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TCC RESPONSABILIDADE SUBSIDIARIA DOS AVOS NA COMPLEMENTAÇÃO DOS ALIMENTOS.

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Família no Brasil:
 Conforme o autor Carlos Roberto Gonçalves o Conceito de Família no Brasil:
 O direito de família é de todos os ramos do direito, o mais intimamente ligado à própria vida, uma vez que, de modo geral, as pessoas provêm de um organismo familiar e a ele conservam-se vinculadas durante a sua existência, mesmo que venham a constituir nova família pelo casamento ou pela união estável. (Gonçalves, 2017, p.301)
 Conforme o autor Flávio Tartuce o Conceito de Família no Brasil:
Tendo como parâmetro os institutos tratados pelo CC/2002, o Direito de Família pode ser conceituado como sendo o ramo do Direito Civil que tem como conteúdo o estudo dos seguintes institutos: a) casamento; b) união estável; c) relações de parentesco; d) filiação; e) alimentos; f) bem de família; g) tutela, curatela e guarda. Além desse conteúdo, acrescente-se a investigação das novas manifestações familiares. (Tartuce, 2017, p.779)
 Conforme o autor Eduardo de Oliveira Leite o Conceito de Família no Brasil:
Na ótica do Código Civil, Direito de Família ¨ é o conjunto de regras aplicáveis às relações entre pessoas ligadas pelo casamento, pelo parentesco, pela afinidade e pela adoção ¨ . É o conceito mais clássico de família que atende, naturalmente, a sistemática codificada de 1916. (Leite, 2005, p.25)
 Conforme o autor Rolf Madaleno o Conceito de Família no Brasil:
De acordo com o artigo 226 da Constituição Federal, a família é a base da sociedade e por isto tem especial proteção do Estado. A convivência humana está estruturada a partir de cada uma das diversas células familiares que compõem a comunidade social e política do Estado, que assim se encarrega de amparar e aprimorar a família, como forma de fortalecer a sua própria instituição política. (Madaleno, 2013, p.31(
Constituição Federal de 1988:
 Conforme o autor Carlos Roberto Gonçalves a Constituição Federal de 1988:
A Constituição Federal de 1988 ¨ absorveu essa transformação e adotou uma nova ordem de valores, privilegiando a dignidade da pessoa humana, realizando verdadeira revolução no Direito de Família, a partir de três eixos básicos ¨ . Assim: O art.226 afirma que ¨ a entidade familiar é plural e não mais singular, tendo várias formas de constituição ¨. O segundo eixo transformador ¨ encontra-se no § 6 do art.227. É a alteração do sistema de filiação, de sorte a proibir designações discriminatórias decorrentes do fato de ter a concepção ocorrido dentro ou fora do casamento ¨ . A terceira grande revolução situa-se ¨ nos artigos 5, inciso I, e 226, § 5. Ao consagrar o princípio da igualdade entre homens e mulheres, derrogou mais de uma centena de artigos do Código Civil de 1916 ¨. (Gonçalves, 2017, p.308)
 Conforme o autor Flávio Tartuce a Constituição Federal de 1988:
 A Constituição Federal de 1988 tem um capítulo próprio que trata da família, da criança, do adolescente, do jovem e do idoso (Capítulo VII, do Título VIII – Da Ordem Social). Interpretando-se um dos dispositivos constantes desse capítulo, o art. 226 do Texto Maior, pode-se dizer que a família é decorrente dos seguintes institutos: a) Casamento civil, sendo gratuita a sua celebração e tendo efeito civil o casamento religioso, nos termos da lei (art. 226, § 1 e 2 ). b) União estável entre homem e mulher, devendo a lei facilitar a sua conversão em casamento (art.226, § 3.). c) Família monoparental, comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes (art. 226, § 4.). ( Tartuce, 201:7, p.791)
Código Civil 2002:
 Conforme o autor Carlos Roberto Gonçalves o Código Civil de 2002:
Todas as mudanças sociais havidas na segunda metade do século passado e o advento da Constituição Federal de 1988, com as inovações mencionadas, levaram à aprovação do Código Civil de 2002, com a convocação dos pais a uma ¨ paternidade responsável ¨ e assunção de uma realidade familiar concreta, em que os vínculos de afeto se sobrepõem à verdade biológica, após as conquistas genéticas vinculadas aos estudos do DNA. (Gonçalves, 2017, p.308 e 309) 
 Conforme a autora Maria Berenice Dias o Código Civil de 2002:
O Código Civil – que ainda se costuma chamar de novo – entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003. O projeto original data de 1975, sendo anterior, inclusive, à Lei do Divorcio, que é de 1977. Tramitou pelo Congresso Nacional antes de ser promulgada a Constituição Federal, em 1988, que introduziu diversa ordem de valores, privilegiando a dignidade da pessoa humana. Em completo descompasso com o novo sistema jurídico, o projeto necessitou sofrer modificações profundas para adequar-se às diretrizes ditadas pela Constituição. Daí o sem – número de emendas que sofreu, tendo sido bombardeado por todos os lados. Inúmeros remendos foram feitos, o que, ainda assim, não deixou 
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA:
 Conforme a autora Maria Helena Diniz o principio da Dignidade da pessoa humana:
Princípio do respeito da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), que constitui base da comunidade familiar (biológica ou socioafetiva), garantindo, tendo por parâmetro a afetividade, o pleno desenvolvimento e a realização de todos os seus membros, principalmente da criança e do adolescente (CF, art.227).( Diniz, 2013, p.37)
 Conforme o autor Paulo Lôbo o principio da Dignidade da pessoa humana:
A dignidade da pessoa humana é o núcleo existencial que é essencialmente comum a todas as pessoas humanas, como membros iguais do gênero humano, impondo-se um dever geral de respeito, proteção e intocabilidade, Kant, em lição que continua atual, procurou distinguir aquilo que tem um preço seja pecuniário, seja estimativo, do que é dotado de dignidade, a saber, do que é inestimável, do que é indisponível, do que não pode ser objeto de troca.(Lobô, 2008, p.37)
 Conforme a autora Maria Berenice Dias o principio da Dignidade da pessoa humana:
É o princípio maior, fundante do Estado Democrático de Direito, sendo afirmado já no primeiro artigo da Constituição Federal. A preocupação com a promoção dos direitos humanos e da justiça social levou o constituinte a consagrar a dignidade da pessoa humana como valor nuclear da ordem constitucional. (Dias, 2011, p.62)
 Conforme o autor Flávio Tartuce e José Fernando Simão o principio da Dignidade da pessoa humana:
Prevê o art. 1, III, da CF/88 que o nosso Estado Democrático de Direito tem como fundamento a dignidade da pessoa humana. Trata-se daquilo que se denomina princípio máximo, ou superprincípio, ou macroprincípio, ou princípio dos princípios. (Tartuce e Simão, 2007, p.24) 
 Conforme o autor Rolf Madaleno o princípio da Dignidade da pessoa humana:
A dignidade humana é princípio fundamental na Constituição Federal de 1988, conforme artigo 1, inciso III. Quando cuida do Direito de Família, a Carta Federal consigna no artigo 226, parágrafo 7, que o planejamento familiar está assentado no princípio da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável. ( Madaleno, 2013, p.45)
 Conforme a autora Lydia Neves Bastos Telles Nunes o princípio da Dignidade da pessoa humana:
O princípio da dignidade da pessoa humana faz valer direitos do cônjuge e do companheiro, respeitando sua individualidade, seus anseios, seus objetivos pessoais e profissionais; faz valer direitos dos filhos, merecendo proteção e igualdade de tratamento, sendo sempre observados os seus interesses; faz valer direitos dos idosos, garantindo-lhes vida digna, comunitária e sob o amparo e proteção dos parentes. (Nunes, 2005, p.20 e 21)
 Conforme a Constituição Federal a Dignidade da pessoa humana:
Art.1 A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui- se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: III- a dignidade da pessoa humana. (Art.1,III CF/88) 
 Conformecorrente Jurisprudencial:
 CIVIL E PROCESSUAL CIVIL - CAUTELAR - ALIMENTOS PROVISIONAIS - CPC, ART. 806 - NÃO PROPOSITURA DA AÇÃO PRINCIPAL DO PRAZO LEGAL - IRRELEVÂNCIA - NATUREZA SATISFATIVA - LIMINAR REVOGADA - MEDIDA NÃO EFETIVADADescabe o pedido de extinção do processo por não atendimento ao disposto no art. 806 do Código de Processo Civil quando a cautelar pleiteada tem natureza satisfativa e a medida acautelatória não chega a ser, de fato, efetivada em razão da revogação da liminar pelo Tribunal. CONVENÇÃO ARBITRAL - DIREITO INDISPONÍVEL - DESCABIMENTOEm conformidade com o disposto no art. 1º da Lei n. 9.307/96, a arbitragem pode ser utilizada exclusivamente para resolver litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis, de forma que resta afastada, regra geral, sua aplicação sem relação às lides envolvendo Direito de Família. SENTENÇA EXTRA PETITA - INOCORRÊNCIANão é extra petita a sentença que concede a cautelar com base nos fatos narrados na inicial, independentemente do nomen juris dado ao instituto que possibilitou o deferimento da medida. ALIMENTOS PROVISIONAIS - RELACIONAMENTO DURADOURO - HOMEM CASADO E NÃO SEPARADO DE FATO - CIÊNCIA DA AUTORA - ART. 1.727 DO CC - UNIÃO ESTÁVEL NÃO COMPROVADA - LONGA DEPENDÊNCIA ECONÔMICA - HIPÓTESE EXCEPCIONAL - PRINCÍPIOS DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E DA BOA-FÉ - ACORDO EXTRAJUDICIAL FIRMADO - VULTUOSAS QUANTIAS CONFERIDAS À AUTORA - DEVER DE SOLIDARIEDADE ADIMPLIDO PELO RÉU - FUMUS BONI IURIS NÃO DEMONSTRADO 1 Não é possível o deferimento de medida cautelar em que não foi demonstrada a contento a presença de um dos requisitos indispensáveis a sua concessão, quais sejam, o fumus boni iuris e o periculum in mora. 2 "A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça possui entendimento no sentido de que não é possível o reconhecimento de uniões simultâneas, de modo que a caracterização da união estável pressupõe a ausência de impedimento para o casamento ou, pelo menos, a necessidade de haver separação de fato ou judicial entre os casados" (AgRg nos EDcl no AREsp n. 514.772/SP, Min.