Buscar

3 Comunicação e Enfermagem

Prévia do material em texto

Comunicação e Enfermagem
Comunicação e o Ser Humano
Os seres humanos têm sentimentos, experiências, acções e reflexões que partilham com os outros através da comunicação. Todas estas vivências tornam o ser humano único e singular pois é o que o diferencia dos outros animais, e criam nele uma necessidade de as transmitir aos outros (está inerente aos comportamentos humanos). 
Com isto podemos afirmar que é na relação (partilha de vivências) que cada indivíduo tem com os outros que ele se constitui pessoa. 
O Homem, através da linguagem comunica o presente. No entanto, devido à complexidade desta e à capacidade intelectual inerente ao Homem é possível inferir factos do passado e prever as projecções do futuro. ( Comunicação não é algo limitado mas sim um sistema aberto que permite às pessoas transporem-se para diversas etapas do tempo (passado, presente e futuro) 
Barreiras de comunicação do doente: 
Surgem em grande parte dos doentes barreiras de comunicação. Em analogia podemos ter em conta o seguinte exemplo: muitas vezes quando estamos com pessoas que não conhecemos ou que nos são menos familiares, em ambientes estranhos ou em novas situações podemos ficar bloqueados a nível da comunicação, isto é, sem à vontade para comunicar. Isto faz com que sejam criados sentimentos como ansiedade e desânimo porque queremos comunicar e não conseguimos e por isso ficamos angustiados e inseguros. 
Transportando esta situação para o doente, poderemos concluir a mesma coisa. Um doente que entra nos serviços hospitalares, mesmo pelo facto de estar lá (que é sinal que a sua saúde não se encontra nas melhores condições), fica exposto ao desconhecido, aos termos científicos que houve falar relativamente a si, o que faz com que ele também fique bloqueado; surge como que uma barreira à sua comunicação, o que o deixa bastante deprimido. 
Doentes com dependência total ou parcial necessitam do enfermeiro para a realização de auto-cuidados (alimentar, dar banho, etc) entre outros. Para isso, há necessidade que se estabeleça uma relação de empatia entre o doente e o enfermeiro uma vez que o último mexe com pontos da pessoa que são privados e podem ser vistos como invasores da privacidade de cada um. Essa relação de empatia referida anteriormente é fundamentalmente conseguida através da COMUNICAÇÃO entre o enfermeiro e o doente. O enfermeiro esforça-se para atingir máximo potencial nas competências dirigidas à comunicação para pôr o doente mais à vontade, mais desinibido. A boa relação de empatia criada entre o enfermeiro e o doente é de extrema importância, não só para a prestação de auto-cuidados como também para a prestação de todos os outros tipos de cuidados para o tratamento da doença.
Comunicação entre o enfermeiro e o paciente
A comunicação entre o enfermeiro e o paciente é de extrema importância para o desenvolvimento de todo o processo de enfermagem pois através dela o enfermeiro pode ter em conta todas as necessidades do doente para que assim possa elaborar um plano de enfermagem adequado e garantir a eficácia dos cuidados prestados. 
Modos diferentes de ver a comunicação na Enfermagem:
�
�
A globalização e os novos paradigmas
Graças à globalização todo o mundo sofreu transformações. A enfermagem não ficou ao lado dessas transformações pois também enfrentou mudanças devido:
Avanços da informática
Divulgação da produção do conhecimento científico
A mercantilização global bem como outras transformações que ocorreram no mundo contemporâneo influenciaram bastante a comunicação humana. 
A mistura de diferentes raças bem como todos os processos resultantes da aculturação criaram nos enfermeiros um sentimento de ansiedade e solidão pois o atendimento das necessidades do doente tornou-se cada vez mais dificultado para a prestação de cuidados de qualidade. 
O enfermeiro deve estar preparado para enfrentar essas dificuldades. É por isso que para ele, hoje em dia, as competências de comunicação são muito valorizadas para que estas atinjam o máximo potencial possível e assim o enfermeiro tire o máximo partido delas para realizar as suas actividades. 
Os processos de mudança que advêm da globalização, sem duvida que condicionam a acção humana. Para ajudar o Homem a entender essas mudanças têm surgido novos paradigmas.
Defende que a comunicação é um processo de construção de modos de realidade social.
Abordagens teóricas da comunicação humana e sua aplicação na enfermagem
Complexidade da comunicação humana 
A actividade humana não pode ser estudada sem ter em conta a COMUNICAÇÃO. 
� 
Teorias Gerais de Comunicação
�
Teoria geral de sistema: aborda a multidisciplina do conhecimento de acordo com o conceito Sistema.
Teoria cibernética: visa a regulação e controlo dos sistemas, focalizando principalmente a natureza do feedback. 
A comunicação é vista como um sistema aberto, isto é, um processo:
Complexo pois as pessoas interagem simultaneamente;
Interdependente;
Adaptativo que envolve o feedback (referencia à aprendizagem, que é um processo de adaptação às circunstancias da vida ( para existir exige comunicação ( sendo o feedback visto como um método da aprendizagem pois permite a correcção daquilo que funcionou menos bem na aprendizagem);
Padronizado do comportamento ( a comunicação faz com que padrões e regras sejam aplicados ao comportamento através de símbolos; 
Hierárquico que inclui subsistemas; 
Orientado em cadeia pois a comunicação tende a estender-se aos outros (comunicação dupla, entre grupos, etc).
Para além disto, a comunicação é também entendida como um PROCESSO DE INTERACÇÃO SIMBÓLICA.
Há que ter em conta que:
A mente, o indivíduo e a sociedade são essências que se relacionam pessoal e interpessoalmente;
A linguagem é a base de interacção entre a mente e o indivíduo;
Os processos sociais do indivíduo só se fundamentam através da mente;
O comportamento da pessoa é condicionado pela situação e meio onde o indivíduo se insere;
A influência das teorias gerais da comunicação nos modelos conceptuais de enfermagem
A definição do conceito de comunicação depende da forma como a Enfermagem é entendida. Por isso surgem criticas do tipo:
Realce da importância da interacção como processo de ressocialização para maximizar a adaptação do doente;
O facto de modelos desenvolvistas não estarem ligados a perspectivas terapêuticas;
O facto da abordagem sistémica analisar o Homem como um organismo com acções padronizadas, organizadas e estruturadas para assim manter um relacionamento funcional com o seu meio. Como já se sabe, a comunicação não abrange apenas este tipo de acções mas sim todo o tipo de acções que o Homem realiza. 
No entanto, a perspectiva interaccionista tem sido muito defendida pois afirma que existe uma relação de interacção entre o técnico de saúde e o doente, interacção esta que advém dum processo recíproco em que cada pessoa se adapta à situação de viver em comunidade com o outro. 
Contextos da comunicação em enfermagem
Segundo as acções de enfermagem, cabe ao enfermeiro ensinar, prestar cuidados e pesquisar. Para isto é necessário o uso da comunicação tendo em conta a sua abordagem especifica, neste caso os contextos da comunicação.
Segundo Rego, a comunicação pode-se processar da seguinte forma:
Comunicação interpessoal, intrapessoal e grupal ( pretende o ajustamento, integração e desenvolvimento;
Comunicação entre organizações e sociedade ( pretende o ajustamento, integração e desenvolvimento ( engloba a comunicação social;
Comunicação inerente aos sistemas tecnológicos das organizações ( basea-se nas teorias de sistema, matemática, física ( estuda aspectos tecnológicos.
Níveis de comunicação: na área da Enfermagem, a autora Porrit debruçou-se sobre este assunto. Ela defendia que os níveis de comunicação dependiam da qualidade da interacção entre os diferentes estratos dum contexto social. No seu ver,esses níveis eram:
�
Teorias da comunicação interpessoal
Objectivo: compreender a natureza do estabelecimento e manutenção das relações de forma a perceber como:
	( A afeição é controlada;
	( Se dá a apresentação aos outros tendo em conta a percepção interpessoal;
	( As pessoas incluídas na interacção se percebem;
	( Ocorre a rejeição ou atracção no relacionamento;
	( Ocorre o conflito social.
