Buscar

Estruturas de Mercado

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
*
ESTRUTURAS DE MERCADO
PROF. ANDRÉ MOURÃO
*
*
INTRODUÇÃO
Vimos nas aulas anteriores quais variáveis afetam a demanda e a oferta de bens e serviços e como são determinados os preços, supondo que, sem interferências, o mercado automaticamente encontra seu equilíbrio.
Implicitamente, estava sendo suposta uma estrutura específica de mercado, qual seja a de concorrência perfeita ou mercado competitivo.
*
*
INTRODUÇÃO
As várias formas ou estruturas de mercado dependem fundamentalmente de três características:
1 – número de empresas que compõem esse mercado;
2 – tipo do produto (se as firmas fabricam produtos idênticos ou diferenciados);
3 – se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado.
A maior parte dos modelos existentes pressupõe que as empresas maximizam o lucro total, o que, corresponde ao nível de produção no qual a receita marginal se iguala ao custo marginal. Essa é a hipótese da teoria tradicional ou marginalista.
*
*
CONCORRÊNCIA PERFEITA (MERCADO COMPETITIVO)
A concorrência perfeita é um tipo de mercado em que há grande número de vendedores (empresas), de tal sorte que uma empresa, isoladamente, não afeta a oferta de mercado nem, consequentemente, o preço de equilíbrio.
O grande número de empresas nesse mercado faz com que elas sejam apenas tomadoras de preços ou price-takers.
*
*
CONCORRÊNCIA PERFEITA (MERCADO COMPETITIVO)
Nesse tipo de mercado, devem prevalecer as seguintes premissas:
Mercado atomizado: composto de grande número de empresas, como se fossem “átomos”;
Produtos homogêneos: não existe diferenciação entre produtos ofertados pelas empresas concorrentes;
Não existem barreiras: para o ingresso de empresas no mercado;
Transparência do mercado: todas as informações sobre lucros, preços etc. são conhecidas por todos os participantes do mercado.
*
*
CONCORRÊNCIA PERFEITA (MERCADO COMPETITIVO)
Uma característica do mercado em concorrência perfeita é que, no longo prazo, não existem lucros econômicos ou extraordinários (em que as receitas superam os custos), mas apenas os chamados lucros normais, que representam a remuneração implícita do empresário (seu custo de oportunidade).
Isso ocorre porque, em concorrência perfeita, como o mercado é transparente, se existirem lucros extraordinários a curto prazo, isso atrairá novas firmas para o mercado (devido ao aumento no número de empresas), os preços de mercado tenderão a cair, e consequentemente também os lucros extras que tendem a zero.
*
*
CONCORRÊNCIA PERFEITA (MERCADO COMPETITIVO)
Existirão apenas lucros normais, implícitos nos custos, quando então cessa o ingresso de novas empresas nesse mercado.
*
*
MONOPÓLIO
O mercado monopolista caracteriza-se por apresentar condições diametralmente opostas às da concorrência perfeita. Nela existe um único empresário (empresa) dominando inteiramente a oferta, de um lado, e todos os consumidores, de outro.
Não há, portanto, concorrência, nem produto substituto ou concorrente. Nesse caso, ou os consumidores se submetem às condições impostas pelo vendedor, ou simplesmente deixarão de consumir o produto.
*
*
MONOPÓLIO
Para que existam monopólios, deve haver barreiras que praticamente impeçam a entrada de novas firmas no mercado. Essa barreiras à entrada podem advir das seguintes condições:
Monopólio puro ou natural: ocorre quando o mercado por características próprias, exige elevado volume de capital. As empresas já instaladas operam com grandes plantas industriais, com elevadas economias de escala e custos unitários bastante baixos, o que possibilita a cobrança de preços relativamente baixos por seu produto, o que acaba sendo uma grande barreira para a entrada de novos concorrentes.
*
*
MONOPÓLIO
Patentes: enquanto a patente não cai em domínio público, a empresa é a única que detém a tecnologia apropriada para produzir aquele determinado bem;
Controle de matérias-primas básicas: por exemplo, o controle das minas de bauxita pelas empresas produtoras de alumínio.
Existe ainda o monopólio institucional ou estatal em setores considerados estratégicos ou de segurança nacional (por exemplo, energia, telecomunicações e petróleo), em que os preços não são fixados pelo mercado. Isso ocorreu e ainda ocorre com muitos desses setores no Brasil e no mundo.
