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Importância da Comunicação para os Profissionais de Saúde

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Importância da Comunicação para os Profissionais de Saúde
A comunicação é importante em qualquer contexto onde estejam dois ou mais indivíduos.
	Comunicar significa uma dádiva e uma recepção de um certo tipo de mensagem, onde existe um código que é transmitido e que deve ser conhecido por ambas as partes de modo a facilitar a comunicação, está é uma necessidade de transmitir experiências, ideias, pensamentos e sentimentos a outras pessoas. 
	Para comunicar temos de ter certas capacidades e competências. Entre os interlocutores tem que haver o mínimo de atenção e uma sequência lógica no discurso pois se não o fizermos é impossível acompanhar o raciocínio da pessoa que estamos a ouvir. A motivação também é muito importante e aliada a ela podemos referir as expressões e reacções (motricidade oro-facial) dos outros aquando a comunicação.
	 A necessidade de comunicar não é só para um mas para todos nós já que através dela se transmite todo e qualquer sentimento. 
A comunicação é um processo central em Enfermagem, uma vez que o enfermeiro comunica constantemente com o utente e este com o enfermeiro. O tipo de comunicação que se estabelece e a sua interpretação é fundamental para a continuidade do processo terapêutico do cliente. Por isso, é essencial que o profissional de saúde saiba comunicar e como utilizar a comunicação para prestar os cuidados necessários ao doente.
A comunicação em enfermagem visa a investigação (obtenção de dados sobre o paciente e a família), a informação (envio de novas mensagens), o conhecimento de si (quanto mais o enfermeiro se conhece, mais eficiente será na comunicação com o outro) e estabelecer um relacionamento significativo com o paciente.
	Existem vários elementos do processo de comunicação: o emissor, que é a fonte da emissão da mensagem, ele produz, codifica e emite a mensagem ao outro, num processo influenciado pelas suas crenças e valores. A mensagem, que é aquilo que é transmitido, é a informação partilhada. As mensagens são enviadas e recebidas por meio da comunicação verbal e não-verbal. A linguagem verbal refere-se às mensagens escritas e faladas e é fortemente influenciada pela cultura. A linguagem não-verbal refere-se às mensagens emitidas pela linguagem corporal, como expressões faciais, gestos, etc. Existe ainda a linguagem para verbal, que inclui o tom de voz, o ritmo, as pausas, etc. Os canais, que são os meios que permitem o envio e recepção da mensagem, que são os nossos sentidos. O receptor, é quem recebe a mensagem, é para quem a mensagem é enviada e que emitirá a resposta. A percepção, que abrange os processos mentais, por meio dos quais dados emocionais, intelectuais e sensoriais são organizados logicamente ou segundo o seu significado. A percepção é o que a pessoa precisa para perceber o significado da mensagem. A percepção é selectiva e é influenciada pelas nossas crenças, valores, atitudes e expectativas. A resposta, que é aquilo que indica se o significado da mensagem foi interpretado da maneira correcta, tornou-se comum ou foi entendido. A resposta é considerada positiva quando oferece um apoio ou estimula o comportamento do outro. No processo comunicacional com o doente, o enfermeiro deve ter sempre em atenção as respostas, enquadrando-as no repertório, na bagagem cultural e de vida do doente. Finalmente, o ambiente em que as pessoas interagem tem influência decisiva na qualidade da comunicação entre elas e no seu resultado. Considerando que cada acto comunicativo é único e não se repete, o ambiente no qual comunicamos com o paciente deve ser o que propicia as melhores condições possíveis dentro de cada realidade vivida, tentando manter a segurança e a privacidade do paciente.