Este contexto tem sido o mais estudado no âmbito da enfermagem pois é o mais comum na relação estabelecida entre o Enfermeiro e o paciente. 
Os doentes podem vivenciar uma situação de atracção ou rejeição do enfermeiro com quem estão a lidar. 
Muitos doentes rejeitam a relação interpessoal com o enfermeiro pois tomam comportamentos autoritários e assimétricos. Esta atitude depende do tipo de personalidade do doente, suas experiências e vivências, contexto da situação presente (o facto do doente não aceitar nem compreender o seu estado de saúde, ambiente hospitalar, etc), maneira como o enfermeiro o tratou (se proporciona mal estar ao executar as técnicas da saúde ou se se mostrou frio e desinteressado), etc. 
Por outro lado, são também muitos os doentes que vivenciam uma atracção pelo enfermeiro onde são desenvolvidos sentimentos como simpatia e depende da intimidade entre o doente e o enfermeiro, da dominância e da receptividade de cada um. Estudos revelaram que esta atracção é mais frequente quando os enfermeiros não têm que ir obrigatoriamente para junto do doente prestar cuidados mas sim quando estes vão por livre e espontânea vontade com o objectivo de comunicar. 
É importante conhecer todos estes aspectos para que assim os potenciais máximos da comunicação sejam entendidos pelo enfermeiro com o sentido de garantir assim a máxima eficácia no seu desempenho. 
Teorias da comunicação em pequenos grupos
Têm o objectivo de compreender:
	( Como se desenvolve a natureza da acção quais são as origens do comportamento de grupos;
	( O que motiva a interacção grupal;
	( Como se processa o padrão de resposta de um grupo;
	( Etc…
De acordo comeste contexto social, a comunicação apresenta os seguintes pressupostos:
Os grupos nascem da necessidade da pessoa ampliar os recursos para a realização de objectivos pessoais;
O grupo é um sistema social onde são estabelecidas relações interpessoais dinâmicas de elevado calibre;
�
O grupo é muito importante na vida de um indivíduo, influenciando-o tanto mais quantos maior for a relação de proximidade estabelecida entre os elementos desse grupo;
Cria efeitos positivos e negativos nos grupos
Para que o grupo se mantenha firme ele tem que garantir um bom nível de satisfação aos diferentes elementos do grupo;
Os grupos agem de forma a tirar melhor proveito das recompensas e tentam eliminar os custos do trabalho de grupo; 
O produto final dum grupo depende de: trabalho de cooperação e das relações interpessoais;
A interacção grupal implica a existência de uma comunicação na tarefa e de uma comunicação socioemocional;
No trabalho de grupo, os indivíduos assumem papéis de tarefas e de manutenção;
A natureza da interacção varia com o tempo de acordo com as diferentes fases que o grupo vai passando.
A comunicação em grupo é algo muito importante par a enfermagem. Por exemplo, a comunicação verbal é fundamental no ensino de enfermagem. 
É como um instrumento de análise adequado na identificação de tarefas as quais o grupo se propõe realizar. Isto permite o treino de alunos para o desenvolvimento e organização de sentimentos, habilidades de ouvir e observar, compreensão de sistemas e respostas efectivas e não efectivas, problemas de relacionamento e pessoal. ( Comunicação grupal vista como técnica de ensino. 
Para Belack, a linguagem é um meio para os estudantes organizarem as suas experiências e formularem conhecimentos. 
Estratégias para estimulação da comunicação no grupo: 
Role – playing;
Jogo – permitiu que fosse possível a adaptação e trocas comunicativas entre membros de um grupo constituído por muitos elementos.
Relativamente à assistência, a qualidade da comunicação tem grande influência no grupo terapêutico, principalmente no enfermeiro. 
	
A comunicação em grupo é importante para as recomendações de relevância de trabalho para doentes terminais e seus familiares. 
