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Materiais e Procedimento para Passagem de Sonda Nasogástrica em Cavalos

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276 VICTOR C. SPEIRS
Materiais para Passagem
de Sonda Nasogástr"ica
. Cachimbonasal
. Sondanasogástrica(deborrachaou plástico,
2,5a 3,5mdecomprimento)
Pequenospotros:lcm (3/8")dediâmetro
externo(DE)
Potrosmaisvelhose usorotineiroem
adultos:1,3cm(9/16")de DE
Cavalosmuitograndes:1,Scm(3/4")d
. Lubrificanteobstétrico(gekobstétricoou
seotuboforbastanteliso)
midadedotubo (sonda)deveserbiseladae lisa edeve
haveruma aberturadistale uma lateral.Sondasve-
lhas e durasnão devemser usadas.O tubo deveser
guardadoenroladono intervaloentreosusos,dema-
neira a retera curvaduranteo uso, facilitandoassim
a inserçãoatravésdo meatoventral.
Há váriasmaneirasdiferentesdepassaruma son-
da (tubo) nasogástrica,maso importanteé evitarle-
sões,utilizandoum procedimentoquesejaseguroem
todas as situações. O procedimento descrito aqui
preencheessesrequisitos.Ocavalodeveseradequada-
mentecontido,e a extensãoda contençãodependedo
temperamentodo cavaloe daexperiênciadoclínico e
do auxiliar (pessoasegurandoo cavalo).A contenção
usual consisteno cachimbonasal, emboraisso não
sejasemprenecessário.Seo cavaloforperigosoe apre-
sentara tendênciaa golpearcom os membrostoráci-
cos,podesercolocadoemtroncoetalvezsedado.Outras
maneirasdemanejaro cavaloincluemcolocá-Ioatrás
deuma portaou portãoou ao ladodeuma divisória.
Quando o tronconão é utilizado, o cavalopodeser
recuadoatéum cantopara impedirqueele recuedu-
ranteo procedimento.O clínico e o auxiliar devem
posicionar-seno mesmoladodo cavalo,geralmenteo
esquerdo,com o auxiliar posicionando-seao ladodo
ombro(paleta)docavalo.Ocachimboé aplicadocon-
formedescrito(verCapítulo1,Auxiliarespara a Con-
tenção).Ocachimbodeveserposicionadoemdireção
ao ladodireitodo focinho e giradonum sentidoanti-
horário,demodoa abrir asporçõesexternasdasnari-
nase permitir quea sondapassediretamentepara a
fossanasal.Seissonãofor conseguido,significaquea
sondadeveserforçadaobliquamentepelafossanasal,
o queé traumáticoe rejeitadopelo cavalo.O clínico
posiciona-sena frentedo auxiliar como tuboenrola-
do sobreo ombropara impedirqueelesejaarrastado
pelo chão, juntando sujeira que poderádanificar a
mucosa nasal (Figura 11-9A).Sondasdevemsersem-
prelubrificadasemtodasassuperfíciesqueentrarão
emcontatocomafossanasal,emboraumalubrifica-
çãoexcessivatomea sondadifícilou impossívelde
manejar.Sondasmuitolisaspodemserlubrificadas
apenassubmergindo-asna água,mas lubrificante
comercialé necessárioparatodasasoutrassuperfí-
cies,especialmentequandooprocedimentoforreali-
zadomuitasvezesduranteumcurtoespaçodetempo,
ouquandoocavaloestiverdesidratado.Quandoseusa
umlubrificantecomercial,umvolumeadequadodeve
sercolocadonaextremidadedistaldasonda,dema-
neiraqueeleserátransferidoparaa mucosanasale
ajudaráalubrificarorestantedasondaàmedidaque
elafor introduzida.
A palmaeosdedosdamãodireitasãocolocados
sobrea pontedofocinho,e o polegaré inseridona
fossanasal(Figura11-9B).A mãosobrea pontedo
narizimpedequeocavalojoguesuacabeçaparacima.
A sonda,seguradanamãoesquerdaacercade30cm
dasuaextremidade,épassadapelanarinaedireta-
menteao longodoassoalhodafossanasalabaixo
dopolegar.
A sondaprecisapassarpelapassagemnasalno
meatoventral.A incapacidadederealizarissoresulta
emlesãoaoscornetosehemorragiaprofusa.É impor-
tantequeessaprimeirapartedainserçãosejarealiza-
dasuaveerapidamente,poiséapartedoprocedimento
maisprováveldeserressentidapelocavalo.Apósapri-
meirapartedaintroduçãotersidocompletada,ason-
daé imobilizadacontraoassoalhodanarinacoma
pressãodopolegarparabaixo(Figura11-9C).Amão
édeslizadaporcercade18cmaolongodotuboqueé,
então,seguradoe,apósa liberaçãodapressãodopo-
legar,empurradonarinaadentro.
Oobjetivoéestimularocavaloadeglutirengolin-
doo tuboatéo esôfago.O estímuloparaengoliré a
presençadasondanapartedorsaldanasofaringe.Para
assegurarqueasondaalcanceeestimulearegiãocor-
reta,acabeçadocavalodeveserseguradaemantida
numaposiçãoflexionadaneutra.A tendênciaquea
maioriadoscavalosapresentadeestendera cabeça
duranteaintroduçãodasondaprecisasercontrolada,
poisissoresultanapassagemda sondadiretamente
paraa laringe.Quandoasondaentraemcontatocom
apartecaudaldafaringe,oclínicodevedetectaruma
sensaçãocaracteristicamenteelástica.Seasondapas-
sarparaa linhamédiaou meatodorsal,encontrará
resistênciafirme,e o avançodasondaseráimpedido
peloscornetosetmoidais.Seasondaforforçadacon-
traoscornetos,ouvir-se-ãosonsdeestalido(crepitan-
tes)à medidaqueoscornetosforemdeformadosou
danificados.Sehouverqualquersuspeitadequeason-
datenhasidopassadadorsalmente,eladeveserime-
diatamenteretiradae redirecionadaparao meato
ventral.Apósasondacontatarafaringe,oclínicodeve
empurrá-Iaparaa frenteà medidaqueocorrea de-
EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 277
glutição.Comaprática,issoéfeitopormeiodeuma
sériecoordenadademovimentos.Seocorreradeglu-
tição,asondadeveráserrecuadaalgunscentímetrose
entãoavançadaparaestimularaparededafaringee
doesôfagoa abrirem-senovamente.Outrosmétodos
incluemmanterocontatocomafaringeenquantose
aguardaadeglutiçãoeassoprarpelotubo.Setudoisso
falhar,geralmenteseconsegueo objetivopassandoa
sondapelaoutranarina.
A presençadasondanoesôfagoé geralmenteper-
ceptívelpeloclínicoexperiente.Noentanto,atésead-
quirirexperiênciae,ocasionalmente,atéparaclínicos
t FIGURA 11-9
Passagemdasondanasogástrica.A.Preparação.O cachimboécolocado
comoclinicoeoauxiliarposicionadosnomesmoladodocavalo.B.Mão
direitaposicionadasobreo focinhocomo polegarinseridonanarina
esquerdaparaassegurarquea narinasejaabertaparareceberasonda.
C.Imobilização,como polegar,dasondaparcialmenteinserida,permitin-
doqueamãoesquerdalibereasondaeaseguremaisdistalmente,antes
decontinuara inserção.
278 VICTORC. SPEIRS
experientes,aposiçãoexataédifícildedeterminar.Há
váriasmaneirasdeverificarseasondaestánoesôfago
ounatraquéia.Emboraapenasumadessassejaroti-
neiramenteusada,é aconselhávelestar-sefamiliari-
zadocomtodaselas,porquehaveráocasiõesemquea
referênciapreferidadoclíniconãoé eficientee não
podeserutilizada.Taissituaçõespodem-seoriginar
quandoo cavaloé anestesiadoe nãopodedeglutir,
quandoestáemdecúbito(especialmenteemdecúbito
lateralesquerdo)equandoestáresistindoà introdu-
çãodasonda.Algumasorientaçõessãolistadasno
quadro.
Apósa sondatersidointroduzidacomsegurança
noesôfago,elaé avançadaatépassarpelocárdiae
penetrarnoestômago.
COMPLICAÇÕES. Ascomplicaçõesincluemepis-
taxe,administraçãodelíquidosnosistemarespirató-
rio, rupturadoesôfagoe váriostiposdetrauma.A
complicaçãomaisfreqüenteé a epistaxeemconse-
qüênciadelesãoaoscometosetmoidais.Felizmenteé
umalesãoautolimitante,mas,empacientescompro-
metidos,podeserfatal.Asseqüelaspotencialmente
gravesdaadministraçãodelíquidonosistemarespi-
ratóriodeterminamquetodososclínicossejammeti-
culososemcertificar-sedequeasondaestejanoesôfago
antesdeprosseguiremcomo procedimento.Aproba-
bilidadederupturadoesôfagoocorreapenasseotubo
éavançadonapresençadeumaobstrução.Apesardas
complicações,a técnicaésegura,desdequeo clínico
sejacuidadosoecertifique-sedequeasondapassepelo
meatoventralepenetrenoesôfago.
Abdominocentese
A abdominocenteseéacoletadeamostradelíqui-
dointra-abdominal.É umprocedimentomuitoútile
freqüentementerealizado.É especialmenteindicado
parao examederotinadecavaloscomcólica,perda
depesoouperitonite.
PROCEDIMENTO. Olocalpreferidoparaabdomi-
nocenteseéalinhamédiaventral,cercade15cmcau-
dalaoprocessoxifóide.Esselocalcorrespondeàparte
maisbaixadoabdômenquandovistodeumlado.Em
éguasprenhesouquandoháumacúmulodeingesta
oulíquidonotratointestinal,particularmentenoceco
ecólons,autilizaçãodesselocalmuitasvezesresulta
empenetraçãoinadvertidadeumórgão.Nessescasos,
énecessáriobomsensoparaselecionarumlocalalter-
nativoapropriado.Alocalizaçãoparamedianaesquer-
dadeveserevitadaparaquenãoocorrapenetraçãodo
baço.Emadultos,apunçãopodeserfeitacomuma
agulhaoucomumacânuladetetaapósincidir-seci-
rurgicamenteapele.Empotros,ométododaagulhaé
recomendado,porque,porpossuíremmuitopoucaMÉTODOS PARA LOCALIZAR A
SONDANASOGÁSTRICA
.Noesôfago
A sondaé geralmentevisívelno ladoesquer-
do do pescoço(excetoquandoo esôfago
passadorsalmenteou ao ladodireitoda
traquéia).
Normalmenteháumaleveresistênciaà
passagemdasonda.
Ao assoprar-senotubo,encontra-seumaleve
resistência,ocorredistensãodoesôfagoe,
freqüentemente,hárefluxodegases
estomacais.
A sondapodeserpalpadanoesôfagono
ladoesquerdodo pescoço.
Barulhoscaracterísticosdegorgolejosão
ouvidosquandoa sondaestánoestôma-
go..Natraquéia
O cavalo,àsvezes,tosse(nãoconfienisso!).
Nãoháresistênciaà passagemdasonda.
Sea sondaforsacudidadeladoa lado,pode-
seouvirumsomdechocalhodasonda
sobreosanéiscartilaginososdatraquéia.
Nãoháresistênciaquandosesopranasonda
e pode-sedetectara passagemdear,
coordenadacoma respiração.
gordurasubperitoneal,lesõesacidentaisdo intestino
pelobisturisãomaisprováveis.Osprincípiossãomos-
tradosnaFigurall-lOA.
A maioriadoscavalostolerao procedimento,em-
borasedevatercuidadoparaqueo clíniconãoseja
coiceadona cabeça.A contençãodocavaloémelhor
numapertador comumaaberturalateral,eoclínico
deveficaraoladodotóraxdoanimaledefrentepara
seusposteriores.
