavalosde qualquercor.Sãovistasprincipalmenteemtordi- lhos..Marcasprimitivas.Essasincluemumalistraao longo dalinhamédiadorsal(listradeenguia),umalistra transversalsobrea cernelhae listrashorizontais sobreoscarpose ostarsos(listrasdezebra). Emboraocorrammaiscomumenteemcavalos gateados,asmarcasprimitivaspodemocorrersob qualquercombinaçãoemqualquertipodecolora- çãodepelagem.Suapresençaé obscurecidaem cavaloscompelagensdecoresbásicasescuras..Coresdepelagensdepotros.Identificarcolorações depotrosé freqüentementedifícildevidoàs alteraçõesqueocorremcoma idadee,especial- mente,àsassociadascoma mudadacoberturade pêlosdospotros. 'N. deT. No original, em inglês,creamellos,junçãodaspalavrascream (creme)emello(caramelo,melado). . Cordosolhos.A maioriadoscavalosapresenta olhoscompigmentaçãoescura.Existemoutras coloraçõescomoamarelo-âmbar(especialmenteem gateados)e azul(especialmenteassociadaà ausênciadepigmentoperiorbital).Olhosazuissão tambémconhecidoscomoolhosarregaladosou gázeos. Marcas na Cabeça Marcasbrancasnacabeçasãocomunsepossuem nomenclaturaespecífica.Secontêmumamisturade pêlosbrancosecoloridos,sãoclassificadascomomis- tas;sesãocircunscritasporpêlosdeumaoutracor, sãoclassificadascomodebruadas.Emboraasmar- cassejamgeralmentedesenhadasnumdiagrama,o clínicodevetambémsabercomodescrevê-Iaspara ocasiõesemqueé necessárioumrelatórioescrito.As marcasbrancassãodescritasaseguiresãomostradas naFigura2-1: .Estrela.Qualquermarcasólidanatesta.Alguns poucospêlosbrancosou umamanchadepêlos misturadosdevemserdescritosassime nãocomo umaestrela.A estrelapodeserdescritaadicional- menteemrelaçãoà sualocalizaçãoespecíficae tambémdeacordocomsuaforma,emoval,forma dediamante(romboédrica),triangulare assimpor diante..Listra.Umamarcabrancaqueseestendeface abaixoe quenãoseestendelateralmentealémda superfícieplanadosossosnasais.Quandonão associadaa umaestrelaoua umladre,os locaisde origeme términodevemserdescritos..Ladre.Uma marcabranca localizadaentreas narinasounasnarinas..Combinaçãodasanteriores.Quandoqualqueruma dasmarcasbrancasantesmencionadassão contínuas,elassãodenominadasconfluentes(i.e., estrelae listraconfluentesouestrela,listrae ladre confluentes)..Mancha(blaze).Umamarcabrancasólida,seme- lhantea umalistra,masestendendo-selateralmente alémdosossosnasais..Frenteaberta(baldface).Maiorqueumamancha (blaze),estendendo-seatéosolhose narinas,ouao redordeles..Pampa.**Comoumafrenteaberta(baldface),mas envolvendoa regiãodamandíbula.. Touca (Malacara).***Uma cabeçabranca,freqüen- tementecompêloscomcoresaoredordosolhose orelhas. "N. deT. No original, apronface = caradeavental. "'N. deT. No original, bonnet = coberturaparaacabeça(touca)quese usacomumenteatadaabaixodo queixo.
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