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Aula 4 Moderna teoria do conflito

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Introdução
É comum as pessoas confundirem conflito com discussões, brigas e violência, até mesmo porque muitas situações conflituosas acabam em atos de violência.
Mas você sabe o que é conflito? Esta aula criará condições para que possa refletir sobre esse tema. Vamos lá?
Objetivos
Explicar o que é o conflito para o mediador;
Contrastar as diferentes abordagens de conflito;
Analisar a postura do mediador frente ao conflito.
Conflito
Você sabe o que é um conflito?
Em geral, conflito pode ser definido como um desentendimento entre duas ou mais pessoas sobre um tema de interesse comum. Conflitos representam a dificuldade de lidar com as diferenças nas relações e nos diálogos, associada a um sentimento de impossibilidade de coexistência de interesses, necessidades e formas de abordar o mesmo tema.
Comecemos nosso estudo sobre o conflito com Remo Entelman. Segundo ele, “O conceito de conflito aparece no discurso político-social há cerca de uns 500 anos antes de Cristo. Se desenvolve através do tempo em pensadores que trabalham com uma ampla gama de disciplinas. A abordagem dos conflitos aparece nos mais afastados pontos do planeta e da História (Kautylia, na Índia, Al Ramein Ibn Kaldum – pensador árabe do século XIII; Heráclito, Maquiavel) e nos últimos dois séculos [o autor se refere aos Séculos XVIII e XIX], a partir de vários economistas”.
Entelman (2005) acrescenta: “Por seu lado, as ideologias fizeram do conflito seu objeto em dois grandes ramos do que hoje se chama ideologia do conflito: o marxismo por um lado, e o darwinismo pelo outro.” Para este autor (Entelman, 2005), o conflito traz, a princípio, uma posição rígida de intransigência, acompanhada, inicialmente, de um interesse real oculto das partes nele envolvidas. Cabe ao mediador tentar realizar a sua descoberta. Segundo o autor, não existe uma teoria do conflito que seja realmente um pensamento novo e sistemático. O que há é uma generalização de conhecimentos que formularam outros para descrever pressupostos concretos sobre esse tema.
Atenção
Segundo o Manual de Mediação Judicial (2013), conflito pode ser definido como um processo ou estado em que duas ou mais pessoas divergem em razão de metas, interesses ou objetivos individuais percebidos como mutuamente incompatíveis.
Moderna teoria do conflito
Se pedissem para você dizer o que lhe vem à mente quando escuta a palavra conflito, provavelmente, alguns destes significados poderiam ser pensados
Guerra
Briga
Raiva
Perda
Disputa
Violência
Tristeza
Agressão
Processo
Continuando a nossa conversa, pediria, agora, que você pensasse nas possibilidades para resolver um conflito. Novamente, poderia arriscar que uma de suas respostas poderia ser:
Atribuir culpa
Responsabilizar
Reprimir
Julgar
Analisar fatos
Comportamentos
Diante de tais reações, poder-se-ia sustentar que o conflito sempre consiste em um fenômeno negativo nas relações humanas. No entanto, constata-se que, do conflito, podem surgir mudanças e resultados positivos. É a partir dessa possibilidade de perceber o conflito de forma positiva que surge uma das principais alterações da chamada moderna teoria do conflito. Percebendo o conflito como um fenômeno natural nas relações, é possível vê-lo de forma positiva.
Continuando a nossa conversa, pediria, agora, que você pensasse nas possibilidades para resolver um conflito. Novamente, poderia arriscar que uma de suas respostas poderia ser:
Atribuir culpa
Responsabilizar
Reprimir
Julgar
Analisar fatos
Comportamentos
Diante de tais reações, poder-se-ia sustentar que o conflito sempre consiste em um fenômeno negativo nas relações humanas. No entanto, constata-se que, do conflito, podem surgir mudanças e resultados positivos. É a partir dessa possibilidade de perceber o conflito de forma positiva que surge uma das principais alterações da chamada moderna teoria do conflito. Percebendo o conflito como um fenômeno natural nas relações, é possível vê-lo de forma positiva.
