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Direito de Empresa I aulas 11, 12, 14 e 15

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O ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
Conceito de estabelecimento empresarial
- Estabelecimento empresarial é o conjunto de bens (como máquinas, marca, tecnologia, imóvel etc) que o empresário (ou sociedade empresária) reúne para a exploração da atividade econômica ( artigo 1.142 do Código Civil
- é elemento indissociável da empresa
- o empresário, para desempenhar as suas atividades, organiza o conjunto de bens (estabelecimento empresarial) para explorar a sua atividade econômica
- o empresário ou sociedade empresária podem ser titulares de mais de 1(um) estabelecimento empresarial ( o mais importante é a sede e os demais são “filiais”, “agências” ou “sucursais” (artigo 1.000 do CC)
Conceito de fundo de empresa
- fundo de empresa é também denominado “aviamento” ou “goodwill of trade”
- ao organizar o estabelecimento, o empresário agrega aos bens reunidos um sobrevalor, isto é, o conjunto de bens organizado alcança, no mercado, um valor superior à simples soma de cada um deles separado. Trata-se do preço da organização 
- Fundo de empresa é o valor agregado ao estabelecimento comercial em razão da sua organização
- o direito protege o estabelecimento comercial, visando preservar o investimento realizado na organização da empresa
Diferença entre fundo de empresa e estabelecimento empresarial
- o fundo empresarial é um atributo do estabelecimento empresarial
- o estabelecimento empresarial é o conjunto de bens que o empresário reúne para explorar uma atividade econômica
- fundo de empresa é o valor agregado ao referido conjunto (estabelecimento empresarial) em razão da mesma atividade
Espécies de estabelecimento empresarial
- Estabelecimento físico : é o estabelecimento tradicional, tangível fisicamente
- Estabelecimento virtual : é fruto da evolução tecnológica. O estabelecimento tem acesso exclusivo via transmissão e recepção eletrônica de dados (internet)
Natureza jurídica
- diversidade de teorias, existindo mais de 9(nove) teorias, que vão desde a personalização do complexo de bens até a negativa de relevância do estabelecimento empresarial para o direito
- Pontos essenciais ( - o estabelecimento empresarial não é sujeito de direito
			 - o estabelecimento empresarial é uma coisa
			 - o estabelecimento empresarial integra o patrimônio do empresário ou sociedade empresária
- o estabelecimento empresarial não pode ser confundido com a sociedade empresária (que é sujeito de direito), nem com a empresa (que é atividade econômica). A empresa é a atividade econômica desenvolvida no estabelecimento empresarial, e não se confunde com o complexo de bens nele reunidos
- o estabelecimento empresarial pode ser alienado, onerado, arrestado ou penhorado, mas a empresa não.
- é propriedade do empresário
Elementos do estabelecimento empresarial
- o estabelecimento empresarial é formado por elementos materiais e imateriais: 
elementos materiais : mercadorias do estoque, mobiliário, utensílios, veículos, maquinarias etc. São tutelados pelo direito de propriedade geral. O direito comercial não possui normas específicas sobre tutela de bens materiais
elementos imateriais : são, principalmente, de 2(dois) :os bens industriais (patente de invenção, de modelo de utilidade, registro de desenho industrial, marca registrada, nome empresarial e título de estabelecimento) e o ponto (local onde se explora a atividade econômica)
- Não são elementos do estabelecimento empresarial : clientela, aviamento e o passivo
Proteção ao ponto empresarial
- é também chamado de “propriedade comercial”
- Ponto é o local onde se encontra o estabelecimento empresarial. Sua proteção decorre de sua importância para o sucesso da empresa.
