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DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ
PROFESSOR: FREDERICO DIAS 
1 
www.pontodosconcursos.com.br 
Aula 1 – Teoria do Direito Constitucional 
Bom dia! 
Seja bem-vindo(a) à primeira aula do nosso curso. Espero que este curso
consiga atender às suas expectativas. 
Antes de começar, devo lembrar que este curso de exercícios tem como
pressuposto o fato de o aluno já ter estudado a teoria de Direito
Constitucional. É que a partir disso, posso ser mais sucinto nos
comentários em geral (o que me permite apresentar mais questões). 
Claro que isso não impede que você utilize o fórum de dúvidas para
questionar qualquer dúvida, por mais básica e inicial que ela seja (sei
que eu nem precisava falar isso, por óbvio, mas é só para garantir). 
Hoje trataremos de aspectos relacionados com a teoria geral do Direito
Constitucional. 
Em primeiro lugar, observe que o direito divide-se em três grandes
ramos. 
1) Público (abrangendo constitucional, administrativo, urbanístico,
econômico, financeiro, tributário, processual, penal e internacional). 
2) Social (abrangendo previdenciário e do trabalho). 
3) Privado (abrangendo civil e comercial). 
Como você deve ter observado, o Direito Constitucional integra o Direito
Público, mas se distingue dos seus demais ramos pela natureza
específica de seu objeto e por seus princípios peculiares. Afinal, o Direito
Constitucional refere-se diretamente à organização e funcionamento
do Estado, à articulação dos elementos primários do mesmo e ao
estabelecimento das bases da estrutura política. 
Sendo assim, podemos definir o Direito Constitucional como o ramo do
Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e
normas fundamentais do Estado. E tem como objeto a Constituição
desse Estado. 
Quanto ao conceito de Constituição, podemos relacioná-lo à noção de
forma de organização do Estado. Qualquer Estado tem sua Constituição,
independentemente de estar essa organização compilada em um livro,
um documento específico. 
Todavia, você tem de saber que o estudo sistemático da Constituição
somente se desenvolve a partir do momento em que os Estados passam
a compilar em um único documento as regras de organização de suas
estruturas. E isso ocorre especialmente a partir das revoluções
burguesas do fim do séc. XVIII, cujos ideais iluministas e liberais
coincidiam com a necessidade de se estabelecer normas para o
funcionamento do Estado (até como forma de limitar seu poder). 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ
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É nesse ambiente que surge o constitucionalismo, movimento que
concebeu a ideia de limitação do poder estatal por meio da criação de
um documento escrito, que estabelecesse as regras fundamentais e
supremas de organização do Estado. 
Assim, essas primeiras Constituições escritas e rígidas tinham uma
orientação puramente liberal. Entretanto, com o passar do tempo, elas
foram expandindo seu objeto e passaram a ganhar uma vertente social.
Passaram a traçar os fins estatais e estabelecer programas e linhas de
direção para o futuro. 
Bem, esse início é importante para contextualizar o assunto. Vamos às
questões... 
1) (ESAF/AFRFB/2010) O conceito ideal de constituição, o qual surgiu
no movimento constitucional do século XIX, considera como um de
seus elementos materiais caracterizadores que a constituição não
deve ser escrita. 
A noção de Constituição ideal decorre do movimento constitucional do
séc. XIX e se relaciona com determinados elementos caracterizadores. 
Segundo J. J. Gomes Canotilho, a Constituição ideal identifica-se com os
postulados político-liberais e deve: (i) ser escrita; (ii) consagrar um
sistema de garantias de liberdades (reconhecimento de direitos
individuais e sistema democrático formal); e (iii) limitar o poder do Estado
por meio do princípio da divisão dos poderes. 
Assim, a assertiva está errada, pois a Constituição ideal deve ser escrita
(solenemente elaborada por um órgão constituinte num determinado
momento, como veremos a seguir). 
Item errado. 
2) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) A Constituição contém normas
fundamentais da ordenação estatal que servem para regular os
princípios básicos relativos ao território, à população, ao governo, à
finalidade do Estado e suas relações recíprocas. 
O Estado é a forma histórica de organização jurídica limitada a um
determinado território e com população definida e dotada de soberania.
Assim, o Estado seria constituído de um governo (poder
institucionalizado/soberania) que tem por finalidade essencial a
regulamentação das relações sociais travadas pelos membros de uma
população distribuída em determinado território. 
Já a noção de Constituição está ligada à Organização do Estado. Assim,
de fato, a Constituição regula os princípios básicos relativos a esses
quatro elementos constitutivos: território, população, governo e
finalidade. 
Item certo. 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ
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3) (FUNIVERSA/ADVOGADO/CEB/2010 - adaptada) A República
Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos estados,
municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
de Direito. 
O item está correto, pois reproduz o art. 1° da nossa Constituição. 
Quanto ao Estado Democrático de Direito, pode ser entendido como
uma evolução do Estado de Direito. 
O Estado de Direito é um conceito tipicamente liberal e se relaciona
com a primazia da lei, divisão de poderes e garantia de direitos
fundamentais. Em suma, está ligado à limitação do poder estatal. 
Segundo o prof. José Afonso da o Estado Democrático de
Direito reúne os princípios do Estado Democrático e do Estado de
Direito, mas não como simples reunião formal dos respectivos
elementos, na medida em que revela um conceito novo que os supera.
Nesse sentido, incorpora uma vertente de transformação da realidade,
superação das desigualdades e realização da justiça social. 
Item certo. 
4) (CESPE/ANALISTA/DIREITO/INCA/2010) Para Carl Schmitt, a
constituição de um Estado deveria ser a soma dos fatores reais de
poder que regem a sociedade. Caso isso não ocorra, ele a considera
como ilegítima, uma simples folha de papel. 
Essa questão tenta te confundir misturando os sentidos político, jurídico e
sociológico de Constituição. Excepcionalmente, neste assunto, é
importante que você memorize os nomes relacionados a cada uma das
concepções de Constituição: política, sociológica e jurídica. 
Carl Schmitt defende o sentido político de Constituição, segundo o qual
a Constituição é uma decisão política fundamental (do poder
constituinte). 
A questão está errada, pois a definição apresentada refere-se ao sentido
sociológico de Constituição, defendido por Ferdinand Lassalle. 
Mas, vamos revisar brevemente esses aspectos. 
I) Carl Schmitt desenvolve a concepção política de Constituição.
Segundo esse conceito, a Constituição é uma decisão política
fundamental. 
Assim, a Constituição surge a partir de uma vontade política fundamental
de definir a forma e modo de organização do Estado. 
Carl Schmitt estabeleceu uma distinção entre Constituição e leis
constitucionais. A Constituição disporia somente sobre as matérias
substancialmente constitucionais, materialmente constitucionais devido à
sua grande relevância jurídica (organização do Estado, direitos e 
 
 
 
 
 
 
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garantias fundamentais etc.). Essas sim seriam, por excelência, as
decisões políticas fundamentais. 
As demais matérias integrantes do texto da Constituição, de menor
relevância, seriam tão somente leis constitucionais.II) Na concepção sociológica, a Constituição é concebida como fato
social, como resultado da realidade social do país, e não propriamente
como norma. A Constituição seria a soma dos fatores reais de poder 
que imperam na sociedade (tais como a aristocracia, a burguesia, os
banqueiros etc.). 
Aquele documento escrito teria a função de simplesmente sistematizar
essa correlação de forças, e só teria eficácia se, de fato, representasse
os valores sociais da sociedade. 
Essa noção é defendida por Ferdinand Lassalle, segundo o qual há
duas Constituições: a real e a escrita. 
Constituição real → “soma dos fatores reais de poder” 
Constituição escrita →mera “folha de papel” (caso não represente a Constituição
real). 
III) Hans Kelsen defende a concepção jurídica de Constituição. Para
ele, a Constituição é norma jurídica pura, sem qualquer consideração
de ordem social, política, moral ou filosófica (perspectiva estritamente
formal). 
Item errado. 
5) (ESAF/AFC/STN/2005) Na concepção de constituição em seu sentido
político, formulada por Carl Schmmitt, há uma identidade entre o
conceito de constituição e o conceito de leis constitucionais, uma vez
que é nas leis constitucionais que se materializa a decisão política
fundamental do Estado. 
Carl Schmitt estabeleceu uma distinção entre Constituição (que disporia
somente sobre as matérias substancialmente constitucionais, de grande
relevância jurídica, as ditas decisões políticas fundamentais) e leis
constitucionais (as demais matérias integrantes do texto da Constituição,
de menor relevância). 
Item errado. 
6) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Para Ferdinand
Lassalle, a constituição é dimensionada como decisão global e
fundamental proveniente da unidade política, a qual, por isso mesmo,
pode constantemente interferir no texto formal, pelo que se torna
inconcebível, nesta perspectiva materializante, a idéia de rigidez de
todas as regras. 
Ferdinand Lassalle defende o conceito sociológico de Constituição,
enquanto a definição apresentada na questão relaciona-se com a noção 
 
