Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
252 VICTOR C. SPEIRS nervolacrimal,umaagulha,calibre25,%", éinse- ridamedialmenteao cantolateral,imediatamente abaixodobordodorsaldaórbita,e2 a 3medasolu- çãosãoinjetados.Onervozigomáticoé anestesiado inserindo-seumaagulha,calibre25,5/8",abaixoda pálpebrainferior,2cmmedialmenteaocantolateral. A agulhaédirecionadamedialmente,imediatamente napartededentrodobordodaórbita,e2mi'desolu- çãoanestésicasãoinjetados.Onervoinfratroclearé anestesiadoinserindo-seumaagulha,calibre25,%", na peledapálpebrasuperior,imediatamentelateral aocantomediale injetando-se2mi'desoluçãoadja- centeaosulconobordosuperiordaórbita. t FIGURA 10-5 Algunsexemplosdecondiçõesoculares.A.Blefarospasmo.Aspálpebrases- tãofechadasemconseqüênciadehipersensibilidadeà luz.B.Prolapsodairis. A irisprolapsadaévistacomoumamassaescuracircunscritaemergindopor umdefeitonocentrodacórnea.C.Perfuraçãodacórneacomdrenagemde exsudatoe humoraquoso.D.Glaucomacrõnicocomabscessoestromalse- cundário.Observeogloboaumentadodevolume,aextensaneovasculariza- çãosuperficialeoabscessoestromallocalizadoadjacenteaocantolateral.E. Carcinomadecélulasescamosasdamembrananictitante.Observea massa naregiãodocantomediaIenvolvendoamembrananictitanteeaconjuntiva dapálpebrainferior. A EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 253 EXAME EXTERNO GERAL A primeirapartedoexamedeveserconduzidaao arlivreounumlocalbemiluminado,ondeumbom examevisualpossaserrealizado. Exame Visual Aprimeirapartedoexamevisualédestinadaaava- liarosolhoseasregiõesadjacentesparasimetria,fun- çãodaspálpebras,corrimentosanormais,sinaisde traumaetumefações.Emboraissosejaumaatividade predominantementevisual,a palpaçãoé também muitoimportanteparaavaliara integridadedaborda orbitalósseaedoarcozigomático,a fossasupra-orbi- taleatensãointra-ocular.Sinaisdedorocular(p.ex., fotofobia,blefarospasmo),conjuntivite(p.ex.,exsu- datoe edema),protrusão(exoftalmia), aumentode volume(buftalmia)oucolapso(enoftalmia)doglo- boe lesõescomeaisóbvias,comoedemaelaceração, devemserprocuradas,eotamanhodapupiladeveser examinado.Issoévirtualmentefeitosemcontenção, mas,emmuitoscavalos,especialmentenaquelescom dorocular,umexamemaisextensonecessitarádeal- gumaformadecontençãoousedação,conformedes- crito.Algunsdistúrbiosocularessãomostradosna FiguraIO-5. Palpação A bordaorbitalpodeserpalpadaàprocuradeevi- dênciasdefraturaoucorposestranhos.Oexamepode serfacilitadoinserindo-seumdedoenluvadoelubri- ficadoentreo globoe a bordaorbital.A membrana nictitante(MN) nãoé normalmentevisível,a menos . FIGURA10-6 Prolapsomanualdamembrananictitante.O primeirodedoéusadopara deprimiro globoocular,fazendoassimcomqueamembrananictitante estenda-se("prolapse")porsobrea córnea,ondepodeserexaminada. . FIGURA 10-7 Examedasuperfíciebulbardamembrananictitante.Apósaaplicaçãode soluçãoanestésicatópica,usa-seumapinçadelicadaparalevantaramem- branadogloboocular,permitindoassimo examedesuasuperfícieinter- na. quesuafunçãosejaperturbadaporcondiçõescomo tétanoou secontiverumalesão.Ela podetornar-se visível("prolapsada")peladepressãodoglobocomo dedopelapálpebrasuperior.Esseprocesso,embora aparentementesimples,requerprática(Figura10-6). Umavezqueatécnicatenhasidodominada,provoca- rápoucoounenhumressentimentoporpartedoca- valo,e a MNtorna-sefacilmentevisível.A superfície bulbardaMNpodeserexaminadasegurando-acom pinçashemostáticas(necessitadeanestesia)e levan- tando-adasuperfíciedoglobo(FiguraIO-7).Aspál- pebrasdevemsercuidadosamenteexaminadaspara verificaçãodecontinuidade,cíliosextras(distiquíase ouectópico),edemaecorposestranhos. Reflexos Oculares ReflexosPupilaresà Luz (Diretoe Indireto) Osreflexospupilaresàluz (RPLs)sãotestadoscom umaluzfocal(FiguraIO-8)esãomelhorexecutados comopartedeum exameem quartoescuro(ver adiante).A luz é dirigidaparacadaolhoseparada- mente.ORPLdiretoestápresentequandoapupilaip- solateralcontrai-seemrespostaàluz,eoRPLindireto (consensual)estápresentequandoa constriçãoocor- renooutroolho(contralateral).Asviasneurológicas envolvidasnesseimportantereflexosãomostradasna FiguraIO-9.Resumidamente,o estímulodeluz au- mentadaédetectadopelaretinaetransmitidoatravés donervoópticoparaaáreapré-tectalcontralateraldo mesencéfalo,ondeocorreestimulaçãobilateraldos núcleosparassimpáticosdosnervosoculomotorescom subseqüenteestimulaçãoecontraçãodosmúsculosdos 254 VICTOR C. SPEIRS esfíncterespupilaresda íris emambosos01hos.2As viasenvolvidasna dilataçãopupilarcomoresultado deintensidadeluminosadecrescentesãotambémde- monstradas. Reflexos Oculares Palpebrais REFLEXO DE AMEAÇA. Essetesteéfeitoamea- çandoo olhocoma mãoou comum dedo(Figura 10-10).Deve-setercuidadoparaassegurarque,ao fazê-lo,nãosejamgeradascorrentesdeare queas pálpebrasoucíliosnãosejamtocadas,poisissopro- duziráumaaçãoemrespostaaumestímulotáctil,ao invésdeumarespostaaumestímulovisual. REFLEXOS CORNEAIS E PALPEBRAIS. Esses testessãorealizadostocando-sedelicadamentea cór- neaouaspálpebrasinferioresuperiorrespectivamen- te.A respostaé a mesmaemcadacaso,emboravias levementediferentessejamtestadas. É importantecompreenderqueessesreflexosnão indicamnecessariamentequeo cavalopossuavisão. Elessãoprimariamentereflexosprotetivosdestinados aproduzirfechamentopalpebralemovimentodaca- . FIGURA 10-8 Testandoosreflexospupilaresà luzcomumafonteluminosafocal.Esse testeérealizadoemumquartoescuro. beçarápidosafimdeprevenirlesões.Osdetalhesdes- sesreflexossãoresumidosnaTabela10-1. TESTES PARA A VISÃO. Fazercomqueocavalo percorraumtrajetocomobstáculoscomqueelenão estejafamiliarizadoétambémútilparadetectardéfi- citsdevisão.Cadaolhopodesertestadoseparadamente, vendando-seooutroolho.Osolhospodemservenda- dosprendendo-se,comfitaadesiva,ummaterialopa- co sobreasórbitasou usandoumatoalhaoupano presoaobuçal(verFigura4-4,Capítulo4). O teste podeserefetu:;doreduzindo-sealuzparatestaraadap- taçãoao escuro.Naturalmente,deve-setercuidado paraevitaracidentes,selecionando-seobstáculoseve- locidadeapropriadose mantendoo controlesobreo cavalocomumcabresto(corda-guia)longo. EXAME EM QUARTO ESCURO Umexamecompletodoolhoeanexoséconduzido melhornumquartoescurocomo cavaloadequada- mentecontido.3.4Amaioriadosestábulossãoadequa- dosparaessepropósito.Aindaassim,quandoissonão for possível,um lençoldetecidoquenão transmite luz podesercolocadosobrea cabeçadocavaloedo examinador(Figura10-11).Esseprocedimentoéacei- topelamaioriadoscavalos,comotambémo sãoos váriosprocedimentosdeexame. Osegmentoanteriorégeralmenteexaminadocom umafontedeluzfocal,focadaounão-focada.Como estálocalizadomaisprofundamenteno olhoe atrás docristalino,o segmentoposterioré melhorexami- nadoporoftalmoscopiadireta(oftalmoscópiodireto), oftalmoscopiaindireta(oftalmoscópiomonocularou binocularindiretoou lentesdióptricas+20seguradas manualmente,maisluzfocal)oucomluzfocal. Exame com Luz Focal Oexamecomluzfocaléométodomaisfácil,mais freqüentementeusadoemaisimportanteparaexami- naro olhoemclínicamédicaveterinária(Figura10- 12).Otermoluzfocal refere-seaumaluzqueutiliza umalentecondensadoraparafocarofeixeluminoso que,emvirtudedeseufoco,écapazdepenetrarmais profundamenteno olhodo queum feixeluminoso não-focado.