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Exame Ocular em Equinos

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252 VICTOR C. SPEIRS
nervolacrimal,umaagulha,calibre25,%", éinse-
ridamedialmenteao cantolateral,imediatamente
abaixodobordodorsaldaórbita,e2 a 3medasolu-
çãosãoinjetados.Onervozigomáticoé anestesiado
inserindo-seumaagulha,calibre25,5/8",abaixoda
pálpebrainferior,2cmmedialmenteaocantolateral.
A agulhaédirecionadamedialmente,imediatamente
napartededentrodobordodaórbita,e2mi'desolu-
çãoanestésicasãoinjetados.Onervoinfratroclearé
anestesiadoinserindo-seumaagulha,calibre25,%",
na peledapálpebrasuperior,imediatamentelateral
aocantomediale injetando-se2mi'desoluçãoadja-
centeaosulconobordosuperiordaórbita.
t FIGURA 10-5
Algunsexemplosdecondiçõesoculares.A.Blefarospasmo.Aspálpebrases-
tãofechadasemconseqüênciadehipersensibilidadeà luz.B.Prolapsodairis.
A irisprolapsadaévistacomoumamassaescuracircunscritaemergindopor
umdefeitonocentrodacórnea.C.Perfuraçãodacórneacomdrenagemde
exsudatoe humoraquoso.D.Glaucomacrõnicocomabscessoestromalse-
cundário.Observeogloboaumentadodevolume,aextensaneovasculariza-
çãosuperficialeoabscessoestromallocalizadoadjacenteaocantolateral.E.
Carcinomadecélulasescamosasdamembrananictitante.Observea massa
naregiãodocantomediaIenvolvendoamembrananictitanteeaconjuntiva
dapálpebrainferior.
A
EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 253
EXAME EXTERNO GERAL
A primeirapartedoexamedeveserconduzidaao
arlivreounumlocalbemiluminado,ondeumbom
examevisualpossaserrealizado.
Exame Visual
Aprimeirapartedoexamevisualédestinadaaava-
liarosolhoseasregiõesadjacentesparasimetria,fun-
çãodaspálpebras,corrimentosanormais,sinaisde
traumaetumefações.Emboraissosejaumaatividade
predominantementevisual,a palpaçãoé também
muitoimportanteparaavaliara integridadedaborda
orbitalósseaedoarcozigomático,a fossasupra-orbi-
taleatensãointra-ocular.Sinaisdedorocular(p.ex.,
fotofobia,blefarospasmo),conjuntivite(p.ex.,exsu-
datoe edema),protrusão(exoftalmia), aumentode
volume(buftalmia)oucolapso(enoftalmia)doglo-
boe lesõescomeaisóbvias,comoedemaelaceração,
devemserprocuradas,eotamanhodapupiladeveser
examinado.Issoévirtualmentefeitosemcontenção,
mas,emmuitoscavalos,especialmentenaquelescom
dorocular,umexamemaisextensonecessitarádeal-
gumaformadecontençãoousedação,conformedes-
crito.Algunsdistúrbiosocularessãomostradosna
FiguraIO-5.
Palpação
A bordaorbitalpodeserpalpadaàprocuradeevi-
dênciasdefraturaoucorposestranhos.Oexamepode
serfacilitadoinserindo-seumdedoenluvadoelubri-
ficadoentreo globoe a bordaorbital.A membrana
nictitante(MN) nãoé normalmentevisível,a menos
. FIGURA10-6
Prolapsomanualdamembrananictitante.O primeirodedoéusadopara
deprimiro globoocular,fazendoassimcomqueamembrananictitante
estenda-se("prolapse")porsobrea córnea,ondepodeserexaminada.
. FIGURA 10-7
Examedasuperfíciebulbardamembrananictitante.Apósaaplicaçãode
soluçãoanestésicatópica,usa-seumapinçadelicadaparalevantaramem-
branadogloboocular,permitindoassimo examedesuasuperfícieinter-
na.
quesuafunçãosejaperturbadaporcondiçõescomo
tétanoou secontiverumalesão.Ela podetornar-se
visível("prolapsada")peladepressãodoglobocomo
dedopelapálpebrasuperior.Esseprocesso,embora
aparentementesimples,requerprática(Figura10-6).
Umavezqueatécnicatenhasidodominada,provoca-
rápoucoounenhumressentimentoporpartedoca-
valo,e a MNtorna-sefacilmentevisível.A superfície
bulbardaMNpodeserexaminadasegurando-acom
pinçashemostáticas(necessitadeanestesia)e levan-
tando-adasuperfíciedoglobo(FiguraIO-7).Aspál-
pebrasdevemsercuidadosamenteexaminadaspara
verificaçãodecontinuidade,cíliosextras(distiquíase
ouectópico),edemaecorposestranhos.
Reflexos Oculares
ReflexosPupilaresà Luz (Diretoe Indireto)
Osreflexospupilaresàluz (RPLs)sãotestadoscom
umaluzfocal(FiguraIO-8)esãomelhorexecutados
comopartedeum exameem quartoescuro(ver
adiante).A luz é dirigidaparacadaolhoseparada-
mente.ORPLdiretoestápresentequandoapupilaip-
solateralcontrai-seemrespostaàluz,eoRPLindireto
(consensual)estápresentequandoa constriçãoocor-
renooutroolho(contralateral).Asviasneurológicas
envolvidasnesseimportantereflexosãomostradasna
FiguraIO-9.Resumidamente,o estímulodeluz au-
mentadaédetectadopelaretinaetransmitidoatravés
donervoópticoparaaáreapré-tectalcontralateraldo
mesencéfalo,ondeocorreestimulaçãobilateraldos
núcleosparassimpáticosdosnervosoculomotorescom
subseqüenteestimulaçãoecontraçãodosmúsculosdos
254 VICTOR C. SPEIRS
esfíncterespupilaresda íris emambosos01hos.2As
viasenvolvidasna dilataçãopupilarcomoresultado
deintensidadeluminosadecrescentesãotambémde-
monstradas.
Reflexos Oculares Palpebrais
REFLEXO DE AMEAÇA. Essetesteéfeitoamea-
çandoo olhocoma mãoou comum dedo(Figura
10-10).Deve-setercuidadoparaassegurarque,ao
fazê-lo,nãosejamgeradascorrentesdeare queas
pálpebrasoucíliosnãosejamtocadas,poisissopro-
duziráumaaçãoemrespostaaumestímulotáctil,ao
invésdeumarespostaaumestímulovisual.
REFLEXOS CORNEAIS E PALPEBRAIS. Esses
testessãorealizadostocando-sedelicadamentea cór-
neaouaspálpebrasinferioresuperiorrespectivamen-
te.A respostaé a mesmaemcadacaso,emboravias
levementediferentessejamtestadas.
É importantecompreenderqueessesreflexosnão
indicamnecessariamentequeo cavalopossuavisão.
Elessãoprimariamentereflexosprotetivosdestinados
aproduzirfechamentopalpebralemovimentodaca-
. FIGURA 10-8
Testandoosreflexospupilaresà luzcomumafonteluminosafocal.Esse
testeérealizadoemumquartoescuro.
beçarápidosafimdeprevenirlesões.Osdetalhesdes-
sesreflexossãoresumidosnaTabela10-1.
TESTES PARA A VISÃO. Fazercomqueocavalo
percorraumtrajetocomobstáculoscomqueelenão
estejafamiliarizadoétambémútilparadetectardéfi-
citsdevisão.Cadaolhopodesertestadoseparadamente,
vendando-seooutroolho.Osolhospodemservenda-
dosprendendo-se,comfitaadesiva,ummaterialopa-
co sobreasórbitasou usandoumatoalhaoupano
presoaobuçal(verFigura4-4,Capítulo4). O teste
podeserefetu:;doreduzindo-sealuzparatestaraadap-
taçãoao escuro.Naturalmente,deve-setercuidado
paraevitaracidentes,selecionando-seobstáculoseve-
locidadeapropriadose mantendoo controlesobreo
cavalocomumcabresto(corda-guia)longo.
EXAME EM QUARTO ESCURO
Umexamecompletodoolhoeanexoséconduzido
melhornumquartoescurocomo cavaloadequada-
mentecontido.3.4Amaioriadosestábulossãoadequa-
dosparaessepropósito.Aindaassim,quandoissonão
for possível,um lençoldetecidoquenão transmite
luz podesercolocadosobrea cabeçadocavaloedo
examinador(Figura10-11).Esseprocedimentoéacei-
topelamaioriadoscavalos,comotambémo sãoos
váriosprocedimentosdeexame.