 
 
 
 
 
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de sentido político de constituição (ao mencionar a decisão política
fundamental). Assim, no conceito apresentado pela questão, a
Constituição trata das matérias de grande relevância jurídica, as
decisões políticas fundamentais. Diferentemente, as demais normas da
Constituição são tão somente leis constitucionais. 
Item errado. 
7) (ESAF/AFTE/RN/2005) A constituição em sentido político pode ser
entendida como a fundamentação lógico-política de validade das
normas constitucionais positivas. 
Caro aluno, você deve observar que é comum as bancas apresentarem
determinado conceito, trocando o sentido de Constituição que a ele se
refere. 
Nessa questão, por exemplo, foi apresentada uma característica
relacionada com o sentido jurídico de Constituição. Com efeito, em seu
sentido jurídico, a Constituição é compreendida como norma fundamental
do Estado, paradigma de validade de todo ordenamento jurídico. 
Já no sentido político, a validade da Constituição apóia-se na decisão
política fundamental que lhe dá existência. 
Item errado. 
8) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MMA/2009) No sentido
sociológico defendido por Ferdinand Lassalle, a Constituição é fruto
de uma decisão política. 
Para a visão política de Constituição (Carl Schmitt) é que a Constituição
é uma decisão política fundamental (do poder constituinte). 
Para Lassale (concepção sociológica), a Constituição é concebida como
fato social, como resultado da realidade social do país, e não
propriamente como norma; a Constituição seria, assim, a soma dos
fatores reais de poder que imperam na sociedade. 
Ou seja, você precisa relacionar cada concepção com sua definição e
seu principal teórico. Não deixe de memorizar isso! 
Item errado. 
9) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MMA/2009) No sentido jurídico,
a Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica, política
ou filosófica. 
Na visão jurídica (Hans Kelsen), a Constituição é percebida de uma
perspectiva estritamente formal: norma jurídica pura, desprovida de
influências de ordem sociológica, política, moral ou filosófica. 
Item certo. 
 
 
 
 
 
 
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10) (CESPE/PROCURADOR DO ESTADO/PB/2008) A constituição é,
na visão de Ferdinand Lassalle, uma decisão política fundamental e,
não, uma mera folha de papel. 
Para Ferdinand Lassalle, a Constituição escrita só terá eficácia caso
retrate, em seu texto, a soma dos fatores reais de poder (visão
sociológica). De outro modo, não passará de uma folha de papel. 
A ideia da Constituição como uma decisão política fundamental decorre
da visão política (Carl Schmitt). 
Item errado. 
11) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/STF/2008)
Considere a seguinte definição, elaborada por Kelsen e reproduzida,
com adaptações, de José Afonso da Silva (Curso de Direito
Constitucional Positivo. São Paulo: Atlas, p. 41...). A constituição é
considerada norma pura. A palavra constituição tem dois sentidos:
lógico-jurídico e jurídico-positivo. De acordo com o primeiro,
constituição significa norma fundamental hipotética, cuja função é
servir de fundamento lógico transcendental da validade da
constituição jurídico-positiva, que equivale à norma positiva
suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras
normas, lei nacional no seu mais alto grau. É correto afirmar que
essa definição denota um conceito de constituição no seu sentido
jurídico. 
Como vimos, na concepção jurídica de Constituição (Hans Kelsen), a
Constituição é vista a partir de uma perspectiva estritamente formal,
como norma pura, desprovida de qualquer consideração de cunho
sociológico, moral, político ou filosófico. 
Vale acrescentar a distinção estabelecida por Kelsen entre Constituição
em sentido lógico-jurídico e Constituição em sentido jurídico-positivo. 
De acordo com o sentido lógico-jurídico, a Constituição significa norma
fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico
transcendental da validade da Constituição jurídico-positiva. Ou seja,
trata-se de fato instaurador não positivado (já que apenas pressuposto,
pensado, imaginado), origem de todo o processo de criação das normas. 
Já em seu sentido jurídico-positivo, a Constituição equivale à norma
positiva suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras
normas, lei nacional no seu mais alto grau. 
Assim, enquanto o jurídico-positivo está corporificado pelas normas
postas, positivadas, o lógico-jurídico situa-se em nível do suposto, do
hipotético (haja vista não configurar norma editada por nenhuma
autoridade). 
A partir desse conceito de Kelsen, você já pode observar algo
interessante: há um escalonamento das normas, em que uma constitui 
 
 
 
 
 
 
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fundamento de validade para a outra (hierarquicamente inferior),
constituindo uma verticalidade hierárquica. 
Assim, podemos dizer que as normas inferiores buscam seu fundamento
de validade numa norma superior, e esta na Constituição (lei nacional no
seu mais alto grau), que se caracteriza como fundamento de validade de
todo ordenamento jurídico. Segundo Kelsen, essa Constituição
positivada busca seu fundamento de validade na norma hipotética
fundamental (sentido lógico-jurídico). 
O que você acha de esquematizarmos esses importantes sentidos da
Constituição? Já fiz isso por você... 
Sintetizando: 
Item certo. 
12) (CESPE/PROCURADOR DO ESTADO/PB/2008) Para Carl
Schimidt, o objeto da constituição são asnormas que se encontram
no texto constitucional, não fazendo qualquer distinção entre normas
de cunho formal ou material. 
De acordo com o que vimos, a questão está errada, pois Carl Schmitt faz
uma distinção entre “Constituição” e “leis constitucionais”: a Constituição
dispõe somente sobre as matérias de grande relevância jurídica, isto é,
sobre as decisões políticas fundamentais (normas substancialmente
constitucionais); as demais normas integrantes do texto da Constituição
seriam, apenas, leis constitucionais (normas apenas formalmente
constitucionais). 
Item errado. 
Vejamos algo sobre a Classificação das Constituições... 
 
 
 
 
 
 
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Antes de entrar nos exercícios, deixe-me refrescar a sua memória a partir
de um esquema que sintetiza as principais classificações. 
Sintetizando: 
13) (CESPE/AGENTE DE POLÍCIA/SECAD/TO/2008) Constituição em
sentido formal é a que trata de temas e matérias de índole
constitucional, legitimando o poder transferido pela sociedade ao
Estado. 
No sentido material de Constituição, as normas constitucionais são
identificadas a partir do seu conteúdo (somente são constitucionais as
normas que tratam de temas substancialmente constitucionais, como:
organização e finalidades do Estado e direitos fundamentais, por
exemplo). 
Já as demais normas constitucionais são apenas formalmente
constitucionais (têm “forma” de Constituição, na medida em que integram
um documento constitucional solenemente elaborado; mas, não têm
conteúdo constitucional). Portanto, errada a questão, que inverteu os
conceitos. 
Item errado. 
14) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Quanto ao modo de
elaboração, a constituição dogmática decorre do lento processo de
absorção de ideias, da contínua síntese da história e das tradições
de determinado povo. 
Quanto ao modo de elaboração, as constituições dividem-se em
dogmáticas e históricas. 
 
 
 
 
 
 
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Constituição dogmática é formada em determinado momento histórico,
baseada nas ideias, ideologias e princípios da teoria política e do direito
daquele tempo. Ao contrário, a Constituição histórica é fruto da lenta e
contínua síntese da história daquele povo, constituindo um longo
processo de formação. 
Item errado. 
15) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Sob o ponto de vista da
extensão, a constituição analítica consubstancia apenas normas
gerais de organização do Estado e disposições pertinentes aos
direitos fundamentais. 
Quanto à extensão, as constituições classificam-se em sintéticas e
analíticas. 
A Constituição sintética (breve ou concisa) é aquela de texto abreviado,
que trata apenas de matérias substancialmente constitucionais
(organização do Estado e direitos fundamentais). De outra forma, a
Constituição analítica (extensa ou prolixa) é aquela de texto extenso,
tratando de matérias variadas, e não só de temas substancialmente
constitucionais. 
Mais uma vez, houve a inversão dos conceitos. 
Item errado. 
16) (CESPE/JUIZ/TRF 5.a Região/2009) Constituição rígida é aquela
que não pode ser alterada. 
Quanto à estabilidade (ou alterabilidade) as constituições classificam-se
em imutáveis, rígidas, flexíveis e semi-rígidas. 
A Constituição imutável é aquela que não admite alteração do seu texto
em nenhuma hipótese. A Constituição rígida é aquela que admite
alteração do seu texto, mas somente mediante um processo legislativo
solene, mais dificultoso do que aquele de elaboração das leis. Portanto,
errada a questão. 
A Constituição flexível admite alteração do seu texto mediante processo
legislativo simples, igual ao de elaboração das leis. A Constituição
semirrígida (ou semi-flexível) mescla os dois tipos anteriores. Exige um
procedimento especial para alteração de parte do seu texto (parte rígida)
e permite a alteração da outra parte mediante procedimento simples,
igual ao de elaboração das leis (parte flexível). 
Cabe destacar que, apesar de a Constituição de 1988 ser do tipo rígida,
há na doutrina (Alexandre de Moraes) quem a classifique como super
rígida, uma vez que possui um núcleo não passível de supressão
(cláusulas pétreas). 
Item errado. 
 
