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FACULDADE DE DIREITO
		
DISCIPLINA:
	
DIREITO CONSTITUCIONAL
	
SEMESTRE:
	
3º (TERCEIRO)
	
CARGA HORÁRIA:
	
QUATRO AULAS SEMANAIS
	
TURNO:
	
NOTURNO
	
PROFESSOR:
	
JOSÉ NATANAEL FERREIRA
	
PERÍODO:
	
1° SEMESTRE 2014
PLANO DE AULA
DIREITO CONSTITUCIONAL II
AULA N° 17
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
CONCEITO:
“...Controle de constitucionalidade é a verificação – por agentes políticos ou judiciais do Estado – da adequação de um ato normativo, sobretudo dos atos normativos produzidos no processo legislativo – aos requisitos formais e materiais estabelecidos pela Constituição do Estado...” 
(BARROS, Sérgio Resende. Controle de constitucionalidade. Programa de Mestrado em Direito da Universidade Metodista de Piracicaba (Apostila). Piracicaba : UNIMEP, 2000, p. 6).
“...é a verificação da adequação de um ato jurídico (particularmente da lei) à Constituição...” 
(FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. São Paulo : Saraiva, 1999, p. 34)
“...O controle de constitucionalidade, pois, tem por objetivo prevenir ou reprimir a produção legal, ou seus efeitos, assim como a de atos normativos, sempre que uma ou outra estiverem em posição de inadequação face a Constituição. Incide ele tanto sobre os requisitos formais da lei ou ato normativo, v.g., a competência do órgão produtor, a forma e o procedimento observados na produção, como sobre o conteúdo substancial dos mesmos, ou sejam sua conformidade aos direitos e garantias consagrados pela Constituição...”
(NOGUEIRA DA SILVA, Paulo Napoleão. A evolução do controle de constitucionalidade e a competência do senado federal. São Paulo : RT, 1992, p. 9)
“...Pode-se, em sentido amplo, conceituar a insconstitucionalidade como a relação de desconformidade entre um ato ou omissão, proveniente de pessoa pública ou privada, e a Constituição...” 
(RAMOS, Elival da Silva. Controle de Constitucionalidade no Brasil: perspectivas de evolução. São Paulo : Saraiva, 2010, p. 47)
FUNDAMENTO:
A harmonização do ordenamento jurídico do Estado determinado, tomando-se, por referência, a supremacia das normas constitucionais em relação aos demais atos normativos (lato sensu) exarados tanto no âmbito legislativo quanto no executivo. Porém, o termo controle de constitucionalidade possui maior aplicabilidade teórica e doutrinária referindo-se à inconstitucionalidade de leis (stricto sensu) dos entes políticos do Estado (União, Estados-Provincías).
ORIGEM:
	Há, ao menos, duas correntes principais de entendimento a esse respeito.
	A primeira, afirma que o antecedente remoto do atual controle de constitucionalidade, com a leitura que se deve fazer da realidade da época, originou-se ainda nas primeiras civilizações, pois, a esse tempo, os homens já percebiam normas prevalentes sobre outras, as quais não poderiam contrariá-la, sob pena de invalidade. E, a título de exemplo, citam o nomos (a lei) e o psèphisma (equilante ao decreto administrativo) do direito ateniense:
“...Na realidade, os “nomoi”, ou seja, as leis, tinham um caráter que, sob certos aspectos, poderia se aproximar das modernas leis constitucionais, e isto não somente porque diziam respeito à organização do Estado, mas ainda, porque modificações das leis (“nomoi”) vigentes não podiam ser feitas a não ser através de um procedimento especial, com características que, sem dúvida, podem trazer à mente do jurista contemporâneo o procedimento de revisão constitucional. [...] Portanto, tinha sido excogitado, em Atenas, um procedimento de revisão das leis extremamente complexo; a mudança da lei era considerada, em suma, uma providência de extraordinária gravidade, cercada das garantias mais prudentes e até mais estranhas, com responsabilidades gravíssimas para quem propunha uma alteração que não fossse, no final, aprovada ou que, ainda que aprovada, se mostrasse, depois, inoportuna. Deste modo, o poder de mudas as leis era retirados dos caprichos de maioria da Assembléia Popular (“Ecclesía”)...” — (CAPPELLETTI, Mauro. O controle judicial de constitucionalidade das leis no direito comparado. Porto Alegre : Sérgio Antonio Fabris, 1992, p. 49)
	A outra corrente doutrinária apregoa que, a despeito desses precedentes históricos, o controle de constitucionalidade, com as características que se o entende atualmente, originou-se com as materialização das primeiras Constituições escritas ao final do século XVIII, citando, mais explicitamente, as Constituições dos Estados Unidos (1787) e da França pós Revolução (1791).
SISTEMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE:
	— judicial difuso:	observadas as características de cada realidade local (de cada Estado), a ordem constitucional delega competência às diversas instâncias do Poder Judiciário para conhecer e decidir arguições incidentais de insconstitucionalidades de leis ou de atos normativos, reconhecendo ou não a arguição e, se reconhecida, deixar de aplicar a norma impugnada ao caso concreto em análise, sem prejuízo
-	de a norma combatida permanecer no ordenamento irradiando efeitos extra processo e extra partes em demanda na qual se reconheceu a inconstitucionalidade arguida;
-	de a mais alta Corte decidir em sentido contrário (pois, em regra, essa Corte possui a competência para dizer, em definitivo, sobre a conformidade das leis e dos atos normativos à Constituição).
É o sistema de que se iniciou nos Estados Unidos (sistema norte-americano), a partir do caso Marbury x Madison – 1803.
	— judicial concentrado: o questionamento sobre a constitucionalidade da norma deve ser proposto como objeto central da ação judicial, diretamente na Alta Corte a quem a Constituição delegar a competência para decidir sobre a constitucionalidade das leis. A decisão extrapolará os interesses do autor e irradiará efeitos erga omnes. É o sistema apregoado por Hans Kelsen e adotado pela Constituição da Áustria de 1920 (artigo 89), havido como sistema europeu.
	—político:	aponta-se, na doutrina, o modelo adotado em França, onde um Conselho Constitucional, apartado dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, mas que se forma entre o Governo e o Parlamento, possui competência para analisar e declarar a inconstitucionalidade das leis, tanto ainda no processo legislativo quanto após promulgadas.
CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS
DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE:
	—	judicial difuso:	
-	incidental (“incidenter tantum”): a questão da inconstitucionalidade é proposta incidental à causa principal, pois não se trata da questão de mérito da ação judicial. Pode ser proposta pelo autor, na petição inicial, ou pelo réu, como preliminar na contestação/defesa, ou, até de ofício pelo Juízo;
-	difuso: qualquer juiz ou tribunal pode conhecer e decidir da inconstitucionalidade, pois a competência para a matéria não está centrada em apenas um órgão do Pode Judiciário;
-	declaratório: subtendendo-se que o ato/lei impugnado(a) “nasceu morto(a)”, a sentença, nesse ponto específico, possui natureza declaratória;
-	inter partes: a sentença declaratória irradia efeitos apenas para as partes litigantes, não possuindo valor para outros que não integraram a demanda;
-	ex tunc: os efeitos declaratórios da sentença retroagem à origem da norma impugnada.
-	casual: processa-se concretamente, em cada caso individual posto ao julgamento pelo Judiciário.
	—	judicial concentrado:
-	principal: a questão da constitucionalidade é o objeto central, de mérito, da ação;
-	concentrado: a Constituição outorga apenas a um órgão estatal o poder de decidir sobre questão de constitucionalidade de leis;
-	desconstitutivo (ou constitutivo-negativo): por entender não existentes ato nulos, mas anuláveis, e por considerar que a lei, se promulgada, existe, a natureza da sentença é desconstitutiva, pois anula a lei e a retira do ordenamento;
-	erga omnes: os efeitos da sentença afetam a todos, independemente de participarem ou não da demanda em que a questão se decidiu;-	ex tunc ou ex nunc: conforme diga a Constituição ou a Corte competente para decidir a constitucionalidade (trata-se, portando, de uma decisão política, transcendente à seara jurídica);
-	geral: o controle se processa em tese, em abstrato, e não em cada caso concreto.