Óculoscomlentesdeaumentosãoúteis, poisdeixamaoutramãolivreparacontrolaro cava- lo. A Córnea O exameé melhorrealizadocomumaluz focal direcionadaparaa córnea,dediferentesângulos.A córneanormalé transparente,esuasuperfícieé lisa, EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 255 Estímulo Diminuiçãodaluz Estímulo Aumentodaluz Nervoópticoesquerdo Nervoópticodireito Córtexvisualesquerdo Regiãopré-tectalesquerda / \. Estimulaçãobilateraldo núcleo parassimpáticodosnervos oculomotores ! Estimulaçãobilateraldosmúsculos dosesfíncterespupilaresatravés dosgãngliosciliares ! ! Colículosrostraisdireitos / \. Estimulaçãobilateraldos colículosrostraise tratos tectoespinhais ~ ~ Transmissãocaudalpara T1-3comestimulaçãodos neurôniospré-gangliônicos ~~ Transmissãorostralnotronco vagossimpáticoparaosgânglios.. . . cervlcalscranlals ~ i Estimulaçãodasfibras pós-gangliônicase ativaçãodos músculosdilatadoresdapupila ~ ~ Constrição pupilar bilateral Dilataçãopupilarbilateral t FIGURA 10-9 Viasneurológicasenvolvidasnosreflexospupilaresà luz.Asviasenvolvi- dasnasrespostasconstritorasaoaumentodeluzearespostadilatadora emrespostaàdiminuiçãodaluzsãodemonstradas. brilhantee unifonnementecurvada.Deveserexami- nadacomcuidadoparadetectara presençadeúlce- ras,feridas,corposestranhos,infecçõesfocais,defeitos evascularizaçãosuperficialeprofunda.Abordapáli- daperiféricaadjacenteaolimboénonnalerepresen- tao localdasinserçõesdoligamentopectinado. A íris A íris é nonnalmenteescura,masé,na maioria dasvezes,maisclaraemcavalosdepelagemclara.A íriséavaliadaàprocuradealteraçõesnacor,posição, fonna,textura,presençadecistos,aderênciasecorpo- 256 VICTOR C. SPEIRS t FIGURA 10-10 Reflexodeameaça.O olhoé ameaçadocomosdedos,tomando-seo cuidadodeevitarcontatoouproduçãodequaisquercorrentesdear. ra nigra.Essasúltimassãogeralmenteestruturasar- redondadasfixadasàírisquevariamgrandementede tamanhoe númeroe ocorremocasionalmentelivres nacâmaraanterior.Apupiladeveseravaliadaquanto aoseutamanho. o Cristalino(Lente) Oexamecompletodocristalinorequerqueapupi- lasejadilatada(midríase),necessitandoousodeuma t TABELA 10-1 RESUMODAS RESPOSTASOCULARESPALPEBRAIS------------------ Reflexo t FIGURA 10-11 Usandoumtecidoopacoparapermitiroexamedoolhonoescuro. drogamidriáticadeaçãocurta,comotropicamidaa 1%.Atropinanãodeveserusadaporqueaduraçãode suaaçãoémuitolonga.O cristalinodeveserexami- nadolevando-seemconsideraçãocataratas,linhasde Requisitos para um Exame em Quarto Escuro . Quartoescurooulençolpara acabeça . Aumento(lentesmanuaisdióptricas16-20IX 5- 6],óculoscomlentesdeaumentoIp. ex.,Neitz, X 4]) . Fontede luzfocal(caneta-Iuminosa*,transilumi- nadorFinoff,iluminadorHeineAccumat) . Oftalmoscópiodireto . Oftalmoscópioindireto . Drogamidriáticadeaçãocurta(tropicamidaa 1%) "N.deT.Noori?).nal,penlight,umapequenalanternacomtamanhoe ronDasemelhantesaumacaneta-tinteiro. Palpebral Ameaça Corneal Estímulo Tocara pálpebra Ameaçar Tocaracórnea Aferente Nervooftálmico Nervoóptico Nervooftálmico (pálpebrainferior) Nervomaxilar (pálpebrainferior) Eferente Nervofacia! Nervofacial Nervofacial Efetores Músculosda Músculosda Músculosda pálpebra pálpebra pálpebra Efeito Piscpr Piscar Piscar EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 257 t FIGURA 10-12 Examecomluzfocalcomauxniodeóculoscomlentesdeaumento. suturase posição.Ocristalinonormalétransparente e difícil deenxergar. OFfALMOSCOPIA INDIRETA. A oftalmoscopia indiretapodeserrealizadacomuminstrumentomo- nocularoubinocularousimplesmenteseusandouma lentedeusomanualeumafontedeluzfocal.5Alente deusomanuale a luz focalnãoenvolvemequipa- mentoscarose sãodispositivosextremamenteúteise apropriadosparaa maioriadosexames.Emborao instrumentobinocularindiretotenhaasvantagensda visãoesteroscópica,deumcampomaiordevisão,de umamelhorvisãodasregiõesperiféricasdofundoe deumamelhorpercepçãodeprofundidade,temas desvantagensdesercaroenecessitardemaisprática. Tantoo instrumentomonocular(queé segurado comamão)quantoo instrumentobinocular(queé seguradocomamãooumontadonacabeçadoexa- minador)têmumafontedeluzembutida(Figura10- 13).O instrumentoésimplesmenteapontadoparao olho.Paraoftalmoscopiaindiretamonocularcomluz focale lentesseguradasmanualmente,a fontedeluz émantidaadjacenteaoolhodoexaminadoredirigi- daparaapupiladeumadistânciadecercade60cm atéqueareflexãonotapetumsejavista.Alente,man- tidanaoutramão,nadistânciadoalcancedobraço,é entãocolocadanalinhadevisãoemovimentada,apro- ximando-seeafastando-sedoolho,demaneiraafor- necerumaimagembemdefinida,masinvertidado tapetum(Figura10-14). Oftalmoscopia Direta A oftalmoscopiadiretarequero oftalmoscópiodi- retoe éparticularmenteindicadaparaexaminaros detalhesfinosdodiscoóptico.s,6,7Oinstrumentodeve terumasériedelentes(parafacilitaro examedevá- riasregiõesdoolho),umagrandeaberturaparapupi- lasdilatadas,umaaberturadefixaçãoparapermitira mensuraçãodelesões,umaaberturalivredeverme- lho (verde)paramelhoraravisualizaçãodasartérias (empreto)eveias(emazul)eumaaberturaemfen- daparamelhoraradetecçãodevariaçõesnocontorno dasuperfíciedaretinae o examedosegmentoante- rior (Figura1O-15A).4Examesrotineirospodemser realizadosnoolhonão-dilatado,mas,paraexamede- talhadoeparaexamedoscamposperiféricos,éneces- sáriaproduçãodemidríase. Comaoftalmoscopiadireta,inicialmenteoseletor delentesestáemzero,eo instrumentoémantidover- ticalmentecontraasobrancelhaeapontedonarizdo examinador(oucontraosóculosdoexaminador,se foro caso)ecercade40a 50cmdoolhodopaciente (Figura1O-15B).O examinadorpodeusaro mesmo olhoparaexaminarqualquerdosolhosdopaciente ouusaroolhoesquerdoparaexaminaroolhoesquer- dodopacienteevice-versa.Acabeçadocavaloéapoia- dapelamãolivredoexaminador,colocadademanei- raquea pálpebrasuperiorsejacontroladapelodedo indicador,e apálpebrainferior,pelopolegar.O feixe deluzédirigidoparao olhoeobtém-seumareflexão no tapetumqueseráusadacomoumfundoparaa observaçãodeoutrasestruturas.Asopacidadesentreo tapetumeoobservador(i.e.,acómea,acâmaraan- terior,ocristalinoeo corpovítreo)bloqueiamarefle- xãodotapetumeaparecemcomopontosescuros.Suas localizaçõespodemserdeterminadasobservando-se comoaposiçãodalesãosealteracomamudançano ângulodevisãoà medidaqueosolhosdocavaloou doexaminadormovimentam-se:opacidadescraniais aoeixoópticoderotação(cápsulaposteriordocrista- lino)parecemmover-senamesmadireçãoqueoolho docavaloevice-versa.Oopostoaplica-separaomovi- o' I ..I. t FIGURA 10-13 OftalmoscopiaindiretabinocularcomumoftalmoscópioMentorindire- to. 258 VICTOR C. SPEIRS A B . FIGURA 10-14 Oftalmoscopiamonocularindireta.A. Oftalmoscopiamonocularindiretacomumalentedeusomanuale umafontedeluzfocal.B.Demonstraçãodoprincípiodereflexãodaluzdotapetum. . FIGURA 10-15 Oftalmoscopiadireta.A. Oftalmoscopiadiretacomacessórios.B.Oftalmoscopiadireta.A mãolivreécolocadasobreacabeçadocavaloparasuporte eproteção.Oolhoesquerdodoclinicoéusadoparaexaminaro olhoesquerdodocavalo. ... EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 259 AJUSTES OFfALMOSCÓPICOS PARA O OLHO EQÜINO NORMAL Estrutura.Córnea.