 
 
 
 
 
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17) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MMA/2009) Uma Constituição
do tipo cesarista se caracteriza, quanto à origem, pela ausência da
participação popular na sua formação. 
Quanto à origem, as constituições podem ser segmentadas em
promulgadas, outorgadas e cesaristas. 
Constituição promulgada (democrática ou popular) é produzida pela
participação popular, normalmente por força do regime de democracia
representativa. Assim, a Constituição surge do trabalho de uma
assembléia constituinte, formada por representantes do povo (eleitos
democraticamente). 
Por outro lado, a Constituição outorgada é imposta de forma unilateral
pelo poder da época, sem a participação popular. Trata-se de obra de um
agente revolucionário que atua sem legitimidade para representar o
povo. 
Há, por fim, a Constituição cesarista, que também não é democrática.
Trata-se de uma Constituição elaborada pelo detentor do poder e
submetida ao povo, com vistas a referendar aquele documento, dando a
ele ares de aparente legitimidade. 
Assim, o enunciado está incorreto, pois na formação de uma Constituição
do tipo cesarista há, sim, participação do povo, haja vista que caberá a
este referendar o texto constitucional previamente elaborado. 
Item errado. 
18) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MMA/2009) Uma Constituição
classificada como semiflexível ou semirrígida significa que ela é
tanto rígida como flexível, com certas matérias que exigem um
processo de alteração mais dificultoso do que o exigido para
alteração de leis infraconstitucionais. 
De fato, a Constituição semirrígida constitui-se de parte rígida, parte
flexível. 
Item certo. 
19) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MMA/2009) A CF, quanto à
origem, é promulgada, quanto à extensão, é analítica e quanto ao
modo de elaboração, é dogmática. 
De fato, a nossa Constituição Federal de 1988 é do tipo: (i) promulgada
(elaborada com participação popular, por meio de representação); (ii)
analítica (de texto extenso, tratando das mais variadas matérias); e (iii)
dogmática (escrita por um órgão constituinte, apresentando as idéias
reinantes no momento de sua elaboração). 
Item certo. 
 
 
 
 
 
 
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20) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRT 1ª
REGIÃO/2008) A atual CF foi outorgada porque não foi votada
diretamente pelo povo, mas sim por seus representantes. 
A Constituição Federal de 1988 é do tipo promulgada (ou democrática).
Nessa classificação não há necessidade de votação direta, uma vez que
as constituições promulgadas também podem ser aprovadas por meio do
regime de democracia representativa (Assembleia Nacional Constituinte). 
Item errado. 
21) (CESPE/DELEGADO/SECAD/TO/2008) Constituição-garantia é a
que, além de legitimar e limitar o poder do Estado em face da
sociedade, traça um plano de evolução política e metas a serem
alcançadas no futuro. 
Quanto à finalidade, as constituições dividem-se em garantia, balanço e
dirigente. 
A Constituição garantia (negativa) é aquela de texto abreviado
(sintéticas) que se limita a estabelecer as garantias fundamentais e
limites frente ao Estado. Podemos dizer que elas “olham para o
passado”, no sentido de garantir aquelas conquistas. 
A Constituição balançoé aquela elaborada para retratar a vida do
Estado por um período certo de tempo. Podemos dizer que elas “olham o
presente”. 
A Constituição dirigente (ou programática) tem texto extenso (analíticas)
e, além de estabelecer as garantias fundamentais frente ao Estado, fixam
programas e diretrizes para a atuação futura dos órgãos estatais,
normalmente de cunho social. Em suma, elas “olham para frente, para o
futuro”. 
Portanto, a questão está errada, pois são as constituições dirigentes que
traçam planos e metas a serem alcançadas no futuro (e não as
constituições garantias). 
Item errado. 
22) (ESAF/AFRFB/2010) A constituição dogmática se apresenta como
produto escrito e sistematizado por um órgão constituinte, a partir de
princípios e ideias fundamentais da teoria política e do direito
dominante. 
De fato, a definição de Constituição dogmática relaciona-se ao conceito
de constituições escritas por um órgão constituinte, segundo as ideias
reinantes no momento histórico de sua elaboração. 
Item certo. 
23) (ESAF/AFRFB/2010) A constituição sintética, que é constituição
negativa, caracteriza-se por ser construtora apenas de liberdade-
negativa ou liberdade-impedimento, oposta à autoridade. 
 
 
 
 
 
 
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As Constituições sintéticas são aquelas de texto abreviado, que tratam
apenas da proteção do indivíduo frente ao Estado. Relacionam-se com a
definição de “constituições negativas”, tendo em vista sua preocupação
na fixação de limites à atuação do Estado, em respeito às garantias dos
indivíduos. Contrapõem-se a uma Constituição positiva, concepção que
surge junto ao conceito de Estado Social. 
Item certo. 
24) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) São constitucionais as normas que
dizem respeito aos limites, e atribuições respectivas dos poderes
políticos, e aos direitos fundamentais. As demais disposições que
estejam na Constituição podem ser alteradas pelo quórum exigido
para a aprovação das leis ordinárias. 
No sentido material de Constituição, as normas constitucionais são
identificadas a partir do seu conteúdo, isto é, nessa concepção só são
normas constitucionais aquelas que tratam de matérias substancialmente
constitucionais (organização e finalidades do Estado e direitos
fundamentais, por exemplo). 
Aí você me pergunta: Afinal, quais são, exatamente, esses temas
substancialmente constitucionais? Bom, esse assunto não é nada
pacífico, mas você deve conhecer aquele núcleo de temas sobre os
quais não há muita controvérsia. 
Nesse sentido, pode ser considerado materialmente constitucional
aquele conteúdo que verse sobre organização do Estado, distribuição de
competências, regulação do exercício do poder e limites ao poder do
Estado (direitos fundamentais). 
A questão está errada, pois, como vimos, quando determinado Estado
concentra a Constituição em um documento solene e rígido, escrito por
um órgão soberano, são consideradas constitucionais não só as normas
materialmente constitucionais, mas também as demais. 
É como a CF/88. Ao tratar de educação, saúde, cultura (ordem social),
ela traz normas que podem não ser materialmente constitucionais, mas
são hierarquicamente equivalentes às demais, tendo sim caráter
constitucional. E, com isso, sua alteração requer procedimento mais
rígido que o das leis ordinárias, como qualquer outra norma
constitucional. Daí o erro da questão. 
Por fim, guarde os seguintes detalhes sobre esse assunto: 
I – O conceito de Constituição em sentido formal só existe em Estados
de Constituição rígida e escrita; 
II – O fato de determinada norma não tratar de temas propriamente
(materialmente, substancialmente) constitucionais não a torna inferior às
demais; 
 
 
 
 
 
 
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III – Para fins de controle de constitucionalidade e de aplicabilidade das
normas constitucionais não importa se a norma inserida na Constituição
é (ou não) substancialmente constitucional. 
Item errado. 
25) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a classificação das Constituições,
adotada por Karl Lowenstein, uma constituição nominativa é um
mero instrumento de formalização legal da intervenção dos
dominadores de fato sobre a comunidade, não tendo a função ou a
pretensão de servir como instrumento limitador do poder real. 
O conceito apresentado refere-se à Constituição semântica (e não à
Constituição nominativa, como afirmado). Vamos dar uma relembrada
nesses conceitos? 
Karl Loewenstein formulou uma classificação que leva em conta a
correspondência entre o texto constitucional e a realidade política do
Estado. 
A Constituição normativa é aquela que consegue efetivamente
normatizar a vida política do Estado, limitando sua ingerência por meio
da garantia de direitos aos indivíduos. Existe em países em que há
perfeita correspondência entre as normas estabelecidas (pela
Constituição) e a realidade (o que, de fato, ocorre na vida política do
Estado). 
A Constituição nominativa é aquela que tem o objetivo de regular a
vida política do Estado, mas não consegue cumprir essa função. Ou seja,
até que se busca essa normatização das relações em sociedade, mas
sem sucesso. 
Por fim, há ainda a Constituição semântica, em que não há sequer o
objetivo de limitar a ingerência estatal em favor do indivíduo. Busca-se
apenas conferir legitimidade meramente formal aos governantes,
servindo como instrumento em favor dos detentores do poder. 
Item errado. 
26) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) A Constituição material é o peculiar
modo de existir do Estado, reduzido, sob a forma escrita, a um
documento solenemente estabelecido pelo poder constituinte e
somente modificável por processos e formalidades especiais nela
própria estabelecidos. 
Observe que a assertiva trouxe a noção de Constituição formal, que se
relaciona com um documento solene e rígido, independentemente do
conteúdo tratado. 
Item errado. 
27) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) A constituição formal designa as
normas escritas ou costumeiras, inseridas ou não num documento 
 
 
 
 
 