	—	francês:	
“...A fórmula encontrada pelo Constituinte para conjugar a salvaguarda da supremacia da Constituição com a repulsa ao controle jurisdicional da constitucionalidade das leis explica as características peculiares do sistema francês. Em primeiro lugar, impõe-se constatar que se cuida de um controle predominantemente preventivo, ou seja, que tem por objeto atos normativos (leis, regimentos parlamentares e tratados e convenções internacionais) ainda em fase de elaboração [...], já que o próprio Conselho considera constitucionais leis que invadem o domínio regulamentar, limitando-se, estritamente, a autorizar o Governo a sua alteração por decreto. [...] Na medida em que se trata de controle realizado, basicamente, durante o transcurso legislativo, [...], é inegável a sua natureza política, mesmo sendo efetivado por critérios jurídicos e por um órgão integrado por pessoas com formação predominantemente técnico-jurídica, às quais se assegura independênciade atuação. De outro lado, a maior parte das classificações referentes às características e técnicas utilizadas pelos sistemas de controle não se aplicam ao sistema francês, político-preventivo, podendo-se dizer apenas que se trata de controle evidentemente abstrato, já que tem por objeto um ato normativo ainda em formação, reconhecendo-se às decisões de controle, emanadas do Conselho Constitucional, efeitos gerais e vinculantes de todas as demais instituições públicas...”
(RAMOS, Elival da Silva. Controle de Constitucionalidade no Brasil: perspectivas de evolução. São Paulo : Saraiva, 2010, p. 133 a 135)
CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS
DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE QUANTO:
-	à natureza:		político ou jurisdicional
-	ao momento:		preventivo ou repressivo
-	ao processo:		difuso ou concentrado
			modelo francês, jurídico-político
-	ao alcance subjetivo:		inter partes ou erga omnes
-	ao objetivo temporal:		ex tunc, ex nunc ou pro futuro
-	ao objetivo material:		material (conteúdo da norma) e 
formal (processo de elaboração/ 
revisão da norma)
BREVE HISTÓRICO DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL
CONSTITUIÇÃO POLÍTICA DO IMPÉRIO DO BRASIL, de 25 de março de 1824
-	outorgada por D. Pedro I, após dissolver, por divergência políticas, a Assembleia Constituinte convocada por ele próprio
-	estabeleceu a quadripartição do Poder (o Imperador, como detentor privativo do Poder Moderador, sobrepunha-se aos demais Poderes da Nação)
-	não estabeleceu controle jurisdicional de constitucionalidade das leis, mas atribuiu à Assembleia Geral, a competência para fazer as leis, interpretá-las, suspendê-las ou revoga-las, e para zelar pela guarda da Constituição
-	era semi-rígida, pois ela mesma disciplinava que ela continha normas constitucionais e não constitucionais, as quais poderiam ser alteradas “...alterado sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias...”
Art. 15. E' da attribuição da Assembléa Geral
VIII. Fazer Leis, interpretal-as, suspendel-as, e rovogal-as.
IX.Velar na guarda da Constituição, e promover o bem geral do Nação.
Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organisação Politica, e é delegado privativamente ao Imperador, como Chefe Supremo da Nação, e seu Primeiro Representante, para que incessantemente vele sobre a manutenção da Independencia, equilibrio, e harmonia dos mais Poderes Politicos.
Art. 173. A Assembléa Geral no principio das suas Sessões examinará, se a Constituição Politica do Estado tem sido exactamente observada, para prover, como fôr justo.
Art. 174. Se passados quatro annos, depois de jurada a Constituição do Brazil, se conhecer, que algum dos seus artigos merece roforma, se fará a proposição por escripto, a qual deve ter origem na Camara dos Deputados, e ser apoiada pela terça parte delles.
Art. 175. A proposição será lida por tres vezes com intervallos de seis dias de uma á outra leitura; e depois da terceira, deliberará a Camara dos Deputados, se poderá ser admittida á discussão, seguindo-se tudo o mais, que é preciso para formação de uma Lei.
Art. 176. Admittida a discussão, e vencida a necessidade da reforma do Artigo Constitucional, se expedirá Lei, que será sanccionada, e promulgada pelo Imperador em fórma ordinaria; e na qual se ordenará aos Eleitores dos Deputados para a seguinte Legislatura, que nas Procurações lhes confiram especial faculdade para a pretendida alteração, ou reforma.
Art. 177. Na seguinte Legislatura, e na primeira Sessão será a materia proposta, e discutida, e o que se vencer, prevalecerá para a mudança, ou addição á Lei fundamental; e juntando-se á Constituição será solemnemente promulgada.