íris.Cristalino(cápsulaanterior).Cristalino(cápsulaposterior).Corpovítreo.Fundoe discoóptico Dioptria +15a +20 +12a+15 +12a+15 +8a +12 +2a +8 +2a -2 mentodoolhodoexaminador.Nessadistância,estru- turasmaisprofundasqueo cristalinonãosãogeral- mentevisíveis.À medidaque o instrumentose aproximadoolho,asestruturasmaisprofundastor- nam-sevisíveis:o cristalinoa cercade30cme,por fim,o fundo(inicialmentea cercade15cme,final- mente,deformaclara,aumadistânciadealgunspou- coscentímetros).A resoluçãoda imagemdofundo podesermelhoradavariando-seosajustesdedioptria entre-2 e + 2,emboraosajustesexatospossamva- riarcoma acuidadevisualdoexaminador.Ofundoe odiscosãoentãoexaminados,observando-seosajus- tesdaslentes.Oajustenormaldodiscoestádentrode 1dioptriadoajustedofundo.Umajustemaisnegati- vododiscoindicadepressão(p.ex.,glaucoma,atro- fia),eumajustemaispositivoindicaelevação(p.ex., neoplasia).Pelousodeajustesdelentesmaispositi- vos,ocorpovítreo,ocristalino,acâmaraanteriorea cómeapodemsercuidadosamenteexaminadoscom o instrumentomantidoa poucaspolegadas(1" = 2,54cm)doolho. O corpovítreotambémé transparente,maspode conterfibrilas,corpúsculosflutuantese,emneonatos, remanescentesdaartériahialóideadjacenteàcápsula posteriordalente. O fundodeolhoeqüinoémostradonaFigura10- 16.Écaracterizadodorsalmentepelotapetumbrilhan- tee reflexivo,eventralmente,pelaregiãosemtape- tum,marromenão-reflexiva,pelodiscoópticoepe- losvasossangüíneos.Odiscoópticolocaliza-senare- giãosemtapetumventral(inferior)e lateralmente (temporal)aoeixocentral.É redondoemanimaisjo- vensetoma-semaisovalcomaidade.Contémuma zonaperiféricapálida,umazonaintermediáriarósea eumazonacentralamarelada.Aproximadamente50 a 70pequenosvasossangüíneoslocalizam-seradial- menteaoredordaperiferiadodiscoeestendem-sena superfíciedaretinaporumadistânciadecercadeum diâmetrodedisco.Osvasoscoróides,quesãomaises- curasemais largos,sãoespecialmentevisíveisquan- dootapetumé subdesenvolvido.Emboraotapetum sejageralmenteamareloouverde,suacorvariacon- sideravelmentecomacordapelagem,bemcomoden- trodeummesmotapetum,eentreotapetumdoolho direitoedoesquerdo.Contémváriospontosazuis,mar- ronsouvermelhos,conhecidoscomo"estrelasdeWins- low" quesãovasosdo coróidevistosem secção transversal.Achadosanormaisincluemdistúrbiosdo desenvolvimentocongênitos(colobomas)daretinae docoróide,hemorragias,descolamento,cicatrizese despigmentaçãodaretinaeatrofiadodiscoópticocom perdadevasosedacor. COLETA DE AMOSTRAS PARA IDENTIFICAÇÃO DE MICRORGANISMOS E EXAME CITOLÓGICO Omaterialpodeserobtidoporswab,raspagemou esfregaçoporimpressã08Amostrasparaculturabac- terianae fúngica devemserobtidasantesquequais- quersubstânciastenhamsidoaplicadastopicamente. . FIGURA10-16 Fotografiadofundodeolhoeqüino.Observea regiãodorsal (comtapetum)ea regiãoventral(desprovidadetapetum)que contémo discoópticoeseusvasosperiféricosassociados.(Cor- tesiadeR.810gg.) 260 VICTOR C. SPEIRS Swab Ocular oswabocularpodeserfeitosemanestesia,por- tantoforneceumaamostraadequadaparaculturade microrganismos. Procedimento o procedimentoéfacilitadoporanestesiadonervo auriculopalpebralparaproduziraquinesiadapálpe- brasuperior(verAnestesiaparaExameOcular).Um swabcomercialparaculturaéumedecidocommeio detransporteousoluçãosalinaestérileentãoaplica- doouesfregadonaregiãodeinteresse(Figura10-17). Emcertasocasiões,é tambémindicadogiraroswab paramelhorara coletadematerial,particularmente emúlceras,ondea rotaçãoelevaosbordossolapados da lesão,expondomicrorganismosquepodemter-se protegidodalavagemlacrimaledosagentestópicos. Asamostrassãofreqüentementecolhidasdaconjunti- vanofórniceventral,adjacenteaocantonasal.Deve- setercuidadoparaassegurarqueapenasa regiãode interessesejaamostrada,evitandocontaminaçãoda amostra.Asamostrasdevemsercolhidasdocentroe daperiferiada lesão.A amostrapodeserinoculada diretamenteemplacascomágar-sanguee ágar-Sa- bouraud,casoessasplacasestejamdisponíveis. Raspagem A raspagemé geralmenterealizadaparacoletar materialadequadoparaexamemicroscópico.Como requeranestesia,deveserfeitaapósasamostraspara culturae antibiogramateremsidocolhidas.Casose useanestesiageral,issonãoseaplica,poisnãohaverá necessidadedeanestesiatópica. PROCEDIMENTO. Oprocedimentoérealizadosob anestesiatópicae,senecessário,aquinesiadapálpe- brasuperior(anestesiadonervoauriculopalpebral). Umcachimboousedaçãopesadapodemsernecessá- riosemcavalosirascíveis.É umprocedimentosim- ples,masrequercontençãoadequadaparaassegurar quelesãoocularadicionalnãosejaproduzidaporum movimentosúbitodacabeçadocavalo.Ofórnicecon- juntivalventral(oua lesãoespecífica)éraspadocom Materiais para Swab Ocular t Culturettecomercial(BectonOickinsoneCo., Cockeysville,MD) t Meiodetransporteousalinaestéril . FIGURA 10-17 Aplicaçãodeswabnosacoconjuntivalcomswabcompontadealgodão (cotonete) o instrumentoselecionado,eomaterialassimcolhido é esparramadonaslâminas,a fim deserpreparado paracoloraçãoeexame(Figura10-18). Esfregaço por Impressão Osesfregaçosporimpressãonãosãofeitosrotinei- ramente,massãoindicadosparaumaidentificação rápidademicoseouneoplasia. PROCEDIMENTO. É feitoumesfregaçoaplican- do-seumalâminadevidroparamicroscopiadireta- mentena regiãodeinteressequepodesera córnea, conjuntivaouumtumor(Figura10-19).Quandole- lVIêtteriaisparaR,aspagem Ocular t lâminasdevidroparamicroscopia t Instrumentopararasparotecidodoolho (espátulaKimuraparaíris,extremidadecegade umalâminadebisturi) t Soluçãoanestésicatqpica(proparacaírraa0,5%) t Fixador(sprayouimersão) t Coloraçãoparacitolagia(GiemsaouGrampara bactérias,novoazuldernetilenoparafungos) EXAME ClíNICO DE EQÜINOS 261 ~ . FIGURA 10-18 Raspagemda córneaefetuadasobanestesia. sõesmicóticasprofundasestãopresentesna córnea, podesernecessáriorasparostecidossuperficiaisede- tritosantesdefazer-seo esfregaço. Flora Ocular Normal Microrganismospodemserencontradosnamaio- riadosolhosnormais,especialmentebactériasGram- positivasaeróbicasnão-patogênicas,emborasejam tambémidentificadosbastonetesGram-negativos, Neisseriaspp.efungosambientais.Afloraisoladava- riacomascondiçõesdadoença,estaçãodoanoemeio ambiente.Asbactériasencontradascomumenteem olhosnormaisincluemStaphylococcusspp.,Coryne- bacteriumspp.eBacillusspp.,efungosincluindoes- péciesdeAspergillus,Penicillium, Alternaria e Cladosporium.9,1OEmolhosafetadospordoença,são