 
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escrito, que regulam a estrutura do Estado, a organização dos seus
órgãos e os direitos fundamentais. 
A assertiva trouxe a definição de constituição material. Só faz sentido
falarmos em constituição formal caso haja um documento solene único,
com formalidades especiais (constituições escritas e rígidas). 
Item errado. 
28) (ESAF/APOFP/SEFAZ/SP/2009) Assinale a opção correta relativa à
classificação da Constituição Federal de 1988. 
a) É costumeira, rígida, analítica. 
b) É parcialmente inalterável, outorgada, sintética. 
c) É rígida, outorgada, analítica. 
d) É rígida, parcialmente inalterável, promulgada. 
e) É flexível, promulgada, analítica. 
Tratando da nossa Constituição de 1988, podemos dizer que ela é
classificada como: promulgada (elaborada com participação popular),
dogmática (escrita por um órgão constituinte, apresentando as idéias
reinantes no momento de sua elaboração), rígida (sua alteração exige
procedimento mais dificultoso do que o das leis ordinárias) e analítica (de
texto extenso, tratando das mais variadas matérias). 
Assim, a única alternativa que satisfaz corretamente a classificação da
CF/88 é a letra “d”. 
Cabe destacar que nossa Constituição pode ser caracterizada como
parcialmente inalterável, tendo em vista a existência de um núcleo que
não está sujeito à supressão: as cláusulas pétreas. De qualquer forma,
como veremos em aulas posteriores, a rigor, aquelas normas que
configuram cláusulas pétreas não podem é sofrer alteração que tenda a
aboli-las. 
Gabarito:“d” 
Veja como a FGV elaborou questões bastante similares a essa da Esaf. 
29) (FGV/ADVOGADO/BADESC/2010) Considerando os critérios de
classificação das constituições quanto à sua origem, estabilidade e
extensão, é correto afirmar que a Constituição Federal de 1988 é: 
(A) promulgada, rígida e sintética. 
(B) outorgada, semi-rígida e analítica. 
(C) promulgada, rígida e analítica. 
(D) outorgada, semi-rígida e sintética. 
(E) promulgada, flexível e analítica. 
 
 
 
 
 
 
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A Constituição de 1988 é classificada como: (i) promulgada, por ser
elaborada com participação popular; (ii) rígida, pois sua alteração exige
procedimento mais árduo do que o exigido para a edição de leis
ordinárias; e (iii) analítica, pois se trata de texto extenso, abordando as
mais variadas matérias. 
Gabarito: “c” 
30) (FGV/JUIZ/TJ/PA/2007) A Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988 deve ser classificada como: 
(A) material, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; histórica,
quanto ao modo de elaboração; promulgada, quanto à origem;
flexível, quanto à estabilidade. 
(B) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática,
quanto ao modo de elaboração; promulgada, quanto à origem;
semiflexível, quanto à estabilidade. 
(C) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; histórica,
quanto ao modo de elaboração; outorgada, quanto à origem; rígida,
quanto à estabilidade. 
(D) material, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma;
dogmática, quanto ao modo de elaboração; outorgada, quanto à
origem; semiflexível, quanto à estabilidade, haja vista as inúmeras
emendas constitucionais existentes. 
(E) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática,
quanto ao modo de elaboração; promulgada, quanto à origem;
rígida, quanto à estabilidade. 
A letra “a” está errada, pois a CF/88 não é nem material, nem histórica e
nem flexível. É formal (quanto ao conteúdo); dogmática (quanto ao modo
de elaboração); e rígida (quanto à estabilidade). 
A letra “b” está errada, pois a CF/88 não é semiflexível. É rígida quanto à
estabilidade. 
A letra “c” está errada, pois a CF/88 não é histórica e nem outorgada. É
dogmática (quanto ao modo de elaboração); e promulgada (quanto à
origem). 
A letra “d” está errada, pois a CF/88 não é nem material, nem outorgada
e nem semiflexível. É formal (quanto ao conteúdo); promulgada (quanto à
origem); e rígida (quanto à estabilidade). 
A letra “e” está correta. A CF/88 é formal, pois não inclui somente
normas substancialmente constitucionais. É escrita, pois codificada em
um documento escrito. É dogmática, pois elaborada em determinado
momento histórico (1988), segundo as ideias reinantes naquela época. É
promulgada, por ter sido elaborada pelos legítimos representantes do
povo. E é rígida, uma vez que exige procedimento especial, mais árduo,
para sua alteração. 
 
 
 
 
 
 
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Gabarito: “e” 
31) (ESAF/AFC/CGU/2003) Em sua concepção materialista ou
substancial, a Constituição se confundiria com o conteúdo de suas
normas, sendo pacífico na doutrina quais seriam as matérias
consideradas como de conteúdo constitucional e que deveriam
integrar obrigatoriamente o texto positivado. 
A primeira parte do enunciado está correta, pois, de fato, na concepção
materialista ou substancial, a Constituição se confundiria com o conteúdo
de suas normas, haja vista que a Constituição, na concepção material, é
identificada a partir do conteúdo das normas. Entretanto, não é pacífico
na doutrina quais seriam as matérias substancialmente constitucionais.
Portanto, errada a questão. 
Item errado. 
32) (FGV/PROCURADOR/TCM/RJ/2008) É conseqüência da rigidez
constitucional: 
(A) o princípio do Estado Democrático de Direito. 
(B) o princípio da Supremacia da Constituição. 
(C) a inalterabilidade do texto constitucional. 
(D) o controle concentrado da constituição. 
(E) a presença, em seu texto, de normas fundamentais. 
Pense assim: uma Constituição é rígida por exigir um procedimento
especial para sua alteração, mais dificultoso do que o das demais
normas. 
Pois se o procedimento de alteração da Constituição for o mesmo das
demais leis, uma simples lei poderia alterar a Constituição. 
Afinal, num sistema de Constituição flexível, em que tanto as normas
constitucionais quanto as demais normas exigem apenas maioria simples
e votos para sua produção, qualquer lei aprovada após a Constituição
que esteja em conflito com ela poderá revogar seus dispositivos. 
Isso porque nos sistemas de Constituição flexível, não há superioridade
formal entre as normas constitucionais e as demais leis. Assim sendo,
estas não precisam respeitar aquelas. 
Em suma, a rigidez é que posiciona a nossa Constituição Federal no
vértice, no topo do ordenamento jurídico. 
É nos ordenamentos de Constituição rígida que vigora o princípio da
supremacia da Constituição. E, por conseqüência, todos os atos e
manifestações jurídicas, para permanecerem no ordenamento jurídico,
devem estar de acordo com a Lei Maior, a Constituição. Assim, a letra “b”
é o gabarito. 
 
 
 
 
 
 
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A letra “a” está errada, afinal o Estado Democrático de Direito não
decorre da rigidez constitucional. 
A letra “c” está errada, pois a rigidez relaciona-se com a maior dificuldade
de mudança da Constituição, e não sua inalterabilidade. 
A letra “d” foi considerada errada pela FGV, uma vez que o controle
concentrado não é consequência da rigidez. Bem, na verdade, o
controle de constitucionalidade é uma das conseqüências da supremacia
constitucional e, por lógica, da rigidez constitucional. Entretanto, a banca
considerou que não o controle concentrado em si, mas o controle de
constitucionalidade de maneira genérica. Entendo que não foi bem
formulada a assertiva. 
 A letra “e” está errada, pois a presença de normas fundamentais não
decorre da rigidez constitucional. 
Gabarito: “b” 
33) (FUNIVERSA/CONSULTOR JURÍDICO/APEX/2006) As normas
presentes na Constituição Federal em vigor, nos termos da
jurisprudência prevalecente do Supremo Tribunal Federal,
classificam-se, quanto à sua aplicabilidade, em normas
materialmente constitucionais e normas formalmente constitucionais. 
A assertiva está errada, pois, na nossa Constituição, não há divisão entre
normas materialmente constitucionais e normas formalmente
constitucionais. Todas as normas integrantes da Constituição têm forma
de Constituição. Ou seja, todas integram uma Constituição escrita e são
formalmente constitucionais. 
Entretanto, algumas são apenas formalmente constitucionais (quando
não tratam de matéria relevante, de conteúdo substancialmente
constitucional). Outras, por sua vez, são formal e materialmente
constitucionais (quando, além de integrar o texto constitucional, elas têm
conteúdo substancialmente constitucional). 
De qualquer forma, não há nenhuma hierarquia entre essas normas. 
Item errado. 
34) (FUNIVERSA/CONSULTOR JURÍDICO/APEX/2006) Conforme
entendimento do Supremo Tribunal Federal, a Constituição Federal
de 1988 possui normas de hierarquia diferenciada. 
Todas as normas da Constituição Federal dispõem da mesma hierarquia.
Ou seja, não há norma constitucional que seja hierarquicamente superior
às outras. Assim, a questão está incorreta. 
Aproveitando esse comentário, vou adiantar algo que será tratado com
mais detalhes mais à frente (especialmente na aula de controle de
constitucionalidade)... 
 