Osegmentoanteriorégeralmenteexaminadocom
umafontedeluzfocal,focadaounão-focada.Como
estálocalizadomaisprofundamenteno olhoe atrás
docristalino,o segmentoposterioré melhorexami-
nadoporoftalmoscopiadireta(oftalmoscópiodireto),
oftalmoscopiaindireta(oftalmoscópiomonocularou
binocularindiretoou lentesdióptricas+20seguradas
manualmente,maisluzfocal)oucomluzfocal.
Exame com Luz Focal
Oexamecomluzfocaléométodomaisfácil,mais
freqüentementeusadoemaisimportanteparaexami-
naro olhoemclínicamédicaveterinária(Figura10-
12).Otermoluzfocal refere-seaumaluzqueutiliza
umalentecondensadoraparafocarofeixeluminoso
que,emvirtudedeseufoco,écapazdepenetrarmais
profundamenteno olhodo queum feixeluminoso
não-focado.Óculoscomlentesdeaumentosãoúteis,
poisdeixamaoutramãolivreparacontrolaro cava-
lo.
A Córnea
O exameé melhorrealizadocomumaluz focal
direcionadaparaa córnea,dediferentesângulos.A
córneanormalé transparente,esuasuperfícieé lisa,
EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 255
Estímulo
Diminuiçãodaluz
Estímulo
Aumentodaluz
Nervoópticoesquerdo Nervoópticodireito
Córtexvisualesquerdo
Regiãopré-tectalesquerda
/ \.
Estimulaçãobilateraldo núcleo
parassimpáticodosnervos
oculomotores
!
Estimulaçãobilateraldosmúsculos
dosesfíncterespupilaresatravés
dosgãngliosciliares
! !
Colículosrostraisdireitos
/ \.
Estimulaçãobilateraldos
colículosrostraise tratos
tectoespinhais
~ ~
Transmissãocaudalpara
T1-3comestimulaçãodos
neurôniospré-gangliônicos
~~
Transmissãorostralnotronco
vagossimpáticoparaosgânglios.. . .
cervlcalscranlals
~ i
Estimulaçãodasfibras
pós-gangliônicase ativaçãodos
músculosdilatadoresdapupila
~ ~
Constrição pupilar bilateral
Dilataçãopupilarbilateral
t FIGURA 10-9
Viasneurológicasenvolvidasnosreflexospupilaresà luz.Asviasenvolvi-
dasnasrespostasconstritorasaoaumentodeluzearespostadilatadora
emrespostaàdiminuiçãodaluzsãodemonstradas.
brilhantee unifonnementecurvada.Deveserexami-
nadacomcuidadoparadetectara presençadeúlce-
ras,feridas,corposestranhos,infecçõesfocais,defeitos
evascularizaçãosuperficialeprofunda.Abordapáli-
daperiféricaadjacenteaolimboénonnalerepresen-
tao localdasinserçõesdoligamentopectinado.
A íris
A íris é nonnalmenteescura,masé,na maioria
dasvezes,maisclaraemcavalosdepelagemclara.A
íriséavaliadaàprocuradealteraçõesnacor,posição,
fonna,textura,presençadecistos,aderênciasecorpo-
256 VICTOR C. SPEIRS
t FIGURA 10-10
Reflexodeameaça.O olhoé ameaçadocomosdedos,tomando-seo
cuidadodeevitarcontatoouproduçãodequaisquercorrentesdear.
ra nigra.Essasúltimassãogeralmenteestruturasar-
redondadasfixadasàírisquevariamgrandementede
tamanhoe númeroe ocorremocasionalmentelivres
nacâmaraanterior.Apupiladeveseravaliadaquanto
aoseutamanho.
o Cristalino(Lente)
Oexamecompletodocristalinorequerqueapupi-
lasejadilatada(midríase),necessitandoousodeuma
t TABELA 10-1
RESUMODAS RESPOSTASOCULARESPALPEBRAIS------------------
Reflexo
t FIGURA 10-11
Usandoumtecidoopacoparapermitiroexamedoolhonoescuro.
drogamidriáticadeaçãocurta,comotropicamidaa
1%.Atropinanãodeveserusadaporqueaduraçãode
suaaçãoémuitolonga.O cristalinodeveserexami-
nadolevando-seemconsideraçãocataratas,linhasde
Requisitos para um
Exame em Quarto Escuro
. Quartoescurooulençolpara acabeça
. Aumento(lentesmanuaisdióptricas16-20IX 5-
6],óculoscomlentesdeaumentoIp. ex.,Neitz,
X 4])
. Fontede luzfocal(caneta-Iuminosa*,transilumi-
nadorFinoff,iluminadorHeineAccumat)
. Oftalmoscópiodireto
. Oftalmoscópioindireto
. Drogamidriáticadeaçãocurta(tropicamidaa
1%)
"N.deT.Noori?).nal,penlight,umapequenalanternacomtamanhoe
ronDasemelhantesaumacaneta-tinteiro.
Palpebral Ameaça Corneal
Estímulo Tocara pálpebra Ameaçar Tocaracórnea
Aferente Nervooftálmico Nervoóptico Nervooftálmico
(pálpebrainferior)
Nervomaxilar
(pálpebrainferior)
Eferente Nervofacia! Nervofacial Nervofacial
Efetores Músculosda Músculosda Músculosda
pálpebra pálpebra pálpebra
Efeito Piscpr Piscar Piscar
EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 257
t FIGURA 10-12
Examecomluzfocalcomauxniodeóculoscomlentesdeaumento.
suturase posição.Ocristalinonormalétransparente
e difícil deenxergar.
OFfALMOSCOPIA INDIRETA. A oftalmoscopia
indiretapodeserrealizadacomuminstrumentomo-
nocularoubinocularousimplesmenteseusandouma
lentedeusomanualeumafontedeluzfocal.5Alente
deusomanuale a luz focalnãoenvolvemequipa-
mentoscarose sãodispositivosextremamenteúteise
apropriadosparaa maioriadosexames.Emborao
instrumentobinocularindiretotenhaasvantagensda
visãoesteroscópica,deumcampomaiordevisão,de
umamelhorvisãodasregiõesperiféricasdofundoe
deumamelhorpercepçãodeprofundidade,temas
desvantagensdesercaroenecessitardemaisprática.
Tantoo instrumentomonocular(queé segurado
comamão)quantoo instrumentobinocular(queé
seguradocomamãooumontadonacabeçadoexa-
minador)têmumafontedeluzembutida(Figura10-
13).O instrumentoésimplesmenteapontadoparao
olho.Paraoftalmoscopiaindiretamonocularcomluz
focale lentesseguradasmanualmente,a fontedeluz
émantidaadjacenteaoolhodoexaminadoredirigi-
daparaapupiladeumadistânciadecercade60cm
atéqueareflexãonotapetumsejavista.Alente,man-
tidanaoutramão,nadistânciadoalcancedobraço,é
entãocolocadanalinhadevisãoemovimentada,apro-
ximando-seeafastando-sedoolho,demaneiraafor-
necerumaimagembemdefinida,masinvertidado
tapetum(Figura10-14).
Oftalmoscopia Direta
A oftalmoscopiadiretarequero oftalmoscópiodi-
retoe éparticularmenteindicadaparaexaminaros
detalhesfinosdodiscoóptico.s,6,7Oinstrumentodeve
terumasériedelentes(parafacilitaro examedevá-
riasregiõesdoolho),umagrandeaberturaparapupi-
lasdilatadas,umaaberturadefixaçãoparapermitira
mensuraçãodelesões,umaaberturalivredeverme-
lho (verde)paramelhoraravisualizaçãodasartérias
(empreto)eveias(emazul)eumaaberturaemfen-
daparamelhoraradetecçãodevariaçõesnocontorno
dasuperfíciedaretinae o examedosegmentoante-
rior (Figura1O-15A).4Examesrotineirospodemser
realizadosnoolhonão-dilatado,mas,paraexamede-
talhadoeparaexamedoscamposperiféricos,éneces-
sáriaproduçãodemidríase.