comunsbactériasGram-negativas,comoPseudomo- nasspp.eEscherichiaspp.,efungosquetendemaser oportunistas,estabelecendoinfecçãoemsituaçõesde traumaouantibioticoterapiaprolongada.ll Biópsia Conjuntival Umabiópsiaconjuntivalé indicadaparaidentifi- caçãodetumorese isolamentodemicrofiláriasde Onchocercamicrofilaria.12 Materiais para C()leta de uml;sfregaço . lâminadevidroparamicroscopia . FIGURA 10-19 Esfregaçopor impressãocornealusando-seumalãminadevidropara microscopia. PROCEDIMENTO. Apósaconjuntivatersidodes- sensibilizadacomsoluçãoanestésicatópica,pinçasde Adsonparatecido(ousimilares)sãousadasparaele- varumpedaçodaconjuntivaqueé entãodestacado comtesourasdeestrabismo.Senecessário,pode-se controlarahemorragiacomaplicaçãotópicadefeni- lefrinaa 10%.Paraexamehistológico,umaamostra detecidoépregadacomalfinetesaumatiradepape- lãoefixada.Paraidentificarmicrofilaria,o tecidoé cortado,incubadoem3rC emsoluçãosalina,eoso- brenadanteéexaminado. MED~DA DA PRODUÇÃO DE LAGRIMAS É possíveltestaraeficiênciadaproduçãodelágri- mas(lacrimejamento),medindo-sea quantidadeda absorçãolacrimalnumatiradepapelabsorvente.Ti- raslacrimaisdeSchirmersãoencontradascomercial- mentecomtamanhosde40x 5mm,comumentalhe a 5mmdaextremidade.Paraacomodarmaiorprodu- çãodelágrimas,pode-seusarumpapelfiltrocortado numtamanhomaior. Materiais para Biópsia de COIé\;4ntiva . Pinças(p.ex.,deAdson) . Tesoura$(p.ex.,deestrabismo) . SoluçãQanestésicatópica(proparacaínaa 0,5%) . Fenilefdnaa 10% 262 VICTOR C. SPEIRS Materiais para Medir a Produção de Lágrimas . TirasSchirmerparatestedelágrimas . PapelfiltroWhatmannQ42(cortadoem 80X7,5mm,comumentalhea5mmdeuma extremidade) PROCEDIMENTO. Otesteégeralmentefeitosem anestesiatópica.Umatiraédobradasobreoentalhe,e apontaécolocadanapálpebrainferiorentreessaea cómea,conformeédemonstradona Figura10-20.A tiraéremovida,geralmenteapós60segundos,eadis- tânciaqueo líquidoprogrediuaolongodatiraéme- didaapartirdoentalhe. Marcaçãopor FluoreseeínadasLesões deCórnea Afluoresceínaéhidrossolúvelenãopenetraacór- neaou conjuntivaintactas.A basedotesteé queos defeitoscorneaisretêma fluoresceínaaplicadatopi- camente,apóso restantetersidolavadopelaaçãoda pálpebraouporlavagemcomsalina.Issoaumentaa . FIGURA 10-20 Medindoa produçãodelágrimascomumpapelabsorvente. VALORESNORMAIS PARA OS TESTES DE LÁGRIMAS . 24,8:!:4,8mm em 60s (tiras de Schirmer)13.12, 72 :!:5,34mm em 60s (papel filtro Whatmo- re nQ42)14 . 9,4:!:4,25mmem 60s (tiras de Schirmer após anestesiatópicae secagemdo sacoconjuntival compapelabsorvente)14 possibilidadedeidentificarlesõescorneais.O testeé simplesderealizareéumapartevitaldoexameocu- lar.! PROCEDIMENTO. O testeérealizadoumedecen- doatiracomumasoluçãodelavagemocularousali- na e aplicando-aaoolho.Tirasdepapelsecasnão devemserusadas,e mesmotirasumedecidaspodem serirritantesedolorosas.Paraevitardoretraumatis- mo,asoluçãodelavagempodesermisturadaàfluo- resceínae apósborrifadano olhocomumaseringa. Issopodeserfeitocolocando-seumpoucodesolução eumatiradefluoresceínanumfrasco(beaker),aspi- randoo líquidotingidoporfluoresceínanumaserin-gaeborrifando-onoolho. AvalíaçãodaDesobstrução do DuetoLaerímal Osistemanasolacrimalpermitequeo líquidopas- sedoolhoparaacavidadenasal.Emcadalado,osis- temaconsisteemdoispontos,cadaumabrindo-separa umcanalículoqueseunemparaformarumsacola- crimalquecontinuacomoduetonasolacrimal,entran- do na cavidadenasalporum pontolocalizadona junçãomucocutânea.A existênciadospontoséfacil- menteverificadapeloexamedaspálpebrase dapas- sagemnasal.!s TESTE DE DESOBSTRUÇÃO PELA PASSAGEM DE LÍQUIDO. A desobstruçãodosistemapodeser Materiais para Marcação da Córnea com Fluoresceína . Tirasdepapelimpregnadascomfluoresceína . Soluçãodelavagemocularousalina EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 263 t FIGURA 10-21 Pontonasaldo ducto lacrimal. verificadacolocando-sefluoresceínanoolho,confor- medescritoantes,eesperando-sepeloseuaparecimen- tonasnarinasapós5 a 15minutosouporpassagem forçada(sobpressão)delíquido.Asdesvantagensdo métodocomafluoresceínasãootemponecessáriopara queo coranteapareçaeo fatodequeapassagemdo corantepodeserprejudicadapelomuco.O método maiscomumé introduzir-seumjatodelíquidopelo pontonasale,menosfreqüentemente,pelopontola- crimal.O pontonasallocaliza-seventralmente,logo na entradadanarina,na junçãomucocutânea,ge- ralmentenaporçãocutâneapigmentada(Figura10- 21).A aberturaé geralmentefácildeacharporqueo revestimentonão-pigmentadododuetocontrastacom osarredorespigmentados.A cateterizaçãopodetam- bémserfeitapelaextremidadeproximal,masissoé maisdifícile idealmentefeitosobanestesiageral.O pontoinferioré geralmentemaiore,portanto,mais fácildecateterizar. PROCEDIMENTO. Parainseriro cateter,a cabe- çadocavaloécontida,e a narinaémantidaaberta. Quandoo orifíciododuetofor localizado,o cateter . . . poderáserfacilmenteinseridoporalgunspoucoscen- tímetros,masfreqüentementeénecessáriaassistência extraparaquesepossapassaro cateteradiantepelo dueto.É importantelembrarqueo duetocurva-seao redordaparedelateraldaspassagensnasais,e essa curvatura,àsvezes,prejudicaa passagemdocateter. Demodoalgumdeve-seforçarapassagemdocateter, porqueo duetoserompefacilmente.Paraassegurar queo catetersiganodueto,umdedopodesercoloca- dosobreocateterparamantê-Iocontraaparedenasal lateraleassimorientá-Ioaoredordacurvatura.Após tersidofeitaa introduçãodocateter,ésimplesmente umaquestãodeinjetarlíquidosobpressãoparaava- liar a desobstruçãoductal.A súbitasaídadelíquido pelopontoproximalassustaa maioriadoscavalos; portanto,a passagemdelíquidodeveserfeitacuida- dosamenteecomacontençãoadequada. Parapassaro jatodelíquidodesdeaextremidade proximal,um cateterou cânulalacrimalé inserido pelopontolacrimal,oqueéumatarefarelativamente difícilnocavaloemestação(Figura10-22).Porsero pontoinferiormaior,émaisfácildecateterizar. DACROCISTORRINOGRAFIA. O sistemapode tambémserdemonstradoradiograficamenteinjetan- do-sematerialdecontrastepelasaberturasproximal oudistal(Figura10-23).16A abordagemdistalémais fácil(conformefoidescritoantes,emreferênciaaomé- tododepassagemdelíquidosobpressão),emboraessa abordagempossanãoidentificaralgumaextremida- deductalcegaqueàsvezesocorre.Oprocedimentoé idênticoaodescritoparao métododepassagemdelí- quidosobpressão.Emborao agentedecontrasteideal sejao sulfatodebárioa 60%,(Hypaque),osagentes usadosparaestudosdecontrasteintravenoso(diatri- zoatodemegluminaou renografinasódica)sãopre- feridos. t FIGURA 10-22 (anulaçãodo pontolacrimalinferiorcomumcateterurináriodefelino macho. 