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SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO SAMARCO MINERAÇÃO S.A. MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO NOVEMBRO DE 2005 SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO EMPRESA RESPONSÁVEL POR ESTE RELATÓRIO Razão social: BRANDT MEIO AMBIENTE INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA. http: www.brandt.com.br CNPJ: 71.061.162/0001-88 Presidente: Wilfred Brandt Nova Lima / MG - bma@brandt.com.Br - Alameda Do Ingá, 89 - Vale do Sereno 34 000 000 - Nova Lima - MG - Tel 0 (**) 31 3071 7000 - Fax 0 (**) 31 3071 7002 Belo Horizonte / MG - BMA Tecnologia de Resíduos - bmatr@brandt.com.Br - Av. Solferina Ricci Pace, 370 - Jatobá - 30 664 000 - Belo Horizonte - MG - Tel. 0 (**) 31 3387 3753 - Fax (31) 3385 6131 Belém / PA - bmapa@brandt.com.br - BMAPA - Distrito Industrial de Ananindeua, Lote L-47, Quadra E, Setor T, Ananindeua - PA - CEP 67.033 - 000 - Tel: (091) 2236640 EQUIPE TÉCNICA DA BRANDT MEIO AMBIENTE ESTA EQUIPE PARTICIPOU DA ELABORAÇÃO DESTE DOCUMENTO E RESPONSABILIZA-SE TECNICAMENTE POR SUAS RESPECTIVAS ÁREAS TÉCNICO FORMAÇÃO / REGISTRO PROF. RESPONSABILIDADE NO PROJETO Alexandre de Martins e Barros Biólogo CRBio 37503/4-D Levantamento da Flora Bernardo do Vale Beirão Biólogo CRBio 37540/04-D Auxiliar no levantamento da Ictiofauna Cibele Teixeira Paiva Geóloga CREA MG 65543/D Diagnóstico do Meio Físico e relatório de Qualidade das Águas Ivan Veloso Técnico Auxiliar de Campo - Arqueologia Leonardo Pedrosa de Pádua Economista CORECON Coordenação e integração dos Estudos Antrópicos e Avaliação de Impactos Ambientais Márcio Lúcio Brito Sociólogo Elementos do relacionamento Empresa/Comunidade e Avaliação de Impactos Ambientais Marcelo Guimarães Corrêa Engenheiro de Minas CREA MG 34225/D Coordenação e Integração do EIA/RIMA Maria Guimarães Vieira dos Santos Bióloga CRBio 13429/4-D Coordenação do Meio Biótico Maurício Pellegrino de Souza Advogado OAB-MG 89.834 Aspectos legais Moisés Perillo Geólogo CREA MG 71183/D Coordenação do Meio Físico Patrícia Pessoa Arthuzo Engenheira Química CREA MG 74913/D Descrição do Empreendimento e elaboração do RIMA SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO Continuação EQUIPE TÉCNICA DA BRANDT MEIO AMBIENTE ESTA EQUIPE PARTICIPOU DA ELABORAÇÃO DESTE DOCUMENTO E RESPONSABILIZA-SE TECNICAMENTE POR SUAS RESPECTIVAS ÁREAS TÉCNICO FORMAÇÃO / REGISTRO PROF. RESPONSABILIDADE NO PROJETO Paulo Henrique Chaves Cordeiro Biólogo CRBio 21463/02-D Diagnóstico de Ornitofauna e Mastofauna René Eiji Souza Hojo Biólogo CRBio 37349/04-D Diagnóstico da Ictiofauna Conrado Aleksander Barbosa Galdino Biólogo CRB - MG: 300057/4-D Diagnóstico da Herpetofauna Tânia Porto Guimarães Veloso Arqueóloga Diagnóstico de Arqueologia Adriana M. Souza Auxiliar de produção Alexandre Costa Auxiliar de produção Eduardo Henrique Assistente de produção PRODUÇÃO GRÁFICA Eli Lemos Gerenciamento / edição EMPRESA RESPONSÁVEL PELO EMPREENDIMENTO Razão Social: Endereço: Samarco Mineração S/A Mina do Germano, S/Nº - Mariana/MG - CEP: 35.420-000 Telefone Fax: Contato: 0**31 3559 5179 0**31 3559 5207 Sérgio José Leite Dias SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO ÍNDICE 1 - OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS................................................................................................................. 1 2 - CARACTERÍSTICAS DOS REJEITOS, ALTERNATIVAS LOCACIONAIS E TECNOLÓGICAS ............. 4 2.1 - Características dos rejeitos da SAMARCO.......................................................................................... 4 2.2 - Alternativas locacionais e tecnológicas................................................................................................ 4 3 - DESCRIÇÃO DO PROJETO ........................................................................................................................ 7 3.1 - O Maciço e a estabilidade física......................................................................................................... 10 3.2 - Construção da barragem de rejeitos .................................................................................................. 13 3.3 - Operação da barragem de rejeitos, o enchimento dos reservatórios .............................................. 14 3.4 - Mão de Obra na etapa de implantação .............................................................................................. 17 3.5 - Emissões, efluentes, resíduos e ruídos ............................................................................................. 18 3.5.1- Emissões Atmosféricas.................................................................................................................. 18 3.5.2 - Efluentes Líquidos......................................................................................................................... 18 3.5.3 - Resíduos Sólidos........................................................................................................................... 19 3.5.4 - Ruídos............................................................................................................................................ 19 4 - DIAGNÓSTICO AMBIENTAL...................................................................................................................... 20 4.1 - Meio Físico........................................................................................................................................... 20 4.2 - Meio Biótico.......................................................................................................................................... 22 4.3 - Meio Socioeconômico ......................................................................................................................... 26 5 - AVALIAÇÃO E PREVISÃO DOS EFEITOS E IMPACTOS AMBIENTAIS............................................... 28 5.1 - Tendências da Qualidade Ambiental da Área na Hipótese de não Implantação do Empreendimento.......................................................................................................................................... 28 5.2 - Avaliação dos Impactos Ambientais................................................................................................... 29 5.3 - Avaliação de viabilidade ambiental e custo/benefício....................................................................... 38 6 - MEDIDAS MITIGADORAS, DE REABILITAÇÃO, DE COMPENSAÇÃO E DE MONITORAMENTO.... 39 Quadros QUADRO 2.1 - Tipos de rejeitos e percentual em massa em relação ao total da geração de rejeitos......... 4 QUADRO 2.2 - Aspectos ambientais relacionados às alternativas de localização......................................... 5 QUADRO 3.1 - Volume e Tempo de Enchimento do Reservatório ............................................................... 10 QUADRO 3.2 - Biótopos e áreas a serem desmatadas na etapa de construção......................................... 13 QUADRO 3.3 - Biótopos e áreas a serem desmatadas na etapa final da barragem ...................................15 Figuras FIGURA 1.1 - Mapa de Localização .................................................................................................................. 2 FIGURA 1.2 - Plano diretor da área do Reservatório Fundão.......................................................................... 3 FIGURA 2.1 - Alternativas locacionais para o novo sistema de disposição de rejeitos ................................. 6 FIGURA 3.1 A - Configuração inicial para o Sistema de Disposição de Rejeitos do Fundão........................ 8 FIGURA 3.1 B: Configuração final para o Sistema de Disposição de Rejeitos do Fundão............................ 9 FIGURA 3.2 - Desenho esquemático dos maciços......................................................................................... 12 FIGURA 3.3 - Configuração final da barragem sobre imagem de satélite de alta definição........................ 16 FIGURA 3.4 - Histograma de mão-de-obra na implantação .......................................................................... 17 FIGURA 4.1 - Modelo do terreno na área da barragem ................................................................................. 21 FIGURA 4.2 - Mapa de biótopos da área do Fundão. .................................................................................... 23 FIGURA 4.3 - Distribuição e quantificação (em porcentagens) dos biótopos mapeados............................. 