- A proteção ocorre através do denominado “direito de inerência ao ponto” ( que é um interesse juridicamente protegido, do empresário, relativo à permanência de sua atividade no local onde se encontra estabelecido
- Meio através do qual é exercido o “direito de inerência ao ponto” : quando o empresário é proprietário do imóvel onde ele está estabelecido, então o direito de inerência ao ponto é garantido pelo direito de propriedade; quando o empresário é locatário do imóvel onde está estabelecido, então a proteção é feita pela Lei de locações (Lei 8.245/91) e mais especificamente pelo direito à renovação compulsória (artigo 51 da lei de locações)
- Requisitos das locações empresariais (aquelas que dão direito à inerência ao ponto) – artigo 51 da Lei 8.245/91:
 
contrato escrito por prazo determinado (requisito formal)
mínimo de 5 anos ininterruptos de locação, podendo haver soma de períodos contratuais, desde que contínuos (requisito temporal). Soma dos prazos (accessio temporis) pode ser invocada pelo locatário, ou pelo seu cessionário ou sucessor
exploração da mesma atividade econômica por pelo menos 3 anos ininterruptos (requisito material
- direito de renovação é exercitado através de ação renovatória, que deve ser proposta entre 1ano e 6 meses antes do término do prazo do contrato a renovar (trata-se de prazo decadencial)
- Exceção de retomada : é o direito do proprietário do imóvel locado para uma empresa de retomar a posse direta do imóvel, já que a renovação compulsória (artigo 51 da Lei de Locações) não pode ser incompatível com o exercício do direito de propriedade do locador
- Admite-se a retomada do imóvel em locação empresarial nas seguintes hipóteses (constantes dos artigos 52 e 72, incisos II e III, da Lei de Locações) :
realização de obras no imóvel que importem a sua radical transformação, por exigência do Poder Público
reformas no imóvel, que o valorizem, pretendidas pelo Locador
insuficiência da proposta apresentada pelo locatário na ação renovatória (na ação renovatória o Locatário deverá, em sua petição inicial, apresentar proposta para o prosseguimento da locação)
proposta melhor de terceira pessoa
para uso próprio
transferência de estabelecimento existente há mais de 1 ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente (nessa hipótese, uma vez retomado o imóvel, não poderá ser utilizado para exploração da mesma atividade antes ali realizada pelo Locatário)
- Indenização pela retomada : é prevista no artigo 52, parágrafo 3o, da Lei de Locações para as hipóteses de retomada em razão de proposta melhor de terceiro ou se o locador, no prazo de 3(três) meses da entrega do imóvel não der o destino alegado com razão para a retomada 
- Valor da indenização : a indenização compreende o ressarcimento dos prejuízos e lucros cessantes que tiver o Locatário que arcar com a mudança, perda do lugar e desvalorização do fundo de comércio (artigo 52, parágrafo 3o, da Lei de Locações) 
Direito à inerência ao ponto nos casos de lojas em Shopping Centers
 
- conceito de “shopping center” : se um prédio é constituído de espaços relativamente autônomos, e o proprietário “organiza” a distribuição desses espaços, de forma a loca-los para pessoas interessadas em explorar determinadas atividades econômicas pré-definidas, então existe a figura do “shopping center” 
- o proprietário do shopping center é um empresário (vez que se enquadra na hipótese do caput do artigo 966 do Código Civil), sendo considerado titular de empresa do ramo de “shopping center”
- a lei de locações prevê a livre pactuação das condições de locação para shopping center (artigo 54 da Lei de Locações)
- há também o direito à inerência ao ponto no caso dos shopping centers, inclusive com o direito à renovação compulsória (ação renovatória), conforme artigo 52, parágrafo 2o, da Lei de Locações. 
- Quanto à exceção de retomada em contratos de locação de lojas em shopping, é permitida, com exceção das hipóteses de retomada para uso próprio ou para transferência de estabelecimento existente há mais de 1 ano,sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente (art. 52, parágrafo 2o, da Lei de Locações
Alienação do Estabelecimento Empresarial
- O artigo 1.143 do Código Civil normatiza que o estabelecimento empresarial pode ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, desde que sejam compatíveis com a sua natureza.
- O estabelecimento comercial, como complexo de bens organizados pelo empresário para o exercício da empresa, possui caráter unitário (forma uma universalidade), representado não só pela base física onde funciona a empresa (ponto empresarial), como também por outros elementos materiais ou imateriais, que possuem a capacidade de realizar negócios, atrair clientes e gerar lucros na atividade
- Pelo disposto no artigo em comentário, o estabelecimento empresarial pode ser objeto de negócios jurídicos envolvendo ele próprio, desde que compatível com a sua natureza unitária, universal.
- O estabelecimento pode ser alienado a terceiros (a alienação de estabelecimento empresarial tem o nome de trespasse), como também pode, com todos os seus recursos e elementos, ser objeto de arrendamento (espécie de locação que abrange os bens materiais e imateriais do estabelecimento. O arrendamento também é denominado locação-gerência)
- no trespasse, o estabelecimento empresarial (que é coisa, como já apontado anteriormente), sai do patrimônio de um empresário (alienante) e passa para o de outro empresário (adquirente)
Trespasse e locação empresarial
- a cessão da locação depende da autorização do locador (artigo 13 da Lei de Locações)
- se não houver autorização, pode o Locador, no prazo de 90(noventa) dias a partir da publicação de transferência do estabelecimento (publicação na imprensa oficial, imposta pelo artigo 1.144 do CC), pedir a rescisão da locação, alegando justa causa, com base no artigo 1.148 do CC .