Art. 178. E' só Constitucional o que diz respeito aos limites, e attribuições respectivas dos Poderes Politicos, e aos Direitos Politicos, e individuaes dos Cidadãos. Tudo, o que não é Constitucional, póde ser alterado sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinarias.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL,de 24 de fevereiro de 1891
-	primeira Constituição da República, e extinguiu o Poder Moderador e dispôs sobre a tripartição do Poder
-	a Constituição provisória, publicada pelo Decreto nº 510, de 22 de junho de 1890, atribuiu ao Supremo Tribunal Federal competência para examinar a constitucionalidade de leis e atos do Poder Público (a legislação infraconstitucional organizou a Justiça Federal e dispôs dos recursos ao Supremo em matéria de constitucionalidade)
-	dispôs sobre a competência, não privativa, do Congresso Nacional para velar pela guarda da Constituição;
-	possibilitou recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal das sentenças das Justiças dos Estados em última instância, validadoras de leis e atos dos governos dos Estados em face da Constituição ou de leis federais
-	a Emenda Constitucional de 3 de setembro de 1926 concedeu competência a todos os tribunais para decidir sobre a constitucionalidade das leis federais, aplicando-as ou não ao caso concreto (instaurou-se, normativamente, o controle difuso de constitucionalidade)
Art 35 - Incumbe, outrossim, ao Congresso, mas não privativamente: 
1º) velar na guarda da Constituição e das leis e providenciar sobre as necessidades de caráter federal; 
Art 59 - Ao Supremo Tribunal Federal compete: 
I - processar e julgar originária e privativamente: 
a) o Presidente da República nos crimes comuns, e os Ministros de Estado nos casos do art. 52; 
b) os Ministros Diplomáticos, nos crimes comuns e nos de responsabilidade; 
c) as causas e conflitos entre a União e os Estados, ou entre estes uns com os outros; 
d) os litígios e as reclamações entre nações estrangeiras e a União ou os Estados; 
e) os conflitos dos Juízes ou Tribunais Federais entre si, ou entre estes e os dos Estados, assim como os dos Juízes e Tribunais de um Estado com Juízes e Tribunais de outro Estado. 
II - julgar, em grau de recurso, as questões resolvidas pelos Juízes e Tribunais Federais, assim como as de que tratam o presente artigo, § 1º, e o art. 60; 
III - rever os processos, findos, nos termos do art. 81. 
§ 1º - Das sentenças das Justiças dos Estados, em última instância, haverá recurso para o Supremo Tribunal Federal: 
a) quando se questionar sobre a validade, ou a aplicação de tratados e leis federais, e a decisão do Tribunal do Estado for contra ela; 
b) quando se contestar a validade de leis ou de atos dos Governos dos Estados em face da Constituição, ou das leis federais, e a decisão do Tribunal do Estado considerar válidos esses atos, ou essas leis impugnadas. 
Art 60 - Compete aos Juízes ou Tribunais Federais, processar e julgar: 
a) as causas em que alguma das partes fundar a ação, ou a defesa, em disposição da Constituição federal; 
b) todas as causas propostascontra o Governo da União ou Fazenda Nacional, fundadas em disposições da Constituição, leis e regulamentos do Poder Executivo, ou em contratos celebrados com o mesmo Governo; 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DOS
 ESTADOS UNIDOS DO BRASIL, de 16 de julho de 1934
-	manteve o controle difuso de constitucionalidade inaugurado pela Emenda Constitucional de 3 de setembro de 1926
-	atribuiu competência ao Supremo Tribunal Federal para suspender, total ou parcialmente, a execução de lei ou ato, deliberação ou regulamento declarados inconstitucionais pelo Poder Judiciário;
-	criou a ação direta de inconstitucionalidade, instrumento do controle concentrado de constitucionalidade, ao impor ao Procurador-Geral da República competência para provocar o Supremo Tribunal Federal para se manifestar acerca da constitucionalidade de lei, para defesa de princípios constitucionais especificados
-	instituiu quórum de maioria absoluta dos componentes do órgão colegiado para a declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato do Poder Público
-	criou o mandado de segurança, para a defesa de direito certo e incontestável, violado ou ameaçado de violação por ato manifestamente inconstitucional ou ilegal de autoridade
Art 12 - A União não intervirá em negócios peculiares aos Estados, salvo: 
V - para assegurar a observância dos princípios constitucionais especificados nas letras a a h , do art. 7º, nº I, e a execução das leis federais; 
VI - para reorganizar as finanças do Estado que, sem motivo de força maior, suspender, por mais de dois anos consecutivos, o serviço da sua dívida fundada; 
§ 1º - Na hipótese do nº VI, assim como para assegurar a observância dos princípios constitucionais (art. 7º, nº I), a intervenção será decretada por lei federal, que lhe fixará a amplitude e a duração, prorrogável por nova lei. A Câmara dos Deputados poderá eleger o Interventor, ou autorizar o Presidente da República a nomeá-lo. 
