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1. Teoria Geral do Direito de Empresa

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TEORIA GERAL DO DIREITO DE EMPRESA
1. ORIGEM DO DIREITO EMPRESARIAL
O comércio surgiu na Antiguidade, e foi marcado pela troca de bens. 
- Na Idade Média, a partir da criação de cidades entorno dos feudos e com a força da atividade comercial, o comércio ganhou densidade, as cidades se transformaram em Estados e alavancou as expedições marítimas, que mudaram o mundo.
- Nesse clima de transformação, surge o direito comercial, mais tarde conhecido como direito empresarial.
DIR. EMPRESARIAL PASSOU POR 3 FASES
	Corporações de Ofício
1ª fase
	Era um direito classista, a Corporação de Ofício amparava só os comerciantes inscritos nela e eles seguiam as normas que eles mesmos criavam (forte subjetivismo).
- Com o liberalismo e a Rev. Francesa (1789) fundada na liberdade, igualdade e fraternidade não tinha mais espaço para esse modelo.
- Com a ascensão (subida) da burguesia, as leis comerciais passaram a ser aplicadas também p/ pessoas não registradas.
	Teoria dos Atos de Comércio 
ou 
Sistema Francês
2ª fase
	Protagonista: Código Comercial francês (1808). Com ele o subjetivismo foi abandonado e deu lugar p/ a objetividade dos atos de comércio. A partir daqui, as relações mercantis eram definidas pelos atos praticados.
No BR, em 1850 inspirado nessa teoria foi editado o Código Comercial (lei 556/1850). 
Comerciante: aquele que praticava mercancia (só alguns atos de comércio). Ex: comprar e vender bem móvel, operação de câmbio, operação de seguro, transportar mercadoria, etc.
- Estático: essa teoria não abrangia todas as atividades mercantis. Algumas atividades que eram mercantis estavam fora.
- Diante desse cenário, várias leis foram promulgadas reconhecendo essas outras atividades mercantis excluídas dos atos de comércio. Ex: lei das S/A, lei da duplicata, lei do cheque, CDC, lei da franquia, etc.
Código Comercial NÃO é o marco do dir. comercial brasileiro, e sim o Decreto de abertura dos portos às Nações Amigas de 1808.
	Teoria da Empresa 
ou 
Sistema Italiano
3ª e última fase
	Consagrada pelo CC/42 italiano.
O dir. comercial ou empresarial regula a atividade empresária. Teoria que vigora até hoje. 
- Inserida no ordenamento brasileiro a partir do CC/2002.
- Do Código Comercial (1850) só o comércio marítimo vigora até hoje. 
2. AUTONOMIA
O direito empresarial e o direito civil são autônomos, cada um tem suas próprias regras, princípios e estruturas. Tanto que o art.22, CF separa-os: “Compete privativamente à UNIÃO legislar sobre direito civil, comercial..”.
CARACTERÍSTICAS DO DIREITO EMPRESARIAL
Cosmopolitismo: trata questões comerciais independentemente da nacionalidade das partes.
Onerosidade: visa o lucro (imediato ou posterior).
Informalidade: visa transações mercantis rápidas.
3. FONTES
	Direta ou Primária
	Leis empresariais (CC/02)
Leis esparsas (lei das S/A, CDC, lei de franquia, lei de recuperação de empresas, etc).
	Indireta 
ou 
Secundária
	Quando as leis acima forem omissas, o juiz decide baseado na analogia, costumes ou princípios gerais do direito (nessa ordem). 
- Esses institutos preenchem as lacunas das fontes primárias (LINDB).
4. DIREITO DE EMPRESA – arts.966 a 1195, CC
O BR adere a Teoria da Empresa, fundada na atividade empresária.
	ATIVIDADE EMPRESÁRIA
	É a organização econômica de fatores de produção, desenvolvida por pessoa física (empresário individual) e PJ (Sociedade empresária e EIRELI), p/ produzir ou circular bens e serviços, através de um nome empresarial, e visando lucro. 
- O Registro não é elemento que caracteriza a atividade empresária. Apenas torna a atividade regular.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
Exerce profissionalmente, atividade econômica, organizada p/ produzir ou circular bens e serviços (art.966).
Profissionalmente ou Habitualidade: continuamente.