264 VICTOR C. SPEIRS t FIGURA 10-23 Ductonasolacrimalcontendocontrastepositivo.O ductoestádilatadoem conseqüênciade atresiadistal. EXAMES ESPECIAIS Tonometria Intra-Ocular Apressãointra-ocularéfreqüentementemedidaem pessoase,menosfreqüentemente,empequenosani- mais.Nãoé,noentanto,umapráticacomumemclí- nicamédicadecavalos,provavelmentedevidoàbaixa incidênciadeglaucomanessaespécie.Atonometria diretaenvolvea mensuraçãodiretadapressãointra- ocularcomum manômetroou transdutor,masisso nãoéclinicamentepraticável.Atonometriaindireta envolveamensuraçãodatensãointra-ocular,medin- do-seatensãonacórnea.Apalpaçãodigital(tonome- triadigital)temutilidade,éfacilmenterealizável,mas é imprecisa,especialmentequandosenecessitade monitoramentoregular.A tonometriadigitalé reali- zadacolocando-seo dedoindicadornapálpebrasu- perioreaplicando-sepressãosuavedemodoadeprimir o globoocular(Figura10-24).Issopodetambémser feitocolocando-seodedodiretamentesobreacórnea, o querequeranestesiatópica.Umavariaçãoóbviana pressãointra-ocularéfacilmentedetectadapelatono- metriadigital. A tonometriaindiretaémaisprecisaemedeafor- ça necessáriaparaindentar(tonômetrodeSchiotz) ou achatar(tonômetrodeaplanamento,aplanôme- tro)umpequenosegmentodacórnea.O tonômetro deSchiotznãoé bemadequadoparao cavalo,e o métododeaplanamento(aplanômetro)é recomen- dado. PROCEDIMENTO. Ocavalodevesersedado,ade- quadamentecontido,e a córneadeveseranestesiada comumasoluçãoanestésicatópica.Umbloqueiodo nervoauriculopalpebralpodetambémserfeitoa fim de,senecessário,paralisara pálpebrasuperiorsem afetarapressãointra-ocular.17Anestesiageralcomxi- lazina-quetaminatambémérelatadacomonãoapre- sentandoefeitonapressãointra-ocular.18Asmensura- t FIGURA 10-24 Tonometria digital. Estima-se a pressão intra-ocular empurrando o dedo indicador contra o globo. EXAME ClÍNICO DE EQÜINOS 265 Materiais para Tonometria Indireta . Soluçãoanestésicatópica . Tonômetrodeaplanamento(Ton-O-Penou MacKay-Marg) çõessãofeitasaplicando-seapontadasondaemân- gulosretoscoma córneae registrandoosresultados (Figura10-25).O Ton-O-Penéprovavelmenteo ins- trumentomaisapropriadoparao uso,porqueéfácil demanusearetambémporqueotonômetroMacKay- Marg nãoestámaisdisponível.Osresultadoscomo tonômetroTon-O-Pensãodadoscomoumamédiade leiturasdigitais,eosresultadosdooutroinstrumento sãoproduzidoscomosaídagráficacalibrada.Ambos osinstrumentossubestimamlevementeapressão. Emboraa pressãopossaflutuarrapidamenteaté lOmmHgemcavalosexcitados,geralmentenãosão observadasdiferençassignificativasentreosolhoses- querdoedireito. Eletrorreti n09 rafia Aeletrorretinografiaregistraarespostadaretinaà luz.É umamedidadaintegridadedaparteexternada retinaedacamadadeepitéliopigmentado,masnãoé umtestedevisão.É consideradamaiscomoumame- didadarespostageraldaretinacomoumtododoque umatécnicadediagnósticodelesõesfocais.Naesfera clínica,é útil paraa avaliaçãodafunçãodaretina (quandoa opacidadeno cristalinooucórneaimpe- demosmétodosusuaisdeexame),detraumae de certasdoençashereditáriasdaretinacomocegueira noturna(cegueiranoturnaestacionáriacongênita)em cavalosAppaloosa. PROCEDIMENTO. Aeletrorretinografiaérealiza- dasobanestesiageral.19A colocaçãodoseletrodosé t FIGURA 10-25 UmaplanômetroTon-O-Pen,usadoparamedira pressãointra-ocular. VALORES NORMAIS PARA A PRESSÃO INTRA-OCULAR .Cavalos(conscientes)]? 23,5:t 6,1mmHg (MacKay-Marg) 23,3 :t 6,9mmHg (Ton-O-Pen).Pôneis (anestesiadoscom xilazina-quetamina)18 23,5:t4,SmmHg(MacKay-Marg) variável,masa localizaçãodoeletrododereferência nocantomedianodoolhoedoeletrodoterranapon- tadaorelhaipsolateraléaceitável.Oeletrodoativoé umalentedecontatoouumpaviodeágarembebido emsoluçãosalina. Aretinaéestimuladaporluzcomintensidade,com- primentodeondaeduraçãodoflash variáveis.A res- postaédetectadaporeletrodos,amplificadae,então, demonstradanumosciloscópiooupapelderegistro.O eletrorretinogramanormalé demonstradonaFigura 10-26e consisteemondasA, B e,algumasvezes,de ondasC.Asduasprimeirassãorápidas,e aterceiraé lenta. Biomicroscopia A lâmpadaemfenda,oubiomicroscópio,permite queestruturastransparentesdoolhosejamexamina- dasnumasecçãoóptica.É indicadaparaavaliaras estruturasmaisprofundas,comoovítreocranial,efor- neceumaboailuminaçãoe magnificação(aumen- tO).20Asprincipaislimitaçõessãooscustosearestrição àvisão.Modelosdemesa,oufixos,sãodepoucovalor paracavalos,paraosquaisuminstrumentoportátil deusomanualénecessário.Umexemploéomodelo portátilmanualdeKowa(Figura10-27).Osprinci- paiscomponentessãoiluminaçãoesistemasdeobser- vaçãopormicroscópiobinocular. Materiais para Eletrorretinografia eletrorretinografia(eletrodosativo, deregistro, fotoestimuladore filtros, osciloscópio,geradorde 266 VICTOR C. SPEIRS Picode amplitude de ondab~ b I I I I I I - - f a I I I I I I I I I I latência IY latência de onda ~ : I de ondab~: f ' Pico de --------- amplitude de ondaa Estímulo t FIGURA 10-26 Eletrorretinograma.Diagramadarespostadaretinaà luz. t FIGURA 10-27 Biomicroscopiacomlâmpadaemfendausandoumbiomicroscópioma- nualcomlâmpadaemfendaKowa. Angiografia com Fluoresceína Apropriedadedafluoresceínaemfluorescercom emissãomáximaem520a530nmapósailuminação porluzcomcomprimentodeondaentre485e500nm permiteoestudodecertosaspectosdavasculaturaocu- lar.Essesaspectosincluempulsaçãodosvasosdareti- na e do coróide,permeabilidadeda vasculatura associadaà inflamação,neovascularizaçãoe distúr- biospigmentários.20O procedimentoenvolveinjeção intravenosadefluoresceínaseguidadefotografiasse- riadaspor20a 30minutos,comcercade30exposi- c çõesnosprimeiros30segundos,permitindoqueacir- culaçãosejamonitoradae divididaemdiferentesfa- ses,comosesegue: . Fase coróidea: vasos do coróide preenchidos. Fase arteriolar: arteríolas da retina preenchidas. Fase AV: arteríolas e vênulas preenchidas. Fase venosa: esvaziamento de arteríolas e vênulas, preenchimento de veias. Fase tardia: coloração (marcação pela fluoresceína) de certos tecidos (p. ex., cabeça do nervo óptico) Gonioscopia Agonioscopiaéoexamedoângulodefiltração(iri- docorneal)erequera aplicaçãodeumalentedecon- tato(lentedegonioscopiaou goniolente)nacórnea, pararefrataraimagemdoângulo,permitindoqueele sejaobservadodiretamente.21O instrumentoé usado paradeterminarseo ânguloestáaberto,fechadoou obstruídoeparaverificarapresençadeneoplasia,cor- posestranhose exsudatoinflamatório.Tempouca aplicaçãoemcavalosdevidoà baixaincidênciade glaucoma.Sobcircunstânciasnormais,osraiosdeluz refletidosdoângulodefiltraçãoentramnacórneapela suasuperfícieposteriore sofremreflexãointernato- tal.Issoécontrabalançadocoma colocaçãodeuma lentesobreasuperfícieexternadacórnea,permitindo assimqueosraiosdoângulodefiltraçãosejamvistos diretamenteatravésdalente. EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 267 PROCEDIMENTO. O procedimentousualmente requeranestesiageral,embora,emanimaisdóceis,a sedaçãoeanestesiatópicasejamsuficientes.Algumas poucasgotasdelágrimasartificiais(ousoluçãosali- nanormal)sãocolocadasnaconcavidadedagonio- lente,que,então,é gentilmentecolocadasobrea córnea.AousaraslentesBarkanquepossuemtuboe seringaacoplados,maislíquidoéinjetadoapósa len- tetersidocolocada,paraassegurararemoçãodasbo- lhasdear.O ânguloiridocornealé examinadocom iluminaçãoemagnificaçãoextras,conformenecessário. Ultra-Sonografia do Globo e da Órbita A ultra-sonografiadogloboedaórbitapodemau- xiliar na detecçãodemassasintra-oculares,corpos estranhos,lesõesretrobulbares,naavaliaçãodotama- nhodogloboocular,nadetecçãodedescolamentode retinaportrásdeumacatarataenaavaliaçãodainte- gridadeósseadaórbita.Oultra-sompodeseraplicado atravésdacórneaouatravésdaspálpebras,dependen- dodequalregiãoseráexaminada. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. HakansonNE,MeridethRE:Ocularexaminationanddiagnos- tictechniquesin lhehorseparI 1:Examinationof lheadnexa andextraocularstructures.EquinePract 1987;9(5):7. 2. BlytheLL:Neurologicexaminationoflhehorse.VetClinNorth Amer:EquinePract 1987;3:255. 3. HakansonNE,MeridethRE:Ocularexaminationanddiagnos- tictechniquesin lhehorseparI2:Assessmentofvisionandexa- minationofintraocularstructures.EquinePract1987;9(10):6. 4. MillerWW,CrenshawKL: Thebasicsof in-clinicophthalmic examinations.VetMedNov 1988:1154. 5. CrispinSM,MatthewsAG,ParkerJ: TheequinefundosI: Exa- mination,embryology,structureandfunction.EquineVet]Su- pplement10,EquineOphthalmology2, 1990:42. 6. MatthewsAG,CrispinSM,ParkerJ: Theequmefundos11:Nor- mal anatomicalvariantsandcolobomata.EquineVet]Sup- plement10,EquineOphthalmology2, 1990:50. 7. MatthewsAG,CrispinSM,ParkerJ: Theequinefundos111:Pa- thologicalvariants.Equine Vet] Supplement10 Equine Ophthalmology2, 1990:55. 8. BloggJR:TheEyeinVetermaryPractice.ExtraocularDisease. Philadelphia,Saunders,1980,p69. 9. MooreCP,HellerN.MajorsLJ, etai.: Prevalenceofocularmi- cro-organismsin hospitalizedandstabledhorses.Am] VetRes 1988,49:773. 10. WhitleyRD, BurgessEC,MooreCP: Microbialisolatesof lhe normal equineeye.Equine Vet] Supplement2, Equine Ophthalmology,1983:138. 11. MooreCP,FalesWH,WhittingtonP.etai.: Bacterialandfungal isolatesfromequidaewithulcerativekeratitis.]Am VetMed A.I:\'Oc1983;182:600. 12. SlatterD: Conjunctiva./n SlatterDE (ed):TextbookofSmall Animal Surgery,2nded,Philadelphia,Saunders,1985,ch83, p 1183. 13. MartsBS,BryanGM,PrieurDJ:Schirmerteartestmeasurement andIysozymeconcentrationofequinetears.]EquineMedSurg 1977,1:427. 14. WilliamsRD,ManningJP'PeiffferRL:TheSchirmerteartestin lheequine:Normalvaluesandlhecontributionoflheglandof lhenictitatingmembrane.]EquineMedSurg1979;3:117. 15. HarlingDE:Epiphoraandlacrimalsystemdysfunctionin lhe horse.EquinePract 1988;10(5):27. 16. LatimerCA,WymanM, DiesemCD,etai.: Radiographicand grossanatomyof lhenasolacrimalductof lhehorse.Am] Vet Res1984;45:451. 17. MillerPE,PickettJP,MajorsLJ:Evaluationof twoapplanation tonometersin horses.Am]VetRes1990;51:935. 18. SmithPJ, GumGG,WhitleyRD:Tonometricandtonographic studiesin lhenormalpOlireye.EquineVet]Supplement/ O, EquineOphthalmology2, 1990:36. 19. WoutersL, deMoorA,MoensY:Rodandconecomponentsin lheelectroretinogramoflhehorse.Zentralblattfür Veterint'ir- med 1980;27A:330. 20. Gelatt,KN:Ophthalmicexaminationanddiagnosticprocedu- res./n GelattKN (ed),Veterinaryophthalmology,2nded.Phi- ladelphia,Lea& Febiger,1991,ch4,P 224. 21. BloggJR:TheEyein VeterinaryPractice.ExtraocularDisease. Philadelphia,WBSaundersCompany.1980,p 70. LEITURAS ADICIONAIS BarnettKC:A ColarAtlasof VeterinaryOphthalmology.London, WolfPublishing,1990. BloggJR: TheEyein VeterinaryPractice.EyeExaminationof lhe performanceHorse.Malvern,Australia,ChilcottPublishing, 1985. LavachJD: LargeAnimal Ophthalmology,vol 2.StLouis,Mosby, 1990. SlatterDH:Fundamentaisq{VeterinaryOphthalmology.Phila- delphia,WBSaundersCompany,1980. r-r o Sistema Alimentar COMPONENTES o sistemaalimentarestende-sedacavidadeoralaté o ânuseincluiosdentes,asglândulassalivares,alín- gua,o esôfago,o estômagoeosintestinos(delgadoe grosso). MANIFESTAÇÕES DE DOENÇA o sistemaalimentaré responsávelpelaingestão, processamentoeabsorçãodealimentoeáguaeexcre- çãodosprodutosnão-aproveitados.Asmanifestações dedoençasãorelacionadasa distúrbiosnessasfun- çõeseincluem: .Distúrbionaapreensão.A incapacidadedepegaro alimentoe colocá-Io dentrodaboca(apreender)é associadaa condiçõescomomáoclusãodosdentes incisivose paralisiada línguaou mandíbula.. Salivação excessiva. O excesso de saliva pode ser associadoaoexcessonaproduçãoou à incapacida- dededeglutircausadapordor(corposestranhos) ou obstrução(corpoestranhonoesôfago).. Vômito. Cavalosnão apresentamvômito em jato, maso conteúdogástricofluirádabocae narinas quandoo estômagoestivermuitodistendido..Distúrbionadeglutição.O maufuncionamentona deglutiçãopoderesultardeobstruçãofísica(p.ex., corposestranhosfaríngeosou esofágicos,divertícu- 10esofágico)oudistúrbiosnervosos(p.ex.,micose dasbolsasguturaiscomlesãononervoglossofarín- geo).Ossinaisincluemesforçosexageradospara deglutire saídadealimento,águae salivapelas narinas. .Anomalias damastigação.A mastigaçãopodeser alteradaou impedidapordorcausadaporestomati- tesoudoençasdentárias..Distensãoabdominal. O abdômentorna-sedistendi- doquandoháumaacumulaçãodegás (timpanismo)ou ingesta(obstrução)nosintestinos.. Má condição corpórea. Eficiênciareduzidanadigestãoe absorçãoresultaememagrecimento..Alteraçãonoaspectodasfezes.O aspectodasfezes podeseralteradoporváriosfatorescomoinfecção, alteraçãonafloraintestinal(alteraçãodietética), presençadematerialestranho(p.ex.,areia),má digestãoe absorção(síndromesdemáabsorção), excitação,parasitismoe trânsitoprolongado.. Dor. A dor é causadapor distensãoe obstrução,e sinaisdedorsãocomunsnasenfermidades intestinaisdeeqüinos.A doré manifestadapor patearo chão,rolarpelochão,deitare levantar repetidamentee assumirposiçôesdedecúbito insólitas..Halitose.Doençasdacavidadeoral,especialmente doençasenvolvendoosdentesproduzemumcheiro pútrido. EXAME FíSICO GERAL Estado de Nutrição o estadogeraldenutriçãoé avaliadoporexame visual.Doençaintestinalcrônicaresultainvariavel- menteemperdadecondiçãocaracterizadaporperda degordurasubcutâneaemassamuscular,resultando emestruturasósseasquesetornamprogressivamente maisvisíveis(Figura11-1)1 270 VICTOR C. SPEIRS o Muitomau CLASSIFICAÇÃODOSESTADOSDENUTRiÇÃO 3 Bom m Garupamuitoencovada Depressão(cavidade)profundasoba cauda Peletensasobreos ossos Espinhaçoe pelvemuitoproeminentes Pescoçodecervopronunciado* 1 Pobre <:ií . \í~~ Garupaarredondada Costelasapenascobertas,masfacilmentepalpáveis Semcrista,pescoçofirme 4 Gordo Garupaencovada Depressão(cavidade)soba cauda Costelasfacilmentevisíveis Espinhaçoe garupaproeminentes Pescoçodecervo(delgadoefrouxo) 2 Moderado r ~ 1', Ij ~\ ,I , ~ Garupabemarredondada Sulcoao longodo dorso Costelase pelvedifíceisde palpar Levecrista 5 Muitogordo ríJ~~~ Garupaplananosdoisladosdo espinhaço Costelasapenasvisíveis Pescoçodelgado,masfirme Espinhaçobemcoberto Garupabastanteproeminente Sulcoprofundoao longodo dorso Costelasnão-palpáveis Cristaacentuada Dobraseacúmuloslocalizadosde gordura . FIGURA 11-1 Classificaçãodosestadosdenutrição.