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Exames CLINICO EM EQUINOS

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232 VICTOR C. SPEIRS
gemdemotilidadeprogressiva,a velocidadedos
espermatozóides(escala0-4)e a longevidade,a
porcentagemdemotilidadeprogressivaé o
parâmetromaisimportante.A motilidadeprogressi-
vaé a motilidadequeresultaemmovimentode
progressâoparaa frentedosespermatozóides.A
motilidadeé avaliada,subjetivamente,comoa
médiadosvaloresobtidosde3 a 5campospor
lamínula,aomover-seo espécimenemlinhareta.
Paraevitaracúmulosdeesperma,o queprejudicaa
avaliação,a amostrapodeserdiluída1:20com
diluidordesêmenaquecidoouglicosea 5%.
Estimativasdevemserfeitasnosêmenpuroe
diluído,demodoquesepossaavaliaro efeitodo
diluidor..Porcentagemdeespermatozóidesvivos.Esse
parâmetroé avaliadonumaamostracoradapor
nigrosinaeosina.Umagotadesêmené adicionada
a umfrascoaquecidocontendooitogotasde
corante.Espera-sepor3 minutosantesqueuma
gotasejatransferidaparaumalâminaaquecidae
umesfregaçosejafeito.Apóssecaraoar,e sem
montar,o esfregaçoé examinadocomóleode
imersão(X1.000).Osespermatozóidesmortos
tomama eosinae coram-sederosacontraum
fundopretodenigrosina..Volume.O volumeé medidonofrascodecoletaou
numreceptáculoaquecidoespecial.Alternativamen-
teelepodesermedidoapósoutrostestesterem
sidofeitos..Cor.A coré observadamacroscopicamentepara
alteraçõesquesejamindicativasdesangue,detritos
ouurina..pH.O pHdeporçãodesêmenlivredegelé medida
como medidordepH..Concentração.A concentraçãopodesermedida
automaticamentecomo contadoreletrõnicoou
manualmentenumacâmarahemocitométrica(de
hematócrito).2Paramediçõesmanuais,seguem-se
ospassos.(1)Dilui-seo sêmen1:200,usando-se
umapipetahemocitométricaparaeritrócitos.(2)
Coloca-seumagotadosêmendiluídonagradeda
câmaradehematócritoe cobre-secomuma
lamínula.(3)Usa-seumaobjetivaX 40 parafocare
contaro númerodeespermatozóidesemquatro
quadradosgrandes.Conta-seemquadradosque
ficamemdiagonal,atravésdagrade,e,a fimde
evitarcontarduasvezesosespermatozóides
localizadosnoslimitesdosquadrados,conta-seos
quetocama partedebaixoe o ladoesquerdode
cadaquadrado.Repete-sea contagemusando-se
outradiagonale calcula-seo valormédiodecinco
quadrados(nãocadaquadradoindividualmente)e
multiplica-seo númeroencontradopor10.000para
chegaraonúmerodeespermatozóidespormm3A
diluiçãopodetambémserfeitacomumsistema
usadoparamedirplaquetase leucócitosquerequer
fatoresdediluiçãoe multiplicaçãodiferentes.O uso
de umespectrofotõmetro(Spectronic20,Bausch&
Lomb,Rochester,NY) necessitapré-calibraçãocom
construçãodeumacurvapadrãobaseadaem
comparaçõesentredadoshemocitométricose
espectrofotométricos.Uminstrumentopré-calibrado
(EquineSpermCellCounter,AnimalReproduction
Systems,Chino,CA)estádisponívelnomercado..Númerototaldeespermatozóides.O número total
de espermatozóidesé calculadomultiplicando-sea
concentraçãode espermatozóides(106-mJi)pelo
volume(mJi)daporçãodoejaculadolivredegel..Mortologia.Emboraa morfologiapossaseravaliada
commicroscópiodecontrastedefase,emamostras
não-coradasfixadasemformolneutro,a opção
maissimplesé usarumaamostracoradapor
nigrosinaeosinae observá-Iaao microscópioem
óleodeimersão.A amostraé processadacomose
segue.Seisgotasdecorantesãoadicionadasao
tubodeensaioqueé mantidoembanho-mariapor
doisminutosatéo equilíbrio.Adiciona-seumagota
desêmene agita-segentilmente.Umagotada
misturaé transferidaparaumalâmina,e o esfrega-
çoé feito.Apóssecaraoar,a amostraé examinada
numaumentodeX 1.000,e os resultadossão
registradospara,pelomenos,200células.Coma
coloraçãonigrosinaeosina,ascélulasmortascoram-
sederosa(eosina),e a nigrosinafornecea
coloraçãopretadefundo.Osresultadospodemser
amplamenteagrupadoscomoespermatozóides
normais(incluindooscomcaudaemposição
abaxial),comcabeçasanormais,cabeçasdestaca-
dasdacauda,gotasproximais,gotasdistais,peças
intermediáriasanormaise caudasanormais.
Subdivisõesposterioresbaseiam-senaforma,no
tamanho,noarranjoespacial,nasmalformaçõese
emlesõesnacabeça,noacrossoma,napeça
intermediáriae nacauda.O númerodeespermato-
zóidesnormaisé obtidosomando-seo númerode
espermatozóidesvivose espermatozóidescom
gotascitoplasmáticasdistais.
AVALIAÇÃODO GARANHÃO. Aspectosimportan-
tesincluema capacidadedeproduzire manteruma
ereçãoedeintroduziropênisnavaginaeejacularea
ausênciadevíciossexuais.Umadiscussãosobredis-
funçõesdocomportamentosexualnogaranhãonãoé
pertinentenestetexto.Noentanto,essasinformações
sãofacilmenteacessadasnaliteraturaJ
Avaliação do Sêmen. Oejaculadoéproduzi-
doporseisa novecontraçõesuretraise consisteem
espermatozóides(80%nosprimeirostrêsjatosdesê-
men),líquidoseminaldasglândulasacessóriasegel(nas
últimasporçõesdoejaculado)dasvesículasseminais.
Algunsvaloresnormaissãoapresentadosnoquadro.
EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 233
Nenhumparâmetroé 100%precisocomoumcri-
tériodefertilidade,emboraseacreditequeaporcenta-
gemdeespermatozóidesprogressivamentemóveis(os
capazesde"nadar"paraafrente)sejao melhorindi-
cador.Alémdisso,emborao garanhãosejacapazde
fertilizarumaégua,deve-seconsiderara necessidade
deeleemprenharváriaséguasparaosfinscomerciais
deumharas.Nessescasos,algumasmedidasdapro-
duçãoequalidadedosêmensãonecessárias.Acoleta
deduasamostras,comumahoradeintervaloentreas
duas,num garanhãosexualmenterepousado,e a
medidadaproduçãodiáriadeespermasãoúteisnesse
contexto.Em geral,pode-seesperarquea segunda
amostrasejasemelhanteàprimeira,emboraonúme-
rototaldeespermatozóidesdevaseraproximadamen-
teametade.Produçõesdiáriasdeespermatozóidesem
garanhõesjovenseemadultosdevemser4 x 109e6
x 109respectivamente.Aproduçãodiáriadeesperma-
tozóidesé intimamenterelacionadaaotamanhotes-
ticular.Algumascausasdereduçãona produçãode
espermatozóidesincluemdegeneraçãotesticular,uso
excessivo,testículospequenoseejaculaçãoincompleta.
Endoscopia do Sistema Genital
Endoscópiosflexíveispermitemo examedauretra
edasaberturasuretraisdosórgãosgenitaisintrapélvicos.9
PROCEDIMENTO. O cavaloésedado,eopênisé
exteriorizado(verExamedoPrepúcioePênis).É in-
dicadoenfaixaracaudacomumabandagem,poisisso
impedequeocavalosacudaacaudanafacedoclíni-
coecontamineoequipamento.Ocavalodevesercon-
tido num apertador,de maneiraque não possa
movimentar-seaoredor,danificandoo equipamento
oucoiceandoo operador.Apessoaqueseguraopênis
docavalodeveposicionar-seaoladodoflancoe de
frenteparaosposterioresdoanimal.Opênisdeveser
seguradonaporçãoproximalàglande,eatraçãodeve
serlentamenteaplicadaatéestendê-locompletamen-
te.Oprocessoeafossauretraiseglandecircunjacen-
tesdevemsercuidadosamentelavadoscomanti-séptico
e,após,lavadoscomjatosdeágualimpa.