Comaoftalmoscopiadireta,inicialmenteoseletor
delentesestáemzero,eo instrumentoémantidover-
ticalmentecontraasobrancelhaeapontedonarizdo
examinador(oucontraosóculosdoexaminador,se
foro caso)ecercade40a 50cmdoolhodopaciente
(Figura1O-15B).O examinadorpodeusaro mesmo
olhoparaexaminarqualquerdosolhosdopaciente
ouusaroolhoesquerdoparaexaminaroolhoesquer-
dodopacienteevice-versa.Acabeçadocavaloéapoia-
dapelamãolivredoexaminador,colocadademanei-
raquea pálpebrasuperiorsejacontroladapelodedo
indicador,e apálpebrainferior,pelopolegar.O feixe
deluzédirigidoparao olhoeobtém-seumareflexão
no tapetumqueseráusadacomoumfundoparaa
observaçãodeoutrasestruturas.Asopacidadesentreo
tapetumeoobservador(i.e.,acómea,acâmaraan-
terior,ocristalinoeo corpovítreo)bloqueiamarefle-
xãodotapetumeaparecemcomopontosescuros.Suas
localizaçõespodemserdeterminadasobservando-se
comoaposiçãodalesãosealteracomamudançano
ângulodevisãoà medidaqueosolhosdocavaloou
doexaminadormovimentam-se:opacidadescraniais
aoeixoópticoderotação(cápsulaposteriordocrista-
lino)parecemmover-senamesmadireçãoqueoolho
docavaloevice-versa.Oopostoaplica-separaomovi-
o' I
..I.
t FIGURA 10-13
OftalmoscopiaindiretabinocularcomumoftalmoscópioMentorindire-
to.
258 VICTOR C. SPEIRS
A
B
. FIGURA 10-14
Oftalmoscopiamonocularindireta.A. Oftalmoscopiamonocularindiretacomumalentedeusomanuale
umafontedeluzfocal.B.Demonstraçãodoprincípiodereflexãodaluzdotapetum.
. FIGURA 10-15
Oftalmoscopiadireta.A. Oftalmoscopiadiretacomacessórios.B.Oftalmoscopiadireta.A mãolivreécolocadasobreacabeçadocavaloparasuporte
eproteção.Oolhoesquerdodoclinicoéusadoparaexaminaro olhoesquerdodocavalo. ...
EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 259
AJUSTES OFfALMOSCÓPICOS
PARA O OLHO EQÜINO NORMAL
Estrutura.Córnea.íris.Cristalino(cápsulaanterior).Cristalino(cápsulaposterior).Corpovítreo.Fundoe discoóptico
Dioptria
+15a +20
+12a+15
+12a+15
+8a +12
+2a +8
+2a -2
mentodoolhodoexaminador.Nessadistância,estru-
turasmaisprofundasqueo cristalinonãosãogeral-
mentevisíveis.À medidaque o instrumentose
aproximadoolho,asestruturasmaisprofundastor-
nam-sevisíveis:o cristalinoa cercade30cme,por
fim,o fundo(inicialmentea cercade15cme,final-
mente,deformaclara,aumadistânciadealgunspou-
coscentímetros).A resoluçãoda imagemdofundo
podesermelhoradavariando-seosajustesdedioptria
entre-2 e + 2,emboraosajustesexatospossamva-
riarcoma acuidadevisualdoexaminador.Ofundoe
odiscosãoentãoexaminados,observando-seosajus-
tesdaslentes.Oajustenormaldodiscoestádentrode
1dioptriadoajustedofundo.Umajustemaisnegati-
vododiscoindicadepressão(p.ex.,glaucoma,atro-
fia),eumajustemaispositivoindicaelevação(p.ex.,
neoplasia).Pelousodeajustesdelentesmaispositi-
vos,ocorpovítreo,ocristalino,acâmaraanteriorea
cómeapodemsercuidadosamenteexaminadoscom
o instrumentomantidoa poucaspolegadas(1" =
2,54cm)doolho.
O corpovítreotambémé transparente,maspode
conterfibrilas,corpúsculosflutuantese,emneonatos,
remanescentesdaartériahialóideadjacenteàcápsula
posteriordalente.
O fundodeolhoeqüinoémostradonaFigura10-
16.Écaracterizadodorsalmentepelotapetumbrilhan-
tee reflexivo,eventralmente,pelaregiãosemtape-
tum,marromenão-reflexiva,pelodiscoópticoepe-
losvasossangüíneos.Odiscoópticolocaliza-senare-
giãosemtapetumventral(inferior)e lateralmente
(temporal)aoeixocentral.É redondoemanimaisjo-
vensetoma-semaisovalcomaidade.Contémuma
zonaperiféricapálida,umazonaintermediáriarósea
eumazonacentralamarelada.Aproximadamente50
a 70pequenosvasossangüíneoslocalizam-seradial-
menteaoredordaperiferiadodiscoeestendem-sena
superfíciedaretinaporumadistânciadecercadeum
diâmetrodedisco.Osvasoscoróides,quesãomaises-
curasemais largos,sãoespecialmentevisíveisquan-
dootapetumé subdesenvolvido.Emboraotapetum
sejageralmenteamareloouverde,suacorvariacon-
sideravelmentecomacordapelagem,bemcomoden-
trodeummesmotapetum,eentreotapetumdoolho
direitoedoesquerdo.Contémváriospontosazuis,mar-
ronsouvermelhos,conhecidoscomo"estrelasdeWins-
low" quesãovasosdo coróidevistosem secção
transversal.Achadosanormaisincluemdistúrbiosdo
desenvolvimentocongênitos(colobomas)daretinae
docoróide,hemorragias,descolamento,cicatrizese
despigmentaçãodaretinaeatrofiadodiscoópticocom
perdadevasosedacor.
COLETA DE AMOSTRAS
PARA IDENTIFICAÇÃO
DE MICRORGANISMOS
E EXAME CITOLÓGICO
Omaterialpodeserobtidoporswab,raspagemou
esfregaçoporimpressã08Amostrasparaculturabac-
terianae fúngica devemserobtidasantesquequais-
quersubstânciastenhamsidoaplicadastopicamente.
. FIGURA10-16
Fotografiadofundodeolhoeqüino.Observea regiãodorsal
(comtapetum)ea regiãoventral(desprovidadetapetum)que
contémo discoópticoeseusvasosperiféricosassociados.(Cor-
tesiadeR.810gg.)
260 VICTOR C. SPEIRS
Swab Ocular
oswabocularpodeserfeitosemanestesia,por-
tantoforneceumaamostraadequadaparaculturade
microrganismos.
Procedimento
o procedimentoéfacilitadoporanestesiadonervo
auriculopalpebralparaproduziraquinesiadapálpe-
brasuperior(verAnestesiaparaExameOcular).Um
swabcomercialparaculturaéumedecidocommeio
detransporteousoluçãosalinaestérileentãoaplica-
doouesfregadonaregiãodeinteresse(Figura10-17).
Emcertasocasiões,é tambémindicadogiraroswab
paramelhorara coletadematerial,particularmente
emúlceras,ondea rotaçãoelevaosbordossolapados
da lesão,expondomicrorganismosquepodemter-se
protegidodalavagemlacrimaledosagentestópicos.
Asamostrassãofreqüentementecolhidasdaconjunti-
vanofórniceventral,adjacenteaocantonasal.Deve-
setercuidadoparaassegurarqueapenasa regiãode
interessesejaamostrada,evitandocontaminaçãoda
amostra.Asamostrasdevemsercolhidasdocentroe
daperiferiada lesão.A amostrapodeserinoculada
diretamenteemplacascomágar-sanguee ágar-Sa-
bouraud,casoessasplacasestejamdisponíveis.
Raspagem
A raspagemé geralmenterealizadaparacoletar
materialadequadoparaexamemicroscópico.Como
requeranestesia,deveserfeitaapósasamostraspara
culturae antibiogramateremsidocolhidas.Casose
useanestesiageral,issonãoseaplica,poisnãohaverá
necessidadedeanestesiatópica.
PROCEDIMENTO. Oprocedimentoérealizadosob
anestesiatópicae,senecessário,aquinesiadapálpe-
brasuperior(anestesiadonervoauriculopalpebral).
Umcachimboousedaçãopesadapodemsernecessá-
riosemcavalosirascíveis.É umprocedimentosim-
ples,masrequercontençãoadequadaparaassegurar
quelesãoocularadicionalnãosejaproduzidaporum
movimentosúbitodacabeçadocavalo.Ofórnicecon-
juntivalventral(oua lesãoespecífica)éraspadocom
Materiais para
Swab Ocular
t Culturettecomercial(BectonOickinsoneCo.,
Cockeysville,MD)
t Meiodetransporteousalinaestéril
. FIGURA 10-17
Aplicaçãodeswabnosacoconjuntivalcomswabcompontadealgodão
(cotonete)
o instrumentoselecionado,eomaterialassimcolhido
é esparramadonaslâminas,a fim deserpreparado
paracoloraçãoeexame(Figura10-18).
Esfregaço por Impressão
Osesfregaçosporimpressãonãosãofeitosrotinei-
ramente,massãoindicadosparaumaidentificação
rápidademicoseouneoplasia.