(Fonte:HuntingtonPJ: ConditionScoringandWeightEstimationof Horses.Ag Note2816-85.Melbourne, Departmentof NaturalResourcesandEnvironment,1985.Reproduzidacompermissão.) 'N. deT. No original,ewe-neck,pescoçodeovelha.Diz-sedaconformaçãodopescoçodeum cavalo(ou outroanimal) queé fino, encovadoe baixoà frentedosombros. EXAME ClÍNICO DE EQÜINOS 271 Apreensão. Mastigação e Deglutição Essasfunçõessãoavaliadaspermitindo-seaoca- valobebere pastar.Seo alimentofor administrado comamão,aapreensãonãopodeseradequadamente avaliada.A capacidadedepastardochãorequerau- sênciadelesõesdolorosoasqueimpeçamaextensãoe abaixamentodacabeçaepescoçoeaberturaefecha- mentodaboca.Osdentesincisivosdevemsercapazes deprendero pasto,o queficadifícilseelesestiverem malalinhadosemdecorrênciadaidade,dedoençaou detraumatismo. Osdentesmolaressãousadosparamoeracomida e,juntamentecomalíngua,participamemsuamis- turacoma saliva(mastigação).Acoordenaçãoentre a línguaeamandíbulaénecessáriaparamoveroali- mentoemdireçãoaoesôfagoempreparaçãoparaa deglutição.Osproblemasquecomprometemamasti- gaçãoincluemdorna língua(laceração),dordentá- ria (fratura, abscessoperiapical),malformação dentária,dentessupranumerários,crescimentoexces- sivodosdentes,ausênciadedentesebordosafiadosda superfícieoclusalemconseqüênciadedesgasteanor- mal.Quandoocorrequalquerdessascondições,o ca- valofreqüentementecessademastigaredeixacairda bocaumaporçãodealimentoparcialmentemastiga- do,um processovulgarmentechamadode"mascar fumo".* Oalimentomastigadoeventualmentepassaparaa orofaringedeondepassaparao esôfago.O boloali- mentarévisívelquandodescepeloesôfago,no lado esquerdodopescoço,naregiãodosulcodajugular.O atodadeglutiçãorequerconsiderávelcoordenaçãoe podeserinterrompidodevidoa lesõesobstrutivasou dolorosasoudéficitsneurológicos(p.ex.,micosedas bolsasguturais). Os Dentes e a Cavidade Oral Exame dos Dentes e da Cavidade Oral sem Auxilio de Aparelhos Osdentesincisivossãoexaminadosprimeiro.Para isso,posicione-seaoladodocavalo,colocandoamão esquerdasobamandíbulaeusandoopolegareodedo indicadordamãodireitaparasepararoslábioseco- locarosincisivosàmostra(Figura11-2).Osincisivos devemserverificados,observando-seespecialmentese ocluemdeformanormale apresentam-secomnú- meroeorientaçãononnais.Osdentesmolaresrostrais podemserexaminadossuperficialmenteforçandoo 'N. deT.Noorginalquidding,quesignificao atodemascaralguma coisa- quid- principalmentetabaco,semengolire,freqüentemente, cuspindoforaapartemascada.Poranalogia,o termoéaplicadoaessa condiçãonocavalo. . FIGURA 11-2 Exame dosdentesincisivos. cavaloa abrira boca.Emboraum examecompleto dosdentesmolaresnecessitedousodeumabre-boca, umexameepalpaçãosuperficiaissãopossíveis.Oexa- mevisualéconseguidoforçando-seocavaloaabrira boca.Issoé feitocolocando-seo polegarno espaço interdentárioe pressionando-ocontrao palatoduro (Figura11-3).Outramaneiradefazerumcavaloabrir a bocaésegurarsualíngua,puxando-agentilmente paraforaeparaumlado,tomandocuidadoparaevi- tartraçãoexcessivaquepossarompero frênulo(Fi- gura11-4).Parapalparosmolaresnasarcadasdentais esquerdas(semusarum abre-boca),o clínicodeve posicionar-seno ladoesquerdodocavalo,seguraro buçalcomamãodireitaeintroduziramãoesquerda na bocaatravésdoespaçointerdentário(Figura11- 5).Osdedosdevemsermantidosjuntos,eamãodeve estaremconcha,comodemonstrado.Àmedidaquea . FIGURA 11-3 Método para estimularo cavaloa abrira bocacolocandoo polegarpelo espaçointerdentalecontraopalatoduro. 272 VICTOR C. SPEIRS . FIGURA 11-4 Retraçãodalínguaparapermitiroexamedosdentesmolares. . FIGURA 11-5 Palpaçãodalínguasemusodeabre-boca.Nestafotografia,a mãoes- querdaestásendousadaparapalparasarcadassuperiore inferior,no ladoesquerdo. mãoemconchaéforçadapelaboca,odorsodamão forçaa línguaentreasarcadasopostas(direitas),im- pedindoqueo cavalofecheabocaemachuqueo clí- nico.Asarcadasesquerdassão,então,examinadascom osdedos.É importantequeamãopermaneçaemcon- cha,docontrárioo cavalopoderáfecharaboca.Para examinarasarcadasdireitas,o clínicoposiciona-se no ladodireitodocavaloeusaa mãodireitadema- neiraidêntica.Esseprocedimentoé potencialmente perigosoe deveserfeitoapenasquandoo cavalofor dócileestiverbemcontido. ExamedosDentese da CavidadeOralcom Auxilio deAbre-Boca Umexamecompletoesegurodosdentesrequerum abre-boca(Figura11-6).Osabre-bocasdemonstra- dos(deHausmanneSwale)sãodoisdentreváriosem uso.Oabre-bocadeSwaleéfácildeaplicar,masapre- sentaumatendênciadefraturarosdentesdevidoà pequenaáreadecontatoentreosdenteseo abre-boca. O abre-bocadeHausmann,preferidopeloautor,abre abocaatravésdepressãoaplicadasobretodososinci- sivos,dessemododistribuindoo peso.O abre-bocade Hausmanné aplicadocolocando-sea tira atrásdas orelhas,à medidaquea tiravaisendoapertada,as placasdentáriassãoforçadasentreosincisivos(Figu- ra11-7).Amaioriadoscavalostoleraoprocedimento eabreprontamenteaboca.Umavezqueo abre-boca estejanolugar,comasplacascontraassuperfíciesla- biaisdosdentesincisivos,asalçaslaterais(segurado- res)sãoafastadas,abrindoassimaboca.Umexame visualepalpaçãodabocaedosdentespodeentãoser efetuadocombastantefacilidade.Umacaneta-lanter- naajudanoexamedasregiõescaudais.Osdentessão examinadosparafraturas,deformidades,máoclusão ebordosafiados. IA . FIGURA 11-6 Aberturadabocapormeiosmecânicos.A.Abre-bocadeHausmann.B.Abre-bocade5wale. ~- - --~ EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 273 . FIGURA 11-7 Abre-boca de Hausmann.A. Colocandoo abridorde bocacoma tiraportrásdasorelhasdo cavaloe asplacasdentáriasentreosdentes.B. Aberturada boca pela separação forçada dos braços do abre-boca. As Glândulas Salivares Doençasdasglândulassalivareseseusduetosnão sãocomunsemcavalos.Há trêsparesdeglândulas principaisbemdefinidas- parótidas,mandibulares (submaxilares)e sublinguais- e váriasglândulas menoresemenosdefinidas- bucais,labiais,linguais epalatinas.Asdoençasdasglândulassalivareseseus duetossãorevisadasemoutrapublicação.2 A maiore clinicamentemaisimportantedessas glândulasé a parótida.Localiza-secaudalemedial-menteaoramodamandíbulaeestende-sedorsalmente atéa basedaorelha.A glândulasecretaum líquido primariamenteserosoqueétransportadoparaacavi- dadeoralatravésdoduetoparotídeo(deStenson).O duetoatravessaoaspectoventromedialdamandíbula juntoà artériaeveiafaciais,antesdepassardorsal- menteparaentrarnacavidadeoralpelapapilaparo- tídea,emfrenteao terceiroe quartopré-molares superiores.Alesãomaiscomumdessaglândulaéuma fístulasalivarcausadapelalaceraçãododueto.Esse duetoéafetadodevidoàsualocalizaçãoexpostaatrau- mas.Essafístulaégeralmenteóbviaquandoocavalo estásealimentando,poisasalivaesguichapelodueto transectado.Cálculossalivares(sialólitos),compostos principalmentedecarbonatodecálcio,tambémocor- remecausamdistensãododueto,proximalmenteao localdeobstrução.Atresiaeheterotopiadoduetoocor- remraramente. A