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Perguntas e respostas para a frequência de Psicologia

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Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo
1. Caracterize as teorias de comunicação, de acordo com a perspectiva de LittleJohn, referindo exemplos relativos a contextos de enfermagem para cada uma das abordagens.
Apesar das divergências entre as várias teorias de Enfermagem, todas enfatizam a importância da comunicação entre o enfermeiro e o utente.
A capacidade do Homem comunicar é inerente ao comportamento humano e não é limitada pelo tempo, sendo possível comunicar sobre o presente incluindo acções passadas e fazendo projecções do futuro. É um processo interpessoal complexo, através do qual partilhamos crenças, valores, atitudes, sentimentos, que expressamos o nosso comportamento e ideias.
A comunicação é extremamente relevante em enfermagem, não só no relacionamento terapêutico com o paciente mas também no conhecimento do enfermeiro e na sua função de educador, de gerente e de técnico de saúde. Esta deve ser vista como um corpo de conhecimento que permeia a prática de Enfermagem tornando-se indispensável para o cuidar.
Há vários modelos de Enfermagem, entre os quais a abordagem sistemática, desenvolvimentalista e interaccionista. No entanto, estes modelos apresentam limitações que são criticadas.	De todas as abordagens, a mais acreditada é a teoria de LittleJohn, que divide a comunicação em:
	► Teorias da comunicação interpessoal:
	Esta teoria procura entender:
		● Estabelecimento e manutenção das relações;
		● Padrões estabelecidos nas relações movidas pelas necessidades interpessoais de inclusão, controle e afeição;
		● O processo de percepção interpessoal;
		● A forma como os interlocutores se percebem e compreendem;
	● Os graus variados de atracção ou rejeição nas relações;
● O conflito social;
	Esta teoria tem sido uma das mais estudadas a nível da relação enfermeiro-paciente, nomeadamente para estudar a atracção ou rejeição neste tipo de relações. 
► Teorias da comunicação em pequenos grupos:
	As teorias deste tipo de comunicação são muitas, entre as quais destacam-se: 
		● A que trata dos custos e recompensas que motivam a interacção dos grupos;
		● A que afirma que existe um desenvolvimento do grupo até à chegada de decisão por meio da acção;
		● A que procura explicar o padrão de resposta do grupo;
		● A que examina a natureza das acções e origem dos comportamentos em grupo.
	No campo da enfermagem desenvolveram-se alguns trabalhos sobre a comunicação em grupo, um dos quais foi desenvolvido sob o modelo de Bales, aplicando este modelo a várias modalidades da assistência.
	► Teorias de comunicação nas organizações humanas:
	As organizações humanas são classificadas de coercitivas, normativas e utilitárias. Apoiam-se nos seguintes conceitos básicos:
		● A comunicação é central, para a estrutura e a função organizacionais;
		● A comunicação em organizações apoia as metas de produtividade da organização e as metas pessoais dos membros;
		● A natureza de comunicação em organizações é altamente influenciada pela estrutura organizacional, pelas necessidades e pelos motivos humanos dos seus membros;
		● A autoridade organizacional é uma questão de credibilidade da comunicação;
		● A comunicação é parte essencial da tomada de decisão organizacional;
		● As redes de comunicação surgem durante o processamento de informação.
	Na comunicação da organização hospitalar consideram-se dois tipos de comunicação; a administrativa (intercâmbio humano de informações, ideias e factos em todos os sentidos) e a com o paciente (comunicação enfermeiro/paciente). Existem ainda outras formas de encarar a comunicação, mas todas elas são unânimes quando a consideram o principal factor de êxito hospitalar.
	► Teorias de comunicação em massa: 
	Nós vivemos integrados num ambiente de comunicação em massa. Dos vários modelos propostos destaca-se o modelo estrutural de comunicação:
		● A comunicação de massa envolve mensagens públicas para grandes audiências;
		● A audiência de massa é composta de muitos públicos com distintos padrões de resposta;
		● As mensagens de massa são difundidas por uma combinação dos meios de comunicação e das fontes interpessoais;
		● Os meios de comunicação afectam a sociedade;
		● Esta comunicação abrange um complexo processo de interacção simbólica;
		● Relaciona-se com outras formas sociais significativas.