 
 
 
 
 
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É que, se não há hierarquia entre normas constitucionais, não há
controle de constitucionalidade de normas originárias da Constituição.
Esses conceitos serão mais bem desenvolvidos ao longo do curso... 
Item errado. 
35) (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) Segundo a doutrina, quanto ao
critério ontológico, que busca identificar a correspondência entre a
realidade política do Estado e o texto constitucional, é possível
classificar as constituições em normativas, nominalistas e
semânticas. 
Quanto à correspondência com a realidade (critério ontológico), Karl
Loewenstein divide as constituições em normativas, nominativas (ou
nominalistas) e semânticas. Portanto, correto o item. 
Objetivamente: 
Normativa → consegue efetivamente normatizar a vida política do Estado
Nominativa → tenta, mas não consegue normatizar a vida política do Estado
Semântica → objetiva apenas conferir legitimidade formal aos governantes 
Item certo. 
36) (ESAF/AFRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2005) Uma constituição
não-escrita é aquela cujas normas decorrem de costumes e
convenções, não havendo documentos escritos aos quais seja
reconhecida a condição de textos constitucionais. 
O exemplo doutrinário para a Constituição não escrita é a Constituição
inglesa. Lá, uma lei constitucional não surge a partir da sua elaboração
solene por um órgão constituinte. A lei é elaborada ordinariamente pelo
parlamento e, com o passar do tempo, caso essa norma assuma
relevância para o Estado inglês, os Tribunais passam a considerá-la uma
norma constitucional (ela é alçada ao “status” constitucional). 
Esse tipo de Constituição se distingue da Constituição escrita (como é o
caso da CF/88). Para Alexandre de Moraes, a Constituição escrita é o
conjunto de regras codificado e sistematizado em um único documento,
para fixar-se a organização fundamental. É aquela solenemente
elaborada por um órgão constituinte num determinado momento. 
O enunciado está errado porque as Constituições não-escritas são
formadas por normas costumeiras, jurisprudência e convenções, mas
também por leis escritas esparsas. A diferença é que elas não foram
formalmente elaboradas como uma Constituição, num procedimento
solene, e não estão consolidadas num único documento. 
Item errado. 
37) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) São classificadas como dogmáticas,
escritas e outorgadas as constituições que se originam de um órgão
constituinte composto por representantes do povo eleitos para o fim 
 
 
 
 
 
 
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de as elaborar e estabelecer, das quais são exemplos as
Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988. 
Realmente, podemos dizer que são classificadas como dogmáticas e
escritas as Constituições que se originam de um órgão constituinte
composto por representantes do povo, escolhidos em determinado
momento para o fim de elaborar a Constituição como um documento
solene. 
Todavia, essa definição não se aplica às Constituições outorgadas, que
são aquelas impostas, originadas sem a participação popular. Daí o erro
da questão. 
Observe que todas as Constituições brasileiras citadas na questão foram
promulgadas ou democráticas. 
Item errado. 
38) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a melhor doutrina, a tendência
constitucional moderna de elaboração de Constituições sintéticas se
deve, entre outras causas, à preocupação de dotar certos institutos
de uma proteção eficaz contra o exercício discricionário da
autoridade governamental. 
A tendência moderna é de elaboração de Constituições analíticas. Essa
tendência decorre da necessidade de (i) conferir maior estabilidade a
certas matérias, no intuito de limitar a discricionariedade do Estado; e (ii)
assegurar uma maior proteção social aos indivíduos (com o surgimento
do Estado social, a partir do estabelecimento de programas e diretrizes
para a concretização futura pelos órgãos estatais). 
Item errado. 
39) (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006) Na concepção materialista
de Constituição, é dada relevância ao processo de formação das
normas constitucionais, que, além de ser intencional, deve produzir
um conjunto sistemático com unidade, coerência e força jurídica
próprias, dentro do sistema jurídico do Estado. 
Na concepção material de Constituição, é dada relevância ao conteúdo
da norma. São normas constitucionais aquelas que tratem dos elementos
essenciais de organização do Estado. Em nada interessa o seu processo
de sua elaboração. 
Sobre esse assunto, guarde dois importantes aspectos: 
I) o fato de determinada norma não tratar de temas propriamente
(materialmente, substancialmente) constitucionais não a torna inferior às
demais; e 
II) para fins de controle de constitucionalidade e de aplicabilidade das
normas constitucionais não importa se a norma inserida na Constituição
é (ou não) substancialmente constitucional. 
 
 
 
 
 
 
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Item errado. 
40) (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) Segundo a doutrina,
são características das constituições concisas: a menor estabilidade
do arcabouço constitucional e a maior dificuldade de adaptação do
conteúdo constitucional. 
Ao contrário do afirmado no enunciado, as Constituições sintéticas são
mais estáveis, exatamente por tratar apenas dos temas fundamentais,
aqueles princípios mais basilares de organização do Estado. Não
descem aos detalhes e, assim, se adaptam com maior facilidade à
evolução da sociedade, na medida em que seus princípios são
interpretados e adequados aos novos anseios. 
Segundo Paulo Bonavides, essas Constituições resultam numa maior
estabilidade do arcabouço constitucional, bem como numa flexibilidade
que permite adaptar a Constituição a situações novas e imprevistas do
desenvolvimento institucional de um povo. 
Item errado. 
41) (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) As constituições
classificadas quanto à forma como legais são aquelas
sistematizadas e apresentadas em um texto único. 
Com esse enunciado, vou apresentar uma classificação pouco tradicional
(e pouco cobrada), apresentada pelo Professor André Ramos Tavares e
que divide as Constituições em codificadas ou legais. 
As primeiras (codificadas) são aquelas sistematizadas em um único
documento. As Constituições legais são aquelas integradas por
documentos diversos, espalhados. Assim, são formadas por inúmeras
leis constitucionais, redigidas em momentos distintos, tratando cada qual
de elementos substancialmente constitucionais. 
O enunciado apresenta o conceito de Constituição codificada, e não de
Constituição legal. 
Item errado. 
42) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRT 1ª
REGIÃO/2008) Tanto as constituições rígidas como as flexíveis
apresentam superioridade material e formal em relação às demais
normas do ordenamento jurídico. 
Se a nossa Constituição é rígida, ela exige um procedimento especial
para sua alteração, mais dificultoso (mais árduo) do que o das demais
normas. Ou seja, alterar a Constituição é mais difícil que alterar uma
simples lei. Como resultado, não pode uma simples lei revogar uma
norma constitucional qualquer, afinal a Constituição é mais forte do que
as leis. 
Se o procedimento de alteração da Constituição fosse o mesmo das
demais leis (Constituição flexível), uma simples lei poderia alterar a 
 
 
 
 
 
 
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Constituição. Significa dizer que, nos sistemas de Constituição flexível,
não há superioridade formal entre as normas constitucionais e as demais
leis. Assimsendo, estas (as leis) não precisam respeitar aquelas (as
normas constitucionais). Portanto, errada a questão. 
Entretanto, a supremacia material não decorre do procedimento, mas
da matéria, do conteúdo da norma. Essa supremacia decorre do fato de
uma norma tratar de matéria relevante, substancialmente constitucional.
E, nesse caso, mesmo as constituições flexíveis dispõem de
superioridade material. 
Supremacia formal → relaciona-se ao processo de elaboração
Supremacia material → relaciona-se à dignidade do conteúdo 
Item errado. 
43) (ESAF/AFRFB/2009) A ideia de escalonamento normativo é
pressuposto necessário para a supremacia constitucional e, além
disso, nas constituições materiais se verifica a superioridade da
norma magna em relação àquelas produzidas pelo Poder
Legislativo. 
De fato, a supremacia constitucional relaciona-se ao fato de a Carta
Maior estar no topo do ordenamento jurídico (noção de escalonamento
normativo), funcionando como parâmetro de validade das demais
normas. Todavia, essa noção tem relação com a Constituição formal e,
não material. 
Item errado. 
44) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) Sob o ponto de vista jurídico, a
supremacia da Constituição sob os aspectos formal e material se
apóia na regra da rigidez decorrente da maior dificuldade para
modificação da Constituição do que para a alteração das demais
normas jurídicas. 
A supremacia formal da Constituição relaciona-se com as Constituições
escritas e rígidas. Assim, ela se apóia na rigidez da Constituição como
um documento solene que exige mais rigor na alteração de seu texto do
que é exigido para as demais normas. 
Todavia, essa não é uma característica da supremacia no aspecto
material, que se apóia no conteúdo da norma. 
Item errado. 
45) (CESPE/TITULARIDADE DE SERVIÇOS NOTARIAIS E DE
REGISTRO/TJDFT/2008) A idéia de supremacia material da CF,
segundo o STF, é o que possibilita o controle de constitucionalidade. 
A supremacia formal é que posiciona a Constituição no vértice, no topo
do ordenamento jurídico. Como conseqüência, todos os atos e 
 
 
 
 
 