	A comunicação possui variáveis, entre elas o enfermeiro e o paciente, que são seres únicos e singulares, influenciados pela sua cultura, por isso, o enfermeiro precisa de estar atento às características do paciente, percebê-las e interpretá-las da forma mais fiel possível, avaliando como elas influenciam a maneira de ser do doente. O linguajar, para que a comunicação seja eficaz deve ser utilizado um vocabulário comum aos intervenientes. Cabe ao enfermeiro conhecer o repertório do paciente, para que seja capaz de utilizar um vocabulário adequado às suas condições de compreensão. O ambiente, a comunicação é influenciada pelo contexto em que as pessoas comunicam, podendo estimular ou inibir a interacção entre os envolvidos. Quando o ambiente é familiar e acolhedor para o doente a comunicação é facilitada, pois cria-se um sentimento de segurança e confiança em relação ao profissional. A disponibilidade, boa parte do êxito comunicacional depende da disponibilidade das pessoas envolvidas no processo de comunicação. O enfermeiro deve estar atento ao introduzir-se como elemento de ajuda ao paciente, deve colocar-se à disposição do doente e oferecer-lhe ajuda. O senso de oportunidade, quando prestam informações ao doente sobre as rotinas, os procedimentos, ou os tratamentos, os enfermeiros devem ter senso de oportunidade, devem perceber se o paciente está pronto para receber a informação e as orientações. A falta de senso de oportunidade pode prejudicar o processo comunicacional.
	Na comunicação está muitas vezes presente o ruído, que é a energia presente durante o processo comunicacional que não interessa a nenhum dos intervenientes, é associado a sons, desconforto físico e psicológico, ao ambiente, etc. O ruído pode alterar a estrutura da mensagem e afectar a resposta.
	
 Enfermeiro e paciente
 Faz apologia à comunicação estabelecida entre o enfermeiro e o paciente. O enfermeiro tem de ter em conta todos os seus comportamentos pois todos eles são linguagem para a comunicação.
O enfermeiro deve conhecer bem o doente, conhecer todas as suas características para ver de que modo elas influenciam o doente. 
Muitas vezes o paciente apenas se preocupa com o seu problema de saúde focando apenas este aspecto o que pode dificultar o tratamento e recuperação.
O enfermeiro também deve ter sempre em conta os valores culturais do doente, agindo em muitos casos de acordo com estes para assim respeitar o paciente enquanto ser social. 
 Linguagem usada 
Deve ser acessível a ambas as partes (enfermeiro e doente) para que assim estes se compreendam mutuamente. Por isso, cabe ao enfermeiro determinar o nível de instrução vocabular do doente para poder estabelecer um limite relativo ao vocábulo usado na linguagem enquanto técnica base da comunicação.
 Ambiente e Contexto
O ambiente envolve tudo o que rodeia o indivíduo. É uma componente da comunicação bem como uma variável pois condiciona de forma positiva ou negativa. 
No entanto, o contexto também é importante pois influencia o modo como a comunicação estimula ou inibe a interacção.
Por outro lado, é necessário frisar que a cultura do doente é importante no sentido de perceber como ele é integrado no contexto da comunicação. 
O ambiente normal do doente deve estar presente aquando do seu recurso aos serviços hospitalares, o que implica a ruptura do medo ao desconhecido, ao Professional que pode executar nele as mais diversas técnicas. 
 Disponibilidade do enfermeiro e do doente
Disponibilidade do enfermeiro para:
Analisar o plano de actividades diárias bem como determinar qual o momento mais apropriado para atender o doente ou familiares de forma a prestar cuidados e serviços o máximo eficazes;
O doente sempre que este precisar dele. Caso contrário o enfermeiro deve esclarecer ao doente a razão da sua falta de disponibilidade e informa-lo que está disponível outro enfermeiro que o pode substituir. 
Se o enfermeiro disser ao doente que está disponível mas no fundo está a prestar atenção a outro tipo de assunto, então o doente pode sentir-se rejeitado, inferiorizado, etc. No entanto, pode acontecer o contrário. O enfermeiro pode sentir-se rejeitado e desiludido consigo próprio pois não é procurado pelo doente para a prestação de cuidados. Isto ocorre muitas vezes porque o doente pode centrar-se noutros assuntoscomo estar à espera de uma visita, etc. 
 Senso de oportunidade do Profissional
Para um enfermeiro prestar qualquer tipo de informação sobre determinado assunto ao doente deve certificar-se se este está realmente pronto para receber tal informação. Por exemplo, o facto de um enfermeiro informar o doente duma técnica que a ele vai ser aplicada quando este está a pensar noutros assuntos, de nada adianta. O enfermeiro deve ser sensível ao doente, certificar-se que ele tem problemas para resolver, que é uma pessoa com vida social e familiar e não um objecto inanimado apenas susceptível a qualquer tratamento de saúde. 
Funções da comunicação
As funções gerais da comunicação são:
Investigação;
Informação; 
Conhecimento de si mesmo e do outro;
Estabelecimento de um relacionamento significativo;
Mudança de atitudes e comportamentos;
Satisfação de necessidades de inclusão e afeição.
 Investigação
Obtenção máxima de informações sobre o paciente e da família que podem ser essenciais ao enfermeiro para definir uma história do doente, e construir depois um plano de enfermagem no sentido de garantir a máxima eficácia dos cuidados a prestar. 
 Informação
É relativa ao envio e recepção de mensagens de acordo com cada situação.
 Conhecimento de si mesmo e do outro
Implica uma interacção permanente entre o enfermeiro e o doente para que o primeiro possa conhecer o segundo, o que é indispensável para prestar os cuidados de enfermagem necessários de acordo com as necessidades e formas de ser do doente. É também nesta interacção com o doente que o enfermeiro se conhece a si próprio, estabelecendo os seus limites o que torna possível uma melhor comunicação entre ambos de forma a evitar interferência de crenças e valores culturais do doente nesta.
 Estabelecer um relacionamento significativo
É fundamental para garantir uma boa comunicação entre o enfermeiro e o doente de forma a perceber quais as necessidades, sentimentos, pensamentos, expectativas, entre outros do doente no sentido de melhorar os cuidados prestados. 
Esta melhoria de cuidados prestados é assegurada pela recolha de dados inerentes ao doente muito importantes, sendo estes dados mais fidedignos quantos maior for o relacionamento e intimidade entre o doente e o enfermeiro. 
Este relacionamento estabelecido entre o doente e o enfermeiro serve também para que os canais de comunicação no âmbito do ensino estejam mais abertos, pois cabe ao enfermeiro ensinar ao doente quais as técnicas mais eficientes e adequadas a si de acordo com a sua situação presente, quais os meios mais eficazes para o auto-cuidado, para participar activamente nos tratamentos, na recuperação e reinserção na família e sociedade. 
Por outro lado, este relacionamento também é de extrema importância para o enfermeiro pois funciona como um estimulante para a intervenção e prestação de cuidados por parte deste, uma vez que se apercebe como pode ser útil para o doente recorrendo às suas competências profissionais. Assim o enfermeiro satisfaz as suas necessidades de inclusão e afeição do doente.
No entanto, dentro desta função da comunicação podemos distinguir três níveis: 
Relacionamento terapêutico implica uma presença de profissionalismo onde a linguagem científica, objectiva e planeada é vulgarmente utilizada de forma a ser útil para um indivíduo ou comunidade.
Relacionamento de ajuda uma pessoa assume responsabilidade sobre a outra com o fim de responder às suas necessidades de forma a ajudar, sem ser necessário haver um envolvimento profissional.
Relacionamento social nenhuma das pessoas envolvidas na relação assume um compromisso em consequência da comunicação. É um tipo de relacionamento que visa a satisfação dos elementos que o constituem. 
Ruídos na Comunicação
É uma energia inerente ao processo de comunicação que pode dificultar e danificar o envio e recepção, bem como compreensão de mensagens, mostrando-se muitas vezes como barreiras da comunicação. 
A interferência do ruído na comunicação pode alterar a estrutura da mensagem enviada de modo a que o receptor a compreenda de forma totalmente diferente e distorcida daquela que tinha no início quando foi enviada. Com isto a mensagem poderá estimular a formação de uma resposta inesperada.
Normalmente, o ruído é causado por:
Sons (Gritos das outras pessoas, sirenes, rumores);
Desconforto físico do emissor e/ou receptor (mal estar físico, discussões recentes ou futuras);
Ambiente que envolve os interlocutores.
Descreve os Estilos de Comunicação
	Quando tentamos comunicar com os outros podemos faze-lo de diferentes maneiras, adoptando diversos comportamentos dependendo da situação em que estamos inseridos. 
	Comportamento agressivo
	O comportamento agressivo é um tipo de comportamento muito complexo; comunica uma impressão de superioridade e de falta de respeito; as pessoas agressivas utilizam comportamentos deste tipo para defendem os seus direitos à custa dos direitos dos outros (há uma intenção de puro prazer de ferir); colocam as suas necessidades e direitos acima dos outros. Este tipo de comportamento faz com que as pessoas que se comportam assim se assegurem que os outros perdem quando eles ganham.
É eficaz em curtíssimo prazo e, por isso, os comunicadores servem-se frequentemente dele quando querem actuar depressa e bem, então há um empobrecimento da inteligência do próprio, reforça mais a agressividade.
	Com este comportamento há pressão sobre os interlocutores e obrigam-nos a reagir contra a sua vontade, com por exemplo: “Eu quero esse relatório imediatamente,...” Quando a pressão sobe de intensidade surgem as ameaças de castigo e retaliação. Noutros casos fere-se o interlocutor menosprezando as suas capacidades: “Nessa situação o Senhor deveria” ou “Eu, na sua posição, faria”. Por vezes os comportamentos agressivos restringem directamente o território de interlocutor: “Cala-te”, “Quem manda aqui sou eu”. 
Normalmente uma pessoa agressiva adquire uma postura rígida, tensa, queixo levantado com movimentos irregulares, cortantes, bruscos, rápidos, testa franzida, olhar fixo, ar reprovador, lábios apertados, sobrancelhas franzidas, risos sarcásticos.
	Em síntese o comportamento agressivo resulta no “rebaixar” o receptor. Os seus direitos foram negados e ele sente-se ferido, humilhado e na defensiva. Embora a pessoas agressiva possa atingir seus objectivos, ela pode também gerar ódio e frustração que poderá receber mais tarde como vingança. 
	Comportamento manipulador
	O que distingue bem este tipo de comportamento é a utilização de linguagem com disfarce, para serviço do próprio interesse e em detrimento dos alheios. Uma pessoa manipuladora não demonstra claramente nem abertamente os seus objectivos e atinge-os de uma maneira que os outros colaborem para atingir os seus próprios interesses.
	Insinuar é uma boa maneira de manipular, mas também utiliza-se muito a forma de lisonja, e a chantagem. É um comportamento que não demonstra especificamente os objectivos da pessoa. 
	“ Nunca pensaria uma coisa dessas a seu respeito”; “Longe de mim tal ideia”; “O que lhe estou a dizer é para o seu bem”
Há uma versão particularmente dura de manipulação que é o sarcasmo: “Você deve estar a brincar...”; “Sim, sim, o senhor é que sabe...”.
Os manipuladores conseguem normalmente atingir os seus objectivos, inclusive os de puro prazer de representar. Será necessária muita perícia para desfazer teias de manipulação e, com frequência, os enredados vêm-se forçados a adiar a vingança.
	Comportamento passivo
	É um tipo de comportamento que comunica uma mensagem de inferioridade. As pessoas que utilizam a comunicação passiva evitam expressar as opiniões, desejos, necessidades e direitos; há uma manifestação de fuga, submissão, dependência. Esta comunicação provoca uma aceitação passiva de tarefas agressivas e insignificantes, sentimentos de desvalorização pessoal e até mesmo desejo de vingança.
	Os comportamentos passivos não conduzem à valorização e à realizaçãopessoal, mas muitas vezes são utilizados para obterem o que pretendem de uma forma segura (mas lenta).
	O que caracteriza bem um comportamento passivo é o seguinte: postura contraída; ombros encolhidos; queixo baixo; mãos agitadas; inclinações da cabeça frequentes; sobrancelhas levantadas; sorriso nervoso e culpado; morder o lábio inferior; olhar desviado; cora facilmente; voz apagada, doce; hesitações; risadas nervosas; afirmações em tom de pergunta.
Neste comportamento o emissor nega-se a si próprio, fica inibido, magoado e ansioso, permite que os outros escolham, não atinge os seus objectivos. O receptor sente culpa ou raiva, sente-se ferido humilhado e na defensiva, não atinge os objectivos desejados.
 
	Comportamento assertivo
	“... é um estilo natural que não é mais que um ser directo, honesto e respeitoso ao interagir com os outros” .
	A palavra “assertividade” tem uma raiz latina: Asserere (verbo) que significa “chamar a si, reivindicar, reclamar, afirmar, dizer e defender...”.
	A assertividade defende que todos os comunicadores têm um papel activo, mesmo quando um fala e os outros ouvem. De facto, o segredo está no saber escutar, em que cada qual afirma-se de acordo com o seu papel. A assertividade promove também a liberdade pessoal.
	Cada pessoa tem o direito de ser e de expressar a si mesma, e sentir-se bem (sem culpas) por fazer isso, desde que não fira os outros indivíduos inseridos no processo. O comportamento que torna a pessoa capaz de agir em seus próprios interesses, a se afirmar sem ansiedade indevida, a expressar sentimentos sinceros sem constrangimento, ou a exercitar seus próprios direitos sem negar os alheios, é denominado de comportamento assertivo. 
	O estilo agressivo é, actualmente, a resposta mais habitual à frustração. Assim, as pessoas recorrem cada vez mais à agressão física e/ou verbal, fomentando novas agressões, formando um ciclo vicioso difícil de quebrar. Não considera a existência de mais sujeitos no seu mundo a não ser ele próprio e as suas acções são em função disso. 
	O principal objectivo das pessoas que optam por este tipo de comportamento é ganhar aos outros, dominá-los e forçá-los a perder.
	A pessoa que utiliza regularmente este estilo tende a colocar os seus desejos, opiniões, necessidades e direitos acima dos outros. Este tipo de pessoas não conseguem estabelecer relações íntimas e de segurança. 
	Os comunicadores agressivos geralmente manifestam raiva, ódio, incompreensão.
Um comportamento agressivo por parte do enfermeiro sobre o utente aumenta a sua timidez e o seu medo de expor a sua vida pessoal, o que dificulta o estabelecimento de uma relação interpessoal.
A sua postura perante o utente é arrogante e gélida, o que o pode assustar. O utente ao ser “atacado” ou pressionado pelo enfermeiro terá tendência a defender-se e justificar-se por uma questão de orgulho, pois as ofensas provocam, normalmente, revoltas e ressentimentos, acabando por desgastar mentalmente o utente.
No estilo manipulador, a pessoa serve-se dos outros para obter o que deseja. O manipulador é um indivíduo que se considera astucioso nas relações interpessoais, apresentando discursos diferentes adequados aos interlocutores a quem se dirige. Tem tendência a distorcer e confundir objectivos, molda-los conforme as situações pois só assim consegue manipular as pessoas a satisfazer as suas vontades. Não assume responsabilidades não se envolvendo directamente com os assuntos ou pessoas, ao mesmo tempo que procura mostrar-se indispensável.
Uma das consequências da atitude de manipulação é que o manipulador perde a sua credibilidade à medida que os seus estratagemas são descobertas. Após ser descoberto, a pessoa manipuladora dificilmente recupera a confiança dos outros.
O enfermeiro manipulador não dá alternativas ao utente, isto é, não lhe apresenta tratamentos opcionais para a sua doença, pelo contrário, persuadindo-o a tomar a decisão que ele acha ser a mais benéfica para ele próprio.
O manipulador aproveita-se da fraqueza dos utentes para alcançar os seus próprios objectivos. 
Este revela-se sempre cheio de boas intenções, e apresenta-se sempre disposto a auxiliar quem precisa, mas tudo isto para poder beneficiar da relação.
O passivo é caracterizado pela incapacidade de afirmação pessoal, confiar em si próprio, tende a ignorar os seus direitos, e os seus sentimentos, sendo, frequentemente, um explorado e uma vítima. É incapaz de lutar pelos seus direitos ou sobrepor-se a alguém para defender o que lhe é mais conveniente. Como raramente esta em desacordo e esta constantemente a evitar conflitos por ser muito sensível às opiniões dos outros não afirma as suas necessidades e opiniões. Tem muita dificuldade em negar quando lhe pedem alguma coisa. Os comunicadores passivos geralmente manifestam fuga, submissão e dependência. 
Um enfermeiro que utiliza frequentemente o estilo passivo é incapaz de transmitir a confiança de que os utentes necessitam para ultrapassar a sua doença o mais rapidamente possível.
O facto de serem pessoas com medo de avançar, de decidir, de tomar iniciativas, faz com que não inspirem confiança ao utente; logo, este vai ter receio de lhe expor os seus problemas.
Uma pessoa passiva ao ser pessimista comunica pensamentos negativos ao utente, o que dificulta o seu bem-estar.
O estilo assertivo é uma atitude de auto-afirmação, auto-estima por parte da pessoa. O assertivo defende os seus direitos, interesses, necessidades, e exprime os seus sentimentos de forma aberta, directa, activa e honesta sem desrespeitar os direitos dos outros, aceitando as diferentes formas de pensar de todos os que o rodeiam, contrariamente ao agressivo. 
	A pessoa assertiva respeita-se a si própria e aos outros, é simples e conciso. O comportamento assertivo permite ao indivíduo manter o seu equilíbrio psicológico e favorece o estabelecimento de relações de confiança. O sujeito que se auto-afirma é um indivíduo verdadeiro: as suas expressões são claras e não julga as outras pessoas, não as agride. 
	A pessoa assertiva defende o seu “espaço vital”, uma necessidade básica para se sentir feliz e realizado. Sente-se bem quando diz sim ou não; sabe que nada é irrevogável e que nem sempre tem de acertar nas suas decisões.
O comportamento assertivo permite expressar opiniões, vontades e atingir objectivos sem se sobrepor ou submeter a ninguém. 
O enfermeiro que adopta um comportamento assertivo consegue constituir relações de confiança com os utentes, transmitindo-lhes segurança, o que pode acelerar o seu processo de cura. A assertividade por parte do enfermeiro é necessária para manter um relacionamento saudável e honesto com os seus utentes e colegas.
	O comportamento assertivo por parte dos enfermeiros é muito útil quando é necessário transmitir qualquer coisa desagradável a alguém, como a comunicação do falecimento de um familiar ou informar um colega de trabalho que as suas tarefas não estão a ser efectuadas satisfatoriamente. Em termos profissionais devemos aprender a controlar e a evitar comportamentos agressivos, passivos ou manipulador. Os técnicos de saúde devem ter em consideração que destes tipos de comportamentos podem surgir situações ameaçadoras tanto para os enfermeiros como para os utentes que podem não ter a percepção correcta do significado da nossa mensagem. O enfermeiro deverá assumir uma atitude clara e correcta, falando num tom de voz agradável a um ritmo ajustado, certificando-se que a mensagem é correcta e claramente compreendida. O enfermeiro tem que saber ouvir, e essa atitude passa por mostrar que está interessado, concentrando-se na mensagem; sorrir será sempre uma forma de pôr o utente à vontade e de demonstrar simpatia. Em suma, o estilo de comportamento que melhor se ajusta em Enfermagem é o assertivo, principalmente em relação ao utente, que é quem mais carece, para além de cuidados individualizados e de qualidade, do nosso carinho, atenção e compreensão.
Como nos podemos tornais mais assertivos e as implicações para as outraspessoas.
O comportamento assertivo pode ser definido como aquele que envolve a expressão directa, pela pessoa, das suas necessidades ou preferências, emoções e opiniões sem que, ao fazê-lo, ela experiencie ansiedade indevida ou excessiva, e sem ser hostil para o interlocutor. É, por outras palavras, aquele que permite defender os próprios direitos, sem violar os direitos dos outros. 
A assertividade varia conforme as pessoas e as situações, ninguém é 100% assertivo. Para cada pessoa, a facilidade que tem em comportar-se de forma assertiva depende muito da pessoa com quem esse comportamento se dirige e da situação em que se encontra.
	O que é que ganharia em me comportar de forma mais assertiva?
	A assertividade é uma escolha. Da mesma forma que determinada pessoa aprendeu a comporta-se de forma não assertiva, pode aprender um conjunto de competências que lhe permitam comportar-se com maior assertividade. Que vantagens tem em fazê-lo?