	Segundo o pensamento de LittleJohn existem quatro processos básicos da comunicação: a codificação (uso de códigos verbais semelhantes na comunicação), o significado e o pensamento (os signos têm significado para as pessoas e o conjunto de signos expressos na mensagem são fruto do pensamento), a informação (conteúdo da mensagem) e a persuasão e mudanças (refere-se ao efeito da comunicação, ao modo como as mensagens alteram o comportamento do receptor).
2. Descreva os estilos de comunicação que conhece. Relate a importância de cada um considerando a sua utilização em contextos de saúde. 
Ao comunicar com os outros, a pessoa pode optar por o fazer através de quatro estilos distintos: agressivo, manipulador, passivo e assertivo.
	O estilo agressivo é, actualmente, a resposta mais habitual à frustração. Assim, as pessoas recorrem cada vez mais à agressão física e/ou verbal, fomentando novas agressões, formando um ciclo vicioso difícil de quebrar. Não considera a existência de mais sujeitos no seu mundo a não ser ele próprio e as suas acções são em função disso. 
	O principal objectivo das pessoas que optam por este tipo de comportamento é ganhar aos outros, dominá-los e forçá-los a perder.
	A pessoa que utiliza regularmente este estilo tende a colocar os seus desejos, opiniões, necessidades e direitos acima dos outros. Este tipo de pessoas não conseguem estabelecer relações íntimas e de segurança. 
	Os comunicadores agressivos geralmente manifestam raiva, ódio, incompreensão.
Um comportamento agressivo por parte do enfermeiro sobre o utente aumenta a sua timidez e o seu medo de expor a sua vida pessoal, o que dificulta o estabelecimento de uma relação interpessoal.
A sua postura perante o utente é arrogante e gélida, o que o pode assustar. O utente ao ser “atacado” ou pressionado pelo enfermeiro terá tendência a defender-se e justificar-se por uma questão de orgulho, pois as ofensas provocam, normalmente, revoltas e ressentimentos, acabando por desgastar mentalmente o utente.
No estilo manipulador, a pessoa serve-se dos outros para obter o que deseja. O manipulador é um indivíduo que se considera astucioso nas relações interpessoais, apresentando discursos diferentes adequados aos interlocutores a quem se dirige. Tem tendência a distorcer e confundir objectivos, molda-los conforme as situações pois só assim consegue manipular as pessoas a satisfazer as suas vontades. Não assume responsabilidades não se envolvendo directamente com os assuntos ou pessoas, ao mesmo tempo que procura mostrar-se indispensável.
Uma das consequências da atitude de manipulação é que o manipulador perde a sua credibilidade à medida que os seus estratagemas são descobertas. Após ser descoberto, a pessoa manipuladora dificilmente recupera a confiança dos outros.
O enfermeiro manipulador não dá alternativas ao utente, isto é, não lhe apresenta tratamentos opcionais para a sua doença, pelo contrário, persuadindo-o a tomar a decisão que ele acha ser a mais benéfica para ele próprio.
O manipulador aproveita-se da fraqueza dos utentes para alcançar os seus próprios objectivos. 
Este revela-se sempre cheio de boas intenções, e apresenta-se sempre disposto a auxiliar quem precisa, mas tudo isto para poder beneficiar da relação.
O passivo é caracterizado pela incapacidade de afirmação pessoal, confiar em si próprio, tende a ignorar os seus direitos, e os seus sentimentos, sendo, frequentemente, um explorado e uma vítima. É incapaz de lutar pelos seus direitos ou sobrepor-se a alguém para defender o que lhe é mais conveniente. Como raramente esta em desacordo e estaconstantemente a evitar conflitos por ser muito sensível às opiniões dos outros não afirma as suas necessidades e opiniões. Tem muita dificuldade em negar quando lhe pedem alguma coisa. Os comunicadores passivos geralmente manifestam fuga, submissão e dependência. 