				
O enfermeiro deve ter em conta as necessidades do doente através do contacto que tem com o doente onde estabelece uma comunicação sem qualquer tipo de bloqueio. 
Teorias da comunicação nas organizações humanas
Organizações podem ser: económicas, de serviços, protectoras, assistência e religiosas.
�
As teorias que tratam da comunicação nas organizações humanas são permeadas pelos seguintes conceitos básicos:
A estrutura das organizações é assegurada pela comunicação central;
A comunicação nas organizações é uma conduta para que sejam atingidos objectivos da organização e dos elementos que a constituem;
A estrutura da organização influencia muito a natureza da comunicação que é afectada por necessidades dos seus membros;
 A autoridade na organização é uma questão de credibilidade da comunicação;
A comunicação é fundamental para a tomada de decisões;
As redes de comunicação surgem durante o processamento de informação. 
Perante todo o tipo de organizações que existem de acordo com as suas funções para a sociedade, inclui-se mais nas normativas.
Todas as actividades dos técnicos de saúde que incluem mais que uma pessoa são asseguradas e regidas pela comunicação.
No âmbito das organizações assiste-se à necessidade da existência de um fluxo de informação (passagem de factos, ideias, sentimentos, restrições) baseado na comunicação que em muitos casos está relacionada com as políticas, regras e rotina.
�
A comunicação pode ser também entendida como:
Comunicação – inclui a comunicação administrativa e a comunicação com o doente
Sistema de comunicação – sistema de comunicação gráfica, audiovisual, sinalização visual, auditiva e mista. 
O êxito de qualquer instituição para atingir os objectivos baseia-se na eficácia dos sistemas de comunicação. ( Os cuidados prestados aos doentes são muito dependentes da eficácia da comunicação.
Teorias de comunicação de massa
Consoante este contexto podem considerar-se algumas características da comunicação:
Tem em conta mensagens públicas com origem de organizações tendo como canal de transmissão fundamental os mídia. 
A “massa” é constituída por muitos indivíduos de vários estratos sociais o que faz variar a audiencia da comunicação.
A difusão das mensagens de massa são conseguidas a partir da combinação entre os agentes mídia e fontes interpessoais.
Os agentes mídia, de qualquer forma influenciam a sociedade.
Meios de comunicação são importantes para promover a educação dos técnicos de saúde bem como estabelecer tratamentos e diagnósticos através da transmissão de imagens. Facilita também a comunicação à distância dos profissionais.
Processos Básicos da Comunicação
Codificação: implica o uso de códigos ou sinais que podem ser verbais ou não verbais para comunicar. É ao longo do desenvolvimento de vida que as pessoas adquirem a capacidade de emitir e receber mensagens codificadas. Em enfermagem, a codificação é um processo permanente, por exemplo na análise de diálogos entre o enfermeiro e o doente durante uma entrevista.
Significado e Pensamento: envolve o significado dos signos para as diferentes pessoas ( conjunto de signos na mensagem é imitida como modo de pensamento. Este processo já está presente em enfermagem nos seguintes aspectos: planeamento da assistência, cuidar, função e papel.
Informação: é fornecida pela mensagem pode ser de cariz:
	( Teórica: correcta transmissão de informação;
	( Semântica: debruçar-se sobre significados para o emissor e receptor;
	( Eficiência: informação sobre o receptor.
Persuasão e Mudanças: revelaos efeitos que a comunicação tem sobre o receptor, isto é, como é que as mensagens modificam as atitudes, acções, valores, formas de pensamento dos receptores. Isto também está presente em Enfermagem por exemplo na educação para a saúde.
Considerações Finais
A comunicação é vista como um elemento fulcral para a prática de enfermagem bem como para as acções do enfermeiro a nível o ensino e pesquisa.
Conceitos teóricos sobre comunicação
Conceito de comunicação
A comunicação é composta por:
( Um emissor – que transmite a informação (mensagem codificada enviada através de um canal)
( Um receptor – é quem recebe a informação. A forma como ele reagir à informação potenciará a resposta. Por sua vez, a resposta estimula um novo ciclo de comunicação onde o receptor e emissor trocam de papel constantemente. 