 
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manifestações jurídicas, para permanecerem no ordenamento jurídico,
devem estar de acordo com a Lei Maior, a Constituição. 
Daí a necessidade da existência de controle de constitucionalidade, para
verificar a compatibilidade desses atos e manifestações com as regras e
princípios da Constituição Federal. 
Assim, errada a questão, pois só faz sentido falar-se em controle de
constitucionalidade se a Constituição estiver acima das leis (onde haja
supremacia formal constitucional). 
Item errado. 
46) (FGV/JUIZ/TJ/PA/2005) A Constituição brasileira de 1988 é rígida,
porque estabelece separação rígida de poderes. 
De fato, a CF/88 é rígida, mas não por estabelecer a separação de
poderes, mas por ser alterada por procedimento especial, mais árduo do
que o exigido para a alteração das demais normas do ordenamento
jurídico. 
Item errado. 
47) (FGV/JUIZ/TJ/PA/2005) O controle judicial da constitucionalidade é
típico das constituições rígidas, pressupondo hierarquia formal entre
as normas do sistema jurídico. 
Como já comentado, o controle de constitucionalidade decorre da
hierarquia entre as normas jurídicas, que situa a Constituição no topo do
ordenamento. 
Assim, todas as normas passam a se submeter à Lei Fundamental, e
somente serão válidas se estiverem de acordo com esta última. 
Entretanto, é só nos sistemas de Constituição rígida que faz sentido se
falar em hierarquia entre a Constituição e as demais normas. 
Item certo. 
Vejamos algumas questões relacionadas à interpretação constitucional. 
48) (ESAF/AFT/2010) Praticamente toda a doutrina constitucionalista
cita os princípios e regras de interpretações enumeradas por
Canotilho. Entre os princípios e as regras de interpretação abaixo,
assinale aquele(a) que não foi elencado por Canotilho. 
a) Unidade da constituição. 
b) Da máxima efetividade ou da eficiência. 
c) Da supremacia eficaz. 
d) Do efeito integrador. 
e) Da concordância prática ou da harmonização. 
 
 
 
 
 
 
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A alternativa “a” está correta. Segundo o princípio da unidade da
Constituição, suas normas devem ser interpretadas de forma a se evitar
a existência de contradições entre suas normas. 
A alternativa “b” está correta. Segundo o princípio da máxima efetividade
ou da eficiência, a Constituição deve ser interpretada de forma a se
extrair o sentido que dê maior eficácia às suas normas (maior efetividade
social). 
A alternativa “c” está errada e é o gabarito. No rol dos princípios de
interpretação da Constituição, não há menção a esse princípio da
supremacia eficaz. 
A alternativa “d” está correta. Segundo o princípio do efeito integrador, na
interpretação da Constituição, deve-se dar preferência aos pontos de
vista que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade
política. 
A alternativa “e” está correta. Segundo o princípio da harmonização, no
caso de conflito entre dois bens jurídicos, não se deve afastar uns
totalmente em relação aos outros; assim, esse princípio, em caso de
conflito, impõe o estabelecimento de limites e condicionamentos
recíprocos. 
Gabarito: “c” 
49) (CESPE/JUIZ/TRT1/2010) Pelo princípio da conformidade funcional,
a contradição entre princípios deve ser superada por meio da
redução proporcional do âmbito de alcance de cada um deles ou
pelo reconhecimento da preferência ou prioridade de certos
princípios em relação a outros. 
O conceito apresentado na assertiva não tem relação com o princípio da
conformidade funcional. O princípio da conformidade funcional (ou da
justeza) preconiza que os intérpretes não poderão chegar a um resultado
que subverta ou perturbe o esquema organizatório-funcional estabelecido
pelo legislador constituinte, especialmente no que se refere à repartição
de funções entre os poderes. 
Item errado. 
50) (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) Pelo princípio da concordância
prática ou harmonização, na hipótese de eventual conflito ou
concorrência entre bens jurídicos constitucionalizados, deve-se
buscar a coexistência entre eles, evitando-se o sacrifício total de um
princípio em relação ao outro. 
O princípio da concordância prática (ou da harmonização) exige a
coordenação e combinação dos bens jurídicos quando houver conflito ou
concorrência entre eles, a fim de se evitar o sacrifício (total) de uns em
relação aos outros. Ou seja, esse princípio decorre da inexistência de 
 
 
 
 
 
 
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hierarquia entre os bens jurídicos constitucionalizados, ocasionando uma
necessidade de coexistência harmônica entre eles. 
Item certo. 
51) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA: EXECUÇÃO
DE MANDADOS/TRT 17ª REGIÃO/2009) Segundo o princípio da
unidade da constituição, cada país só pode ter uma constituição em
vigor, de modo que a aprovação de nova constituição implica a
automática revogação da anterior. 
Segundo o princípio da unidade, o texto da Constituição deve ser
interpretado de forma a evitar contradições (antinomias) entre suas
normas. Isso porque a Constituição deve ser considerada na sua
globalidade, exigindo-se do intérprete a busca da interpretação que
harmonize suas aparentes contradições. 
Como decorrência desse princípio, temos que não existem antinomias
normativas verdadeiras entre os dispositivos constitucionais. Cabe ao
intérprete o exercício de eliminar as eventuais contradições (antinomias)
aparentes. 
Item errado. 
52) (ESAF/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCU/2006)Na
aplicação do princípio da interpretação das leis em conformidade
com a Constituição, o intérprete deve considerar, no ato de
interpretação, o princípio da prevalência da constituição e o princípio
da conservação das normas. 
Podemos dizer que na interpretação conforme a Constituição prevalece
a supremacia da Constituição, na medida em que repele a aplicação
inconstitucional por contrariar na norma superior, a Constituição. 
E também prevalece o princípio da conservação das normas, como
associado ao princípio de presunção de constitucionalidade das leis, na
medida em que o método inclui um esforço de preservação da norma,
segundo sua interpretação constitucional, deixando de declará-la
inconstitucional como um todo. 
Item certo. 
53) (ESAF/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCU/2006) Quando o
intérprete, na resolução dos problemas jurídico-constitucionais, dá
primazia aos critérios que favoreçam a integração política e social e
o reforço da unidade política, pode-se afirmar que, no trabalho
hermenêutico, ele fez uso do princípio da conformidade funcional. 
Não tem jeito, você vai ter que memorizar os princípios de interpretação.
Na verdade você tem de memorizar quais “expressões” estão associadas
a cada um dos princípios. Para isso, dê uma olhada no esquema
apresentado logo abaixo. 
 
 
 
 
 
 
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Sintetizando: 
A assertiva trocou os conceitos do princípio do efeito integrador com o
princípio da conformidade funcional. Em verdade, segundo o princípio
da conformidade funcional, ou da justeza, o intérprete deve prezar pelo
esquema organizatório funcional estabelecido pelo constituinte, evitando
subvertê-lo. 
Já o princípio do efeito integrador preconiza que, na resolução dos
problemas jurídico-constitucionais, deve-se dar primazia aos critérios ou
pontos de vista que favoreçam a integração política e social e o
reforço da unidade política. 
Item errado. 
54) (FGV/AUDITOR/TCM/PA/2008) Pelo princípio da unidade da
Constituição, as normas constitucionais devem ser interpretadas em
conjunto, para evitar possíveis contradições com outras normas da
própria Constituição. 
Segundo o princípio da unidade, as normas constitucionais devem ser
interpretadas em sua globalidade, evitando-se antinomias entre as suas
normas. Nesse sentido, deve-se considerar que não há contradições
verdadeiras entre as normas constitucionais. 
Item certo. 
55) (FGV/AUDITOR/TCM/PA/2008) O princípio da concordância prática
estabelece que a Constituição, para manter-se atualizada, deve ser
interpretada no sentido de tornar sempre atuais os seus preceptivos,
os quais devem acompanhar as condições reais dominantes numa
determinada situação. 
A definição apresentada não se relacionada com o princípio da
concordância prática (ou da harmonização). O referido princípio exige a 
Unidade da Constituição 
Efeito integrador 
Máxima efetividade 
Justeza (conformidade
funcional) 
Harmonização 
Força normativa da
constituição 
Interpretação conforme a
constituição 
evitar contradições (antinomias) 
integração política e social e o reforço da unidade política 
sentido que dê maior eficácia, mais ampla efetividade social 
esquema organizatório-funcional 
evitar o sacrifício (total) de uns em relação aos outros 
atualização normativa, a eficácia e a permanência da 
Constituição 
preferência ao sentido da norma que a compatibilize com o 
conteúdo da Constituição 
 
 
 
 
 