ª Maria Isabel Gallotti). Em hipóteses excepcionais, é possível mitigar a regra e reconhecer direitos inerentes à existência de casamento ou união estável ao concumbino, de modo a ensejar a preponderância dos princípios da dignidade da pessoa humana e da solidariedade em relação à interpretação literal da norma escrita. Contudo, como a exceção serve para evitar o comportamento desleal e garantir a sobrevivência digna, deve ser afastada a mitigação quando comprovado que já foram conferidos à requerente vultuosos recursos para, de forma confortável, prover a sua subsistência. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - REITERAÇÃO INDEVIDA - MULTA - CABIMENTOA reiterada oposição de embargos de declaração com o intuito de rediscutir a matéria autoriza a aplicação da penalidade prevista no art. 538, parágrafo único, do Código e Processo Civil. (TJSC, Apelação Cível n. 2015.068323-3, de Balneário Camboriú, rel. Des. Luiz Cézar Medeiros, j. 21-03-2016). (http://busca.tjsc.jus.br/jurisprudencia/buscaForm.do)
Solidariedade Familiar:
 Conforme o autor Paulo Lôbo o principio da Solidariedade Familiar:
A solidariedade, como categoria ética e moral que se projetou para o mundo jurídico, significa um vínculo de sentimento racionalmente guiado, limitado e autodeterminado que compele à oferta de ajuda, apoiando-se em uma mínima similitude de certos interesses e objetivos, de forma a manter a diferença entre os parceiros na solidariedade.(Lobô, 2008, p.39)
 Conforme a autora Maria Berenice Dias o principio da Solidariedade Familiar:
Solidariedade é o que cada um deve ao outro. Esse princípio, que tem origem nos vínculos afetivos, dispõe de acentuado conteúdo ético, pois contém em suas entranhas o próprio significado da expressão solidariedade, que compreende a fraternidade e a reciprocidade. (Dias, 2011, p.66)
 Conforme o autor Flávio Tartuce e José Fernando Simão o principio da Solidariedade Familiar:
A solidariedade social é reconhecida como objetivo fundamental da República Federativa do Brasil pelo art. 3, I, da CF/88, no sentido de constituir uma sociedade livre, justa e solidária. Por razões óbvias, esse princípio acaba repercutindo nas relações familiares, já que a solidariedade deve existir nesses relacionamentos pessoais. Isso justifica, entre outros, o pagamento dos alimentos no caso da sua necessidade, nos termos do art. 1.694 do atual Código Civil. (Tartuce e Simão, 2007, p.29)
 Conforme o autor Rolf Madaleno o princípio da Solidariedade Familiar:
A solidariedade familiar pode ser encontrada já na dicção do artigo. 1.511 do Código Civil quando afirma importar o casamento na comunhão plena de vida, porque evidente que, se ausente comunhão plena de vida, desaparece a ratio do matrimônio e não tão somente nessa modelagem de entidade familiar, como fundamento da união estável, ou de qualquer associação familiar ou afetiva. (Madaleno, 2013, p. 93)
 Conforme corrente Jurisprudencial:
 (DIREITO CIVIL - FAMÍLIA - ALIMENTOS - AÇÃO DE EXONERAÇÃO - ALIMENTADO MAIOR DE IDADE - IMPROCEDÊNCIA EM PRIMEIRO GRAU - INCONFORMISMO DO ALIMENTANTE - 1) AUSÊNCIA DE NECESSIDADE ALIMENTAR - INACOLHIMENTO - ALIMENTADO ESTUDA DO ENSINO MÉDIO E QUE NÃO EXERCE ATIVIDADE REMUNERADA - 2) IMPOSSIBILIDADE DE SUPORTAR O QUANTUM FIXADO - ALTERAÇÃO FINANCEIRA DEMONSTRADA - QUANTUM MINORADO - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. A maioridade civil do filho não faz cessar, por si só, a obrigação alimentar paterna porque os alimentos postulados decorrem de relação de parentesco fundada no princípio da solidariedade e subordinando-se ao binômio necessidade/possibilidade. Os princípios constitucionais da razoabilidade e proporcionalidade autorizam a redução dos alimentos, quando excessivo o quantum diante da possibilidade financeira do alimentante. (TJSC, Apelação Cível n. 0302639-67.2014.8.24.0038, de Joinville, rel. Des. Monteiro Rocha, j. 25-07-2017). (http://busca.tjsc.jus.br/jurisprudencia/buscaForm.do#resultado_ancora)
Igualdade Familiar:
 Conforme o autor Paulo Lôbo o principio da Igualdade Familiar:
Nenhum princípio da Constituição provocou tão profunda transformação do direito de família quanto o da igualdade entre homem e mulher, entre filhos e entre entidades familiares. Todos os fundamentos jurídicos da família tradicional restaram destroçados, principalmente os da legitimidade, verdadeira summadivisio entre sujeitos e sub-sujeitos de direito, segundo os interesses patrimoniais subjacentes que protegiam, ainda que razões éticas e religiosas fossem as justificativas ostensivas.(Lôbo, 2008, p.42)
 Conforme a autora Maria Berenice Dias o principio da Igualdade Familiar:
O princípio da igualdade é um dos sustentáculos do Estado Democrático de direito. E falar em igualdade sempre lembra a célebre frase de Rui Barbosa: tratar a iguais com desigualdade ou a desiguais com igualdade não é igualdade real, mas flagrante desigualdade. (Dias, 2011, p.65)
 Conforme o autor Flávio Tartuce e José Fernando Simão o principio da Igualdade Familiar:
Como decorrência lógica do princípio da igualdade entre cônjuges e companheiros, temos o princípio da igualdade na chefia familiar, que pode ser exercida tanto pelo homem quanto pela mulher num regime democrático de colaboração, podendo inclusive os filhos opinar ( conceito de família democrática).( Tartuce e Simão, 2007, p. 34 e 35)
 Conforme o autor Rolf Madaleno o princípio da Igualdade Familiar:
O fundamento jurídico da dignidade humana tem uma de suas maiores sustentações no princípio da igualdade formal e substancial, impedindo que ocorra qualquer tratamento discriminatório entre os gêneros sexuais, muito embora precise trabalhar as diferenças sociais, econômicas e psicológicas. (Madaleno)
 Conforme a autora Lydia Neves Bastos Telles Nunes o princípio da Igualdade Familiar:
Com a ConstituiçãoFederal de 1988 tivemos novos rumos para o Direito de Família, por exemplo, ao estabelecer o princípio da igualdade entre os cônjuges, a igualdade de direitos e qualificações dos filhos independentemente da natureza da filiação. (Nunes, 2005, p.20)
Conforme corrente Jurisprudencial:
 AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL CUMULADA COM ARROLAMENTO DE BENS E PEDIDO DE ALIMENTOS. DECISÃO QUE ESTABELECEU ALIMENTOS EM NOVO PERCENTUAL DO SALÁRIO MÍNIMO AO FILHO MENOR (30%) E MANTEVE AQUELE PREVIAMENTE FIXADO À EX-COMPANHEIRA (20%). JUSTIÇA GRATUITA. ELEMENTOS APRESENTADOS QUE DEMONSTRAM A HIPOSSUFICIÊNCIA. PEDIDO DEFERIDO. INSURGÊNCIA DO GENITOR. PRETENSÃO DE QUE A OBRIGAÇÃO ALIMENTAR SEJA COMPENSADA DIANTE DO FATO DE QUE CADA GENITOR FICOU RESPONSÁVEL POR UM DOS FILHOS MENORES. IMPOSSIBILIDADE. RESPONSABILIDADE QUE NÃO SE AFASTA PELA DIVISÃO DAS GUARDAS. PRESTAÇÃO QUE DECORRE DO PODER FAMILIAR. NECESSIDADE DE SE MANTER A IGUALDADE ENTRE OS IRMÃOS. PEDIDO DE MINORAÇÃO DO QUANTUM ALIMENTAR AFASTADO. AUSÊNCIA DE ELEMENTOS SOBRE A IMPOSSIBILIDADE DE O ALIMENTANTE SATISFAZER À OBRIGAÇÃO. ALIMENTOS ARBITRADOS À EX-COMPANHEIRA. PLEITO DE EXONERAÇÃO E/OU MINORAÇÃO AFASTADOS. DECISÃO QUE OBSERVOU O BINÔMIO NECESSIDADE-POSSIBILIDADE. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (TJSC, Agravo de Instrumento n. 2014.025137-0, de Imaruí, rel. Des. Jairo Fernandes Gonçalves, j. 11-09-2014). (http://busca.tjsc.jus.br/jurisprudencia/buscaForm.do#)
Liberdade Familiar
 Conforme o autor Paulo Lôbo o principio da Liberdade Familiar:
O princípio da liberdade diz respeito ao livre poder de escolha ou autonomia de constituição, realização e extinção de entidade familiar, sem imposição ou restrições externas de parentes, da sociedade ou do legislador; à livre aquisição e administração do patrimônio familiar; ao livre planejamento familiar; à livre definição dos modelos educacionais, dos valores culturaise religiosos; à livre formação dos filhos, desde que respeitadas suas dignidades como pessoas humanas; à liberdade de agir, assentada no respeito à integridade física, mental e moral.(Lobô, 2008, p.46)
 Afetividade:
 Conforme o autor Flávio Tartuce e José Fernando Simão o princípio da Afetividade:
O afeto talvez seja apontado, atualmente, como o principal fundamento das relações familiares. Mesmo não constando a expressão afeto do Texto Maior como sendo um direito fundamental, podemos dizer que o mesmo decorre da valorização constante da dignidade humana. (Tartuce e Simão, 2007, p.39)
 Conforme o autor Rolf Madaleno o princípio da Afetividade:
O afeto é a mola propulsora dos laços familiares e das relações interpessoais movidas pelo sentimento e pelo amor, para ao fim e ao cabo dar sentido e dignidade à existência humana. A afetividade deve estar presente nos vínculos de filiação e de parentesco, variando tão somente na sua intensidade e nas especificidades do caso concreto. (Madaleno, 2013, p.98 e 99)
Função Social da Família:
 Conforme o autor Flávio Tartuce o princípio da Função Social da Família:
