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Apostila de Direito Administrativo

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DIREITO ADMINISTRATIVO – Profª. JOSÉLIA - INSS 
 
 
 
1 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
1. ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
O Estado é pessoa jurídica territorial, soberana, formada pelos elementos: POVO, TERRITÓRIO e GOVERNO 
SOBERANO. 
Esses três elementos são indissociáveis e indispensáveis para caracterização de um Estado Independente. 
 
FORMA DE ESTADO FEDERAÇÃO. 
 
- Poderes e Função Pública 
 
Obs. Função Pública: 
atividade a ser exercida em nome e interesse do povo. As três principais funções públicas correspondem à tripartição 
dos poderes. 
 
Obs. Funções dos Poderes: 
a) Função típica/precípua: função principal, função típica para a qual o poder foi criado. 
b) Função atípica/secundária: função exercida de forma excepcional pelo poder. 
 
1. Poder Legislativo 
 
Função típica - Legislar: inovando o ordenamento jurídico 
- Fiscalizar: CPI / TCU 
Função atípica - Administrar: Assuntos das Casas Legis. 
- Julgar: Julgamento Político Impechtman 
 
- Característica: Inova a ordem jurídica (cria novas situações jurídicas, estabelece direitos e obrigações). 
 
Obs. Atividade: Geral (erga omnes).Abstrata (não específica).Direta (independe de provocação). 
 
2. Poder Judiciário 
 
Função típica - Julgar: dizer o direito de forma definitiva 
Função atípica - Administrar: Governo interno dos Tribunais 
- Legislar: Súm. Vinc./Controle Abstrato de Const. 
 
- Característica: Diz o direito ao caso concreto, substituindo as partes, de forma definitiva. Em tese não inova no 
ordenamento.. 
- Produz Intangibilidade Jurídica = efeitos da coisa julgada; impossibilidade de mudança da decisão. 
 
Obs. Atividade: Específica (caso concreto individualizado).Indireta (depende de provocação).Concreta (incide sobre um 
fato concreto e não em tese). 
 
3. Poder Executivo 
 
Função típica - Administrar a coisa pública aplicando a lei 
Função atípica - Legislar.MP/Lei Delegada/Dec. Autônomo 
- Julga: PAD 
 
- Característica: Aplicar o ordenamento de forma direta, imediata e concreta. 
- Não produz intangibilidade jurídica. Coisa julgada administrativa gera impossibilidade de mudança na via administrativa, 
mas passível de reforma judicial, não é uma verdadeira coisa julgada. 
 
NOÇÕES DE GOVERNO 
 
A noção de governo está relacionada com a função política de comando, de coordenação, de direção e fixação de 
planos e diretrizes de atuação do Estado (as denominadas políticas públicas) não confunde conceito de Governo com 
conceito de administração em sentido estrito. 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – Profª. JOSÉLIA - INSS 
 
 
 
2 
SISTEMA DE GOVERNO 
Nosso sistema de Governo é o Presidencialismo. O Presidente da República é o chefe do Poder Executivo Federal . 
 
FORMA DE GOVERNO 
 
Conceito de forma de governo está relacionada com a maneira como se dá a instituição e a transmissão do poder na 
sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados. 
A República é a forma de Governo caracterizada pela temporalidade dos mandatos do Chefe do Poder Executivo, com o 
dever de prestação de contas. 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Administração pública em sentido amplo e em sentido estrito. 
Administração pública em sentido amplo: abrange os órgãos de governo que exercem função política e também os 
órgãos e pessoas Jurídicas que exercem função meramente administrativa. 
Administração Pública em sentido estrito: só inclui os órgãos e pessoas jurídicas que exercem a função meramente 
administrativa, de execução dos programas de governo. Ficam excluídos os órgãos políticos e as funções políticas. 
Administração pública em sentido formal, subjetivo ou orgânico: é conjunto de órgãos, pessoas jurídicas e agentes que o 
nosso ordenamento jurídico identifica como administração pública. 
Administração em sentido material, objetivo, funcional: representa conjunto de atividades que costumam ser 
consideradas próprias da função administrativa. 
 
 
2. DIREITO ADMINISTRATIVO CONCEITO E FONTES 
 
Conceito de Direito Administrativo 
 
Conjunto de Regras e princípios aplicáveis à estruturação e ao funcionamento das pessoas e órgãos integrantes da 
administração pública, às relações entre estas e os seus agentes, ao exercício da função administrativa, especialmente 
às relações com os administrados, e a gestão dos bens públicos, tendo em conta a finalidade geral e bem atender ao 
interesse público. 
Fontes do Direito Administrativo 
iz-se fonte à origem, lugar de onde provém algo. No caso, de onde emanam as regras do Direito Administrativo. 
 
Quatro são as principais fontes: 
 
I – lei; 
II – jurisprudência; 
III – doutrina; 
IV – costumes. 
 
Como fonte primária, principal, tem-se a lei, em seu sentido genérico (“latu sensu”), que inclui, além da Constituição 
Federal, as leis ordinárias, complementares, delegadas, medidas provisórias, atos normativos com força de lei, e alguns 
decretos-lei ainda vigentes no país etc. Em geral, é ela abstrata e impessoal. 
 
 
As outras três fontes são ditas secundárias. 
 
Chama-se jurisprudência o conjunto de decisões do Poder Judiciário na mesma linha, julgamentos no mesmo sentido. 
Então, pode-se tomar como parâmetro para decisões futuras, ainda que, em geral, essas decisões não obriguem a 
Administração quando não é parte na ação. Diz-se em geral, pois, na CF/88, há previsão de vinculação do Judiciário e 
do Executivo à decisão definitiva de mérito em Ação Declaratória de Constitucionalidade (art. 102, §2º). 
 
A doutrina é a teoria desenvolvida pelos estudiosos do Direito, materializada em livros, artigos, pareceres, congressos 
etc. Assim, como a jurisprudência, a doutrina também é fonte secundária e influencia no surgimento de novas leis e na 
solução de dúvidas no cotidiano administrativo, além de complementar a legislação existente, que muitas vezes é falha e 
de difícil interpretação. 
 
Por fim, os costumes, que hoje em dia têm pouca utilidade prática, em face do citado princípio da legalidade, que exige 
obediência dos administradores aos comando legais. No entanto, em algumas situações concretas, os costumes da 
repartição podem influir de alguma forma nas ações estatais, inclusive ajudando a produção de novas normas. Diz-se 
costume à reiteração uniforme de determinado comportamento, que é visto como exigência legal. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – Profª. JOSÉLIA - INSS 
 
 
 
3 
3. PRINCÍPIOS 
 
- Na lição de José dos Santos Carvalho Filho, princípios administrativos são os postulados fundamentais que inspiram 
todo o modo de agir da Administração Pública. Representam os cânones pré-normativos, norteando a conduta do 
Estado quando no exercício de atividades administrativas. 
-Assim, os princípios são as ideias centrais de um sistema, estabelecendo suas diretrizes e conferindo a ele um sentido 
lógico, harmonioso e racional, o que possibilita uma adequada compreensão de sua estrutura. 
-Princípios que compõe o regime jurídico administrativo: há divergências na doutrina quanto a eles. 
-Regime jurídico: conjunto harmônico de princípios e regras, que guardam entre si uma correlação lógica. Esta 
interligação entre os princípios compõe uma unidade, que se denomina de sistema. 
 
 Teoria da ponderação de interesses:. A inovação quanto aos princípios tange à ponderação de interesses. 
Ponderação de interesses – ora prevalece um, ora prevalece outro, de acordo com os princípios protegidos. 
STJ: ato ilegal – legalidade – anulação. em nome da segurança jurídica, em nome da boa-fé dos servidores, realiza-se a 
estabilização do ato, mantém-se o ato como está. => um princípio não exclui o outro. 
# Quais são as pedras de toque do Direito Administrativo? Para Celso Antônio Bandeira de Melo, as pedras de toque 
são os princípios da supremacia do interesse público somado ao princípio da indisponibilidade do interesse público. 
 
Interesse públicorepresenta o somatório dos interesses individuais dos seres considerados como membros da 
sociedade, representando, assim, a vontade da maioria. 
- Interesse público primário: a vontade do povo. 
- Interesse público secundário: a vontade do estado enquanto pessoa jurídica. 
Coincidência entre o interesse primário e o secundário é o ideal. Se não existir convergência de interesses, o que deve 
prevalecer é o interesse primário. 
(pegar artigo – Supremacia do interesse público. Dr. Alice Gonzales Borges) 
 
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO 
 
Significa a sobreposição do interesse público face aos interesses particulares. 
Representa um pressuposto lógico para o convívio social. 
*A superioridade não é da máquina estatal, não é do Administrador. 
Essa sobreposição traz prerrogativas/privilégios para o Estado. 
Para a doutrina majoritária, o princípio da supremacia fundamenta diversos institutos administrativos (ex: atributos do ato 
administrativo – presunção de veracidade, imperatividade, autoexecutoriedade – o estado pratica os atos 
independentemente de autorização do poder judiciário; desapropriação; clausulas exorbitantes – art. 58 da lei 8666/93). 
Em nome da supremacia a administração não pode dispor do interesse público. 
Obs: divergência doutrinária. Há uma corrente minoritária no Brasil que defende a exclusão do princípio da supremacia. 
Alguns autores defendem que o princípio da supremacia justifica os abusos, a arbitrariedade do administrador público. 
Em nome da supremacia esses abusos são praticados. 
A maioria diz que se faz necessário é a aplicação efetiva do princípio, apagar o princípio não vai afastar a arbitrariedade. 
 
INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO 
O Administrador não pode dispor do interesse público. 
O administrador exerce função pública, ou seja, exerce atividade em nome e no interesse do povo. 
Princípio geral do direito: o administrador de hoje não pode criar entraves para futura administração. Antes da lei de 
responsabilidade fiscal (LC 101), no final do mandato o administrador limpava os caixas, celebrava contratos milionários 
e deixava a dívida para o próximo administrador. 
Fraude em concurso público: viola vários princípios, dentre eles, o princípio da indisponibilidade. 
Fraude à licitação também viola esse principio. 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – Profª. JOSÉLIA - INSS 
 
 
 
4 
 PRINCÍPIOS MÍNIMOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO (LIMPE – “CAPUT”, ART. 37, CF) 
 
. Legalidade 
. Impessoalidade 
. Moralidade 
. Publicidade 
. Eficiência 
 
O art. 37, “caput”, CF, foi alterado pela EC 19/98. 
 
LEGALIDADE 
 
É indispensável para a existência de um Estado de Direito (estado politicamente organizado e que obedece as suas 
próprias leis). 
 
O que significa legalidade para: 
. DIREITO PRIVADO: pode tudo, exceto o que estiver vedado em lei (critério da não contradição à lei). 
. DIREITO PÚBLICO: só pode o que está autorizado na lei (critério de subordinação à lei). 
 
Hoje no Brasil aplica-se a legalidade em sentido amplo: confere se o ato é compatível com a lei e com as regras e 
princípios constitucionais (controle de legalidade). 
 
Sempre que se pensar em ato administrativo e CONTROLE DE LEGALIDADE – essa legalidade no Brasil para a 
jurisprudência representa a legalidade em sentido amplo, que significa compatibilidade com a lei, mas também com as 
regras e princípios constitucionais (LEI + CF). 
 
IMPESSOALIDADE 
 
Significa que o Administrador precisa agir com ausência de subjetividade. O Administrador não pode buscar interesses 
pessoais, dos parentes e amigos. 
Exemplos expressos na CF que representam o princípio da impessoalidade: concurso público e licitação. 
 
#O princípio da impessoalidade traduz a ideia de que o administrador tem que tratar a todos sem discriminações 
benéficas ou descrimentosas, nem favoritismos nem perseguições são toleráveis, simpatias ou animosidades pessoais, 
políticas e ideológicas não podem interferir na atividade administrativa. R: Este enunciado é o conceito de 
impessoalidade segundo Celso Antônio. Atenção: também está presente o princípio da isonomia. 
 
Lembrar: o ato administrativo não é do servidor, é da entidade que ele pertence. 
O princípio da impessoalidade está ligado à igualdade ou isonomia constitucional. 
O principio da moralidade relaciona-se com os princípios da lealdade e da boa-fé. 
 
MORALIDADE 
 
Traduz a ideia de lealdade, boa-fé, obediência a princípios éticos e honestidade, coerência, correção de atitudes e 
moralidade. 
 
A doutrina brasileira ainda diz que o conceito da moralidade é um conceito vago, apesar de reconhecer a existência de 
todos os elementos citados acima. 
 
Atenção: moralidade administrativa é diferente da moral comum. 
 Moralidade comum: pensa-se no certo e no errado dentro das regras de convívio social. 
 Moralidade administrativa: correção de atitudes somada à boa administração. O administrador tem que 
agir de forma correta e, ainda, tem que ser o melhor administrador possível – boa administração. 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – Profª. JOSÉLIA - INSS 
 
 
 
5 
Boa administração também significa eficiência. Os princípios estão inter-relacionados. 
Vedação de parentesco – a vedação do nepotismo no Brasil existe desde a Lei 8112/90, que já proibia a nomeação de 
parentes na administração pública, ganhou repercussão com a EC 45/04. A emenda foi a reforma do judiciário que, 
dentre outras mudanças, criou o CNJ e o CNMP – Res. do CNJ – 07 veda o nepotismo, CNMP, Res. 01. 
 
A partir da ADI 12, no amplo desejo de legislar não podendo fazê-lo, o Supremo editou a súmula vinculante de n. 13: “a 
nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da 
autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou 
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de função gratificada na administração pública direta e 
indireta em qualquer dos poderes nada união, dos estados, do DF e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante 
designações recíprocas, viola a CF”. 
 
Uma SV precisa ter um enunciado claro e preciso. 
Pela SV n. 13: está proibido: 
- parentesco: cônjuge, companheiro, parente até o terceiro grau, inclusive o terceiro grau, seja o parentesco em linha 
reta, colateral ou por afinidade. 
- o parentesco não pode existir nas seguintes situações: 
(1) entre autoridade nomeante e o nomeado, quando este ocupar cargo em comissão e função gratificada (essa hipótese 
vem da hierarquia – parentesco na relação de hierarquia)*; 
(2) entre autoridade que ocupe cargo de direção, chefia ou assessoramento (nada mais é que o cargo em comissão) e 
servidor que ocupe cargo em comissão e função gratificada (não existe relação de hierarquia) na mesma pessoa 
jurídica**. 
(3) nepotismo cruzado. Não pode designações recíprocas. É vedada a troca de parentes entre as pessoas jurídicas. 
*Cargo em comissão: era antigamente chamado “cargo de confiança”, a CF mudou a denominação. No Brasil é de livre 
nomeação e livre exoneração (denominada de exoneração ad nutum), serve para direção, chefia e assessoramento. 
 
# Prefeito nomeou um irmão secretário de obras e outro irmão secretário de saúde, pode? R: o STF entende que sim, 
pois os agentes políticos estão fora da proibição, interpretando a S.V. 12. 
 
 PUBLICIDADE 
 
Significa divulgação pública (conhecimento, ciência). 
Conhecimento ao titular do interesse que é o povo. 
 
-A publicação do contrato é condição de eficácia: significa início de produção de efeitos. É uma segunda ideia importante 
ao se pensar em publicidade.Publicidade significa condição de eficácia. Início de produção de efeitos (Lei. 8666/93, art. 61, parágrafo único). 
 
Publicidade também significa início de contagem de prazos. 
 
Publicidade também é mecanismo de fiscalização (instrumento de controle). 
 
(site da transparência – visões acerca da administração pública, informam os acréscimos patrimoniais) 
 
 Publicidade é muito mais amplo do que o conceito de publicação. 
 
# ATENÇÃO: Habeas data só cabe para informações pessoais – apenas relativo a informações sobre a pessoa – não 
informações do seu interesse sobre a empresa (informações pessoais). 
 
-. Mandado de segurança: remédio constitucional para obter direito líquido e certo de informação. 
 
4.1) Exceções ao princípio da publicidade: 
 
1. Inviolabilidade à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas (art. 5, inc. X, CF); 
Veda-se a publicação caso comprometa a intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas. 
 
2. Proteção à segurança da sociedade e do Estado (art. 5, inc. XXXIII, CF); 
 
3. Atos processuais que correm em sigilo, na forma da lei (art. 5, inc. LX, CF); 
DIREITO ADMINISTRATIVO – Profª. JOSÉLIA - INSS 
 
 
 
6 
Aplica-se tanto aos processos judiciais, quanto aos atos administrativos. 
 O processo ético disciplinar, na maioria dos conselhos, é sigiloso. Comprovado o erro médico, por exemplo, todos 
tomarão conhecimento. Logo, exceção ao princípio da publicidade. 
 
- Alguns autores só indicam a segunda hipótese, como Celso Antônio Bandeira de Melo. 
 
 O direito à informação foi regulamentado: Lei 12.527/11 é a lei que estabelece os cuidados para o exercício do 
direito à informação. 
 
- Art. 37, §1, da CF: primeira parte – dever de publicidade, o que se deve e como se deve fazer; segunda parte – o que 
não se deve fazer. 
 O Administrador tem o dever de publicar (de dar conhecimento); não publicar os seus atos representa improbidade 
administrativa (hipótese expressa no art. 11, da Lei 8429/92). 
O dispositivo em sua segunda parte traz o dever de impessoalidade: não pode publicar nomes, símbolos e imagens que 
representem promoção pessoal, assim o fazendo, desrespeita a impessoalidade, pratica promoção pessoal e, assim, seu 
ato representa improbidade administrativa (art. 11, da LIA). 
 
EFICIÊNCIA 
 
O princípio da eficiência já existia na CF/88 desde a sua origem, mas implícito, ganhou roupagem de princípio expresso 
a partir da EC 19/98. 
Já constava expresso na lei 8987/95, em seu art. 6, onde conceitua o que seja um serviço público adequado, onde 
consigna o princípio da eficiência. 
 
Representam o princípio da eficiência: agilidade, produtividade, economia, ausência de desperdícios. 
 
A partir da ideia de eficiência surgiram dois mecanismos importantes: 
1) Estabilidade dos servidores públicos (previsão do art. 41, CF); 
Para adquirir estabilidade: (1) nomeação para cargo efetivo, que pressupõe a prévia aprovação em concurso público; (2) 
três anos de exercício (a Constituição não traz como requisito para estabilidade o estágio, mas sim três anos de 
exercício); (3) aprovação na avaliação especial de desempenho. 
 
AVALIAÇÃO ESPECIAL DE DESEMPENHO – é uma condição de eficiência. Essa avaliação ainda não foi 
regulamentada. 
Depende da regulação para cada carreira. 
 
Situações de perda da estabilidade: 
- processo administrativo (assegurado o contraditório e a ampla defesa); 
- processo judicial transitado em julgado 
- mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho 
2) Despesas de pessoal (art. 169, CF) 
Ideia de racionalização da máquina administrativa. 
Estabelece um limite de despesas de pessoal, só é eficiente gastar o limite previsto na lei complementar. Hoje a LC é a 
L. 101/00, Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece em seu art. 19 o limite de despesas (União 50% e nos 
Estados e Municípios 60%. limite de despesa para folha de pagamento). 
 
Como cortar e reduzir os gastos: 
1. Reduz os cargos em comissão e funções de confiança (deve-se enxugar, pelo menos, no mínimo, 20%, 
cf. CF/88); 
2. Servidores não estáveis (deve-se cortar quantos forem necessários, de acordo com a desnecessidade 
da Administração, ou seja, aqueles que se precise menos); 
3. Servidores estáveis 
 
# O instituto para mandar o servidor embora é exoneração ou demissão? R: o instituto é EXONERAÇÃO, pois não tem 
natureza de pena. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – Profª. JOSÉLIA - INSS 
 
 
 
7 
O cargo será extinto, mas só poderá ser recriado, com funções idênticas ou assemelhadas, 4 anos depois. O 
constituinte preocupou-se com a utilização do mecanismo mediante vingança política. 
 
Obs: Só terá direito à INDENIZAÇÃO o servidor ESTÁVEL. 
 
ISONOMIA 
 
Não está previsto no art. 37, CF, mas também deve ser cumprido pela Administração. 
Conceito: tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual na medida das suas desigualdades. 
Para analisar se houve violação à isonomia se deve: 
1. Verificar o fator de discriminação (ex: exclusão de deficiente físico cadeirante de concurso de salva-
vidas) 
2. Verificar se está compatível com o objetivo da norma (ex: função de salva-vidas não condiz com 
cadeirante) 
 
Há três exigências para que um requisito seja exigido em concurso (conforme STJ e STF): 
1. Precisa estar previsto na lei da carreira (ex: altura, limite de idade e afins); 
2. Requisito deve ser compatível com as atribuições do cargo; 
3. Deve estar previsto no edital do concurso. 
 
 S. 686 do STF: “Exame Psicotécnico. Candidato a Cargo Público: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a 
habilitação de candidato a cargo público”. Deve dar direito a recurso. 
 
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE 
 
O Administrador deve atender a lógica, agir com coerente, tem que agir de forma congruente. 
Para os Administrativistas o princípio da proporcionalidade está dentro do princípio da razoabilidade, é uma 
consequência desta. 
 
Proporcionalidade significa EQUILÍBRIO: 
Equilíbrio entre os benefícios e prejuízos obtidos. 
Equilíbrio entre os atos e as medidas como consequências a ele. 
 
Atos e medidas devem ser proporcionais. 
 
Infração leve – deve-se aplicar a sanção de advertência; infração grave – sanção grave: pena de demissão. 
 
- Razoabilidade e proporcionalidade são princípios implícitos no texto constitucional e expressos na norma 
infraconstitucional (Lei 9784/99 – Lei de Processo Administrativo). 
Alguns autores chegaram a afirmar, quando saiu a EC 45, que o princípio da razoabilidade teria se tornado um princípio 
expresso na Constituição, mas tal ideia não prosperou. Art. 5, LXXVIII, diz que os processos administrativos e judicias 
devem durar o tempo razoável, diante de tal afirmação surgiu a afirmação, entretanto, a posição que prevalece é que 
continuam sendo implícitos. O LXXVIII é entendido como o princípio da celeridade do processo. 
 
Duas premissas: 
1. Praticado um ato administrativo, quem pode rever este ato: 
- Poder Judiciário (no que tange a legalidade – hoje é a legalidade em sentido amplo, ou seja, controle de leis e 
princípios constitucionais). Ex: se não é razoável, se não é eficiente, etc. É o chamado CONTROLE DE LEGALIDADE 
DO ATO. 
2. Poder Judiciário NÃO pode rever o MÉRITO do ato administrativo (mérito é o juízo de valor – é a discricionariedade do 
Administrador). 
 
Ex: Administrador precisa de hospital e de escola, mas não tem verba para a construção dos dois, apenas para um, 
resolve construir o hospital. O Poder Judiciário não pode rever este ato, pois é mérito – é a liberdade do administrator, 
observando o interesse público em questão, deve fazer um juízo de conveniênciae oportunidade. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – Profª. JOSÉLIA - INSS 
 
 
 
8 
Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade representam limites importantes à discricionariedade do 
administrador. Não o sendo, o judiciário pode rever – controle de legalidade em sentido amplo. Podemos assim concluir 
que o controle de legalidade em sentido amplo. por regras e princípios constitucionais. acaba atingindo de forma indireta 
o mérito do ato administrativo, pois está restringindo a liberdade do administrador. 
 
ADPF 45 – o judiciário pode rever política pública se ela não for proporcional. 
 
CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA 
 
Na via administrativa esses princípios são novos, surgiram a partir de 1988. 
Conceito: contraditório significa dar ciência à parte da existência do processo. 
Mediante o contraditório se constrói a bilateralidade da relação processual. 
Em um Estado Democrático de Direito ninguém pode ser processado e condenado sem a ciência da existência do 
processo. 
 
Os princípios da ampla defesa e do contraditório estão previstos no art. 5, inc. LV, da CF. 
 
Exigências para o exercício da ampla defesa: 
 
1. A defesa tem que ser realizada de forma prévia (antes do julgamento); 
As penas e procedimentos precisam ser pré-estabelecidos. 
 
2. A parte tem que ter acesso às informações do processo. 
A parte tem direito às cópias, mas o interessado que arcará com os custos dessa reprodução. 
A maioria dos processos administrativos tem a carga vedada, o direito de cópia resta mais importante ainda. 
 
3. O interessado deve ter direito à produção de provas. 
Direito de produzir provas significa não só produzir a prova, mas também ter a prova interferindo no convencimento do 
julgador, ou seja, avaliada. 
4. Defesa técnica no processo administrativo. 
A defesa técnica concerne à presença do Advogado no processo administrativo: 
 
Após a Súmula 343 do STJ (presença obrigatória), a matéria foi levada ao STF, sendo objeto da Súmula Vinculante de 
n. 5, que retomou a questão para dizer que a presença é facultativa. 
Direito de recurso 
Direito de recurso: levar a matéria a uma nova análise. Crítica à edital de concurso que dita que da parte X até a outra 
não cabe recurso, ele deve acontecer sobre todas as partes. 
Exigência do condicionamento de depósito prévio: lembrar que o depósito prévio é inconstitucional porque ele iria atrelar 
o direito de recurso à capacidade financeira da parte (Sumula 373 do STJ e S.V. 21) 
Sumula Vinculante n. 21 “é inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens 
para admissibilidade de recurso administrativo”. A súmula versou sobre matéria tributária, mas é usada para o direito 
administrativo. 
S. V. n. 3: “nos processos perante o TC da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão 
puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da 
legalidade do ato de concessão inicial da aposentadoria, reforma e pensão”. 
- o ato de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão é um ATO COMPLEXO, de forma que se exige duas 
manifestações de vontade, que se darão em órgão diferentes, para que o ato se aperfeiçoe. O contraditório e a ampla 
defesa vão acontecer na administração e não no tribunal de contas. A S. V. n. 3 dita que o TCU não precisa dar 
contraditório e ampla defesa, pois estes acontecem na própria Administração. 
 
CONTINUIDADE 
 
O princípio da continuidade diz que o serviço público tem que ser prestado de forma ininterrupta (de forma contínua). 
 # Como fica o princípio da continuidade e o direito de greve de servidor público? R: O servidor público no Brasil tem 
direito de greve (art. 37, inc. VII, da CF), ocorre que o dispositivo constitucional diz que o direito de greve será exercido 
nos limites da lei específica. O constituinte disse lei específica, logo, como não mencionou lei complementar deve-se 
entender como lei ordinária. 
Até a EC 19 era lei complementar, com a alteração da EC 19, passou a se tratar de lei ordinária. 
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9 
Por se tratar de norma de eficácia limitada, não se pode exercer o direito de greve enquanto não vier a lei. 
Supremo já entendeu se tratar de norma de eficácia limitada; logo, por muitos anos, por ser norma de eficácia limitada 
servidor nenhum poderia entrar em greve, entendia-se que a greve era ilegal. 
MI 670/708/712 o STF reconhece que enquanto não for aprovada a lei do servidor, será aplicada para eles a lei do 
trabalhador comum. Supremo reconhece a aplicação da Lei 7783/89, no que couber. 
Corte do serviço: quando é possível interromper e serviço, sem prejudicar a continuidade: hipótese do art. 6, §3, da Lei 
8987/95 (Lei de Concessão e Permissão de Serviço Público). 
Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação (com base no art. 6, §3): 
- de emergência (ex: situação de chuva, corte de energia elétrica é possível) 
- após prévio aviso: quando: 
- motivada por razões de ordem técnica ou segurança das instalações (normas técnicas 
visando a segurança das instalações) 
- por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade*. 
*Se o usuário não paga pelo serviço, mesmo em caso de serviços essenciais, é possível o corte. Na corrente minoritária 
usavam a fundamentação do CDC, vedava-se o corte ante a impossibilidade de se submeter o consumidor a situação 
vexatória. Corrente majoritária permite o corte, exigindo-se o aviso prévio. Em nome da supremacia do interesse público 
e do princípio da continuidade do interesse da coletividade, bem como do princípio da isonomia (trata-se os desiguais de 
forma desigual) a empresa não pode prestar serviço a quem não paga, sob pena de comprometer o interesse de toda 
uma coletividade. 
A jurisprudência reconhece algumas exceções, por exemplo, sujeito com doença grave que não paga a energia elétrica, 
hospital que também não paga. 
 
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE 
 
O ato administrativo goza de presunção de legitimidade. 
Onde estiver escrito presunção de legitimidade leia-se ao mesmo tempo presunção de legitimidade + presunção de 
legalidade + presunção de veracidade. 
Sempre que se pode discutir o ato – pensa-se em presunção relativa (“juris tantum”), significa aquela que pode ser 
contestada. 
 
AUTOTUTELA 
 
Diz que a Administração Pública pode rever os seus próprios atos: 
- quanto à conveniência e oportunidade (através da revogação); 
- quanto à ilegalidade (através da anulação). 
Maria Silvia Zanella : faz a seguinte observação, o princípio da autotutela também traz à Administração o dever de 
cuidado, de zelo com os seus bens, seus patrimônios, seus interesses. 
 
 
ESPECIALIDADE 
 
Traz a ideia de que a Administração Pública, especialmente a indireta, está vinculada às finalidades para as quais foi 
criada. 
Administração Direta: entes políticos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal); 
Administração Indireta: autarquias, fundações de direito público, empresas públicas, sociedade de economia mista. 
O administrador não poderá mudar o que a lei determinou, somente uma nova lei poderá alterar esta finalidade. 
Cuidado: esse princípio surgiu inicialmente para a administração indireta, entretanto, hoje também se aplica para os 
órgãos da administração direta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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10 
 EXERCÍCIOS – PRINCÍPIOS 
 
1. No que concerne às fontes do Direito Administrativo, é correto afirmar que: 
a) o costume não é considerado fonte do Direito Administrativo. 
b) uma das características da jurisprudência é o seu universalismo,ou seja, enquanto a doutrina tende a nacionalizar-se, 
a jurisprudência tende a universalizar-se. 
c) embora não influa na elaboração das leis, a doutrina exerce papel fundamental apenas nas decisões contenciosas, 
ordenando, assim, o próprio Direito Administrativo. 
d) tanto a Constituição Federal como a lei em sentido estrito constituem fontes primárias do Direito Administrativo. 
e) tendo em vista a relevância jurídica da jurisprudência, ela sempre obriga a Administração Pública. 
 
2. A reiteração dos julgamentos num mesmo sentido, influenciando a construção do Direito, sendo também fonte do 
Direito Administrativo, diz respeito à 
a) jurisprudência. 
b) doutrina. 
c) prática costumeira. 
d) analogia. 
e) lei. 
 
3. Acerca dos princípios da Administração pública, é correto afirmar: 
a) O princípio da boa-fé não vigora no Direito Administrativo, eis que é atinente ao relacionamento entre sujeitos movidos 
pela autonomia da vontade e a ele se contrapõe o princípio da impessoalidade, que impera nas relações jurídico-
administrativas. 
b) Os princípios do Direito Administrativo são mandamentos de otimização; portanto, sua aplicação só é possível quando 
deles decorrerem consequências favoráveis ao administrado. 
c) No tocante ao princípio da motivação, admite-se, excepcionalmente, a convalidação do ato imotivado, por meio da 
explicação a posteriori dos motivos que levaram à sua prática, desde que tal vício não acarrete lesão ao interesse 
público nem prejuízo a terceiros. 
d) Por força do princípio da legalidade, atos praticados de forma inválida devem ser anulados, independentemente das 
consequências decorrentes da anulação. 
e) Sendo a lei um mandamento moral e visto que, no âmbito da Administração pública, só é permitido aos agentes 
públicos atuarem nos estritos limites da lei, para atender à moralidade administrativa basta que o agente observe 
fielmente os mandamentos legais. 
 
4. O princípio da supremacia do interesse público informa a atuação da Administração pública . 
a) de forma absoluta diante das lacunas legislativas, tendo em vista que o interesse público sempre pretere o interesse 
privado, prescindindo da análise de outros princípios. 
b) subsidiariamente, se não houver lei disciplinando a matéria em questão, pois não se presta a orientar atividade 
interpretativa das normas jurídicas. 
c) alternativamente, tendo em vista que somente tem lugar quando não acudirem outros princípios expressos. 
d) de forma prevalente, posto que tem hierarquia superior aos demais princípios. 
e) de forma ampla e abrangente, na medida em que também orienta o legislador na elaboração da lei, devendo ser 
observado no momento da aplicação dos atos normativos. 
 
5. A Lei de Acesso à Informação. Lei Federal no 12.527/2011.exige a divulgação sponte própria, pelos órgãos públicos, 
de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas, o que vem sendo denominado de 
“transparência ativa”. O art. 8o da Lei estabelece um rol de informações que obrigatoriamente devem ser divulgadas, 
independentemente de requerimento. Dentre as informações mencionadas nesse rol, NÃO consta: 
a) informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a 
todos os contratos celebrados. 
b) informações sobre os procedimentos disciplinares instaurados, concluídos e punições aplicadas a agentes públicos 
c) registros das despesas. 
d) registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros. 
e) respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. 
 
6. O acesso à informação de que trata a Lei nº 12.527/2011, compreende diversos direitos. Dentre eles NÃO se encontra 
o de obter informação 
a) pertinente à administração do patrimônio público, utilização de recursos públicos, licitação e contratos administrativos. 
b) contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por órgãos ou entidades da Administração Pública, 
recolhidos ou não a arquivos públicos. 
c) produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo com órgãos ou 
entidades da Administração Pública, mesmo que esse vínculo já tenha cessado. 
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d) referente a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos, independentemente de avaliação de 
necessidade de sigilo em nome da segurança da sociedade e do Estado. 
e) sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades da Administração Pública, inclusive as relativas à sua política, 
organização e serviços. 
 
7. Determinada empresa do ramo farmacêutico, responsável pela importação de importante fármaco necessário ao 
tratamento de grave doença, formulou pedido de retificação de sua declaração de importação, não obtendo resposta da 
Administração pública. Em razão disso, ingressou com ação na Justiça, obtendo ganho de causa. Em síntese, 
considerou o Judiciário que a Administração pública não pode se esquivar de dar um pronto retorno ao particular, sob 
pena inclusive de danos irreversíveis à própria população. O caso narrado evidencia violação ao princípio da: 
a) publicidade. 
b) eficiência. 
c) impessoalidade. 
d) motivação. 
e) proporcionalidade. 
 
8.Roberto, empresário, ingressou com representação dirigida ao órgão competente da Administração pública, 
requerendo a apuração e posterior adoção de providências cabíveis, tendo em vista ilicitudes praticadas por determinado 
servidor público, causadoras de graves danos não só ao erário como ao próprio autor da representação. A Administração 
pública recebeu a representação, instaurou o respectivo processo administrativo, porém, impediu que Roberto tivesse 
acesso aos autos, privando-o de ter ciência das medidas adotadas, sendo que o caso não se enquadra em nenhuma 
das hipóteses de sigilo previstas em lei. O princípio da Administração pública afrontado é a 
a) publicidade. 
b) eficiência. 
c) isonomia. 
d) razoabilidade. 
e) improbidade. 
 
9. No que diz respeito ao regime jurídico administrativo, considere as seguintes afirmações: 
 
I. Há, neste tipo de regime, traços de autoridade, de supremacia da Administração, sendo possível, inclusive, que nele se 
restrinja o exercício de liberdades individuais. 
II. As chamadas prerrogativas públicas, para que sejam válidas, devem vir respaldadas em princípios constitucionais 
explícitos na Constituição Federal. 
III. Via de regra, também integram o regime jurídico administrativo de um município as leis, os decretos, os regulamentos 
e as portarias do Estado em que ele se localiza. 
IV. É tendência da maioria da doutrina administrativista contemporânea não mais falar em “restrições” ou “sujeições” 
como traço característico do regime jurídico administrativo, em razão dessas expressões poderem levar à falsa 
conclusão de que as atividades da Administração que visam a beneficiar a coletividade podem estar sujeitas a limites. 
 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) IV. 
b) I 
c) I e III. 
d) II e IV. 
e) I, II e III. 
 
10. Na atuação da Administração Pública Federal, a segurança jurídica é princípio que; 
a) justifica a mantença de atos administrativos inválidos, desde que ampliativos de direitos, independentemente da boa-
fé dos beneficiários. 
b) não impede a anulação a qualquer tempo dos atos administrativos inválidos, visto que não há prazos prescricionais ou 
decadenciais para o exercício de autotutela em caso de ilegalidade. 
c) justifica o usucapião de imóveis públicos urbanos de até duzentos e cinquenta metros quadrados, em favor daquele 
que, não sendo proprietário de outro imóvel urbano ou rural, exerça a posse sobre tal imóvel por cinco anos, 
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-o para sua moradia ou de sua família. 
d) impede que haja aplicação retroativa de nova interpretação jurídica, em desfavor dos administrados. 
e) impede que a Administraçãoanule ou revogue atos que geraram situações favoráveis para o particular, pois tal 
desfazimento afetaria direitos adquiridos. 
 
 
 
 
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11. Os princípios que regem a Administração pública podem ser expressos ou implícitos. A propósito deles é possível 
afirmar que: 
a) moralidade, legalidade, publicidade e impessoalidade são princípios expressos, assim como a eficiência, 
hierarquicamente superior aos demais. 
b) supremacia do interesse público não consta como princípio expresso, mas informa a atuação da Administração 
pública assim como os demais princípios, tais como eficiência, legalidade e moralidade. 
c) os princípios da moralidade, legalidade, supremacia do interesse público e indisponibilidade do interesse público são 
expressos e, como tal, hierarquicamente superiores aos implícitos. 
d) eficiência, moralidade, legalidade, impessoalidade e indisponibilidade do interesse público são princípios expressos e, 
como tal, hierarquicamente superiores aos implícitos. 
e) impessoalidade, eficiência, indisponibilidade do interesse público e supremacia do interesse público são princípios 
implícitos, mas de igual hierarquia aos princípios expressos. 
 
12. O artigo 37 da Constituição Federal dispõe que a Administração pública deve obediência a uma série de princípios 
básicos, dentre eles o da legalidade. É correto afirmar que a legalidade, como princípio de administração, significa que o 
administrador público, em sua atividade funcional, 
a) pode fazer tudo que a lei não proíba, porque a Constituição Federal garante que “ninguém será obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. 
b) está vinculado à lei, não aos princípios administrativos. 
c) deve atuar conforme a lei e o direito, observando, inclusive, os princípios administrativos. 
d) está adstrito à lei, mas dela poderá afastar-se desde que autorizado a assim agir por norma regulamentar. 
e) está adstrito à lei, mas poderá preteri-la desde que o faça autorizado por acordo de vontades, porque na 
Administração pública vige o princípio da autonomia da vontade. 
 
13. A Administração pública sujeita-se a princípios previstos na Constituição Federal de 1988. Dentre eles, o princípio da: 
a) legalidade, que exige a prática de atos expressamente previstos em lei, não se aplicando quando se trata de atos 
discricionários. 
b) moralidade, que se sobrepõe aos demais princípios, inclusive ao da legalidade. 
c) impessoalidade, que impede a identificação do nome dos servidores nos atos praticados pela administração. 
d) publicidade, que exige, inclusive por meio da publicação em impressos e periódicos, seja dado conhecimento da 
atuação da Administração aos interessados e aos administrados em geral. 
e) isonomia, que impede a edição de decisões distintas a respeito de determinado pedido, independentemente da 
situação individual de cada requerente. 
 
14. Considere a seguinte situação hipotética: Lei Municipal atribuiu a hospital público o sobrenome do então Prefeito, 
como inclusive era conhecido na Municipalidade e quando ainda exercia seu mandato, ou seja, a introdução da norma 
no ordenamento jurídico municipal operou- se em plena vigência do mandato eletivo do citado Prefeito, que não obstante 
detivesse o poder de veto, sancionou a lei. A situação narrada fere especificamente o seguinte princípio da 
Administração Pública: 
a) Autotutela. 
b) Eficiência. 
c) Publicidade. 
d) Especialidade. 
e) Impessoalidade. 
 
15. Decreto do Poder Executivo Municipal restringiu a circulação de veículos em determinado horário em perímetro 
identificado da cidade, sob o fundamento de que a restrição seria necessária para melhoria da qualidade do ar na região, 
comprovadamente inadequada por medidores oficiais. A medida, considerando que o poder executivo municipal tenha 
competência material para dispor sobre a ordenação do tráfego e seja constitucionalmente obrigado a tutela do meio 
ambiente, 
a) insere-se no poder regulamentar do Executivo, se as disposições do decreto municipal estiverem explicitando normas 
legais que estabeleçam as diretrizes de ordenação do sistema viário com vistas a preservação da qualidade do ar. 
b) é expressão da faceta disciplinar do poder regulamentar, que pode se prestar a restringir a esfera de interesses dos 
administrados, com vistas ao atendi mento do interesse público. 
c) é expressão do poder disciplinar, na medida em que houve limitação, ainda que legal, dos direitos individuais dos 
administrados. 
d) insere-se no poder normativo do Executivo Municipal, que pode editar atos normativos autônomos disciplinando os 
assuntos de interesse local da comunidade. 
e) excede o poder regulamentar, que se restringe à disciplina de organização administrativa do ente, devendo essas 
disposições constarem de lei formal. 
 
 
 
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13 
16. A respeito dos poderes da Administração pública e princípios a ela aplicáveis, é correto afirmar: 
a) O poder hierárquico contempla a sujeição de entidades integrantes da Administração indireta ao ente instituidor, 
também denominado tutelar. 
b) A autotutela corresponde ao poder da Administração de avocar competências atribuídas a ente descentralizado, 
quando verificado desvio de suas finalidades institucionais. 
c) A tutela corresponde ao controle exercido pela Administração sobre entidade integrante da Administração indireta, 
com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades institucionais. 
d) O poder regulamentar ou normativo enseja a prerrogativa da Administração de impor aos particulares, 
administrativamente, restrições ao exercício de direitos e atividades. 
e) O poder disciplinar autoriza a Administração a aplicar a servidores e particulares, com ou sem vínculo com a 
Administração, penalidades e sanções previstas em lei. 
 
17. Diante de uma situação de irregularidade, decorrente da prática de ato pela própria Administração pública brasileira, 
é possível a esta restaurar a legalidade, quando for o caso, lançando mão de seu poder 
a) disciplinar, que se expressa, nesse caso, por meio de medidas corretivas de atuação inadequada do servidor público 
que emitiu o ato. 
b) de tutela disciplinar, em razão da atuação ilegal do servidor público, que faz surgir o dever da Administração de 
corrigir seus próprios atos. 
c) de tutela, expressão de limitação de seu poder discricionário e corolário do princípio da legalidade. 
d) de autotutela, que permite a revisão, de ofício, de seus atos para, sanar ilegalidade. 
e) de autotutela, expressão do princípio da supremacia do interesse público, que possibilita a alteração de atos por 
razões de conveniência e oportunidade, sempre que o interesse público assim recomendar. 
 
18. A Constituição Federal vigente prevê, no caput de seu art. 37, a observância, pela Administração Pública, do 
princípio da legalidade. Interpretando-se essa norma em harmonia com os demais dispositivos constitucionais, tem- se 
que 
a) os Municípios, por uma questão de hierarquia, devem antes atender ao disposto em leis estaduais ou federais, do que 
ao disposto em leis municipais. 
b) o Chefe do Poder Executivo participa do processo legislativo, tendo iniciativa privativa para propor certos projetos de 
lei, como aqueles sobre criação de cargos públicos na Administração direta federal. 
c) a extinção de cargos públicos, em qualquer hipótese, depende de lei. 
d) a Administração é livre para agir na ausência de previsão legislativa. 
e) é cabível a delegação do Congresso Nacional para que o Presidente da República disponha sobre diretrizes 
orçamentárias. 
 
19. Durante regular fiscalização, fiscais de determinada municipalidade identificaram que um estabelecimento comercial 
do setor de bares e restaurantes estava utilizando indevidamente a calçada para instalação de mesas e cadeiras.Os 
agentes municipais, considerando que estavam devidamente autorizados pela lei, no correto desempenho de suas 
funções, 
a) apreenderam as mesas e cadeiras e multaram o estabelecimento, no exercício de seu poder disciplinar. 
b) interditaram o estabelecimento, no exercício de seu poder de tutela administrativa. 
c) apreenderam as mesas e cadeiras irregulares e multaram o estabelecimento, no exercício do poder de polícia. 
d) multaram o estabelecimento e determinaram a instauração de processo de interdição do estabelecimento, como 
expressão de seu poder hierárquico. 
e) interditaram o estabelecimento e apreenderam todo o mobiliário da calçada, como expressão de seu poder de 
autotutela. 
 
20. A propósito dos princípios que informam a atuação da Administração pública tem-se que o princípio da 
a) eficiência e o princípio da legalidade podem ser excludentes, razão pela qual cabe ao administrador a opção de 
escolha dentre eles, de acordo com o caso concreto. 
b) tutela permite que a administração pública exerça, em algum grau e medida, controle sobre as autarquias que instituir, 
para garantia da observância de suas finalidades institucionais. 
c) autotutela permite o controle dos atos praticados pelos entes que integram a administração indireta, inclusive 
consórcios públicos. 
d) supremacia do interesse público e o princípio da legalidade podem ser excludentes, devendo, em eventual conflito, 
prevalecer o primeiro, por sobre- por-se a todos os demais. 
e) publicidade está implícito na atuação da administração, uma vez que não consta da constituição federal, mas deve ser 
respeitado nas mesmas condições que os demais. 
 
 
 
 
 
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21. Considere as seguintes afirmações: 
I. Controlar a atividade de órgãos inferiores, inclusive avocando competências que não sejam exclusivas do órgão 
subordinado. 
II. Editar normas para fiel execução da lei. 
III. Aplicar penalidades àqueles que contratam com a Administração. 
 
Correspondem ao exercício de poder da Administração 
a) I, II e III. 
b) I e II, apenas. 
c) II e III, apenas. 
d) I e III, apenas. 
e) II, apenas. 
 
22. Segundo a literalidade do caput do art. 37 da Constituição de 1988, a Administração pública obedecerá, entre outros, 
ao princípio da 
a) proporcionalidade. 
b) razoabilidade. 
c) igualdade. 
d) moralidade. 
e) boa-fé. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA 
 
As atividades administrativas podem ser prestadas pelo núcleo/centro da administração, atividades estas prestadas pela 
Administração Direta de “forma centralizada”. 
 Pode ocorrer transferência para aperfeiçoamento do serviço e busca da eficiência; caso a transferência ocorra para uma 
Pessoa, com personalidade jurídica própria, estaremos diante da “forma descentralizada” de prestação da atividade 
administrativa; 
A forma descentralizada pode ser a transferência da Administração Direta para a Administração Indireta ou para os 
particulares. 
Há ainda a possibilidade de ocorrer distribuição de competência dentro da mesma pessoa jurídica ocorrerá 
Desconcentração. 
resumindo: se a atividade é deslocada para uma nova pessoa se está DESCENTRALIZANDO, mas se a atividade é 
deslocada dentro do próprio núcleo, da própria pessoa, se fala em DESCONCENTRAÇÃO – é a chamada forma 
desconcentrada de prestação de serviço. 
Na Desconcentração: Não há nova Pessoa Jurídica, descolamento dentro da mesma Pessoa. 
Ex: serviço deslocado do Ministério A para o Ministério B: dois órgãos da União, logo, é um deslocamento dentro da 
mesma pessoa, é uma forma desconcentrada de prestação do serviço. 
 
 Descentralização: pressupõe sempre uma nova pessoa (pode ser física* ou jurídica) 
*Permissão de serviço público, ou autorização de serviço público, como o serviço de táxi. 
Entre a Administração Direta e os particulares que prestam serviço não há hierarquia, mas sim um controle, uma 
fiscalização. 
 
Lembrar: em descentralização não há hierarquia/subordinação, o que existe é controle/fiscalização. 
 Desconcentração: há sempre um deslocamento feito na mesma pessoa. Logo, há relação de subordinação 
(hierarquia). 
 
DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 
 
O deslocamento feito entre entes políticos é denominado de descentralização política (âmbito de repartição 
constitucional de competências; ex: União transfere para o Município), é, portanto, diferente da descentralização 
administrativa, onde se desloca a atividade administrativa para a administração indireta e particulares. 
A descentralização pode ocorrer mediante duas categorias: 
 
 Descentralização através de OUTORGA 
 
Significa transferir a titularidade + execução do serviço (a titularidade é a propriedade/domínio sobre o serviço). A 
outorga só poderá ocorrer mediante LEI. 
 
 Descentralização através de DELEGAÇÃO 
 
Significa transferir somente a execução do serviço. A delegação pode ser feita por LEI às pessoas jurídicas da 
administração indireta de direito privado*. A delegação também poderá ser feita mediante CONTRATO, delegando-se 
aos particulares (ex: concessionárias e permissionárias de serviços – transporte coletivo, empresa de telefonia). E, 
ainda, a delegação poderá ocorrer por ATO ADMINISTRATIVO, transfere-se ao particular (ex: autorização de serviço – 
serviço de táxi, serviço de despachante). 
*Empresas públicas e sociedades de economia mista. 
-O serviço notarial no Brasil está previsto no art. 236 da CF. Trata-se de uma delegação de função, história essa que não 
se mistura com o assunto tratado, O titular do cartório tem que prestar serviço público, e o titular desenvolve a atividade 
como um particular em colaboração, embora seja um agente público. É um agente público na qualidade de particular em 
colaboração com o Estado. 
 
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ÓRGÃOS PÚBLICOS 
 
1) Conceito 
Os órgãos nada mais são que centros (ou núcleos) especializados de competência. 
Uma competência centralizada, quanto mais centralizado mais específico, assim, busca-se a maior eficiência. 
Não há dúvidas de que o órgão público está presente nas pessoas da Administração Direta e Indireta. 
Art. 1 da Lei 9784/99. 
 
2) Características dos órgãos públicos 
1. Não tem personalidade jurídica. 
Personalidade jurídica é a aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações. 
Não tendo personalidade jurídica, quem responderá pelos seus atos é a pessoa jurídica a que ele pertence. 
2. Não pode ir a juízo. 
# Órgão público que não tem personalidade jurídica pode ir a juízo? R: O órgão público não tem personalidade jurídica, 
mas pode ir a juízo em algumas situações, conforme entendimento jurisprudencial. 
 
3) Classificação de Órgão Público 
 De acordo com a posição estatal: 
Os órgãos são divididos em:. independentes 
 . autônomos 
 . superiores 
 . subalternos 
Órgão independente é aquele que goza de independência. Essa independência significa que não sofre qualquer 
relação de subordinação. Há controle, fiscalização, mas não há hierarquia. 
Ex: órgão independente é o comando de cada um dos poderes: presidência, governadorias e prefeituras; Congresso 
Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais; Tribunais e Juízes monocráticos. 
Órgão autônomo: goza de autonomia, o que significa uma ampla liberdade, entretanto, tais órgãos estão subordinados 
aos órgãos independentes, já sofrem relação de hierarquia com estes. EX: Ministérios, Secretarias, MP,Tribunal de 
Contas. 
MP e TCU: o ideal seria órgão autônomo. O Tribunal de Contas é longa manus do legislativo, em termos estruturais, 
seria um órgão autônomo. Há muita divergência. 
Órgão superior: tem poder de decisão, mas já não tem independência e nem autonomia. Eles estão subordinados aos 
órgãos anteriores. Ex: cabinetes e, na maioria dos casos, as procuradorias. 
Órgãos subalternos: é aquele que não decide nada, são chamados “órgãos de mera execução”. Ex: a zeladoria (órgão 
que cuida do patrimônio público), almoxarifado e as chamadas seções administrativas (seção de recursos humanos, de 
expediente, etc) 
 
 Quanto à estrutura:. órgão simples 
 . órgão composto 
 
Órgão simples é aquele que não tem outros órgãos agregados a sua estrutura (ex: gabinetes). 
Órgãos compostos são aqueles que têm ramificações (ex: postos de saúde e hospitais frente a secretaria de saúde; 
escolas frente às delegacias de ensino). 
 
Quanto à atuação funcional:. órgãos singulares 
 . órgãos colegiados 
Órgãos singulares também são chamados de unipessoais, é aquele em que a tomada de decisão é feita por um único 
servidor (ex: presidência, prefeitura e o juízo monocrático). 
Órgãos colegiados são compostos por vários agentes e a tomada de decisão é feita por um órgão coletivo (ex: tribunais 
e casas legislativas). 
Como se atribuíram ao Estado e as demais pessoas jurídicas de direito público os atos das pessoas físicas que 
agissem em seu nome 
 1ª teoria: Teoria do Mandato 
O Estado e o seu agente celebram um contrato de mandato. Essa teoria fica superada, porque o Estado não pode 
celebrar esse contrato, pois sozinho não pode manifestar a sua vontade, alguém vai ter que assinar em seu lugar. 
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2ª teoria: Teoria da Representação 
Foi idealizada conforme os institutos da tutela e curatela, entendendo que o Estado merece ser tratado como incapaz e, 
como tal, deve ser representado por um representante. 
#O Estado no Brasil é sujeito incapaz? R: Não, diz a CF que o Estado responde pelos seus agentes nos atos que estes 
praticarem contra terceiros, logo, o Estado é sujeito capaz. 
Cuidado: a presença do sujeito incapaz afasta esta teoria. No Brasil o Estado é sujeito capaz, logo, não precisa de 
representação, ficando esta teoria superada. 
3ª teoria: Teoria da Imputação (ou do Órgão) 
É a teoria que prosperou no Brasil. 
Para esta teoria o agente atua como se fosse o Estado. A vontade do agente se confunde com a vontade do Estado. 
O agente manifesta a vontade do Estado através de previsão legal, ou seja, por IMPUTAÇÃO LEGAL. 
A pessoa jurídica responde pelos atos do agente, pois o agente está agindo em nome do Estado. Essa é a orientação 
que prevaleceu no STF. 
 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
 
Administração Indireta: Autarquias* 
 Fundações 
 Empresas Públicas 
 Sociedade de Economia Mista 
*Dentro do conceito de autarquias: Consórcios públicos, associações públicas, agências reguladora, conselho de 
classe e agências executivas. 
 
1) Características aplicadas a todas as pessoas da Administração Indireta: 
 
1. Personalidade jurídica própria 
Tendo personalidade jurídica própria podem ser sujeitos de direito e de obrigações. As pessoas jurídicas respondem 
pelos seus atos. 
Possuem autonomia técnica, administrativa e financeira, mas não possuem a capacidade política (o poder de legislar). 
A atuação é complementar à previsão legal. Nem mesmo a agência reguladora possui. 
 
2. Criação e extinção da pessoa jurídica 
Previsão do art. 37, inc. XIX, da CF. Para criar pessoas da administração indireta se faz necessária uma lei, em alguns 
momentos ela cria e em outros ela autoriza a criação. 
A CF dita que lei ordinária específica (cada pessoa jurídica tem a sua) CRIA a autarquia; e lei ordinária específica 
AUTORIZA a criação da empresa pública, da sociedade de economia mista e da fundação. 
Diferença entre lei cria e lei autoriza a criação: quando a CF diz cria, basta a lei e a autarquia já estará pronta; ao 
autorizar se faz necessário um registro para que a pessoa jurídica exista realmente, tal registro dependerá da natureza 
da pessoa jurídica (se a pessoa jurídica te natureza empresarial será registrada na JUNTA Comercial, se tiver natureza 
civil será registrada no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas 
A fundação a que se refere o inc. XIX, art. 37, da CF: 
O que significa FUNDAÇÃO: é um patrimônio destacado por um fundador para uma finalidade específica. É um 
patrimônio personalizado. 
Pensando no fundador, quem constituiu e destacou o patrimônio, divide-se a fundação em duas categorias: 
1) PRIVADA: se constituída por um particular. 
2) PÚBLICA: se constituída pelo Poder Público. 
Quando o Poder Público vai constituir uma fundação pública ele pode dar a ela dois regimes diferentes (conforme 
doutrina majoritária, posição do STF): dar regime público ou privado. 
Pode-se ter fundação pública DE DIREITO PÚBLICO e DE DIREITO PRIVADO. O administrador que decidirá. 
A FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PÚBLICO nada mais é do que uma espécie de AUTARQUIA, é chamada de 
AUTARQUIA FUNDACIONAL. 
Tendo em vista que a fundação neste caso é uma espécie de autarquia, a LEI CRIA esta espécie. Logo, tudo que for dito 
para autarquia serve para essa pessoa jurídica. 
A fundação pública de direito privado é chamada de FUNDAÇÃO GOVERNAMENTAL, terá o regime semelhante à 
empresa pública e sociedade de economia mista. Sendo o mesmo regime destas, a LEI AUTORIZA A CRIAÇÃO. 
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Diante dessas considerações, conclui-se que a fundação a que se refere o inc. XIX, do art. 37, ao dizer que lei específica 
autoriza é a FUNDAÇÃO GOVERNAMENTAL, ou seja, fundação pública de direito privado. 
Hely Lopes Meirelles dizia que toda fundação pública deve ser de direito privado. Antes da CF/88 o entendimento era 
esse, Hely Lopes não teve tempo de reconstruir a ideia. 
Para Celso Antônio Bandeira de Melo toda fundação pública deve ser de direito público. 
A ideia é de que a lei complementar feche a aplicação destas fundações, para que não seja utilizada em qualquer caso. 
 
3. Não possuem fins lucrativos 
Não ter fins lucrativos significa não ser criada para o lucro, mas o lucro pode acontecer. 
Atenção: a FINALIDADE dessas pessoas jurídicas NÃO É O LUCRO. 
Autarquia e Fundação: basicamente tem como finalidade a prestação de serviços públicos. 
Empresa pública e sociedades de economia mista: podem ser criadas para dois fins: prestação de serviços públicos e 
para atividades econômicas. 
A CF em seu art. 173 diz que o Estado não interferirá na atividade econômica, salvo através das empresas públicas e 
sociedades de economia mista, quando isto for imprescindível ao interesse coletivo e fundamental à segurança nacional. 
 
4. Finalidade específica 
As pessoas jurídicas da administração indireta estão vinculadas à sua finalidade especifica. Esta finalidade é definida na 
sua lei de criação. 
O princípio que prende às pessoas jurídicas da Adm. Indireta às suas finalidades específicas é o PRINCÍPIO DA 
ESPECIALIDADE. 
 
5.Sujeitas a controle 
Não há relação de subordinação, o que existe é controle. 
Ex: no poder legislativo o TCU controla; CPI das pessoas da administração indireta – CPI do mensalão; poder judiciário 
através de diversas ações judiciais; poder executivo realiza a chamada SUPERVISÃO MINISTERIAL, que é feita pelo 
Ministério de acordo com o ramo de atividade, controla receitas, despesas, cumprimento da finalidade e nomeia os 
dirigentes da administração indireta. 
Normalmente, a direta nomeia os dirigentes daindireta (chefe do executivo que nomeia e exonera o chefe da indireta de 
forma livre, excepcionalmente, vai depender da prévia aprovação do legislador – do Congresso Nacional, a maioria é de 
aprovação apenas do SENADO, como é o caso da agência reguladora, do Banco Central). 
 
AUTARQUIAS 
 
1) Conceito: 
É pessoa jurídica de direito público, serve para praticar atividade típica de estado. 
Presta serviço público exercendo atividade TÍPICA DE ESTADO. 
 
2) Regime jurídico 
1. Os atos praticados pelas autarquias são atos administrativos, logo, terão regime específico de ato administrativo 
(gozam de presunção, legitimidade, imperatividade, autoexecutoriedade). 
Os contratos celebrados pela autarquia também são contratos administrativos. Consequências: a autarquia está sujeita a 
licitação, sujeitando-se à Lei 8.666/93. 
Rótulo do contrato administrativo: além da licitação, se tem as cláusulas exorbitantes (sujeita-se ao art. 58 da Lei de 
licitações.) 
 
2. Responsabilidade civil: autarquia está sujeita ao art. 37, VI, da CF. Por ser pessoa jurídica de direito público, 
responde pelos atos de seus agentes que nesta qualidade causarem prejuízos à terceiro (independe da prova da culpa) 
– TEORIA OBJETIVA (teve uma conduta e um dano, e entre ambos há nexo de causalidade). Em caso de omissão, vale 
a teoria subjetiva. 
Nos últimos tempos a jurisprudência vem eliminando a teoria subjetiva, mesmo no caso de omissão. 
- o Estado pode ser chamado a responsabilidade, respondendo de forma SUBSIDIÁRIA. 
Atenção: a responsabilidade pode ser ao mesmo tempo objetiva e subsidiária. Neste caso não há exclusão da 
responsabilidade (pelo elemento culpa é objetiva, e pelo elemento ordem de preferencia é subsidiária). 
 
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3. Bens autárquicos 
O bem é, portanto, um bem público, segue todo o regime próprio dos bens públicos. 
Características dos bens públicos: 
a) Em regra, são inalienáveis. 
Eles são inalienáveis de forma relativa (o mesmo que alienáveis de forma condicionada), que significa dizer que em 
algumas circunstâncias/condições é possível alienar. As condições para alienação estão previstas no art. 17, da Lei 
8666/93. 
b) Impenhorabilidade. 
Os bens públicos não podem ser objeto de penhora, arresto e sequestro. 
Penhora é aquela restrição de bens que ocorrerá dentro de uma ação de execução, que serve para garantir o 
cumprimento da obrigação. 
Arresto e sequestro são cautelares típicas. 
c) Impossibilidade de oneração. 
Os bens públicos não podem ser objetos de oneração, que significa nada mais do que o direito real de garantia. 
Bem público não pode ser objeto de penhor, hipoteca e anticrese. 
Penhor e hipoteca ocorrem fora do juízo, enquanto a penhora ocorre na ação judicial. 
Penhor: direito real de garantia que acontece sobre bens móveis. 
Hipoteca: direito real de garantia que acontece sobre bens imóveis. 
Anticrese: direito real de garantia em que o credor explora o patrimônio do devedor e com o produto da exploração salda 
o crédito. 
d) Imprescritível 
Não podem ser objeto de prescrição aquisitiva. Bem público não pode ser objeto de usucapião. 
 
4. A garantia para os débitos judiciais é o regime dos precatórios 
O regime de precatórios é aquele previsto no art. 100, da CF. 
Cada pessoa jurídica tem a sua fila para pagamento de precatórios. 
 
5. Prescrição quinquenal (prazo de 5 anos). 
Dec.20.910/32. Quanto à reparação civil, embora haja divergência, prevalece o prazo de 5 anos. 
 
6. Procedimentos financeiros 
As autarquias estão sujeitas à contabilidade pública, logo, sujeitam-se à Lei 4.320 e à Lei de Responsabilidade Fiscal 
(LC 101/2000). 
 
7. Regime processual das autarquias 
A autarquia tem tratamento de Fazenda Pública no processo. Logo, a autarquia tem prazo diferenciado, dilatado, e, 
ainda, terá reexame necessário (art. 188 do CPC – prazo em quádruplo na contestação e em dobro para recorrer). 
Reexame necessário (art. 475 do CPC). Independentemente de recurso voluntário (da vontade das partes de recorrer), o 
processo será encaminhado ao Tribunal. O reexame necessário também é chamado de duplo grau de jurisdição 
obrigatória. 
Cuidado: o reexame necessário no Brasil não é regra absoluta, pois o CPC traz duas exceções: ação até 60 salários 
mínimos não terá reexame, assim como não terá se a matéria já foi julgada pelo Pleno do Tribunal. 
 
8. Regime tributário. 
Art. 150, VI, “a”, CF – imunidade recíproca. 
A imunidade recíproca consiste na impossibilidade da união de instituir impostos para os estados e municípios. Ou seja, 
um ente não pode instituir imposto para outro ente. 
Atenção: a imunidade recíproca é somente sobre os impostos. 
Em razão do art. 150, §2, da CF: a imunidade recíproca dos entes políticos é extensível às autarquias. 
A imunidade é para os impostos, mas somente no tocante à finalidade específica da autarquia. 
 
9. Regime de pessoal. 
Se a autarquia é pessoa jurídica de direito público, quem trabalha nesta autarquia é servidor público. 
O servidor público da autarquia está sujeito a regime jurídico único. 
Lembrar da aplicação da ADI 2135. Só é possível um regime, ou todos celetistas ou todos estatutários. 
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Exemplos de autarquias: 
. INSS 
. INCRA 
. Universidades Federais 
 
 Autarquias Territoriais: são os territórios. Apesar de estar na lista de autarquia, de fato, território não tem nada de 
autarquia. O território tem mais aproximação com ente político do que com autarquia. 
 
 Conselho de Classe: surgiu no Brasil com natureza de autarquia profissional. Em 1998, adveio a Lei 9649/98, que 
deu ao conselho de classe natureza jurídica de direito privado. 
O conselho de classe exerce atividade de poder de polícia (ex: cassação de carteira), logo, surgiu divergência quanto à 
natureza de direito privado. 
Na ADI 1717, o STF entendeu que o conselho de classe exerce de poder de polícia e, por tal razão, em nome da 
segurança jurídica o poder de policia não pode ser dado ao setor privado. Assim, pensando na segurança jurídica o 
conselho não pode ter natureza privada, concluindo pela inconstitucionalidade da L. 9649, voltando o conselho de classe 
a ter natureza jurídica de autarquia. 
 
CONSELHO DE CLASSE É AUTARQUIA, TEM PODER DE POLÍCIA. 
A anuidade do conselho de classe tem natureza tributária. Trata-se de uma contribuição parafiscal. 
Não se tendo o pagamento do tributo, a cobrança do débito será feita via execução fiscal. A contabilidade deste ente só 
pode ser contabilidade pública. Portanto, conclui-se que o conselho de classe está sujeito a contabilidade pública. 
Se a contabilidade é pública, o TCU fiscalizará a pessoa jurídica. 
Em regra, o conselho de classe com natureza de autarquia está sujeito a concurso público. 
 
 Quanto à Ordem dos Advogados do Brasil: por previsão do seu estatuto (já decidiu STF e STJ), a anuidade 
da ordem dos advogados do Brasil não é tributo, logo, o não pagamento da anuidade não gerará execução 
fiscal, mas sim execução comum. A contabilidade também não se sujeitará a regime público, não sendo a 
OAB controlada pelo Tribunal de Contas. 
STF, ADI 3026 – foi levada ao Supremo com o objetivo de reconhecer a exigência de concurso público. Supremo decidiu 
que não procede a alegação de que a OAB se sujeita aos ditames impostos à Administração Pública Direta e Indireta, 
pois a OAB não é uma entidade da administração indireta, sendo um serviço público independente, categoria ímpar. A 
OAB não está voltada exclusivamente às finalidades corporativas, possui uma finalidade institucional. 
A OAB é uma pessoa jurídica ímpar. 
 
Conclusõesquanto à OAB: 
1. Não precisa realizar concurso público; 
2. Continua tendo, na prática, privilégios de pessoas públicas (imunidade tributária), mas não tem obrigações de pessoa 
pública. 
Embora a jurisprudência esteja dividida, a doutrina majoritária entende que os demais órgãos de classe devem realizar 
concurso. 
 
 AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL 
1) Conceito: 
Autarquias de regime especial é uma autarquia com regras especiais. Terá um tratamento diferenciado em algumas 
situações. 
Esse termo foi utilizado inicialmente para tratar de universidades públicas. 
Para as universidades essa especialidade vem de duas características: regime especial a escolha dos dirigentes 
(escolha do reitor é feita por eleição)*; e mais autonomia, a universidade tem liberdade e autonomia PEDAGÓGICA, 
liberdade para definir a grade curricular. 
*O dirigente da indireta no Brasil normalmente é nomeado e exonerado pelo Chefe do Executivo, entretanto, sendo a 
entidade uma universidade, a escolha será feita mediante eleição. 
 
 
 
 
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AGÊNCIAS REGULADORAS 
1) Conceito: 
São autarquias de regime especial. 
A partir de 1995 o governo brasileiro resolveu privatizar, vender algumas empresas e transferir algumas atividades para 
a iniciativa privada com a ideia de buscar eficiência. Vendeu algumas empresas e concedeu alguns serviços (o que foi 
chamado de política nacional das desestatizações). 
Com as vendas de empresas e concessões surgiu a necessidade de fiscalizar estas atividades, sendo criadas as 
agências reguladoras. 
A atividade de controle não é nova, a novidade está no nome: agência. Esse nome foi copiado do direito norte-
americano e trazido para o Brasil, com a ideia de dar credibilidade. 
O regime jurídico das autarquias aplica-se para as agências, com algumas especificidades. 
 
2) Regime especial da agência reguladora: 
1. Função desenvolvida pela agência. 
A agência reguladora tem a função de normatizar, regular, controlar e fiscalizar diversas atividades, mas é 
COMPLEMENTAR a lei. 
Ela não disciplina substituindo a lei, ela apenas define normas técnicas complementares a previsão legal. 
Em razão dessa função diferenciada, a doutrina defende que ela acaba tendo mais autonomia que as demais autarquias. 
Cuidado: a agência reguladora NÃO legisla (autarquia não tem capacidade política). 
 
2. Nomeação ou investidura especial dos dirigentes. 
A investidura especial diz respeito à nomeação que depende da prévia aprovação do Senado Federal (o presidente não 
poderá nomear de forma livre, como nas autarquias em geral). 
O Senado vai aprovar e o Presidente vai nomear. 
 
3. Dirigente da agência assume com MANDATO DE PRAZO FIXO. 
O dirigente terá mandato determinado. O prazo do mandato será definido pela lei de cada agência. 
*Existe um projeto de lei tendente a unificar em 4 anos esse prazo (ideia de 4 anos não coincidentes com o Presidente 
da República). 
O dirigente só sairá antes do prazo se tiver: CONDENAÇÃO ou RENÚNCIA 
 
PRAZO DE QUARENTENA: encerrado o mandato terá o prazo de quarentena, quando o dirigente da agência ficará 
afastado da iniciativa privada naquele ramo de atividade. O prazo é de 4 meses (normalmente), salvo algumas agências 
que estão com prazo de 12 meses. Durante esse prazo há remuneração. 
 
4. O regime jurídico da agencia reguladora, em regra, é o da autarquia. Entretanto, há duas regras específicas: 
 LICITAÇÃO: em regra, a agência é uma autarquia e, como tal, está sujeita a licitação. Em 1997 veio a Lei 9472, que 
instituiu a ANATEL (a Agência Reguladora passou a ter um procedimento próprio de licitação). Assim, deixou a agência 
reguladora fora da Lei 8666/93. 
Passou a agência a ter duas modalidades específicas: PREGÃO e CONSULTA*. 
A matéria foi objeto de controle de constitucionalidade na ADI 1668, ocasião em que o Supremo entendeu que a agência 
reguladora, como autarquia, não pode ficar fora da Lei 8666, e assim, apesar de estar dentro da Lei 8666, poderia seguir 
duas modalidades próprias: o pregão e a consulta. 
Em 2000 o pregão passou a ser utilizado também pela União através de medida provisória, e em 2002 pela Lei 10.520 
(Lei do Pregão) passou a ser modalidade para os demais entes. 
 
*A CONSULTA é a MODALIDADE ESPECÍFICA DA AGÊNCIA. O pregão deixou de ser. 
 
 REGIME DE PESSOAL: a lei 9.986/00 (chamada de norma geral das agências reguladoras) diz que o pessoal da 
agência seria de contrato temporário e regime celetista. 
A matéria foi objeto de controle de constitucionalidade na ADI 2310, em sede de cautelar, o Supremo entendeu que não 
pode ser o contrato temporário, pois se trata de uma necessidade permanente, e, ainda, o regime não pode ser o 
celetista, pois o correto é o cargo com regime estatutário. A orientação é que se a atividade demanda um preparo, não 
podendo ser trocada com facilidade, a ideia é que seja cargo, pois este é mais seguro e garante mais direitos ao 
trabalhador. 
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O Presidente da República editou a MP 155/2003 para criar cargos em agências reguladoras, tal medida foi convertida 
na Lei 10871/04 (alterando a lei 9.986/00), quando esta lei foi aprovada a ADI 2310 foi extinta por perda do objeto. Com 
a extinção da ADI, os contratos anteriores foram prorrogados, apesar do Supremo ter declarado, em sede de cautelar, a 
inconstitucionalidade destes. 
Cuidado: o regime de pessoal da agência reguladora DEVE SER O REGIME ESTATUTÁRIO, devendo ser cargo com 
estatuto. 
Pendente de julgamento: ADI 3678. 
 
Exemplos de agências reguladoras: 
 Controlando e fiscalizando serviços públicos: ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica); ANATEL (Agência 
Nacional de Telecomunicações); ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária); ANS (Agência Nacional de Saúde); 
ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres); ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários); ANAC 
(Agência Nacional de Aviação Civil); ANP (Agência Nacional de Petróleo); ANA (Agência Nacional de Águas)*; ANCINE 
(Agência Nacional de Cinema – objetivo de fomentar o cinema nacional); 
*Objetivo de fiscalizar bem público. 
 
Impropriedades: 
ABIN – tem nome de agencia, mas não é agencia reguladora. A agência brasileira de inteligência é um órgão da 
administração direta. 
AEB. Agencia espacial brasileira é apenas autarquia, não é agencia reguladora. 
CVM: Comissão de Valores Mobiliários – apesar do nome não ser agencia, a CVM tem NATUREZA de AGÊNCIA 
REGULADORA*. 
*Deve-se atentar sempre para a lei de criação. 
 
 AGÊNCIAS EXECUTIVAS 
1) Conceito. 
A agência executiva foi criada pela Lei 9649/98. 
Nada mais é do que uma autarquia ou fundação pública, que está sucateada, ineficiente, e precisa de melhora em seu 
serviço. 
A agência executiva é uma busca de eficiência. Elabora-se um plano estratégico de modernização, de reestruturação. 
A velha autarquia ou fundação elabora um plano estratégico de reestruturação, com o propósito de mais eficiência, 
celebra com a Administração Direta um CONTRATO DE GESTÃO. 
O contrato de gestão da mais autonomia (mais liberdade) e recursos públicos. 
Atenção: o status de agência executiva é TEMPORÁRIO, somente perdura enquanto estiver em andamento o contrato 
de gestão. 
 
EMPRESAS ESTATAIS 
 
1) Conceito 
Empresas estatais: é aquela que o Estado participa e segue um regime próprio, sendo: uma empresa pública ou 
sociedade de economia mista. 
 
EMPRESAS PÚBLICAS 
 
É pessoa jurídica de DIREITO PRIVADO, que vai seguir um regime misto (híbrido), sendo uma parte do regime público e 
outra parte privada, entretanto, seu

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