- Empresário: é a sociedade com personalidade jurídica própria.
- Sócios: pessoas físicas que se unem p/ explorar uma atividade empresária.
- NÃO É EMPRESÁRIO aquele que exerce atividade econômica eventualmente.
Atividade econômica (visa lucro): todo empresário visa lucro, mas nem todo aquele que visa lucro é empresário.
Organização: a atividade deve ser organizada, ter os fatores de produção (capital, insumos ou matéria prima, mão de obra e tecnologia).
	ATIVIDADE CIVIL
	Atividade não econômica, exercida por quem não é empresário. Não tem os elementos da atividade empresária.. 
São:
Profissões intelectual, científica, literária e artística:
- Médico, músico, ator, arquiteto, escritor, etc. exceto se tiver elemento de empresa (art.966, §único).
- A sociedade de advogado exerce atividade simples, mesmo que tenha elemento de empresa.
Produtor rural não registrado no RPEM: ele pode se registrar ou não, mas se ele registrar, se equipara (iguala) ao empresário (art.970 e 971).
Cooperativas: desenvolvem atividade civil e por isso são sempre atividade simples (art.982, § único).
QUEM EXERCE ATIV. EMPRESÁRIA (capacidade) – art.972 a 980, CC
	Capacidade plena
	Art.5º, CC, inclusive emancipado.
	Não impedidos pela lei
(Não pode ser empresário, nem empresa em seu nome)
	- Chefes do Executivo federal, estadual e municipal (Pres. da República, Governador e Prefeito).
- Membro do Legislativo (senador, dep. federal e estadual e vereador, se a empresa tiver favor mediante contrato com PJ de dir. público ou nela exercer função remunerada).
- Juiz.
- Membros do MPF.
- Empresário falido, enquanto não se reabilitar.
- Condenados a - pena que proíbe o acesso a cargo público, mesmo por um tempo.
 - crime falimentar, prevaricação, peita ou suborno, concussão e peculato.
 - contra a economia popular, sistema financeiro nacional, normas de defesa da concorrência, relações de consumo, fé pública, propriedade, enquanto durarem os efeitos da condenação.
- Leiloeiros
- Cônsul (nos seus distritos), exceto o cônsul não remunerado.
- Médico, p/ o exercício simultâneo da farmácia; farmacêuticos, para o exercício simultâneo da medicina.
- servidor público civil da ativa, federal (inclusive Ministro de Estado e ocupante de cargo comissionado em geral). O Servidor estadual e municipal deve observar a legislação deles.
- militar ativo das Forças Armadas e da PM.
- estrangeiro: - sem visto permanente.
 - de país limítrofe (vizinho), domiciliados em cidade contígua (próxima) ao BR.
 - com visto permanente p/ exercer as atividades: pesquisa ou lavra de recursos minerais ou de aproveitamento dos potenciais de energia hidráulica; ativ. jornalística e de radiodifusão sonora, de sons e imagens; p/ ser proprietário ou armador de embarcação brasileira (inclusive no serviço de navegação fluvial e lacustre, menos embarcação de pesca); p/ ser proprietário ou explorador de aeronave brasileira, exceto o disposto na legislação específica).
- br naturalizado há menos de 10 anos, para ativ. jornalística, radiodifusão de sons, sons e imagens.
PORTUGUESES, no gozo de direitos e obrigações do Estatuto da Igualdade podem pedir a inscrição de empresário, menos para atividade jornalística, radiodifusão de sons, sons e imagens, porque é só para br nato ou naturalizado há + de 10 anos, ou PJ criada sob a lei brasileira com sede no BR (art.22, CF).
INDIO: lei especial (art.4º, §único, CC).
	IMPEDIDO de exercer atividade empresária
	SE EXERCER – art.973:
Responde pelas obrigações que contraiu e pelos danos que causou, inclusive com seu patrimônio pessoal.
- Pode sofrer as penas administrativas e criminais oriundas do exercício ilegal da profissão.
- Cumpre os contratos que firmou com 3º. 
- Não pode alegar que é impedido p/ se eximir da obrigação.
O IMPEDIDO PODE SER:
Sócio cotista ou acionista de Soc. Empresária; e titular de EIRELI, desde que não ocupe cargo administrativo.