Um enfermeiro que utiliza frequentemente o estilo passivo é incapaz de transmitir a confiança de que os utentes necessitam para ultrapassar a sua doença o mais rapidamente possível.
O facto de serem pessoas com medo de avançar, de decidir, de tomar iniciativas, faz com que não inspirem confiança ao utente; logo, este vai ter receio de lhe expor os seus problemas.
Uma pessoa passiva ao ser pessimista comunica pensamentos negativos ao utente, o que dificulta o seu bem-estar.
O estilo assertivo é uma atitude de auto-afirmação, auto-estima por parte da pessoa. O assertivo defende os seus direitos, interesses, necessidades, e exprime os seus sentimentos de forma aberta, directa, activa e honesta sem desrespeitar os direitos dos outros, aceitando as diferentes formas de pensar de todos os que o rodeiam, contrariamente ao agressivo. 
	A pessoa assertiva respeita-se a si própria e aos outros, é simples e conciso. O comportamento assertivo permite ao indivíduo manter o seu equilíbrio psicológico e favorece o estabelecimento de relações de confiança. O sujeito que se auto-afirma é um indivíduo verdadeiro: as suas expressões são claras e não julga as outras pessoas, não as agride. 
	A pessoa assertiva defende o seu “espaço vital”, uma necessidade básica para se sentir feliz e realizado. Sente-se bem quando diz sim ou não; sabe que nada é irrevogável e que nem sempre tem de acertar nas suas decisões.
O comportamento assertivo permite expressar opiniões, vontades e atingir objectivos sem se sobrepor ou submeter a ninguém. 
O enfermeiro que adopta um comportamento assertivo consegue constituir relações de confiança com os utentes, transmitindo-lhes segurança, o que pode acelerar o seu processo de cura. A assertividade por parte do enfermeiro é necessária para manter um relacionamento saudável e honesto com os seus utentes e colegas.
	O comportamento assertivo por parte dos enfermeiros é muito útil quando é necessário transmitir qualquer coisa desagradável a alguém, como a comunicação do falecimento de um familiar ou informar um colega de trabalho que as suas tarefas não estão a ser efectuadas satisfatoriamente. Em termos profissionais devemos aprender a controlar e a evitar comportamentos agressivos, passivos ou manipulador. Os técnicos de saúde devem ter em consideração que destes tipos de comportamentos podem surgir situações ameaçadoras tanto para os enfermeiros como para os utentes que podem não ter a percepção correcta do significado da nossa mensagem. O enfermeiro deverá assumir uma atitude clara e correcta, falando num tom de voz agradável a um ritmo ajustado, certificando-se que a mensagem é correcta e claramente compreendida. O enfermeiro tem que saber ouvir, e essa atitude passa por mostrar que está interessado, concentrando-se na mensagem; sorrir será sempre uma forma de pôr o utente à vontade e de demonstrar simpatia. Em suma, o estilo de comportamento que melhor se ajusta em Enfermagem é o assertivo, principalmente em relação ao utente, que é quem mais carece, para além de cuidados individualizados e de qualidade, do nosso carinho, atenção e compreensão.
3. Defina comunicação e diga qual a importância da comunicação para os profissionais de saúde. Especifique também os elementos e as variáveis do processo de comunicação. (pg.28 a 46)
A comunicação é o processo de compreender e partilhar mensagens enviadas e recebidas, que influência o comportamento das pessoas envolvidas. A comunicação é um processo central em Enfermagem, uma vez que o enfermeiro comunica constantemente com o utente e este com o enfermeiro. O tipo de comunicação que se estabelece e a sua interpretação é fundamental para a continuidade do processo terapêutico do cliente. Por isso, é essencial que o profissional de saúde saiba comunicar e como utilizar a comunicação para prestar os cuidados necessários ao doente.
A comunicação em enfermagem visa a investigação (obtenção de dados sobre o paciente e a família), a informação (envio de novas mensagens), o conhecimento de si (quanto mais o enfermeiro se conhece, mais eficiente será na comunicação com o outro) e estabelecer um relacionamento significativo com o paciente.