PROCEDIMENTO. É feitoumesfregaçoaplican-
do-seumalâminadevidroparamicroscopiadireta-
mentena regiãodeinteressequepodesera córnea,
conjuntivaouumtumor(Figura10-19).Quandole-
lVIêtteriaisparaR,aspagem
Ocular
t lâminasdevidroparamicroscopia
t Instrumentopararasparotecidodoolho
(espátulaKimuraparaíris,extremidadecegade
umalâminadebisturi)
t Soluçãoanestésicatqpica(proparacaírraa0,5%)
t Fixador(sprayouimersão)
t Coloraçãoparacitolagia(GiemsaouGrampara
bactérias,novoazuldernetilenoparafungos)
EXAME ClíNICO DE EQÜINOS 261
~
. FIGURA 10-18
Raspagemda córneaefetuadasobanestesia.
sõesmicóticasprofundasestãopresentesna córnea,
podesernecessáriorasparostecidossuperficiaisede-
tritosantesdefazer-seo esfregaço.
Flora Ocular Normal
Microrganismospodemserencontradosnamaio-
riadosolhosnormais,especialmentebactériasGram-
positivasaeróbicasnão-patogênicas,emborasejam
tambémidentificadosbastonetesGram-negativos,
Neisseriaspp.efungosambientais.Afloraisoladava-
riacomascondiçõesdadoença,estaçãodoanoemeio
ambiente.Asbactériasencontradascomumenteem
olhosnormaisincluemStaphylococcusspp.,Coryne-
bacteriumspp.eBacillusspp.,efungosincluindoes-
péciesdeAspergillus,Penicillium, Alternaria e
Cladosporium.9,1OEmolhosafetadospordoença,são
comunsbactériasGram-negativas,comoPseudomo-
nasspp.eEscherichiaspp.,efungosquetendemaser
oportunistas,estabelecendoinfecçãoemsituaçõesde
traumaouantibioticoterapiaprolongada.ll
Biópsia Conjuntival
Umabiópsiaconjuntivalé indicadaparaidentifi-
caçãodetumorese isolamentodemicrofiláriasde
Onchocercamicrofilaria.12
Materiais para C()leta
de uml;sfregaço
. lâminadevidroparamicroscopia
. FIGURA 10-19
Esfregaçopor impressãocornealusando-seumalãminadevidropara
microscopia.
PROCEDIMENTO. Apósaconjuntivatersidodes-
sensibilizadacomsoluçãoanestésicatópica,pinçasde
Adsonparatecido(ousimilares)sãousadasparaele-
varumpedaçodaconjuntivaqueé entãodestacado
comtesourasdeestrabismo.Senecessário,pode-se
controlarahemorragiacomaplicaçãotópicadefeni-
lefrinaa 10%.Paraexamehistológico,umaamostra
detecidoépregadacomalfinetesaumatiradepape-
lãoefixada.Paraidentificarmicrofilaria,o tecidoé
cortado,incubadoem3rC emsoluçãosalina,eoso-
brenadanteéexaminado.
MED~DA DA PRODUÇÃO
DE LAGRIMAS
É possíveltestaraeficiênciadaproduçãodelágri-
mas(lacrimejamento),medindo-sea quantidadeda
absorçãolacrimalnumatiradepapelabsorvente.Ti-
raslacrimaisdeSchirmersãoencontradascomercial-
mentecomtamanhosde40x 5mm,comumentalhe
a 5mmdaextremidade.Paraacomodarmaiorprodu-
çãodelágrimas,pode-seusarumpapelfiltrocortado
numtamanhomaior.
Materiais para Biópsia
de COIé\;4ntiva
. Pinças(p.ex.,deAdson)
. Tesoura$(p.ex.,deestrabismo)
. SoluçãQanestésicatópica(proparacaínaa 0,5%)
. Fenilefdnaa 10%
262 VICTOR C. SPEIRS
Materiais para Medir a
Produção de Lágrimas
. TirasSchirmerparatestedelágrimas
. PapelfiltroWhatmannQ42(cortadoem
80X7,5mm,comumentalhea5mmdeuma
extremidade)
PROCEDIMENTO. Otesteégeralmentefeitosem
anestesiatópica.Umatiraédobradasobreoentalhe,e
apontaécolocadanapálpebrainferiorentreessaea
cómea,conformeédemonstradona Figura10-20.A
tiraéremovida,geralmenteapós60segundos,eadis-
tânciaqueo líquidoprogrediuaolongodatiraéme-
didaapartirdoentalhe.
Marcaçãopor FluoreseeínadasLesões
deCórnea
Afluoresceínaéhidrossolúvelenãopenetraacór-
neaou conjuntivaintactas.A basedotesteé queos
defeitoscorneaisretêma fluoresceínaaplicadatopi-
camente,apóso restantetersidolavadopelaaçãoda
pálpebraouporlavagemcomsalina.Issoaumentaa
. FIGURA 10-20
Medindoa produçãodelágrimascomumpapelabsorvente.
VALORESNORMAIS PARA OS
TESTES DE LÁGRIMAS
. 24,8:!:4,8mm em 60s (tiras de Schirmer)13.12, 72 :!:5,34mm em 60s (papel filtro Whatmo-
re nQ42)14
. 9,4:!:4,25mmem 60s (tiras de Schirmer após
anestesiatópicae secagemdo sacoconjuntival
compapelabsorvente)14
possibilidadedeidentificarlesõescorneais.O testeé
simplesderealizareéumapartevitaldoexameocu-
lar.!
PROCEDIMENTO. O testeérealizadoumedecen-
doatiracomumasoluçãodelavagemocularousali-
na e aplicando-aaoolho.Tirasdepapelsecasnão
devemserusadas,e mesmotirasumedecidaspodem
serirritantesedolorosas.Paraevitardoretraumatis-
mo,asoluçãodelavagempodesermisturadaàfluo-
resceínae apósborrifadano olhocomumaseringa.
Issopodeserfeitocolocando-seumpoucodesolução
eumatiradefluoresceínanumfrasco(beaker),aspi-
randoo líquidotingidoporfluoresceínanumaserin-gaeborrifando-onoolho.
AvalíaçãodaDesobstrução
do DuetoLaerímal
Osistemanasolacrimalpermitequeo líquidopas-
sedoolhoparaacavidadenasal.Emcadalado,osis-
temaconsisteemdoispontos,cadaumabrindo-separa
umcanalículoqueseunemparaformarumsacola-
crimalquecontinuacomoduetonasolacrimal,entran-
do na cavidadenasalporum pontolocalizadona
junçãomucocutânea.A existênciadospontoséfacil-
menteverificadapeloexamedaspálpebrase dapas-
sagemnasal.!s
TESTE DE DESOBSTRUÇÃO PELA PASSAGEM
DE LÍQUIDO. A desobstruçãodosistemapodeser
Materiais para Marcação
da Córnea com
Fluoresceína
. Tirasdepapelimpregnadascomfluoresceína
. Soluçãodelavagemocularousalina
EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 263
t FIGURA 10-21
Pontonasaldo ducto lacrimal.
verificadacolocando-sefluoresceínanoolho,confor-
medescritoantes,eesperando-sepeloseuaparecimen-
tonasnarinasapós5 a 15minutosouporpassagem
forçada(sobpressão)delíquido.Asdesvantagensdo
métodocomafluoresceínasãootemponecessáriopara
queo coranteapareçaeo fatodequeapassagemdo
corantepodeserprejudicadapelomuco.O método
maiscomumé introduzir-seumjatodelíquidopelo
pontonasale,menosfreqüentemente,pelopontola-
crimal.O pontonasallocaliza-seventralmente,logo
na entradadanarina,na junçãomucocutânea,ge-
ralmentenaporçãocutâneapigmentada(Figura10-
21).A aberturaé geralmentefácildeacharporqueo
revestimentonão-pigmentadododuetocontrastacom
osarredorespigmentados.A cateterizaçãopodetam-
bémserfeitapelaextremidadeproximal,masissoé
maisdifícile idealmentefeitosobanestesiageral.O
pontoinferioré geralmentemaiore,portanto,mais
fácildecateterizar.
PROCEDIMENTO. Parainseriro cateter,a cabe-
çadocavaloécontida,e a narinaémantidaaberta.
Quandoo orifíciododuetofor localizado,o cateter
.
.
.
poderáserfacilmenteinseridoporalgunspoucoscen-
tímetros,masfreqüentementeénecessáriaassistência
extraparaquesepossapassaro cateteradiantepelo
dueto.É importantelembrarqueo duetocurva-seao
redordaparedelateraldaspassagensnasais,e essa
curvatura,àsvezes,prejudicaa passagemdocateter.
Demodoalgumdeve-seforçarapassagemdocateter,
porqueo duetoserompefacilmente.Paraassegurar
queo catetersiganodueto,umdedopodesercoloca-
dosobreocateterparamantê-Iocontraaparedenasal
lateraleassimorientá-Ioaoredordacurvatura.Após
tersidofeitaa introduçãodocateter,ésimplesmente
umaquestãodeinjetarlíquidosobpressãoparaava-
liar a desobstruçãoductal.A súbitasaídadelíquido
pelopontoproximalassustaa maioriadoscavalos;
portanto,a passagemdelíquidodeveserfeitacuida-
dosamenteecomacontençãoadequada.
Parapassaro jatodelíquidodesdeaextremidade
proximal,um cateterou cânulalacrimalé inserido
pelopontolacrimal,oqueéumatarefarelativamente
difícilnocavaloemestação(Figura10-22).Porsero
pontoinferiormaior,émaisfácildecateterizar.
DACROCISTORRINOGRAFIA. O sistemapode
tambémserdemonstradoradiograficamenteinjetan-
do-sematerialdecontrastepelasaberturasproximal
oudistal(Figura10-23).16A abordagemdistalémais
fácil(conformefoidescritoantes,emreferênciaaomé-
tododepassagemdelíquidosobpressão),emboraessa
abordagempossanãoidentificaralgumaextremida-
deductalcegaqueàsvezesocorre.Oprocedimentoé
idênticoaodescritoparao métododepassagemdelí-
quidosobpressão.Emborao agentedecontrasteideal
sejao sulfatodebárioa 60%,(Hypaque),osagentes
usadosparaestudosdecontrasteintravenoso(diatri-
zoatodemegluminaou renografinasódica)sãopre-
feridos.
t FIGURA 10-22
(anulaçãodo pontolacrimalinferiorcomumcateterurináriodefelino
macho.
264 VICTOR C. SPEIRS
t FIGURA 10-23
Ductonasolacrimalcontendocontrastepositivo.O ductoestádilatadoem conseqüênciade atresiadistal.
EXAMES ESPECIAIS
Tonometria Intra-Ocular
Apressãointra-ocularéfreqüentementemedidaem
pessoase,menosfreqüentemente,empequenosani-
mais.Nãoé,noentanto,umapráticacomumemclí-
nicamédicadecavalos,provavelmentedevidoàbaixa
incidênciadeglaucomanessaespécie.Atonometria
diretaenvolvea mensuraçãodiretadapressãointra-
ocularcomum manômetroou transdutor,masisso
nãoéclinicamentepraticável.Atonometriaindireta
envolveamensuraçãodatensãointra-ocular,medin-
do-seatensãonacórnea.Apalpaçãodigital(tonome-
triadigital)temutilidade,éfacilmenterealizável,mas
é imprecisa,especialmentequandosenecessitade
monitoramentoregular.A tonometriadigitalé reali-
zadacolocando-seo dedoindicadornapálpebrasu-
perioreaplicando-sepressãosuavedemodoadeprimir
o globoocular(Figura10-24).Issopodetambémser
feitocolocando-seodedodiretamentesobreacórnea,
o querequeranestesiatópica.Umavariaçãoóbviana
pressãointra-ocularéfacilmentedetectadapelatono-
metriadigital.
A tonometriaindiretaémaisprecisaemedeafor-
ça necessáriaparaindentar(tonômetrodeSchiotz)
ou achatar(tonômetrodeaplanamento,aplanôme-
tro)umpequenosegmentodacórnea.O tonômetro
deSchiotznãoé bemadequadoparao cavalo,e o
métododeaplanamento(aplanômetro)é recomen-
dado.
PROCEDIMENTO. Ocavalodevesersedado,ade-
quadamentecontido,e a córneadeveseranestesiada
comumasoluçãoanestésicatópica.Umbloqueiodo
nervoauriculopalpebralpodetambémserfeitoa fim
de,senecessário,paralisara pálpebrasuperiorsem
afetarapressãointra-ocular.17Anestesiageralcomxi-
lazina-quetaminatambémérelatadacomonãoapre-
sentandoefeitonapressãointra-ocular.18Asmensura-
t FIGURA 10-24
Tonometria digital. Estima-se a pressão intra-ocular empurrando o dedo
indicador contra o globo.
EXAME ClÍNICO DE EQÜINOS 265
Materiais para Tonometria
Indireta
. Soluçãoanestésicatópica
. Tonômetrodeaplanamento(Ton-O-Penou
MacKay-Marg)
çõessãofeitasaplicando-seapontadasondaemân-
gulosretoscoma córneae registrandoosresultados
(Figura10-25).O Ton-O-Penéprovavelmenteo ins-
trumentomaisapropriadoparao uso,porqueéfácil
demanusearetambémporqueotonômetroMacKay-
Marg nãoestámaisdisponível.Osresultadoscomo
tonômetroTon-O-Pensãodadoscomoumamédiade
leiturasdigitais,eosresultadosdooutroinstrumento
sãoproduzidoscomosaídagráficacalibrada.Ambos
osinstrumentossubestimamlevementeapressão.
Emboraa pressãopossaflutuarrapidamenteaté
lOmmHgemcavalosexcitados,geralmentenãosão
observadasdiferençassignificativasentreosolhoses-
querdoedireito.
Eletrorreti n09 rafia
Aeletrorretinografiaregistraarespostadaretinaà
luz.É umamedidadaintegridadedaparteexternada
retinaedacamadadeepitéliopigmentado,masnãoé
umtestedevisão.É consideradamaiscomoumame-
didadarespostageraldaretinacomoumtododoque
umatécnicadediagnósticodelesõesfocais.Naesfera
clínica,é útil paraa avaliaçãodafunçãodaretina
(quandoa opacidadeno cristalinooucórneaimpe-
demosmétodosusuaisdeexame),detraumae de
certasdoençashereditáriasdaretinacomocegueira
noturna(cegueiranoturnaestacionáriacongênita)em
cavalosAppaloosa.
PROCEDIMENTO. Aeletrorretinografiaérealiza-
dasobanestesiageral.19A colocaçãodoseletrodosé
t FIGURA 10-25
UmaplanômetroTon-O-Pen,usadoparamedira pressãointra-ocular.
VALORES NORMAIS PARA A
PRESSÃO INTRA-OCULAR
.Cavalos(conscientes)]?
23,5:t 6,1mmHg (MacKay-Marg)
23,3 :t 6,9mmHg (Ton-O-Pen).Pôneis (anestesiadoscom xilazina-quetamina)18
23,5:t4,SmmHg(MacKay-Marg)
variável,masa localizaçãodoeletrododereferência
nocantomedianodoolhoedoeletrodoterranapon-
tadaorelhaipsolateraléaceitável.Oeletrodoativoé
umalentedecontatoouumpaviodeágarembebido
emsoluçãosalina.
Aretinaéestimuladaporluzcomintensidade,com-
primentodeondaeduraçãodoflash variáveis.A res-
postaédetectadaporeletrodos,amplificadae,então,
demonstradanumosciloscópiooupapelderegistro.O
eletrorretinogramanormalé demonstradonaFigura
10-26e consisteemondasA, B e,algumasvezes,de
ondasC.Asduasprimeirassãorápidas,e aterceiraé
lenta.
Biomicroscopia
A lâmpadaemfenda,oubiomicroscópio,permite
queestruturastransparentesdoolhosejamexamina-
dasnumasecçãoóptica.É indicadaparaavaliaras
estruturasmaisprofundas,comoovítreocranial,efor-
neceumaboailuminaçãoe magnificação(aumen-
tO).20Asprincipaislimitaçõessãooscustosearestrição
àvisão.Modelosdemesa,oufixos,sãodepoucovalor
paracavalos,paraosquaisuminstrumentoportátil
deusomanualénecessário.Umexemploéomodelo
portátilmanualdeKowa(Figura10-27).Osprinci-
paiscomponentessãoiluminaçãoesistemasdeobser-
vaçãopormicroscópiobinocular.
Materiais para
Eletrorretinografia
eletrorretinografia(eletrodosativo,
deregistro,
fotoestimuladore filtros,
osciloscópio,geradorde
266 VICTOR C. SPEIRS
Picode
amplitude
de ondab~
b
I
I
I
I
I
I
- - f a I
I I
I I
I I
I I
I
latência IY
latência
de onda ~ : I de ondab~:
f '
Pico de ---------
amplitude
de ondaa
Estímulo
t FIGURA 10-26
Eletrorretinograma.Diagramadarespostadaretinaà luz.
t FIGURA 10-27
Biomicroscopiacomlâmpadaemfendausandoumbiomicroscópioma-
nualcomlâmpadaemfendaKowa.