A resposta a esta questão pode ser dada, em primeiro lugar, pela análise das consequências de cada tipo de comportamento. É importante não esquecer que os comportamentos que temos não ocorrem num vácuo – eles repercutem sobre a pessoa que os tem e sobre aquele que os recebe, quer de forma imediata, quer a longo prazo. O que acontece é que, ainda que os comportamentos não assertivos tenham, a curto prazo, algumas consequências positivas para o próprio (que é, aliás, o que explica que se mantenham), as suas consequências são, num balanço global, negativas; os comportamentos assertivos são, por outro lado, quase universalmente vantajosos.
Para além disso, a assertividade, depois de aprendida, poderá vir a ser mais uma ferramenta, de entre o conjunto de que se dispõe. Nada obriga a utilizá-la, mas caso ela se venha a revelar necessária, é bom saber que lá está.
	
	Como posso fazê-lo? 
A primeira mudança é interna, e passa por adquirir conhecimento dos direitos que te assistem (e, igualmente, a cada uma das pessoas que te rodeiam). Uma amostra destes direitos poderá ser a seguinte:
Eu tenho o direito de ser respeitado e tratado de igual para igual, qualquer que seja o papel que desempenho ou o meu estatuto social;
Eu tenho o direito de manter os meus próprios valores, desde que eles respeitem os direitos dos outros;
Eu tenho o direito de expressar os meus sentimentos e opiniões;
Eu tenho o direito de expressar as minhas necessidades e de pedir o que quero;
Eu tenho o direito de dizer não sem me sentir culpado por isso;
Eu tenho o direito de pedir ajuda e de escolher se quero prestar ajuda a alguém;
Eu tenho o direito de me sentir bem comigo próprio sem sentir necessidade de me justificar perante os outros;
Eu tenho o direito de mudar de opinião;
	Eu tenho o direito de pensar antes de agir ou de tomar uma decisão;
Eu tenho o direito de dizer «eu não estou a perceber» e pedir que me esclareçam ou ajudem;
Eu tenho o direito de cometer erros sem me sentir culpado;
Eu tenho o direito de fixar os meus próprios objectivos de vida e lutar para que as minhas expectativas sejam realizadas, desde que respeite os direitos dos outros.
Tem também em conta algumas coisas que podes estar a dizer a ti próprio, e que podem estar a tornar difícil comportares-te de forma assertiva. Alguns exemplos destes «pensamentos bloqueadores da assertividade» são os seguintes:
	Pensamentos sobre direitos e responsabilidades
	Não tenho o direito de recusar pedidos aos meus amigos
-Não tenho o direito de fazer pedidos às outras pessoas
Não tenho o direito de discordar com os outros, particularmente com a autoridade
Não tenho o direito de ficar zangado, particularmente com as pessoas de quem gosto
	Pensamentos sobre a imagem que quero dar de mim
	Tenho que ser amado ou, pelo menos, admirado por todos os que me rodeiam
Tenho que ser perfeito e nunca cometer erros
	Pensamentos sobre as consequências prováveis do meu comportamento
	Se eu criticar a pessoa X, coisas terríveis poderão acontecer
Se algum destes pensamentos reflecte uma crença tua, submete-o a uma análise racional. Isto pode ser feito quer invertendo as perspectivas das pessoas envolvidas (aquilo que vale para ti também vale para os outros?), quer procurando factos que o sustentem ou desconfirmem (que provas tenho de que isto é verdade?), quer questionando o seu valor prático (em que é que viver de acordo com este pensamento me tem ajudado até aqui?). Se o pensamento não sobreviver a esta análise, então, mais vale pô-lo de parte... 
Em alguns casos, contudo, a análise sugerida não chega para neutralizar estes pensamentos, e eles continuam a surgir, bloqueando o comportamento assertivo – nestes casos, considera a possibilidade de interromper este pensamento e agir (assertivamente) como se este não existisse – esta acção pode parecer um tiro no escuro, mas os seus resultados vão, frequentemente, demonstrar por si só que, afinal, o pensamento não se justificava.
	Aptidões Assertivas 
O passo seguinte é o de defender os teus direitos de uma forma que seja eficaz. Isto requer a aquisição e treino de um conjunto de aptidões. De entre o seguinte conjunto de técnicas, escolhe aquelas que pensas que te serão mais úteis e adapta-as ao teu estilo pessoal.
O conteúdo verbal da mensagem

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