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Os ardis do Capitalismo - resumo

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Os ardis do Capitalismo
A consolidação do crescimento do Capitalismo afirmou que suas transformações não se restringiam apenas ao campo econômico, mas que tocavam na sociedade como um todo. Sendo que, trazendo consigo o dilema da contradição, acentuando as desigualdades e criando grandes fissuras na divisão de classes. Tudo isso, aliado ao processo exercido pela classe trabalhadora, dava aos burgueses a falsa impressão de que o Capitalismo estava plenamente consolidado.
Eis que, as fortes e constantes crises cíclicas do Capitalismo criaram muitos outros problemas, especialmente de cunho social, tais como a hipertrofia da mão-de-obra e o exército industrial de reserva, assim como miserabilidade ferrenha. Em situações razoáveis, a mortalidade de adultos e crianças chegava a atingir 20% da população operária. Era, portanto, o mais cruel avesso do lucro e do progresso dos Capitalistas.
A face da classe dominante, ao final da década de 1860, já não era mais apenas a face do poder, do fausto e do luxo de uma burguesia em plena ascensão econômica. Em seu semblante já se podiam notar fortes sulcos produzidos pela inquietação e pela ansiedade que lhe traziam o agravamento dos problemas sociais e as dificuldades de superação das crises provocadas por um comércio recessivo e por um mercado retraído. (...) Assim como a consciência da classe do proletariado havia amadurecido (MARTINELLI, 2007, p. 71).
 
A exploração já não era aceita de maneira passiva e os descontentamentos já eram visíveis e começavam a dar os primeiros sinais de revolta. Deste mesmo modo, os Sindicatos já estavam mais unidos e fortalecidos e não se intimidavam com os discursos “apaziguadores” da Burguesia. A grande Indústria (templo das máquinas) tornou-se também terreno fértil para o desabrochar da consciência e a construção da identidade de classe do Proletário.
Foi, portanto, a exploração sobre cada trabalhador individual que os levou a dar-se conta da rede de relações na qual estavam inseridos e buscaram assim formar a coletividade. Para isso era necessário se desamarrar das ilusões criadas pelo Capitalismo, assim como se inserir no contexto das discussões políticas da época. Os simples movimentos de classes passaram a ser movimentos políticos de classe, tendo como cenário algo além da indústria, a sociedade. “Foram, porém, os movimentos associativos, a prática sindical, os movimentos sociais, enfim, que tornaram possível a marcha ascendente de sua consciência em direção à classe política e a luta de classes” (MARTINELLI, 2007, p. 74).
Todos esses fatores levaram a Burguesia a perder um pouco a sua supremacia, assim como o Capitalismo já era combatido pela classe Proletária, que estava bem mais organizada. Exatamente no final do século XIX o crescimento político da classe trabalhadora era bastante visível e ativo.
A burguesia criava formas de encobrir a face da pobreza de massa e da miséria generalizada.
Além de tudo isso, o modo de produção vigente (que queria o máximo de lucros) exauria as forças dos trabalhadores, de maneira que a grande quantidade de mão-de-obra excedente era melhor ainda, para substituir àqueles que haviam sido ‘sugados’ pelo dispêndio exagerado da força de trabalho e precisavam ser substituídos. Na Europa, “havia uma grande massa de camponeses empobrecidos, vagando (...), entre a revolta e a submissão” (MARTINELLI, 2007, p. 78).
Essa miserabilidade generalizada ‘envergonhava’ a classe burguesa, assim como o auge e o progresso do capitalismo, a face dos antagonismos era bastante visível e era preciso fazer algo, ao menos, para encobrir.

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