A COMUNICAÇÃO é vista como: meio de compreensão e partilha de mensagens através de um intercâmbio entre emissor e receptor e ocorre: individualmente, interpessoalmente e em sociedade/grupo. É este intercâmbio que faz com que as pessoas criem imagens de si próprias e das outras pessoas que as rodeiam. Por outras palavras, traduz-se na partilha de necessidades, experiências, ideias, pensamentos e sentimentos com as outras pessoas. 
Elementos do processo de comunicação 
Emissor;
Mensagem;
Comunicação não verbal;
Comunicação verbal;
Canais;
Receptor;
Percepção;
Resposta;
Ambiente.
	( Emissor
É onde a comunicação tem origem. 
É o emissor quem codifica a mensagem, produ-la e emite-a aos outros. 
Essa mensagem pode ser verbal ou não verbal.
	( Mensagem
É aquilo que é codificado, produzido e emitido pelo emissor para os outros. 
Pode ser verbal ou não verbal. 
Tem de ter significado comum para o emissor e receptor.
	( Comunicação não verbal
É referente à linguagem corporal, expressões faciais, gestos, postura, presença de rubor, sudorese, tremores, lágrimas, palidez. 
A comunicação não verbal muitas vezes é validada e confirmada pela verbal. 
	( Comunicação Verbal
É referente às mensagens faladas e escritas (uso da palavra). 
Podemos comunicar apenas com comunicação não verbal. Comunicar só com comunicação verbal não é possível.
Uma vez que se dá por meio de palavras, este tipo de comunicação é muito influenciado pela cultura. Ex: entender os diferentes idiomas. 
	( Canais
Meio pelo qual as mensagens são enviadas.
Podem ser: órgãos dos sentidos (visão, audição, tacto, menos importante é o olfacto e o paladar).
	( Receptor 
É quem recebe a mensagem, isto é, é o destinatário da mensagem e é quem cria a resposta a essa mensagem. 
A criação da resposta implica a descodificação e interpretação da mensagem enviada. 
	( Percepção 
Inclui processos mentais através dos quais os dados do domínio psíquico são organizados logicamente ou segundo o seu significado.
A percepção é relativo ao que uma pessoa pensa da outra envolvendo para isso os seus pensamentos e conhecimentos.
Para um a pessoa comunicar adequadamente tem de compreender o significado da mensagem em todos os seus aspectos.
A percepção é algo muito selectivo pois cada um de nós foca a sua atenção num ou alguns aspectos da mensagem comunicada, formando a partir daí uma imagem ou impressão de algo.
É por isso que o enfermeiro deve desenvolver o conhecimento de si próprio para facilitar a percepção dos sinais verbais e não verbais presentes nas mensagens.
	( Resposta 
É uma reacção do receptor à mensagem enviada pelo emissor que permite concluir se realmente o sentido da mensagem foi entendido ou não.
Relativamente à interacção estabelecida entre o enfermeiro e o doente podemos afirmar que cabe ao enfermeiro certificar-se se o doente efectivamente percebeu a sua mensagem.
Quando uma resposta potência ou estimula o comportamento do outro diz-se que estamos perante uma resposta POSITIVA. Caso contrário, a resposta é NEGATIVA.
O enfermeiro deve ter sempre em conta o aspecto cultural de um indivíduo, as suas origens, crenças, nível de escolaridade, expectativas, ideias, etc, para que assim o doente possa entender o sentido das mensagens enviadas pelo enfermeiro.
	( Ambiente
O ambiente tem um papel importantíssimo na qualidade da comunicação pois as suas condições podem influenciar aspectos físicos e psíquicos dum indivíduo fazendo com que a sua expressão de ideias e sua percepção sejam interferidos.
�
Variáveis na comunicação 
São factores que afectam a comunicação que podem provocar benefícios ou prejuízos a esta.
	( Enfermeiro e paciente
 Faz apologia à comunicação estabelecida entre o enfermeiro e o paciente. O enfermeiro tem de ter em conta todos os seus comportamentos pois todos eles são linguagem para a comunicação.
O enfermeiro deve conhecer bem o doente, conhecer todas as suas características para ver de que modo elas influenciam o doente. 
Muitas vezes o paciente apenas se preocupa com o seu problema de saúde focando apenas este aspecto o que pode dificultar o tratamento e recuperação.
O enfermeiro também deve ter sempre em conta os valores culturais do doente, agindo em muitos casos de acordo com estes para assim respeitar o paciente enquanto ser social. 
	( Linguagem usada 
Deve ser acessível a ambas as partes (enfermeiro e doente) para que assim estes se compreendam mutuamente. Por isso, cabe ao enfermeiro determinar o nível de instrução vocabular do doente para poder estabelecer um limite relativo ao vocábulo usado na linguagem enquanto técnica base da comunicação.
	( Ambiente e Contexto
O ambiente envolve tudo o que rodeia o indivíduo. É uma componente da comunicação bem como uma variável pois condiciona de forma positiva ou negativa esta. 
No entanto, o contexto também é importante pois influencia o modo como a comunicação estimula ou inibe a interacção.
Por outro lado, é necessário frisar que a cultura do doente é importante no sentido de perceber como ele é integrado no contexto da comunicação. 
O ambiente normal do doente deve estar presente aquando do seu recurso aos serviços hospitalares, o que implica a ruptura do medo ao desconhecido, ao Professional que pode executar nele as mais diversas técnicas. 
	( Disponibilidade do enfermeiro e do doente
Disponibilidade do enfermeiro para:
Analisar o plano de actividades diárias bem como determinar qual o momento mais apropriado para atender o doente ou familiares de forma a prestar cuidados e serviços o máximo eficazes;
O doente sempre que este precisar dele. Caso contrário o enfermeiro deve esclarecer ao doente a razão da sua falta de disponibilidade e informa-lo que está disponível outro enfermeiro que o pode substituir. 
Se o enfermeiro disser ao doente que está disponível mas no fundo está a prestar atenção a outro tipo de assunto, então o doente pode sentir-se rejeitado, inferiorizado, etc. no entanto, pode acontecer o contrario. O enfermeiro pode sentir-se rejeitado e desiludido consigo próprio pois não é procurado pelo doente para a prestação de cuidados. Isto ocorre muitas vezes porque o doente pode centrar-se noutros assuntos como estar à espera de uma visita, etc. 
	( Senso de oportunidade do Profissional
Para um enfermeiro prestar qualquer tipo de informação sobre determinado assunto ao doente deve certificar-se se este está realmente pronto para receber tal informação. Por exemplo, o facto de um enfermeiro informar o doente duma técnica que a ele vai ser aplicada quando este está a pensar noutros assuntos, de nada adianta. O enfermeiro deve ser sensível ao doente, certificar-se que ele tem problemas para resolver, que é uma pessoa com vida social e familiar e não um objecto inanimado apenas susceptível a qualquer tratamento de saúde. 
Funções da comunicação
As funções gerais da comunicação são:
Investigação;
Informação; c
Conhecimento de si mesmo e do outro;
Estabelecimento de um relacionamento significativo;
Mudança de atitudese comportamentos;
Satisfação de necessidades de inclusão e afeição.
	( Investigação
Obtenção máxima de informações sobre o paciente e da família que podem ser essenciais ao enfermeiro para definir uma história do doente, e construir depois um plano de enfermagem no sentido de garantir a máxima eficácia dos cuidados a prestar. 
	( Informação
É relativa ao envio e recepção de mensagens de acordo com cada situação.
	( Conhecimento de si mesmo e do outro
Implica uma interacção permanente entre o enfermeiro e o doente para que o primeiro possa conhecer o segundo, o que é indispensável para prestar os cuidados de enfermagem necessários de acordo com as necessidades e formas de ser do doente. É também nesta interacção com o doente que o enfermeiro se conhece a si próprio, estabelecendo os seus limites o que torna possível uma melhor comunicação entre ambos de forma a evitar interferência de crenças e valores culturais do doente nesta.
	( Estabelecer um relacionamento significativo
É fundamental para garantir uma boa comunicação entre o enfermeiro e o doente de forma a perceber quais as necessidades, sentimentos, pensamentos, expectativas, entre outros do doente no sentido de melhorar os cuidados prestados. 
Esta melhoria de cuidados prestados é assegurada pela recolha de dados inerentes ao doente muito importantes, sendo estes dados mais fidedignos quantos maior for o relacionamento e intimidade entre o doente e o enfermeiro. 
Este relacionamento estabelecido entre o doente e o enfermeiro serve também para que os canais de comunicação no âmbito do ensino estejam mais abertos, pois cabe ao enfermeiro ensinar ao doente quais as técnicas mais eficientes e adequadas a si de acordo com a sua situação presente, quais os meios mais eficazes para o autocuidado, para participar activamente nos tratamentos, na recuperação e reinserção na família e sociedade. 
Por outro lado, este relacionamento também é de extrema importância para o enfermeiro pois funciona como um estimulante para a intervenção e prestação de cuidados por parte deste, uma vez que apercebe-se como pode ser útil para o doente recorrendo às suas competências profissionais. Assim o enfermeiro satisfaz as suas necessidades de inclusão e afeição do doente.
No entanto, dentro desta função da comunicação podemos distinguir três níveis: 
Relacionamento terapêutico ( implica uma presença de profissionalismo onde a linguagem científica, objectiva e planeada é vulgarmente utilizada de forma a ser útil para um indivíduo ou comunidade.
Relacionamento de ajuda ( uma pessoa assume responsabilidade sobre a outra com o fim de responder às suas necessidades de forma a ajudar, sem ser necessário haver um envolvimento profissional.
Relacionamento social ( nenhuma das pessoas envolvidas na relação assume um compromisso em consequência da comunicação. É um tipo de relacionamento que visa a satisfação dos elementos que o constituem. 
Ruídos na Comunicação
É uma energia inerente ao processo de comunicação que pode dificultar e danificar o envio e recepção, bem como compreensão de mensagens, mostrando-se muitas vezes como barreiras da comunicação. 
A interferência do ruído na comunicação pode alterar a estrutura da mensagem enviada de modo a que o receptor a compreenda de forma totalmente diferente e distorcida daquela que tinha no início quando foi enviada. Com isto a mensagem poderá estimular a formação de uma resposta inesperada.
Normalmente, o ruído é causado por:
Sons (Gritos das outras pessoas, sirenes, rumores);
Desconforto físico do emissor e/ou receptor (mal estar físico, discussões recentes ou futuras);
Ambiente que envolve os interlocutores.
Modos de comunicação
Os modos de comunicação com os outros provocam mal-estar, desconforto, reacções desagradáveis ou então bem-estar, conforto, reacções agradáveis, consoante cada situação e contexto da comunicação. 
São descritos a partir da teoria da pragmática da comunicação humana. Eles acontecem nos mais diversos contextos mas focalizam-se principalmente no âmbito da família. 
Para uma melhor compreensão desses modos é necessário frisar que a comunicação envolve aspectos de conteúdo e de relação que por sua vez implicam interpretação e interpretação.
Os modos de comunicação implicam: confirmação, negação, desconfirmação ou dupla mensagem. 
	( Confirmação
Refere-se à aceitação de uma mensagem enviada de modo a que o emissor se aperceba e entenda a aceitação do receptor. 
			 Provoca:
Melhor auto-estima, desenvolvimento de sentimentos de segurança e satisfação pois o emissor sente-se aceite e correspondido e fica feliz por ser reconhecido e valorizado.
	( Negação
A relação é aceite mas o seu conteúdo não. Este modo de comunicação faz com que a pessoa reflicta sobre o seu comportamento, formas de pensar, sentir e ver a vida. 