§ 2º - Ocorrendo o primeiro caso do nº V, a intervenção só se efetuará depois que a Corte Suprema, mediante provocação do Procurador-Geral da República, tomar conhecimento da lei que a tenha decretado e lhe declarar a constitucionalidade. 
Art 76 - A Corte Suprema compete: 
III - em recurso extraordinário, as causas decididas pelas Justiças locais em única ou última instância: 
a) quando a decisão for contra literal disposição de tratado ou lei federal, sobre cuja aplicação se haja questionado; 
b) quando se questionar sobre a vigência ou validade de lei federal em face da Constituição, e a decisão do Tribunal local negar aplicação à lei impugnada
Art 91 - Compete ao Senado Federal: 
IV - suspender a execução, no todo ou em parte, de qualquer lei ou ato, deliberação ou regulamento, quando hajam sido declarados inconstitucionais pelo Poder Judiciário; 
Art 113 - A Constituição assegura a brasileiros e a estrangeiros residentes no País a inviolabilidade dos direitos concernentes à liberdade, à subsistência, à segurança individual e à propriedade, nos termos seguintes: 
33) Dar-se-á mandado de segurança para defesa do direito, certo e incontestável, ameaçado ou violado por ato manifestamente inconstitucional ou ilegal de qualquer autoridade. O processo será o mesmo do habeas corpus, devendo ser sempre ouvida a pessoa de direito público interessada. O mandado não prejudica as ações petitórias competentes. 
Art 179 - Só por maioria absoluta de votos da totalidade dos seus Juízes, poderão os Tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato do Poder Público.
CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL,
de 10 de novembro de 1937
-	outorgada por Getúlio Vargas, que assumira o poder em 3 de novembro de 1930, conhecida como Polaca, inaugurou o Estado Novo (auge do movimento facista-nazista europeu) e a ditadura de Vargas, que perduraria até 29 de outubro de 1946;
-	embora com viés democrático, na realidade nunca foi promulgada, pois continha dispositivo que previa a realização de um plebiscito regulado por decreto do Presidente, que nunca foi editado 
-	o Getúlio Vargas governou à base de Decretos-Lei (vide, como exemplo, a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, o Código Penal, e o Código de Processo Penal)
-	o Presidente poderia submeter a decisão judicial sobre a inconstitucionalidade ao Parlamento (na realidade, inexistiu um controle de constitucionalidade)
Art 76 - Os atos oficiais do Presidente da República serão referendados pelos seus Ministros, salvo os expedidos no uso de suas prerrogativas, os quais não exigem referenda.
Art 96 - Só por maioria absoluta de votos da totalidade dos seus Juízes poderão os Tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou de ato do Presidente da República. 
Parágrafo único - No caso de ser declarada a inconstitucionalidade de uma lei que, a juízo do Presidente da República, seja necessária ao bem-estar do povo, à promoção ou defesa de interesse nacional de alta monta, poderá o Presidente da República submetê-la novamente ao exame do Parlamento: se este a confirmar por dois terços de votos em cada uma das Câmaras, ficará sem efeito a decisão do Tribunal
Art 101 - Ao Supremo Tribunal Federal compete: 
III - julgar, em recurso extraordinário, as causas decididas pelas Justiças locais em única ou última instâncias: 
a) quando a decisão for contra a letra de tratado ou lei federal, sobre cuja aplicação se haja questionado; 
b) quando se questionar sobre a vigência ou validade da lei federal em face da Constituição, e a decisão do Tribunal local negar aplicação à lei impugnada; 
c) quando se contestar a validade de lei ou ato dos Governos locais em face da Constituição, ou de lei federal, e a decisão do Tribunal local julgar válida a lei ou o ato impugnado; 
d) quando decisões definitivas dos Tribunais de Apelação de Estados diferentes, inclusive do Distrito Federal ou dos Territórios, ou decisões definitivas de um destes Tribunais e do Supremo Tribunal Federal derem à mesma lei federal inteligência diversa. 