Uso da Cânula de Teta. Apósprepararapele,
5mi'deanestésicolocalsãoinfiltradosnotecidosub-
cutâneosobrea linhaalba.A linhaalbapodeserpal-
padacomoumasaliênciadelgadadiretamentesobre
a linhamédia.Useumaquantidadedesoluçãoanes-
tésicasuficienteparaproduzirumbolhavisívelnapele,
demodoqueo localdaanestesiapossaseridentifica-
doparaarealizaçãodacentese.Alâminadobisturié
seguradacomamãoenluvadaentreopolegareo in-
dicador,comcercadel,5cmdalâminaexposto.Após
certificar-sedequealâminaestáadequadamenteali-
nhadausandoalinhaalba(palpadacomodedomé-
dio)comoreferência,aparteexpostadocomprimento
dalâmina(l,5cm)é inseridaatravésdapeleeparte
EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 279
Materiais para
Abdominocentese
. Instrumentoparapenetraçãoabdominal(cânula
detetade10cmouagulhacalibre18e4cm)
. Luvascirúrgicasestéreis
. Cortadoresdepêlo(lâminas#40)
. Anestésicolocal(hidrocloretodelidocaínaa
hidrocloretodemepivacaínaa 2%)
. Seringa(5mf,agulhacalibre25,1,Sem)
. Lâminadebisturi(#15)
. Materiaisparapreparaçãodapele(como
detergenteanti-séptico[Betadine,Hibiclens],
álcoola70%,tinturadeiodo)
. Recipientesparaasamostras(variamcomo
testenecessário)
TubocomEDTA(Vacutainerdetampa
paracitologia,determinaçãodepro
total
Sóotubo(Vacutainerdetampavermelha)
parabioquímicae eletrólitos
Tubocomfluoretodesódio(Vacutainerde
tampacinza)paramedirlactato
Meiosparaculturabacterianaaeróbicae
anaeróbica
daespessuradalinhaalba.Nãoénecessáriaapene-
traçãocompletadalinhaalba.Acânuladeteta(com
algunschumaçosdealgodãoenroladosao redorde
suabase,paraevitaro escorrimentodesanguepela
hastedacânula,contaminandoaamostra)éintrodu-
zidanaferida,empurradacompletamenteatravésda
linhaalbaeavançadalentamenteatéqueseobtenha
líquido.É tentadorrealizarem-seosprocedimentosde
inserçãosobvisualizaçãodireta,mas,comoo cavalo
temmaiorprobabilidadedecoicearnessemomento,
o autorrecomendaqueo clínicoretraiaacabeçadu-
rantea inserçãoda lâminae dacânula.Freqüente-
mentehá resistênciaà medidaqueo peritônioé
penetrado.Senãofluir líquidoimediatamente,a câ-
nula podesergiradaou redirecionadasuavemente,
emborasejaaconselhávelterpaciência,pois,muitas
vezes,o líquidodemoraalgunsmomentosparaapa-
recer.Casoseencontreresistênciafirme,acânulanão
deveserempurradamaisadiante.Muitasvezes,quan-
donãosepodeobterlíquido,osucessoéobtidofazen-
doocavalocaminharumpoucoouutilizando-seum
localdepunçãoalternativomaiscaudal.Apenetração
acidentaldeumórgãointernoimobilizaráapontada
cânulaecausaráresistênciaaqualquermanipulação.
Portanto,casosedetecteresistência,a manipulação
deveserfeitamuitocuidadosamenteparaevitarlesão
iatrogênica.
Uso da Agulha. A abdominocentesecomagu-
lhaémaisfácilderealizardoquecomacânula,eéo
métodoindicadoparapotros.Aforaisso,aseleçãodo
métodoé,emgrandeparte,umaquestãodepreferên-
ciapessoal.Noentanto,a agulha,porseruminstru-
mento pontiaguado, apresentamaior risco de
laceraçãooupunçãodeumórgãointerno.Ocompri-
mentodaagulhageralmenteusada(4cm)é,namaio-
ria dasvezes,muitocurtoparacavalosgrandescom
gordurasubperitonealfarta.A simplicidadedapun-
çãocoma agulhatomamaisfácile maisrápidaa
realizaçãodeváriaspunçõesquandoa obtençãode
líquidoestádifícil.Nãosãonecessáriasanestesiaein-
cisãopreliminarcomo bisturi.Aforaisso,o métodoé
semelhanteaodescritoparaacânuladeteta,embora,
comoaagulhapodepenetrarfacilmenteumórgão,a
inserçãodeveserfeitaumpoucolentae cuidadosa-
mente.Fazerocavalocaminharparaestimularo flu-
xodolíquidonãoérecomendadoquandoseusauma
agulha,poisaumentaapossibilidadedelesãoiatro-
gênica.
Processamento das Amostras. Oprotocolo
mínimoécoletara amostradelíquidoemEDTApara
examemacroscópicoecitológico.Dependendodocaso,
amostrasadicionaispodemsernecessáriasparame-
dir eletrólitos,parâmetrosbioquímicose avaliação
microbiológica.Comobactériassãodifíceisdeisolar,
é indicadoadicionaraolíquidoummeiodeenrique-
cimentoparaculturabacteriana.Issoaumentaaspos-
sibilidadesdesucessoda semeaduraposterior.Os
procedimentosapropriadosestãodescritosnosApên-
dicesCeD.
RESULTADOS. Olíquidoperitonealrefleteascon-
diçõesdassuperfíciesperitoneaise é indicadopara
identificarprocessoscomoinfecção,neoplasia,com-
prometimentodavasculaturaintestinal,rupturaou
perfuraçãodointestino,hemorragiaerupturadebe-
xiga.Macroscopicamente,o líquidonormaldoabdô-
mené claro, cor palha,serosoe não coagula.As
característicasdolíquidoperitonealnormalparaadul-
tosepotrossãomostradasnaTabelalI-L Háconsi-
derávelvariaçãonosvaloresnormais,bemcomo
superposiçãoentrediferentesprocessospatológicos.
Portanto,a avaliaçãodevesersemprefeitaconside-
randoasituaçãoclínica.Emboraainterpretaçãonem
sempresejafácil,algunsprincípiosbásicosajudam
bastantena avaliação.
.Inflamação.A inflamaçãoagudaresultaem
elevaçãono númerode neutrófilosnão-degenera-
dose no conteúdodefibrinogênio.Na inflamação
crônica,o aumentodo númerodeneutrófilosnãoé
280 VICTOR C. SPEIRS
~
6
~
A
. FIGURA 11-10
Abdominocentese.A. Usodeumaagulhaoucânuladeteta.
geralmentetãoacentuadoe hátambémum
aumentoemcélulasmononuclearese macrófagos..Sepse.Alémdossinaisde inflamação,a sepseé
caracterizadaporneutrófilosdegeneradosoucom
alteraçõestóxicase, muitasvezes,pelapresençade
bactériaslivresou intracelulares..Rupturaouperfuraçãointestinal.Emboraossinais
da inflamaçãopossamnãoestarbemdesenvolvi-
dos,o líquidoteráumodordeconteúdointestinale
geralmentehápresençade materialdeplanta.Há
umapopulaçãomistadebactérias,a maioriadelas
de localizaçãoextracelular..Neoplasia.Sinaisdeneoplasiasãosemelhantesaos
da inflamaçãocrônicacoma possíveladiçãode
tJ
õ
célulastumoraisexfoliadase neutrófilosdegenera-
dos,seo fatordenecrosetumoralestiverpresente..Hemorragiaintra-abdominal.Coma hemorragia
aguda,ostiposcelularessãosemelhantesaosdo
sangueperiférico,emboraemnúmerosmenores.À
medidaqueo processosetornacrônico,háum
aumentodemacrófagos,presençade neutrófilos
hiper-segmentadose picnóticos,eritrofagocitosee
muitopoucasplaquetas..Punçãoesplênicaacidental.Presençadesangue
comhematócritomaiordo queo do sangue
periférico,aumentodo númerode linfócitose
ausênciade eritrofagocitose.
EXAME CLÍNICO DE EQÜINOS 281
B
. FIGURA 11-10 Continuação
B.Complicações.Punçãoacidentaldo intestinoe incapacidadede penetrara cavidadeabdominal
devidoàexcessivaquantidadedegordurasubperitoneal,ouutilizaçãodeagulhaoucânuladecom-
primentoinsuficiente(acima).
Felizmente,muitainformaçãopodeserobtidapelo
examevisualcuidadosodaamostra,antesqueserea-
lizequalquerexamelaboratorial.Issoébomporque
asamostrassão,muitasvezes,coletadasdecasosde
emergência,comocólica,quandoumaavaliaçãola-
boratorialnãopodeserfeita.Algunsachadoscomuns
ediagnósticossãoapresentadosaseguir.
. Sanguepuro. Hemorragiaaguda ou ruptura
esplênicaacidental.. Líquido serossanguinolento.Comprometimentodavasculaturaintestinal,neoplasia..Turbidezaumentada.Sepse.Materialdeplantae odordeingesta.Perfuração
intestinal,punçãointestinalacidental.. Coagulação.Aumentodo fibrinogênioassociadoà
inflamação.
A interpretaçãopodeseradicionalmentecompli-
cadaporcontaminaçãoporsangueduranteacoleta,
bemcomoporcoletarealizadaapóscirurgia.Quanti-
dadespequenas,comoapenasumagotadesangueem
lmf delíquidoabdominal,produzemumaalteração
dacorsignificativa,emboraissosejacontrabalança-
dopelofatodequeo númerodeleucócitos,o valor
protéicoe o hematócritosejammuitopoucoaltera-
dos6Portanto,umacoloraçãoavermelhadanãodeve
serconsideradapatognomônicadecomprometimen-
to vascular.Apósceliotomia,a avaliaçãoé compro-
metida,porquea celiotomia,especialmenteapós
manipulaçãodevísceras,éassociadaaumaresposta
inflamatóriaJ,8Pelomenosnocólonmenor,arespos-
tainflamatórianãoémaiorseressecçãoeanastomo-
sessãofeitassimultaneamente.9Essasalterações
podempersistirpor,pelomenos,umasemana.Por-
t TABElA 11-1
VALORESDEREFERÊNCIAPARALÍQUIDOPERITONEALEMADULTOS(MÉDIAt DOISDESVIOS-PADRÃOOUAMPLITUDE)EPOTROS(MÉDIAt UMDESVIO-PADRÃO)
11 ~~.~ -~ ~.-'-"~,~~-~ "',,- ~~,4&I ~~~~-_iiI!1-iiI!1 ~lifil_"" ji -, ,4&--'"~ ~ !f-&*~~ :-
Potros(idadesde68,2t 36,7dias)todososvaloresX 109jL
0,451(t 0,322) 0,230(t 0,318) 0,211(t 0,152)
Linfócitos (%)
7,8(1,0-19-0)
20,4(4,5-36,3)
21,3(t 6,2)
4,4(1-11)
10,0(0-29)
0,003 (t 0,005)
*fndice refrativo.
tMétodoBiuret.
tTécnica não-especificada.
IV
00
IV
$
(')
-I
O
;;;:J
(')
V1
"TI
m
;;;:J
V1
Leucócitos(X 109jR) Neutrófilos(%) CélulasMononucleares(%)
Adultos
4,33(1,50-10,10) 45,2 47
3,25(1,894,61) 43,1(24,461,8) 33,8(17,350,2)
3,31(t O)) 63,8(t 8,1) 1,4(t 1,3)
2,10(0,54,6) 90(80-98) 7,4(1-17)
3,24(0,20-9,0) 59,5(36-78) 30,4(3-50)
Eosinófilos(%) Proteína(gjR) GravidadeEspecífica Referência
0(0-5) 8* 1,010(1,008-1,012) 45
141
2,5(0,8-5,8) 9 (7-11)+ 1,005(1,000-1,015) 46
16,9(10,2-23,6)+
O 12,9+(t 4) 47
2,1(0-7) 10,5*(125) 1,013(1,006-1,030) 48
0,1(03) 11+(1-34) 1,001(1,000-1,093) 49
O 12t(t 3)16*(t2,5) 1,013(t 0,0015) 50
EXAME ClÍNICO DE EQÜINOS 283
tanto,aavaliaçãopós-operatóriadolíquidoperitoneal
dependemuitodacondiçãoclínicadopacientee da
presençadebactériaseneutrófilosdegeneradosecom
alteraçãotóxica.
COMPLICAÇÕES. O índicede complicaçõesé
muitobaixo.1OAscomplicaçõesincluempenetração
(enterocentese)ou laceraçãodointestino,penetração
oulaceraçãodobaço,falhaemobterumaamostrae
abscedaçãosubcutânea(Figura11-108).Emboraa
importânciapotencialdascomplicaçõesnãodevaser
subestimada,o principalproblemaé quea contami-
naçãodaamostratornao diagnósticomaisdifícil.As
complicaçõespodemserquasecompletamenteelimi-
nadasporatençãocuidadosadatécnica.