	( Desconfirmação
O que o doente verbaliza não é tomado em atenção e por isso é posto de lado. É negado ao paciente o direito de existir enquanto pessoa de maneira que este nem sequer tem tempo para efectuar correcções na sua comunicação. Tanto a relação como o conteúdo não são aceites. Para a terapêutica, este modo de comunicação deve ser deixado de lado, recorrendo-se apenas à confirmação ou negação.
	( Dupla Mensagem
Quando há uma incompatibilidade entre a comunicação verbal e não-verbal, onde podem ser criadas ambiguidades, o receptor tem dificuldade em entender qual o significado da mensagem enviada e por isso não sabe como responder, pois está perante uma dupla mensagem. 
Esta dupla mensagem cria muitas vezes no doente ansiedade e insegurança o que dificulta a tomada de uma decisão para a construção duma resposta. 
Com isto, podemos afirmar que a desconfirmação e dupla comunicação são modos de comunicação que devem ser eliminados na comunicação do enfermeiro pois proporcionam ao doente sofrimento, desconforto e criam situações desagradáveis.
Enfermagem era vista como processo de interacção
Comunicação:
Importante para a relação Enfermeiro -Paciente
Vista como sistema básico que focalizava a comunicação, interacção, percepção, crescimento, desenvolvimento 
Desenvolvia-se a partir da interacção 
Enfermeiro – Paciente
Era vista como:
Processo interpessoal
Enfermagem
Em todos os casos, a comunicação é muito importante para a Enfermagem
Comunicação é usada:
Quando o enfermeiro desempenha o papel de educador para a educação para a saúde onde ensina ao doente e/ou familiares as técnicas/acções adequadas para o bem-estar do doente em causa
Para interagir com outros grupos de técnicos de saúde, utilizando uma comunicação falada ou escrita
Na relação com o paciente onde se deve ter em conta o conhecimento da comunicação humana, a comunicação terapêutica e a avaliação do seu uso
Abordagem Sistémica
Abordagem Específica
Abordagem Geral
Teorias da Comunicação
Interaccionismo Simbólico
 Comunicação como sistema aberto onde há interacção entre diferentes subsistemas 
Tem em conta as interpretações do indivíduo perante a interacção consigo e com os que o rodeiam (relacionado com os processos de socialização
Tem em conta:
Processos básicos como:
-codificação verbal e não-verbal;
-significado e pensamento
Contextos da comunicação:
-interpessoal;
- Pequenos grupos;
- Organizações
Teorias gerais da comunicação
Teoria geral de sistema
Teoria cibernética
Existem porque há diferentes fenómenos que têm de ser estudados
Em contexto social
Grupal
Interpessoal 
Intrapessoal
Níveis de comunicação (Porrit)
Inclui:
-Características genéticas;
-Experiências culturais;
- Crenças;
-valores;
-personalidade;
- Mecanismos de defesa. 
Traduz-se na comunicação que o indivíduo tem consigo mesmo.
É um nível mais complexopois envolve dois indivíduos a interagir, trocando as suas experiências, sentimentos, acções, pensamentos, isto é qualquer tipo de vivência.
Surge quando mais de duas pessoas estão a interagir 
Defende que a interacção é condicionada pela forma como nos percebemos a nós e aos outros num determinado tempo.
Utilitárias 
Normativas 
Coercitivas 
Organizações
Presença de coerção para o controlo dos elementos que constituem as instituições
Escolas, hospitais, entidades religiosas
Recompensa vista como meio de controlo dos indivíduos dos níveis inferiores como algumas indústrias ou repartições governamentais
Comunicação Hospitalar
Administrativa 
Comunicação entre os superiores, inferiores e de mesmo nível
Com o doente 
Maneira como o enfermeiro conversa, forma como ouve, tom de voz, gestos, expressão facial, silêncio, ou seja, seus comportamentos
Funciona tal como uma empresa onde o insucesso deste tipo de comunicação tem consequências negativas na prestação de cuidados eficazes ao doente.
�PAGE �
�PAGE �23�

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes