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AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POLICIA CIVIL

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BRUNO PENA & ADVOGADOS ASSOCIADOS S/S 
Rua 1, n.º 928 - Ed. Wall Street - Setor Oeste - Goiânia - Goiás - CEP.: 74.115-040 
Fone/Fax: (62)3095 4595 - www.brunopena.adv.br - contato@brunopena.adv.br Página 1 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS. 
 
 
 
 
 
“Somos todos escravos da lei, 
para que possamos ser livres.” 
Marco Túlio Cícero 
 
 
 
 
A CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE TRABALHADORES 
POLICIAIS CIVIS - COBRAPOL, pessoa jurídica de direito privado inscrita no 
CNPJ/MF sob o n.º 37.050.804/0001-05, com sede no SCS, n.º 30, Quadra 01, 
Bloco G, sala 703 - Edifício Baracat - Brasília - Distrito Federal - CEP.: 70.309-900, 
neste ato representado por seu Presidente, JÂNIO BOSCO GANDRA, brasileiro, 
casado, agente de polícia, portador da Cédula de Identidade RG. n.º 4663527 
(SSP\AM), inscrito no CPF/MF sob o n.º 111.916.352-87, com domicilio na sede da 
Confederação; por seus advogados devidamente constituídos [procurações em 
anexo (Doc.1)], bem como atos constitutivos e documentos pessoais dos 
outorgantes (Doc.2)], vem, perante esta Egrégia Corte de Justiça, com fundamento 
no inciso IX, do artigo 103 da Constituição da República Federativa do Brasil; no 
inciso VII do artigo 60, e alínea “a” do inciso VIII do art. 46, ambos da Constituição 
do Estado de Goiás; bem como no inciso I, do artigo 9º-B do RITJGO, com o 
respeito de costume, propor a presente 
 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
com pedido de 
TUTELA DE URGÊNCIA CAUTELAR 
 
da Lei Estadual n.º 19.275 de 28 de abril de 2016, aprovada pela Assembleia 
Legislativa do Estado de Goiás, sancionada pelo Governador do Estado de Goiás, 
que cria os cargos de escrivão de polícia substituto e agente de polícia substituto, 
nas respectivas carreiras da Delegacia-Geral da Polícia Civil e altera a Lei Estadual 
n.° 16.901, de 26 de janeiro de 2010, pelos motivos de fato e de direito a seguir 
expostos. 
U R G E N T E 
PEDIDO LIMINAR 
BRUNO PENA & ADVOGADOS ASSOCIADOS S/S 
Rua 1, n.º 928 - Ed. Wall Street - Setor Oeste - Goiânia - Goiás - CEP.: 74.115-040 
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1. DOS FATOS: 
 
 A presente ação direta de inconstitucionalidade, tem como 
principal fundamento a manifesta ilegalidade contida nas determinações do texto da 
Lei Estadual n.º 19.275 de 28 de abril de 2016, que ao criar os cargos de escrivão de 
polícia substituto e agente de polícia substituto, nas respectivas carreiras da 
Delegacia-Geral da Polícia Civil, alterando a Lei Estadual n.° 16.901, de 26 de 
janeiro de 2010; por desvio de finalidade da norma, e ainda por ferir: a) o princípio 
da irredutibilidade de subsídios, prevista no artigo 92, inciso XVII, e artigo 95, II, 
ambos da Constituição do Estado de Goiás, bem como no artigo 37, inciso XV, da 
Constituição Federal; b) o princípio da isonomia, uma vez que cria cargos na carreira 
da Polícia Civil, sem identificar sua função específica, o que levaria a situação de 
servidores desenvolvendo a mesma função, mas com remuneração distinta, sendo 
uma muita aquém da outra; c) os critérios de remuneração estabelecidos nos incisos 
I, II e III, do §1º, do artigo 94, da Constituição do Estado de Goiás; e d) o direito à 
aposentadoria, prevista no inciso XVI, do artigo 95, da Constituição do Estado de 
Goiás, uma vez que ao prolongar a carreira que antes era de 20 anos, para 24 
anos, diminuirá a possibilidade de o servidor se aposentar no topo da carreira. 
Ademais, a título de argumentação, importante registrar que a Lei, ora 
em discussão, se justifica no argumento de hipotético aumento do efetivo de 
policiais, para reforço dos trabalhos de Segurança Pública em nosso Estado. 
Contudo, não há, em verdade, criação de novas vagas para incremento dos quadros 
de Agentes e Escrivães da Polícia Civil do Estado de Goiás, mas tão somente um 
remanejamento de vagas, com a condenável finalidade de reduzir os gastos com a 
Segurança Pública, com a contratação de mão de obra barata, para a prestação de 
serviço público de tamanha importância, quando a imperiosa necessidade é que 
medida inversa fosse tomada. 
Vejamos. A Lei Estadual n.° 16.901/2010, com a antiga redação dada 
pela Lei Estadual n.º 17.902, de 27 de dezembro de 2012, previa em seu artigo 99, 
inciso IV, 490 (quatrocentos e noventa) cargos de Escrivão Policial de 3ª classe; 
assim como em seu artigo 100, inciso IV, 936 (novecentos e trinta e seis) cargos 
de Agente de Polícia de 3ª classe. Contudo, com a nova redação dada pelo artigo 
2º da Lei Estadual sob análise, ao artigo 99, inciso IV, esse quantitativo passou a ser 
de apenas 270 (duzentos e setenta) cargos de Escrivão Policial de 3ª classe; e 
ao artigo 100, inciso IV, esse quantitativo passou a ser de apenas 656 (seiscentos e 
cinquenta e seis) cargos de Agente de Polícia de 3ª classe. Ou seja, a 
alteração legislativa, imposta pela Lei Estadual, ora em discussão, representou 
uma diminuição de 220 (duzentos e vinte) cargos de Escrivão Policial de 3ª 
classe; e de 280 (duzentos e oitenta) cargos de Agente de Polícia de 3ª Classe. 
Acontece, que a mesma Lei Estadual (que encontra-se sob análise 
desta Ação Direta de Inconstitucionalidade) que alterou a Lei Estadual n.° 
16.901/2010, para modificar o inciso IV, do artigo 99, para reduzir em 220 
(duzentos e vinte) cargos, o efetivo de Escrivão Policial de 3ª classe; e 
modificar o inciso IV, do artigo 100, para reduzir em 280 (duzentos e oitenta) 
cargos, o efetivo de Agente de Polícia de 3ª classe; criou 220 (duzentos e vinte) 
cargos de Escrivão de Polícia Substituto, e 280 (duzentos e oitenta) cargos de 
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Agente de Polícia Substituto, através da inclusão do inciso V, ao artigo 99, e da 
inclusão do inciso V, ao artigo 100, ambos da Lei Estadual n.° 16.901/2010. 
O que demonstra, de forma cristalina, que a bem da verdade, a 
malfada Lei Estadual, não acrescenta um único novo cargo ao efetivo da Polícia 
Civil, se limitando, tão somente, a um manejo legislativo, com o único objetivo de 
diminuir a remuneração dos policiais civis, e assim reduzir os gastos do Governo do 
Estado de Goiás com a Segurança Pública. 
Como dito acima, a Lei ora impugnada tem como intenção, tão 
somente, a redução dos subsídios dos Policiais Civis do Estado. Uma vez que serão 
reduzidos os cargos de Agente e Escrivão de Polícia de 3ª Classe, para contratação, 
de Agente e Escrivão de Polícia Substitutos, a uma remuneração, muito abaixo, dos 
policiais que encontram-se já em efetivo serviço público, tornando notório o desvio 
de finalidade da presente Lei. 
Destarte, o artigo 4º da norma legal impugnada, prevê um subsidio de 
R$1.500,00 (mil e quinhentos reais) aos Policiais Civis Substitutos, o que é 
astronomicamente menor do que o adotado hoje aos policiais em início de carreira 
(3ª classe). 
O Estado quer, através da norma em exame, impingir um subsidio 
menor a um Policial que já tem seus subsídios previstos em Lei. Isto fará com que 
ocorra a paradoxal existência de funcionários que exercem as mesmas atribuições, 
no mesmo local de trabalho, com as mesmas ferramentas e grau de instrução, 
todavia, com subsidio quase 50% inferior aos demais. 
De outro lado, estende indevidamente em mais quatro anos, arrastando 
para baixo o piso de uma carreira que já é, por sua natureza, estressante e que 
causa inúmeros problemas de saúde, sem adentrar à questão de que estão 
hodiernamente submetidos a iminente risco de morte em prol da ordem pública e da 
repressão ao crime, zelando pelo fiel eabsoluto cumprimento das normas 
positivadas. 
O Estado de Goiás pretende, ao arrepio da Constituição Federal e 
Estadual, reduzir o efetivo de Agentes e Escrivães de Polícia de 3ª Classe, para a 
implantação dessa nova categoria funcional, com a intenção meramente de redução 
de gastos, resultando, desta forma, em claro desvio de finalidade na criação da Lei, 
evidenciando flagrante afronta a princípios básicos e cediços da administração 
pública encontradiços na Carta Política Estadual e Federal. 
Assim, a entidade sindical, ora Requerente, representante máximo 
da categoria, ora prejudicada, se viu sem alternativa, que não fosse a 
propositura da presente Ação Direta de Inconstitucionalidade, para 
preservação dos interesses e direitos dos Policiais Civis do Estado de Goiás. 
 
 
 
 
 
 
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2. DO DIREITO: 
 
2.1 PRELIMINAR AO MÉRITO: 
 
2.1.1 Da competência: 
 
 O controle de constitucionalidade tem como finalidade precípua a 
garantia da supremacia da Constituição sobre as normas infraconstitucionais, que 
possui procedimento próprio para alteração, supressão ou adição no texto 
constitucional, mais laborioso do que o processo legislativo para a criação das leis 
ordinárias, que devem se submeter aos ditames maiores, adequando-se à 
Constituição, sob pena de ser removida do ordenamento jurídico pátrio. 
 Sendo assim, o controle de constitucionalidade impõe ao legislador 
infraconstitucional a necessária atenção aos preceitos contidos na Magna Carta, 
seja a do Constituinte originário, seja a do Constituinte secundário, fazendo com que 
essas Cartas Políticas sejam o parâmetro de validade para as leis ordinárias, não 
dando sorte a qualquer alteração legislativa capaz de suprimir ou alterar direito 
decorrente da Constituição. 
 Se a Lei Estadual ou Federal infringir, materialmente ou formalmente, 
dispositivo previsto na Constituição Federal, esta jamais sucumbirá àquela. Da 
mesma forma, se Lei Estadual ou Municipal ofender texto da Constituição Estadual, 
esta certamente sucumbirá àquela. 
 Para tanto, cabe ao Poder Judiciário, conforme imperativo do 
Constituinte (Originário ou Derivado), processar e julgar as Ações Diretas de 
Constitucionalidade. No plano do controle abstrato, cabe ao STF processar e julgar 
atos ou Leis Estaduais e Federais frente à Carta Política Federal de 1988; e ao 
Tribunal de Justiça, inquirir sobre a inconstitucionalidade de ato ou Lei Municipal ou 
Estadual que afrontem à Constituição Estadual. 
 Neste sentido, o artigo 125, §2º da Constituição Federal, fixa a 
competência dos Estados para instituir controle de constitucionalidade, conforme 
transcrito ipsis litteris abaixo: 
 
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos 
nesta Constituição. 
(...) 
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis 
ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, 
vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão. 
 
 Nesta toada, quando se diz que “cabe aos Estados a instituição de 
representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos” significa que é de 
competência dos Estados a instituição de controle abstrato e concentrado de 
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constitucionalidade em âmbito estadual, devendo prever em sua Carta Política a 
ADI, a ser julgada pelo respectivo Tribunal de Justiça.1 
 Neste diapasão, prevê a Carta Política do Estado de Goiás, em seu 
artigo 46, inciso VIII, alínea “a”, assevera conforme in verbis: 
 
Art. 46 Compete privativamente ao Tribunal de Justiça: 
(...) 
VIII - processar e julgar originariamente: 
a) a ação direta de inconstitucionalidade e a ação direta de constitucionalidade de 
lei ou ato estadual e municipal, em face da Constituição do Estado, e o pedido de 
medida cautelar a ela relativo; 
 
 Infere-se, destarte, que é competente este Egrégio Tribunal de Justiça 
processar e julgar esta Ação Direta de Inconstitucionalidade, pois a Lei Estadual ora 
em discussão, está em flagrante desrespeito às normas entabuladas na Constituição 
do Estado de Goiás, não podendo conservar-se na órbita jurídica estadual, segundo 
sobrará solidificado. 
 
2.1.2 Da legitimidade ativa: 
 
O controle abstrato de constitucionalidade de atos e\ou leis foi 
introduzido no ordenamento jurídico brasileiro através da Emenda n.º 16\1965 e tem 
rígida delimitação, porquanto tem como única e inarredável função, a de defender a 
supremacia da Constituição, não havendo interesses subjetivos e\ou particulares 
entre o legitimado a figurar no polo ativo da demanda e o ato ou lei impugnada frente 
aos ditames da Lei Maior, seja Federal ou Estadual. 
 Difere-se, deste modo, da legitimidade para figurar no polo ativo da 
demanda no controle difuso, onde todo e qualquer cidadão pode arguir a 
inconstitucionalidade de Lei ou ato normativo em defesa de interesse próprio. É o 
que brilhantemente explicam os d. professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, 
in verbis: 
 
Ao contrário do modelo incidental, em que qualquer interessado pode suscitar a 
controvérsia constitucional relacionada a um caso concreto discutido em juízo, no 
controle via ação direta o direito de propositura é limitado aos órgãos ou entidades 
constitucionalmente legitimados.2 
 
Por conta disso, o Constituinte Originário da Magna Carta Política da 
República Federativa do Brasil de 1988, no art. 103, trouxe o rol taxativo dos entes 
 
1 Direito Constitucional descomplicado \ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 11.ed. – Rio de Janeiro: 
Forense; São Paulo: MÉTODO: 2013. Pág. 926 
2 Direito Constitucional descomplicado \ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 11.ed. – Rio de Janeiro: 
Forense; São Paulo: MÉTODO: 2013, pag. 829. 
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legitimados a propor Ação Direta de Inconstitucionalidade, visto sua importância 
para o Estado Democrático de Direito. Por seu turno, o Constituinte Secundário da 
Constituição do Estado de Goiás trouxe, em reprodução obrigatória ao disposto no 
artigo supracitado, em seu artigo 60, o mesmo rol taxativo dos entes legitimados. 
Vejamos o disposto no art. 60 da Constituição Estadual, ipsis litteris: 
 
Art. 60. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de 
constitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais, contestados 
em face desta Constituição: 
I – o Governador do Estado, ou a Mesa da Assembleia Legislativa; 
II – o Prefeito, ou a Mesa da Câmara Municipal; 
III – o Tribunal de Contas do Estado; 
IV – o Tribunal de Contas dos Municípios; 
V – o Procurador-Geral de Justiça; 
VI – a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção de Goiás; 
VII – as federações sindicais ou entidades de classe de âmbito estadual; 
VIII – os partidos políticos com representação na Assembleia Legislativa, ou, em se 
tratando de lei ou ato municipais, na respectiva Câmara Municipal. 
 
 Nota-se, que o rol de legitimados a propor Ação Direta de 
Inconstitucionalidade tem como similitudes a característica de representação da 
coletividade, seja no âmbito representativo político oufuncional e órgãos do Poder 
Público. Noutra toada, são entes dotados do dever de executar e fiscalizar o fiel 
cumprimento da Constituição e da defesa do Estado de Direito. 
 A Confederação é formada pela reunião de, ao menos, 3 Federações 
(art. 535 da CLT) e é o órgão confederativo de instância superior máxima, devendo 
representar os interesses das federações regionais e, por via reflexa, os interesses 
das classes imediatamente vinculadas a ela. Por conta dessa natureza 
representativa, tem legitimidade para propor ADI (art. 103, IX, da CF\88), pela 
importância na defesa dos interesses específicos dos trabalhadores a ela 
vinculados, uma vez que a Constituição Estadual de Goiás e, principalmente, a 
Constituição Federal prevê inúmeros direitos indisponíveis de trabalhadores, 
aplicados neste caso aos servidores públicos. 
 Vale salientar que, embora a Constituição Estadual legitime as 
federações sindicais ou entidades de classe de âmbito estadual, para propor 
Ação Direta de Inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça do Estado 
de Goiás, a Confederação, por ser ente legitimado a propor Ação Direta de 
Inconstitucionalidade junto ao STF impugnando Lei federal, será também, em 
decorrência da máxima do direito in eo quod plus est semper inest et minus 
“quem pode mais, pode menos”, legitimado a impugnar Lei Estadual junto ao 
Egrégio Tribunal de Justiça respectivo. 
 Assim, estando a CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE 
TRABALHADORES POLICIAIS CIVIS agasalhado indiretamente pelo inciso VII do 
art. 60 da Carta Política Estadual e diretamente pelo inciso IX do art. 103 da 
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Constituição da República, é legítimo para propor a presente Ação Direta de 
Inconstitucionalidade perante este Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. 
 
2.1.3 Da pertinência temática: 
 
 Noutro vértice, imperioso destacar que a jurisprudência do STF 
diferenciou, em parte, os legitimados ativos da ADI constantes no rol alhures 
mencionado, passando a existir, deste modo, aqueles legitimados chamados de 
universais e os considerados especiais. 
 Os primeiros têm como propriedade o poder de impugnar qualquer Lei 
ou ato sem, necessariamente, ter que demonstrar interesses específicos ou liame 
entre as funções, atividades ou fins institucionais com o tema contraditado. Já o 
segundo, são aqueles que, para impugnar Lei ou ato que afronte a Constituição, 
dependem da manifesta conexão entre suas funções ou fins institucionais e a 
matéria contestada, ou seja, depende da pertinência temática. 
 A Suprema Corte criou este simples pressuposto para alguns 
legitimados específicos para a propositura de uma Ação Direta de 
Inconstitucionalidade, principalmente por levar a efeito características próprias de 
cada ente, principalmente no que se refere à representatividade, uma política, outra 
de classes. 
 Em atenção ao entendimento emanado do Supremo Tribunal Federal, 
o Constituinte Derivado editou a Emenda à Constituição Estadual n.º 46, de 09 de 
setembro de 2010, que acrescentou ao art. 60 o §7º, que dispõe, ipsis litteris: 
 
Art. 60. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de 
constitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais, contestados 
em face desta Constituição: 
(...) 
§ 7º Os legitimados constantes nos incisos II, III, IV e VII do “caput” deste artigo 
deverão demonstrar que a pretensão por eles aduzida guarda relação de pertinência 
direta com os seus objetivos institucionais. 
 
 Logo, sendo a confederação, à luz da jurisprudência da Suprema 
Corte, um dos legitimados especiais, mister se faz demonstrar seu interesse de agir 
perante a afronta encontradiça na Lei Estadual, ora em debate, sobretudo aos 
Policiais Civis do Estado de Goiás. 
 Para tanto, imperioso se faz tecer considerações iniciais acerca da 
pertinência temática, requisito que deve ser superado pelo ente legitimado antes de 
ingressar no mérito da causa. 
 Sendo assim, a Pertinência Temática é, em suma, a relação entre a 
matéria outrora impugnada com a finalidade ou função do ente legitimado, devendo 
existir uma ligação clara e objetiva entre um e outro, sob pena de ser declarada a 
ilegitimidade ad causam daquele ente Requerente por não ter interesse para agir. 
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 Assim, aquele legitimado especial que tem por objetivo a defesa dos 
interesses inerentes a uma certa classe de trabalhadores tem legitimidade para 
impugnar Lei ou Ato que altere ou suprima direitos daquela específica classe, pois 
ficará patente seu real interesse em impugnar aquele ato ou Lei. 
 No caso em análise, a CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE 
TRABALHADORES POLICIAIS CIVIS (COBRAPOL) guarda total relação com a 
matéria contraditada, tendo em vista que a Lei Estadual, ora impugnada, atinge 
diretamente, direitos e interesses dos Policiais Civis do Estado de Goiás, 
representados no Estado de Goiás, pelo Sindicato dos Policiais Civis do Estado de 
Goiás (SINPOL-GO), entidade filiada à COBRAPOL, ora Requerente. 
 Noutro vértice, a COBRAPOL, conforme os incisos do art. 4º de seu 
Estatuto, tem como finalidades precípuas a unificação e organização representativa 
da categoria de policiais civis, em nível nacional; unir todos os policiais civis na luta 
por seus direitos e reivindicações para a melhoria da classe no âmbito político, 
econômico e social; dentre outras inúmeras finalidades para o desenvolvimento e 
progresso da classe de Policiais Civis. 
 Nota-se que a COBRAPOL tem vínculo evidente com a classe de 
Policiais Civis, cuja categoria está tendo, in casu, seus direitos claramente violados, 
mormente a irredutibilidade do salário, pois, conforme será demonstrado linhas 
adiante, a Lei ora rechaçada não cria mais cargos, não visa aumentar o efetivo 
policial (não obstante era o que efetivamente deveria ser), mas tão somente substitui 
um cargo melhor remunerado por Lei, por outro com subsidio inferior. 
 Deste modo, resta demonstrado a pertinência temática entre o ente 
legitimado, ora Requerente, com a matéria objurgada, qual seja, a Lei Estadual ora 
em debate. E havendo a pertinência temática, é de se inferir pela legitimidade da 
COBRAPOL para figurar no polo ativo desta demanda o que desde já se requer. 
 
2.1.4 Da Tutela Provisória de Urgência Cautelar com pedido Liminar: 
 
 A tutela de urgência, prevista nos artigos 294 c\c 300, ambos do 
Código de Processo Civil, pressupõe a existência inconteste da probabilidade do 
direito (fumus boni iuris) e do perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo 
(periculum in mora). 
 Logo, em havendo casos em que há fundado receio de ocorrência de 
dano grave ou risco de resultado útil do processo, cumulado com a probabilidade do 
direito, a medida liminar deve ser concedida, fazendo cessar o dano ou tutelando o 
resultado válido da demanda. 
 No presente caso, por tratar-se de Lei Estadual que ‘cria’ cargos a 
serem preenchidos, é evidente que a suspensão da eficácia normativa da mesma é 
medida que se impõe, visto que em se chegando na conclusão de que há vícios 
formais e materiais que invalidam a norma posterior aos tramites legais, e se já tiver 
iniciado certame para provimento daqueles cargos com a remuneração prevista na 
norma em debate, ou até mesmo se encerrado, poderá gerar grave dano ao erário, 
vez que tendo em vista que não houve estudo prévio sobre o impacto nas finanças 
do Estado, é certo que resultará em grave abalopara os próprios serviços públicos, 
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tendo em vista que os subsídios dos policiais contratados terão que ser 
readequados ao valor legal, ou certame terá que ser anulado, o que por certo levará 
em reparação cível. 
 Mas para tanto, necessário demonstrar a existência do periculum in 
mora e do fumus boni iuris que justificam a concessão da tutela provisória requerida. 
 
2.1.4.1 Do periculum in mora: 
 
 O perigo da demora, consubstanciado no risco de grave dano ou 
ameaça à solução válida do processo judicial deve ser analisada com ponderação, 
com o fim de evitar que a decisão tomada traga consequências graves a ambas as 
partes. 
 No presente caso, há de se observar primeiramente que não há criação 
de cargos, mas tão somente uma transferência de vagas de um cargo melhor 
remunerado para outro que tem subsidio absurdo! 
 Conforme restará demonstrado, o objetivo desta malfadada Lei 
Estadual é dar ares de legalidade a verdadeira afronta à Constituição Estadual e à 
Federal, consubstanciada principalmente na redutibilidade de subsídios. 
 Por isso, se faz necessário a concessão da medida liminar, ora 
requerida, suspendendo in totum a eficácia da Lei em questão. Posto que se 
produzir efeitos poderá gerar grave prejuízo ao erário público em função da ausência 
de planejamento e estudo socioeconômico da repercussão desta Lei no orçamento 
público. 
 Também porque, não obstante a Lei não estar efetivamente criando 
cargos, mas tão somente transferindo vagas, será necessário a realização de 
concurso público para provimento das vagas criadas para os ‘cargos’ de Agente de 
Polícia Substituto e Escrivão de Polícia Substituto. Esse certame fundamentando-se 
em Lei inconstitucional, não terá, por certo, validade, e assim, o trabalho com a 
elaboração do edital, preparativos para as provas e demais fases do certame serão 
um desperdício de dinheiro público, o que não se pode anuir. Ainda, pode-se cogitar 
acerca da conclusão deste certame e consequente contratação destes servidores, o 
que no caso de ulterior declaração da inconstitucionalidade da Lei, gerará, com 
meridiana clareza, um tumulto no Estado, com crescimento das demandas neste 
Egrégio Tribunal, pois os aprovados dentro do número de vagas constantes no edital 
vão intentar ocupar sua respectiva vaga. 
 Num outro vértice, há se de considerar também os efeitos desta Lei 
aos policiais e escrivães que já se encontram em pleno serviço público, ocupantes 
dos cargos de 3ª Classe, níveis I, II e III, visto que estes terão também um 
prolongamento indevido na carreira em decorrência da diminuição de vagas na 
respectiva classe, infringindo o princípio da isonomia. 
 Enfim, a Lei impugnada gera inúmeros efeitos, de modo que a sua 
suspensão, de inicio, é a melhor solução para se resguardar propensos 
problemas tanto quanto a gastos desnecessários e procedimentos que são, 
desde o princípio, desprovidos de legalidade. 
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2.1.4.2 Do fumus boni iuris: 
 
O fumus boni iuris é a conclusão não exaustiva da probabilidade e 
viabilidade do direito invocado, frente aos elementos jungidos aos autos que 
demonstrar de forma contundente a titularidade do direito e\ou sua existência. 
Deste modo, em havendo indícios de que o Requerente tem razão em 
seu pleito, existe assim o fumus boni iuris, apto a ensejar a concessão da medida 
provisória de urgência, requerida liminarmente, pois em conjunto com os 
argumentos lançados alhures que atestam a existência de perigo de grave dano 
e\ou de inutilidade do provimento final após o decorrer da marcha processual, é 
medida imperativa a supradita concessão. 
Isto porque a norma estadual em debate, ao criar os cargos de 
escrivão de polícia substituto e agente de polícia substituto, nas respectivas 
carreiras da Delegacia-Geral da Polícia Civil, alterando a Lei Estadual n.° 16.901, de 
26 de janeiro de 2010, cometeu desvio de finalidade da norma, e ainda feriu: a) o 
princípio da irredutibilidade de subsídios, prevista no artigo 92, inciso XVII, e artigo 
95, II, ambos da Constituição do Estado de Goiás, bem como no artigo 37, inciso 
XV, da Constituição Federal; b) o princípio da isonomia, uma vez que cria cargos na 
carreira da Polícia Civil, sem identificar sua função específica, o que levaria a 
situação de servidores desenvolvendo a mesma função, mas com remuneração 
distinta, sendo uma muita aquém da outra; c) os critérios de remuneração 
estabelecidos nos incisos I, II e III, do §1º, do artigo 94, da Constituição do Estado 
de Goiás; e d) o direito à aposentadoria, prevista no inciso XVI, do artigo 95, da 
Constituição do Estado de Goiás, uma vez que ao prolongar a carreira que antes 
era de 20 anos, para 24 anos, diminuirá a possibilidade de o servidor se aposentar 
no topo da carreira. 
Conforme será demonstrado, a Lei viola também os princípios da 
legalidade, isonomia, proporcionalidade e razoabilidade, principalmente se se 
analisar a forma da referida Lei, as omissões presentes referentes à atribuições e 
responsabilidades, a clara e inconteste discrepância entre os valores dos subsídios 
entre os cargos ‘criados’ e os já existentes dentro do plano de carreira daqueles 
cargos, a disparidade entre as atribuições presumidas dos cargos ‘criados’ com o 
valor de seu particular subsidio e a ilegal diferenciação de direitos entre os 
servidores públicos que já encontram-se na ativa com os que ainda vão ingressar na 
carreira. 
Ademais, o artigo 95, inciso II assevera que é direito dos servidores 
públicos estaduais a irredutibilidade dos subsídios, consistentes na vedação da 
redução da contraprestação devida ao ocupante de cargos públicos. No caso ora em 
debate, é de fácil percepção a redutibilidade salarial. Primeiramente, a discrepância 
entre o subsidio do cargo tido como inicial da carreira (cargo de 3ª Classe, nível I) 
com os ‘criados’, que chega ao vultuoso valor de R$ 2.478,19 (dois mil, quatrocentos 
e setenta e oito reais e dezenove centavos), de diferença. Claro e incontestável a 
redutibilidade de subsídios. 
Na mesma esteira, o §1º do art.94 da Carta Política Estadual determina 
que os cargos devem ter subsídios condizentes com “a natureza, o grau de 
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responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira; e as 
peculiaridades dos cargos” (incisos I e III do dispositivo supracitado). De início, cabe 
frisar que para a criação de qualquer cargo, mister se faz expor 
pormenorizadamente as atribuições e peculiaridades deste cargo que possam 
justificar o valor do subsidio, ausente in casu. 
A Lei Estadual em discussão foi elaborada sob a competência do 
Governador do Estado de Goiás, nos termos do art. 37, XII da Constituição Estadual 
e, por isso, deveria de fato ‘criar’ um cargo e não transferir vagas, maquiando a real 
intenção já devidamente explorada. 
Assim, demonstrada a probabilidade do direito concernente à 
inconstitucionalidade material e formal da Lei Estadual n.º 19.275 de 28 de abril 
de 2016, em decorrência das sucessivas transgressões à Lei Máxima, tanto 
Federal, quanto e Estadual, bem como a princípios norteadores do direito e da 
atuação da administração pública, a concessão da medida liminar pleiteada 
como fim de suspender, até julgamento final desta Ação Direta de 
Inconstitucionalidade, a eficácia da Lei Estadual em discussão, proibindo, 
assim, a realização de qualquer certame público para provimento dos cargos 
de Agente e Escrivão de Polícia Substituto, sob pena de grave prejuízo ao 
erário público e, via reflexa, à supremacia do interesse público. 
 
2.2 DO MÉRITO: 
 
A inconstitucionalidade material de uma norma legal é aquela que 
decorre da desconformidade do conteúdo do ato legislativo com algum princípio 
constitucional ou direito lá constante. Assim, Lei que viole direito adquirido ou 
princípio emanado da Lei Maior do Estado, deve ser expungido do universo jurídico 
de forma urgente. 
O controle de Constitucionalidade, neste ponto, tem relevância ímpar, 
além de objetivo claro e direto, que é a de consolidar o princípio da supremacia da 
Constituição e do próprio interesse público, tendo em vista que é de caráter cogente 
o cumprimento absoluto da Lei Maior, seja Federal, seja Estadual, resultando na 
guarda diuturna ao interesse público. Nesta vertente, o interesse público deve ser 
garantido por medidas que evidenciem a inconstitucionalidade da norma não 
somente no âmbito formal, mas também no material. 
Normas que, abstratamente, obedecem aos ditames para sua regular 
elaboração, mas que preveem medidas absurdas, devem ser eliminadas da órbita 
jurídica, garantindo a eficácia da Constituição e do próprio sentimento de justiça. 
A presente ação direta de inconstitucionalidade, tem como principal 
fundamento a manifesta ilegalidade contida nas determinações do texto da Lei 
Estadual n.º 19.275 de 28 de abril de 2016, que ao criar os cargos de escrivão de 
polícia substituto e agente de polícia substituto, nas respectivas carreiras da 
Delegacia-Geral da Polícia Civil, alterando a Lei Estadual n.° 16.901, de 26 de 
janeiro de 2010; por desvio de finalidade da norma, e ainda por ferir: a) o princípio 
da irredutibilidade de subsídios, prevista no artigo 92, inciso XVII, e artigo 95, II, 
ambos da Constituição do Estado de Goiás, bem como no artigo 37, inciso XV, da 
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Constituição Federal; b) o princípio da isonomia, uma vez que cria cargos na carreira 
da Polícia Civil, sem identificar sua função específica, o que levaria a situação de 
servidores desenvolvendo a mesma função, mas com remuneração distinta, sendo 
uma muita aquém da outra; c) os critérios de remuneração estabelecidos nos incisos 
I, II e III, do §1º, do artigo 94, da Constituição do Estado de Goiás; e d) o direito à 
aposentadoria, prevista no inciso XVI, do artigo 95, da Constituição do Estado de 
Goiás, uma vez que ao prolongar a carreira que antes era de 20 anos, para 24 
anos, diminuirá a possibilidade de o servidor se aposentar no topo da carreira. 
O que será melhor esmiuçado nos tópicos seguintes. 
 