Palpação Retal do Abdômen
Apalpaçãoretaldoabdômenedeseusconteúdosé
umapartemuitoimportantedoexamedeváriossiste-
masdoorganismo.Emboraessaseçãosejadireciona-
daprimariamenteaoexamedosistemaalimentar,os
princípiosdoexameretalsãosemelhantesparatodos
ossistemas.Independentementedotipodesistemaque
vaiserexaminado,oprocedimentodeveserfeitocom-
petentementee coma maiorsegurançatantoparao
clínicoquantoparao cavalo.
PROCEDIMENTO. O métododecontençãoa ser
usadoéaprimeiraconsideraçãoaserfeita,tantopara
protegero clínicocomopararestringirosmovimen-
tosdocavalo.Háváriosmodosdeconseguir-seisso,
principalmenterelacionadosaocavaloe àsinstala-
çõesdisponíveis
. Tronco. O tronco é o modomaiscomumde
contenção,emboraalgunscavalosnãoo tolerem.
Nessescasos,deveserencontradoummétodo
alternativo.A maioriadostroncospossuiumaporta
traseiraquepodeserfechadaoualgumaformade
armaçãodeferroposicionadaemcanaletas
(fendas)(Figura11-11).Essasestruturasnão
.
.
.
.
t FIGURA11-11
Examereta!.Usodetronco.
impedemqueo cavalocoiceie,masevitamqueos
coicesatinjamo clínico.Comoo cavalopodeainda
coicear,o dispositivodeveserconstruídodetal
maneiraqueminimizeaschancesdeo cavaloauto-
infligir-selesõesaocoicear.Alémdisso,alguns
troncossãoacolchoados.ParacolocarOcavalono
tronco,asportasdianteirae traseirasãoabertas,e
o cavaloé introduzidopelaportatraseira.Para
algunscavalos,é necessárioabrirumaportalateral
enquantoo animalé mantidopelobuçalouatado.
Muitoscavalosrecuarãopelaportatraseira,sea
portadafrentefor fechada,antesqueelestenham
entradocompletamentenotronco.A proteção
traseira,portaouarmaçãodeferrodevemser
suficientementealtasparaimpedirqueo cavalo
coiceiesobreelase suficientementebaixaspara
impedirqueoclínicomachuqueobraço,casoo
cavalorecueseusposteriores..Posicionamentoaoladodeumaporta.Quandonão
existeumtronco disponívelou se o cavalonão
aceitao tronco,umaboaproteçãopodeserobtida
posicionandoo cavalonumvãodeportaouao lado
deumadivisóriaresistente(Figura11-12A).O
clínicopodeentãoprocederaoexameposicionan-
do-seemumladodo cavaloe atrásdebarreiras
protetoras..Maneiase cordaslaterais.Quandonenhumdos
meiosdecontençãoprecedentesestiverdisponível,
o coicepoderásercontroladoatéumcertoponto,
usando-secordaslateraisouumconjuntode
manejas(Figura11-12B).Umaúnicacordalateralé
aplicadaaomembropélvicoesquerdodocavalo
para umexaminadordestroe vice-versa.O examina-
dorposiciona-seadjacenteaomembroaoquala
cordaestáfixada.Maneiassãoaplicadasemambos
os membrospélvicos..Suspensãodomembrotorácico.Algumaproteção
contrao coicepodeserobtidaseumauxiliar
284 VICTOR C. SPEIRS
. FIGURA11-12
Exameretal.Métodosalternativosdeproteçãoparao clínico.A. Posício-
namentoaoladodeumvãodeporta.B.Usodecordaslaterais.C.Sus-
pensãodomembroípsolateral.
suspendere mantiversuspensoumdosmembros
torácicos(oesquerdoparaumexaminadordestroe
vice-versa)(Figura11-12C)..Cachimbo. O uso de um cachimbo é, às vezes,
necessário,independentementedeoutrotipode
contenção.
Com o cavaloemposiçãoe contido,o examinador
vesteuma luvadepalpaçãoretale aplicauma quanti-
dadefartade lubrificanteà luva e ao braço.A cauda
docavalopodeserenfaixadacombandagem,ou, mais
comumente,seguradaparaum dosladospor um au-
xiliar ou pelo clínico. Issoé feitopara permitir livre
acessoao ânus (importante naqueles cavalos que
mantêma cola firmementecoladaà regiãoperineal)
e paraevitara introduçãodepêlosda cola no reto,o
quepodeproduzir laceraçãosignificativada mucosa.
Um poucodelubrificanteé transferidoda luva parao
ânusdocavalo,e osdedosdamãoemconesãogentil-
menteintroduzidospelo ânusno reto(Figura 11-13).
Àmedidaqueo ânusé distendido,a mucosadeveser
examinadapara evidênciasde inflamação,presença
demuco e evidênciadetrauma.
Fezes,'não-formadasou em forma debolotas,são
geralmenteencontradasno reto. Elas devemser re-
movidaspassando-sea mão cranial a toda a massa
fecal ou a uma partedela, e retirando-seas fezesno
sentidocaudalcoma palma da mão emconcha,fun-
cionandocomoumacolher(Figura11-14).Issopode
sercompletadoem um único procedimento,mas,na
maioriadasvezes,váriosesforçossãonecessários.Mes-
mo quenão existamfezes,e o procedimentosejateo-
ricamente desnecessário,é aconselhável, antes da
inserçãocompleta,retirar-sea mão e buscarpresença
desangue.Comoaperfuraçãodoretoemconseqüên-
cia da palpaçãoretal é relativamentecomum, uma
buscapreliminar cuidadosapara a presençade san-
guepodeseraprovadequeaperfuraçãoexistiaantes
queo presenteexamefossefeito.Lembre-seque um
leigo, e não apenas um veterinário,pode ter reali-
zado antesapalpação retal!
EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 285
. FIGURA 11-13
Exameretal.Inserçãodamãoenluvadae lubrificadanoreto.
o braçoé entãoinseridoo maisprofundamente
possívelno retoflácido.Comoregra,é aconselhável
introduzir-seobraçoalémdasestruturasaseremexa-
minadas,porqueoexamedeórgãospróximosaoânus
apósapenasinserçãoparcialprovocarátenesmono
cavalo.Apósa inserçãocompleta,obraçopodeentão
serrecuadoemdireçãoaosórgãosde interesseque
podemserexaminadosatravésdeumaparederetal
flácida(relaxada).Noentanto,issodeveserfeitocom
cautela(verquadro).
Sefor detectadacontração,o clínicopossuiráas
opçõesdepermitirqueobraçosejaexpelidooudeixá-10nolocalepermitirqueacontraçãopassesobreele.
A intensidadedacontraçãoea experiênciadoclínico
determinarãoquetipodeopçãoéfeita,embora,como
regrageral,contraçõesfortesnuncadevamserresisti-
das.Namaioriadascircunstâncias,quandoo cavalo
. FIGURA11-14
Exameretal.Esvaziamentodo retode seuconteúdofecal.
ADVERTÊNCIA
Tentativasdeinseriro braçoouprosseguircoma
palpaçãoretalquandoo cavaloestáativamenteem
tenesmo,ouquandoa parededoretoestáem
contração,apresentamaltoriscodeproduzir
perfuraçãoretale devemserevitadasa qualquer
custo.
estáapresentandocontraçõescontraobraçoeressen-
te-sedoexame,suavidadeeusodequantidadescopio-
sasde lubrificantepermitirãoqueo exameseja
completado,emborapossatomarmaistempo.Quan-
dootenesmonãopodesercontrolado,comodescrito,
o relaxamentoretalpode,geralmente,serobtidocom
umdosmétodoslistadosnoquadro.
Quandoo braçoé retiradoapóso procedimento,
deveserinspecionadoparaverificarapresençadesan-
gue.Sanguesempreindicaqueocorreutrauma,mas
nãonecessariamenteindicaumalesãosignificativa.
RESULTADOS. A realizaçãoe interpretaçãobem-
sucedidasdapalpaçãoretalrequeremconsiderável
experiência.Deveserlembradoqueapenasumape-
quenaporçãodoabdômenestáaoalcancedamãodo
clínico(Figura11-15).Asseguintesdiretrizespodem
serutilizadasparaauxiliarna avaliação(Figura11-
16):11
Achados Nonnais
.Bolotasfecaismaciasnoreto.As fezespodem não
serformadas(pastosas)seo cavaloestiverempasto
verdesuculento.
MÉTODOS DE CONTROLE
DO TENESMO DURANTE
APALPAÇÃO RETAL
.Brometodepropantelina(O,O14mg/kgIV)para
abolira inervaçãomotoraretaI.Anestesiaepiduralparaabolirinervação
sensoriale motarado reto.Administraçãointra-retaldeanestésicolocal
(50mJ:'dexilocaína)paraabolira inervação
sensorialdo reto.Reduçãonacapacidadedeaumentonapressão
intra-abdominal(inserçãode umasonda
nasogástricapelatraquéiaou introdução
percutâneade umaagulhanatraquéia)
286 VICTOR C. SPEIRS
.A mucosaretaI é pregueadae fina..O abdômendáumaimpressãogeralde "vazio".Os
órgãossãomais,facilmente,palpáveis,seestiverem
aumentadosdevolume,ou maisfirmesdevidoà
doençaouobstrução..Bolotasfecaissãopalpáveisnasporçõescaudaisdo
abdômen.Localizam-senocólonmenore podem
sermovimentadaslivrementeemtodasasdireções..O bordocaudaldo baçolocaliza-secontraa parede
abdominalesquerda..O pólocaudaldo rimesquerdoé palpáveldorsal-
mente,ficandoao ladoesquerdoda linhamédia..O ligamentonefrosplênicopodeserpalpadonoseu
trajetoentreo baçoe o rimesquerdo..O espaçonefrosplênicopodeserpalpadodorsal-
menteao ligamentonefrosplênicoe entrea parte
dorsaldo baçoe o pólocaudaldo rimesquerdo.
Unspoucosdedospodemserinseridosporesse
espaço..O cecoficanaseçãodireitadoabdômen.Emborao
própriocecoseja,àsvezes,palpável,comouma
vísceramaciacomumconteúdodeconsistência
semelhanteà massadepãoe umacapadorsalde
gás,a têniaventralé a únicapartequeé sempre
palpável.A têniaé palpávelcomoumfeixede
trajetodiagonaldesdeo ladosuperiordireitodo
abdômen,emdireçãoà linhamédiaventral.
Ocasionalmente,a têniamedial,bemcomoa
fixaçãodorsaldocecoao ladodireitodaaorta,
podemseridentificadas.
.A aortaé localizadanalinhamédiadorsal..A raizdaartériamesentéricacranialpodeser
palpadanalinhamédiadorsal,noseutrajetoem
direçãoventral..A palpaçãodaporçãocaudoventralesquerdado
abdômenpermite,namaioriadasvezes,a identifi-
caçãodaflexurapélvica(comoumavísceramacia,
comconsistênciasemelhanteà massadepão)e
possivelmentealgumasdastêniascolônicas
associadas.
Achados Anonnais
Princípios Envolvidos na Interpretação
dosAchados Retais Associados à Obstrução
Intestinal. Emboraexistamachadosqueregular-
menteacompanhamumdeterminadotipodeobstru-
ção,avariaçãoentreoscasostornaimpossívelfornecer
umconjuntodeachadoscaracterísticosparacadacon-
diçãoquepermitaquesefaçaumdiagnósticopreciso.
Emmuitoscasos,éimpossívelespecificarmaisacura-
damentealesãodoquelocalizá-Ianointestinodelga-
do ou no intestino grosso.O conhecimentoda
seqüênciadeeventosqueocorremna obstruçãogas-
trintestinaltornamaisfácila interpretaçãodosacha-
dos,algunsdosquaisestãolistadosaseguir:
.A obstruçãomecânica(corpoestranho,torção)ou
funcional(neo)dequalquersegmentodo intestino
causaumacúmulodegás,ingestae líquidona
parteproximalà obstrução.
. FIGURA 11-15
Examereta!.Extensãoaproximadadoabdômenaoalcancedoexamereta!.