Art 187 - Esta Constituição entrará em vigor na sua data e será submetida ao plebiscito nacional na forma regulada em decreto do Presidente da República
“...A Constituição do Estado-Novo, autoritária e outorgada, inferiorizou a decisão dos tribunais sobre a declaração de inconstitucionalidade ao sujeitar a matéria a um reexame pelo Parlamento. Tal ocorria quando o Presidente da República julgasse a lei ‘necessária ao bem-estar do povo, à promoção ou defesa de interesse nacional de alta monta’ (art. 96, parágrafo único). Por dois terços de votos de cada um das Câmara, o órgão legislativo poderia invalidar a decisão judiciária, fazendo assim eficaz a lei inconstitucional (‘idem’)...” — (BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. São Paulo : Malheiros, 2009, p. 297)
CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL,
de 18 de setembro de 1946
-	primeira Constituição pós-Segunda-Guerra Mundial, reinaugurou, no país, o processo de democratização
-	assentou ou controle difuso de constitucionalidade
-	outorgou competência ao Supremo Tribunal Federal para, em recurso extraordinário, julgar as causas decididas em única ou última instância por outros juízes ou tribunais, quando validassem leis inferiores em face da Constituição ou de lei federal
-	previu a ação direta de constitucionalidade (controle concentrado), mas para defesa de princípios constitucionais especificados (forma republicana representativa; independência e harmonia dos Poderes) contra atos dos Governos dos Estados – ação direta interventiva
-	manteve o quórum de maioria absoluta para a declaração de inconstitucionalidade
-	manteve a competência do Senado Federal para suspender, no todo ou em parte, lei ou ato declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal
Art 7º - O Governo federal não intervirá nos Estados salvo para: 
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios: 
a) forma republicana representativa; 
b) independência e harmonia dos Poderes; 
Art 64 - incumbe ao Senado Federal suspender a execução, no todo ou em parte,de lei ou decreto declarados inconstitucionais por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.
Art 101 - Ao Supremo Tribunal Federal compete: 
III - julgar em recurso extraordinário as causas decididas em única ou última instância por outros Tribunais ou Juízes: 
a) quando a decisão for contrária a dispositivo desta Constituição ou à letra de tratado ou lei federal; 
b) quando se questionar sobre a validade de lei federal em face desta Constituição, e a decisão recorrida negar aplicação à lei impugnada; 
c) quando se contestar a validade de lei ou ato de governo local em face desta Constituição ou de lei federal, e a decisão recorrida julgar válida a lei ou o ato; 
d) quando na decisão recorrida a interpretação da lei federal invocada for diversa da que lhe haja dado qualquer dos outros Tribunais ou o próprio Supremo Tribunal Federal. 
Art 200 - Só pelo voto da maioria absoluta dos seus membros poderão os Tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou de ato do Poder Público.
A Emenda Constitucional nº 16, de 26 de novembro de 1965 (já no governo militar instaurado no país em março de 1964), alterou as disposições do artigo 101 da Constituição Federal de 1946, disciplinando a ação direta de inconstitucionalidade, dizendo competir originariamente ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar “...a representação contra inconstitucionalidade de lei ou ato de natureza normativa, federal ou estadual, encaminhada pelo Procurador-Geral da República...” (Emenda Constitucional nº 16/65, art. 2º).