 
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coordenação e combinação dos bens jurídicos quando houver conflito ou
concorrência entre eles, a fim de se evitar o sacrifício (total) de uns em
relação aos outros. Ou seja, esse princípio decorre da inexistência de
hierarquia entre os bens jurídicos constitucionalizados, ocasionando uma
necessidade de coexistência harmônica entre eles. 
Item errado. 
56) (FGV/AUDITOR/TCM/PA/2008) O princípio da força normativa da
Constituição estabelece que os bens jurídicos, constitucionalmente
protegidos, devem ser coordenados com vistas à resolução dos
problemas concretos. 
A definição apresentada relaciona-se com o princípio da harmonização, e
não com o princípio da força normativa. O princípio da força normativa da
Constituição preconiza que o intérprete dê prevalência aos pontos de
vista que contribuem para uma eficácia ótima da Constituição (haja vista
seu caráter normativo). 
Nesse sentido, valorizam-se as soluções que possibilitem a atualização
normativa, a eficácia e a permanência da Carta Maior. 
Item errado. 
57) (FGV/AUDITOR/TCM/PA/2008) O princípio do critério da correção
funcional estabelece que, se a Constituição propõe criar e manter a
unidade política, os pontos de vista, incumbidos de interpretar as
suas normas, diante dos problemas jurídico-constitucionais, devem
promover a manutenção de tal unidade. 
A definição está incorreta. Segundo o princípio da correção funcional, os
intérpretes não poderão chegar a um resultado que subverta ou perturbe
o esquema organizatório-funcional estabelecido pelo legislador
constituinte, especialmente no que se refere à repartição de funções
entre os poderes. 
Item errado. 
58) (ESAF/AFRF/2003) Somente o Supremo Tribunal Federal – STF
está juridicamente autorizado para interpretar a Constituição. 
Podemos considerar que a tarefa de interpretar as normas
constitucionais consiste em captar, compreender o conteúdo do texto
constitucional, buscando o seu sentido. Isso não é função exclusiva do
STF, mas de todos os juízes e tribunais ao exercer a jurisdição. 
Aliás (e isso talvez não seja tão intuitivo), a interpretação da Constituição
é tarefa que não se restringe nem mesmo ao Judiciário, visto que
desempenhada pelos demais poderes no exercício de suas funções. 
Item errado. 
59) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2006) A interpretação
conforme a Constituição consiste em procurar extrair o significado 
 
 
 
 
 
 
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de uma norma da Lei Maior a partir do que dispõem as leis
ordinárias que preexistiam a ela. 
O princípio da interpretação conforme a Constituição impõe que, no caso
daquelas normas que admitem mais de uma interpretação, dê-se
preferência à interpretação que lhes compatibilize o sentido com o
conteúdo da Constituição. 
Ao contrário, o conceito apresentado na questão seria o de interpretar as
normas constitucionais de acordo com as leis pré-existentes. Ora, não se
interpreta a Constituição segundo as leis, mas sim estas em confronto
com aquela! 
Item errado. 
60) (ESAF/AFC/STN/2008) “E preciso, pois, dizer o óbvio: a Constituição
constitui (no sentido fenomenológico-hermenêutico); a Constituição
vincula (não metafisicamente); a Constituição estabelece as
condições do agir político-estatal. Afinal, como bem assinala Miguel
Angel Pérez, uma Constituição democrática é, antes de tudo,
normativa, de onde se extrai duas conclusões: que a Constituição
contém mandatos jurídicos obrigatórios, e que estes mandatos
jurídicos não somente são obrigatórios senão que, muito mais do
que isso, possuem uma especial força de obrigar, uma vez que a
Constituição é a forma suprema de todo o ordenamento jurídico.”
(STRECK, Lenio Luiz, Jurisdição constitucional e hermenêutica: uma
crítica do direito. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004, p.287). 
Assinale a opção que indica com exatidão os princípios de hermenêutica
constitucional utilizados no texto para sustentar a aplicabilidade das
normas constitucionais. 
a) Unidade da Constituição e razoabilidade. 
b) Eficácia integradora e lógicado razoável. 
c) Harmonização e proporcionalidade. 
d) Reserva do possível e conformidade funcional. 
e) Máxima efetividade e força normativa da Constituição. 
Observa-se que o trecho ressalta a máxima efetividade e força normativa
da Constituição. 
Pelas definições apresentadas anteriormente, é de se notar que, como
observa a doutrina, os conceitos dos princípios da máxima efetividade e
força normativa da Constituição estão estreitamente vinculados, havendo
vozes que consideram o primeiro como subprincípio do segundo. 
Gabarito: “e” 
61) (ESAF/AFRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2005) De acordo com o
princípio da máxima efetividade ou da eficiência, princípio de
interpretação constitucional, a interpretação de uma norma 
 
 
 
 
 
 
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constitucional exige a coordenação e combinação dos bens jurídicos
em conflito, de forma a evitar o sacrifício total de uns em relação a
outros. 
O conceito apresentado refere-se ao princípio da harmonização. 
Item errado. 
62) (CESPE/JUIZ/TRT1/2010) Pelo princípio da força normativa da CF,
às normas constitucionais deve ser atribuído o sentido que maior
eficácia lhes conceda. 
Desenvolvido por Konrad Hesse, o princípio da força normativa da
Constituição preconiza que o intérprete dê sempre prevalência aos
pontos de vista que contribuem para uma eficácia ótima da Constituição
(haja vista seu caráter normativo). Assim, devem ser valorizadas as
soluções que possibilitem a atualização normativa, a eficácia e a
permanência da Carta Maior. 
A assertiva apresentou o sentido do princípio da máxima efetividade,
segundo o qual o intérprete deve extrair da norma constitucional
interpretada o sentido que lhe dê maior eficácia. 
Item errado. 
63) (ESAF/AFC/CGU/2006) A eficácia do método de interpretação
jurídico clássico não é afetada pela estrutura normativo-material da
norma constitucional a serem interpretada. 
O método jurídico (hermenêutico clássico) adota a premissa de que a
Constituição é uma lei. Logo, interpretar a Constituição é interpretar uma
lei. Assim, a estrutura normativo-material da norma influenciará de
maneira preponderante o processo de interpretação. 
É dizer, o texto da norma, seu sentido literal, é sim importante para a
interpretação constitucional segundo o método jurídico clássico. Daí o
erro da questão. 
Aliás, nesse método, a função do intérprete é desvendar o sentido do
texto, sem ir além do teor literal dos seus preceitos. 
Item errado. 
64) (ESAF/AFC/CGU/2006) O método de interpretação hermenêutico-
concretizador prescinde de uma pré-compreensão da norma a ser
interpretada. 
O método de interpretação hermenêutico-concretizador reconhece a
importância do aspecto subjetivo, da pré-compreensão que o
intérprete tem daquela situação. Assim, a interpretação constitucional dá-
se pela conjugação dessa pré-compreensão (juízo abstrato e antecipado
sobre a norma) e o caso concreto (problema em relação ao qual a norma
constitucional é aplicada). 
 
 
 
 
 
 
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Em outras palavras, a interpretação tem como ponto de partida a pré-
compreensão do intérprete, a quem compete concretizar a norma a partir
de uma dada situação histórica. 
Assim, a questão está incorreta, uma vez que o método hermenêutico-
concretizador valoriza a pré-compreensão do intérprete sobre a norma a
ser interpretada. 
Item errado. 
65) (CESPE/ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/ÁREA DIREITO/2010)
Entre os métodos compreendidos na hermenêutica constitucional
inclui-se o tópico problemático, que consiste na busca da solução
partindo-se do problema para a norma. 
De fato, o método tópico-problemático baseia-se na priorização do
estudo do caso concreto sobre a norma, já que parte da premissa de que
a interpretação tem um caráter prático. Assim, a Constituição é entendida
como um sistema aberto de regras e princípios. 
Nesse sentido, a questão está correta, pois, nesse método, o caso
concreto é o foco: o problema concreto prevalece sobre a norma. 
Item certo. 
66) (ESAF/AFC/CGU/2006) No método de interpretação constitucional
tópico-problemático, há prevalência da norma sobre o problema
concreto a ser resolvido. 
E aí, o que prevalece: o problema ou a norma? 
Para a doutrina: 
Método tópico problemático → primazia do problema sobre a norma
Método hermenêutico concretizador → primazia da norma sobre o problema 
Você já percebeu o erro, não é? Diferentemente do que afirma a
assertiva, no método tópico-problemático, o problema prevalece sobre a
norma. 
Item errado. 
67) (CESPE/ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/ÁREA DIREITO/2010)
Entre os métodos compreendidos na hermenêutica constitucional
inclui-se o tópico problemático, que consiste na busca da solução
partindo-se do problema para a norma. 
De fato, o método tópico-problemático baseia-se na priorização do
estudo do caso concreto sobre a norma, já que parte da premissa de que
a interpretação tem um caráter prático. Assim, a Constituição é entendida
como um sistema aberto de regras e princípios. 
Nesse sentido, a questão está correta, pois, nesse método, o caso
concreto é o foco: o problema concreto prevalece sobre a norma. 
 