EXAME ClÍNICO DE EQÜINOS 287
t FIGURA 11-16
Examereta!,achadosnormais.As estruturasgeralmente
palpáveisincluembolotasfecaisnocólonmenor(1),base
doceco(2),têniascecaisventral(2')emedial(2"),fixação
mesentéricadocecoaotetodoabdômen(2"'),baço(3),
fixaçãomesentéricaentrebaçoe rimesquerdo(3'),espa.
çonefrosplênico(3"),rimesquerdo(4),aorta(5),cólons
esquerdoscomtêniaventral(6)e flexurapélvica(6').(De:
KopfN:Rectalexaminationof thecolicpatient.In Robin.
sonNE(ed),CurrentTherapyin EquineMedicine,ed.3.
Philadelphia,Saunders,1992,p.197[Reproduzidacom
permissão].)
. A obstruçãoincompleta(porredução,ao invésde
impedimentototalda passagemdeingesta)tende
inicialmentea causardorsemossinaisdramáticos
deacumulaçãodelíquidoe gás..As alçasdo intestinodelgadotornam-sepalpáveisà
medidaquea ingestae assecreçõesintestinais
acumulam-seno intestinodelgado(Figura11-17A)..A causadaobstruçãodo intestinodelgado(como
intussuscepção,corpoestranho,hipertrofiado íleo,
impactaçãodo íleo)é,àsvezes,identificávelantes
desetornarmascaradapeladistensãointestinal..Quandoa obstruçãoé mecânica,asalçasdo
intestinodelgadotendem,como tempo,a ficar
acentuadamentedistendidas,mas,quandoa
obstruçãoé funcional,a distensãonãoé tão
acentuada..O edemadaparedeintestinalocorrecominflama-
çãoe obstruçãovenosa.O espessamentodaparede
intestinalpodeseravaliadopressionando-seum
segmentoentreosdedose a paredeabdominalou
pelve..Quandoa obstruçãoé altanosistema(nasporções
maiscraniais),ou quandoestápresenteportempo
suficientedemodoa permitiracúmuloretrógrado
de líquido,o duodenodistendidopodeserpalpado
comoumaalçaatravessadanoabdõmendorsal,
caudalmente,à basedo ceco(Figura11-17A)..A obstruçãodo intestinodelgadoleva,eventual-
mente,à dilataçãodo estõmagoqueé detectada
retalmentepelodeslocamentocaudaldo baço..A obstruçãodo cólonmaiorou docólonmenor
podeproduzirpressãono mesentérioduodenocóli-
co,obstruindoassimo fluxogástricoe produzindo
dilataçãogástrica..A reduçãooufalhanaprogressãodolíquidodo
intestinodelgadoresultaemespessamento(desidra-
tação)do conteúdodocecoe cólon(Figura
11-17A). Damesmaforma,obstruçãonocecoou
noscólonsresultatambémemespessamentodo
conteúdodistalàobstrução.O espessamentodo
conteúdodessesórgãoscausaumareduçãonos
seustamanhos,e seusconteúdos,progressivamen-
te,maisfirmes,tornam-semaisfacilmentepalpáveis
(nãoconfundircomimpactaçãoprimária,quandoo
conteúdoé semelhante,maso órgãoestáaumenta-
do devolume)..A obstruçãocausaumareduçãooucessaçãono
transportedeingesta,resultando,maiscedoou
maistarde,numretovazioouquasecompletamen-
tevazio.Seasfezesestãopresentes,elas
geralmentesãoespessadas(desidratadas),menores
queo normale apresentamumacoberturade
filamentose películasdemuco(Figura11-178)..O deslocamentodo grandecólonocorreemvárias
direções.Umaformacomumé o deslocamento
ocorrerinicialmenteentree baçoe a parede
abdominalesquerdae daíparao espaçonefrosplê-
nico(Figura11-17C).A condiçãoé detectada
palpando-seo intestinolateralmenteaobaçoou no
espaçonefrosplênicoquenormalmenteé vazio.De
início,o órgãoestárelativamenteflácidoe apenas
umapequenaporçãoestáenvolvida,mas,à medida
quea duraçãodo deslocamentoaumenta,gáse
ingestaacumulam-se,especialmentenocólon
dorsal,e ummaiorcomprimentodecóloné dirigido
caudalmentepeloespaçoatéquetodoo compri-
mentodavíscerafiqueenvolvido.O cólonmaior
podetambémserdeslocadotantonosentido
horáriocomonoanti-horário(vistodecima)ao
redordo ceco.Nodeslocamentohorário,o cóloné
flexionadolateralmenteparao ladodireito(desloca-
mentodorsalcomflexãolateral)e passa
caudalmenteentreo cecoe a paredeabdominal
direita.Quandoo deslocamentoé nosentidoanti-
horário,a flexurapélvicapassacranialmenteentreocecoe a paredeabdominal(deslocamentodorsal
comflexãomedial).A direçãodo deslocamentoao
redordo cecoé freqüentementeimpossíveldeser
detectadapeloexameretaI, masa condiçãopode
288 VICTORC. SPEIRS
A
t FIGURA 11-17
B
Exameretal,achadosanormais.A. Achadosretaisnaobstruçãodointestino.Porçãoestranguladadointestinocomparedeengrossa-
da(1).Intestinodelgadodistendidoproximalmenteaolocaldeestrangulamento,semespessamentodaparede(1'),regiãodolorosa
(1"),flexuradoduodenodistendida(2),cólonmaiorcomconteúdoengrossado(3),saculaçães(haustros)palpáveisdocólonmaior
(3').(De:KopfN:Rectalexaminationofthecolicpatient.InRobinsonNE(ed),CurrentTherapyinEquineMedicine,ed.3.Philadelphia,
SaundersCompany,1992,p.198[Reproduzidacompermisão].)B. FezesendurecidascobertasporfilamentosdemucoEssesacha-
dossãofreqüentesemcasosdeobstruçãoquandoo trânsitodaingestaé prolongado.
serdetectadaobservando-sequeo cólonmaiorse
estendeatravésdaentradapélvicaobliterandoo
cecoe passaentreo cecoe a paredeabdominal
direita.Essascondiçõessãocomfreqüência
complicadasportorçãodo cólon..A torçãodograndecóloncausadistensãomacros-
cópicanoórgãoporgáse fazcomqueelebloqueie
caudalmentea entradapélvicae impeçaa explora-
çãoretalmaisprofundado abdômen(Figura
11-17D).A flexurapélvicaé freqüentemente
deslocadaatravésdaentradapélvica,emdireçãoao
ladodireito.Sea condiçãopersiste,é possível
detectar-seo desenvolvimentodeedemanaparede
davíscera,nomesentério,nosvasose nastênias.A
extensãoda rotaçãopodefreqüentementeser
avaliadausando-seastêniase os haustros(se
palpáveis)paradeterminarseoscólonsventrale
dorsalestãolocalizadosdorsalmente.Nosestágios
finais,especialmentequandoa distensãoimpede
umexamecompleto,a condiçãopodeserconfundi-
dacomdeslocamentodocólon.Comoregrageral,
a torçãoé maisagudae caracterizadapordistensão
gasosaacentuada..A impactaçãodo cólonventralé umacondição
comume é caracterizadaporumaacumulação,no
cólonventral,de ingestacomconsistênciaseme-
lhanteà massadepão.Coma persistênciada
condição,o órgãoaumentadevolume,e o cólone
suaflexurapélvicasãodeslocadoscaudalmenteem
direçãoà entradapélvicaoutransversalmentea ela
(Figura11-17E).A flexurapélvicacomseuconteúdo
deingestaimpactadotemcaracteristicamentea
formadeumcone.A impressãododedo(indenta-
ção)permanecenoconteúdo,o quenãoocorre
comgás..A impactaçãodaampoladocólondorsaldireitoé
caracterizadaporumatumefaçãofirme,de
aproximadamente30cmdediâmetro,localizadano
ladodireitoda raizdaartériamesentéricacranial.
Comoa artéria,a ampolaé palpávelapenasem
cavalosdetamanhomédioou porexaminadores
combraçosmuitolongos.A obstruçãoporum
enterólitopodetambémocorrernesselocale,
ocasionalmente,a pedrapodeserpalpável..Impactaçãoe dilataçãodo ceco.O cecopodeser
distendidoporgásouporingesta.A distensão
gasosaproduzumacondiçãoaguda,enquantoa
impactaçãoé crônica.A vísceraaumentadaé
facilmenteidentificávelcomosendoo ceco,através
desualocalizaçãoao ladodireitodo abdômene
suasfixaçõesaotetodoabdômen.A indentação
produzidapelapressãodo dedopodediferenciar
entregáse ingesta:a ingestasemi-sólidaguardaa
impressão,conformefoi descrito.
EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 289
c D
E
t FIGURA 11-17 Continuação
c.Achadosretaiscomdeslocamentodocólonmaior(aprisionamentonefrosplênico).Cólonaumentadodevolume
contendogáse ingesta(1),têniascolônicastensas(1'),localondearespostadolorosapodesergeralmenteprovoca-
da(1"), flexurapélvicadeslocada(1"'),ligamentosuspensóriodobaço(2),baço(3),rimesquerdo(4),cecotimpani-
lado (5).(De:KopfN: Rectalexaminationof thecolicpatient.In RobinsonNE(ed),CurrentTherapyin Equine
Medicine,ed.3.Philadelphia,Saunders,1992,p 199[Reproduzidacompermisão].)D.Achadosretaisnatorçãodo
cólonmaior.O cólondorsalestáaumentadodevolumeegeralmentecontémgás(1),o cólonventralé identificado
porsuassaculaçõese estágeralmenteedematosoetambémcheiodegás(2).A massadevíscerasobstruiapelvee
impedeumexameprofundodoabdômen(3).(De:KopfN:Rectalexaminationof thecolicpatient.In RobinsonNE
(ed),CurrentTherapyinEquineMedicine,ed.3.Philadelphia,Saunders,1992,p 199[Reproduzidacompermisão].)
E.Achadosretaisnaimpactaçãodeflexurapélvicae docólonventralesquerdo.O cólonventralesquerdoestá
aumentadodevolumeecontémingestacomconsistênciademassadepãoquemantémaindentaçãoproduzidapela
pressãodigital(1).Têniaspalpáveis(1'),extremidadeemformadeconedamassaimpactantenaflexurapélvica(1").
O cecoestáfreqüentementedistendidoporgás(2).(De:KopfN:Rectalexaminationofthecolicpatient.InRobinson
NE(ed),CurrentTherapyin EquineMedicine,ed.3.Philadelphia,Saunders,1992,p 198[Reproduzidacompermi-
são].)
290 VICTOR C. SPEIRS
.Umamassaobstrutivanocólonmenor,comoum
fecólitoou corpoestranho,podelocalizar-se
cranialmenteà bordadapelvee sermovimentada.
As alçasdistendidasdocólonmenor,proximaisà
obstrução,podemtambémserpalpadas.No
vólvulodocólonmenor,asalçasdistendidas
localizam-sediretamenteà frentedaentradapélvica
e podemimpedirumexamemaisprofundo..Apósa rupturaouperfuraçãodeumaparteda
víscera,assuperfíciesserosasnormalmentelisasdo
abdômene dasvíscerasabdominaistornam-se
cobertasporingestaqueIhesdáumaspecto
rugosoà palpação.Alémdisso,quandoa ingesta
temumconteúdolíquidosignificativo,asvísceras
tendema flutuare serseparadaspelolíquido..A confirmaçãode umalaceraçãoretalé idealmente
feitasobanestesiaepidural,a fimde permitirum
examecompleto,aomesmotempoemquese
reduzemaschancesdeaumentara lesão.Perfura-
çõesretaisvariamemintensidadee estão
~Iassificadasno quadro.12
Namaioriadasvezes,émelhorexploraraslesões
retaissemusodeluvaretal,tomandoassimmaisfácil
detectarem-seosdetalhessutisdaferida.Umaperfu-
raçãoretalrecenteécaracterizadaporsanguelivree
coágulosdesanguenaluva.Mesmoumapequenala-
ceraçãoretalpodeproduzirvolumessurpreendente-
mentegrandesdesangue.Emboraferidasgrandes
sejamfacilmentedetectáveis,pequenaslesõesnecessi-
tam,namaioriadasvezes,deumabuscacompleta.A
feridadeveserprecisamentedefinida,porqueo trata-
mentovariarácomaextensãodalesão.
COMPLICAÇÕES
SangueEncontrado na Manga da Luva de
Palpação. Esseé um achadofreqüentee, na
maioriadoscasos,não-relacionadoa qualquerlesão
detectável.Pequenasmanchasdesangueraramente
indicamumalesãosignificativa.Sevolumesmaiores
desanguesãoobservados,umreexamedoretodeve
serconduzido.Sedaçãoou anestesiaepiduraldevem
serinstituídassenecessárias.Asindicaçõesparaoree-
xamenãopodemserdefinidasprecisamentee,embo-
raoexamevarieentreosclínicos,émelhorexploraro
retoe nãoencontrarqualquerlesãodoquearriscar
emnegligenciarumalesãoexistente.O manejoini-
cialdeumalesãoretalédescritonapróximaseção.
LaceraçõesRetais. Apalpaçãoretalestásem-
preassociadaàpossibilidadedelesãoretalacidental
relacionada,àsvezes,àtécnicainadequada.A condi-
ção,dependendodograu,épotencialmentefatal.Como
omanejobem-sucedidodependedotratamentopron-
toecorreto,oclínicodevesempreestarpreparadopara
instituirimediatamenteosprimeirossocorros.Após
estabelecerapresençadalesão,oobjetivodaprimeira
CLASSIFICAÇÃO DAS
LACERAÇÕES RETAIS
.Grau1.A camadamucosaé rompida..Grau2.A camadamuscularé rompida..Grau3. Todasascamadas(mucosa,submucosa
e muscular),excetoa serosa,sãorompidas.A
serosaimpedea contaminaçãodacavidade
abdominal.As laceraçõesdessegrausão
subclassificadas,deacordocoma localizaçãoda
perfuração,em:
Grau3A.A perfuraçãolocaliza-senoaspecto
ventralou lateraldo reto.
Grau38.A perfuraçãolocaliza-sena linha
médiadorsale estende-seentreasduas
membranasserosasdo mesocólon..Grau4. Penetratodasascamadase estende-se
à cavidadeabdominal.
fasedotratamentoé prevenira contaminaçãofecal
da lesãoe dacavidadeabdominal.O proprietáriodo
cavalodeveseravisadoimediatamentedequeocorreu
umaperfuraçãooudequesesuspeitadesuaocorrên-
cia,poisafalhaemnotificarconstituinegligência.O
manejoimediatodediferentesgrausdeperfuraçãoéo
seguinte:13
.Grau1.Emboraa suturanãosejageralmente
necessária,a antibioticoterapiacontraperitonitee
umamolecedordefezessãoindicados..Grau 2. Essassão rarase não necessitamde sutura..Grau3A &8. Sobanestesiaepidural,todasasfezes
aoalcancedamãodevemserremovidascuidadosa-
mente.Paramanterasfezesafastadasdalesão,um
empanque(tampão)retaI é inseridoparapreencher
o retodesdeo ânusatéumaporçãocranialà lesão.
O tampãoé construidodechumaçosdealgodão
umedecidoe malhaqueé embebidoemanti-
séptico(Betadineou Hibiclens)e cobertocomum
gellubrificante(lubrificanteobstétrico,gellubrifi-
cante)(Figura11-18).O algodãopodeirsendo
adicionadoaotampãoatéatingiro níveldo ânus.
Pararetero tampãonolocal,a anestesiaepidural
devesermantida,e umasuturabocadesacoou
grampos(prendedores)detoalhadevemser
colocadosnoânus.A anestesíadeveserrepetida
conformenecessário.O tratamentodesuporteideal
consistenaadministraçãodeumantibióticode
largoespectro(p.ex.,penicilinae gentamicina),
profilaxiaantitetânica(antitoxina,reforçodetoxóide
ouambos)e um~molecedordefezes(óleomineral
ou sulfosuccinatodesódiodioctil,10a 20mgjkgde
EXAME CLÍNICO DE EQÜINOS 291
umasoluçãoa 5%)administradoviasondanaso-
gástrica..Grau4. Umalesãodegrau4 é catastrófica.O
manejoé idênticoaodaslaceraçõesdegrau3.
Apesardeo abdômenestarsemprecontaminado,a
prevençãode contaminaçãoadicionalpode
significara diferençaentrealgumachancede
sobrevivênciaparao cavaloou nenhuma.
Fezes
Asfezessãoexaminadasdeváriosmodosdiferen-
tes.Amaioriadosexamesserárealizadanumlabora-
tório,masoclínicofreqüentementerealizaalgunsdos
testesemcampo.
Exame Macroscópico
O examemacroscópicoenvolvea verificaçãoda
consistência,cor,presençadefilamentosdemuco,san-
gue,corposestranhose parasitas.Issopodeserfeito
nasfezesjá excretadasouemfezesretiradasdoreto.
Fezesfrescastendemadarmelhoresinformaçõespor-
quenãotiveramaindatempoderessecar(desidrata-
ção),seremmexidasoualteraremacor.Umaamostra
defezesfrescaspodefacilmentesercolhidadoretocom
umaluvadepalpaçãoreta!.Apósaamostraserretira-
danapalmadamãoenluvada,eladeveserexamina-
da e, senecessário,colocadanum recipientepara
transporteatéo laboratório.O tipomaissimplesde
recipienteparatransporteé obtidovirando-sea luva
doavessoemantendoasfezesdoladodedentroda
luva.A luvanemsempreé segurae,portanto,para
prevenirvazamentosduranteo transporte,énecessá-
riocolocar-sea luvae asfezes(ousomenteasfezes)
numrecipiente(beaker)deplástico.Areiaéumtipo
especialdecorpoestranhopresentenasfezesdemui-
toscavalosquevivememambientesarenosos,e,oca-
sionalmente,éresponsávelporcólica.Emboraaareia
dêumasensaçãoarenosacaracterísticaàsfezes,quan-
doessassãopalpadasentreosdedos,elaédistribuída
demodouniformee,namaioriadasvezes,nãoéfa-
cilmentevista.Ummeioconfiáveldedeterminarexa-
tamentequantaareiaestápresenteé tomaruma
quantidadedefezes,colocá-Ianumrecipientecom
água,misturare permitirquea areiasedimenteno
fundodorecipiente.Issopodeserrapidamentefeitoe,
muitasvezes,mostraumaquantidadesurpreendente-
mentegrandedeareia.
Identificação de Parasitas Internos
ESFREGAÇO DIRETO DE FEZES. Umaamos-
tradefezesé colocadanumalâminadevidropara
microscopia,misturadaaumagotadeáguaecoberta
comuma lamínula.14É importanteusar-seapenas
volumespequenosdefezes.A amostraextremamente
pequenatomao esfregaçosimplesummétodorelati-
vamenteimpreciso.
CONCENTRAÇÃODE OVOS E OOCISTOS POR
FLUTUAÇÃO. Ummaiornúmerodeovoseoocis-
tos,nummeiolíquidoclaro,podeserobtidopelatéc-
nicadeflutuação.A flutuaçãoé baseadanofatode
queosovoseoocistosflutuarãonumasoluçãodegra-
vidadeespecificamaiorqueassuas.Exemplosdeso-
luçõeshipertõnicasincluemsoluçãosaturadadesal
decozinha,soluçãosaturadadenitratodesódioeso-
luçãodeSheather.A soluçãodesulfatodezincotem
sidousadaparaisolarcistosdeGiardia,e a solução
deSheather,paraoocistosdeCryptosporidium.
t FIGURA 11-18
Tampão(empanque)reta!Materiaisusados
paravedaro retoapóstersidodiagnostica-
daumalaceraçãoreta!(De:BairdAN:Rec-
tal tears.In RobinsonNE(ed).(urrent
TherapyinEquineMedicine,ed.3.Philadel-
phia,Saunders,1992,p 234.Reproduzida
compermissão.)
292 VICTOR C. SPEIRS
Asmedidassãofeitasusando-seumacâmarade
MacMasteroualgumavariaçãodela.Parapreparara
amostra,umaquantidadedeterminadadefezesépe-
sadaemisturadacomumvolumeconhecidodesolu-
çãoflutuadora.Umaamostradamisturaétransferida
comapipetaecolocadasoboretículodecontagemda
lâmina.Osovoseosoocistossubirãoparaasuperfície
domeioondeserãoencontradosnomesmoplanofo-
calqueasbolhasdearquetambémsobemàsuperfí-
cie.Sãocontadosem100aumentos,e o númerode
ovosporgramadefezes(levandoemconsideraçãoo
fatordediluição)écalculado.A principalindicação
deumacontagemdeovosé obter-seumaestimativa
dacontaminaçãodapastagem.Osseguintesfatores
devemserconsideradosaointerpretarem-seosresul-
tados.
.Hápoucacorrelaçãoentreo númerorealdevermes
e a contagemdeovos..Vermesimaturos,migratóriosou hipobióticosnão
produzemovos.. Espéciesdiferentesdevermesdepositamovoscom
freqüênciasdiferentes..Nemtodososespécimensfêmeasdevermes
depositamovosaomesmotempo..Ovosdeestrôngilosnasfezesdepotroscommenos
de6 semanasresultamdecoprofagia..A produçãodeovospodesersuprimidapelo
aumentoda imunidade.
COLETADE OVOSDE Oxyuris equi. Afêmea
dessaespéciedepositaa maioriadosseusovosaore-
dordoânusdocavalo.Osovossãocolhidosdaíapli-
cando-seumafitadepapelcelofaneadesivoàregião
perianaldocavaloeapóscolando-anumalâminade
vidroparamicroscopia.
CULTURALARVAL. Adiferenciaçãoentregrandes
estrôngiloseciatostomas(pequenosestrôngilos)éfei-
tapeloexamedesuaslarvas,ao invésdeexamina-
rem-seosovosquesãosemelhantes.Larvasinfectivas
deterceiroestágiosãoobtidasincubando-seasfezes
por7 dias.Aslarvassãocoletadasusando-seumdos
doismétodosseguintes:
. Método7.Umajarrade1/2litroé preenchidacom
fezesbemmisturadas,fechadafrouxamentee
deixadapor7diasa26-29°c.Deve-semexer
diariamenteparaevitarcrescimentodefungos.A
umidadedasfezesdevesermantidaadicionando-se
água,ou,sedemasiadamenteúmidas,adicionando-
seummaterialabsorventecomocarvãooufezes
esterilizadas,conformenecessário.Após7dias,a
jarraépreenchidacomáguae emborcadasobre
umaplacadepetrique,porsuavez,épreenchida
pelametadecomágua.As larvasmigramparaa
placadepetri,ondesãocoletadascomumapipeta,
inativadas(mortas)comalgumasgotasdeLugole
examinadas..Método2. (MétododeBaermann).Aslarvas
podemsercoletadasdefezesfrescasou incubadas,
depastagem,dosoloedetecidos.Essedispositivo
consistenumfunilcomumahasteconectadaa um
tubodeensaioporumsegmentodetubode
borracha.Otuboéfechadocomumgrampo,eo
funilépreenchidocomáguamorna.A amostra,
mantidanumcoadorouenroladanumtecido,é
colocadanaáguaquedeveserfundaosuficiente
paracobri-Ia.A calideze a umidadeestimulamas
larvasa emergiremdaamostrae entraremnaágua,
deondedescemparaa hastedofunil.Após
algumashoras,ogrampodotuboplásticoé
afrouxado,e aslarvaspassamparaotubode
ensaiodeondepodemsercoletadascomuma
pipeta.Osaspectosdiagnósticosdaslarvasestão
listadosnoquadro.
Exame Cito/ógico
Oexamecitológicoérealizadoprincipalmentepara
detectarevidênciasdeparasitasinternosou,àsvezes,
deleucócitosquefreqüentementeindicamumaente-
ritebacterianaecomprometimentodaspartesdistais
dotratointestinal.Ovosdepequenosegrandesestrôn-
gilos,tênias,vermesredondoseStrongyloideswesteri,
bemcomococcídeos,sãoobservadosfreqüentemente.
Umaamostrafrescadefezesénecessária.