	Existem vários elementos do processo de comunicação: o emissor, que é a fonte da emissão da mensagem, ele produz, codifica e emite a mensagem ao outro, num processo influenciado pelas suas crenças e valores. A mensagem, que é aquilo que é transmitido, é a informação partilhada. As mensagens são enviadas e recebidas por meio da comunicação verbal e não-verbal. A linguagem verbal refere-se às mensagens escritas e faladas e é fortemente influenciada pela cultura. A linguagem não-verbal refere-se às mensagens emitidas pela linguagem corporal, como expressões faciais, gestos, etc. Existe ainda a linguagem para verbal, que inclui o tom de voz, o ritmo, as pausas, etc. Os canais, que são os meios que permitem o envio e recepção da mensagem, que são os nossos sentidos. O receptor, é quem recebe a mensagem, é para quem a mensagem é enviada e que emitirá a resposta. A percepção, que abrange os processos mentais, por meio dos quais dados emocionais, intelectuais e sensoriais são organizados logicamente ou segundo o seu significado. A percepção é o que a pessoa precisa para perceber o significado da mensagem. A percepção é selectiva e é influenciada pelas nossas crenças, valores, atitudes e expectativas. A resposta, que é aquilo que indica se o significado da mensagem foi interpretado da maneira correcta, tornou-se comum ou foi entendido. A resposta é considerada positiva quando oferece um apoio ou estimula o comportamento do outro. No processo comunicacional com o doente, o enfermeiro deve ter sempre em atenção as respostas, enquadrando-as no repertório, na bagagem cultural e de vida do doente. Finalmente, o ambiente em que as pessoas interagem tem influência decisiva na qualidade da comunicação entre elas e no seu resultado. Considerando que cada acto comunicativo é único e não se repete, o ambiente no qual comunicamos com o paciente deve ser o que propicia as melhores condições possíveis dentro de cada realidade vivida, tentando manter a segurança e a privacidade do paciente.
	A comunicação possui variáveis, entre elas o enfermeiro e o paciente, que são seres únicos e singulares, influenciados pela sua cultura, por isso, o enfermeiro precisa de estar atento às características do paciente, percebê-las e interpretá-las da forma mais fiel possível, avaliando como elas influenciam a maneira de ser do doente. O linguajar, para que a comunicação seja eficaz deve ser utilizado um vocabulário comum aos intervenientes. Cabe ao enfermeiro conhecer o repertório do paciente, para que seja capaz de utilizar um vocabulário adequado às suas condições de compreensão. O ambiente, a comunicação é influenciada pelo contexto em que as pessoas comunicam, podendo estimular ou inibir a interacção entre os envolvidos. Quando o ambiente é familiar e acolhedor para o doente a comunicação é facilitada, pois cria-se um sentimento de segurança e confiança em relação ao profissional. A disponibilidade, boa parte do êxito comunicacional depende da disponibilidade das pessoas envolvidas no processo de comunicação. O enfermeiro deve estar atento ao introduzir-se como elemento de ajuda ao paciente, deve colocar-se à disposição do doente e oferecer-lhe ajuda. O senso de oportunidade, quando prestam informações ao doente sobre as rotinas, os procedimentos, ou os tratamentos, os enfermeiros devem ter senso de oportunidade, devem perceber se o paciente está pronto para receber a informação e as orientações. A falta de senso de oportunidade pode prejudicar o processo comunicacional.
	Na comunicação está muitas vezes presente o ruído, que é a energia presente duranteo processo comunicacional que não interessa a nenhum dos intervenientes, é associado a sons, desconforto físico e psicológico, ao ambiente, etc. O ruído pode alterar a estrutura da mensagem e afectar a resposta.