Umapequenaquantidadedelubrificanteestérilé
aplicadaaoendoscópioeaoprocessouretral.O assis-
tenteseguraopênisacimadaglandecomumamãoe
guiaoendoscópiopelauretracomaoutramãoenlu-
vada(Figura8-12).À medidaqueoendoscópioé in-
troduzido,a uretradeveserinflada com ar para
melhorara visualizaçãodamucosa.Issoé feitoco-
brindoasaídadeardoendoscópioeapertandoo pê-
nisgentilmenteparaimpediroardevoltarpeloslados
doendoscópio.É necessárioter-secuidadoparaevitar
a inflaçãoexcessivadosistema,oquecausarádescon-
fortoaocavalo.Seapresençadoendoscópiooudoar
estimularavontadedeurinar,atensãodaempunha-
VALORESNORMAIS
PARA O SÊMEN
(MEDIA; VARIAÇÃO ENTRE
PARÊNTESES)8
.Aspecto: Esbranquiçado,opaco, líquido (lem-
brandoleitedesnatado).Volumelivredegel(m.e).Concentraçãode
espermatozóides
(106jm.e).Totaldeespermatozóidesj
ejaculado(109).pH.Espermatozóides
móveis(%).Espermatozóides
progressivamente
móveis(%).Espermatozóides
morfologicamente
normais(%)
45 (20-150)
175 (60-350)
9
7,4
(2-25)
(7,2-7,6)
75 (60-90)
50 (40-90)
50 (40-85)
durano pênisdeveserrelaxada,e o pênisdeveser
orientadoventralmenteparapermitirqueaurinaflua
facilmentepelosladosdoendoscópio.
A uretranormalérósea,eamucosaédispostaem
pregaslongitudinais.Sea uretrafor inflada,a cor
mudaparaumtomavermelhado,e amucosatoma-
selisa.A inflaçãoexcessivapermitequeosvasosdo
corpoesponjososubjacentesejamvistos.Comootrau-
madoendoscópioprontamenteproduzhiperemia,é
importantequeaavaliaçãosejacompletadadurante
a introdução,ernvezdedurantea retiradadoendos-
cópio.Àmedidaqueoendoscópioéinserido,observa-
sealgumaresistênciaquandoelepassapeloarco
isquiáticoepenetraa entradaisquiática,trazendoà
vistao lúmenda uretraintrapélvica(Figura8-13).
Materiais para Endoscopia
da Uretra e da Genitália
IntrapéIvica
. Endoscópioflexível(diâmetromáximo 1,Ocm,
comprimentomínimo1O0cm)quetenhasido
esterilizadoou limpoadequadamente
. Gellubrificanteestérilcontendoxilocaína
. Luvas
234 VICTOR C. SPEIRS
. FIGURA8-12
Endoscopiauretral.Inserçãodoendoscópioflexívellubrificadonauretra.
Imediatamenteaspapilasdosduetosdasglândulas
bulbouretraissãovistas,dispostasemduasfileiraspa-
ralelas,logoaoladodalinhamédiadorsaldauretra.
Nomesmonível,asaberturasdasglândulasuretrais
sãovistascomoestruturassemelhantesnasparedes
laterais.
Como avançodoendoscópiopor2 a3cm,visuali-
za-seocolículoseminal(colliculusseminalis)como
umapapilaproeminentena linhamédiadorsal.Em
cadaladodessaestruturaestãoasaberturasdosdue-
toscomuns(esquerdoedireito)doduetodeferentee
asglândulasvesicularesquesãousualmentedifíceis
deencontrar.Lateraleproximalmenteestãoosduetos
prostáticosquesãodifíceisdevisualizar.O esfíncter
vesicalestálocalizado2a3cmcranialaocolículose-
minal.Essesaspectosanatômicossãomostradosna
Figura8-14.
Aslesõesassociadasàhemospermiasãofreqüente-
mentelocalizadasnaregiãointrapélvicadauretra.Um
exemplodeuretriteémostradanaFigura8-15.Abe-
xigae aberturasuretraisemambosossexosnãosão
importantesnocontextodareproduçãoeserãodescri-
tasnaseçãoquetratadosistemaurinário.
Biópsia do Testículo
A biópsiadetestículonãoé umprocedimentode
rotinaeéraramentefeitadevidoaotemordecompli-
caçõescomogranulomaespermáticoousangramen-
to intratesticular.Osmétodosdisponíveisincluem
biópsiaaberta,biópsiaporagulhaebiópsiaporaspi-
ração.Devidoà invasividademínima,asduasúltimas
técnicassãopreferidas.
Biópsia Aberta
PROCEDIMENTO. O melhoré o procedimento
estéril,sobanestesiageral,comumapreparaçãopré-
. FIGURA 8-13
Endoscopíauretralnocavalomacho- aberturasintrapélvícasdasglândulassexuaisacessórias.A.Aberturasdasglândulasbulbouretraiscomocolículo
seminalnofundo.B.Colículoseminalcomasaberturas(esquerdaedireita)doductoejaculatórioàvista.
EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 235
Duetos
ejaculatórios
Duetosdas glândulas
bulbouretraís
viapadrãodapele.Otestículoémanipuladoeimobi-
lizadono escroto,apertando-omanualmentedesde
acima.Issotensionaapeleescrotal,ondeumainci-
sãoventralde2cméfeitaa meiocaminhoentreos
póloscranialecaudal.Umaincisãodetamanhose-
melhanteéfeitanofolhetoparietalsubjacentedatú-
nicavaginal,seguidaporumaincisãoatravésdeuma
regiãoavasculardatúnicavisceral.Aincisãoédelcm
deprofundidade.Umfragmentoelípticodetecidode
cercade2mmdelarguraéexcisado.Astúnicasvisce-
raiseparietaissãofechadasseparadamentecomma-
terialdesuturaabsorvível.A peleé apostaatravésde
umpadrãodesuturasubcuticularquedispensaane-
cessidadederemoçãodospontos.
COMPLICAÇÕES. A biópsiaabertaapresentao
potencialdesériasseqüelas,comosangramentos,res-
Orifícios
uretrais
Esfíneteres
uretrais
Duetos das
glândulas uretrais
t FIGURA 8-14
Desenhomostrandoas aber-
turasuretraisdasglândulasse-
xuaisacessórias.
t FIGURA 8-15
Endoscopia uretral. Uretrite. Observe a mucosa tumefeita e irregular.
236 VICTOR C. SPEIRS
Materiais para Biópsia
Aberta do Testículo
. lâminasdebisturi#11
. Kitdeinstrumentoscirúrgicos
. Materialdesutura(3/0absorviveideescolha)
postainflamatóriaexageradae degeneraçãotesticu-
lar.No entanto,quandoefetuadacomcuidado,em
particulartendo-seapreocupaçãodeevitarvasossan-
güíneosvisíveis,oprocessoérelativamentebenigno.10
Nãoobstanteisso,dá-sepreferênciaaumdosmétodos
menosinvasivos,especialmentequandosetratade
garanhõesdealtovalor.
Biópsia por Aspiração
PROCEDIMENTO. A biópsiaé efetuadausando-
seummétodoapropriadodecontençãocomo cavalo
emestação.Algunspoucosmililitrosdesoluçãoanes-
tésicalocalpodemserinjetadosnostecidoescrotais,
masissogeralmentenãoénecessário.A agulhaé in-
troduzidanotecidotesticular,conectadaaumaserin-
ga, e a sucçãoé aplicadaenquantoa agulha é
redirecionadaemalgumasdireçõesdiferentespara
asseguraracoletadematerial.Oêmbolodaseringaé
entãoliberado,easeringaéretirada.
Biópsia por Agulha
PROCEDIMENTO. Esseéumprocedimentomais
invasivoqueabiópsiaporaspiraçãoe,portanto,acon-
tençãoémaiscrítica,eaanestesialocalénecessária.
Otestículoéseguradoporumassistente,ealgunsmi-
lilitrosdesoluçãoanestésicasãoinjetadosnapeledo
escroto.Umapequenaincisãoéfeitanapele,massem
atingirotestículo.Oinstrumentodebiópsiaéinserido
Materiais para Biópsia
Testicular por Aspiração
. Seringaestéril.(10mf)
. Agulhacalibre23
. Anestésicolocal(Iidocaínaou.rJ)epivacaina)
Materiais para Biópsia
Testicular por Agulha
t AgulhadebiópsiaTru-Cut
. Anestésicolocal(Iidocaínaoumepivacaína)
. lâminadebisturi#11
. Seringa eagulhacalibre
atravésdaincisãoeatéo testículo.A amostraécolhi-
daconformeexplicadonoApêndiceF.