24 SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 1 1 - OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS A SAMARCO é uma empresa de mineração cuja composição acionária está igualitariamente dividida entre a Cia Vale do Rio Doce (CVRD) e a BHP Billiton. Iniciou suas atividades minerárias em 1977, para explotar minério itabirítico com baixo teor de ferro, e para processar e produzir pelotas de minério de ferro. O complexo industrial da SAMARCO é composto por mina e usina de concentração de minério de ferro em Germano, no município de Mariana e Ouro Preto/MG, e uma planta de pelotização em Ponta Ubu, no Espírito Santo, que recebe o minério através de um mineroduto com 396 km de extensão. A localização do complexo de Germano está apresentada na figura 1.1. A SAMARCO utiliza, principalmente, a barragem de Germano para disposição dos rejeitos do processo de concentração de minério. Esta barragem já está com sua capacidade de reservar rejeitos próximo ao limite, necessitando de uma nova área de disposição dos mesmos. O Plano de Gestão de Disposição de Rejeitos da Samarco, já prevê o finalização da utilização da barragem de Germano, como depósito de rejeitos, até o ano 2012. Sendo prevista a definição de uma nova área já a partir de 2010, que fosse recebendo estes rejeitos em substituição ao reservatório de Germano. A expansão das atividades da SAMARCO que contempla a implantação do Projeto Terceira Pelotização, elevando a capacidade de produção em 54%, passando das atuais 14 milhões para 21,6 milhões de toneladas anuais, a partir de fevereiro de 2008 acarretará um incremento na produção de rejeitos nas mesmas proporções. Com este aumento a vida útil do reservatório de Germano será reduzida para 2009 ou 2010, tornando-se mais urgente a entrada em operação de outra área de disposição de rejeitos. A SAMARCO já tinha em seu Plano Diretor de ocupações de suas áreas a previsão de implantação de novas barragens para contenção dos rejeitos de concentração de minério. Com os sucessivos aumentos de produção, alcançados nos últimos anos e previstos para os próximos, e conseqüente aumento da geração de rejeitos, haverá necessidade de antecipar a construção de uma nova barragem. Por isto, vem estudando a implantação e operação da Barragem do Fundão, em Mariana - MG, que atenderá a demanda de controle ambiental para disposição dos resíduos sólidos gerados no processo de produção de minério, conforme plano diretor mostrado na figura 1.2. Mariana Mariana Mariana Mariana Mariana Mariana Mariana Mariana Mariana C atas A ltas C atas A ltas C atas A ltas C atas A ltas C atas A ltas C atas A ltas C atas A ltas C atas A ltas C atas A ltas Ouro Preto Ouro Preto Ouro Preto Ouro Preto Ouro Preto Ouro Preto Ouro Preto Ouro Preto Ouro Preto Mariana Mariana Mariana Mariana Mariana Mariana Mariana Mariana Mariana Barragem doBarragem doBarragem doBarragem doBarragem doBarragem doBarragem doBarragem doBarragem do GermanoGermanoGermanoGermanoGermanoGermanoGermanoGermanoGermano Mina doMina doMina doMina doMina doMina doMina doMina doMina do GermanoGermanoGermanoGermanoGermanoGermanoGermanoGermanoGermano S anta B árbara S anta B árbara S anta B árbara S anta B árbara S anta B árbara S anta B árbara S anta B árbara S anta B árbara S anta B árbara Ouro Preto Ouro Preto Ouro Preto Ouro Preto Ouro Preto Ouro Preto Ouro Preto Ouro Preto Ouro Preto Sa nt a B ár ba ra Sa nt a B ár ba ra Sa nt a B ár ba ra Sa nt a B ár ba ra Sa nt a B ár ba ra Sa nt a B ár ba ra Sa nt a B ár ba ra Sa nt a B ár ba ra Sa nt a B ár ba ra MARIANAMARIANAMARIANAMARIANAMARIANAMARIANAMARIANAMARIANAMARIANA Mina Mina Mina Mina Mina Mina Mina Mina Mina AlegriaAlegriaAlegriaAlegriaAlegriaAlegriaAlegriaAlegriaAlegria OUROOUROOUROOUROOUROOUROOUROOUROOURO PRETOPRETOPRETOPRETOPRETOPRETOPRETOPRETOPRETO Mariana Mariana Mariana Mariana Mariana Mariana Mariana Mariana Mariana Catas Altas Catas Altas Catas Altas Catas Altas Catas Altas Catas Altas Catas Altas Catas Altas Catas Altas BarragemBarragemBarragemBarragemBarragemBarragemBarragemBarragemBarragem SantarémSantarémSantarémSantarémSantarémSantarémSantarémSantarémSantarém Passagem Passagem Passagem Passagem Passagem Passagem Passagem Passagem Passagem de Marianade Marianade Marianade Marianade Marianade Marianade Marianade Marianade Mariana Morro SantanaMorro SantanaMorro SantanaMorro SantanaMorro SantanaMorro SantanaMorro SantanaMorro SantanaMorro Santana Barro BrancoBarro BrancoBarro BrancoBarro BrancoBarro BrancoBarro BrancoBarro BrancoBarro