	Quanto aos modos de comunicação existem quatro: a confirmação, quando recebemos uma mensagem, aceita o seu conteúdo e transmitimos essa aceitação para o outro. A confirmação reforça a auto estima e a identidade da pessoa, desenvolvendo sentimentos de segurança e satisfação. A pessoa sente-se estimulada e reconhecida. A negação, a relação é aceite, mas não o conteúdo. A comunicação leva a pessoa a reflectir sobre o seu comportamento, a analisar os seus sentimentos e a efectuar mudanças. A desconfirmação, neste modo comunicacional é negado ao paciente o direito de existir como pessoa e os seus sentimentos e ideias não são levados em consideração. O conteúdo e a relação são rejeitados. Finalmente, a dupla mensagem, quando a mensagem apresenta incongruência entre a comunicação verbal e não-verbal, quem a recebe não sabe como responder. A mensagem tem conteúdos contraditórios que transmitem ambiguidade. A dupla mensagem gera ansiedade e insegurança no doente. 
A desconfirmação e a dupla mensagem devem ser banidas do processo comunicacional do enfermeiro. 
4. Identifique os comportamentos que encorajam a interacção profissional de saúde/doente referindo os diferentes tipos de comunicação não-verbal. (pg.47 a 61)
	A comunicação não-verbal é o conjunto dos comportamentos que não utilizam a linguagem verbal. Ela ajuda-nos a expressar os sentimentos, os pensamentos e as hipóteses, além de demonstrar se há coerência entre o nosso discurso e a nossa intenção. A comunicação não-verbal visa completar o verbal ou contradizer uma falta e demonstrar e reconhecer os sentimentos.
	O conhecimento desses códigos não-verbais e as suas funções permite que nos tornemos mais efectivos na arte de estar com os outros. Quanto maior o nosso grau de consciência de nós mesmos e do que expressamos, maior será a nossa habilidade de interagir com os outros e melhor comunicamos.
	A percepção dos sinais não-verbais pode ser influenciada pela nossa motivação em estabelecer uma relação, pelas emoções e pelos sentimentos, pelo conhecimento dos sinais de comunicação, pelo conhecimento prévio do emissor, pelo tempo da interacção e pelas limitações físicas e fisiológicas (ex. cansaço). 
	No seu dia-a-dia profissional, o enfermeiro percebe a importância do conhecimento da comunicação não-verbal como um instrumento de avaliação da adesão do doente no tratamento. Como o tempo da interacção profissional de saúde/enfermeiro é muito curto, existe a necessidade de criar rapidamente um vínculo de empatia, por meio da manipulação de elementos da comunicação que complementam a forma do profissional se relacionar com o outro. No entanto, apesar de toda a técnica que possamos ter, como a nossa percepção é selectiva, podemos deixar de reparar em algumas coisas que acontecem à nossa volta.
	Quanto maior for a nossa atenção aos sinais do outro, a nossa vontade de estar com ele e a nossa capacidade de perceber os factores que interferem na comunicação, maior será a nossa compreensão das emoções. Essa compreensão é um aspecto muito positivo na relação profissional de saúde/utente.
	Á medida que acumula experiência, o enfermeiro percebe que o paciente não consegue verbalizar todas as suas necessidades, assim, ele deve ser detentor da arte de cuidar das pessoas, de perceber até mesmo o que não é verbalizado, mas que está expresso no modo de ser do outro.
	O profissional de saúde, por meio da sua postura, do seu olhar, do seu toque e dos seus gestos, consegue avaliar a condição de fragilidade do paciente, ajudando-o a manter a sua dignidade, tratando-o como ser humano. Existem comportamentos que encorajam a interacção enfermeiro/utente, tais como, uma expressão facial positiva, acenos de cabeça positivos, uma postura relaxada e atenta, olhar nos olhos, ficar próximo, o toque afectivo, falar claramente com um tom de voz audível e com um ritmo médio e o uso do silêncio, que pode estimular a linguagem verbal.
	Existem vários tipos de comunicação não-verbal, dentre os quais, a linguagem cinésica, a linguagem proxémica, a linguagem tacêsica e a linguagem paraverbal ou paralinguagem.
	A linguagem cinésica é aquela que nos permite identificar os sinais de empatia, resulta da observação do rosto, dos movimentos corporais, etc. Em saúde é importante, porque como muitas vezes o utente não entende a linguagem técnica do profissional, recorre à observação dos seus movimentos para tentar perceber a situação.
	A linguagem proxémica engloba o estudo do espaço interpessoal e das distâncias que mantemos com os outros. Apresenta dois aspectos fundamentais: o espaço pessoal (campo limitado em torno do nosso corpo) e a territoriedade (área física que limitamos como nossa). É importante em saúde, porque permite ao doente delimitar um espaço só seu dentro de um ambiente hostil, como o hospital, ajudando a que ele se sinta mais integrado e à-vontade. O enfermeiro não deve invadir este espaço, respeitando-o e dando-lhe a importância que merece.
	A linguagem tacêsica é a linguagem do toque. O enfermeiro deve estar atento à importância do toque e às emoções que transmite ao doente através dele. Por isso, este toque não deve ser mecanizado, mas caloroso e atencioso.
	A linguagem paraverbal é a linguagem dos sons, dos ruídos, mas também do silêncio. O enfermeiro deve saber interpretar os sinais transmitidos pelo doente, dando-lhes a importância necessária.
5. O que é a Comunicação Terapêutica? Diga algumas das premissas consideradas essenciais para que o enfermeiro adquira competências em comunicação.
A comunicação terapêutica é a capacidade do enfermeiro servir-se da comunicação humana para ajudar o utente no seu processo terapêutico.
O profissional de saúde visa auxiliar o utente a descobrir e utilizar a sua capacidade e potencial para solucionar os seus problemas; incentivando-o ao auto-cuidado, de forma a melhor a sua auto-estima.
O nosso alvo de intervenção é considerado um ser biopsicossocial e cultural, e não apenas um ser físico, sendo de extrema importância a comunicação terapêutica.
A comunicação torna-se assim um meio de chegar ao utente, de criar empatia e melhorar a interacção enfermeiro/utente, ajudando ao processo de cura, restabelecimento e manutenção da saúde.
Existem algumas afirmações que já se consideram premissas que não necessitam de demonstração. Elas são essenciais para a comunicação humana e terapêutica.
Em torno da comunicação fundamentam-se conceitos como a assistência, ensino e pesquisa em enfermagem.
A comunicação permite que a profissão de enfermagem seja exercida como ciência e arte, de forma integrada.
A comunicação facilita a assimilação do enfermeiro como pessoa e como profissional.
A comunicação é a essência/alma do cuidado humanitário.
A educação para a saúde só pode ser efectuada/cumprida/executada com base na comunicação.
A comunicação é substancial à saúde da pessoa.
6. O que são pressupostos da comunicação? Refira alguns comentando a sua importância para a Enfermagem.
Os pressupostos são afirmações que alicerçam a importância da competência em comunicação entre enfermeiro/utente. Os pressupostos têm presidido o ensino e a aplicação prática do conhecimento geral sobre comunicação humana e como torná-la terapêutica.
O ser humano não existe sem comunicar.
O Homem é um ser social que vive e interage numa sociedade, todos os seus comportamentos são formas de comunicação. É, por isso, impossível não comunicar. Em enfermagem, compete-nos estar atentos a todos os comportamentos do utente e saber interpretá-los.
A comunicação é um processo contínuo e não se repete do mesmo modo.
Todos os nossos comportamentos, incluindo a comunicação, são únicos e irrepetíveis. Por muito que o enfermeiro repita o mesmo cuidado com o mesmo paciente, nunca será igual poisestá influenciado por diversas variáveis: tempo, espaço, humor, etc.
A comunicação entre as pessoas exige que a mensagem tenha um significado comum.
Para que a comunicação entre duas pessoas seja eficiente é necessário que estabeleçam um código comunicacional semelhante. Se isto não acontecer em enfermagem, no momento em que o enfermeiro explica um procedimento ao utente, ele pode aparentar a compreensão sem, no entanto, perceber a mensagem que lhe é transmitida impossibilitando a realização correcta deste procedimento.
Empatia, confiança e respeito mútuo são elementos-chave do processo comunicativo.
A capacidade de tentar colocar-se no lugar do outro faz com que o enfermeiro compreenda o paciente de forma mais fácil, o que propicia o estabelecimento do respeito mútuo e da confiança, conduzindo, por vezes, a uma cura mais rápida.
A comunicação é um dos componentes centrais da área da saúde.
Comunicação, saúde e enfermagem são áreas que se interrelacionam e se influenciam. Quando um indivíduo apresenta a sua saúde afectada, vai à procura de assistência garantida pelos profissionais de saúde. Esta assistência só será apropriada e eficiente se a comunicação estabelecida for adequada.
7. Quais são os componentes básicos da comunicação terapêutica? Aborde as principais características a desenvolver pelo profissional de saúde para ser eficiente na comunicação.
Uma das formas do enfermeiro interagir com o paciente é através da comunicação, seja esta verbal ou não-verbal. Ao conviver com um paciente durante um grande período de tempo irá experimentar variados fenómenos que poderão beneficiar o processo de comunicação e a relação enfermeiro/paciente. Entre estes fenómenos estão a empatia, respeito mútuo e confiança.
Quanto à comunicação empática esta pode ser transmitida de forma verbal ou não verbal. Esta comunicação só pode ser conseguida através da compreensão de como o outro é, e da forma como vivência o mundo. No caso do enfermeiro, este tem de tentar compreender a pessoa a sua forma de viver não perdendo a sua identidade e o seu papel de profissional.
É também através da empatia, que o enfermeiro comunica ao doente as emoções subjacentes do seu comportamento e da qual por vezes não tem consciência 
De forma a existir uma melhor assistência individual, respeitando as crenças, valores e cultura do doente existem dois aspectos essenciais: a empatia e envolvimento emocional.
A confiança é uma forma de entender o mundo e resolver problemas, inclui respeito, honestidade, consistência, fé e esperança. Uma das formas da confiança surgir entre o utente e o enfermeiro é através da empatia, atendendo às preferências do utente, mantendo o contacto visual, ser flexível, entre outros aspectos.
Por fim, o último fenómeno é o respeito mútuo. Podemos dizer que respeitar uma pessoa é acreditar na sua dignidade e valores independentemente do seu comportamento. Devemos assim aceitar uma pessoa sem a julgar. Quanto ao enfermeiro tem de aceitar o paciente tal como ele é, com as suas crenças, valores, cultura, etc.
Todos estes componentes são fundamentais e complementam-se permitindo uma melhor relação entre o utente e o enfermeiro.
8. Descreva as principais estratégias de comunicação terapêutica, e diga da sua importância para a enfermagem.
Na relação enfermeiro-paciente a comunicação é um ponto muito importante, uma vez que a partir da comunicação terapêutica podemos estimular o utente a descrever a sua experiência, a clarificar as ideias e a mostrar interesse pelos problemas, sentimentos e pensamentos do utente. As estratégias são o principal foco da abordagem da comunicação terapêutica. Estas estratégias para além de facilitarem o processo terapêutico, ajudam a atingir os objectivos propostos nas diversificadas áreas da Enfermagem. Permite assim, um cuidado competente e humanitário por parte dos enfermeiros. No entanto, estas não devem ser estereotipadas, devem sim, ser acompanhadas de criatividade e bom senso.
Há diversos autores que estudam a comunicação terapêutica, entre os quais, Peplau que afirma que a comunicação terapêutica é de extrema importância para a Enfermagem Psiquiátrica mas também é importante na Enfermagem geral; Travelbee que diz que as estratégias da comunicação terapêutica tem ser individualizadas para cada paciente. No entanto, os autores que analisam/apresentam de forma mais completa as estratégias da comunicação terapêutica são Hays e Larson mostrando a sua aplicação a todas as áreas de Enfermagem. É mediante estes autores que Stefanelli agrupou estas estratégias em três grupos: expressão, clarificação e validação.