COMPLICAÇÕES. Possíveiscomplicaçõescom
ambososmétodos(poraspiraçãoe poragulha)são
granulomasespermáticos,sangramentosintratesticu-
lareseinfecção.Comatécnicaporaspiração,ascom-
plicaçõessãoraras,maséaconselhávelqueabiópsia
sejausadasomentequandodevidamenteindicadae
apósoutraspossibilidadesdemeiosdediagnósticote-
remsidoconsideradas.Issoémaisimportantequan-
doseentendequeabiópsiaseránecessária,comgrande
probabilidade,numreprodutor,noqualascomplica-
çõesserão,muitoprovavelmente,importantes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ed.Philadelphia,Saunders,1992,p 671.
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EquineEndoscopy.StLouis,Mosby,1990,ch 12,p 145.
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andquantitativehistologicassessmentofsequelaetotesticular
biopsyin stallions.Am} VerRes1992;53:2094.
.,., o Sistema
Urinário
COMPONENTES
o sistemaurinárioestende-sedesdeaaberturaure-
traiatéosrins.Comosmétodosapropriados,todoo
sistemapodeserexaminado,emboraasdiferenças
anatômicasentreossexossignifiquemqueo exame
dauretradomachoe dafêmeasejaconduzidodife-
rentemente.
MANIFESTAÇÕES DE DOENÇA
Afunçãodosistemaurinárioéexcretaralgunsdos
produtosfinaisdometabolismoe participardama-
nutençãodahomeostasedoslíquidosedoseletrólitos.
Ainterferênciacomessegrupodefunçõesresultaem
váriosdistúrbiosdoslíquidoseeletrólitosque,inicial-
mente,sãodetectáveisapenasmedindo-seosparâme-
trosapropriadosdosangueedaurina.Àmedidaquea
doençaprogrideeexibemaiorrupturanahomeosta-
se,o principalsinaldeinsuficiênciadosistemaé a
depressão.A naturezatubulardosistematorna-osus-
ceptívelàobstruçãoquepodeocorrerassociadaàneo-
plasia,urolitíaseeinfecção.Ossinaislocaisdedoença
incluemesforçosexageradosemurinar(associadosà
obstrução),freqüênciaanormaldemicção,variação
naproduçãototaldeurinaepresençadeconstituintesanormaisnaurina(comosangue,cristais,pigmentos
e célulasinflamatórias).O examemicroscópicodo
sedimentourinárioé importantenadeterminaçãodo
processopatológico.Osprincipaisachadosanormais
nosedimentoincluemsangue,cristais,cilindroscelu-
lares,leucócitos,bactériasecélulasneoplásicas.Cris-
tais,carbonatodecálcio(emurinaalcalina)efosfato
triplo(emurinaneutraeácida)sãoachadoscomuns,
masnãoindicamnecessariamentedoença.Bactere-
mia e toxemiaacompanhaminfecçõesacentuadas,
comocistiteepielonefrite,econtribuemparadepres-
sãoefebre.
CONTENÇÃO
Oexamedosistemaurinárioenvolveprocedimen-
tosquecolocamo clínicoemperigodesercoiceado.
Aslesõespodemserevitadaspelaobservânciadospro-
cedimentosdescritosnasseçõesquetratamdossiste-
masreprodutoresdafêmeaedomacho.
EXAME FíSICO GERAL
Inspeção Visual
A inspeçãovisualsimples(semauxíliodeapare-
lhos)dosistemaurinárioélimitadaaopêniseorifício
uretralexterno,nomacho,àvulvaeaberturauretral,
nafêmea,àsobservaçõesdoatofísicodemicçãoeao
aspectodaurina.
Postura Adotada durante a Micção
Oeqüinomachoestendeopênisdedentrodopre-
púcioe adotaumaposiçãocomosmembrosafasta-
dos (posiçãode baseampla), com os membros
torácicosmaisparaafrenteeosmembrospélvicosmais
paratrásqueaposiçãonormal(Figura9-1).Ocavalo
geralmentelevaalgunssegundosparacolocar-seem
posição.A urinaé inicialmenteexpelidacomesforço
numjatocontínuoefinalmentenumasériedeesgui-
chos.Cavalosmachos,especialmentegaranhões,po-
demsercomfreqüênciaestimuladosaurinarquando
238 VICTORC. SPEIRS
. FIGURA9-1
Posiçãodemicçãonoeqüinomacho.
colocadosnumabaiacomfenonochãoouquandoo
fenoémovimentadocomumrastelo.Afêmeaassume
umaposiçãocomaspernasafastadas,realizando
menosatividadespreliminaresqueo macho(Figura
9-2),tambémexpelea urinainicialmentecomforça
continuadaeapósemesguichos.
Algunsdosachadosclínicosanormaisemrelação
àposturaeexpulsãodaurinaincluem:
.Incapacidadedeadotarumaposturanormaldevido
à dornodorsoounummembro..Incapacidadeemproduzirumjatofortede urina
devidoà obstruçãoporcálculo,atoniavesicale
déficitsneurológicos.
Aspecto da Urina
Aurinadoseqüinosgeralmenteapresentaumcon-
teúdoaltodemucoecristaisdecarbonatodecálcio,o
quelhedáumaspectoviscoso,amarelado,queéfre-
. FIGURA9-2
Posiçãodemicçãonoeqüinofêmea.
ASPECTO DA URINA
Normal.Cor:âmbara amarelada.Claridade:claraa turva
Anormal.Sangue:podeestarpresentecomocoágulosou
misturado.Hemoglobina:produzumacoloraçãomarrom-
avermelhadana urina.Mioglobina:produzumacoloraçãomarrom.Exsudatoinflamatório:podeservisívelcomo
filamentosdecoágulosemcasosmaisgraves
qüentecausadepreocupaçãoparaoproprietário.Esse
materialéeliminadoprincipalmentecomo restoda
urinanofinaldamicção.A urinadeveseravaliada
comrespeitoàsuacorecomponentesanormais.
Volume de Urina e Freqüência da Micção
Ovolumedaurinavariacoma ingestãodeágua,
atividadefísicaetemperaturaambienta!.O aumento
oudecréscimonaproduçãodeurinapodeocorreras-
sociadoa doenças.Freqüentementeo vazamentode
pequenasquantidadesdeurina,devidoà irritaçãoou
simplesmentetransbordamentodeumabexigapara-
lisada,podedarimpressãodequevolumesmaiores
queonormalestãosendoproduzidos.Acoletaemedi-
daem24horaséométodomaisacuradodeestabele-
cerovolumedeproduçãodeurina.
Coleta de Urina
A urinapodesercoletadanumrecipientedurante
amicçãoespontânea("coletalivre"),atravésdecate-
ter,ou,emalgunscasos,empotros,porcistocentese.
Comofoimencionado,cavalosmachosfreqüentemen-
tepodemserestimuladosaurinar,quandocolocados
numabaiacomumacamadepalhafartaequandose
mexenessapalha,produzindoummovimentodefar-
falhar.A micçãopodeserestimuladaadministrando-
se um diurético(furosemida,O,5-1,Omg/kgIV),
emboraasamostrasassimcolhidasnãosejamade-
VOLUME DE URINA
.1a2m€jkgjhora
EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 239
quadasparaestudosquantitativos.A urinaécolhida
geralmenteparaanálisequímicaeavaliaçãocitológi-
ca;no entanto,quandosesuspeitade infecção,são
necessáriosculturaeantibiograma.Umaamostranão-
contaminada,coletadaporcateterou cistocentese,é
necessáriacasosenecessitedematerialparacultura
demicrorganismos.Umaamostradapartemédiada
micçãoespontâneapodeseradequadaseopênisepre-
púcioouavulvaforampreviamentelimpadoseseca-
dos.
"ColetaLivre"durantea Estimulação
Espontâneaou Estimulada
Issorequerumpequenoreceptáculo,comoumfras-
co (beaker)deplásticoquepodeseracopladoa um
cabolongo.O cabolongopermitequeo receptáculo
sejarapidamentecolocadonumaposiçãodecoletara
urinasemperturbaro cavalo(Figura9-3).
Cateterização Vesicalna Fêmea
A bexigadafêmeaéfacilmentecateterizada,mes-
mo"àscegas",sobvisualizaçãodiretaoucomauxílio
digital.A cateterizaçãoé maisfacilmentealcançada
comumcatetercurvodemetal,emboraumapipeta
plásticasejasatisfatória.Paraumacateterizaçãoàs
cegas,o catetercurvoé melhor,poissuacurvaturae
. FIGURA 9-3
"Coletalivre"deurina.
Materiais para
Cateterização da Bexiga
do Macho
ex.,iodopovidone
rigidezasseguramqueeledeslizefacilmentepeloori-
fíciouretral.