 
 
 
 
 
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Item certo. 
68) (CESPE/PROCURADOR/PGE-PE/2009) De acordo com o método
de interpretação constitucional denominado científico-espiritual, a
Constituição é instrumento de integração, não apenas sob o ponto
de vista jurídico-formal, mas também, e principalmente, em
perspectiva política e sociológica, como instrumento de solução de
conflitos, de construção e de preservação da unidade social. 
O método científico-espiritual caracteriza-se como um método de
interpretação sistêmico e espiritualista, que se baseia na premissa de
que o intérprete deve levar em conta os valores subjacentes à
Constituição (econômicos, sociais, políticos e culturais), integrando o
sentido de suas normas a partir da "captação espiritual" da realidade da
comunidade. Ou seja, as normas são analisadas menos pelo seu sentido
textual (aspecto jurídico-formal) e mais pela ordem de valores do mundo
real (realidade social), a fim de alcançar a integração da Constituição
com a realidade espiritual da comunidade. 
Item certo. 
69) (CESPE/ANALISTA/ÁREA: JUDICIÁRIA/TRE/GO/2008) Esse
método parte da premissa de que existe uma relação necessária
entre o texto e a realidade, entre preceitos jurídicos e os fatos que
eles intentam regular. Para Müller, na tarefa de interpretar-
concretizar a norma constitucional, o intérprete aplicador deve
considerar tanto os elementos resultantes da interpretação do texto
(programa normativo), como os decorrentes da investigação da
realidade (domínio normativo). Isso porque, partindo do pressuposto
de que a norma não se confunde com o texto normativo, afirma
Müller que o texto é apenas a ‘ponta do iceberg’; mas a norma não
compreende apenas o texto, pois abrange também “um pedaço de
realidade social”, sendo esta talvez a parte mais significativa que o
intérprete aplicador deve levar em conta para realizar o direito. Dirley
da Cunha Júnior. Curso de Direito Constitucional. 2.ª ed. Salvador:
Editora Juspodivum, 2008, p. 214. (com adaptações). O trecho
acima descreve o método de interpretação constitucional
denominado 
a) método científico-espiritual. 
b) método normativo-estruturante. 
c) método tópico-problemático. 
d) método hermenêutico-clássico. 
Os defensores do método normativo-estruturante distinguem a “norma
constitucional” do “texto da norma” (inexistência de identidade entre a
normajurídica e o texto normativo). Ou seja, além do texto, a norma
constitucional compreende também um domínio normativo, isto é,
pedaço da realidade concreta, que o programa normativo só 
 
 
 
 
 
 
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parcialmente contempla. Assim, a tarefa do intérprete abrange interpretar
o texto da norma (elemento literal) e também verificar os modos de sua
concretização na realidade social. 
Daí a questão mencionar a necessidade de que o intérprete considere
tanto os elementos resultantes da interpretação do texto (programa
normativo), como os decorrentes da investigação da realidade (domínio
normativo), pois a norma jurídica é mais do que o texto em si. Este texto
normativo é apenas a “ponta do iceberg”, na medida em que a norma
compreende também a realidade social, e esta realidade deve ser levada
em conta pelo intérprete para realizar o direito. Portanto, o trecho
destacado pela questão relaciona-se ao método normativo-estruturante. 
Gabarito: “b” 
Acredito que valha a pena sintetizar os métodos de interpretação
apresentados pela doutrina. 
Sintetizando: 
I) método jurídico = interpreta-se a constituição como se interpreta uma lei; 
II) método tópico problemático = confere primazia ao problema perante a
norma, parte-se do problema para a norma; 
III) método hermenêutico concretizador = pré-compreensão do sentido do
texto constitucional, conferindo primazia à norma perante o problema,
formando um círculo hermenêutico; 
IV) método científico-espiritual = leva em conta a ordem de valores
subjacente ao texto, bem assim a integração do texto constitucional com a
realidade da comunidade; 
V) método normativo-estruturante = a norma constitucional abrange um
pedaço da realidade social; assim, a interpretação deve verificar o texto da
norma, bem como sua concretização na realidade; 
VI) método comparativo = comparação entre diferentes ordenamentos
constitucionais. 
70) (FGV/FISCAL/SEFAZ/RJ/2008) São elementos orgânicos da
Constituição: 
(A) a estruturação do Estado e os direitos fundamentais. 
(B) a tributação e o orçamento e os direitos sociais. 
(C) a divisão dos poderes e o sistema de governo. 
(D) as forças armadas e a nacionalidade. 
(E) a segurança pública e a intervenção. 
Esta questão trata dos elementos das constituições, assunto
apresentado por José Afonso da Silva. 
 
 
 
 
 
 
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O doutrinador observa o fenômeno da ampliação do conteúdo das
constituições, que vem ocorrendo ao longo da história e resultando na
distinção, já comentada, entre sentido formal e material de Constituição. 
Assim, as constituições contemporâneas têm se apresentado repletas de
normas que tratam das matérias mais variadas. A partir dessa
diversidade, José Afonso da Silva agrupa cinco categorias de elementos
constitucionais, a saber: 
I) elementos orgânicos – reúnem os dispositivos constitucionais
relacionados à organização, ao funcionamento e à estrutura do poder e
do Estado. São exemplos os títulos III (organização do Estado); IV
(organização dos poderes e do sistema de governo); VI (tributação e
orçamento); e capítulos II e III do título V (forças armadas e segurança
pública); 
II) elementos limitativos – abrangem os dispositivos referentes aos
direitos e garantias fundamentais (com exceção dos direitos sociais),
que, como se sabe, visam a limitar o poder do Estado. 
III) elementos sócio-ideológicos – incluem as normas relacionadas à
noção de Estado de bem-estar social, que indicam o caráter
intervencionista e social das constituições modernas. São exemplos os
direitos sociais e os títulos VII (ordem econômica e financeira) e VIII
(ordem social); 
IV) elementos de estabilização constitucional – consubstanciam
normas destinadas a assegurar a solução de conflitos constitucionais,
a defesa da Constituição, do Estado e das instituições democráticas.
Inclui os arts. 102 e 103 (jurisdição constitucional); o art. 60 (processo de
emenda constitucional); os arts. 34 a 36 (intervenção); e o capítulo I do
título V (estado de defesa e estado de sítio); 
V) elementos formais de aplicabilidade – normas que estatuem regras
de aplicação das constituições. São exemplos o preâmbulo, as
disposições constitucionais transitórias (ADCT); bem como o § 1° do art.
5°, segundo o qual “as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata”. 
Feitos esses comentários, observamos a resposta correta é a letra “c”. 
A alternativa “a” está incorreta, pois os direitos fundamentais constituem
elementos limitativos, embora a estruturação do Estado seja elemento
orgânico. 
A alternativa “b” está incorreta, pois os direitos sociais constituem
elementos sócio-ideológicos, embora o assunto “tributação e orçamento”
seja elemento orgânico. 
A alternativa “d” está incorreta, pois nacionalidade constitui elemento
limitativo, embora o tema “forças armadas” seja elemento orgânico. 
 
 
 
 
 
 
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A alternativa “e” está incorreta, pois intervenção constitui elemento de
estabilização constitucional, embora segurança pública seja elemento
orgânico. 
Gabarito: “c” 
Por hoje é só! Até a nossa próxima aula. 
Um grande abraço e bons estudos! 
Frederico Dias 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA
1) (ESAF/AFRFB/2010) O conceito ideal de constituição, o qual surgiu no
movimento constitucional do século XIX, considera como um de seus
elementos materiais caracterizadores que a constituição não deve ser
escrita. 
2) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) A Constituição contém normas fundamentais
da ordenação estatal que servem para regular os princípios básicos
relativos ao território, à população, ao governo, à finalidade do Estado e
suas relações recíprocas. 
3) (FUNIVERSA/ADVOGADO/CEB/2010 - adaptada) A República Federativa
do Brasil, formada pela união indissolúvel dos estados, municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito. 
4) (CESPE/ANALISTA/DIREITO/INCA/2010) Para Carl Schmitt, a constituição
de um Estado deveria ser a soma dos fatores reais de poder que regem a
sociedade. Caso isso não ocorra, ele a considera como ilegítima, uma
simples folha de papel. 
5) (ESAF/AFC/STN/2005) Na concepção de constituição em seu sentido
político, formulada por Carl Schmmitt, há uma identidade entre o conceito
de constituição e o conceito de leis constitucionais, uma vez que é nas leis
constitucionais que se materializa a decisão política fundamental do
Estado. 
6) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Para Ferdinand
Lassalle, a constituição é dimensionada como decisão global e fundamental
proveniente da unidade política, a qual, por isso mesmo, pode
constantemente interferir no texto formal, pelo que se torna inconcebível,
nesta perspectiva materializante, a idéia de rigidez de todas as regras. 
7) (ESAF/AFTE/RN/2005) A constituição em sentido político pode ser
entendida como a fundamentação lógico-política de validade das normas
constitucionais positivas. 
8) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MMA/2009) No sentido sociológico
defendido por Ferdinand Lassalle, a Constituição é fruto de uma decisão
política. 
9) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MMA/2009) No sentido jurídico, a
Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica, política ou
filosófica. 
10) (CESPE/PROCURADOR DO ESTADO/PB/2008) A constituição é, na visão
de Ferdinand Lassalle, uma decisão

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