*
*
MONOPÓLIO
Dada a existência de barreiras à entrada de novas empresas, os lucros extraordinários devem persistir também no longo prazo em mercados monopolizados, diferentemente do que ocorre em concorrência perfeita, quando ao longo do prazo só existirão lucros normais.
*
*
OLIGOPÓLIO
O oligopólio é um tipo de estrutura normalmente caracterizada por um pequeno número de empresas que dominam a oferta de mercado. Ele pode ser definido como um mercado em que há pequeno número de empresas, como a indústria automobilística, ou então em que há grande número de empresas, mas poucas dominam o mercado, como na indústria de bebidas.
O setor produtivo brasileiro é altamente oligopolizado, sendo possível encontrar inúmeros exemplos: montadoras de veículos, setor de cosméticos, indústria de papel, indústria química, indústria farmacêutica, bebidas, alimentos, entre outras.
*
*
OLIGOPÓLIO
No oligopólio, tanto as quantidades ofertadas como os preços são fixados entre as empresas por meio de conluios ou cartéis. 
O cartel é uma organização (formal ou informal) de produtores dentro de um setor que determina a política de preços para todas as empresas que a ela pertencem. Elas costumam adotar uma política de preços comum, agindo como monopolistas (chamada de solução de monopólio). Elas podem fazer uma concorrência extrapreço em termos de propaganda, publicidade, promoções e etc.
*
*
OLIGOPÓLIO
Nos oligopólios, há empresas líderes que, via de regra fixam o preço, respeitando as estruturas de custos das demais, e há empresas satélites que seguem as regras ditadas pelas líderes. Esse é um modelo chamado de liderança de preços. Como exemplo, no Brasil, pode-se citar a indústria de bebidas.
É possível caracterizar também tanto oligopólios com produtos diferenciados (como a indústria automobilística) como oligopólios com produtos homogêneos (alumínio, cimento).
*
*
OLIGOPÓLIO
Quanto aos objetivos da empresa oligopolista, a teoria microeconômica tem duas correntes principais: a teoria marginalista ou neoclássica, pela qual o oligopolista maximiza lucros, e a teoria da organização industrial, na qual o objetivo principal do oligopolista é maximizar mark-up, que é igual a:
Mark-up = Receita de vendas – custos diretos (ou variáveis)
*
*
OLIGOPÓLIO
O preço cobrado pela empresa, no modelo de mark-up, é calculado da seguinte forma:
p = (1+m)C
em que:
p = preço do produto;
C = custo direto unitário (que corresponde, na teoria marginalista, ao custo variável médio);
m = taxa de mark-up, que é uma porcentagem sobre os custos diretos.
*
*
OLIGOPÓLIO
A taxa de mark-up deve ser fixada de tal forma a cobrir além dos custos diretos, os custos fixos, e atender a certa taxa de rentabilidade desejada pelos acionistas da empresa.
O conceito de Mark-up corresponde aproximadamente ao conceito de margem de contribuição utilizado na contabilidade privada, com a diferença de que esse último é calculado para cada linha de produto, enquanto o conceito de mark-up é mais geral, normalmente fixado pelos acionistas para os negócios globais da empresa.
*
*
OLIGOPÓLIO
A teoria mark-up está respaldada em pesquisas empíricas que mostram que as empresas, ao fixar seu preço de venda, não conseguem prever adequadamente a demanda por seu produto e, portanto, suas receitas, mas conhecem muito bem seus custos. Como elas têm poder monopolístico, podem, então, fixar os preços numa base mais objetiva, nos seus custos, dependendo menos da demanda prevista de mercado. Difere assim da teoria marginalista, segundo a qual a empresa, para fixar seu preço no
lucro máximo, precisa prever também as receitas ( o que envolve ter razoável poder para prever a demanda por seu produto), para igualar suas receitas marginais aos custos marginais.
*
*
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
A concorrência monopolística é uma estrutura de mercado intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio, mas que não se confunde com o oligopólio, pelas seguintes características:
Número relativamente grande de empresas com certo poder concorrencial, porém com segmentos de mercados e produtos diferenciados, seja por características físicas, embalagem, seja pela prestação de serviços complementares (pós-venda);
Margem de manobra para fixação dos preços não muito ampla, uma vez que existem produtos substitutos no mercado.
*
*
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
Essas características acabam dando um pequeno poder monopolista sobre o preço do produto, embora o mercado seja competitivo (daí o nome concorrência monopolística, que é aparentemente contraditório). Por exemplo, na área médica, existe um grande número de profissionais em todas as áreas, mais os mais credenciados e famosos cobram preços pela consulta, tratamento ou operação muito maiores que a média.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais