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Recurso Ordinário Constitucional

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FACULDADES INTEGRADAS BARROS MELO/AESO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III
PROF.: BRUNO PIMENTEL
7º PERÍODO MANHÃ/NOITE
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
I – Introdução: A doutrina faz a associação a atividade recursal do Supremo Tribunal Federal e a do Superior Tribunal de Justiça ao recurso extraordinário e especial, respectivamente. Ocorre, entretanto, que essa atividade recursal também é desempenhada pelos respectivos tribunais superiores por meio do julgamento do recurso ordinário constitucional, previsto como recurso no inc. V, do art. 994, do NCPC, e com suas hipóteses de cabimento previstas na Constituição Federal (no inc. II, do art. 102 e inc. II, do art. 105, da CR/88), bem como no Código de Processo Civil arts. 1.027 e 1.028.
II – Aspectos Gerais: Ainda que o recurso ordinário tenha previsão constitucional, a exemplo dos recursos extraordinário e especial, são diversas e significativas as diferenças entre eles. No julgamento do recurso ordinário os tribunais superiores referidos atuam como órgão de segundo grau de jurisdição, garantindo no caso concreto a aplicação do princípio do duplo grau de jurisdição. Isto posto, vejamos então as diferenças entre os citados recursos:
no recurso ordinário não existe fundamentação vinculada, admitindo-se ao recorrente a alegação de qualquer matéria desde que respeite os limites objetivos da demanda, no entendimento de L. G. Marinoni e S. C. Arenhart;
a exigência de prequestionamento (se o Tribunal local já apreciou a matéria objeto de apreciação do RE ou RESP) presente nos recursos extraordinário e especial não existe no recurso ordinário;
a devolução do recurso ordinário é ampla, abrangendo tanto matéria de direito – constitucional, federal e local – quanto matéria de fato.
III – RECURSO ORDINÁRIO x APELAÇÃO: Sendo o caso de comparar o recurso ordinário com outros, melhor será fazê-lo com a apelação, recurso muito mais próximo – ainda que diferente – do recurso ordinário do que os outros recursos previstos no texto constitucional. Assim, podemos asseverar a existência de três identificações entre os encimados recursos, quais sejam:
prazo de 15 (quinze) dias;
mesmo procedimento dividido num primeiro momento em órgão prolator da decisão impugnada (órgão a quo) e num segundo momento perante o órgão competente para o julgamento do recurso (órgão ad quem);
mesmos efeitos, inclusive o efeito suspensivo no recurso ordinário em mandado de segurança e em mandado de injunção;
a remessa do recurso ordinário e da apelação ao tribunal superior, independem de juízo de admissibilidade (vide, §3º, do art. 1.028 e §3º, do art. 1.010 CPC).
Entretanto, não podemos olvidar que, diferentemente da apelação, o recurso ordinário constitucional não cabe recurso adesivo, como cabem ao RESP e no RE, por exemplo, consoante dispõe o inc. II, do §2º, do art. 997 NCPC.
IV – CAUSAS INTERNACIONAIS: Diz a alínea b, do inc. II, do art. 1.027, do CPC que caberá recurso ordinário constitucional contra sentença proferida em processo em que forem partes, de um lado, organismo internacional – por exemplo, ONU, BID, UNESCO – ou Estado estrangeiro e de outro Município brasileiro ou pessoa residente ou domiciliada no Brasil, existindo doutrina a compreender tratar-se tanto de pessoa física como jurídica (e.g.: B. P. Souza, na sua obra “Introdução aos recursos cíveis e ação rescisória”). O texto é suficientemente claro para se concluir que independe em quais dos polos estarão os sujeitos descritos, desde que estejam em polos adversos. Nesse caso, a demanda seguirá em primeiro grau de jurisdição perante a Justiça Federal (art. 109, II, da CR/88), e, sendo proferida sentença de qualquer natureza – terminativa ou definitiva – e qualquer que seja seu resultado – procedência, improcedência, homologatória -, será cabível o recurso ordinário constitucional, desde que presentes os requisitos de admissibilidade e ao procedimento contidos à apelação e ao RISTJ, segundo disposto no art. 1.028, do NCPC.
V – RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA: Caberá recurso ordinário constitucional contra decisão de única instância denegatória de mandado de segurança, sendo competente o Supremo Tribunal Federal (inc. I, do art. 1.027, do CPC), quando o acórdão recorrido tiver sido proferido pelos tribunais superiores (STJ, TSE, TST, STM), e o Superior Tribunal de Justiça (inc. II, do art. 1.027, do CPC) quando o acórdão tiver sido proferido por tribunal de segundo grau (Tribunal de Justiça e Tribunal Regional Federal). Vale ressaltar que o termo “denegação” do mandado de segurança tem interpretação ampla, de forma a abranger tanto o julgamento do mérito, com a denegação da ordem, como a decisão terminativa, com o julgamento do MS sem a resolução do mérito.
VI – RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS DATA E MANDADO DE INJUNÇÃO: As mesmas considerações feitas a respeito do recurso ordinário contra a decisão denegatória de mandado de segurança são aplicáveis ao habeas data e ao mandado de injunção:
a decisão de única instância significa que o habeas data e o mandado de injunção sejam de competência originária de tribunal, no caso os Tribunais Superiores, em razão de expressa previsão do inc. I, do art. 1.027, do NCPC;
decisão denegatória significa tanto a improcedência como a extinção em resolução de mérito.
Por fim, a única distinção digna de nota diz respeito à competência exclusiva do STF para o julgamento do recurso ordinário, de forma que as decisões denegatórias que são recorríveis por recurso ordinário em sede de habeas data e mandado de injunção devem ter sido proferidas por um dos Tribunais superiores.

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