O impedimento recai apenas sobre o exercício da ativ. empresária. Ex:um juiz não pode ser o titular de empresa individual ou administrador de Soc. Empresária, mas pode ser sócio de soc. simples ou empresária e titular de EIRELI administrada por 3º.
	EMPRESÁRIO INCAPAZ que exerce atividade empresária
Art. 974 a 976, CC
	O incapaz não pode criar uma empresa. Mas se o capaz se tornar incapaz por incapacidade superveniente ou sucessão por morte, ele pode continua-la com a ajuda de representante ou assistido + autorização judicial.
- “O exercício da empresa por empresário incapaz, representado ou assistido, só é possível por incapacidade superveniente ou incapacidade do sucessor na sucessão por morte” – Enunciado 203 do CJF.
P/ O EMPRESÁRIO INCAPAZ CONTINUAR A EMPRESA deve averbar no RPEM, a autorização.
P/ O EMPRESÁRIO MENOR CONTINUAR A EMPRESA deve averbar no RPEM, a emancipação.
NA INTERDIÇÃO ou NA SUCESSÃO, os bens que já eram do incapaz e não fazem parte do capital da empresa: Não se misturam com a atividade empresária. 
- E os bens pessoais dele deve constar no alvará judicial que autoriza o incapaz de continuar a empresa.
CONTRATOS e ALTERAÇÕES NOS CONTRATOS de sociedade com sócio incapaz: registrados no RPEM.
- Sócio incapaz não administra a sociedade.
- Capital social é totalmente integralizado.
SE O REPRESENTANTE ou ASSISTENTE DO INCAPAZ, NÃO PUDER EXERCER A ATIVIDADE EMPRESÁRIA, ele não é destituído do cargo. Ele escolhe, com a aprovação do juiz, 1 ou + gerentes.
- O gerente escolhido, não exime o representante ou assistente responder pelos atos que praticou, inclusive podem ser acionados regressivamente.
- Quando o juiz achar oportuno, ele escolhe o gerente.
O USO DA NOVA FIRMA (espécie de nome empresarial), cabe ao gerente nomeado, ao representante do incapaz ou ao incapaz, desde que autorizado conforme a lei.
	MARIDO e MULHER podem constituir sociedade entre eles e com terceiros 
Art.977 a 980
	Menos os casados no regime de comunhão universal de bens ou separação obrigatória.
- Comunhão universal de bens porque o patrimônio já é dos 2 e não precisar constituir outra sociedade.
- Separação obrigatória porque pode ser usado p/ fugir desse regime.
ABRANGE a participação originária (da constituição da sociedade) e derivada (após a sociedade ser constituída) – Enunciado 205 do CJF.
As sociedades constituídas ANTES DO CC/02, tiveram até 11/1/2017 para se adequarem ao CC (art.2031, CC).
EMPRESÁRIO(A) CASADO (A) não precisa da outorga conjugal para alienar os imóveis da empresa ou gravá-los de ônus real, independente do regime de bens. 
- Porque o patrimônio da empresa não se mistura com o patrimônio pessoal dos sócios.
Ex: penhor, hipoteca e anticrese.
SÃO REGISTRADOS NO REGISTRO CIVIL e no RPEM os
- doação, herança e legado de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade.
- pactos e declarações antenupciais do empresário.
Só assim podem ser opostos contra todos, porque com o registro o ato se torna público e eficácia erga omnes.
REGISTRO – arts. 967 e 1150 a 1154, CC e lei 8934/94
- É obrigatório.
- Requerimento p/ o registro: art.968.
- Inscrição no livro do RPEM – art.968, §1º.
- Qualquer mudança é averbada – art.968, §2º.
- Microempreendedor individual (MEI): trâmite especial, simples, de preferência eletrônico - art.968, §4º.
- Uso da firma pode ser dispensado com a assinatura autografa – art.968, §5º.
	Onde registrar
(órgão competente)
Art.1150
	 
Órgão Competente
Empresário individual - pessoa física
RPEM (na JC)
Sociedade empresária - PJ
RPEM (na JC)
EIRELI - PJ
RPEM (na JC)
Sociedade Simples
RCPJ
RPEM: Registro Público de Empresa Mercantil.
RCPJ: Registro Civil de PJ.