Aéguadevesercontidaemtroncoseacaudasegu-
radaparaumdoslados.Paracateterizaçãoàscegas,o
catetercurvodemetaléintroduzidopeloaspectoven-
traldavulvaeempurradocranialmente,assegurando
quea curvaturasejadirigidaventralmentee quea
pontaestejaemcontatocomo assoalhodavagina.O
orifíciouretralélocalizadoimediatamentecaudalao
remanescentedohímen,e,na maioriadasvezes,o
cateterpassafacilmenteporele,parao interiordabe-
xiga,semquea éguademonstredesconforto.Paraa
cateterizaçãocomassistênciadigital,amãoenluvada
e bastantelubrificadaé introduzidapelavagina,e o
orifíciouretralé localizadoedilatadocomodedoin-
dicadoroumédio.Oorifícioestágeralmentefechado,
masdilata-sefacilmentequandoapressãoéexercida
comodedoexploratório.Ocateteréentãoinseridoao
ladododedo.Seforusadoespéculo,ocateterépassa-
doemdireçãoàregiãodoorifícioquenãopodegeral-
menteservistaporquefica abaixodo remanescente
dohímen.O cateterdeveserdirigidopordebaixodo
hímenegeralmentepassacomfacilidadeparaaure-
tra.
Cateterização da Bexiga do Macho
A bexigadomachoéusualmentecateterizadaco-
lhendo-seaurinaparaavaliaçãodeinfecçãooupara
verificara desobstruçãodauretraemcasosdeuroli-
tíase.
PROCEDIMENTO. Opacienteétranqüilizado(ver
ContençãoQuímica,noCapítulo1)econtidoemtron-
cosquetenhamumaaberturalateralquepermitaaces-
soaopênis.Atranqüilizaçãoénecessáriaparacausar
relaxamentoe protrusãodopênis,bemcomopara
aquietarocavalo.Deve-setercuidadoparaevitarcom-
plicaçõespenianasassociadasà sedaçãoe tranqüili-
zação(verContençãoQuímicadoCavaloAdulto,no
Capítulo1).O clínicodeveposicionar-seaoladodo
flancoesquerdodocavalo,defrenteparaseusposte-
240 VICTOR C. SPEIRS
rioresesegurar,comamãoesquerda,opênisestendi-
dodoanimal,imediatamenteatrásdaglande.Sene-
cessário,umatraçãosuaveéaplicadaatéqueopênis
seiasuficientementeestendidodemodoapermitirque
ocatetersejainseridosemficarcontaminado.Opênis
éentãodirigidolateralmentedemaneiraqueo orifí-
ciouretrale o divertículodauretrapossaserlavado
comumdetergenteanti-sépticocomoiodopovidone
ouclorexidina.Umapequenaquantidadedelubrifi-
canteécolocadanaaberturauretral,eocateteré,en-
tão,lentamenteinseridocomamãodireitaenluvada.
OcateterémostradonaFigura9-4.
Há geralmentealgumaresistênciae podehaver
umareaçãoporpartedocavalo(movimentoparabai-
xocomacauda)àmedidaqueocateterpassaaolado
doarcoisquiáticoeparao interiordauretrapélvicae
bexiga.Umavezdentrodabexiga,geralmenteocorre
um fluxodeurina.Ocasionalmente,no entanto,é
necessárioaplicar-sepressãonegativacomaseringa.
Avaliação Laboratorial da Urina
Umaavaliaçãolaboratorialdaurinanãoéneces-
sáriaemtodasassituações,masquandooé,aamos-
tradeveserdivididae submetidaparaurinálise.A
urináliseconsiste(dependendodascircunstâncias)em:
a) microscopiaparacitologia,cilindrosecristais,b)
t FIGURA 9-4
Cateterparacoletadeurinanoeqüinomacho.
mensuraçãodagravidadeespecífica,c) testescompa-
pel-fitaoubastonetes,d) testesquímicosee) cultura
bacterianaetestedesensibilidadea antibióticos(an-tibiograma).Comoadeterioraçãodosleucócitoseda
viabilidadebacterianaocorrerapidamente,a urina
deveserprocessadaem20minutosapósa coletaou
armazenadaa 5°C,quandoessesparâmetrossãoim-
portantesno contextodocaso.Um esfregaçoé,em
geral,feitoimediatamenteparapermitirqueumaco-
loraçãodeGrameexameparacélulasebactériasse-
jamfeitos.
GRAVIDADE ESPECÍFICA. A gravidadeespecífi-
caémedidacomumrefratômetro.Osvaloresnormais
sãode1,008a 1,040paraadultose 1,001a 1,025para
potros.!
TESTE COM PAPEL-FITA OU BASTONETES.
TestescombastonetessãousadosparaestimarpH,gli-
cose,proteína,sangue,corposcetônicosebilirrubina.!
OsvaloresnormaisparaopHsão7,5a8,5paraadul-
tose5,5a8,0parapotros.Aurinanormalnãocontém
proteína(ausênciaouapenastraços),glicoseoubilir-
rubina.Deve-setercuidadoao interpretaro testedo
bastonetedevidoàtendênciaderesultadosfalso-posi-
tivosparaproteínaquandoa urinaé concentrada.
Nessecaso,aproteínadeveserestimadapeloprocedi-
mentocomo ácidosulfossalicílico.Ostestescombas-
tonetessãofreqüentementepositivosparasanguee
paraospigmentoshemoglobinae mioglobina,cuja
diferenciaçãorequeranáliselaboratorialmaisdeta-
lhada.
ANÁLISES QUÍMICAS E BIOQUÍMICAS. As
análisesquímicasebioquímicasincluemcálcio,clo-
ro, fósforo,potássio,sódio,creatinina(Cr) e gama-
glutamil-transpeptidase(GGT).Algunsdessesvalores
podemsercombinadoscomosvaloresplasmáticos
paracalcularquocientesurina/plasma,eliminação
(clearance)renaldecreatininaeeletrólitos,excreção
fracionaldeeletrólitose quocientesentrea GGTda
urina(UrGGT)eacreatininaurinária(UrCr).Asfór-
mulasrelevantesparaosvaloressão:2
.Quocientesurina/plasma(U/P)(normais)
QuocientedeosmolaridadeU/P = 2-6
QuocientedeuréiaU/P = 20-124
QuocientedecreatininaU/P = 2-344.Quocienteentrea GGTe a creatininaurinárias
(normal<25)
UrGGT/UrCr= UrGGT(IU/mJl)/UrCr(mg/dJl)X
0,01
. Excreçãofracionaldeumasubstãnciax emrelação
à creatinina(Fex)
FEx=Urx/PxX PCr/UrCrX 1oO(ondeP =soro)
FENa=0,032- 0,52%
EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 241
FEP04= 0%-1 20%
FEK=23,3%- 48,1%
FECI=0,59%- 1,86%
FECa=0%- 6,73%>2,5%quandoháquanti-
dadesadequadasdecálcionadieta.Eliminação(cIearance)renaldeumasubstãnciax
(Cx)Uunçãodeamostrasdeurinaou amostras
coletadascomtempomarcado)[mf/min/kg]
Cx=Urx/PxX VUr/tempo/kgdePC(ondeV =
volume,PC=pesocorporal)
Normal
Cereatinina(cavalos)=0,96-2,80
CNa=0,003-0,009
CK=0,538-1,05
CCI=0,013-0,031
CITOLOGIA. O examecitológicoé realizadoapós
acentrifugação.Cilindrossãoestruturastubularesfor-
madasnos túbulosrenaisa partir deproteínas,célu-
las e detritos, quando presentesindicam doença
tubular. Cristais são muito comuns, especialmente
carbonatodecálcio.Sobmicroscopiaóptica,umacon-
centraçãode mais de quatrohemáciasou leucócitos
por campode grandeaumentoé anormal.Hemácias
indicam hemorragia,e leucócitosindicam inflama-
ção sépticaou asséptica.A presençade bactériasau-
mentaa probabilidadede infecção.Célulastumorais
podemtambémestarpresentes.
MICROBIOLOGIA. Instruçõespertinentesà bac-
teriologiaclínica podemserencontradasno Apêndice
C. Como foi mencionado,um esfregaçocoradopelo
métododeGram é,muitasvezes,realizadoimediata-
menteapósa coleta,parapermitiruma rápidaidenti-
ficação de bactérias e poder determinar se uma
investigaçãomicrobiológicaadicionalé necessária.