O grupo de expressão reúne as estratégias que estimulam ou facilitam a expressão verbal de pensamentos e sentimentos. São mais indicadas para uma abordagem inicial, para conhecer e identificar as áreas problemáticas do paciente e estabelecer um conhecimento mútuo. Alguns exemplos dessas estratégias são: ouvir reflexivamente, usar terapeuticamente o silêncio, verbalizar a aceitação, verbalizar o interesse, usar frases com sentido aberto ou reticentes, repetir comentários ou últimos palavras ditas pelo paciente, fazer perguntas, devolver a pergunta feita, usar frases descritivas, permitir a escolha do assunto ao doente, estimular a expressão de sentimentos subjacentes, dizer não, usar terapeuticamente o humor, entre outras. 
O grupo de clarificação reúne as estratégias que ajudam a compreender e a clarificar as mensagens, evitando ambiguidade e fornecendo uma informação mais correcta aos enfermeiros. Alguns exemplos dessas estratégias são: estimular comparações, solicitar ao paciente que esclareça termos incomuns, que precise o agente de acção, descreva os eventos em sequência lógica, etc.
O grupo de validação é o conjunto de estratégias que asseguram uma significação comum do que é expresso ao paciente. Temos como exemplos o repetir a mensagem do paciente, pedir ao paciente o que foi dito, resumir o conteúdo da acção, etc.
9. Comente a frase: “Torna-se um pouco paradoxal falar do uso terapêutico do silêncio como estratégia para estimular a expressão verbal de ideias ou sentimentos ou para interromper o silêncio do paciente…” (pg.80)
	Efectivamente é contraditório falar no silêncio como um meio de incentivar a linguagem verbal. No entanto, se pensarmos no que acontece durante o silêncio, em para que serve o silêncio, é-nos mais fácil compreender a sua importância. Neste espaço de tempo, aparentemente perdido, o utente pode estar a fazer uma reflexão sobre aquilo que vai dizer e como o vai dizer. Ou ainda, pode estar a ganhar coragem para se abrir com o profissional de saúde.
	A frase diz que é paradoxal utilizar o silêncio terapêutico para interromper o silêncio do paciente, esta ideia perde a sua contradição se conseguirmos distinguir entre o silêncio do utente que não quer falar com o profissional de saúde e o silêncio reflexivo do utente que procura as melhores palavras para se exprimir e para se fazer entender. O silêncio terapêutico visa exactamente isso, ser período de reflexão e de pensamento.
	O enfermeiro deve utilizar terapeuticamente o silêncio, isto é, deve ter o discernimento para saber quando falar e quando permanecer em silêncio, pois por um lado, o enfermeiro está ansioso por fazer várias questões e por outro, o utente está ansioso pelo seu estado de saúde. 
	Durante o silêncio, o enfermeiro deve ter uma “disposição expectante”, ou seja, a expectativa de que o outro é capaz de falar e vai fazê-lo. É como se estivesse a dar um tempo para o paciente organizar as suas ideias para depois poder expressá-las. O enfermeiro deve assumir uma atitude de disponibilidade e disposição para que o utente se sinta aceite, respeitado e valorizado, ficando à vontade e seguro para comunicar o que sente. O enfermeiro deve assumir e manter uma posição adequada, evitando transmitir desconforto ou impaciência ao utente, para não provocar um bloqueio na comunicação.
	Outro aspecto a ter em conta pelo profissionalde saúde durante o silêncio é o motivo pelo qual ele acontece. O enfermeiro deve pensar activamente no porquê desse silêncio: bloqueio, resistência, medo de falar e não ser aceite ou se é um caso de silêncio reflexivo. Durante esse período, o enfermeiro deve focar a sua atenção na comunicação não-verbal do utente para compreender o que esta a acontecer e tentar descodificar o que se esta a passar. No entanto, não deve agir com base nas suas crenças e valores.
	Posto isto, é-nos mais fácil compreender a importância terapêutica do silêncio para o enfermeiro, uma vez que lhe permite aproximar-se do doente, na medida em que aumenta a empatia e confiança do paciente, e lhe permite interpretar melhor a comunicação não-verbal, identificando os sinais que podem conduzir à melhor compreensão do problema do utente. 
	
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Psicologia - Comunicação

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