2.2.1 Do desvio de finalidade da norma atacada: 
 
A norma estadual, ora atacada, afirma que dispõe acerca da criação de 
novos cargos nas respectivas carreiras de Policial Civil e Escrivão de Polícia da 
Delegacia-Geral da Polícia Civil do Estado de Goiás. In casu, a norma combatida 
tem em sua ementa o seguinte: 
 
Cria os cargos de Escrivão de Polícia Substituto e Agente de Polícia Substituto nas 
respectivas carreiras da Delegacia-Geral da Polícia Civil e altera a Lei n. 16.901, de 
26 de janeiro de 2010. 
 
Extrai-se do Ofício Mensagem n.º 34, de março de 2016, enviado à 
Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, que o ilustre Governador do Estado 
afirma que “a propositura anexa busca criar 220 (duzentos e vinte) cargos de 
Escrivão de Polícia Substituto e 280 (duzentos e oitenta) cargos de Agente de 
Polícia Substituto. ” 
Contudo, insta salientar que existe uma importante ressalva, de que a 
Lei visa “reduzir, na mesma proporção, os quantitativos hoje existentes para os 
cargos de Escrivão de Polícia de 3ª Classe e Agente de Polícia de 3ª Classe, de 
modo que não há previsão de impacto orçamentário financeiro em decorrência 
de sua aprovação e posterior conversão em Lei”. [grifo e negrito não original] 
Não ocorrerá efeitos orçamentários financeiros ao erário de forma 
negativa e imediata, pois a finalidade da Lei não é a de criar novos cargos, mas sim 
de transferir vagas de um cargo para outro com a nefasta intenção de dar 
aparência de legalidade a um ato que afronta flagrantemente a Constituição 
Estadual, no que se reporta à irredutibilidade de subsídios dos servidores públicos 
estaduais. Se de fato a intenção fosse a de constituir novos cargos, não haveria a 
manifesta transferência de vagas de uma classe melhor remunerada para outra com 
proventos vergonhosos e desproporcionais frente ao servidor público que exercerá 
as mesmas funções. 
O que demonstra, de forma cristalina, que a bem da verdade, a 
malfada Lei Estadual, não acrescenta um único novo cargo ao efetivo da Polícia 
Civil, se limitando, tão somente, a um manejo legislativo, com o único objetivo de 
diminuir a remuneração dos policiais civis, e assim reduzir os gastos do Governo do 
Estado de Goiás com a Segurança Pública. 
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A Lei Estadual n.° 16.901/2010, com a antiga redação dada pela Lei 
Estadual n.º 17.902, de 27 de dezembro de 2012, previa em seu artigo 99, inciso IV, 
490 (quatrocentos e noventa) cargos de Escrivão Policial de 3ª classe; assim 
como em seu artigo 100, inciso IV, 936 (novecentos e trinta e seis) cargos de 
Agente de Polícia de 3ª classe. Contudo, com a nova redação dada pelo artigo 2º 
da Lei Estadual sob análise, ao artigo 99, inciso IV, esse quantitativo passou a ser 
de apenas 270 (duzentos e setenta) cargos de Escrivão Policial de 3ª classe; e 
ao artigo 100, inciso IV, esse quantitativo passou a ser de apenas 656 (seiscentos e 
cinquenta e seis) cargos de Agente de Polícia de 3ª classe. Ou seja, a 
alteração legislativa, imposta pela Lei Estadual, ora em discussão, representou 
uma diminuição de 220 (duzentos e vinte) cargos de Escrivão Policial de 3ª 
classe; e de 280 (duzentos e oitenta) cargos de Agente de Polícia de 3ª Classe. 
Acontece, que a mesma Lei Estadual (que encontra-se sob análise 
desta Ação Direta de Inconstitucionalidade) que alterou a Lei Estadual n.° 
16.901/2010, para modificar o inciso IV, do artigo 99, para reduzir em 220 
(duzentos e vinte) cargos, o efetivo de Escrivão Policial de 3ª classe; e 
modificar o inciso IV, do artigo 100, para reduzir em 280 (duzentos e oitenta) 
cargos, o efetivo de Agente de Polícia de 3ª classe; criou 220 (duzentos e vinte) 
cargos de Escrivão de Polícia Substituto, e 280 (duzentos e oitenta) cargos de 
Agente de Polícia Substituto, através da inclusão do inciso V, ao artigo 99, e da 
inclusão do inciso V, ao artigo 100, ambos da Lei Estadual n.° 16.901/2010. 
É certo que é de competência do Governador do Estado a inciativa de 
Projeto de Lei que trate do provimento ou extinção de cargos públicos estaduais 
(inciso XII, art. 37 da Constituição Estadual de Goiás). Todavia, o termo ‘prover’ 
significa abastecer, munir, fornecer e guarnecer, não transferir, transladar e\ou 
deslocar. Logo, é evidente que há uma clara inconstitucionalidade e desvio de 
finalidade da Lei, que tenta sorrateiramente a redução dos subsídios da classe de 
Policiais Civis do Estado de Goiás. 
Como dito acima, a Lei ora impugnada tem como intenção, tão 
somente, a redução dos subsídios dos Policiais Civis do Estado. Uma vez que serão 
reduzidos os cargos deAgente e Escrivão de Polícia de 3ª Classe, para contratação, 
de Agente e Escrivão de Polícia Substitutos, a uma remuneração, muito abaixo, dos 
policiais que encontram-se já em efetivo serviço público, tornando notório o desvio 
de finalidade da presente Lei. 
A Lei n.º 4.717, de 29 de junho de 1965, que regula a ação popular, 
retrata para fins meramente didáticos e instrutivos o que se entende por desvio de 
finalidade, em seu artigo 2º, alínea “e”, e também na alínea “e”, de seu parágrafo 
único, o que será também demonstrado para fins de se deixar exposto o desvio de 
finalidade da Lei ora impugnada, in verbis: 
 
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo 
anterior, nos casos de: 
(...) 
e) desvio de finalidade. 
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as 
seguintes normas: 
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(...) 
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim 
diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência. 
[grifo e negrito não originais] 
 
Nota-se que os atos perpetrados pelo administrador público, seja em 
suas competências típicas ou atípicas, que tenham em suas raízes propósitos que 
não sejam os previstos pela Constituição ou Leis infraconstitucionais, obedecida à 
hierarquia das normas, devem ser anulados (leia-se: retirados do mundo jurídico por 
manifesta inconstitucionalidade e\ou ilegalidade). 
No caso sub judice, é de competência do Governador do Estado 
iniciativa de Lei que disponha sobre os servidores públicos, criação ou extinção de 
cargos e seus respectivos subsídios. É o que dispõe a alínea b, do inciso II do §1º 
do artigo 20, assim como no inciso XII do artigo 37, ambos da Constituição do 
Estado de Goiás: 
 
Art. 20. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou 
comissão da Assembleia Legislativa, ao Governador do Estado, ao Tribunal de 
Justiça, ao Procurador-Geral de Justiça e aos cidadãos, na forma e nos casos 
previstos nesta e na Constituição da República. 
§ 1º São de iniciativa privativa do Governador as leis que: 
(...) 
II - disponham sobre: 
(...) 
b) Os servidores públicos do Estado, seu regime jurídico, a criação e o provimento de 
cargos, empregos e funções na administração direta, autárquica e fundacional do 
Poder Executivo, a estabilidade e aposentadoria, e a fixação e alteração de sua 
remuneração ou subsídio; 
(...) 
Art. 37 - Compete privativamente ao Governador do Estado: 
(...) 
XII – prover e extinguir os cargos públicos estaduais, na forma da lei; 
 
Muito embora, seja competência do Governador do Estado de Goiás a 
iniciativa de leis que disponham sobre os servidores públicos, assim como o 
provimento e a extinção de cargos públicos, e ainda conste da referida Lei, a 
“criação” de cargos, restou demonstrado que a finalidade de tal norma, é outra, a 
saber, a redução de gastos com a remuneração de policiais civis em início de 
carreira. 
Desse modo, não afigura-se, na norma legal questionada qualquer 
razoabilidade, tampouco proporcionalidade, diante da gritante redução salarial e da 
aviltante extensão da carreira, de uma classe tão importante para toda a 
coletividade, devendo esta ser melhor remunerada e gratificada pelo esmero em seu 
labor cotidiano, além de merecer melhor tratamento pelo Estado em retribuição às 
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consequências físicas ao ser humano policial que encontra-se diuturnamente 
enfrentando o perigo em prol do cidadão. 
Mais a mais, questiona-se o motivo pelo qual a legislação prevê a 
redução da classe inicial dos respectivos cargos da Lei anterior (3ª Classe, nível I), 
transferindo em número exato as vagas para os cargos ‘criados’ pela supradita Lei. 
Se houvesse realmente interesse do Poder Público em prover, municiar ou 
abastecer de funcionários públicos a serem lotados na Polícia Civil, auxiliando 
destarte a população a obter um melhor e mais efetivo serviço de segurança pública, 
não haveria supressão daquelas vagas. 
Assim, tendo havido desvio de finalidade, da norma atacada, a sua 
inconstitucionalidade se aflora cristalina. 
 
2.2.2 Da inconstitucionalidade decorrente da afronta ao princípio da 
irredutibilidade de subsídios, prevista no artigo 92, inciso XVII, e artigo 95, II, 
ambos da Constituição do Estado de Goiás, bem como no artigo 37, inciso XV, 
da Constituição Federal: 
 
Os Policiais Civis e Escrivães de Polícia exercem um mister 
fundamental para a garantia da paz social, principalmente no que se refere à 
investigação de delitos, prezando sempre pela boa e fiel aplicação da Lei penal ao 
caso concreto, visando sempre reprimir o infrator e dar segurança ao sujeito de bem, 
trabalhador, o que demonstra que a criação destes ‘novos cargos’ e com a previsão 
salarial do art. 4º não guarda qualquer proporcionalidade e é, de fato, uma vergonha. 
 O regime jurídico dos servidores públicos até pode ser alterado, desde 
que preservado o valor global da sua remuneração, o que significa dizer que não 
cabe ao administrador público simplesmente elaborar uma Lei com o fim específico 
de diminuir o quantitativo de um determinado cargo com remuneração já prevista, 
para a incorporação em outro cargo, criado para exercer as mesmas atribuições 
funcionais, percebendo subsidio ínfimo. O que deixa claro e evidente a desvirtuação 
da Lei e, via de consequência, a infração ao valor global da remuneração do 
servidor, lesionando frontalmente os preceitos da Constituição Estadual, mormente 
aos princípios implícitos da proporcionalidade, razoabilidade, isonomia e o princípio 
explicito da irredutibilidade de subsídios. 
A Lei, ora em discussão, se justifica no argumento de hipotético 
aumento do efetivo de policiais, para reforço dos trabalhos de Segurança Pública em 
nosso Estado. Contudo, não há, em verdade, criação de novas vagas para 
incremento dos quadros de Agentes e Escrivães da Polícia Civil do Estado de Goiás, 
mas tão somente um remanejamento de vagas, com a condenável finalidade de 
reduzir os gastos com a Segurança Pública, com a contratação de mão de obra 
barata, para a prestação de serviço público de tamanha importância, quando a 
imperiosa necessidade é que medida inversa fosse tomada. 
Contudo, conforme já demonstrado acima, a malfada Lei Estadual, não 
acrescenta um único novo cargo ao efetivo da Polícia Civil, se limitando, tão 
somente, a um manejo legislativo, com o único objetivo de diminuir a remuneração 
dos policiais civis, e assim reduzir os gastos do Governo do Estado de Goiás com a 
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Segurança Pública. Uma vez que serão reduzidos os cargos de Agente e Escrivão 
de Polícia de 3ª Classe, para contratação, de Agente e Escrivão de Polícia 
Substitutos, a uma remuneração, muito abaixo, dos policiais que encontram-se já em 
efetivo serviço público. 
O artigo 4º, da norma estadual sob ataque, prevê como subsidio para 
os Agentes e Escrivães de Polícia, substitutos, nos quadros da Polícia Civil do 
Estado de Goiás, o valor de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais). Vejamos: 
 
Art. 4º O subsidio dos cargos de Escrivães de Polícia Substituto e Agente de Polícia 
Substituto éfixado em R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais). 
 
 Contudo, é de se assustar a discrepância entre o valor acima 
citado com o subsidio dos policiais da antiga classe inicial de Agentes e 
Escrivães Policiais que é de R$ 3.978,19 (três mil, novecentos e setenta e oito 
reais e dezenove centavos), ou seja, é uma diferença de R$ 2.478,19 (dois mil, 
quatrocentos e setenta e oito reais e dezenove centavos) para cargos que, nos 
termos da omissão encontradiça na referida norma, exercerão as mesmas 
funções e atribuições, com a mesma importância na guarda dos interesses 
sociais da segurança pública. 
 É uma desproporcionalidade monstruosa com as atribuições e a 
natureza de risco dos cargos de Agente e Escrivão Policial que diuturnamente 
estão sujeitos à morte em defesa da paz social e da ordem pública. Essa 
desproporcionalidade só evidencia que a finalidade da Lei é a de reduzir o 
valor dos subsídios, dificultar a promoção e o avanço na carreira, bem como 
para ampliar a carreira policial, definindo um tempo que destoa da natureza 
jurídico-social dos cargos de Policial Civil e Escrivão de Polícia. 
 Nesta toada, evidencia-se que não existe realmente a criação de 
cargos, mas tão somente a transferência de vagas de uma classe melhor 
remunerada, Agente Policial e Escrivão de Polícia de 3ª Classe – com subsidio 
máximo de R$ 3.978,19 (três mil, novecentos e setenta e oito reais e dezenove 
centavos), para uma classe de remuneração pífia, no valor de R$ 1.500,00 (mil e 
quinhentos reais). 
 É em razão desta situação, que, mais do que manifestou o 
Excelentíssimo Senhor Governador do Estado, sobre os efeitos para o orçamento 
estatal, o que haverá é a sua ampliação, com a redução dos gastos com a 
remuneração dos policiais civis em inícios de carreira. 
É inequívoco direito dos servidores públicos estaduais, com 
fundamento nos objetivos fundamentais do Estado e no art. 95, II, da Carta Política 
Estadual, a irredutibilidade dos subsídios. Senão, vejamos: 
 
Art. 95. São direitos dos servidores públicos do Estado, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: 
(...) 
II - irredutibilidade dos vencimentos, proventos ou subsídios, observado o inc. XVII, 
do art. 92; 
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Ademais, há de ressaltar que constitui objetivos fundamentais do 
Estado de Goiás “contribuir para uma sociedade livre, justa, produtiva e solidária” 
(art, 3º, I, da Constituição Estadual), e “promover o desenvolvimento econômico e 
social, erradicando a pobreza e a marginalização e reduzindo as desigualdades 
regionais e as diferenças de renda” (art. 3º, II, da Constituição Estadual). A medida 
tomada pelo Governador do Estado de Goiás, ao editar a Lei, em discussão, que 
prevê subsidio de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) a um Policial Civil constitui 
franca violação aos objetivos fundamentais acima citados. 
Destarte, os incisos do §1º do art. 94 da Constituição do Estado de 
Goiás, (cópias dos incisos do §1º do art. 39 da Magna Carta), asseveram o seguinte: 
 
Art. 94 - O Estado e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, 
conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por 
servidores designados pelos respectivos Poderes. 
§ 1º - A fixação dos padrões de vencimentos e dos demais componentes do sistema 
remuneratório observará: 
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes 
de cada carreira; 
II – os requisitos para a investidura; 
III – as peculiaridades dos cargos. 
 