Junta Comercial (JC): é um órgão da ADM PUB ESTADUAL, c/ sede nas capitais, que podem se descentralizar através de delegacias regionais, a critério da legislação de cada Estado. Executa e administra os registros. Coordenada pelo DREI (Departamento de Registro Empresarial e Integração).
	Finalidade do registro
art.982, §único
	Regulariza a empresa. Registrado os atos constitutivos, nasce a personalidade jurídica.
- Atividade registrada: empresa regular.
- Atividade não registrada: empresa irregular.
REGISTRO PERMITE À EMPRESA:
- cadastrar e atualizar as informações da empresa. Dá autenticidade, publicidade e eficácia jurídica erga omnes p/ atos da empresa, usados como prova a favor da empresa (e também contra ela).
- ampara o crédito do empresário, porque a responsabilidade é definida (autonomia patrimonial).
- consultar os lançamentos da empresa.
- se alguém quiser saber quem são os sócios de uma sociedade ou o verdadeiro administrador, basta ir na JC responsável, pedir uma certidão e pagar os emolumentos.
	Falta do registro
	A empresa está irregular (clandestina) e pode ser limitada de várias formas:
- responsabilidade ilimitada pelas obrigações.
- não se matricula no INSS.
- não tem contabilidade legal.
- não tem CNPJ.
- não participa de licitação.
- não pode pedir falência, nem recuperação judicial.
- não abre conta corrente no banco, etc.
	Espécies de registro
Lei 8934/94, art.32
	Matrícula: dos auxiliares do comércio nas JC, p/ exercer suas atividades.
Auxiliares do comércio: leiloeiro, trapicheiro, tradutor público, intérprete comercial e administrador de armazém geral. 
- Para eles a JC é órgão de classe.
Arquivamento: dos atos constitutivos na JC. Dever do empresário.
Para: empresário individual, Soc. empresária, EIRELI e Cooperativa.
- Só adquire personalidade jurídica quando esses atos são arquivados (é ato público, sendo assim, qualquer pessoa que pagar os emolumentos pode acessar esse registro).
- Esses atos são arquivados só com a assinatura de um advogado (EOAB, art.2º, §2º), exceto ME e EPP.
Averbação: anotações que alteram o registro originário (alterações, dissoluções e extinção). 
Autenticação: da escrituração contábil da empresa (dos livros empresariais e cópia dos docs.). 
- O empresário deve manter a contabilidade legal.
	Prazo p/ registrar 
Art.1151, §1º
	30 dias, contada da lavratura do Atos Constitutivos.
Atos constitutivos apresentados:
Em 30 dias: efeitos ex tunc (o registro retroage ao dia que o ato constitutivo foi lavrado).
Após os 30 dias: efeitos ex nunc (o registro não retroage, e a personalidade jurídica só nasce quando a JC registrar).
Há 2 momentos: 
Sociedade existe: sócios assinam os atos constitutivos, fazendo lei entre as partes. Só existe o contrato de sociedade que vale só entre as partes (inter parts).
Nasce a personalidade jurídica: atos constitutivos são registrados no órgão competente, eficácia contra todos (erga omnes).
Pessoas que devem pedir o registro e não pedem: perdas e danos – §3º.
	SOCIEDADE DEPENDENTE DE AUTORIZAÇÃO – art.1123 a 1141, CC
	Algumas empresas só funcionam com autorização do Governo Federal (Executivo Federal), e as JC só registram essas empresas se elas apresentarem a autorização.
- Se o Governo concluir que a sociedade não se encaixa nos requisitos legais, ele pode não autorizar o funcionamento. 
- Na fiscalização que o Governo faz, ele pode cassar a autorização que deu.
Ex: sociedade estrangeira, agência de seguros, bancos e instituições financeiras, empresa de transporte aéreo, etc.
	Sucursal, Filial ou Agência em outro Estado – art.969
	Registro nesse Estado + prova da inscrição originária e averbado na inscrição originária – art.969, caput e § único.
	Empresário Rural
	Empresário Rural: exerce atividade agrária agrícola, pecuária, agroindustrial ou extrativista (terra + trabalho + capital).
- Pode se registrar ou não (tratamento diferenciado). 
- Se registrar, se iguala com o empresário.