Palpação Retal da Bexiga,
Rins e Ureteres
Osprincípios da palpação retal são descritosno
Capítulo11(verPalpaçãoRetaldoAbdômen).Abexi-
ga normal não é palpávelquandoestávaziae relaxa-
da. Quando distendida com urina, é facilmente
palpável, localizando-sena regiãoda borda pélvica
comouma estruturarelativamentefirmeecircunscri-
ta.Cistitecrônicafreqüentementeproduzespessamento
da parededa bexiga,e cálculospodemserpalpados
como estruturasduras dentro da bexiga. Distensão
devidoà obstrução(p.ex.,cálculo) colocaaparededa
bexigasobconsiderávelpressãoquepodelevarà rup-
tura.Auretraintrapélvicanomachoépalpávelcomo
umtubomusculargrossosituadonoassoalhodapel-
veentreo ânuseocolodabexiga.Emfêmeas,o óstio
uretralestálocalizadona linhamédiaventralda va-
gina, imediatamentecaudalaovestígiodo hímen. Os
ureteresnãosãopalpáveis,a menosqueestejames-
pessadosouaumentadosdevolumeporobstrução(cál-
culos)oudoenças(infecção).Normalmenteapenaso
rim esquerdoépalpávele,mesmoassim,somenteo
pólocaudal.Aumentosdevolumedevidoàdoença(p.
ex.,cisto)tornaapalpaçãomaisfácilepode,ocasio-
nalmente,trazero rim direitoao alcancedapalpa-
ção.Umarespostadolorosaé, àsvezes,associadaà
doença.
EXAMES ESPECIAIS
Radiografia
Aradiologiadotratourinárioélimitadaprincipal-
menteapôneisepotros,devidoàsrestriçõesimpostas
pelotamanho.Em potros,pielografiaintravenosaé
usadaparainvestigarosrins,osuretereseabexiga.A
cistografiaéusadaemestudossobreabexiga,eacis-
tografiacontrastadapodedemonstrarrupturadebe-
xiga,úracopersistenteecistite.3
Radiografiassimplesdevemserrealizadasantesdos
estudoscomcontraste.Estudoscomcontrastepositivo
usamumamisturadeiguaisvolumesdesalinaestéril
econtrastehidrossolúvelcolocadanabexigaporcate-
ter.Seo exameforrealizadonopotroconsciente,al-
gunsmililitros de anestésicolocal controlarãoo
desconfortovesical.Abexigadevesergentilmentedis-
tendidaatéseuvolumecompletoquefreqüentemente
requerradiografia(s)preliminar(es).Exposiçõeslate-
raiseventrodorsaissãofeitas.Apósaremoçãodoma-
terialdecontraste,podeserinjetadoarparagarantir
umestudodecontrastenegativo.Estudosdecontraste
duplo,queutilizamumacombinaçãodastécnicasde
contrastepositivoe negativo,sãotambémpossíveis.
Nocasodeúracopersistente,o materialdecontraste
podetambémsercolocadoatravésdoremanescente
doúraco.
Pielografiaintravenosanecessitadeanestesiage-
ral e exposiçõesventrodorsais.A bexigaépreparada
removendo-seaurinaporcateter.Apósa injeçãoin-
travenosa,de100mfdeummaterialdecontrastehi-
drossolúvel (p. ex., Urografin, ScheringCorpo
Kenilworth,NJ), sãofeitasexposiçõescom5 minutos
deintervalo.O ângulodasexposiçõespodenecessitar
seralteradoparamelhoraradefiniçãodeestruturas,
especialmentedosureteres.Omaterialacabaseacu-
mulandonabexiga,permitindoumcontrastepositi-
voapóscercade20minutos.
Mensurações da Bexiga
e dos Processos Uretrais
A continênciaurináriadependedacoordenação
entreomúsculodetrusordabexigaeafunçãouretral.
242 VICTOR C. SPEIRS
Essacoordenaçãopodeserrompidaporcausasneuro-
gênicas(p.ex.,síndromedacaudaeqüina)enão-neu-
rogênicas(p.ex.,cálculos).Asmedidasdaspressões
nointeriordabexigaedauretrapodemajudaraava-
liarproblemasassociadoscoma micção.Cistometro-
grafia,profilometriauretralsobpressãoecistometria
e urofluxometriasimultâneastêmsidousadaspara
investigaraurodinâmica.Essaúltimatécnicanãofoi
descritaparaocavalo.
Acistometrografiaconsistenamedidadasprfssões
evolumesvesicaisquandoa bexigaestácheiadelí-
quidoougás,produzindodadosparaotônus,capaci-
dadee complacênciadabexiga,bemcomolimiares
devolumee depressãonecessáriosparadisparara
micção.Essatécnicatemsidousadaeméguas,efo-
ramencontradasdiferençasentreéguasnormaise
éguascomincontinênciaurinária.4Aspressõesure-
traIevesicaltêmsidorelatadasemeqüinos,usando
pressãointravesical(PIV),pressãomáximadefecha-
mentouretral(PMFU)equocienteentrePMFUePIv.5
Aspressõesvesicaleuretralforammedidasregistran-
do-seapressãonointeriordomanguitodeumcateter
commanguitoinseridonabexigaeapósretiradopela
uretra.5A PIV foi calculadasubtraindoa pressãodo
manguitoforadotratourináriodapressãonointerior
dabexiga.A PMFUfoicalculadasubtraindoaPIVda
pressãouretralmáxima.Perfissemelhantesdepres-
sõesvesicaleuretraltêmsidofeitoseméguas.6
A cateterizaçãodabexigadomachorequerseda-
ção.Noentanto,osefeitosdedrogasadrenérgicasso-
breafunçãodabexigaimpedemseuuso.Axilazinaé
recomendada,poisnãoapresentaqualquerefeitosig-
nificativosobrepressõesnaséguasnumadosede
l,lmg!kgIv.6
PRESSÕESURETRAL E VESICAL
.Cavalosmachose machoscastrados(média:t
desviopadrão,cm de H2O)5
PIV= 10,3:t 1,7
PMFU =129,8:t19,6
PMFU:PIV= 13,2:t 2,5. Éguas6
Pressãode estímuloparamicção= 91,4 :t
16,5 cm H2O
PMFU =49,1 :t 19,4cmH2O. Pôneis6
Pressãodeestímuloparamicção= 86,0 :t
14,4
PMFU =37,7 :t 14,4
Materiais para
Endosco .
Urinári
Uretra
RESULTADOS. Osníveisdepressãonormaisde
cavalos,éguasepôneispodemserencontradosnoqua-
dro.
Endoscopia do Sistema Urinário
do Macho: Uretra e Bexiga
Aendoscopiaéindicadaparafacilitarumdiagnós-
ticoquandoosdadosdelaboratórioapontama pre-
sençadelesõesnosistemaurinárioJ
PROCEDIMENTO. Paraum endoscópioflexível,
1O0cme lcm são,respectivamente,o comprimentoe
odiâmetromínimosaceitáveis.Uminstrumentoleve-
mentemaislongoénecessárioseo cavaloformuito
grandeouo pênistornar-separcialmenteereto.Com
essecomprimento,oendoscópioprecisaserintroduzi-
docompletamente,e,porisso,o clínicoprecisaman-
tera cabeçacolocadabemabaixo,próximaaopênis
docavalo,oque,comalgunscavalos,podeserperigo-
so.Ousodeumvideoendoscópio,possibilitandoquea
imagemsejavistanummonitor,tornaoprocedimen-
tomuitomaisseguro.Oendoscópio,incluindoo ca-
naldebiópsia,deveserpreparadocomoédescritono
ApêndiceA.
O procedimentoparaa inserçãoé virtualmente
idênticoaodescritohá poucoparaa cateterização,
excetoquegeralmenteum assistentesegurao pênis
docavaloe insereo endoscópio,enquantoo clínico
controlaoendoscópioeconduzoexame.Comocava-
lo tranqüilizadoesobcontençãonumtronco,o assis-
tente,posicionadoaoladodocavaloedefrentepara
osseusposteriores,segura,coma mãoesquerda,o
pênisestendidodoanimal,logoatrásdaglande.Caso
necessário,umasuavetraçãopódeserexercidaatéque
o pênissejaestendidoo suficienteparaa inserçãodo
endoscópiosemcontaminá-lo.Opênisédirecionado
lateralmente,demaneiraqueoorifíciouretraleodi-
vertículouretralpossamserlimposcomdetergente
anti-sépticocomoiodopovidoneouclorexidina.Uma
EXAME ClÍNICO DE EQÜINOS 243
pequenaquantidadedelubrificanteécolocadanaaber-
turauretralenoendoscópio,eo instrumentoéentão
inseridolentamenteporumassistente,usandoamão
direitaenluvada.Oclínicopodecomeçaroexameda
uretratãologooendoscópiosejainserido.