Há algum tempo se afirmava, nas antigas aulas de educação moral e cívica, que a família é a ¨ célula mater ¨ da sociedade. Apesar de as aulas serem herança do período militar ditatorial, a frase destacada ainda serve como luva no atual contexto, até porque o art. 226, caput, da CF/1988, dispõe que a família é a base da sociedade, tendo especial proteção do Estado. (Tartuce, 2017, p.787)
Boa-fé Objetiva:
 Conforme o autor Flávio Tartuce o princípio da Boa-fé Objetiva:
A boa-fé objetiva representa uma evolução do conceito de boa-fé, que saiu do plano da mera intenção – boa-fé subjetiva – para o plano da conduta de lealdade das partes. (Tartuce, 2017, p. 788)
Maior Interesse da criança e do adolescente:
 Conforme o autor Flávio Tartuce o princípio do Maior Interesse da criança e do adolescente:
Enuncia o art. 227, caput, da CF/1988, com redação dada pela Emenda Constitucional 65, de 13 de julho de 2010, que ¨ É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão ¨ . (Tartuce, 2017, p. 785) 
 Comunhão plena de vida:
 Conforme o autor Carlos Roberto Gonçalves o princípio da Comunhão plena de vida:
A comunhão plena de vida baseia-se na afeição entre os cônjuges ou conviventes, como prevê o art. 1.511 do Código Civil. Tal dispositivo tem relação com o aspecto espiritual do casamento e com o companheirismo que nele deve existir. (Gonçalves, 2017, p.304) 
Paternidade responsável e planejamento familiar:
 Conforme o autor Carlos Roberto Gonçalves o princípio da Paternidade responsável e planejamento familiar:
O Código Civil de 2002, no art. 1.565, traçou algumas diretrizes, proclamando que ¨ o planejamento familiar é de livre decisão do casal ¨ e que é ¨ vedado qualquer tipo de coerção por parte de instituições públicas e privadas ¨ . (Gonçalves, 2017, p.304)
Alimentos:
Visão Histórica:
 Conforme a autora Maria Berenice Dias a Visão Histórica dos Alimentos:
O modo como a lei regula as relações familiares acaba refletindo no tema alimentos. Em um primeiro momento, o que agora se chama de poder familiar – com o nome pátrio poder – era exercido pelo homem. Ele era o cabeça do casal, o chefe da sociedade conjugal. (Dias, 2011, p.510)
 Conforme o autor Yussef Said Cahali a Visão Histórica dos Alimentos:
O direito romano terá conhecido a obrigação alimentícia fundada em várias causas: a) na convenção; b) no testamento; c) na relação familiar; d) na relação de patronato; e) na tutela. (Cahali, 2013, p.41) 
 Conforme o autor Douglas Phillips Freitas a Visão Histórica dos Alimentos:
A doutrina aponta que nesta evolução o direito canônico conferiu importante contribuição, à medida que os preceitos religiosos da solidariedade humana – notadamente entre pessoas ligadas pelos laços de sangue – fizeram surgir a obrigação alimentar como algo inescusável. (Freitas, 2005, p.172)
 Conforme o autor Guilherme Calmon Nogueira da Gama a Visão Histórica dos Alimentos:
Uma das técnicas originárias de proteção social é a família representada pela organização constituída por pessoas que se vinculam por laços de convivência harmônica e afetiva. De longa data reconhece-se a existência de um dever moral da pessoa humana de prestar assistência ao próximo por caridade, que se juridicizou, no entanto, em determinadas condições que variaram no curso da história. O dever de solidariedade sempre foi, assim, considerado no âmbito da moral, somente obtendo consagração pelo direito em situações expressamente regulamentadas no direito objetivo. Assim, tradicionalmente, o direito passou a reconhecer a obrigação alimentar no âmbito das relações familiares diante do princípio de solidariedade familiar. (Gama, 2008, p.483)
 Conforme o autor Sílvio de Salvo Venosa a Visão Histórica dos Alimentos:
O ser humano, desde o nascimento até sua morte, necessita de amparo de seus semelhantes e de bens essenciais ou necessários para a sobrevivência. Nesse aspecto, realça-se a necessidade de alimentos. (Venosa, 2017, p.413)
Conceito de Alimentos:
 
 Conforme o autor Carlos Roberto Gonçalves o Conceito de Alimentos:
Alimentos são prestações para satisfação das necessidades vitais de quem não pode provê-las por si. Têm por finalidade fornecer a um parente, cônjuge ou companheiro o necessário à sua subsistência. Quanto ao conteúdo, abrangem o indispensável ao sustento, vestuário, habitação, assistência médica e instrução (CC art. 1.920).
(Gonçalves, 2007,p.157 e 158)
 Conforme o autor Pablo Stolze Gagliano o Conceito de Alimentos:
Quando, cotidianamente, utiliza-se a expressão ¨ alimentos ¨, é extremamente comum se fazer uma correspondência com a noção de ¨ alimentação ¨, no sentido dos nutrientes fornecidos pela comida. Todavia, a acepção jurídica do termo é muito mais ampla. De fato juridicamente, os alimentos significam o conjunto das prestações necessárias para a vida digna do indivíduo. (Gagliano, 2013, p.681)
 Conforme o autor Sílvio de Salvo Venosa o Conceito de Alimentos:
Por alimentos entende-se tudo o que é indispensável ao sustento, habitação e vestuário. Os alimentos compreendem também a educação do alimentando no caso de este ser menor. (Venosa, 2013, p.372)
 Conforme o autor Fabio Ulhoa Coelho o Conceito de Alimentos:
Os alimentos se destinam ao cumprimento, pela família, de sua função assistencialista e das relacionadas ao provimento dos recursos reclamados pelo sustento e manutenção de seus membros. (Coelho, 2009, p.196) 
 Conforme o autor Gediel Claudino de Araujo Júnior o Conceito de Alimentos:
Assim, considerando a interdependência natural que existe entre os homens, estabelece a lei civil que, estando o indivíduo impossibilitado de prover a própria subsistência, seja em razão da pouca idade, da velhice, de doença, de falta de trabalho ou qualquer outra forma de incapacidade, poderá socorrer-se de seus parentes mais próximos, do cônjuge ou do companheiro,que, diante da natural solidariedade que advém do vínculo familiar ou conjugal, ficam legalmente obrigados a ajudá-lo, mediante o pagamento de uma pensão a ser fixada judicialmente. (Júnior, 2012, p.68)
 Conforme o autor Leonardo de Faria Beraldo o Conceito de Alimentos:
O ser humano tem o direito de sobreviver, e é justamente por causa disso que se criou este dever mútuo e legal de se prestar alimentos. Destarte, a sua fundamentação se encontra, especialmente, no princípio da solidariedade, isto é, os laços de parentalidade que unem as pessoas são a fonte da obrigação alimentar. ( Beraldo, 2012, p.17)
 Conforme o autor Rolf Madaleno o Conceito de Alimentos:
A sobrevivência está entre os fundamentais direitos da pessoa humana e o crédito alimentar é o meio adequado para alcançar os recursos necessários à subsistência de quem não consegue por si só prover sua manutenção pessoal, em razão da idade, doença, incapacidade, impossibilidade ou ausência de trabalho. (Madaleno, 2013, p.853)
 Conforme o autor Flávio Tartuce o Conceito de Alimentos:
Com base nos ensinamentos de Orlando Gomes e Maria Helena Diniz, os alimentos podem ser conceituados como as prestações devidas para a satisfação das necessidades pessoais daquele que não pode provê-las pelo trabalho próprio. (Tartuce, 2017, p.909)
Espécie de Alimentos:
 Conforme o autor Douglas Phillips Freitas a Espécie de Alimentos:
A classificação doutrinária dos alimentos leva em conta diversos fatores, isto porque são variadas as causas que originam a obrigação alimentar, bem como diversos os regramentos jurídicos das diversas espécies de alimentos. (Freitas, 2005, p.174)
 Conforme o autor Yussef Said Cahali a Espécie de Alimentos:
A doutrina classifica os alimentos segundo vários critérios: I- quanto à natureza; II- quanto à causa jurídica; III- quanto à finalidade; IV- quanto ao momento da prestação; V- quanto à modalidade da prestação. (Cahali, 2013, p.18)
 Conforme o autor Rolf Madaleno a Espécie de Alimentos:
Devido ao interesse do Estado na proteção da família como base da sociedade, o instituto dos alimentos é considerado de ordem pública, estando escorado o direito alimentar no princípio da solidariedade humana e reconhecendo a legislação civil o recíproco direito aos alimentos entre parentes, cônjuges ou companheiros, para que desfrutem de um modo de vida compatível com sua condição social, sendo os alimentos classificados segundo os seguintes critérios jurídicos: (Madaleno, 2013, p.854 e 855)
Quanto Natureza:
 Conforme o autor Douglas Phillips Freitas Quanto Natureza:
No que toca à natureza a doutrina costuma distinguir os alimentos naturais (também chamados de côngruos), dos alimentos civis ( denominados também como necessários). Os primeiros compreendem apenas o estritamente necessário à sobrevivência de qualquer pessoa, não levando em consideração as condições pessoais do alimentando; já os segundos, incluem tudo o que for necessário para a satisfação de todas as necessidades do alimentando, desta feita tendo em conta a idade, a condição social e demais circunstâncias pessoais do credor da obrigação alimentar. Vê-se, pois, que os alimentos civis têm um alcance limitado, de sorte que somente são aplicados em determinadas situações especificadas em lei. (Freitas, 2005, p.174)
 Conforme o autor Yussef Said Cahali Quanto Natureza:
Quando se pretende identificar como alimentos aquilo que é estritamente necessário para a mantença da vida de uma pessoa, compreendendo tão somente a alimentação, a cura, o vestuário, a habitação, nos limites assim do necessarium vitae, diz-se que são alimentos naturais; todavia, se abrangentes de outras necessidades, intelectuais e morais, inclusive recreação do beneficiário, compreendendo assim o necessarium personae e fixados segundo a qualidade do alimentando e os deveres da pessoa obrigada, diz-se que são alimentos civis. (Cahali, 2013, p.18)
 Conforme o autor Rolf Madaleno Quanto Natureza:
Quanto à sua natureza, são considerados naturais quando respeitam ao estritamente necessário à sobrevivência do alimentando, assim compreendido o que for absolutamente indispensável à vida, como a alimentação, a cura, o vestuário e a habitação, e tendo em mira o mínimo indispensável para o alimentando sobreviver. (Madaleno, 2013, p. 855) 
Quanto à causa jurídica:
 Conforme o autor Douglas Philips Freitas Quanto à causa jurídica:
A obrigação alimentar pode derivar de várias fontes, ou seja, a lei, a vontade dos contraentes ou o delito. A lei é a principal fonte da obrigação alimentar, pois nela estão inseridas as hipóteses de sua configuração no Direito de Família. ( Freitas, 2005, p.175)
 Conforme o autor Yussef Said Cahali Quanto à causa jurídica:
A obrigação alimentícia ou resulta diretamente da lei, ou resulta de uma atividade do homem. Como legítimos, qualificam-se os alimentos devidos em virtude de uma obrigação legal; no sistema do nosso direito, são aqueles que se devem por direito de sangue ( ex iure sanguinis) , por um veículo de parentesco ou relação de natureza familiar, ou em decorrência do matrimônio; só os alimentos legítimos, assim chamados por derivarem ex dispositione iuris, inserem-se no direito de família. (Cahali, 2013, p.20)
 Conforme o autor Rolf Madaleno Quanto à causa jurídica:
Quanto à causa jurídica, os alimentos podem resultar da lei, da vontade do homem ou do delito. São legítimos quando advêm da lei e são devidos em virtude dos vínculos de parentesco, pelo direito sanguíneo, ou por decorrência do casamento e da união estável, todos derivando do Direito de Família (CC art.1.694). (Madaleno, 2013, p.857) 
Quanto à finalidade:
 Conforme o autor Douglas Phillips Freitas Quanto à finalidade:
Observando-se a finalidade dos alimentos, a doutrina costuma classificá-los como provisionais ou provisórios, de regra fixados com a finalidade de manter o alimentando no curso da ação em que visa obter os alimentos, tais como a ação de alimentos propriamente dita, a separação judicial, o divórcio, dentre outras; e definitivos ou regulares, quando fixados por vontade das partes, seja por acordo ou por ato unilateral, bem como por decisão judicial, havendo nestes o ânimo definitivo, ainda que seja certo sempre comportarem revisão. (Freitas, 2005, p.177)
 Conforme o autor Yussef Said Cahali Quanto à finalidade:Dizem-se provisionais, provisórios ou in litem os alimentos que, precedendo ou concomitantemente à ação de separação judicial, de divórcio, de nulidade ou anulação do casamento, ou ainda à própria ação de alimentos, são concedidos para a manutenção do suplicante na pendência do processo, compreendendo também o necessário para cobrir as despesas da lide. (Cahali, 2013, p.26)
Quanto ao momento da reclamação:
 Conforme o autor Carlos Roberto Gonçalves Quanto ao momento da reclamação:
Sob essa ótica, os alimentos classificam-se em pretéritos, atuais e futuros. Pretéritos: quando o pedido retroage a período anterior ao ajuizamento da ação. Atuais: os postulados a partir do ajuizamento. Futuros: os devidos somente a partir da sentença. (Gonçalves, 2017, p. 679)
 Conforme corrente Jurisprudencial:
CÓDIGO CIVIL/02, ART. 1.695. MODIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES DO ALIMENTANDO. FINALIDADE DA PRESTAÇÃO ALIMENTAR. PODER FAMILIAR. SOLIDARIEDADE PARENTAL. IMPLEMENTO DA CONDIÇÃO RESOLUTIVA. ANTECIPAÇÃO DA TUTELA. 1. A FINALIDADE DA PRESTAÇÃO ALIMENTAR É FORNECER OS MEIOS DE VIDA A QUEM DELES DEPENDA, NÃO DISPONDO DE MEIOS PRÓPRIOS DE SUBSISTÊNCIA. 2. DECORRE A OBRIGAÇÃO ALIMENTAR DO PODER FAMILIAR - LEI 5.478/68 - OU DO DEVER DE SOLIDARIEDADE PARENTAL - ART. 1.695, CC/02. 3. DEMONSTRADA A CAPACIDADE DE AUTO-SUSTENTO DO CREDOR DE ALIMENTOS, APÓS ATINGIR A MAIORIDADE, CESSA PARA O ALIMENTANTE A OBRIGAÇÃO QUANDO SUBMETIDA A CONDIÇÃO RESOLUTIVA. 4. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO
(TJ-DF - AG: 20060020054673 DF, Relator: CARLOS RODRIGUES, Data de Julgamento: 14/03/2007, 2ª Turma Cível, Data de Publicação: DJU 15/05/2007 Pág. : 184) (https://tj-df.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/2716030/agravo-de-instrumento-ag-20060020054673
Característica dos Alimentos:
Personalíssimo 
 Conforme a autora Maria Helena Diniz a característica do direito personalíssimo:
 É um direito personalíssimo por ter por escopo tutelar a integridade física do indivíduo; logo, sua titularidade não passa a outrem.(Diniz, 2013, p.644)
 Conforme o autor Paulo Lôbo a característica do direito personalíssimo:
A pretensão aos alimentos é de natureza personalíssima, ou seja, não pode ser objeto de cessão entre vivos ou de sucessão hereditária. A lei admite, todavia, que o débito de alimentos seja objeto de sucessão, assumindo os herdeiros do devedor o encargo de pagá-los, no limite das forças da herança, proporcionalmente às quotas hereditárias.(Lôbo, 2008, p.347)
 Conforme o autor Leonardo de Faria Beraldo a característica do direito personalíssimo:
Tem caráter personalíssimo na medida em que se destina à integridade do alimentado, sendo fixados em razão de sua pessoa, sendo vedada a sua cessão a outrem ou que sejam pleiteados por uma pessoa em nome de outra. Dentro disso cabe lembrar a divisão que a doutrina faz sobre alimentos intuitu familiae e alimentos intuitu personae. Nessa se fixa tomando como base uma única pessoa, enquanto, naquela, a pensão é arbitrada de modo global, para todo o grupo familiar. (Beraldo, 2012, p.18 e 19)
 Conforme o autor Rolf Madaleno a característica do direito personalíssimo:
Os alimentos são fixados em razão do alimentado, como sendo um direito estabelecido, de regra, intuitu personae. Visa a preservar estritamente a vida do indivíduo, não podendo ser repassado este direito a outrem, como se fosse um negócio jurídico, embora a obrigação alimentar possa ser transmitida aos herdeiros do devedor (CC art. 1.700). (Madaleno, 2013, p.872)
 Conforme o autor Douglas Phillips Freitas a característica do direito personalíssimo:
Passa-se à análise das principais características da obrigação alimenta sem perder de vista seu principal aspecto, qual seja, o fato de tratar-se de um direito personalíssimo e sua natureza pública, isto em face da cogência de suas normas regulamentadoras. (Freitas, 2005, p.181) 
 Conforme o autor Carlos Roberto Gonçalves a característica do direito personalíssimo:
Esta é a característica fundamental, da qual decorrem as demais. Como os alimentos se destinam à subsistência do alimentando, constituem um direito pessoal, intransferível. (Gonçalves, 2011, p.161) 
 Conforme o autor Fábio Ulhoa Coelho a característica do direito personalíssimo:
A obrigação alimentar tem natureza personalíssima. Por isso, não pode ser transferido pelo alimentado a outrem, por negócio jurídico, ainda que mediante a anuência do alimentante. (Coelho, 2009, p.196)
 Conforme o autor Flávio Tartuce a característica do direito personalíssimo:
No que tange ao credor ou alimentando, o direito aos alimentos é personalíssimo, uma vez que somente aquele que mantém relação de parentesco, casamento ou união estável com o devedor ou alimentante pode pleiteálos (caráter intuitu personae). (Tartuce, 2017, p.911)
 
 
Conforme a corrente Jurisprudencial:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. EXTINÇÃO DO PROCESSO POR AUSÊNCIA DE TÍTULO EXECUTIVO CERTO E EXIGÍVEL. IMPOSSIBILIDADE. DEVER DE PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS CONFIGURADO. CRIANÇA QUE FICOU SOB OS CUIDADOS DA AVÓ PATERNA POR PERÍODO DETERMINADO. RETORNO AO LAR DA GENITORA. POSSIBILIDADE DE REPRESENTAÇÃO PELA DETENTORA DA GUARDA DE FATO OU DE DIREITO. DIREITO PERSONALÍSSIMO DE PERCEPÇÃO DE VERBA ALIMENTAR. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. O direito de pedir alimentos só cabe à própria pessoa que os receberá, ou a quem a represente de fato ou de direito, exercendo a ação em seu nome e a benefício dele; é uma decorrência do caráter personalíssimo do direito de alimentos.
(TJ-SC - AC: 129748 SC 2006.012974-8, Relator: Edson Ubaldo, Data de Julgamento: 12/07/2010, Primeira Câmara de Direito Civil, Data de Publicação: Apelação Cível n. , de Tubarão)
Irrenunciável
 Conforme a autora Maria Helena Diniz a característica do direito irrenunciável:
 É irrenunciável, uma vez que o Código Civil, art. 1707, 1º parte, permite que se deixe de exercer, mas não que se renuncie o direito de alimentos. Pode-se renunciar o exercício e não o direito; assim o necessitado pode deixar de pedir alimentos, mas não renunciar esse direito.(Diniz, 2013, p.649)
Conforme a corrente Jurisprudencial:
Apelação cível. Direito de família. Ação. Execução de alimentos. Devedor. Ausência. Bens penhoráveis. Pedido de arquivamento. Sentença extintiva. Impossibilidade. Quando o devedor não possui bens penhoráveis, o processo de execução de alimentos deve ser suspenso, e não extinto, tendo em vista ser irrenunciável o direito aos alimentos.
(TJ-RO - APL: 00024897420128220010 RO 0002489-74.2012.822.0010, Relator: Desembargador Isaias Fonseca Moraes, 2ª Câmara Cível, Data de Publicação: Processo publicado no Diário Oficial em 16/04/2015.)
Conforme o autor Paulo Nader a característica do direito irrenunciável:
O caráter irrenunciável dos alimentos, na visão do Superior Tribunal de Justiça, em diversos julgados, se restringe aos vínculos de parentesco. Relativamente aos casais separados, o Superior Tribunal Federal editou a Súmula 379, do seguinte teor: ¨ No acordo de desquite não se admite renúncia aos alimentos, que poderão ser pleiteados ulteriormente, verificados os pressupostos legais. ¨(Nader, 2010, p.457)
 Conforme o autor Eduardo de Oliveira Leite a característica do direito irrenunciável:
Como a irrenunciabilidade é inerente ao próprio conceito de alimentos, não podem as partes pactuarem de modo diverso, quer por contrato ou convenção– art. 1.707. O texto legal é claro e não deve gerar maiores questionamentos: o credor pode não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos. Duas situações, pois: o credor pode dispensar os alimentos, por deles não necessitar,mas não pode renunciar o direito a alimentos. É o direito a alimentos futuros que é irrenunciável, já que ninguém pode prever o futuro e as eventuais necessidades de ordem econômica.(Leite, 2005, p.386)
 Conforme o autor Leonardo de Faria Beraldo a característica do direito irrenunciável:
 Nos termos do art.1.707, do CC, não pode o credor renunciar o direito a alimentos, ou seja, são irrenunciáveis. Este dispositivo, porém, vem sofrendo certa temperança por parte da doutrina e da jurisprudência, de modo a reputar como válida cláusula de renúncia a alimentos em acordos de separação, divórcio ou extinção de união estável.(Beraldo, 2012, p.20)
 Conforme o autor Rolf Madaleno a característica do direito irrenunciável:
O direito aos alimentos é irrenunciável (CC, art. 1.707), como ordenava ao seu turno o artigo 404 do Código Civil de 1916, permitindo a jurisprudência construída ao tempo da codificação revogada a mera desistência do exercício do direito alimentar, cujo direito poderia ser retomado a qualquer tempo, de acordo com a Súmula n. 379 do STF.
 Conforme o autor Yussef Said Cahali a característica do direito irrenunciável:
O direito de alimentos é irrenunciável. Princípio de aceitação tranqüila na doutrina reafirma-o o CC/2002 no art. 1.707 (repetindo com outra redação o art.404 do CC/1916): ¨ Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos ¨. (Cahali, 2013, p.50)	
 Conforme o autor Sílvio de Salvo Venosa a característica do direito irrenunciável:
O direito pode deixar de ser exercido, mas não pode ser renunciado, mormente quanto aos alimentos derivados do parentesco. Dispõe o art. 1.707 do vigente Código: ¨ Pode o credor não exercer , porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora. ¨ (Venosa, 2013, p.381)
 Conforme o autor Douglas Phillips Freitas a característica do direito irrenunciável:
Tal característica é prevista no art.1.707, do Código Civil, cujo texto deixa claro que o direito que o direito alimentar pode deixar de ser exercido, mas é inviável sua renúncia. (Freitas, 2005, p.182)
 Conforme o autor Fábio Ulhoa Coelho a característica do direito irrenunciável:
O direito aos alimentos é irrenunciável. O credor pode deixar de exercê-lo, pelas razões que só a ele dizem respeito, mas vindo a precisar de alimentos, a qualquer tempo, tem direito de reclamá-los. (Coelho, 2009, p.196) 
 Conforme o autor Flávio Tartuce a característica do direito irrenunciável:
O CC/2002 é expresso ao vedar a renúncia aos alimentos. Prevê o seu art. 1.707 que ¨ Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora ¨ . (Tartuce, 2017, p.912)
 Conforme o Código Civil de 2002:
Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora. (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm)
Alternatividade
 Conforme o autor Rolf Madaleno a característica do direito de Alternatividade:
A prestação de alimentar pode ser alternativa (CC, art. 1.701), porque a pessoa obrigada a prestar alimentos pode pensionar alimentando, ou dar-lhe hospedagem e sustento, sem prejuízo do dever de prestar o necessário à sua educação, quando menor.
 Conforme o autor Paulo Nader a característica do direito de Alternatividade:
A obrigação alimentar pode ser satisfeita por dois modos: mediante fornecimento dos meios que suprirão diretamente as necessidades (habitação, roupas, medicamentos, alimentos etc.). Ou com pagamento de numerário, que permitirá a aquisição das utilidades.(Nader, 2010, p.462)
 Conforme o autor Leonardo de Faria Beraldo a característica do direito de Alternatividade:
Em princípio, o pagamento da pensão alimentícia é feito em dinheiro, contudo, graças à característica da alternatividade, os alimentos podem ser prestados de outra maneira. Quando o alimentante, por exemplo, concede moradia e sustento na sua residência ao alimentado, não há dúvida de que essa é uma parcela in natura de alimentos.(Beraldo, 2012, p.32)
 Conforme o autor Eduardo de Oliveira Leite a característica do direito de Alternatividade:
Os alimentos podem ser pagos em espécie (moradia, alimentação, vestuário, etc.) ou em dinheiro, mediante o pagamento de prestação pecuniária. O art.1.701 confere ao devedor de alimentos a faculdade de optar entre o cumprimento da pensão em espécie, ou em dinheiro, isto é, o dispositivo legal prescreve uma obrigação alternativa.(Leite, 2005, p.386)
 Conforme o Código Civil de 2002:
Art. 1.701. A pessoa obrigada a suprir alimentos poderá pensionar o alimentando, ou dar-lhe hospedagem e sustento, sem prejuízo do dever de prestar o necessário à sua educação, quando menor. (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm)
Impenhorável
 Conforme a autora Maria Helena Diniz a característica do direito de Impenhorável:
É impenhorável, em razão da finalidade do instituto; uma vez que se destina a prover a mantença do necessitado, não pode de modo algum, responder pelas suas dívidas, estando a pensão alimentícia isenta de penhora.(Diniz, 2013, p.650)
 Conforme o autor Paulo Lôbo a característica do direito de Impenhorável:
A impenhorabilidade é consectário natural da natureza dos alimentos, cuja finalidade estaria seriamente comprometida se pudessem ser objeto de penhora para garantia ou cobertura de dívidas do titular. Assim, os alimentos não se enquadram no conceito de bens ou valores penhoráveis.(Lôbo, 2008, p.349)
 Conforme o autor Leonardo de Faria Beraldo a característica do direito de Impenhorável:
A impenhorabilidade é marcante e notória na pensão alimentícia, do contrário seria possível ao credor do alimentado privá-lo do essencial à sua mantença.(Beraldo, 2012, p.24)
 Conforme o autor Paulo Nader a característica do direito de Impenhorável:
Dada a sua finalidade, que é de garantir a sobrevivência da pessoa, o direito alimentar não responde pelas dívidas do alimentado, em juízo. A Lei Civil, pelo art. 1.707, os considera insuscetíveis de penhora.(Nader, 2010, p.458)
 Conforme o autor Arnoldo Wald a característica do direito de Impenhorável:
São ainda os alimentos impenhoráveis, atendendo à sua própria finalidade, qual seja a de assegurar a manutenção do alimentando que não dispõe de recursos para prover a própria subsistência. Não se pode admitir que as pensões alimentícias venham a ser objeto de constrição judicial, privando assim o alimentando de verba que se denota essencial a sua mantença.(Wald, 2009, p.65 e 66)
 Conforme o autor Sílvio de Salvo Venosa a característica do direito de Impenhorável: 
Pela mesma razão, os alimentos não podem ser penhorados. Essa regra geral, tida como dogma, deve ser vista atualmente com cuidado. Destinados à sobrevivência, os créditos de alimentos não podem ser penhorados. Essa impenhorabilidade, no entanto, não atinge os frutos. (Venosa, 2017, p.429 e 430)
 Conforme a corrente Jurisprudencial:
AGRAVO DE PETIÇÃO DO EXECUTADO. IMPENHORABILIDADE. VERBA ALIMENTAR. FINANCIAMENTO HABITACIONAL. Hipótese em que não logrando o executado comprovar que os valores penhorados sejam oriundos de honorários profissionais ou de crédito habitacional, não há como reconhecer a impenhorabilidade destes valores. Sentença mantida.
(TRT-4 - AP: 00003241320135040611 RS 0000324-13.2013.5.04.0611, Relator: Luiz Alberto De Vargas, Data de Julgamento: 27/10/2015, Seção Especializada Em Execução)
Imprescritível:Conforme o autor Rolf Madaleno a característica do direito de imprescritível:
O direito de pedir alimentos é imprescritível e pode ser exercido a qualquer tempo por quem passou a necessitar de alimentos, ainda que o alimentando nunca tenha exercitado seu direito e por mais tempo que tenha passado.
 Conforme o autor Paulo Nader a característica do direito de imprescritível:
Uma vez presentes os pressupostos do direito aos alimentos, o seu titular pode exigir as prestações do devedor, seja amigavelmente ou em juízo. O fato de deixar o tempo passar sem pleiteá-los em nada prejudica a sua decisão posterior de reivindica-los, uma vez que o direito é imprescritível.(Nader, 2010, p.461)
 Conforme o autor Leonardo de Faria Beraldo a característica do direito de imprescritível:
Não opera a prescrição sobre os alimentos, isto é, a pessoa que tem direito a alimentos pode requerê-los a qualquer tempo, uma vez que tal direito é imprescritível. Não se deve confundir, porém, ¨ direito de pedir alimentos ¨ com ¨ cobrança de alimentos ¨.(Beraldo, 2012, p.29)
 Conforme o autor Paulo Lôbo a característica do direito de imprescritível:
A pretensão aos alimentos nunca prescreve. Prescreve, contudo, em dois anos a pretensão para haver as prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem. Assim, a prescrição é aplicável a cada prestação periódica, sendo exigíveis todas as vencidas dentro dos últimos dois anos.(Lôbo, 2008, p.350)
 Conforme a autora Maria Helena Diniz a característica do direito imprescritível:
É imprescritível, ainda que não exercido por longo tempo, enquanto vivo tem o alimentando direito a demandar do alimentante recursos materiais indispensáveis a sua sobrevivência, porém se seu quantum foi fixado, judicialmente, prescreve em 2 anos a pretensão para cobrar as prestações de pensões alimentícias vencidas e não pagas.(Diniz, 2013, p.649)
 Conforme o autor Arnoldo Wald a característica do direito de imprescritível:
 O direito a alimentos é também imprescritível. Conforme anota Yussef Said Cahali, a imprescritibilidade dos alimentos está ligada ao fato da existência do constante ¨ poder de fazer surgir, em presença de determinadas circunstâncias, uma obrigação em relação a uma ou mais pessoas ¨ . Tem-se, portanto, que os alimentos não são atingidos pela prescrição. Assim, a prescrição só atinge as prestações efetivamente vencidas, as quais já tenham sido fixadas, por sentença ou por acordo entre as partes. A cobrança das prestações pretéritas prescreve em dois anos ( art.206, paragrafo 2 º, do CC).(Wald, 2009, p.68)
 Conforme o autor Douglas Phillips Freitas a característica do direito de imprescritível:
O Código Civil de 2002 inovou acerca da prescrição da prestação alimentar vencida, pois reduziu o lapso temporal para dois anos ( art. 206, parágrafo 2). No direito anterior tal prazo era de cinco anos. (Freitas, 2005, p.185)
 Conforme o autor Sílvio de Salvo Venosa a característica do direito de imprescritível:
As prestações alimentícias prescrevem em dois anos pelo Código de 2002 (art. 206, parágrafo 2). Esse prazo era de cinco anos no código anterior (art. 178, parágrafo 10, I). O direito a alimentos, contudo, é imprescritível. A qualquer momento, na vida da pessoa, pode esta vir a necessitar de alimentos. A necessidade do momento rege o instituto e faz nascer o direito à ação (actio nata). Não se subordina, portanto, a um prazo de propositura. No entanto, uma vez fixado judicialmente o quantum, a partir de então inicia-se o lapso prescricional. A prescrição atinge paulatinamente cada prestação, à medida que cada uma delas vai atingindo o qüinqüênio, ou o biênio, a partir da vigência do Código de 2002. (Venosa, 2017, p.430 e 431)
 Conforme o autor Carlos Roberto Gonçalves a característica do direito de imprescritível:
O que não prescreve é o direito de postular em juízo o pagamento de pensões alimentícias, ainda que o alimentando venha passando necessidade há muitos anos. (Gonçalves, 2011, p.162)
 Conforme o autor Flávio Tartuce a característica do direito de imprescritível:
 A pretensão aos alimentos é imprescritível, por envolver estado de pessoas e a dignidade humana. Porém, deve-se atentar ao fato de que a pretensão para a cobrança de alimentos fixados em sentença ou ato voluntário prescreve em dois anos, contados a partir da data em que se vencerem (art. 206, § 2, do CC). (Tartuce, 2017, p. 915)
 
 Conforme a corrente Jurisprudencial:
APELAÇÃO. DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO DE ALIMENTOS. BINÔMIO: NECESSIDADE - POSSIBILIDADE. FILHO MENOR. PRINCÍPIO DA PATERNIDADE RESPONSÁVEL. RAZOABILIDADE DOS ALIMENTOS. REFORMA PARCIAL DA SENTENÇA. 1 - Trata-se de ação de alimentos onde restaram fixados alimentos em favor da ex-companheira e do filho menor no percentual de 10% da remuneração líquida do alimentante para cada um. 2 - Quanto à natureza, os alimentos podem ser naturais ou civis. Enquanto os naturais, também chamados de necessários, restringem-se ao indispensável à satisfação das necessidades primárias da vida; já os civis, ou côngruos, destinam-se a manter a condição social, o status da família. E é justamente desta última espécie de que trata a hipótese, com previsão no art. 229 da CRFB e no art. 1.694 do CC. Direito aos alimentos é pessoal, intransferível, indisponível, irrenunciável, não pode ser restituído nem compensado, é impenhorável, não passível de transação e imprescritível. 3 - O pedido de majoração não merece acolhida, pois importaria em obrigação que o alimentante não tem como suportar. 4- Alimentos fixados em consonância com o princípio da paternidade responsável e se revelam razoáveis e atendem tanto às necessidades dos alimentados considerando as reais possibilidades do alimentante. 5- O STJ consolidou entendimento jurisprudencial da incidência da pensão alimentícia sobre o 13º salário, horas extras e o terço constitucional de férias. 6- Descontos deverão incidir sobre os rendimentos líquidos do alimentante, observados os descontos previdenciários e de IR, incluindo-se as verbas referentes ao 13º, férias, adicionais, gratificações, horas extras e verbas rescisórias. Não cabendo a retenção em relação ao FGTS e PIS/PASEP, por se tratar de verba indenizatória. Precedentes do TJRJ e do STJ. 7 - Reforma parcial da sentença. 8- PROVIMENTO PARCIAL.
(TJ-RJ - APL: 00314751220138190002 RJ 0031475-12.2013.8.19.0002, Relator: DES. TERESA ANDRADE, Data de Julgamento: 01/07/2015, SEXTA CAMARA CIVEL, Data de Publicação: 06/07/2015 00:00)
Incompensável:
 Conforme a autora Maria Helena Diniz a característica do direito de Incompensável:
É incompensável (CC, arts. 373, II, e 1.707, in fine), pois se se admitisse a extinção da obrigação por meio de compensação, privar-se-la o alimentando dos meios de sobrevivência, de modo que, nessas condições, se o devedor da pensão alimentícia tornar-se credor do alimentando, não poderá opor-lhe o crédito, quando lhe for exigida a obrigação.(Diniz, 2013, p.650)
 Conforme o autor Paulo Nader a característica do direito de Incompensável:
Ainda que preenchidos os requisitos objetivos da compensatio, as obrigações derivadas de alimentos não podem ser extintas por esta via, consoante a expressa vedação do art.1.707. Ao tratar do instituto da compensação, a Lei Civil, pelo art.373, incisos II e III, também impede a sua efetivação. No inciso II, exclui a possibilidade se uma das dívidas originar-se de comodato, depósito ou alimentos. Pelo inciso III, veda-se novamente a compensação, quando uma das dívidas ¨ for de coisa não suscetível a penhora ¨. O propósito da Lei é impedir que os recursos de sobrevivência da pessoa lhe sejam subtraídos a qualquer título. A disposição é antiga em nosso ordenamento, haja vista que o art. 850, paragrafo 3º, da Consolidação das Leis Civis, já a estabelecia.(Nader,2010, p.459)
 Conforme o autor Rolf Madaleno a característica do direito de Incompensável:
Os alimentos são insuscetíveis de compensação (CC, art. 1.707) em virtude da sua natureza essencialmente alimentar, pois têm por finalidade assegurar a subsistência do alimentando, não sendo permitido ao devedor proceder ao seu talante a compensação com eventuais outros créditos.
 Conforme o autor Arnoldo Wald a característica do direito de incompensável:
Pela mesma razão que não se admite a penhora da verba pensional, são os alimentos também incompensáveis. Ou seja, ainda que se estabeleça uma relação de crédito e débito entre o alimentante e o alimentando, não pode aquele se valer de tal situação para eximir-se da obrigação alimentar.(Wald, 2009, p.66)
 Conforme o autor Yussef Said Cahali a característica do direito de incompensável:
Ainda em razão do caráter personalíssimo do direito de alimentos, e tendo em vista que estes são concedidos para assegurar ao alimentado os meios indispensáveis à sua manutenção, afirma-se, como princípio geral, que o crédito alimentar não pode ser compensado; pretendendo-se, mesmo, que não se permita a compensação em virtude de um sentimento de humanidade e interesse público; nessas condições, se o devedor da pensão alimentícia se torna credor da pessoa alimentada, não pode opor-lhe, inobstante, o seu crédito, quando exigida aquela obrigação. (Cahali, 2013, p. 87 e 88)
 Conforme o autor Douglas Phillips Freitas a característica do direito de incompensável:
A ressalva consta de expressa disposição de lei, ex vi do art. 373, II, c/c o art.1.707, ambos do Código Civil. Tendo em conta a finalidade dos alimentos, caso fosse permitida a compensação, estar-se –ia vulnerando o direito de subsistência do alimentando. (Freitas, 2005, p.183)
 Conforme o autor Sílvio de Salvo Venosa a característica do direito de incompensável:
A lei expressamente ressalva que as obrigações alimentícias não se compensam (art. 373, III). Tendo em vista a finalidade dos alimentos, qual seja subsistência do necessitado, a eventual compensação dos alimentos com outra obrigação anularia esse desiderato, lançado o alimentando no infortúnio. (Venosa, 2017, p.429) 
 Conforme o autor Carlos Roberto Gonçalves a característica do direito de incompensável:
A compensação é meio de extinção de obrigações. O direito a alimentos não pode ser objeto de compensação (CC, arts. 373 II, e 1.707) porque seria extinto, total ou parcialmente, com prejuízo irreparável para o alimentando, já que os alimentos constituem o mínimo necessário à sua subsistência. (Gonçalves, 2011, p.162)
 Conforme o autor Flávio Tartuce a característica do direito de incompensável:
O mesmo art. 1.707 do Código Civil veda que a obrigação alimentar seja objeto de compensação. A mesma proibição consta do art. 373, II, do CC. Mais uma vez, apesar da literalidade da lei, parte da doutrina e da jurisprudência entende pela possibilidade de compensação dos alimentos. (Tartuce, 2017, p. 915(
 Conforme Corrente Jurisprudencial:
APELAÇÃO. AÇÃO DE EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. PAGAMENTO A MAIOR. OS ALIMENTOS SÃO IRREPETÍVEIS E INCOMPENSÁVEIS (ARTIGO 1.707 DO CC), E, UMA VEZ PAGOS, NÃO PODEM SER DEVOLVIDOS, SEJA MEDIANTE DEVOLUÇÃO PRÓPRIA OU MESMO IMPRÓPRIA SOB A FORMA DE COMPENSAÇÃO DE DÉBITOS. NEGADO PROVIMENTO. (Apelação Cível Nº 70056238611, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: LiselenaSchifino Robles Ribeiro, Julgado em 23/09/2013)
(TJ-RS - AC: 70056238611 RS, Relator: LiselenaSchifino Robles Ribeiro, Data de Julgamento: 23/09/2013, Sétima Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 26/09/2013)
Complementaridade:
 Conforme o autor Eduardo de Oliveira Leite a característica do direito da Complementaridade:
Se o parente convocado não estiver habilitado a cumprir a obrigação totalmente – art.1698 – poderá chamar outros parentes, de grau imediato para concorrer no cumprimento da dívida alimentar. Os outros são, então, chamados em caráter complementar, como ocorre nas ações de neto chamado o avô para complementar a impossibilidade econômica manifestada pelo pai.(Leite, 2005, p.383)
 Conforme o Código Civil 2002:
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide. (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm)
 Conforme a corrente Jurisprudencial:
AGRAVO DE INSTRUMENTO - ALIMENTOS PROVISÓRIOS - AVÓS PATERNOS - OBRIGAÇÃO SUBSIDIÁRIA - MENORES IMPÚBERES - NECESSIDADE PRESUMIDA - URGÊNCIA - VERBA ALIMENTAR - FIXAÇÃO EM VALOR MÓDICO. - Ainda que subsidiária a obrigação alimentar dos avós, devem ser fixados alimentos provisórios, uma vez que o devedor originário mostra-se sem condições de suportar a totalidade da obrigação, e porque presumida a necessidade dos menores alimentados.
(TJ-MG - AI: 10702095820198001 MG, Relator: Versiani Penna, Data de Julgamento: 06/06/2013, Câmaras Cíveis / 5ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 12/06/2013)
Reciprocidade:
 Conforme o autor Eduardo de Oliveira Leite a característica do direito da Reciprocidade:
Dispõe o art.1.696 que o direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros. Isto é, a reciprocidade da obrigação alimentar ocorre tanto entre ascendentes como entre descendentes.(Leite, 2005, p.382)
 Conforme o autor Paulo Nader a característica do direito da Reciprocidade:
Tanto entre os parentes quanto na relação entre cônjuges ou companheiros, a obrigação alimentar é recíproca. Ou seja, o obrigado a prestá-los, conforme a situação fática, poderá pleiteá-los da mesma pessoa, invertendo-se os polos, mas em uma outra relação jurídica. Para tanto, porém, deve ser observada a escala de prioridade definida nos arts. 1.696 a 1.698.(Nader, 2010, p.464)
 Conforme o autor Leonardo de Faria Beraldo a característica do direito da Reciprocidade:
São recíprocos, pois um parente, cônjuge ou companheiro pode exigir um do outro (arts. 1.694 e 1.696 do CC). Desse modo, o credor de dez anos atrás pode vir a se tornar devedor hoje. Tudo dependerá claro, da necessidade de um e da possibilidade do outro naquele momento específico da vida. Essa reciprocidade não significa que duas pessoas serão, simultaneamente, credor e devedor um do outro, uma vez que isso iria contra a ideia insculpida no binômio possibilidade/ necessidade.(Beraldo, 2012,p.19)
 Conforme a autora Maria Helena Diniz a característica do direito da Reciprocidade:
Reciprocidade, pois na mesma relação jurídico-familiar, o parente que em princípio é devedor de alimentos poderá reclamá-los se vier a precisar deles (CC art. 1.696, 1º parte). Os parentes podem reclamar uns dos outros os alimentos, p.ex., se o pai pode exigi-los do filho, a este será, também, lícito pedi-los àquele ( RT, 755:253). (Diniz, 2013, p.655)
 Conforme o autor Yussef Said Cahali a característica do direito da Reciprocidade:
À evidencia, reciprocidade não significa que duas pessoas devam entre si alimentos ao mesmo tempo, mas apenas que o devedor alimentar de hoje pode tornar-se credor alimentar no futuro: ¨ La réciprocité de l obligation alimentarie estla possibilite d un renversement des rôles de créancier et de débiteur, en fonction des modifications des ressorces des interesses¨. (Cahali, 2013, p.111)
 Conforme o autor Flávio Tartuce a característica do direito da Reciprocidade:
A obrigação de alimentosé recíproca entre cônjuges e companheiros (art. 1.694 do CC). A reciprocidade do mesmo modo existe entre pais e filhos, sendo extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns na falta de outros (art. 1.696 do CC). (Tartuce, 2017, p. 911) 
 Conforme o Código Civil 2002:
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros. (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm)
 Conforme corrente Jurisprudencial:
E M E N T A APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ALIMENTOSCONTRA IRMÃ. IDOSO. PRINCÍPIO DA RECÍPROCIDADE. I - O Código Civil preconiza o princípio da reciprocidade, garantindo que o direito a alimentos é recíproco entre pais e filhos, estende-se aos ascendentes, descendentes e irmãos, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns na falta dos outros (art. 1.696 do CC). II - Deixando o alimentado de comprovar a impossibilidade de seus filhos prestarem os alimentos, deve ser acolhida a preliminar de ilegitimidade passiva da irmã, haja vista não ter sido observada a ordem de precedência.
(TJ-MA - APL: 0023082013 MA 0039460-55.2011.8.10.0001, Relator: JORGE RACHID MUBÁRACK MALUF, Data de Julgamento: 30/01/2014, PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 16/07/2014)
Divisibilidade:
 Conforme o autor Leonardo de Faria Beraldo a característica do direito da Divisibilidade:
A divisibilidade é característica dos alimentos não muito compreendida por alguns. Como se sabe, a solidariedade não se presume, resultando da lei ou da vontade das partes. No caso dos alimentos, tem-se que, como regra, eles são divisíveis, subsidiário, complementares e recíprocos.(Beraldo, 2012, p.31)
 Conforme o autor Paulo Nader a característica do direito da Divisibilidade:
A obrigação alimentar é divisível entre os vários devedores, na medida de suas possibilidades. A lei Civil dispõe sobre a matéria nos arts. 1.698 e 1.699. Se os devedores possuem recursos iguais, o quantum da prestação deverá ser igualmente partilhado. Não se instaura solidariedade entre os devedores, salvo se o credor de alimentos for pessoa idosa, consoante a previsão do art. 12 da Lei nº10.741/2013 ( Estatuto do Idoso). Cada qual se obriga apenas por sua quota. A pessoas maior de sessenta anos, entre vários devedores ( por exemplo, vários filhos) , pode reclamar alimentos de qualquer deles, mas quem paga pode exigir dos demais o pagamento de suas quotas ( Art. 283, CC).(Nader, 2010, p.463)
 
 Conforme o autor Douglas Phillips Freitas a característica do direito da Divisibilidade:
A obrigação alimentar pode ser dividida entre os vários parentes do credor, conforme os artigos 1.696 e 1.697, do Código Civil. A divisão do encargo entre vários parentes será norteada pela capacidade financeira, de sorte que a quota de cada um pode ser diferenciada. (Freitas, 2005, p.186)
 Conforme o autor Sílvio de Salvo Venosa a característica do direito da Divisibilidade:
A obrigação alimentar é divisível entre os vários parentes, de acordo com os arts. 1.696 e 1.697. Desse modo, vários parentes podem contribuir com uma quota para os alimentos, de acordo com sua capacidade econômica, sem que ocorra solidariedade entre eles. (Venosa, 2017, p.431)
 Conforme o autor Flávio Tartuce a característica do direito da Divisibilidade:
Pelo que consta do art. 1.698 do CC, nota-se que a obrigação de prestar alimentos, em regra, é divisível. Enuncia esse comando que ¨ sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos ¨ . (Tartuce, 2017, p.914)
 Conforme corrente Jurisprudencial:
DIREITO DE FAMÍLIA. ALIMENTOS. AVÓS. RESPONSABILIDADE COMPLEMENTAR E SUBSIDIÁRIA. DIVISIBILIDADE DA OBRIGAÇÃO. ALIMENTOS SUPLEMENTARES QUE DEVEM REFLETIR O PADRÃO DE VIDA DOS PAIS DOS ALIMENTANDOS. I. AVULTA DA INTELIGÊNCIA DO ART. 1.698 DO CÓDIGO CIVIL A CONCLUSÃO DE QUE, NO PLANO DAS OBRIGAÇÕES ALIMENTÍCIAS, A RESPONSABILIDADE DOS AVÓS TEM CARÁTER DIVISÍVEL, SUBSIDIÁRIO E COMPLEMENTAR. II. EM SE TRATANDO DE OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL, O ENCARGO COMPLEMENTAR DEVE SER ATRIBUÍDO DE MANEIRA SINGULARIZADA E EM ATENÇÃO AO POTENCIAL DE CONTRIBUIÇÃO DE CADA UM DOS AVÓS, NÃO PODENDO SER IMPOSTO A APENAS UM DELES A SUPLEMENTAÇÃO DOS ALIMENTOS. III. OS ALIMENTOS DEVIDOS AOS FILHOS MENORES DEVEM REFLETIR O PADRÃO DE VIDA E AS CONDIÇÕES FINANCEIRAS DOS PAIS, JAMAIS PODENDO SER EXPANDIDOS EM VIRTUDE DA SITUAÇÃO ECONÔMICA FAVORÁVEL DOS AVÓS, CUJA RESPONSABILIDADE TEM CUNHO ESTRITAMENTE SUPLEMENTAR. IV. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.
(TJ-DF - AG: 118451920078070000 DF 0011845-19.2007.807.0000, Relator: JAMES EDUARDO OLIVEIRA, Data de Julgamento: 05/03/2008, 6ª Turma Cível, Data de Publicação: 21/05/2008, DJ-e Pág. 84)
Transmissibilidade
 Conforme o autor Leonardo de Faria Beraldo a características do direito de Transmissibilidade:
A transmissibilidade dos alimentos é ponto que continua gerando muitos debates. O art. 1.700 do CC dispõe que ¨ a obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art.1.694¨. Assim, nos termos do art. 1.694 do CC, ¨ podem os parentes, cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação ¨.( Beraldo, 2012, p.25)
 Conforme o autor Eduardo de Oliveira Leite a característica do direito de Transmissibilidade:
A regra, no Brasil, em matéria alimentar sempre foi a da intransmissibilidade, respaldada no antigo art.402 que assim dispunha: A obrigação de prestar alimentos não se transmite aos herdeiros do devedor. Com o advento, porém da Lei 6.515/1977 ( Lei do Divórcio) a matéria alimentar, quanto à dissolução da sociedade conjugal, passou a ser regida pelo disposto no art.23 que assim dispôs: A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor; na forma do art. 1.796 do Código Civil. A vigência da nova lei instaurou o caos doutrinário, exatamente porque contestava o axioma inquestionável da intransmissibilidade.(Leite, 2004, p.384)
 Conforme o autor Paulo Nader a característica do direito de Transmissibilidade:
O Código Civil de 2002 prescreveu que a obrigação se transmite aos herdeiros do devedor, observados os critérios do art. 1.694. Este é de conteúdo genérico: define o fato gerador dos alimentos, prevê a obrigação entre parentes, cônjuges ou companheiros, indica o conteúdo da prestação, bem como o critério de sua fixação.(Nader, 2010, p. 459)
 Conforme o autor Arnoldo Wald a característica do direito de Transmissibilidade:
Afrontando o sistema anterior e o caráter personalíssimo dos alimentos o Código Civil contempla a transmissibilidade da obrigação alimentar ( art. 1.700 do CC). A redação do referido preceito legal é absolutamente avessa à do art. 402 do CC de 1916, a qual estabelecia que a obrigação alimentar não se transmitia aos sucessores do de cujus, extinguindo-se com a morte do devedor dos alimentos.( Wald, 2009, p.62)
 Conforme o autor Flávio Tartuce a característica do direito de Transmissibilidade:
É a expressão do art. 1.700 do CC/2002: ¨ A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.694 ¨. Como se nota, há transmissibilidade da obrigação de alimentos em relação aos Manual de Direito Civil herdeiros do devedor. (Tartuce, 2017, p.916 e 917)
 Conforme a corrente Jurisprudencial:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ALIMENTOS. MORTE DO ALIMENTADO. TRANSMISSIBILIDADE À SUCESSÃO DA OBRIGAÇÃO JÁ CONSTITUÍDA. A morte da parte alimentada implica, em princípio, na extinção da obrigação, dada a sua natureza personalíssima. Contudo, uma vez fixada a obrigação alimentar, falecendo o alimentado, transmitem-se ao seu espólio os direitos de crédito resultante de eventuais parcelasalimentares não adimplidas até a sua morte. Nesse contexto, ainda que o alimentado tenha falecido, as parcelas alimentares a ele devidas até a sua morte, podem ser cobradas do alimentante. E já havendo sentença condenatória transitada em julgado antes da morte do alimentado, não há falar em extinção do processo sem resolução de mérito. DERAM PROVIMENTO. (Apelação Cível Nº 70052761335, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rui Portanova, Julgado em 21/03/2013)
(TJ-RS - AC: 70052761335 RS, Relator: Rui Portanova, Data de Julgamento: 21/03/2013, Oitava Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 26/03/2013)
Anterioridade:
 Conforme o autor Leonardo de Faria Beraldo a característica do direito da Anterioridade:
A anterioridade é característica dos alimentos, simplesmente porque precisam ser pagos antecipadamente, ou seja, os alimentos referentes ao mês de fevereiro devem ser prestados no inicio desse mesmo mês, e, não, no mês seguinte. A justificativa disso é a necessidade da utilização imediata daquele dinheiro para arcar com os gastos básicos do dia a dia. Dessa forma, não sendo efetuado o pagamento da pensão alimentícia no início do mês, não precisa o alimentando esperar todo o seu transcorrer, podendo executar o valor ainda no mesmo mês. (Beraldo, 2012, p.30)
 Conforme corrente Jurisprudencial:
RECURSO EM HABEAS CORPUS. PRISÃO CIVIL. ALIMENTOS. ACORDO DESCUMPRIDO PELO ALIMENTANTE. ATUALIDADE DA DÍVIDA. CABIMENTO DA CONSTRIÇÃO. I. Considera-se atual a dívida resultante do inadimplemento de acordo celebrado entre alimentante e alimentada no curso de ação de execução, de modo a ensejar a prisão civil do devedor pela totalidade do débito vencido. II. Recurso ordinário improvido, mantida a constrição imposta pelas instâncias a quo.
(STJ - RHC: 9057 RJ 1999/0080738-3, Relator: Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, Data de Julgamento: 04/11/1999, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJ 06.12.1999 p. 92)
Preferência:
 Conforme o autor Eduardo de Oliveira Leite a característica do direito de Preferência:
Na falta de ascendentes cabe a obrigação aos descendentes e, faltando estes, aos irmãos, germanos como unilateral – art.1.697. Ou seja, a preferência legal recai primeiro na linha reta (ascendentes e descendentes) e, faltando estes, são chamados os parentes colaterais, os irmãos germanos ( bilaterais) ou unilaterais ( sejam consanguíneos: filhos do mesmo pai e de mãe diferentes, ou uterinos: filhos da mesma mãe e de pais diferentes). O Código limita a obrigação na linha colateral ao segundo grau ( irmãos), logo tios ou sobrinho ( parentes em 3.º grau) escapam da previsão legal.(Leite, 2004, p.383)
 Condicionalidade:
 Conforme a autora Maria Helena Diniz a característica do direito de Condicionalidade:
Condicionalidade, uma vez que só surge a relação obrigacional quando ocorrerem seus pressupostos legais; faltando um deles cessa a obrigação alimentar. P. ex., se o alimentando adquirir recursos materiais que lhe possibilitem prover sua mantença, o obrigado liberado estará.(Diniz, 2013, p.653)
 Conforme o autor Carlos Roberto Gonçalves a característica do direito de Condicionalidade:
Diz-se que a obrigação de prestar alimentos é condicional porque a sua eficácia está subordinada a uma condição resolutiva. Somente subsiste tal encargo enquanto perduram os pressupostos objetivos de sua existência, representados pelo binômio necessidade – possibilidade, extinguindo-se no momento em que qualquer deles desaparece. (Gonçalves, 2017, p. 684)
Atualidade:
 Conforme o autor Leonardo de Faria Beraldo a característica do direito de Atualidade:
A atualidade é mais uma característica dos alimentos. Nos dizeres de Maria Berenice Dias, ¨ como o encargo alimentar é de trato sucessivo, os efeitos corrosivos da inflação não podem aviltar o seu valor, o que viria inclusive a afrontar o princípio da proporcionalidade ¨. Duas boas formas de se preservar a atualidade da pensão são estipulá-la em percentual sobre os ganhos do alimentante ou, então, com base no salário mínimo. Caso não se queira usar nenhum desses dois parâmetros, tem-se o IGP-M como o menos recomendado e o IPCA como o melhor deles.(Beraldo, 2012, p. 30)
Mutabilidade:
 Conforme o autor Eduardo de Oliveira Leite a característica do direito de Mutabilidade:
A decisão judicial sobre alimentos faz coisa julgada formal, mas não material, isto é, ela é mutável podendo ser modificada a qualquer tempo, sempre em decorrência da variação financeira das partes interessadas (art.1.699). A lei de alimentos (Lei 5.478/1968) no seu art. 15 já dispunha que a decisão judicial sobre alimentos não transita em julgado e pode a qualquer tempo ser revista, em face da modificação da situação financeira dos interessados. (Leite, 2005, p.384)
 Conforme o autor Carlos Roberto Gonçalves a característica do direito de Mutabilidade:
A variabilidade da obrigação de prestar alimentos consiste na propriedade de sofrer alterações em seus pressupostos objetivos: a necessidade do reclamante e a possibilidade da pessoa obrigada. Sendo esses elementos variáveis em razão de diversas circunstâncias, permite a lei que, nesse caso, proceda-se à alteração da pensão, mediante ação revisional ou de exoneração, pois toda decisão ou convenção a respeito de alimentos traz ínsita a cláusula rebus sic stantibus. (Gonçalves, 2017, p.685)
Variabilidade:
 Conforme o autor Sílvio de Salvo Venosa a característica do direito de Variabilidade:
A pensão alimentícia é variável, segundo as circunstâncias dos envolvidos na época do pagamento. Modificadas as situações econômicas e as necessidades das partes, deve ser alterado o montante da prestação, podendo ocorrer sua extinção. Daí porque o art. 1.699 permite a revisão, redução, majoração ou exoneração do encargo. (Venosa, 2017, p.431)
 Conforme corrente Jurisprudencial:
PROCESSUAL CIVIL. CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ALIMENTOS. REVISÃO.ALTERAÇÃO NO VALOR DA PENSÃO. REEXAME DE PROVAS. CONVERSÃO DEALIMENTOS IN NATURA PARA PAGAMENTO EM PECÚNIA. POSSIBILIDADE. 1. Inviável se discutir, na estreita via do recurso especial, afixação do valor da pensão alimentícia, ante a impossibilidade dereexame de matéria fática. 2. Se os alimentos in natura compõem a prestação alimentar, porforça de convenção, não há o que se objetar quanto à conveniênciadas partes e o amparo legal da medida. 3. A variabilidade - característica dos alimentos -, além depossibilitar a majoração, redução, ou mesmo exoneração da obrigaçãoalimentar, também pode ser aplicada à fórmula para o cumprimento daobrigação que inclui a prestação de alimentos in natura, notadamentequando a alimentada aponta dificuldades para usufruir dessa fraçãodos alimentos. 4. O fim do consenso que regulava a forma de prestação alimentar,aliado a pedido do alimentado para que haja conversão dos alimentosin natura para pecúnia, são elementos suficientes para autorizar ojulgador, com base no parágrafo único do art. 1.701 do CC-02, afixar de pronto nova forma de cumprimento da prestação que deverá,prioritariamente, privilegiar o pagamento de alimentos em dinheiro. 5. Recurso parcialmente provido.
(STJ - REsp: 1284177 DF 2011/0030681-6, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 04/10/2011, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 24/10/2011) (https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/21059501/recurso-especial-resp-1284177-df-2011-0030681-6-stj)
Periodicidade:
 Conforme o autor Sílvio De Salvo Venosa a característica do direito de Periodicidade:
O pagamento da obrigação alimentícia deve ser periódico, pois assim se atende à necessidade de se prover a subsistência. Geralmente, cuida-se de prestação mensal, mas outros períodos podem ser fixados. Porém, não se admite que um valor único seja o pago, nem que o período seja longo, anual ou semestral, porque isso não se coaduna com a natureza da obrigação. O pagamento único poderia ocasionar novamente a penúria do alimentando, que não tivesse condições de administrar

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