	Pequeno empresário
	Inscrição e efeitos: tratamento favorecido, diferenciado e simples – art.970.
5. PREPOSTOS DO EMPRESÁRIO – arts.1169 a 1178
	PREPONENTE
	- Empresário individual
- Sociedade empresária- EIRELI
Responde pelos atos dos seus prepostos DENTRO e FORA do estabelecimento empresarial, desde que ligado à atividade da empresa.
Os atos deles DENTRO do estabelecimento: mesmo que não tenham sido autorizados por escrito, o preponente responde.
Os atos deles FORA do estabelecimento: preponente só responde pelos poderes que deu ao preposto.
	PREPOSTO
	Aqueles que auxiliam o preponente na atividade. Mão-de-obra da empresa.
- Atuam como empregados (regido pela CLT) ou autônomos (contratados p/ prestar determinado serviço).
DEVE ser fiel à empresa.
Por isso não pode atuar no mesmo ramo do preponente, direta ou indiretamente (por outra pessoa), menos se o preponente permitir por escrito. 
- Se ele atuar no mesmo ramo, ele incorre em concorrência desleal e desvio de clientela. E deve indenizar o preponente por perdas e danos, e este pode reter o lucro da operação do preposto.
AO DESEMPENHAR SUAS FUNÇÕES, SE ELE AGIR COM
Dolo: ele responde solidariamente com o preponente pelos danos que causou a terceiros.
Culpa: o preponente responde pelas obrigações irregulares firmadas com terceiros, e ele tem o direito de regresso contra eles.
São substituídos em suas funções, com a anuência escrita responsável da empresa, caso contrário, ele responde pessoalmente pelos atos daquele que o substituiu e pelas obrigações contraídas pelo substituto.
GERENTE: é um preposto permanente. 
- Se ele for empregado da empresa, ele administra a sede da empresa, sucursal, filial ou agência.
- Pratica só os atos permitidos, menos aqueles que a lei exige poderes especiais.
- Havendo vários gerentes: os poderes deles são solidários, exceto se estipulado diferente (art.1173, §único, CC).
PREPONENTE e GERENTE: os atos que o gerente praticou em nome do preponente e dentro dos poderes outorgados, os 2 respondem.
- aqueles que exercem atividade empresária devem manter a escrituração legal (os prepostos lançam nos livros ou fichas contábeis os assentos contábeis, como se o preponente tivesse lançado, salvo se lançou de má-fé).
6. ESCRITURAÇÃO – arts.1179 a 1195
Escriturar: lançar, anotar ou lavrar.
É lançar nos livros próprios, cronologicamente, todas as operações da empresa. É o balanço do ativo e do passivo. É uma prova que a empresa está regular. 
Ex: numa ação de cobrança da empresa, a empresa que tem o livro com seus devedores, valor dos débitos e vencimentos é a prova da empresa.
Feito por contabilista habilitado, a menos se no local da empresa não tenha esse profissional. A empresa contrata profissional p/ escriturar os livros.
Empresário individual, Sociedade empresária e EIRELI devem ter um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme dos seus livros e fazer anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.
As empresas têm livros empresariais:
	Obrigatórios
	Todos os empresários devem ter, caso contrário são punidos. Ex: Livro Diário.
Comum: toda empresa tem, independentemente da atividade ou do tipo societário. Ex: Livro Diário.
Especial: específica p/ cada atividade ou tipo societário.
	Facultativos ou Acessórios
	Pode ter ou não. Se não tiver, não é punida. Só auxiliam o empresário.
- NÃO são títulos executivos extrajudiciais, por isso não são usados p/ ajuizar ação de execução. São apenas provas em ação ordinária.
- Provam contra o seu autor, mas ele pode provar que os lançamentos são falsos (NCPC, art. 417).
Agentes fiscais e previdenciários podem acessar os livros empresariais, mas só os pontos da investigação (Súm.439, STF e art.195, CTN).
- e a Autoridade Fazendária também - art.1193, CC.
Decretada a falência da empresa, e constatado que ela não escriturou, ela pratica crime falimentar (lei de falência, art.178).
7. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL – art. 1142 a 1149
São os bens corpóreos (máquina, imóveis, veículos, mercadoria..) e incorpóreos (ponto, marca, tecnologia, patente...) organizados pelo empresário individual, Soc. empresária ou EIRELI para desenvolver a atividade empresária.
- Formam o todo unitário: coisas homogêneas (iguais) + heterogêneas (diferentes) unidas.
- Os bens conjugados não perdem sua individualidade, embora uma vez aglutinados (unidos) formam um novo bem.
Pode ser OBJETO DE DIREITO e de NEGÓCIO JURÍDICO
Translativo: transfere a propriedade. Ex: venda, doação ou dação em pagamento ou 
Constitutivo: não transfere a propriedade, desde que compatível com sua natureza. Ex: arrendamento, usufruto ou comodato.
Posso pegar isoladamente cada bem e criar uma relação jurídica só com aquela coisa ou direito, menos o nome empresarial, por ser inalienável (art.1164). 
Ex: posso vender 1 veículo do estabelecimento empresarial OU ceder o direito de explorar a patente.
Vender o estabelecimento (trespasse) x Vender quotas ou ações da sociedade: vender cotas não altera a titularidade do estabelecimento empresarial (continua o mesmo, ainda que haja vários sócios).
TRESPASSE: estabelecimento empresarial é alienado (bens + funcionalidade são vendidos). Trespassante: aliena/ Trespassatário: adquire.
	Eficácia 
	Principal garantia dos credores é o estabelecimento empresarial do devedor.
Alienação eficaz: o trespassante deve alternativamente:
- pagar todos os credores;
- manter patrimônio suficiente p/ fazê-lo; 
- consentimento (expresso ou tácito) unânime dos seus credores; (consentimento tácito: credores são notificados e ficam em silêncio 30 dias a partir da notificação).
Alienação ineficaz: desrespeito acima, ensejando também o pedido de decretação de falência, porque é um ato falimentar (lei de falência, arts.129, VI e art.94, III).
	Concorrência proibida
(restringe o princ. da livre iniciativa e da livre concorrência)
	O trespassante não pode durante os 5 anos seguintes do trespasse, seguir o mesmo ou semelhante ramo e na mesma praça. Ex: bar e boate, restaurante e lanchonete, exceto se autorizado por escrito (expresso).
- mas pode desenvolver livremente outra atividade que não concorre com a atividade do trespassante.
Ex: o trespasse (venda) de um bar no RJ não impede do bar no PA, porque eles não concorrem (cidades diferentes). Mas o trespasse (venda) de uma Editora no RJ impede o restabelecimento do trespassatário no PA porque o segmento é nacional e disputarão o mesmo mercado.
Se no contrato de trespasse for incluso cláusula que proíbe o trespassatário explorar qualquer atividade econômica, será nula. Porque ele pode atuar em qualquer atividade que não seja concorrente com a do alienante.
No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento empresarial, o trespassatário não concorre enquanto durar o contrato.
	Sub-rogação do trespassatário
Sub-rogar: substituir
	A alienação não interfere o funcionamento do estabelecimento. Por isso, feito o trespasse, o trespassante sai e o trespassatário assume, menos se o contrato estipular diferente e for personalíssimo. 
Ex: contrato de prestação de serviço.
Alienado o estabelecimento empresarial, o contrato de locação do ponto não transfere automaticamente p/ adquirente (Enunciado 234 do CJF). 
- mas se houver justa causa: os terceiros que contrataram com o trespassante (antigo dono) podem rescindir os contratos em 90 dias, contado da publicação da transferência menos a responsabilidade do trespassante.
	Responsabilidade
	Trespassante (aliena): responde solidariamente com o trespassatário por 1 ano, contado:
- da publicação do trespasse: quanto aos créditos vencidos.
- do vencimento dos mesmos: quanto aos créditos vincendos (a vencer).
Após 1 ano, ele não responde mais.
Trespassatário (adquire): paga os débitos anteriores ao trespasse, desde que contabilizados nos livros próprios.
	Cessão de créditos
do estabelecimento empresarial
	Com o trespasse, os devedores do alienante passam a ser do adquirente (efeito que inicia a partir do trespasse ser publicado), exceto se pactuarem diferente.
O devedorde boa-fé, que não sabe do trespasse e paga o antigo dono: não paga de novo, porque já pagou. Está quite. 
- E o trespassatário pode cobrar o valor do trespassante.
CONTRATO DE ALIENAÇÃO, USUFRUTO OU ARRENDAMENTO DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL TÊM EFICÁCIA ERGA OMNES
Uma vez assinado, faz lei entre as partes. Mas só produz efeitos p/ terceiros, quando averbado na inscrição do empresário individual, soc. empresária ou EIRELI no RPEM e publicado no Diário Oficial (art.1144, CC).
- ME ou EPP: é averbado na inscrição, e a publicação é dispensada (art.LC 123/06, art.71).
AVIAMENTO (Fonds de commerce, goodwillof trade, achalandage): capacidade de o estabelecimento empresarial lucrar. 
Ex: comprar 1 carro montado é diferente de comprar 1 carro desmontado, ambos tem as peças necessárias, mas o montado está organizado e isso é valorizado.
Estabelecimento empresarial e o aviamento são inseparáveis (atávicos). 
8. PONTO EMPRESARIAL: local físico que o empresário atua.
- A empresa dá ao imóvel o atributo de ponto empresarial, que antes não tinha, dando-lhe valor imaterial.
- É 1 dos bens incorpóreos do estabelecimento empresarial e é protegido.
- É protegido porque tem que ser garantido o acesso aos fornecedores.
- A perda do ponto pode culminar a perda do negócio.
	Freguesia x Clientela
	Freguês: procura o empresário, sociedade empresária ou a EIRELI em razão da sua localização. 
- Aquele que passa na frente do estabelecimento, e o reconhece como um local que pode suprir sua necessidade, mas não tem nenhuma relação pessoal com ele.
Ex: Natália estava no aeroporto esperando seu voo para São Luís e na cafeteria do aeroporto tomou um café.
Clientela: procura o empresário, sociedade empresária ou a EIRELI em razão da sua qualificação. 
- Aquele que continuamente faz negócios com aquela empresa, há uma relação pessoal. 
Ex: toda sexta-feira, Natália vai comer no restaurante X por achar ele o melhor da região.
	Ponto na locação não residencial
Lei do Inquilinato
	Empresário, Sociedade empresária e EIRELI que atua em imóvel alugado: o ponto é protegido.
	Ação de Renovação compulsória do contrato de locação 
ou 
Ação Renovatória
- Lei do Inquilinato, arts. 71 a 75
	Para o locatário garantir de usar o ponto que ele formou, quando o locador se negar de renovar amigavelmente o contrato de locação não residencial. 
- O locatário tem que mostrar vantagens de mercado ali.
- Instruída com: art. 71.
 
9. NOME EMPRESARIAL – arts.1155 a 1168
Identifica o Empresário, a Sociedade empresária e a EIRELI em seus negócios com terceiros.
É um direito da personalidade. É um bem moral porque compõe o patrimônio moral do empresário e da sociedade empresária.
ESPÉCIES
	Firma 
ou 
Razão
	Formado com o nome civil completo ou abreviado de 1, alguns ou todos os sócios.
- A abreviatura não pode prejudicar a identificação e o sobrenome (patronímico) dos sócios não é abreviado.
Ex: M.N. Henriques; M. Natália Henriques.
Pode ter qualificação mais precisa da pessoa ou do ramo (é opcional). Ex: M. N. Henriques Material de Construção.
Se não indicar todos os sócios, mas para indicar que há outros sócios, pode inserir no final “& Cia” ou “& Companhia”.
Não pode usar só alcunha. Ex: Lica, Xuxa, Zé. 
- Mas se o empresário for conhecido pela alcunha e tiver vantagem por isso, pode ajuizar Ação de retificação do nome dele pedindo a inclusão da alcunha.
Responde solidária e ilimitadamente, todos aqueles cujos nomes estão no nome empresarial.
Identificação: o administrador assina o nome da firma, e não o nome dele.
	Denominação
	Qualquer palavra ou nome fantasia, desde que conforme o princípio da novidade, não contrarie a ordem pública, nem gere confusão. 
- Princípio da novidade: novo.
- Deve ter o gênero ou ramo da atividade. Ex: Val Cosméticos.
- Pode ter o nome civil, mas é considerado nome fantasia. Ex: Miriane Henriques Cosméticos.
- Identificação: o administrador assina o nome dele.
A DENOMINAÇÃO DA Sociedade Simples, Associação e Fundação: equipara-se ao nome empresarial.
TITULO DO ESTABELECIMENTO, MARCA e NOME EMPRESARIAL
	Título de Estabelecimento
	Identifica o estabelecimento empresarial.
	Nome empresarial
	Identifica o empresário, sociedade empresária e a EIRELI nas relações com terceiros.
	Marca
	Identifica o produto ou serviço que o empresário oferece.
- é protegido a partir do registro no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual – lei 9279/96, art.122).
PROTEÇÃO JURÍDICA: regido pelos princípios:
Princípio da novidade: nome novo.
Princípio da veracidade: quando registrado no órgão competente, o titular ganha o direito de só ele usar, nos limites do Estado. Só é protegido quando os atos constitutivo são registrados (arquivados). 
Se o empresário quiser usar exclusivamente em todo o BR o nome empresarial: pega uma certidão da JC que registrou o nome, e leva em todas as JC do país p/ arquivar o nome.
Se o empresário tiver nome idêntico ao de outro já inscrito (homonímia): deve incluir algo p/diferenciá-lo.
CANCELAR O NOME EMPRESARIAL – art.1168
Qualquer pessoa pode pedir o cancelamento no RPEM (se for Sociedade empresária ou EIRELI) ou no RPCJ (p/ quem exerce atividade civil).
Pedir quando: encerrar a atividade empresária e com o fim da liquidação da sociedade que o inscreveu.
EMPRESÁRIO LESADO DO DIREITO DE EXCLUSIVIDADE, pode a qualquer momento, propor ação contra a JC, para anular a inscrição que viola a lei ou contrato – art.1167.
NOME e TIPO EMPRESARIAL
	Empresário individual
	Identificado por firma. 
	EIRELI
	Firma ou Denominação + EIRELI 
	Sociedade em nome coletivo – N/C
	Firma
	Sociedade em comandita simples – C/S
	Firma 
	Sociedade limitada – LTDA
	Firma ou Denominação + “limitada” ou “LTDA”. 
Se não tiver LTDA ou Limitada: os administradores respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações (p/ que terceiros não contratem por engano). 
	Sociedade em comandita por ações – C/A
	Firma ou Denominação + “comandita por ações” ou “C/A”.
	Sociedade anônima – S/A
	Denominação + “Sociedade anônima” ou “S/A” ou Cia..
COOPERATIVAS: adotam denominação e antes da atividade “cooperativa”. Não usam a expressão “banco”.
Ex: Cooperativa Agropecuária de Barretos.
ME e EPP: firma ou denominação + “ME” ou “EPP”. É opcional incluir o objeto da sociedade. Ex: Viana & Penante LTDA EPP.
SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO (SCP): Não tem nome empresarial, é secreta. 
- O Sócio ostensivo desenvolve a atividade em seu nome e sob sua responsabilidade (art.1162).
É INALIENÁVEL, porque é direito da personalidade do empresário (art.1164).
No caso de trespasse do estabelecimento: o nome empresarial não é alienado, que pode ser usado pelo adquirente, dizendo que é o sucessor, desde que permitido por contrato. Ex: Penante, Ferreira & Cia, sucessores de Albuquerque Silva.
ALTERAÇÃO EM RAZÃO DA MORTE, EXCLUSÃO ou RETIRADA DE SÓCIO: a firma não tem o nome de ex-sócio, para evitar confusão dos consumidores e reconhecer os responsáveis da empresa (princípio da veracidade).
Se houver morte, exclusão ou retirada do sócio cujo nome está na firma social: a firma é alterada, sob pena do espólio ou o ex-sócio continuar respondendo pelas obrigações sociais (art.1165).
Sociedade formada por irmãos ou parentes com o mesmo sobrenome e se 1 morrer: não precisa mudar, exceto se o morto deixou expresso o contrário.
Morte, exclusão ou retirada do fundador de S/A: não precisa tirar o nome da firma social, desde que ele não queira e se a sociedade quiser manter.
PERDA AUTOMÁTICA DA PROTEÇÃO AO NOME EMPRESARIAL: Quando a sociedade foi criada por tempo determinado, e expirou.
Para não perder, antes de expirar, a sociedade averba a prorrogação do ato constitutivo na JC.

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