Angiografia com Fluoresceína
Apropriedadedafluoresceínaemfluorescercom
emissãomáximaem520a530nmapósailuminação
porluzcomcomprimentodeondaentre485e500nm
permiteoestudodecertosaspectosdavasculaturaocu-
lar.Essesaspectosincluempulsaçãodosvasosdareti-
na e do coróide,permeabilidadeda vasculatura
associadaà inflamação,neovascularizaçãoe distúr-
biospigmentários.20O procedimentoenvolveinjeção
intravenosadefluoresceínaseguidadefotografiasse-
riadaspor20a 30minutos,comcercade30exposi-
c
çõesnosprimeiros30segundos,permitindoqueacir-
culaçãosejamonitoradae divididaemdiferentesfa-
ses,comosesegue:
. Fase coróidea: vasos do coróide preenchidos. Fase arteriolar: arteríolas da retina preenchidas. Fase AV: arteríolas e vênulas preenchidas. Fase venosa: esvaziamento de arteríolas e vênulas,
preenchimento de veias. Fase tardia: coloração (marcação pela fluoresceína)
de certos tecidos (p. ex., cabeça do nervo óptico)
Gonioscopia
Agonioscopiaéoexamedoângulodefiltração(iri-
docorneal)erequera aplicaçãodeumalentedecon-
tato(lentedegonioscopiaou goniolente)nacórnea,
pararefrataraimagemdoângulo,permitindoqueele
sejaobservadodiretamente.21O instrumentoé usado
paradeterminarseo ânguloestáaberto,fechadoou
obstruídoeparaverificarapresençadeneoplasia,cor-
posestranhose exsudatoinflamatório.Tempouca
aplicaçãoemcavalosdevidoà baixaincidênciade
glaucoma.Sobcircunstânciasnormais,osraiosdeluz
refletidosdoângulodefiltraçãoentramnacórneapela
suasuperfícieposteriore sofremreflexãointernato-
tal.Issoécontrabalançadocoma colocaçãodeuma
lentesobreasuperfícieexternadacórnea,permitindo
assimqueosraiosdoângulodefiltraçãosejamvistos
diretamenteatravésdalente.
EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 267
PROCEDIMENTO. O procedimentousualmente
requeranestesiageral,embora,emanimaisdóceis,a
sedaçãoeanestesiatópicasejamsuficientes.Algumas
poucasgotasdelágrimasartificiais(ousoluçãosali-
nanormal)sãocolocadasnaconcavidadedagonio-
lente,que,então,é gentilmentecolocadasobrea
córnea.AousaraslentesBarkanquepossuemtuboe
seringaacoplados,maislíquidoéinjetadoapósa len-
tetersidocolocada,paraassegurararemoçãodasbo-
lhasdear.O ânguloiridocornealé examinadocom
iluminaçãoemagnificaçãoextras,conformenecessário.
Ultra-Sonografia do Globo
e da Órbita
A ultra-sonografiadogloboedaórbitapodemau-
xiliar na detecçãodemassasintra-oculares,corpos
estranhos,lesõesretrobulbares,naavaliaçãodotama-
nhodogloboocular,nadetecçãodedescolamentode
retinaportrásdeumacatarataenaavaliaçãodainte-
gridadeósseadaórbita.Oultra-sompodeseraplicado
atravésdacórneaouatravésdaspálpebras,dependen-
dodequalregiãoseráexaminada.
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r-r o Sistema
Alimentar
COMPONENTES
o sistemaalimentarestende-sedacavidadeoralaté
o ânuseincluiosdentes,asglândulassalivares,alín-
gua,o esôfago,o estômagoeosintestinos(delgadoe
grosso).
MANIFESTAÇÕES DE DOENÇA
o sistemaalimentaré responsávelpelaingestão,
processamentoeabsorçãodealimentoeáguaeexcre-
çãodosprodutosnão-aproveitados.Asmanifestações
dedoençasãorelacionadasa distúrbiosnessasfun-
çõeseincluem:
.Distúrbionaapreensão.A incapacidadedepegaro
alimentoe colocá-Io dentrodaboca(apreender)é
associadaa condiçõescomomáoclusãodosdentes
incisivose paralisiada línguaou mandíbula.. Salivação excessiva. O excesso de saliva pode ser
associadoaoexcessonaproduçãoou à incapacida-
dededeglutircausadapordor(corposestranhos)
ou obstrução(corpoestranhonoesôfago).. Vômito. Cavalosnão apresentamvômito em jato,
maso conteúdogástricofluirádabocae narinas
quandoo estômagoestivermuitodistendido..Distúrbionadeglutição.O maufuncionamentona
deglutiçãopoderesultardeobstruçãofísica(p.ex.,
corposestranhosfaríngeosou esofágicos,divertícu-
10esofágico)oudistúrbiosnervosos(p.ex.,micose
dasbolsasguturaiscomlesãononervoglossofarín-
geo).Ossinaisincluemesforçosexageradospara
deglutire saídadealimento,águae salivapelas
narinas.
.Anomalias damastigação.A mastigaçãopodeser
alteradaou impedidapordorcausadaporestomati-
tesoudoençasdentárias..Distensãoabdominal. O abdômentorna-sedistendi-
doquandoháumaacumulaçãodegás
(timpanismo)ou ingesta(obstrução)nosintestinos.. Má condição corpórea. Eficiênciareduzidanadigestãoe absorçãoresultaememagrecimento..Alteraçãonoaspectodasfezes.O aspectodasfezes
podeseralteradoporváriosfatorescomoinfecção,
alteraçãonafloraintestinal(alteraçãodietética),
presençadematerialestranho(p.ex.,areia),má
digestãoe absorção(síndromesdemáabsorção),
excitação,parasitismoe trânsitoprolongado.. Dor. A dor é causadapor distensãoe obstrução,e
sinaisdedorsãocomunsnasenfermidades
intestinaisdeeqüinos.A doré manifestadapor
patearo chão,rolarpelochão,deitare levantar
repetidamentee assumirposiçôesdedecúbito
insólitas..Halitose.Doençasdacavidadeoral,especialmente
doençasenvolvendoosdentesproduzemumcheiro
pútrido.
EXAME FíSICO GERAL
Estado de Nutrição
o estadogeraldenutriçãoé avaliadoporexame
visual.Doençaintestinalcrônicaresultainvariavel-
menteemperdadecondiçãocaracterizadaporperda
degordurasubcutâneaemassamuscular,resultando
emestruturasósseasquesetornamprogressivamente
maisvisíveis(Figura11-1)1
270 VICTOR C. SPEIRS
o Muitomau
CLASSIFICAÇÃODOSESTADOSDENUTRiÇÃO
3 Bom
m
Garupamuitoencovada
Depressão(cavidade)profundasoba cauda
Peletensasobreos ossos
Espinhaçoe pelvemuitoproeminentes
Pescoçodecervopronunciado*
1 Pobre
<:ií .
\í~~
Garupaarredondada
Costelasapenascobertas,masfacilmentepalpáveis
Semcrista,pescoçofirme
4 Gordo
Garupaencovada
Depressão(cavidade)soba cauda
Costelasfacilmentevisíveis
Espinhaçoe garupaproeminentes
Pescoçodecervo(delgadoefrouxo)
2 Moderado
r
~
1',
Ij ~\ ,I
, ~
Garupabemarredondada
Sulcoao longodo dorso
Costelase pelvedifíceisde palpar
Levecrista
5 Muitogordo
ríJ~~~
Garupaplananosdoisladosdo espinhaço
Costelasapenasvisíveis
Pescoçodelgado,masfirme
Espinhaçobemcoberto
Garupabastanteproeminente
Sulcoprofundoao longodo dorso
Costelasnão-palpáveis
Cristaacentuada
Dobraseacúmuloslocalizadosde gordura
. FIGURA 11-1
Classificaçãodosestadosdenutrição.(Fonte:HuntingtonPJ: ConditionScoringandWeightEstimationof Horses.Ag Note2816-85.Melbourne,
Departmentof NaturalResourcesandEnvironment,1985.Reproduzidacompermissão.)
'N. deT. No original,ewe-neck,pescoçodeovelha.Diz-sedaconformaçãodopescoçodeum cavalo(ou outroanimal) queé fino, encovadoe baixoà
frentedosombros.
