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Resenha: RÜSEN, Jörn. Tarefa e função de uma teoria da história. In: Razão histórica: fundamentos da ciência histórica. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 2001, pp.

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FACULDADE DE HISTÓRIA - UFG 
THALES FERNANDES 
PROF. DR. IVAN GOMES 
RESENHA-RESUMO 
OBRA: RÜSEN, Jörn. Tarefa e função de uma teoria da história. In: Razão histórica: 
fundamentos da ciência histórica. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 2001, pp. 
 
Neste primeiro capítulo do livro, intitulado “Tarefa e função de uma teoria da história”, o autor 
desenvolve uma análise sobre a teoria da história como uma auto-reflexão do pensamento 
histórico com a capacidade de exercer uma ​função prática​ “nos diversos campos de atividade do 
historiador” (p. 26), a partir de “princípios” e determinadas funções na constituição da ciência da 
história. Rüsen utiliza a metáfora da floresta, na qual cada árvore isolada (competência 
especializada em campos particulares da pesquisa e da historiografia) deve se relacionar com o 
todo complexo, abrangente. Para o autor, “a visão do conjunto é necessária ao trabalho 
especializado competente em cada tema” (p. 27), pois o conjunto, como constituição estrutural 
do pensamento histórico, não deve ser perdido de vista, em “benefício das árvores dos processos 
particulares do conhecimento” (p. 27). 
 
Mas esta totalidade, segundo mostra o autor, não se trata de uma ​visão panorâmica​ com o caráter 
de uma ​enciclopédia​, ou seja, uma visão esquemática, mas sim uma “constituição”, com 
princípios e regras do pensamento histórico: a ​riqueza cognitiva​, ​a variedade metódica​ e a 
multiplicidade das formas de apresentação da ciência da história​, pela interdependência 
sistemática da pesquisa histórica e da historiografia através de um ​processo dinâmico​. O termo 
técnico para essa Constituição (análoga à Constituição de um Estado-nação) é ​matriz disciplinar, 
que age na consciência histórica ou pensamento histórico e por este é influenciada, através da 
“carência humana de orientação no agir e do sofrer os efeitos das ações no tempo” (p. 30). 
 
Esta ​matriz disciplinar​ é constituída por cinco fatores do pensamento histórico que agem com 
interdependência: são os ​interesses​, as ​idéias​, os ​métodos da pesquisa empírica​, as ​formas de 
apresentação ​do trabalho, ou seja, a ​historiografia​ (atuando como ​função racionalizadora da 
pragmática textual​) e por último mas não menos importante a ​função de orientação existencial​. 
Estes fatores atuam de forma dinâmica, sendo em seu conjunto os fundamentos da ciência 
histórica - “dependente do contexto prático da vida dos historiadores e do público interessado em 
história” com uma “dinâmica temporal interna”, atenta às mudanças (pp. 36-37). 
 
Desta forma, a teoria da história possui como função e tarefa agir na ​profissionalização didática 
dos historiadores exercendo as seguintes ​funções​: ​propedêutica​, apresentando o quadro de 
fundamentos da ciência da história de que depende o valor relativo e a possível relevância de 
cada projeto particular de pesquisa, no conjunto da disciplina; ​de coordenação​ para a pesquisa, 
fornecendo critérios próprios à disciplina; ​motivadora​ através do desenvolvimento da 
subjetividade do historiador sem perder de vista a objetividade de um trabalho científico 
histórico; ​organizadora​ do saber disponível para a formulação de novas questões; ​de seleção e 
fundamentação​ do novo saber histórico obtido; e, por fim, uma ​função mediadora​ como uma 
ponte entre o estudo e a profissão em uma relação recíproca; ou seja, ela exerce uma ​função 
teórica de fundamentação​ da ciência histórica, “sob o influxo de perspectivas (ideias) universais 
constantes e, consequentemente, em obediência às mesmas regras metódicas”, dentro de um 
“progresso cognitivo” (p. 44), ganhando expressão argumentativa própria. 
 
Portanto, a teoria da história expande-se, exercendo a função ”didática de profissionalização e a 
teórica de fundamentação ao campo da historiografia” (p. 46), enquanto “orientação da vida 
prática mediante consciência histórica”, sendo a especialidade que reflete sobre o enraizamento 
da ciência da história na vida prática e sua função nela, através de todos os processos que são 
caracterizados como “formação histórica” (p. 48)

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