A uretraestánonnalmentecolapsadaeénecessá-
rioinsuflá-Iaparaobter-seumavistadamucosa.Isso
éfeitoapertando-segentilmenteo pênisparaevitaro
escapamentoretrógradodearpelosladosdoendoscó-
pio.Àsvezes,demasiadoar é injetado,e o cavaloé
estimuladoa urinar.Seissoocorrer,o assistentedeve
relaxaraempunhadurasobreopênisdocavaloediri-
gi-Ioventralmentee paralongedosoperadores,per-
mitindo que a urina e ar passemao redor do
endoscópio.A mucosanonnaldauretraé róseae ar-
ranjadaempregaslongitudinais.Àmedidaqueaure-
traédistendida,aspregasdesaparecem,eacoloração
damucosaficamaisescuraàmedidaqueavascula-
turadefundodocorpoesponjosotoma-sevisível.O
examedamucosadeveserfeitodurantea inserção,
porqueocontatocomoendoscópioproduzhiperemia
quepodesermalinterpretadacomoinflamação,seo
exameforrealizadodurantearetiradadoendoscópio.
Condiçõescomouretriteouurolitíasesãofacilmente
identificáveis(Figura9-5).
Da mesmaformaquena introduçãodo cateter,
geralmentehá algumaresistênciaepodehaveruma
reaçãoporpartedocavalo(movimentaçãodacauda
parabaixo)à medidaqueo endoscópiopassaaore-
dordoarcoisquiáticoe,então,paraauretraebexiga.
Asaberturasdasglândulasgenitaisacessóriaspodem
servistasàmedidaqueauretrapélvicasetomavisível
(verEndoscopiado SistemaGenitalno Capítulo
8).
O esfíncteruretralgeralmenteestáfechado,mas
cominjeçãodeumpoucodearelevemovimentopara
a frentecomo endoscópio,o tônusdoesfíncterrapi-
damentecede.Geralmenteháumpoucodeurinana
bexiga,oqueauxilianaorientação.Oexcessodeuri-
nadeveserevacuadocomumcateterseparadoouatra-
vésdocanaldesucçãodoendoscópio.A mucosada
bexigatambéméróseo-avennelhada,masusualmente
maisescuraquea dauretra.Algunscavalosapresen-
tamumdivertículonaregiãodoúraco.
Asaberturasuretrais(óstiosuretrais)emformade
fendalocalizam-sedorsalmentenocolodabexigae
podemservistosseoendoscópioforrecuadoumpou-
co.Jatosintermitentesdeurinapodemservistosen-
trandona bexiga,vindosdosureteres.Osureteres
podemsercateterizadoscomrelativafacilidade,inse-
rindoumcateterpeloendoscópioe dirigindo-opara
umorifícioureteral(Figura9-6).Acateterizaçãoure-
teralnecessitaumacoordenaçãoentreoendoscópioe
o cateter.
t FIGURA 9-5
Vistaendoscópicadeumcálculouretral.
Endoscopia do Sistema Urinário
da Fêmea: Uretra e Bexiga
Asindicaçõesdacateterizaçãodosistemaurinário
dafêmeasãosemelhantesàsdo sistemagenitaldo
macho.
PROCEDIMENTO. A técnicaé maissimplesque
nomachoporqueauretradafêmeaémuitomaiscur-
ta,temum diâmetromaiore é maisdistensível.No
entanto,apesardasdiferentesdimensõesdauretra,o
fatodequeendoscópiosmaislongossãomaisfacil-
t FIGURA 9-6
Endoscopiavesical.Orifíciosureterais(óstiosureterais)noaspectodorsal
dabexiga.
244 VICTOR C. SPEIRS
Materiais para
Endoscopia do Sistema
Urinário da Fêmea:
Uretra e Bexiga
»
»
» Luvas
mentedisponíveis,devidoao seuusoemoutrasre-
giõesanatõmicas,significaqueumendoscópiomais
longoqueo necessárioé geralmenteusado.A égua
devesercontidaemtroncosetranqüilizadaseneces-
sário.A caudadeveserenfaixadacomumabanda-
gemouseguradadeladoporumassistente.A vulva
deveserlavadacomumdetergenteanti-sépticoese-
cada.Oendoscópio,incluindoocanaldebiópsia,deve
serpreparadocomodescritonoApêndiceA.Umpouco
delubrificanteé colocadona pontadoendoscópioe
namãoenluvadadeumassistentequeguiaoendos-
cópiopelaaberturauretral.Oendoscópioéentãoin-
seridonaaberturae introduzidonauretra;àsvezes,o
assistenteprecisausaro dedoparadilatara abertura
uretralenquantoa inserçãoéefetuada.O clínicoco-
meçaoexamedurantea inserção.Umavezqueoen-
doscópioestánabexiga,o aspectoe o procedimento
paracateterizaçãouretralsãocomoosdescritospara
o macho.
Ultra-Sonografia da Bexiga,
Rins e Ureteres
Bexiga
Aultra-sonografiadabexigaéindicadaparaiden-
tificarcálculos,perfuraçõesemassasteciduaisenvol-
vendoaparede8Oexamegeralmenteseseguea um
exameretalqueindicoualgumapatologiavesical.
PROCEDIMENTO. Trata-sedeumprocedimento
transretale,portanto,envolvea inserçãodasondano
reto.Inicialmenteseesvaziaoretodeseuconteúdode
fezeseaplica-seumaquantidadefartadegeldeultra-
somnasondaqueéentãocolocadanumaluvaobsté-
trica(depalpaçãoreta!)eorientadapeloreto.Alguns
clínicosempurrama sondanoretoeapósinserema
mãoeobraço.Outrospreferemcarregarasondafrou-
xamentenapalmadamão.A sondaé posicionada
sobreabexigaemovimentadademaneiraaexplorar
ocolodabexigaeaprópriabexiga.Aescolhadason-
daérelacionadaàprofundidadedalesãoeàespessu-
radabexiga(7,5MHzsãoadequadosparaa maioria
dasocasiõese5,OMHzparaquandoháespessurateci-
dualsignificativa).
Rins
Osrinssãousualmenteexaminadospercutanea-
mente,emboraumaabordagemtransretalseja,àsve-
zes,indicada.8Devidoàsdiferençasanatõmicasentre
osrins,melhoresimagenssãoobtidasusando-seuma
sondade3 ou 3,5MHzcomum campodeZOemde
visãoparaorimesquerdo,eumasondade3ou3,5MHz
comumcampode15cmdevisãoparao rimdireito.
Parapõneise potros,podeserusadaumasondade
5MHz.
PROCEDIMENTO. A obtençãoda imagemé
usualmentefeitacomocavalosobcontençãoadequa-
daecolocadoemtronco.Issopermitequeooperador
concentre-senoprocedimentoeminimizaaschances
dedanoaoequipamento.Ospêlosdapeledolocaldo
examedevemseraparados,e geldeveseraplicadoà
pele.Senãosepuderobterumaimagemadequada,o
pêlodeverserraspadocomlâminadebarbear,a fim
deproduziramelhorconjugaçãoacústica.Obesidade
e desidrataçãosãofatoresquereduzema qualidade
da imagem.Ocasionalmenteapresençadealçasin-
testinaischeiasdegásetambémdeumbaçogrande
prejudicama produçãodeimagemdorim,necessi-
tando-se,então,deumexametransretal.
As localizaçõesdosrinsvariamlevementeentre
cavalos.Issosignificaqueoprimeiropassoélocalizar
osrins.Comoumaregrageral,o rimdireitoseráen-
contradoabaixodosúltimosdoisoutrêsespaçosin-
tercostaiseventralmenteaosprocessoslombares.Orim
direitotemaformadetriânguloequiláterocomvérti-
cesrombos,coma porçãocranialcolocadana fossa
renaldoprocessocaudaldorim.Estruturasadjacen-
tesincluemabasedocecocomsuacoberturadegás
(localizadoventromedialmente)eaveiacavacaudal»
»
.
EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 245
(localizadaabaixodoceco).Orimesquerdo,c-omfor-
madefeijão,é examinadomelhorpelafossapara-
lombaresquerda.Localiza-semedialmenteaobaçoe
podetambémserlocalizadocranialmenteabaixodas
últimascostelas.
Apósalocalizaçãodecadarim,osseguintesaspec-
tossãoavaliados:
.Dimensõesexternas.Contornosexternos.Tamanhodapelvee deseusrecessos.Distânciaentrea superfíciee a junçãocorticomedu-
lar
Ocórtexévistocomoumabordahomogênea,ge-
ralmentemaisecóicaqueamedular.Amedularéca-
racterizadaporumasériedecolunashiperecóicas,
contrastandocomo fundorelativamentehipoecóico.
Oparênquimarenalévisívelcomoestruturamalha-
da,masuniformementeecóica.A pelverenalé deli-
neadapor umabordadetecidoecogênico.Alguns
achadosanormaisincluem:
.Aumento(nefroseaguda,neoplasia).Opacidadesnapelveouemseusrecessosassocia-
dascomsombrasacústicas(cálculos).Perdadadiferenciaçãoentrecórtexe medulare
diminuiçãodetamanho(doençacrônica)
Exemplosderinsnormaiseanormaissãomostra-
dosnasFiguras9-7e9-8.
Ureteres
A ultra-sonografiadosureteresé geralmentefeita
transretalmentedevidoàssuaspequenasdimensõese
localizaçã08Ocasionalmente,quandoestãomuito
aumentadosdevolume,serãovistosduranteoexame
transabdominaldorim.Osureteresnãosãorotineira-
menteexaminados,a menosqueexistaumaindica-
çãoespecífica,comoaumentosdevolumelocalizados
porviaretalouhidronefrose.
PROCEDIMENTO. Oprocedimentoésemelhante
aodoexamedabexiga,emboraasondadevaserdiri-
gidadorsalmenteparaexaminara porçãoproximal
doureter.Umavezlocalizado,podeserseguido,ao
longodeseutrajetoemdireçãoà bexiga,desdeque
estejasuficientementeaumentadodevolume.
Biópsia Renal
A biópsiarenalpercutâneaéocasionalmenteusa-
daparaobteramostrasdetecidorenal.Noentanto,a
técnicaapresentariscosassociadosdelesãorenal,ea
decisãodeefetuá-Iadevesertomadasomenteapósos
riscosteremsidoavaliadoscontraosbenefíciosdain-
formaçãoextraqueseráobtidaatravésdetalprocedi-
mento.Emboraabiópsiapossaserefetuada"àscegas",
aschancesdepenetraçãodeumgrandevaso,dobaço
ou do intestinosãoreduzidas,utilizando-seorienta-
çãoporultra-sonografia.A possibilidadedapresença
dedistúrbiosdomecanismodecoagulação,quepre-
. FIGURA9-7
Ultra-sonogramasdosrinsesquerdoedireitonormais.A.Umultra-sonogramadorimesquerdoobtidocomumtransdutorsetorialde3MHzcolocadono
flancodorsalesquerdo,imediatamentecaudalà 18'costela.O baço(5)localizadosuperficialmenteagecomoumajanelaacústicaparao rim.Ocórtex
renalnormalé menosecogênicoqueo baço.A pelvehiperecóicaécercadaporumamedularhipoecóica.Abaixodorim,osecosdealtaintensidade
originam-sedasalçasintestinaisadjacentes.(CortesiadeR.H.Wrigley.)B.Ultra-sonogramadorimdireitoobtidocomumtransdutorsetorialde3MHz
colocadonoaspectodorsaldo17°espaçointercostaldireito.A linhahiperecóicalocalizadacentralmenteresultadeecosgeradospelasparedesdapelve
ecercadospelamedularhiperecóica.A bordaexternadorimrepresentaocórtex.Naprofundidadedorim,osecosdealtaintensidadeoriginam-sedo
gáseconteúdodocólonsubjacente.(CortesiadeR.H.Wrigley.)
246 VICTORC. SPEIRS
t FIGURA 9-8
Algunsexemplosdeultra-sonogramasrenaisanormais.A. Urolitiasee hidronefrose.Ultra-sonogramadorsaldorimdireitofeitocomumtransdutor
setorialde5MHzdemonstrandoapelvedilatada(P)eoscálculos(setas)comcaracterísticadesombreamentodecampoacústicoremotonapelverenal.
(CortesiadeR.H.Wrigley.)B. Degeneraçãocrônica.Ultra-sonogramadorsaldorimesquerdofeitocomumtransdutorsetorialde3MHz.Asecogenici-
dadesdocórtexrenal(C)edobaço(5)sobrejacentesãosemelhantesAdiferenciaçãoecogênicacorticomedularjpélvicaestáreduzida.Odiagnósticofoi
deglomerulonefritemembranoproliferativa.(CortesiadeR.H.Wrigley.)
dispõemahemorragias,deveserafastadapormeiode
testeslaboratoriaisadequados,antesqueabiópsiaseja
efetuada.
BiópsiaRenalPercutâneaOrientada
por Ultra-Sonografia
Aacuráciaemintroduzir-seumaagulhadebióp-
sianorimpodesermelhoradapelaultra-sonografia.9
PROCEDIMENTO. O usodo ultra-sompermite
queambosos rins sejambiopsiados.A biópsiaé
usualmenteprecedidaporumexamepadrãodeultra-
sonografia,demodoqueo clínicopossasaberdean-
temãoqualaexataregiãodeinteresse,qualo localde
penetraçãonapeleequalo ânguloeaprofundidade
depenetração.Para lesõesrenaisdifusas,osdados
anteriorespermitemqueabiópsiasejarealizadaime-
diatamente,semousoadicionaldotransdutor.Noen-
tanto,abiópsiadelesõesfocaispodenecessitarqueo
transdutorsejausado,pertodaagulhaoucomaagu-
lhainseridaatravésdele.Olocaldebiópsiaéprepara-
doporprocedimentoestéril,eumasoluçãoanestésica
localé injetadanapelee nosmúsculosatravésdos
quaisa agulhadebiópsiapassará.Seotransdutorfor
usadoao ladoda agulha,eledeveserinicialmente
colocadonumaluvadepalpaçãoestérilcontendoum
poucodegelestérildeultra-som.Então,usandomais
gelparaassegurarboaconjunçãoacústica,otransdu-
toré aplicadocontraapele.Seo transdutorcontiver
umaguiadebiópsia,a agulhaseráinseridaatravés
dela.Oprocedimentodeveserefetuadosobcondições
estéreis.Aimagemdaagulhadebiópsiaaparececomo
umobjetolineareédirigidaparaaregiãodeinteres-
se,sobaorientaçãodosonograma.
Biópsia Renal Percutânea "às Cegas"
A biópsiarealizada"àscegas"é geralmenteade-
quadaparao rimesquerdo,devidoà sualocalização
caudal.É efetuadacomo rim imobilizadopelamão
inseridanoreto.O rimélocalizadopeloexameretal.
Omelhorlocalnapeleparaapenetraçãoéescolhido
coma ajudadeumasegundapessoaqueobservao
movimentonoflancoàmedidaqueoriméempurra-
docontraaparedeabdominal.Apósa preparaçãodo
localdebiópsia,o rim é novamentemanipuladoe
imobilizadocontraaparedeinternadoabdômen,ea
agulhaécuidadosaelentamenteintroduzida.A agu-
lhapodepenetraracavidadeabdominale atingirdi-
retamenteorim,ou,seadireçãonãoforprecisa,pode
passaraoladodorim.Apenetraçãodorimépercebi-
dapeladetecçãodomovimentodoórgão,ou a pró-
priaagulhaépercebidaseelanãoacertarorim.Nesse
Materiais para Biópsia
Renal Orientada por
Ultra-Sonografia
. Agulhadebiópsia(agulhadebiópsiaTru-cut
[TravenolLaboratories,Inc, Deerfield,IlJ agulha
debiópsiaTemno[ProductsGroupInternational,
Inc, Boulder, CO J
. Aparelhodeultra-som
. Transdutorsetorial(3-3,5MHz)
. Geldeultra-somestéril
. Soluçãoanestésicalocal(p.ex.,lidocaínaa 2%
ou mepivacaínaa 2%)
EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 247
últimocaso,devesercuidadosamenteredirecionada.
Deve-setercuidadoparaevitarapunçãodoretoeque
orimsemovaduranteoprocedimento.É importante
queaagulhasejaintroduzidanopólocaudal,afasta-
dodapelvee dosvasosrenais,equenãoatravesseo
rim.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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EquineFractice.Philadelphia,Saunders,1993,ch9,p 295.
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sonNE (Ed),CurrentTherapyin EquineMedicine,2nded.
Philadelphia,Saunders,1987,p 725.
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urinarysystems,andmiscellaneoustechniques.In Clinical
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horse.EquineVerJ 1994;26:55.
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(EquineFract) 1986;2:67.
9. ModranskyPD:Ultrasound-guidedrenalandkidneybiopsyte-
chnique.VerClin NorthAm (EquineFract) 1986;2:115.
1"( o Olhoe
seusAnexos
oolhoé umaestruturaextremamentedelicadae
especializadae,maisquequalqueroutroórgão,re-
querserexaminadoporumespecialista.Apesardisso,
umclínicocomconhecimentodaanatomiaefunção
ocularespodeefetuarumexamesurpreendentemente
completodoolho.
COMPONENTES
oolhoe seusanexosincluemaspálpebras(in-
cluindoa terceirapálpebra[membrananictitante]),
a conjuntivae o bulboocular,formadopelacórnea,
esclera,úvea,câmarasanterioreposterior,nervoópti-co,duetosepontosnasolacrimaisemúsculos.
MANIFESTAÇÕES DE DOENÇA
Asmanifestaçõesdedoençavariamdependendodos
componentesocularesenvolvidosedotipodeproces-
sopresente.Em geralasdoençassistêmicasqueafe-
tamoglobooculareanexoscausamsinaisbilaterais,
enquantoossinaisunilateraisresultammaisprova-
velmentededoençalocal.Háumavastanomenclatu-
radescrevendoosdistúrbiosoculares,incluindo:
.Exoftalmia:globoocularproeminente.Prolapso:deslocamentodo globodedentroda
órbitae paraalémdaspálpebras.Buftalmia:aumentodevolumedoglobo.Enoftalmia:globoposicionadocaudalmenteà
órbita.Anoftalmia:ausênciacompletado globo.Microftalmia:ausênciaparcialdo globo
.Estrabismo:desviodo olhodeseueixonormal.Ptose:"queda"dapálpebrasuperior.Cegueira:faltade percepçãocentral. Blefarospasmo:contraçãopersistentedo músculo
orbicularcomoresultadodeirritaçãonaconjuntiva,
córneae pálpebras.Fotofobia:aumentonasensibilidadeà luz.Conjuntivite:inflamaçãoda conjuntiva.Hiperemiaperilímbicasuperficiale profunda:vasos
superficiaisgeralmentemaiscalibrosose menos
numerososqueosvasosprofundose indicam
inflamaçãosuperficial,emvezdeinflamação
profundanotratouveal.Estafiloma:protuberânciada regiãocorneoesclera,
revestidaportecidouveal.Queratocone:afilamentoe protrusãodacórnea.Anisocoria:diferençanotamanhodaspupilas.Midríase:dilataçãoda pupila.Miose:constriçãoda pupila.Quemose:edemadaconjuntiva.Epífora:escoamentoexcessivodelágrimasdos
olhos.Hifema:sanguenacâmaraanterior.Cintilaçãoaquosa:aumentodeproteínae turbidez
nacâmaraanterior.Hipópion:presençade leucócitosnacâmara
anterior
CONTENÇÃO, SEDAÇÃO
E ANESTESIA
Porqueédifícilcontrolarosmovimentosdacabe-
ça e doolhodocavaloeporqueexistesempreuma
possibilidadeconsideráveldequeo exameocular
250 VICTOR C. SPEIRS
produzalesãoadicional(p.ex.,rupturadogloboquan-
doháúlceradecórnea),acontenção,a analgesiaea
sedaçãosãoextremamenteimportantes.
Contenção e Sedação
Comcavalostranqüilosésuficienteconteracabe-
çacomaperos,comofreio,buçalecabresto.Seo ca-
valofor agitadoou movimentarcontinuamentea
cabeça,umcachimbodenarizesedaçãosão,namai-
oriadasvezes,necessários.Cavalosfreqüentementese
ressentemdeintervençõesrepetidasnumolho,ema-
nipulações,administraçãodemedicamentose coleta
deamostrastornam-semaisdifíceisà medidaqueo
númerodeintervençõesaumenta.Métodosdeconten-
çãoesedaçãosãolistadosnoquadro.
Anestesia para Exame Ocular
Adicionalmenteàsedaçãoecontençãofísica,mui-
tasvezessãonecessáriosanestesiatópicae bloqueio
decondução,especialmentequandohá umalesão
dolorosapresenteeparafacilitara aberturadaspál-
pebras.
Anestesia Tópica
Emboraogloboocular,conjuntivaeamaiorparte
daspálpebrasadjacentesepelepossamseranestesia-
daspelobloqueiodonervooftálmico,anestesiatópica
éométodopreferidoparaanestesiadacórneaecon-
juntiva.Váriassoluçõesestãodisponíveisparausoof-
tálmicotópico.
PROCEDIMENTO. A instilaçãodeumasolução
anestésicanoolhoésimplesepodeserfeitadevárias
maneiras,mascadaumadelasnecessitadequeas
pálpebrasestejamparcialmenteabertas.Ummétodo
simplesbemtoleradopelopacienteequenãodesper-
diçasoluçãoconsisteemevertera pálpebrainferior
como polegare colocaralgumasgotasdasolução
anestésicano sacoconjuntival.Alternativamente,a
soluçãopodeseresguichadanoolhocomumaserin-
CONTENÇÃOE SEDAÇÃO
DURANTE O EXAME OCULAR
.Contenção:Cachimbo,troncos(dependendodo
temperamento). Sedação(p.ex.,xilazina0,5-1,Omg/kgIV ou
xilazina0,5mg/kgmaisbutorfanol0,02mg/kg
IV)
SOLUÇÕES ANES!ÉSICAS
OFfALMICAS TOPICAS
PREFERIDAS
.Hidrocloretodeproparacaínaa 0,5%.Hidrocloretodetetracaínaa0,5%
gadetuberculina,semaagulha,oucomumaseringa
hipodérmicanormalcomumcanhãodeagulhacali-
bre25(Figura10-1).Váriasaplicaçõesdurantealguns
minutossãonecessáriasparaumefeitosatisfatório.
Anestesia por Bloqueio de Condução
A anestesiaporbloqueiodeconduçãonecessitade
queasoluçãoanestésicasejacolocadanaregiãoperi-
neuraP
PROCEDIMENTO
Bloqueio do NervoAuriculopalpebral para
Obtenção de Aquinesia Palpebral. Aspálpe-
. FIGURA 10-1
Utilizandoumaseringadetuberculinaeo canhãodaagulhaparaesgui-
charsoluçãoanestésicanoolho.
EXAME ClÍNICO DE EQÜINOS 251
ra Anestesia
de Condução
.
.
.
brasdoolho eqüino,devidoao músculoorbicular
muitoforte,são,emgeral,extremamentedifíceisde
seabrir.Issotornaoexamedifícilouimpossível- eàs
vezesperigoso,quandoexisteapossibilidadederup-
turadoglobo.Seessemúsculoforparalisadoporblo-
queionaconduçãodonervoauriculopalpebral,num
localdeseutrajetoadjacenteao arcozigomático,a
pálpebrapodeserfacilmenteaberta,emboraafunção
sensorialsejamantida.Emboraexistamtrêslocais
ondeo agenteanestésicopossaserinjetado,o autor
prefereo localondeo ramopalpebralpodeserpalpa-
donasualocalizaçãosobreo arcozigomático(Figu-
ra10-2).É umasimplesquestãodeinjetar3a5mfde
soluçãoanestésicasubcutaneamentesobreo nervo.
Bloqueio da Condução Sensorial. Oexa-
meocularnãonecessita,rotineiramente,deanestesia
sensorial;noentanto,pararealizaçãodebiópsia,ela
podesernecessária.A inervaçãosensorialdaspálpe-
brase adjacênciaséfeitapelosnervosfrontal,infra-
troclear,zigomáticoe lacrimal,todosramosdonervo
trigeminal.Oslocaisparainjeçãosãomostradosna
Figura10-3.Onervofrontal éonervosensóriomais
comumenteanestesiado,nopontoondeeleemergedo
t FIGURA 10-2
Bloqueiodonervoauriculopalpebral.O ramopalpebraldonervoauriculo-
palpebralpodeserpalpadonoseutrajetoaolongodoarcozigomático.
t FIGURA 10-3
Agulhascolocadasnoslocaisparaproduziranestesiasensorialdaconjun-
tivaedacórnea.Nervosfrontal(A),lacrimal(8),zigomático(C)e intra-
troclear(D).
forâmensupra-orbital(ébomlembrarque,nesselo-
cal,a porçãomedialdonervoauriculopalpebralre-
cém-descrito,queé um nervomotor,serátambém
bloqueada).O nervopodeseranestesiadodentrodo
forâmenounasuasaída,paradessensibilizarosdois
terçosmédiosdapálpebrasuperior.O forâmenpode
serpalpadoabaixododedoindicador,seopolegareo
dedomédioforemcolocadosemcadaladodoarcozi-
gomático,nopontoondeelecomeçaa sealargarem
direçãoàsuajunçãocomoossotemporal(Figura10-
4).Umaagulha,calibre25,5/8",podeserinseridapelo
forâmen,e 1a 2mf desoluçãoanestésicapodemser
injetados,tomando-secuidadoparanãoinjetarna
artériae veiaassociadasaonervo.Paraanestesiaro
t FIGURA 10-4
Localizaçãodoforâmensupra-orbital.O forãmenficaabaixododedo
indicadorquandoo polegareo dedomédiosãocolocadossobreo arco
zigomático,ondeelecomeçaaalargar-seemdireçãoaoossotemporal.

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