EXAME ClÍNICO DE EQÜINOS 271
Apreensão. Mastigação e
Deglutição
Essasfunçõessãoavaliadaspermitindo-seaoca-
valobebere pastar.Seo alimentofor administrado
comamão,aapreensãonãopodeseradequadamente
avaliada.A capacidadedepastardochãorequerau-
sênciadelesõesdolorosoasqueimpeçamaextensãoe
abaixamentodacabeçaepescoçoeaberturaefecha-
mentodaboca.Osdentesincisivosdevemsercapazes
deprendero pasto,o queficadifícilseelesestiverem
malalinhadosemdecorrênciadaidade,dedoençaou
detraumatismo.
Osdentesmolaressãousadosparamoeracomida
e,juntamentecomalíngua,participamemsuamis-
turacoma saliva(mastigação).Acoordenaçãoentre
a línguaeamandíbulaénecessáriaparamoveroali-
mentoemdireçãoaoesôfagoempreparaçãoparaa
deglutição.Osproblemasquecomprometemamasti-
gaçãoincluemdorna língua(laceração),dordentá-
ria (fratura, abscessoperiapical),malformação
dentária,dentessupranumerários,crescimentoexces-
sivodosdentes,ausênciadedentesebordosafiadosda
superfícieoclusalemconseqüênciadedesgasteanor-
mal.Quandoocorrequalquerdessascondições,o ca-
valofreqüentementecessademastigaredeixacairda
bocaumaporçãodealimentoparcialmentemastiga-
do,um processovulgarmentechamadode"mascar
fumo".*
Oalimentomastigadoeventualmentepassaparaa
orofaringedeondepassaparao esôfago.O boloali-
mentarévisívelquandodescepeloesôfago,no lado
esquerdodopescoço,naregiãodosulcodajugular.O
atodadeglutiçãorequerconsiderávelcoordenaçãoe
podeserinterrompidodevidoa lesõesobstrutivasou
dolorosasoudéficitsneurológicos(p.ex.,micosedas
bolsasguturais).
Os Dentes e a Cavidade Oral
Exame dos Dentes e da Cavidade Oral sem
Auxilio de Aparelhos
Osdentesincisivossãoexaminadosprimeiro.Para
isso,posicione-seaoladodocavalo,colocandoamão
esquerdasobamandíbulaeusandoopolegareodedo
indicadordamãodireitaparasepararoslábioseco-
locarosincisivosàmostra(Figura11-2).Osincisivos
devemserverificados,observando-seespecialmentese
ocluemdeformanormale apresentam-secomnú-
meroeorientaçãononnais.Osdentesmolaresrostrais
podemserexaminadossuperficialmenteforçandoo
'N. deT.Noorginalquidding,quesignificao atodemascaralguma
coisa- quid- principalmentetabaco,semengolire,freqüentemente,
cuspindoforaapartemascada.Poranalogia,o termoéaplicadoaessa
condiçãonocavalo.
. FIGURA 11-2
Exame dosdentesincisivos.
cavaloa abrira boca.Emboraum examecompleto
dosdentesmolaresnecessitedousodeumabre-boca,
umexameepalpaçãosuperficiaissãopossíveis.Oexa-
mevisualéconseguidoforçando-seocavaloaabrira
boca.Issoé feitocolocando-seo polegarno espaço
interdentárioe pressionando-ocontrao palatoduro
(Figura11-3).Outramaneiradefazerumcavaloabrir
a bocaésegurarsualíngua,puxando-agentilmente
paraforaeparaumlado,tomandocuidadoparaevi-
tartraçãoexcessivaquepossarompero frênulo(Fi-
gura11-4).Parapalparosmolaresnasarcadasdentais
esquerdas(semusarum abre-boca),o clínicodeve
posicionar-seno ladoesquerdodocavalo,seguraro
buçalcomamãodireitaeintroduziramãoesquerda
na bocaatravésdoespaçointerdentário(Figura11-
5).Osdedosdevemsermantidosjuntos,eamãodeve
estaremconcha,comodemonstrado.Àmedidaquea
. FIGURA 11-3
Método para estimularo cavaloa abrira bocacolocandoo polegarpelo
espaçointerdentalecontraopalatoduro.
272 VICTOR C. SPEIRS
. FIGURA 11-4
Retraçãodalínguaparapermitiroexamedosdentesmolares.
. FIGURA 11-5
Palpaçãodalínguasemusodeabre-boca.Nestafotografia,a mãoes-
querdaestásendousadaparapalparasarcadassuperiore inferior,no
ladoesquerdo.
mãoemconchaéforçadapelaboca,odorsodamão
forçaa línguaentreasarcadasopostas(direitas),im-
pedindoqueo cavalofecheabocaemachuqueo clí-
nico.Asarcadasesquerdassão,então,examinadascom
osdedos.É importantequeamãopermaneçaemcon-
cha,docontrárioo cavalopoderáfecharaboca.Para
examinarasarcadasdireitas,o clínicoposiciona-se
no ladodireitodocavaloeusaa mãodireitadema-
neiraidêntica.Esseprocedimentoé potencialmente
perigosoe deveserfeitoapenasquandoo cavalofor
dócileestiverbemcontido.
ExamedosDentese da CavidadeOralcom
Auxilio deAbre-Boca
Umexamecompletoesegurodosdentesrequerum
abre-boca(Figura11-6).Osabre-bocasdemonstra-
dos(deHausmanneSwale)sãodoisdentreváriosem
uso.Oabre-bocadeSwaleéfácildeaplicar,masapre-
sentaumatendênciadefraturarosdentesdevidoà
pequenaáreadecontatoentreosdenteseo abre-boca.
O abre-bocadeHausmann,preferidopeloautor,abre
abocaatravésdepressãoaplicadasobretodososinci-
sivos,dessemododistribuindoo peso.O abre-bocade
Hausmanné aplicadocolocando-sea tira atrásdas
orelhas,à medidaquea tiravaisendoapertada,as
placasdentáriassãoforçadasentreosincisivos(Figu-
ra11-7).Amaioriadoscavalostoleraoprocedimento
eabreprontamenteaboca.Umavezqueo abre-boca
estejanolugar,comasplacascontraassuperfíciesla-
biaisdosdentesincisivos,asalçaslaterais(segurado-
res)sãoafastadas,abrindoassimaboca.Umexame
visualepalpaçãodabocaedosdentespodeentãoser
efetuadocombastantefacilidade.Umacaneta-lanter-
naajudanoexamedasregiõescaudais.Osdentessão
examinadosparafraturas,deformidades,máoclusão
ebordosafiados.
IA
. FIGURA 11-6
Aberturadabocapormeiosmecânicos.A.Abre-bocadeHausmann.B.Abre-bocade5wale.
~- - --~
EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 273
. FIGURA 11-7
Abre-boca de Hausmann.A. Colocandoo abridorde bocacoma tiraportrásdasorelhasdo cavaloe asplacasdentáriasentreosdentes.B. Aberturada
boca pela separação forçada dos braços do abre-boca.
As Glândulas Salivares
Doençasdasglândulassalivareseseusduetosnão
sãocomunsemcavalos.Há trêsparesdeglândulas
principaisbemdefinidas- parótidas,mandibulares
(submaxilares)e sublinguais- e váriasglândulas
menoresemenosdefinidas- bucais,labiais,linguais
epalatinas.Asdoençasdasglândulassalivareseseus
duetossãorevisadasemoutrapublicação.2
A maiore clinicamentemaisimportantedessas
glândulasé a parótida.Localiza-secaudalemedial-menteaoramodamandíbulaeestende-sedorsalmente
atéa basedaorelha.A glândulasecretaum líquido
primariamenteserosoqueétransportadoparaacavi-
dadeoralatravésdoduetoparotídeo(deStenson).O
duetoatravessaoaspectoventromedialdamandíbula
juntoà artériaeveiafaciais,antesdepassardorsal-
menteparaentrarnacavidadeoralpelapapilaparo-
tídea,emfrenteao terceiroe quartopré-molares
superiores.Alesãomaiscomumdessaglândulaéuma
fístulasalivarcausadapelalaceraçãododueto.Esse
duetoéafetadodevidoàsualocalizaçãoexpostaatrau-
mas.Essafístulaégeralmenteóbviaquandoocavalo
estásealimentando,poisasalivaesguichapelodueto
transectado.Cálculossalivares(sialólitos),compostos
principalmentedecarbonatodecálcio,tambémocor-
remecausamdistensãododueto,proximalmenteao
localdeobstrução.Atresiaeheterotopiadoduetoocor-
remraramente.