O que saber sobre conflitos
De acordo com Seidel (2007), podemos refletir sobre algumas questões em relação aos conflitos. Vamos a elas:
Como você percebeu, o conflito não é um impedimento para chegarmos à paz. Mas, para construirmos uma cultura de paz (em nossa terceira aula, falamos de Marshall Rosenberg), será preciso mudar nossas crenças, atitudes e comportamentos em relação ao conflito. Uma educação para a paz envolve, necessariamente, reconhecer o conflito e pensar em modos criativos e não destrutivos de resolvê-lo. Para isso, segundo Seidel (2007), temos três possibilidades:
A prevenção do conflito: desenvolvimento de uma percepção à presença ou possibilidade de violência e injustiça, como um sistema de alerta, e a capacidade de analisar o que pode estar ocorrendo;
A resolução do conflito: o enfrentamento do problema e a busca de mecanismos adequados para isso;
A transformação: estratégias para mudança, reconciliação e construção de relações positivas
Saiba mais
Você já percebeu que é essa transformação que o mediador busca em uma mediação. Para entendermos um pouco mais sobre os conflitos, vamos à espiral ou escalada do conflito.
Manejo do conflito
Agora que você já conhece as formas construtivas e destrutivas de resolução de conflitos, vejamos como manejá-los. A mudança de foco na evolução da resolução (baseada na imposição, pela força e pelo poder para uma busca de solução que identifique os interesses das pessoas envolvidas e a possibilidade de atendê-las) levou a uma mudança de foco da preocupação com o resultado do problema para uma preocupação com as pessoas e suas relações
Saiba mais
Autores como Kilmann e Thomas (1975), citados no Curso de Mediação de conflitos (2009), chamam a atenção para o fato de que o manejo dos conflitos envolve os processos de: comunicação, percepção, atitudes para com o outro e orientação para o resultado do problema. Esses processos determinam duas formas de manejo dos conflitos: competição e colaboração.
Veja aqui como essas formas podem ser representadas.
Classificação de conflito
Desenvolvendo um pouco mais nosso conhecimento sobre os conflitos, devemos saber que eles têm várias classificações importantes a serem observadas. Podemos dividi-los, segundo Redorta (2007), em:
Além disso, para os mediadores, os conflitos também podem ser divididos em quatro espécies. Ainda, tais espécies podem ocorrer de forma cumulativa em determinadas situações. São elas:
Conflitos de valores
Conflitos de informação
Conflitos estruturais
Conflitos de interesses
Conflitos de valores
Ocorrem entre pessoas que têm modos diferentes de vida ou critérios divergentes de como avaliar comportamentos. Os valores surgem como uma expressão cultural específica das necessidades, das motivações básicas e dos requisitos do desenvolvimento comuns a todos os seres humanos, que podem ser exemplificados pelas diferenças morais, éticas, religiosas etc. As diferenças reais ou percebidas em termos de valores não levam necessariamente ao conflito. Este surge apenas quando são impostos valores aos grupos ou quando se impede que os grupos mantenham os seus sistemas de valores (ONU,2001).
Conflitos de informação
Envolve a falta de informação e a informação errônea, assim como pontos de vista diferentes sobre os dados que são relevantes, a interpretação desses dados e como é feita a avaliação (ONU,2001). Podem decorrer da sonegação de dados ou de mensagens mal compreendidas, podendo a informação ser distorcida ou ter uma conotação negativa.
Conflitos estruturais
São causados pela distribuição desigual ou injusta do poder e dos recursos. Limitações de tempo, padrões de interação destrutivos e fatores geográficos ou ambientais desfavoráveis (ONU,2001).
Conflitos de interesses
São aqueles que envolvem a concorrência real ou percebida de interesses em relação aos recursos, à forma de resolver uma disputa ou às percepções de confiança e equidade (ONU,2001).

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