glândulasalivarmandibularlocaliza-semedial- menteà glândulaparótida.Seuduetopassarostral- menteno ladomedialdamandíbulaparaentrarna cavidadeoralna carúnculasublingual,situadaven- tralmenteà línguae imediatamenterostrolateralao frênulodalíngua.Aglândulasalivarsublingualloca- liza-seentrealínguaeoaspectomedialdamandíbu- B Ia,estendendo-sedosincisivosparaaregiãodosden- tesmolaresinferiores.Hámuitospequenosduetosque seabremseparadamentenapregasublingual.A rup- turadeumaglândulaouduetoproduzumaumento devolumepreenchidoporlíquidodenominadosialo- ceieoumucocelesalivar.Rânulaéotermodadoauma tumefaçãosemelhante,localizadano assoalhoda boca,causadapeladilataçãodeumduetodeglându- la salivar. Outrascondiçõesqueafetamasglândulassaliva- resincluemneoplasia(maisfreqüentementemelano- ma),ptialismocausadopor irritaçãoe toxicosepor eslaframina(pelaingestãodeRhizoctonialegumini- cola). Avisualizaçãoradiográficadaglândulaparótidae seuduetoépossíve1.3Contrastehidrossolúvelpodeser injetadonaglândulaatravésdecateterizaçãododue- to,pelasuaaberturana bocaou porumaabertura produzidanoduetoporumaferidaouproduzidapor incisãocirúrgica.Emvistadosproblemasdacicatri- zaçãodosduetos,recomenda-seo primeirométodo. Umvolumede35mfdemeiodecontraste(O,O8mf/ kgdepesocorpóreo)induzumaboadefiniçãododueto e algumenchimentoglandular.3A definiçãoglandu- larpodesermelhoradaaumentandoovolumedecon- traste.Involuçãoglandularpodeocorrerquandoseusa Renografin-76comomaterialdecontraste.3 Distensão Abdominal Oabdômenpodeserdistendidoporgás,ingestaou líquido.Adistensãoéfacilmentevista,masacausada distensãoprecisaseravaliadaporoutrosmeios.Apre- sençadegásédeduzidapelosomtimpânicoproduzi- dopelapercussãocomosdedos.O gásgeralmente ocorreno interiordointestino,maspodeocorrerlivre 274 VICTOR C. SPEIRS noabdômen(p.ex.,rupturaintestinal,casosocasio- naisdeperitonite).Ogáspodetambémseridentifica- doporpunçãopercutâneacomagulha,atravésdafossa paralombardireitaouesquerda.Emboraapunçãocom agulhanãoseiageralmentenecessáriacomoummeio dediagnóstico,émuitasvezesrealizadaparaaliviara pressãointra-abdominala fimdefacilitara respira- çãooupermitirquesejamrealizadosoutrosexames (p.ex.,palpaçãoretal).Quandoháumgrandevolu- medeingesta(p.ex.,impactaçãointestinal)oulíqui- do(p.ex.,rupturadebexiga),apercussãoproduzum somabafado.O líquidotambémpodeserintralumi- naloulivrenoabdômen.Olíquidopodeserdetectado empurrando-seopunhocontraaparedeabdominale escutandosonsdelíquidoapósopulsoserrapidamente retirado(balotamento).Empotros,a detecçãodolí- quidopodeserfeitasacudindooabdômen(sucussão). Líquidolivretambémédetectadoporpercussãotáctil, naqualapercussãoérealizadadeumladodoabdô- mencomosdedosdeumamãoenquantoapalmada outramãoé mantidacontrao ladoopostodoabdô- menparadetectaratransmissãodasondasdelíquido resultantesdapercussão.O líquidointraluminalnão é facilmentedetectávelpelapercussãotáctil.Proble- masnosistemagastrintestinalsãoa causausualde distensãoabdominal;noentanto,umfetomuitogran- de,tumoresovarianosehidropsiafetalsãooutrascau- saspossíveis. Auscultação Abdominal A auscultaçãoabdominaléumaparteimportante doexameclínico,especialmenteemcavaloscomsi- naisdedorabdominal.Emboraexistaumconsenso geraldequeosachadosauscultatóriostêmimportân- ciaprognósticanoscasosdecólica,hápoucosdados correlacionandoossonsouvidosdurantea ausculta- çãocomaspartesespecíficasdosistemagastrintesti- nal.Umestetoscópioéusadoparaauscultaroslados esquerdoedireitoeo aspectoventraldoabdômen.Os órgãoslocalizadosabaixodasparedesabdominaises- querdaedireitasãomostradosnaFigura11-8.É cos- tumeiniciar-sea auscultaçãona fossaparalombar direitae esquerdaeentãoprogredirventralmente.É aconselhávelescutarporaproximadamenteum mi- nutoemcadalocal,noentanto,emmuitoscasos,será necessáriomuitomaistempoparaouvireinterpretar o queestáocorrendo.A auscultaçãoporaté5 ou 10 minutospodesernecessáriaparaavaliarapropriada- menteossonsabdominais,demodoespecialosquese originamnocecoenocólonmaior.Sonsassociadosà propulsãocecalecolônicasãoinfreqüentes,altos,bem definidos,queaumentame diminuem,4ocorrema cadapoucosminutosedurampor10a 20segundos. Emgeral,sonsdointestinodelgadotendematerum carátermaislíquidoesermaisagudosqueossonsdo intestinogrosso.Nafossaparalombar,ossonsagudos egorgolejantescomoáguacorrendoporumcanosão, certaouerradamente,comfreqüência,descritoscomo seoriginandodaregiãoileocecal.Sonsnaregiãopa- ralombaresquerdasãoconsideradoscomooriginários do intestinodelgado.Devidoà ausênciadepadrões apropriadosedaincapacidadeparaidentificarpreci- samenteafontedeumsom,osclínicostendemarela- tar ossonscomoausentes,reduzidos,normaisou aumentados.Foidemonstradoqueclínicosexperien- tessãorelativamenteconsistentesna interpretação quandoconsideradoo mesmoobservador,mashá menosconsistênciaentreobservadores.5 Nasenterites,nasobstruçõesparciaisdointestinoe apóso animalalimentar-seoubeberágua,observa-se um aumentodeatividade.Ossonsdelíquidoestão grandementeaumentadosnasenterites.Perdadeati- vidade(íleo)resultaemausênciadossonsnormaise aparecimentodesonstilintantes,provocadosporbo- lhasdegásaosubirparaa superfíciedo líquido.Os sonstilintantessãomaisfreqüentementeouvidos quandoasbolhasdegássobemparaa superfíciee emergemnacapadegásdoceco.Apresençadeareia nointestinogrossopodesermuitasvezesdetectadapelo rangidocausadopelomovimentodaareiaao longo doperistaltismo.A auscultaçãopodesercombinada comapercussãoparadefinirmaisprecisamenteapre- sençadegásnumórgão,particularmentenoceco. Passagem da Sonda Nasogástrica A passagemdasondanasogástricaé umprocedi- mentoimportantecomoqualtodososclínicosdevem estarfamiliarizados.Algumasindicaçõesparaessepro- cedimentoincluem:descompressãodoestômago,diag- nósticodedesobstruçãoesofágica,diagnósticodefun- çãointestinale administraçãodemedicamentos.A capacidadeemrealizara sondagemcorretamenteé importante,poisé muitofácilpassaracidentalmente o tubopelatraquéia. PROCEDIMENTO. Umasondade1,3cm(9/16")é adequadaparapotrosmaisvelhose parao usoroti- neironamaioriadosadultos.Umcomprimentode2,5 a3,5méadequado.Quandoénecessáriopassarvárias vezesasonda,umasondamenor(maisdelgada)pode serusadaparaminimizaro traumaaostecidosdas passagensnasais.Quandoa sondaestásendousada paradescomprimiro estômago,é aconselhávelusar umasondadediâmetromaiorparareduzirapossibi- lidadedequeoconteúdogástricobloqueieaabertura naextremidadedasonda.Parao iniciante,éindicado colocarduasmarcasnotubo,umaqueseráonívelna porçãoexternadasnarinasparaquandoasondaesti- verquaseentrandonoesôfago,eaoutraparaquando a sondaestiverquaseentrandonoestômago.Aextre- EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 275 A Basedoceco ~ Baço Estômago Jejuno Fígado Flexura pélvica Cólon dorsal esquerdo Cólon ventral esquerdo . FIGURA11-8 Localizaçãodasestruturasintestinais.A. LadodireitoB.LadoEsquerdo.
Compartilhar