A glândulasalivarmandibularlocaliza-semedial-
menteà glândulaparótida.Seuduetopassarostral-
menteno ladomedialdamandíbulaparaentrarna
cavidadeoralna carúnculasublingual,situadaven-
tralmenteà línguae imediatamenterostrolateralao
frênulodalíngua.Aglândulasalivarsublingualloca-
liza-seentrealínguaeoaspectomedialdamandíbu-
B
Ia,estendendo-sedosincisivosparaaregiãodosden-
tesmolaresinferiores.Hámuitospequenosduetosque
seabremseparadamentenapregasublingual.A rup-
turadeumaglândulaouduetoproduzumaumento
devolumepreenchidoporlíquidodenominadosialo-
ceieoumucocelesalivar.Rânulaéotermodadoauma
tumefaçãosemelhante,localizadano assoalhoda
boca,causadapeladilataçãodeumduetodeglându-
la salivar.
Outrascondiçõesqueafetamasglândulassaliva-
resincluemneoplasia(maisfreqüentementemelano-
ma),ptialismocausadopor irritaçãoe toxicosepor
eslaframina(pelaingestãodeRhizoctonialegumini-
cola).
Avisualizaçãoradiográficadaglândulaparótidae
seuduetoépossíve1.3Contrastehidrossolúvelpodeser
injetadonaglândulaatravésdecateterizaçãododue-
to,pelasuaaberturana bocaou porumaabertura
produzidanoduetoporumaferidaouproduzidapor
incisãocirúrgica.Emvistadosproblemasdacicatri-
zaçãodosduetos,recomenda-seo primeirométodo.
Umvolumede35mfdemeiodecontraste(O,O8mf/
kgdepesocorpóreo)induzumaboadefiniçãododueto
e algumenchimentoglandular.3A definiçãoglandu-
larpodesermelhoradaaumentandoovolumedecon-
traste.Involuçãoglandularpodeocorrerquandoseusa
Renografin-76comomaterialdecontraste.3
Distensão Abdominal
Oabdômenpodeserdistendidoporgás,ingestaou
líquido.Adistensãoéfacilmentevista,masacausada
distensãoprecisaseravaliadaporoutrosmeios.Apre-
sençadegásédeduzidapelosomtimpânicoproduzi-
dopelapercussãocomosdedos.O gásgeralmente
ocorreno interiordointestino,maspodeocorrerlivre
274 VICTOR C. SPEIRS
noabdômen(p.ex.,rupturaintestinal,casosocasio-
naisdeperitonite).Ogáspodetambémseridentifica-
doporpunçãopercutâneacomagulha,atravésdafossa
paralombardireitaouesquerda.Emboraapunçãocom
agulhanãoseiageralmentenecessáriacomoummeio
dediagnóstico,émuitasvezesrealizadaparaaliviara
pressãointra-abdominala fimdefacilitara respira-
çãooupermitirquesejamrealizadosoutrosexames
(p.ex.,palpaçãoretal).Quandoháumgrandevolu-
medeingesta(p.ex.,impactaçãointestinal)oulíqui-
do(p.ex.,rupturadebexiga),apercussãoproduzum
somabafado.O líquidotambémpodeserintralumi-
naloulivrenoabdômen.Olíquidopodeserdetectado
empurrando-seopunhocontraaparedeabdominale
escutandosonsdelíquidoapósopulsoserrapidamente
retirado(balotamento).Empotros,a detecçãodolí-
quidopodeserfeitasacudindooabdômen(sucussão).
Líquidolivretambémédetectadoporpercussãotáctil,
naqualapercussãoérealizadadeumladodoabdô-
mencomosdedosdeumamãoenquantoapalmada
outramãoé mantidacontrao ladoopostodoabdô-
menparadetectaratransmissãodasondasdelíquido
resultantesdapercussão.O líquidointraluminalnão
é facilmentedetectávelpelapercussãotáctil.Proble-
masnosistemagastrintestinalsãoa causausualde
distensãoabdominal;noentanto,umfetomuitogran-
de,tumoresovarianosehidropsiafetalsãooutrascau-
saspossíveis.
Auscultação Abdominal
A auscultaçãoabdominaléumaparteimportante
doexameclínico,especialmenteemcavaloscomsi-
naisdedorabdominal.Emboraexistaumconsenso
geraldequeosachadosauscultatóriostêmimportân-
ciaprognósticanoscasosdecólica,hápoucosdados
correlacionandoossonsouvidosdurantea ausculta-
çãocomaspartesespecíficasdosistemagastrintesti-
nal.Umestetoscópioéusadoparaauscultaroslados
esquerdoedireitoeo aspectoventraldoabdômen.Os
órgãoslocalizadosabaixodasparedesabdominaises-
querdaedireitasãomostradosnaFigura11-8.É cos-
tumeiniciar-sea auscultaçãona fossaparalombar
direitae esquerdaeentãoprogredirventralmente.É
aconselhávelescutarporaproximadamenteum mi-
nutoemcadalocal,noentanto,emmuitoscasos,será
necessáriomuitomaistempoparaouvireinterpretar
o queestáocorrendo.A auscultaçãoporaté5 ou 10
minutospodesernecessáriaparaavaliarapropriada-
menteossonsabdominais,demodoespecialosquese
originamnocecoenocólonmaior.Sonsassociadosà
propulsãocecalecolônicasãoinfreqüentes,altos,bem
definidos,queaumentame diminuem,4ocorrema
cadapoucosminutosedurampor10a 20segundos.
Emgeral,sonsdointestinodelgadotendematerum
carátermaislíquidoesermaisagudosqueossonsdo
intestinogrosso.Nafossaparalombar,ossonsagudos
egorgolejantescomoáguacorrendoporumcanosão,
certaouerradamente,comfreqüência,descritoscomo
seoriginandodaregiãoileocecal.Sonsnaregiãopa-
ralombaresquerdasãoconsideradoscomooriginários
do intestinodelgado.Devidoà ausênciadepadrões
apropriadosedaincapacidadeparaidentificarpreci-
samenteafontedeumsom,osclínicostendemarela-
tar ossonscomoausentes,reduzidos,normaisou
aumentados.Foidemonstradoqueclínicosexperien-
tessãorelativamenteconsistentesna interpretação
quandoconsideradoo mesmoobservador,mashá
menosconsistênciaentreobservadores.5
Nasenterites,nasobstruçõesparciaisdointestinoe
apóso animalalimentar-seoubeberágua,observa-se
um aumentodeatividade.Ossonsdelíquidoestão
grandementeaumentadosnasenterites.Perdadeati-
vidade(íleo)resultaemausênciadossonsnormaise
aparecimentodesonstilintantes,provocadosporbo-
lhasdegásaosubirparaa superfíciedo líquido.Os
sonstilintantessãomaisfreqüentementeouvidos
quandoasbolhasdegássobemparaa superfíciee
emergemnacapadegásdoceco.Apresençadeareia
nointestinogrossopodesermuitasvezesdetectadapelo
rangidocausadopelomovimentodaareiaao longo
doperistaltismo.A auscultaçãopodesercombinada
comapercussãoparadefinirmaisprecisamenteapre-
sençadegásnumórgão,particularmentenoceco.
Passagem da Sonda Nasogástrica
A passagemdasondanasogástricaé umprocedi-
mentoimportantecomoqualtodososclínicosdevem
estarfamiliarizados.Algumasindicaçõesparaessepro-
cedimentoincluem:descompressãodoestômago,diag-
nósticodedesobstruçãoesofágica,diagnósticodefun-
çãointestinale administraçãodemedicamentos.A
capacidadeemrealizara sondagemcorretamenteé
importante,poisé muitofácilpassaracidentalmente
o tubopelatraquéia.
PROCEDIMENTO. Umasondade1,3cm(9/16")é
adequadaparapotrosmaisvelhose parao usoroti-
neironamaioriadosadultos.Umcomprimentode2,5
a3,5méadequado.Quandoénecessáriopassarvárias
vezesasonda,umasondamenor(maisdelgada)pode
serusadaparaminimizaro traumaaostecidosdas
passagensnasais.Quandoa sondaestásendousada
paradescomprimiro estômago,é aconselhávelusar
umasondadediâmetromaiorparareduzirapossibi-
lidadedequeoconteúdogástricobloqueieaabertura
naextremidadedasonda.Parao iniciante,éindicado
colocarduasmarcasnotubo,umaqueseráonívelna
porçãoexternadasnarinasparaquandoasondaesti-
verquaseentrandonoesôfago,eaoutraparaquando
a sondaestiverquaseentrandonoestômago.Aextre-
EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 275
A
Basedoceco
~
Baço
Estômago Jejuno
Fígado
Flexura
pélvica
Cólon
dorsal
esquerdo
Cólon
ventral
esquerdo
. FIGURA11-8
Localizaçãodasestruturasintestinais.A. LadodireitoB.LadoEsquerdo.

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