CulturadeFezes
O examefecalé freqüentementerealizadopara
identificaragentesetiológicosbacterianosevíricosem
casosdediarréia.Umaamostrade10gdefezesé ne-
cessária.NocasodeSalmoneltaspp.,pelomenoscin-
coamostrascolhidasa intervalosde12a24horassão
necessáriasantesqueumcasopossaserdeclaradone-
gativo.Microrganismospodemtambémserisolados
deumabiópsiaretal(veradiante).Asfezescontêm
um grandenúmerodemicrorganismos,e a cultura
defezesé direcionadaà identificaçãodeum micror-
ganismoespecíficoenãoatodosostiposdemicrorga-
nismospresentes.Issoéfeitousando-seváriosmeios
deculturaseletivosparapermitirocrescimentoeiden-
tificaçãodemicrorganismosespecíficos.Essesin-
cluem:a) caldodeselenito,caldodetetrationatoe
caldoverdebrilhanteparaSalmoneltaspp.,b) ágar
deMcConkeye ágareosinae azuldemetilenoparaoutrosmicrorganismosGram-negativos,comoEsche-
richiacoEi,c) ágaraeróbicoparaClostridiumspp.e
d) ágarcicloserina-cefoxitina-fructoseparaClostri-
dium di/ficile.OutrasbactériasincluemActinobaci-
ltus spp.,Bacteroidesfragilis, Rhodococcusequi,
EXAME ClÍNICO DE EQÜINOS 293
Campylobacterspp.eKlebsiellapneumoniae.A de-
monstraçãodasimplespresençadeummicrorganis-
mo nãoprovaqueelesejaresponsávelpelossinais
clínicos.Issoseaplicaprincipalmenteaoscasosdeiso-
lamentodeClostridiumspp.eEscherichiaspp.,onde
sãonecessáriostestesparaidentificaçãodastoxinas.
Vírussãotambémresponsáveispordiarréiaeente-
riteempotros.Rotavíruséacausamaiscomum,em-
boraoutrosagentesetiológicos,comocoronavíruse
adenovírus,possamtambémserisolados.Osrotavírus
podemseridentificadospormicroscopiaeletrônicae
pelousodeELISA(RotazymeII ELIZA,Abbott1abs,
Chicago,11)etestesdeaglutinaçãoemlátex(Virogen
Rotatest,Wampole1abs,Cranberry,NJ).
Endoscopia do Sistema Alimentar
A endoscopiatornou-seumaferramentaútil na
. investigaçãodoesôfago(esofagoscopia),doestômago
(gastroscopia)edoduodeno(duodenoscopia).Ospro-
cedimentossãorelativamentesimples,masnecessitam
deumendoscópiodecomprimentoadequado.
Esôfago
A esofagoscopiapodegeralmenteserrealizadano
pacienteemestação.A contençãofísicacomumca-
chimboérecomendadae,ocasionalmente,contenção
químicaétambémnecessária.A avaliaçãodamotili-
dadeouverificaçãododiâmetrodolúmendevemser
conduzidassemcontençãoquímica.
PROCEDIMENTO. Oprocedimentoparaa esofa-
goscopiaésemelhanteaoprocedimentoparaaendos-
copiadosistemarespiratóriosuperior.15Ocavalodeve
seradequadamentecontido,conformesugerido,com
um auxiliarparacontrolá-Ioe umasegundapessoa
parainseriroendoscópio,deixandooclínicolivrepara
operaro endoscópioenquantovisualizaa imagem
numaobjetivaounummonitor.Sobvisualizaçãodi-
reta,o endoscópioé passadoporumadascavidades
nasaisedirecionadoparaa aberturaesofágica(óstio
esofágico),localizadana linhamédia,dorsale cau-
dalmenteaoprocessocorniculadodascartilagensari-
tenóides.Quandoa pontadoendoscópioatingeas
proximidadesdoesôfagoeespecialmentequandoele
é gentilmenteavançadodemaneiraacontatarapor-
çãocaudaldafaringe,geralmenteocorrea degluti-
ção.Damesmaformaqueparaaintroduçãodasonda
nasogástrica,oendoscópiodeveseravançadologoque
o reflexodadeglutiçãoforativado.Issofarácomque
oendoscópioentrenaprimeiraporçãodoesôfago.Há
umamomentâneaperdadavisualizaçãoquandoocor-
readeglutição.Aimpossibilidadedeestimularorefle-
xo dadeglutiçãopodesercontornadaaspergindo-se
águaatravésdoendoscópio.
Apósa inserçãodoendoscópio,eumavezquenão
sesuspeitedeperfuraçãoouruptura,o esôfagoédis-
tendidocomar,eoendoscópioépassadopeloesôfago
atéatingirocárdiadoestômago.Ascontraçõesesofá-
gicaspodemtornara inserçãodoendoscópiodifícile,
paraevitar,lesões,o endoscópionãodeveserinserido
quandoacontraçãoestáocorrendo.Durantea inser-
ção,oesôfagoécuidadosamenteexaminado.Umexa-
mecompletorequerqueo endoscópiosejainseridoe
retiradováriasvezes.Salivae alimentoprejudicamo
exameedevemserremovidosporsucçãooulavagem.
RESULTADOS. O esôfago,umórgãotubular,está
normalmentecolapsadoenecessitaserinsufladoan-
tesqueumbomexamepossaserfeito.Quandocolap-
sado,a mucosa esofágicaarranja-seem pregas
longitudinais.Quandoadistensãoéomitidaouérea-
lizadaincompletamente,a fricçãoentreoendoscópio
e a mucosatendea empurrara mucosa à frentedo
endoscópiodurantea inserção,causandoo preguea-
mentodamucosaemdobrastransversais.Amucosaé
examinadaparalesõescomoferidas,úlcerasoucica-
trizes,eolúmenéavaliadoparatamanho,forma,pre-
sençadecorposestranhos,constrições,fístulase
divertículos.A incapacidadededistenderduranteo
Materiais para
Esofagoscopia
(150cm,comdispositivos
e insuflamento)
himbo,tronco- conforme
(xilaiina,O,5mgjkgIV)
294 VICTORC. SPEIRS
insuflamentoindicaconstriçãoourigidez.Ocárdiaé
vistocomoumafendatransversalnoesôfagodistal.A
parteproximaldaporçãocranialdoesôfagopodeser
difícildeexaminardevidoaosmovimentosdedeglu-
tiçãorepetidos,estimuladospelapresençadoendos-
cópio.Algunsexemplosdeesofagoscopiasãomostrados
naFigura11-19.
Estômago
A disponibilidadedeumendoscópiolongoeflexí-
velpermitiuqueagastroscopiasedesenvolvessecomo
umatécnicadediagnósticoderotina.16A principal
indicaçãoparaseuusoé o diagnósticodeulceração
gástricaempotros,emboraoutraslesões(comoneo-
plasiagástrica)emadultospossamserdiagnostica-
das.
PROCEDIMENTO. Oprocedimentoéquaseidên-
ticoaodescritoparaaesofagoscopia.Ocomprimento
doendoscópioétalqueelenãopodeserremovidora-
pidamentecasoocorraumaemergência.Issosignifi-
caqueocavalodevesermantidoemtroncoparaevitar
quesemovimente,afastando-sedoendoscópio.Po-
trossãomelhorcontroladosusando-seum auxiliar
extraparaseguraro animal.A maioriadospacientes
requersedação(p.ex.,xilazina,O,5mglkgIV),embo-
rapotrosjovenspossamserexaminadossemsedação.
Comexceçãodepotrosjovensqueingeremleite,todos
ospacientesdevemsersubmetidosa jejumpréviopor
cercade12horasparaassegurarqueoestômagoesta-
rávazio.Quandoháumproblemacomoesvaziamento
gástrico,umperíododejejummaioré,muitasvezes,
necessário.
Oendoscópioé introduzidopeloesôfagoepassado
atéocárdia,conformefoidescrito.Aporçãocaudaldo
esôfagoe cárdiadeveserexaminadaparasinaisde
ulceração,constritura,refluxogastresofágicoe infla-
mação.Oendoscópioéentãointroduzidopelocárdia
atéo estômago,resultandoemperdamomentâneade
visualização.Umaveznoestômago,certasestruturas
tomam-sevisíveis,e umexamesistemáticodevese-
guir-se.Semprequea objetivadoendoscópiotocara
parededoestômago,a imagemémomentaneamente
perdida.Ar ambienteé insufladoatéquea distensão
resultantepermitaum examecompleto.A distensão
reduzumpoucodopregueamento(rugasdamuco-
sa)gástrico,o quemelhoraavisualização.Seneces-
. FIGURA 11-19
Endoscopiado esôfago.A. Normal.A porçãoproximaldo esôfagofoi
adequadamentedistendidacom ar, o que facilitao examee obliteraas
pregaslongitudinaisnormais.A regiãomaisdistarnão estádistendidae,
portanto,não pode ser examinadae também retémo pregueamento
longitudinal.B. Laceraçãoem cicatrizaçãoe constritura(estenose).Ob-
serveo lúmenesofágicoestreitono localda lesãoparcialmentecicatriza-
da. C. Obstruçãocom umbolo alimentar.Observea distensãoesofágica
eamassaobstrutoradematerialalimentar.
EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 295
sário,éusadaáguaparalavarmaterialalimentarda
superfíciedoestômago.O endoscópioé dirigidodor-
salmenteparao ladodireitodocavalo.Issofazcom
queosacocego(abolsadorsaldoestômago)eamu-
cosaderevestimentoescamosofiquemvisíveis(Figu-
ra11-20A).Parainvestigaçãoadicional,oendoscópio
édirigidoventralmenteparaexaminarapartefúndi-
ca derevestimentoescamoso,o margoplicato(jun-
çãoentrea mucosaescamosanão-glandulare a
mucosaglandular,tambémchamadacristacuticular)
Papiladuodenal
principal(dueto
biliare dueto
pancreático) Pilara
e a partefúndicaglandular(Figurall-20E). Osas-
pectosesquerdoecaudalsãoexaminadosdirigindo-se
oendoscópioparao ladoesquerdodocavalo.Acurva-
turamenorpodeserexaminadainserindo-seoendos-
cópiamaisprofundamentenoestômago,dirigindo-o
entãoventralmenteemânguloagudoe parao lado
esquerdodocavalo.Essamanobratambémtornavisí-
velaporçãocaudaldoantropilórico(Figura11-20e).
Umavançoadicionaldoendoscópioaolongodagran-
decurvatura,combinadocomdeflexão,permiteob-
servaro pilar gástricoe o orifíciodo cárdia(óstio
cárdico)quecontémoendoscópio.Dirigindo-seoen-
doscópioparao antropilórico,poder-se-ávisualizá-
10.A extensãodoexamenessaregiãoé limitadapelo
volumedelíquidoe ingestapresentequeseacumu-
lam apesardo jejum.Quandonecessário,umalava-
gemgástricapodeajudarna remoçãoda ingesta.
Quandoasregiõesantralepilóricaestãovisíveis,suas
contraçõespodemserobservadas.
Umexamecompletodaregiãoantral,geralmente
indicadoparapotros,necessitadeanestesiaou seda-
çãopesada,demodoqueoexamepossaserfeitocom
o animalemdecúbito.O pacientedevesercolocado
emdecúbitolateral,demodoquequalquerlíquidoou
Sacocego
Fundo
glandular
. FIGURA 11-20Endoscopiadoestômago.Anatomiagástricarelevanteemodosdemovimentaçãodoendoscópioparaa
visualizaçãodasdiferentesregiôes.
296 VICTORC. SPEIRS
ingestatendaaseacumularlongedasregiõesantrale
pilórica.A técnicadeexameé semelhanteà recém-
descrita.Aingestae líquidoacumuladosnaregiãodo
cárdiatenderãoaobliteraravisão,quandooendoscó-
pioentrarnoestômago.Issopodesercontornado,até
umcertoponto,poraspiraçãoe lavagem.Apóscon-
duçãodoexameinicial,conformedescrito,o endos-
cópioéinseridoe introduzidoaindamaiseorientado
aolongodagrandecurvaturaparapermitirqueoan-
tropilóricopossaservisto.O endoscópiopodeser,
muitasvezes,dirigidoparao antroe piloro(exame
dopiloroeduodenoédescritonapróximaseção).Se
alimentoelíquidoobliteramavisão,melhorescondi-
çõespodem,emgeral,serobtidascolocando-seo
potroemdecúbitodorsale, àsvezes,lateralesquer-
da.