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, 15 de março de 1967
(com alteração pela Emenda Constitucional nº 1/1969)
--	aprovado pelo Congresso Nacional com base em projeto elaborado pela Presidência da República
--	ofertou amparo ao governo militar de 1964 
--	alterada pela Emenda Constitucional nº 1, de 17 de outubro de 1969
-	a Constituição de 1967, com a EC 1/69, é denominada Constituição de 1969
-	a Constituição de 1969 foi outorgada já na vigência do Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968 - AI - 5
“...A estrutura básica da Carta de 67, portanto, adveio do projeto presidencial, redigido pelo então Ministro da Justiça Carlos Medeiros da Silva, no dizer de Vamireh Chacon, “um dos principais colaboradores de Francisco de Campos na Constituição tecnicista-corporativa do Estado Novo”, obtendo-se como resultado um texto que, embora herdeiro das tradições democráticas de nosso constitucionalismo, exala autoritarismo em diversas passagens. No que tange ao sistema de controle de constitucionalidade de leis e atos normativos, persistiu a dominância da característica judiciária-repressiva, preservado o instituto do veto por inconstitucionalidade (art. 62 § 1º). E, em sede de fiscalização jurisdicional, manteve-se a difusão, associada ao método incidental de controle, com o temperamento trazido pela presença da ação direta genérica declaratória de inconstitucionalidade. Destarte, na via incidental, o acesso ao Supremo Tribunal Federal continuou franqueado, essencialmente, por meio do recurso extraordinário [...]. As decisões objeto de recurso extraordinário poderiam ser provenientes de quaisque outros tribunais ou juízes, abrangidos, portanto, os tribunais e juízes federais [...]. Em relação à declaração de inconstitucionalidade no âmbito dos tribunais, de igual modo permaneceu a condição de eficácia do voto da maioria absoluta de seus integrantes (art. 111), sendo a disposição também aplicável ao controle em via principal, ao ensejo do julgamento das ações diretas genéricas, bem como à declaração de inconstitucionalidade para efeito de intervenção federal...” — (RAMOS, Elival da Silva. Controle de Constitucionalidade no Brasil: perspectivas de evolução. São Paulo : Saraiva, 2010, p. 214 a 216)
Art 45 - Compete ainda privativamente, ao Senado: 
IV - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei ou decreto, declarados inconstitucionais. por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; 
Art 46 - Ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, cabe dispor, mediante lei, sobre todas as matérias de competência da União, especialmente: 
I - os tributos, a arrecadação e distribuição de rendas; 
II - o orçamento; a abertura e as operações de crédito; a divida pública; as emissões de curso forçado; 
III - planos e programas nacionais, regionais e orçamentos plurianuais; 
IV - a criação e extinção, de cargos públicos e fixação :dos respectivos vencimentos; 
V - a fixação das forças armadas para o tempo de paz; 
VI - os limites do território nacional; o espaço aéreo; os bens do domínio da União; 
VII - a transferência temporária da sede do Governo da União; 
VIII - a concessão de anistia. 
Art 62 - Nos casos do art. 46, a Câmara na qual se concluiu a votação enviará o projeto ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. 
Art 111 - Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros, poderão os Tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato do Poder Público.
Art 114 - Compete ao Supremo Tribunal Federal: 
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas, em única ou última instância, por outros Tribunais, quando a decisão recorrida: 
a) contrariar dispositivo desta Constituição ou negar vigência a tratado ou lei federal; 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
c) julgar válida lei ou ato do Governo local, contestado em face da Constituição ou de lei federal; 
d) dar à lei federal interpretação divergente da que lhe haja dado outro Tribunal ou o próprio Supremo Tribunal Federal
§ 1º - Se o Presidente da República julgar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á, total ou parcialmente, dentro de dez dias úteis, contados, daquele em que o receber, e comunicará dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal, os motivos do veto. Se a sanção for negada quando estiver finda a sessão legislativa, o Presidente da República publicará o veto. O veto parcial deve abranger o texto de artigo,. parágrafo, inciso, item, número ou alínea. 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, de 5 de outubro de 1988
-	ao lado da Constituição de 1946, considerada uma das mais democráticas 
-	em matéria de controle de constitucionalidade, representa um avanço para o ordenamento brasileiro
-	ampliou o número de legitimados para ativos para ingressar com a ação direta de inconstitucionalidade
-	introduziu o controle concentrado de inconstitucionalidade por omissão
-	criou o mandado de injunção
-	autorizou aos Estados um sistema de controle de constitucionalidade de leis e de atos normativos estaduais ou municipais em face de suas Constituições
-	instituiu a ação declaratória de constitucionalidade (EC nº 3/1993)
-	criou a argüição de descumprimento de preceito fundamental - ADPF
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; 
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: 
a) contrariar dispositivo desta Constituição; 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: 
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV a Mesa de Assembléia Legislativaou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
§ 1º - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.
§ 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
§ 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA
DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL
-	quanto à natureza
— político:	materializado ainda na fase do processo legislativo, pelas Comissões Permanentes de Constituição e Justiça das Casas do Parlamento (pelo princípio da simetria, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais de Vereadores também possuem Comissão Permanente com a finalidade de deliberar sobre a constitucionalidade dos proposições em trâmite das Casas). E também se processa por intermédio do Veto assentado pelo Chefe do Executivo à proposição aprovada pelo Poder Legislativo, se entendê-la inconstitucional ou perniciosa ao interesse público
— judicial:	competência privativa dos órgãos do Poder Judiciário (juízes, tribunais), por via das ações declaratórias de inconstitucionalidade (inclusive por omissão), das declaratórias de constitucionalidade, das arguições de descumprimentos de preceitos fundamentais, e dos mandados de injunção
-	quanto ao momento
— preventivo:	efetuado ainda no processo legislativo, por manifestação das respectivas Comissões Permanentes de Constituição e Justiça, e por meio do instituto Veto, exarado pelo Chefe do Executivo à proposição aprovada pelo Poder Legislativo, se entendêla inconstitucional ou contrária ao interesse público
— repressivo:	se processa após a promulgação da lei, e por intermédio dos órgãos do Poder Judiciário (juízes, tribunais), e tanto pode acontecer difusamente pela via de exceção/defesa (incidenter tantum), ou pela via da ação (concentrado, abstrato, geral).
-	quanto ao processo
— incidental:	proposto incidentalmente no curso de ação cujo objeto central não se trata da constitucionalidade da lei questionada
— principal:	quando o objeto, o mérito, da ação é a própria constitucionalidade da lei impugnada em abstrato
-	quanto ao alcance subjetivo
— inter partes:	os efeitos da decisão alcançam apenas as partes que litigaram in concreto, não invalidando a aplicação da mesma lei a outras partes não atuantes no processo em que se decidiu a causa
— erga omnes:	os efeitos da lei declarada inconstitucional irradiam-se a todos, independemente de terem ou não litigados nos autos em que se decidiu a causa, e isso acontece quando o Supremo Tribunal Federal declara a inconstitucionalidade nas ações genéricas de inconstitucionalidade (inclusive por omissão) ou nas declaratórias de constitucionalidade (julgando-as improcendentes) ou quando o Senado suspende, total ou parcialmente, os efeitos da lei julgada inconstitucional pelo Supremo pela via incidental.
-	quanto ao objetivo temporal
— ex tunc:	os efeitos da decisão retroagem à criação da lei. No controle concentrado, quando a decisão se faz abstratamente, a decisão da Alta Corte elimina imediatamente a eficácia da lei, retirando-a do ordenamento. Na via incidental, difusa, a lei impugnada continua vigente e aplicável a outros casos, são se o Senado suspender, no todo ou em parte a sua eficácia (nessa hipótese, a decisão do órgão do Parlamento possui eficácia a partir de então).
— ex nunc:	quando o Senado suspende, total ou parcialmente, os efeitos da lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal pela via difusa, incidental, os efeitos da decisão senatorial irradiam-se a partir dessa sua decisão; assim também quando o Supremo Tribunal Federal, no uso de suas prerrogativas (art. 27, da Lei Federal nº 9.868/1999), module os efeitos da decisão que definiu pela inconstitucionalidade da lei (seja pela via concentrada seja pela via difusa), de decida que os efeitos dar-se-ão a partir de agora.
— pro futuro:	quando o Supremo Tribunal Federal decide que, os efeitos da decisão que declarou a inconstitucionalidade da lei somente valerão a partir de momento certo por ele definido.
LEI FEDERAL Nº 9.868, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1999
Dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal.
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
-	quanto ao alcance objetivo material
— material:	quando o objeto da ação questiona a inconstitucionalidade da lei em razão de seu contraste com texto ou princípios (implícitos ou explícitos) da Constituição
— formal:	quando se questiona a inconstitucionalidade da lei por razões vinculadas ao processo legislativo de sua elaboração, que constrata com disposições da Constituição.
Referências bibliográficas
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 28ª ed. —São Paulo : Malheiros, 2013
RAMOS, Elival da Silva. Controle de Constitucionalidade no Brasil: perspectivas e evolução. — São Paulo : Saraiva, 2010
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 21ª ed. — São Paulo : Malheiros, 2002
_______. Aplicabilidade das normas constitucionais. 8ª ed. — São Paulo : Malheiros, 2012
TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional. 2ª ed. — São Paulo : Saraiva, 2002,
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