Todavia, os critérios impostos pela norma Constitucional, para a 
fixação dos padrões de vencimentos e dos demais componentes do sistema 
remuneratório, foram flagrantemente ignorados, na fixação da remuneração dos 
Agentes e Escrivães de Polícia Substitutos. 
 Não se pode olvidar que cabe ao administrador público criar métodos 
capazes de poupar o erário, mormente ante a atual situação da economia brasileira. 
Porém, o que se vê é a redução do efetivo da Polícia Civil do 
Estado de Goiás, para a criação de cargos pior remunerados, o que configura 
indubitável redução salarial da categoria, o que inexoravelmente inviabiliza a 
eficácia, da citada norma estadual, por afronta direta à Constituição do Estado 
de Goiás, conforme já exaustivamente demonstrado. 
 
2.2.3 Da inconstitucionalidade decorrente da afronta ao princípio da isonomia, 
bem como aos critérios de remuneração estabelecidos nos incisos I, II e III, do 
§1º, do artigo 94, da Constituição do Estado de Goiás: 
 
O princípio da isonomia ou também chamado de princípio da igualdade 
é o pilar de sustentação de qualquer Estado Democrático de Direito. 
O sentimento de igualdade na sociedade moderna pugna pelo 
tratamento justo aos que ainda não conseguiram a viabilização e a implementação 
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de seus direitos mais básicos e fundamentais para que tenham não somente o 
direito a viver, mas para que também possam tem uma vida digna. 
Este princípio remonta as mais antigas civilizações e esteve sempre 
embutido, dentro das mais diversas acepções de justiça mesmo que com 
interpretações diferentes, umas mais abrangentes outras nem tanto, ao longo da 
história. 
O Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943, mais conhecido como 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), embora não seja aplicável ao caso, do 
ponto de vista didático, nos traz interessante conceito de isonomia: 
 
Art. 461 - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao 
mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem 
distinção de sexo, nacionalidade ou idade. 
 
No tocante, ao serviço público, a eminente Ministra Cámem Lúcia, em 
julgamento da ADI n.º 4303, no colendo Supremo Tribunal Federal, assim 
consignou: 
 
Servidores que ocupam os mesmos cargos, com a mesma denominação e na mesma 
estrutura de carreira, devem ganhar igualmente (princípio da isonomia). 
(ADI 4303, Rela. Mina. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 05/02/2014, DJe 
28/08/2014). 
 
Neste sentido, os incisos do §1º do art. 94 da Constituição do Estado 
de Goiás, (cópias dos incisos do §1º do art. 39 da Magna Carta), asseveram o 
seguinte: 
 
Art. 94 - O Estado e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, 
conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por 
servidores designados pelos respectivos Poderes. 
§ 1º - A fixação dos padrões de vencimentos e dos demais componentes do sistema 
remuneratório observará: 
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes 
de cada carreira; 
II – os requisitos para a investidura; 
III – as peculiaridades dos cargos. 
 
 Constata-se, em percepção não exaustiva, que o Constituinte derivado 
impôs a necessidade de fixação de particularidades dos cargos pertencentes ao 
funcionalismo público, de modo que cabe ao administrador público, exercendo sua 
competência exclusiva para criar cargos públicos, descrever de forma 
pormenorizada quais são as peculiaridades do cargo, “a natureza, o grau de 
responsabilidade e a complexidade dos cargos” daquela carreira. 
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 Cabe, outrossim, ao elaborador da Lei de criação decargos, fazer 
constar, impreterivelmente, quais são as atribuições e obrigações do cargo, de modo 
que sua remuneração\subsidio deverá guardar consonância com a natureza, 
importância e grau de complexidade da profissão, além de não dar sorte a qualquer 
usurpação de outro cargo já definido anteriormente, ferindo, assim, a isonomia do 
cargo. 
 No caso em tela, não há qualquer discriminação de atribuição ou 
função dos Agentes de Polícia Substitutos e Escrivães de Polícia Substituto, 
fazendo, destarte, presumir que estes irão possuir as mesmas atribuições dos 
Policiais e Escrivães de Classes superiores. 
 Nesta toada, vejamos o que dispõe a Lei contraditada, in verbis: 
 
Art. 1º. Ficam criados, nas respectivas carreiras da Delegacia-Geral da Polícia Civil, 
da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária, os 
cargos de Escrivão de Polícia Substituto e Agente de Polícia Substituto, com 
quantitativos de 220 (duzentos e vinte) e 280 (duzentos e oitenta) unidades, 
respectivamente. 
 
 O artigo supramencionado não dispõe, nem de forma sutil, quais serão 
as atribuições do cargo de Escrivão e Agente de Polícia Substitutos. Prevê, de forma 
genérica e abstrata, a hipotética “criação” daqueles cargos nas respectivas carreiras 
da Delegacia-Geral da Polícia Civil. 
 Em sendo assim, é evidente que a Lei é inconstitucional, neste sentido, 
visto que era impositivo ao legislador prever as delimitações, atribuições e 
responsabilidade dos cargos criados, sob pena de dar sorte a usurpação de cargos, 
nos termos já expostos acima. 
 Desta toada, além da possibilidade de os Agentes e Escrivães de 
Polícia Substitutos vierem a exercer atividades que são atribuídas a outros cargos, 
ficará patente o desvirtuamento consequente dessa norma legal quanto à 
desproporcionalidade de subsídios, onde funcionários públicos de uma mesma 
unidade ou órgão, exercerão as mesmas atividades e atribuições, com subsídios 
que variam, no mínimo, em R$ 2.478,19 (dois mil, quatrocentos e setenta e oito reais 
e dezenove centavos). 
 Insta salientar, ainda, que o presente caso se destoa de forma 
relevante dos casos julgados acerca da criação de cargos comissionados. Aqui, 
trata-se de cargos de caráter efetivo, que foram criados com fim de tão somente 
reduzir os salários dos servidores públicos, estendendo a carreira policial que é de 
risco, o que gerará efeitos devastadores tanto à saúde física e mental dos policiais e 
escrivães, quanto na dotação orçamentária do Estado de Goiás a longo tempo. 
 Há de se destacar ainda que é dever do Estado a organização de seus 
serviços públicos essenciais e de utilidade pública (art. 5º, V, da Constituição 
Estadual) com o fim de se manter a segurança e a ordem pública (art. 5º, XI, da 
Constituição Estadual). Porém, a criação de um dito novo cargo que não prevê 
qualquer discriminação de suas específicas atribuições, fazendo presumir que são 
as mesmas dos Policiais Civis e Escrivães de Polícia de 3ª Classe, chega-se ao 
entendimento de que não se vislumbrou qualquer das obrigações estatais acima 
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descritas como finalidade norteadora da elaboração da Lei impugnada, mas tão 
somente um interesse econômico ilegal, que não observou, nem em primeiro 
momento, o interesse público e a obrigação de agregar maiores meios para se 
chegar a uma melhor Segurança Pública no nosso querido Estado de Goiás. 
Desta forma, diante da flagrante afronta ao princípio da isonomia, 
bem como ao entabulado nos incisos do §1º, do artigo 94, da Constituição do 
Estado de Goiás, mais uma vez a inconstitucionalidade norma discutida se 
impõe. 
 
2.2.4 Da inconstitucionalidade decorrente do prolongamento da carreira 
policial, em mais quatro anos: 
 
 A carreira de Agente e Escrivão da Polícia Civil do Estado de Goiás, 
até então, dividida em quatro classes (3ª Classe, 2ª Classe, 1ª Classe, e Classe 
Especial), e 10 níveis, demandava em torno de 20 (vinte) anos para alcance do topo. 
Contudo, com as alterações trazidas, pela Lei ora questionada, aumentou-se mais 
quatro anos para tal intento, com a criação das classes de Agente de Polícia 
Substituto e Escrivão de Polícia Substituto. 
Destaca-se que a Lei em debate faz menção a criação de um cargo, e, 
em alteração substancial das respectivas carreiras, tendo em vista que há previsão 
também de alteração quanto ao prazo de permanência naqueles cargos que passam 
a constituir as classes iniciais das respectivas carreiras (parágrafo único do art. 54 
da Lei 16.901, de janeiro de 2010 c\c e incisos do art. 3º da norma atacada). 
 Após a vigência da norma questionada, a carreira policial foi 
absurdamente alterada, aumentando o tempo necessário para que Agentes e 
Escrivães de Polícia cheguem ao merecido topo da carreira, com subsídios 
proporcionais e razoáveis diante da incontestável importância e da experiência do 
agente público obtidas durante tantos anos na frente da defesa dos cidadãos. 
 Em virtude do que dispõe o art. 3ª da referida lei, os novos servidores 
públicos que ocuparão os ‘cargos’ de Escrivão e Agente de Polícia Substitutos terão 
que permanecer na ativa por pelo menos 24 (vinte e quatro) anos. E acabará 
fazendo jus, por consequência, nos termos da legislação referente à matéria que 
regula a concessão de aposentadoria especial a policiais e escrivães de polícia (Lei 
Complementar 59, de 13 de novembro de 2006 c\c art. 53 da LC 77, de 22 de janeiro 
de 2010), ao necessário pagamento do abono de permanência (art. 1º da Lei 
Complementar Estadual n.º 118, de 06 de novembro de 2015, que altera a Lei 
Complementar Estadual n.º 77, de 22 de janeiro de 2010, que dá expresso direito ao 
abono de permanência ao Policial Civil que, preenchidos os requisitos para 
aposentar-se, continua na ativa), além de que em razão do desgaste natural da 
profissão, aumentará a quantidade de pedidos de licença médica e outros 
consectários lógicos, o que, evidentemente, levará a um gasto astronômico para o 
erário. 
Ademais, não houve o necessário estudo, conforme em linhas 
pretéritas exposto, sob o efeito desta medida na previdência social no que se refere 
ao benefício do abono de permanência a longo prazo. 
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Não se pode deixar de salientar que com a redução do número de 
vagas de Agente e Escrivão de 3ª Classe, haverá também maior dificuldade 
para as promoções, em virtude da escassez de vagas, levando os policiais a 
permanecer por maior tempo em uma determinada classe. 
 Assim, evidencia-se novamente que a norma sob censura foi elaborada 
não com intuito de manter a segurança e a ordem pública (art. 5º, XI, da Constituição 
Estadual), agregando maior força policial aos quadros da Polícia Civil do Estado de 
Goiás, mas sim com intuito de estender a carreira, de uma categoria que por sua 
natureza é estressante, perigosa e que expõe o funcionário público a intemperes 
que pode leva-lo à morte, violando, consequentemente o princípio da dignidade da 
pessoa humana (inciso XII do art. 5º da Lei Maior do Estado). 
Portanto, diante do ilegal prolongamento da carreira policial, sem 
estudos dos impactos desta medida na previdência do Estado, a sua 
inconstitucionalidade, novamente, se impõe. 
 
3. DOS PEDIDOS: 
 
Ante ao exposto, diante dos argumentos lançados acima, que expõem 
inúmeras irregularidades, formais e materiais da norma impugnada, demonstrando 
flagrante desrespeito à hierarquia das normas jurídicase aos princípios da isonomia, 
dignidade da pessoa humana, eficiência, moralidade pública, razoabilidade e 
proporcionalidade, é que requer o que segue: 
 
I. A concessão da tutela de urgência cautelar pleiteada, liminarmente, 
com o fim de se fazer suspender a eficácia da Lei Estadual n.º 
19.275 de 28 de abril de 2016, tendo em vista os efeitos prejudiciais 
aos funcionários públicos diretamente atingidos e os efeitos reflexos 
para o erário; 
II. A intimação do douto Procurador-Geral de Justiça para manifestar-
se no feito, nos termos do art. 60, §2º da Constituição Estadual; 
III. A intimação do ilustre Procurador-Geral do Estado para os fins 
previstos no §3º do art. 60 da Lei Maior Estadual; 
IV. A declaração da inconstitucionalidade material da Lei Estadual n.º 
19.275 de 28 de abril de 2016, decorrente de manifesto desvio de 
finalidade da norma, e ainda por ferir: a) o princípio da 
irredutibilidade de subsídios, prevista no artigo 92, inciso XVII, e 
artigo 95, II, ambos da Constituição do Estado de Goiás, bem como 
no artigo 37, inciso XV, da Constituição Federal; b) o princípio da 
isonomia, uma vez que cria cargos na carreira da Polícia Civil, sem 
identificar sua função específica, o que levaria a situação de 
servidores desenvolvendo a mesma função, mas com remuneração 
distinta, sendo uma muita a aquém da outra; c) os critérios de 
remuneração estabelecidos nos incisos I, II e III, do §1º, do artigo 94, 
da Constituição do Estado de Goiás; e d) o direito à aposentadoria, 
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prevista no inciso XVI, do artigo 95, da Constituição do Estado de 
Goiás, uma vez que ao prolongar a carreira que antes era de 20 
anos, para 24 anos, diminuirá a possibilidade de o servidor se 
aposentar no topo da carreira. 
V. A declaração da inconstitucionalidade formal da Lei Estadual n.º 
19.275 de 28 de abril de 2016, decorrente ausência de discriminação 
das responsabilidades, atribuições e funções dos cargos ditos 
criados, em infração aos ditames do §1º, do artigo 94, da Carta 
Politica Estadual; 
VI. A declaração de total inconstitucionalidade da Lei Estadual n.º 
19.275 de 28 de abril de 2016, por afronta aos princípios 
constitucionais, da razoabilidade, proporcionalidade e isonomia; 
VII. A declaração de total inconstitucionalidade da Lei Estadual n.º 
19.275 de 28 de abril de 2016, por afronta aos objetivos, princípios e 
dispositivos da Constituição Estadual, mormente os arts. 3º, I e II; e 
5º, V, XI e XII. 
VIII. A oportunidade para sustentação oral na apreciação desta Ação 
Direta de Inconstitucionalidade por esta Egrégia Corte. 
 
Sem mais para o momento, são estes os termos que, cumpridas as 
formalidades legais, aguarda-se o mais célere deferimento, para que se preste justa 
homenagem à Constituição da República, à Doutrina, à Jurisprudência e ao Direito, 
tornando-se a respeitável decisão a ser proferida, um instrumento de expressão da 
tão desejada justiça! 
 
 
 Goiânia/GO, 02 de maio de 2016 
 
 
 
 
 
Bruno Aurélio Rodrigues da Silva Pena 
OAB/GO n.º 33.670 
 
 
 
 
Wilson Alexandre da Mata e Silva 
OAB/GO n.º45.847 
 
 
 
 
 
 
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Anexos: 
 
Doc.1 - Procuração; 
Doc.2 - Atos constitutivos e documentos pessoais dos outorgantes; 
Doc.3 - Cópia do Diário Oficial n.º 22.315, de 02.05.2016, no qual foi publicada a 
Lei Estadual n.º 19.275, de 28.04.2016; 
Doc.4 - Cópia do Processo Legislativo que tramitou na Assembleia Legislativa 
do Estado de Goiás.

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