RESULTADOS. Amucosaescamosaébranca,con-
trastandocoma mucosa glandularrósea.O margo
plicatoéirregularerepresentaa junçãoentreasmu-
cosasglandularenão-glandular.Descamação,erosão
eulceraçãodamucosaescamosanaregiãodomargo
plicatosãoachadoscomunsempotrosjovens,embo-
raamaioriasejaassintomáticaecicatrizeespontane-
amente.17Descamaçãoocorrenamaioriadospotros,
e erosãoe ulceraçãoocorrememaproximadamente
50%.Aslesõesna regiãoglandularsãobemmenos
comuns.Úlcerascomimportânciaclínicacausamin-
flamaçãoagudae,àsvezes,perfuração,quandocrô-
nicas,podemlevarà constriturae obstrução.Em
cavalosmaisvelhos,a incidênciadeúlcerasgástricas
é bemmenor,e outrosachadosincluemneoplasiae
lesõesdelarvasdeDraschiamegastomae Gastero-
philusspp.
Duodeno
A duodenoscopiapodetambémserpraticadacom
osendoscópioslongosdisponíveishojeemdia.18
PROCEDIMENTO. Comofoidescritoparaa gas-
troscopia,o procedimentopodeserrealizadono pa-
cienteemestação,comacontençãoadequada,ouem
decúbito,dependendodotemperamentodocavaloe
dapresençadeingestaelíquidogástricos.O acessoà
regiãodoantropilóricoépelapassagemdoendoscó-
pioaolongodacurvaturamaior,conformedescrito.
Àsvezes,quandoo tônusgástricoémínimo,oendos-
cópionãopodeseravançadoparaa regiãodesejada
queseenrolará.Apresençadecontraçãogástrica,fre-
qüentemente,auxiliaránaprogressãodoendoscópio
emdireçãoeatravésdopiloro.
RESULTADOS. O duodeno,freqüentemente,con-
témumlíquidoverde-amarelado,umamisturadebile
elíquidospancreáticos.Aproximadamentea 15cmdo
Materiais para
Duodenoscopia
.
piloroencontra-seo divertículoduodenal,peloqual
emergemosductosbiliarepancreáticoe tambéma
papilamenorqueselocalizaopostamenteecontémo
ductopancreáticoacessório.A mucosa é geralmente
cinzaouavermelhada.Biópsiaeaspiraçãodabiledo
ductobiliarpodemserrealizadascompinçadebióp-
siaeumcateterdeaspiração,respectivamente,passa-
dospeloendoscópio.
RESULTADOS. Osachadosno duodenoincluem
úlceras,constriturase larvasdeGasterophilusnasa-
liso
Biópsia Retal
Abiópsiadoretoégeralmentefeita"àscegas"com
umapinçadebiópsia.Emborasejapossívelrealizaro
exameretalsobvisualizaçãodireta,atravésdeum
endoscópio,o tamanhopequenoda amostraobtida
limitaseuuso.
PROCEDIMENTO. O procedimentoé efetuado
como cavalocontidonumtronco.Umexamepreli-
minar,geralmente,játerásidofeitoeo localparaob-
tençãodabiópsiaselecionado.Lubrificanteéaplicado
noânusenamãoenluvada.Amão,comosdedosem
cone,é inseridaparcialmenteatravésdoânus.O ins-
trumento,seguradocomaoutramão,éentãoguiado
na palmadamãoemcone.A mãoe o instrumento
sãoentãoinseridoscomoummonoblocoatéo local
selecionadoparaa biópsia,enquantoseseguramas
"mandíbulas"daextremidadedapinça(verFigura
7-11,noCapítulo7) comapalmadamão,paranão
feriro reto.Umfragmentodamucosaéseguradoen-
treopolegareo indicadoreguiadoatéas"mandíbu-
las"dapinçadebiópsiaquesãoentãofechadaspara
destacaro fragmentodetecido.A biópsiainclui so-
mentemucosa,masé adequadaparaavaliaçõeshis-
tológicase microbiológicas.Para histologia, o
espécimenécolocadoemformalinae,paramicrobio-
EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 297
Materiais para
Biópsia Retal
. Pinçadebiópsiauterina
. Luva'depalpaçãoretaI
. Lubrificanteobstétrico
. Recipientesparaasamostras
Formolneutroa 10%paraexamehistológico
Meiodetransporte(verApêndiceC)para
examemicrobiológico
logia,élevadodiretamenteaolaboratóriooucoloca-
doemmeiodetransporte.
Radiografia da Cabeça
e do Sistema Alimentar
A cabeçae o sistemaalimentarsãoconsiderados
juntos,devidoàsinter-relaçõesentreascondiçõesdos
dentese dosseiosparanasais.Emboraa radiografia
dosistemaalimentardoeqüinonãosejatãoútilcomo
parapequenosanimais,podemseobterradiografias
diagnósticasdecertasregiões.A limitaçãodaradio-
grafiadiagnósticaemeqüinosresultadotamanhodos
animaisdessaespécie.Em cavalosadultos,a radio-
grafiadosistemaalimentarintra-abdominalrequer
umaparelhofixoedealtapotênciaeéindicadapara
investigarcondiçõescomoenterolitíase,hérniadiafrag-
máticaepresençadeareiano intestinogrosso.Potros
epôneissãomuitomenores,eboasradiografiasdes-
sesanimaispodemserobtidas,mesmocomaparelhos
portáteis.Acabeçaeporçãocervicaldoesôfagopodem
serradiografadascomaparelhoportátil.
A maioriadasradiografiasé feitacomo animal
emestação.Ocasionalmenteemadultose maisfre-
qüentementeempotros,coloca-seo animalemdecú-
bito.Emadultos,issorequeranestesiageral,masem
potrosacontençãofísicaégeralmentesatisfatória,com
ousemsedação.Umavantagemdodecúbitoéquepro-
jeçõesventrodorsais(eoutrasprojeções)sãopossíveis.
Umadesvantagemdaradiografianopacienteemde-
cúbitoéqueascapasdegáseosníveisdelíquidonão
podemseradequadamenteavaliados.Oleitoréorien-
tadoparaa literaturapertinenteparaumadescrição
maisdetalhadadastécnicas.19
Cabeça
UmaparelhoderaioXportátilpodeserusadopara
produzirradiografiasdiagnósticas.A qualidadedas
radiografiasémelhoradausando-seumagrade,ecrans
deterrasraraseumdispositivoparasegurarocassete.
Esseúltimoé necessárioparareduzira exposiçãodo
pessoalàradiação.Semprequepossível,ocassetedeve
sercolocadocontrao ladodeinteresse.Deve-seusar
umcabrestodecordaparaevitarquefivelaseargolas
demetalapareçamnasradiografias(oqueparecesem-
preobliterararegiãodeinteresse).Vistaslateraisele-
vementeoblíquas são, de modo geral, obtidas
facilmente.Àsvezesobtém-setambémumaexposição
ventrodorsaldaseçãorostraldacabeça.Vistasoblí-
quasmaiscomplicadasevistasventrodorsaisnecessi-
tamdedecúbitodopaciente,geralmente,sobanestesia
geral.Deve-setercuidadoparaobterasvistascorretas
devidoàdistorçãoproduzidaporvariaçõesnoângulo
deexposição.
Emborasejaaconselhávelusarcassetesgrandesque
permitemqueamaiorpartedacabeçasejaexamina-
daemumaúnicaradiografia,écomumcentrar-seo
feixederaioX numaregiãoanatômicaespecífica.As
regiõesfreqüentementemiradasincluema abóbada
craniana,abasedocrânio,osdenteseamandíbula,a
pré-maxilaemandíbularostral,osseiosparanasaise
amaxilaeostecidosmolesmaiscaudaisqueformam
afaringe,a laringeeasbolsasguturais.
Algumasdascondiçõesquepodemserdetectadas
incluem:
.Ossos.Fraturas,infecções,neoplasia,distúrbiosdo
desenvolvimento(cistos)..Dentes.Anomaliasno númeroe naforma,fraturas,
infecçãoperiapical,distúrbiosdo desenvolvimento
(cistos,heterotopia),neoplasia..Seiosparanasaise narinas. Infecção, neoplasias,
cistos,hematomasetmoidais(Figura11-21)..Bolsasguturais.Empiema(infecçãocomacúmulo
de exsudato),solidificaçãodo exsudato(condróide),
timpanismo,micose..Laringe. Ossificaçãodacartilagem,aprisionamento
da epiglote,cistossubepiglóticos,hipoplasiada
epiglote,condrite..Faringe.Deslocamentosdo palatomole,cistos..Articulações temporomandibulares.Osteoartrite,
luxação.
Detalhesmaisespecíficosemalgumasdasregiões
econdiçõesdemaiorimportânciaestãodisponíveisem
outraspublicações.2o-26
Esôfago
A radiografiadasporçõescervicale intratorácica
doesôfagorequerdiferentesexposiçõesdevidoàsdife-
rentesespessurasdopescoçoedotórax.Umaparelho
deraioX portátilpodeserusadonamaioriadascir-
cunstânciaspararadiografaraporçãocervicaldoesô-
fagodetodosospacientes,pequenosou grandes.
Emboraaparelhosfixosdealtapotênciasejamusados
298 VICTOR C. SPEIRS
maisfreqüentementenasradiografiasdoesôfagoin-tratorácico,o usodeecransdeterrasraras,filmesde
altavelocidadee a técnicadointervalodearpermi-
temqueradiografiasdiagnósticasdessaregiãosejam
obtidascomaparelhosmóveis(l00-800mA)e,para
potros,mesmocomaparelhosdebaixapotência«
30mA).
O esôfagoé geralmenteradiografadocomo pa-
cienteemestaçãoe como cassetecontrao ladoes-
querdo.Sefornecessáriodecúbito,opacienteécolo-
cadoemdecúbitolateralcomo casseteporbaixo.
Radiografiassimplesoucontrastadaspodemserusa-
das.Ocontrastepodeserpositivo(compostosconten-
dobárioouiodo),negativos(ar)ecomduplocontraste
(misturadepositivoenegativo).Ocontrastemaisco-
mumenteusadoéosulfatodebárionaformadeuma
pasta.Apastaécolocadanaboca,deondeédeglutida.
Ocasionalmente,quandoapenasumaregiãoespecífi-
caprecisaserradiografadaouumvolumemaiorde
contrasteénecessárioparadelinearumdivertículoou
megaesôfago,obáriopodeseradministradonaforma
desuspensãoatravésdeumasondanasogástrica.O
volumenecessáriovariadeaproximadamente50a
200mJl,dependendodotamanhodopaciente.Casose
suspeitedeperfuração,é indicadoo usodecontraste
. FIGURA 11-21
Sinusitebilateral. As linhashorizontaisrepresentamo limitesuperiorde
um acúmulo de liquido nos seios maxilares frontoconchal (seta pequena)
e caudal (seta grande). A exposição foi feita em um ãngulo levemente
oblíquo. permítindo assim que pudessem ser vistas as interfaces gás-liqui-
do (niveis de liquido) dos seios esquerdo e direito.
contendoiodo.Casonecessário,umpoucodecontras-
tepodesermisturadocomalgumalimentoparase
estudara passagemdeummaterialmaisfisiológico.
Umaavaliaçãomaissofisticadapodeserobtidacom
fluoroscopiaou intensificaçãodeimagem,o queper-
miteumestudodinâmicodomovimentodoboloali-
mentar,oucomcontrasteàmedidaqueeledescepelo
esôfago.
O esôfagonormalmenteestávazioe é impossível
conseguir-seasuaimagemamenosquecontenhaum
poucodearoualimento.Apósadeglutição,apastade
báriorevestea mucosa e tendea delinearaspregas
esofágicaslongitudinaisporalgunsminutos.Umpou-
co decontrastepodenormalmenteservisto,porum
momento,na entradatorácica,basedo coraçãoou
cárdia.Dependendodo tempodecorridoentrea de-
glutiçãoe a exposição,umbolodebáriopodeainda
servisto,masnãodeveservistonomesmolugarem
radiografiassubseqüentes.Báriolíquidonãorevestea
mucosa tãoeficientementecomoa pastadebário.
Anomaliasdafunçãofaríngeapodemestarassociadas
aresíduosdomaterialdecontrastena laringe,nana-
sofaringeenasviasnasais.
Radiografiassimplessãobastanteúteisparaiden-
tificarcorposestranhos,emboraumaobstruçãona
regiãodocárdiasejacaracterizadapordilataçãoeso-
fágicaeacúmulodelíquido.Aradiografiadecontras-
teé indicadaparao delineamentodedivertículose
megaesôfagoeparaidentificaçãodeconstrituras(es-
tenoses),locaisdeobstruçãoquedificultamaprogres-
sãodocontraste,lesõesqueocupamespaço,perfuração
edistúrbiosfuncionaiscomograsssickness.* Deve-se
tercuidadona avaliaçãodamotilidadeapósa tran-
qüilizaçãooupassagemdeumasondanasogástrica,
poisessesprocedimentospodemdesaceleraroesvazia-
mentoesofágico.Àsvezes,umacontraçãoesofágica
normalpodeparecero localdeumaconstritura.No
entanto,issopodeserconfirmado,realizando-seuma
segundaradiografia,naqualaconstrituradeveráes-
taraindapresente,enquantoumcontraturanormal
deveráterdesaparecido.Alémdisso,a administração
dexilazina,algunsminutosantesdoexame,tendea
reduzira atividadeesofágicanormalepode,porisso,
ajudaraevitardiagnósticosfalso-positivosdeestenose
(constritura).
Paramaisdetalhessobreradiografiaesofágica,re-
comenda-seaoleitora literaturaespecífica.z7,z8
TratoGastrintestinal
No adulto,asradiografiasdotratogastrintestinal
sãoestritamentelimitadas,pelotamanhodoanimal,
acondiçõesrelativamentefáceisderadiografar,como
'N. deT.Grasssickness(literalmente,"doençadaspastagens").Adoen-
ça causadilataçãogástricae megacoloe nãoédescritano Brasil.
EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 299
hérniadiafragmática,presençadeareiano intestino
grossoeenterolitíase.Radiografiasemadultossão,na
maioriadasvezes,impossíveisderealizare sempre
necessitamdeaparelhosdealtapotênciamaisecrans
deterrasrarase grades.Radiografiassimplese con-
trastadasempotrosproduzemmelhoresresultados,
mesmocomaparelhosportáteis.Por isso,muitasve-
zes,podemserrealizadosempotrosostiposdeestudos
maisextensosquesãocomumenterealizadosemcães
e gatos.A radiografiaemadultosé geralmentefeita
como pacienteemestaçãoe o casseteposicionado
contrao ladodeinteresse.Umsistemadequatroex-
posiçõessuperpostastemsidodescritoparao exame
do abdômendocavaloadulto.Nessesistema,a pri-
meiraexposiçãocobrea regiãocranioventral,ecada
umadasoutrascobreumaregiãomaiscaudaledor-
sa!.29Osfatoresdeexposiçãoparaessareferênciasão
listadosnoquadro.
Potrospodemserradiografadosemestaçãoouem
decúbitolateral.Comfreqüência,todooabdômenpode
serradiografadonumaúnicaexposição.Usando-se
ecrans,gradese umadistânciafocaldofilmeseme-
lhantesaosdescritosanteriormenteparao exameab-
dominaldeadultos,fatoresdeexposiçãode14mAse
80kVpforamusadosparaexposiçõeslateraisempo-
troscomabdomensdeaté20cmdeamplitude(o kVp
foi aumentadoaté10%,conformenecessário).30A
melhormaneirapararadiografaroestômagoécomo
cassetecontrao ladoesquerdodopaciente.Quando
emdecúbito,exposiçõesdorsoventraise lateraispo-
demserfeitas.Acapacidadeemenxergareinterpretar
capasdegáse níveisdelíquidoséperdidaquandoo
potroécolocadoemdecúbito.Umenemadebárioaju-
daaconfirmaratresiacolônica.
Quandoestudoscomcontrastetêmdeserfeitosem
adultos,o pacientedevejejuarpor,pelomenos,12
horas,sepossível(2horasparapotros).Aocontrário
doexamedoesôfago(ondeo usodapastadebárioé
indicado)paraosestudosdotubogastrintestinal,pre-
fere-seumasoluçãodesulfatodebáriomicropulveri-
zado(30%depesoporvolume).Dosesaproximadas
sãode5mJllkgparapotrose cercadametadedisso
paraadultos,Ocontrasteécolocadonasporçõescau-
daisdoesôfago,atravésdeumasondanasogástrica.
Sãofeitasexposiçõesimediatamenteapósa adminis-
traçãodocontraste,meiahoraapós,umahoraapóse,
daí,acadahora,atéqueo contrastealcanceocólon
menor.Sefor necessárioumestudomaisdetalhado
doestômagoedaregiãododuodeno,paraavaliação
deúlceras,asexposiçõespodemserfeitasmaisfreqüen-
temente(p.ex.,imediatamenteeapós10,20,30e60
minutos).Paraaavaliaçãodepotros,umasériecom-
pletadeprojeçõeslateralesquerda,lateraldireitae
ventrodorsalpodemserfeitasacadaintervalodetem-
po.Descriçõesmaisdetalhadaspodemserencontra-
dasemoutraspublicações.31-33
ABDÔMEN DO POTRO. O abdômendo potro,
alémdesermenorqueodecavalosadultos,nãocon-
témumintestinogrossotãodesenvolvido.Oabdômen
normal,vistonumaexposiçãolateral,emestação,é
caracterizadoporumamisturadegás,líquidoe in-
gesta,compresençaocasionaldealçasintestinaiscon-
tendolíquido e capasdegás.O gásé raramente
observadonaporçãocranialdoabdômenventral,mas
éfreqüentementevistonoreto.Oestômagolocaliza-
secaudalmenteaofígado,alinhadocoma curvado
diafragma.Apresentaumaalturaverticaldeaproxi-
madamenteduasvezesasualargura,possuiumacapa
degásdorsalnofundoelíquidoeingestalocalizados
ventralmentenaregiãodoantro.Asdobrasdoshaus-
trosdocólonventralpodemserobservadasnoassoa-
lho dacavidadeabdominal.Alteraçõesdeprojeções
direitaparaprojeçõesesquerdasmodificamaclareza
eo tamanhodealgunsórgãos.Aposiçãoventrodorsal
permiteumamelhorapreciaçãodopiloroeduodeno
eumaoutraperspectivadetodososórgãos.Apresença
decontrasteauxilianaidentificaçãodasdiferentesre-
giõesemtodoo sistemagastrintestinal.
FATORES DE EXPOSIÇÃO RADIOGRÁFICA PARA O ABDÔMEN
DO CAVALOADULTO: VISTAS LATERAIS29
.Cassetesde35X 43cm,ecransdeterrasraras,grade(8:1,80 linhasporpolegada[2,54cm]),distânciafocaldo
filme(122cm)..Local1:Flexurasdiafragmáticaeexternal 180mAs 90kVp.Local2:PartedoCDEeCVE,CVD,partedoCDD 240rnAs 110kVp.Local3:CDD,partedocólonmenor 600-800mAs 120kVp.Local4:Cólonmenor 240-400mAs 110kVp
(CDEeCVE,cólondorsalesquerdoecólonventralesquerdo;CVDeCDD,cólonventraldireitoecólondorsal
direito)
300 VICTOR C. SPEIRS
otrânsitononnaldocontrasteparapotrosécerca
de6 a8horas.Ocontrastecomeçaadeixaroestôma-goemalgunspoucosminutos,eo esvaziamentoleva
maistempo,dependendodoconteúdoeingesta.Ocon-
trastechegaaocecodentrode3 a 5horas,quandoo
estômagodeveestarvazio.Apassagemdecontrastedo
cecoparaocólonocorrerapidamente.
Emradiografiassimples,apresençadeobstruçãoé
inferidapeladistensãodoórgãoepelaacumulação
degáselíquidoproximalmenteaolocaldeobstrução.
Em radiografiascontrastadas,as lesõesobstrutivas
podemserdelineadasdiretamente,vistascomolesões
queocupamespaçoouinferidaspelademoranoesva-
ziamentoeaumentodotempodetrânsito.Empotros
comobstruçãocrônicadecorrentedeulceração,pode
haverevidênciaderefluxogastresofágicoededefeitos
derepleção,indicandopresençadeúlceras.Retenção
demecôniocausadistensãoporgásdoretoecólon,o
quetambémpodedelinearamassademecônio.Uma
massademecônioeumaatresiacolônicapodemtam-
bémserdiagnosticadasusando-seumenemadebá-
rio. A presença,dentrodo tórax,desegmentosdo
sistemagastrintestinalpreenchidosporcontrastein-
dicahérniadiafragmática.
ABDÔMEN DO ADULTO. O abdômendocavalo
adultonãopodeserradiografadoadequadamente.
Alémdasóbviasdiferençasno tamanhoabsoluto,o
tamanhodoestômagoérelativamentemenoreo do
cecoe cólonrelativamentemaiorqueoscorrespon-
dentesnopotro.Diagnósticoúteissãogeralmenteli-
mitadosàslesõesdefácilobservação,comohérniade
diafragma(usandoumaradiografiacontrastada),
enterolitíaseeimpactaçãoporareia.Asimplespresen-
çadessesdoisúltimosachadosnãoindicanecessaria-
mentedoençaclínica.
Ultra-Sonografia do Sistema
Alimentar
A ultra-sonografiatemaplicaçãolimitadana in-
vestigaçãopercutâneadotratogastrintestinaldoadulto
e,comonaradiografia,alimitaçãoéimpostapelota-
manhodoabdômen.Assim,aultra-sonografiaémais
indicadaparaexaminarórgãosmaispróximosdapa-
redeabdominal,pararaçaspequenaseparapotros.A
avaliaçãodascondições,comoabscedação,acúmulo
delíquidoperitoneal,aderênciaseneoplasia,é,àsve-
zes,incrementadapelousodaultra-sonografia.Oca-
sionalmente,a ultra-sonografiatransretal(por
pennitirqueotransdutorcheguemaispertodoobjeto
deinteresse)incrementaráa capacidadedeproduzir
umaimagemdeumadetenninadapartedosistema
gastrintestinaloudeumadetenninadalesão.Oesôfa-
goestámaispróximodapeleeé,portanto,muitomais
fácildeexaminarporultra-sonografia.Asdescrições
Materiais para Ultra-
Sonografia Abdominal
t Aparelhode ultra-som
t Transdutorsetorial(a freqüênciadependeda
estruturaexaminada)
Abdômendo adulto:2,D-S,OMHz
Abdômende pôneise potros:S,0-7,SMHz
Esôfago:S,D-7,SMHz
t Gelde ultra-som
t Tosquiadores(lâminas#40)
daultra-sonografiadofígadoedosistemaurogenital
sãotratadasnosrespectivoscapítulos.
PROCEDIMENTO. Oprocedimentoparaaprepa-
raçãodapeleédescritonoApêndiceB.Oexameéfeito
comocavaloemestaçãoecontidoconformenecessá-
rio.Porseremmenores,ospotrossão,namaioriadas
vezes,examinadosemdecúbito.A menosqueseco-
nheçaa estruturae regiãodoabdômena serexami-
nada,aseleçãodotransdutoridealégeralmentefeita
portentativaeerro.Empotros,quandosesabequeo
localdeinteresseé pertodaparedeabdominal,um
transdutorcomfreqüênciamaisaltaseráseleciona-
do.Poroutrolado,paraestruturasmaisprofundase
paraadultos,umtransdutordefreqüênciamaisbaixa
temmaiorespossibilidadesdeserapropriado.Osmé-
todosdeexamedealgumasregiõesecondiçõesespe-
cíficassãodescritosnospróximosparágrafos.
Esôfago
Hápoucaindicaçãoparaoexameultra-sonográfi-
codoesôfago,porqueelepodeserexaminadofácile
completamenteporoutrosmeios,comoradiografiae
endoscopia.Ocasionalmente,infonnaçõesúteisrefe-
rentesacondiçõescomodivertículos,abscedaçãope-
riesofágicae corposestranhospodemseradquiridas
atravésdeultra-sonografiapercutânea.
Exame Percutâneo do Espaço
Nefrosplênico
Comofoi demonstradona Figura11-17C,oscó-
lonsventralesquerdoedorsalesquerdopodemdeslo-
car-sesobreo ligamentonefrosplênico,causando,
assim,cólica.O exameultra-sonográficoatravésda
fossaparalombar,usandoa técnicadescritaparaa
ultra-sonografiadorimesquerdo(verUltra-Sonogra-
fiadaBexiga,RinseUreteres),podeauxiliarnaiden-
tificaçãodessedeslocamentoquandoos métodos

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