- Pode, ainda, o Locador, na hipótese de cessão da locação sem autorização, pleitear a rescisão do contrato de locação por infração legal ou contratual, na forma do artigo 9o, inciso II, da Lei de Locações). Podendo tal autorização ser tácita se, intimado o Locador sobre a cessão, este não se manifestar formalmente a sua oposição no prazo de 30 dias
Requisitos da alienação de estabelecimento empresarial
- o contrato de alienação do estabelecimento empresarial deve ser levado a registro na Junta Comercial (Registro Público das Empresas Mercantis) e publicado na imprensa oficial ( artigo 1.144 do CC ( caso contrário, tal alienação não produzirá efeitos quanto a terceiros 
- se ao alienante do estabelecimento empresarial não restarem bens suficientes para o pagamento de seu passivo, a eficácia da alienação ficará condicionada ao pagamento de todos os credores ou o consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias de sua notificação ( artigo 1.145 do CC ( se o credor não se opor nos trinta dias que se seguem a sua notificação, o seu silêncio servirá como concordância tácita
- Assim, para uma alienação perfeita (que gera efeitos entre as partes contratantes e em relação a terceiros) são necessários : 
registro da alienação na Junta Comercial
publicação na imprensa oficial
estar o alienante solvente (ter bens suficientes para pagar as suas dívidas) ou o pagamento de todos os credores ou o consentimento expresso ou tácito dos credores
A alienação do estabelecimento e a sucessão
- Sucessão : é a condição do adquirente de estabelecimento empresarial, nos limites da lei, tendo como conseqüência a sua responsabilização pelas dívidas do estabelecimento que adquiriu
- Antes do novo código civil, só existiam 3(três) hipóteses de sucessão : a) se o adquirente do estabelecimento assumisse, no contrato de alienação, o passivo do alienante; b) se a dívida fosse trabalhista e c) se a dívida fosse de natureza fiscal 
- Com o novo código civil, altera-se por completo o tratamento da matéria, com as seguintes regras constantes do artigo 1.145 do CC : 
o adquirente do estabelecimento empresarial responde por todas as obrigações relacionadas ao negócio explorado naquele local, inclusive aquelas anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizadas, isto é, devidamente escrituradas no livro do alienante
o alienante é responsável solidário pelo prazo de um ano, prazo esse que, para as dívidas já vencidas, inicia-se com a publicação da alienação na imprensa oficial e, quanto àquelas que não se venceram antes da alienação, o prazo de um ano conta-se a partir da data de vencimento da dívida
Independentemente de escrituração, é sempre sucessor o adquirente em relação às obrigações trabalhistas e fiscais ligadas ao estabelecimento, conforme artigo 448 da Consolidação das Leis do Trabalho (“A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados”) e artigo 133 do Código Tributário Nacional (“A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir e outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato: I – integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; II – subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de 6(seis) meses, a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão”)
Alienação do estabelecimento e sub-rogação do adquirente 
- Na forma do artigo 1.148 do Código Civil, salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para a exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em 90 dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante
- No caso do contrato de locação do imóvel onde se encontra estabelecida a empresa, há interessante discussão se o artigo 1.148 do Código Civil afastou a incidência, para os contratos de locação empresarial, da necessidade de autorização do Locador para a cessão da locação prevista no artigo 13 da Lei de Locações, valendo ressaltar, para comparação com o prazo de 90 dias concedido pelo artigo 1.148 do CC, que o parágrafo 1o do artigo 13 da Lei de Locações dispõe que “não se presume o consentimento pela simples demora do locador em manifestar formalmente a sua oposição”. Seria caso de aplicação do princípio da especialidade para manter intacta a normatização da lei das locações, que é mais específica que a do código civil ?
- Alienação do estabelecimento empresarial e a cláusula de não-restabelecimento
- Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência ( artigo 1.147 do CC
- Assim, temos que, se não houver cláusula no contrato de alienação que faça previsão diferente, o alienante não poderá fazer concorrência com o adquirente, entendendo-se como não-concorrência a impossibilidade de estabelecer-se no território de abrangência do estabelecimento alienado, de outra empresa desenvolvendo o mesmo ramo de atividade
- O contrato de alienação pode conter cláusula que dispensa ou altera a impossibilidade de restabelecimento constante do artigo 1.147 do CC
- Eventual cláusula contratual que trate de não-restabelecimento deverá fixar prazo determinado para a não-concorrência (impossibilidade de ser por prazo indeterminado) e com a estipulação de território determinado.
- Antes mesmo do início de vigência do artigo 1.147 do CC, a jurisprudência já se firmava no sentido de impedir a concorrênciado alienante de estabelecimento empresarial
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