BrancoBarro Branco Bento RodriguesBento RodriguesBento RodriguesBento RodriguesBento RodriguesBento RodriguesBento RodriguesBento RodriguesBento Rodrigues FonseFonseFonseFonseFonseFonseFonseFonseFonse MonsenMonsenMonsenMonseMonseMonseMonseMonseMonse Santa Rita DurãoSanta Rita DurãoSanta Rita DurãoSanta Rita DurãoSanta Rita DurãoSanta Rita DurãoSanta Rita DurãoSanta Rita DurãoSanta Rita Durão Padre ViegasPadre ViegasPadre ViegasPadre ViegasPadre ViegasPadre ViegasPadre ViegasPadre ViegasPadre Viegas BandeirantesBandeirantesBandeirantesBandeirantesBandeirantesBandeirantesBandeirantesBandeirantesBandeirantes CamargosCamargosCamargosCamargosCamargosCamargosCamargosCamargosCamargos Antônio PereiraAntônio PereiraAntônio PereiraAntônio PereiraAntônio PereiraAntônio PereiraAntônio PereiraAntônio PereiraAntônio Pereira ������������������������������������������������� FIGURA 1.1 - Mapa de localização 65 5 65 5 65 5 65 5 65 5 65 5 65 5 65 5 65 5 66 0 66 0 66 0 66 0 66 0 66 0 66 0 66 0 66 0 ÁREA DA BARRAGEM DO FUNDÃO ESTRADA FERROVIA LIMITE DE MUNICÍPIO VILA/POVOADO ESCALA: 1:100.00066 5 66 5 66 5 66 5 66 5 66 5 66 5 66 5 66 5 67 0 67 0 67 0 67 0 67 0 67 0 67 0 67 0 67 0 775577557755775577557755775577557755 775077507750775077507750775077507750 774577457745774577457745774577457745 776077607760776077607760776077607760776577657765776577657765776577657765 777077707770777077707770777077707770 MGMGMGMGMGMGMGMGMG MunicípioMunicípioMunicípioMunicípioMunicípioMunicípioMunicípioMunicípioMunicípio de Marianade Marianade Marianade Marianade Marianade Marianade Marianade Marianade Mariana SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 3 FIGURA 1.2 - Plano diretor da área do Reservatório Fundão SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 4 2 - CARACTERÍSTICAS DOS REJEITOS, ALTERNATIVAS LOCACIONAIS E TECNOLÓGICAS 2.1 - Características dos rejeitos da SAMARCO Do processo de concentração do minério de ferro resultam os seguintes produtos e rejeitos: - um concentrado de minério de ferro; - um rejeito argiloso; - um rejeito arenoso. De uma forma geral a geração de rejeitos tem a seguinte proporção em massa, guardando uma relação próxima de 1:1 (ou seja, uma tonelada de produto para uma tonelada de rejeito) em relação ao minério procedente da mina e que entra na usina de concentração. Esta relação percentual aproximada de produção de rejeitos está apresentada no quadro 2.1 abaixo. QUADRO 2.1 - Tipos de rejeitos e percentual em massa em relação ao total da geração de rejeitos Rejeitos gerados em Germano % Rejeito arenoso da flotação convencional 65,0 Lamas de transbordo e lavagem de piso 14,0 Rejeitos argilosos do recleaner 3,0 Rejeitos argilosos da planta de finos 5,0 Lama dos espessadores 13,0 Total 100,0 Além da barragem de Germano, para onde é direcionado principalmente o rejeito argiloso, a disposição dos rejeitos é feita ainda nos seguintes locais: - Cava exaurida de Germano, onde é disposto, de forma controlada, o rejeito arenoso; - Pilha de Germano Jusante, situada a jusante da barragem de Germano, onde é disposto, de forma controlada o rejeito arenoso. Neste local está prevista a sua ocupação até o ano de 2007. 2.2 - Alternativas locacionais e tecnológicas Os estudos para disposição de rejeitos desenvolvidos para o projeto da nova área de barragem consideraram a utilização de vales existentes no interior do polígono de decreto da SAMARCO e entorno próximo, em propriedades da CVRD. Três áreas principais foram contempladas nos estudos e podem ser vistas na figura 2.1. - O vale do córrego Fundão; - O vale do córrego Brumado; - O vale do córrego Natividade. SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 5 As principais características avaliadas, do ponto de vista de localização, para cada uma das alternativas estão apresentadas no quadro 2.2 a seguir. QUADRO 2.2 - Aspectos ambientais relacionados às alternativas de localização CARACTERÍSTICAS NATIVIDADE BRUMADO FUNDÃO Posição em relação ao Reservatório de Germano À montante À montante À jusante Vegetação Vegetação nativa do tipo bosque de candeias Mata de eucaliptos (cotas superiores) e mata nativa densa (cotas inferiores) Áreas de pasto e reflorestamento (margem direita) coexistindo com um misto áreas com floresta mais conservada, com florestas em estágio sucessional avançado e outras em estágio pioneiro, Efeitos da Atividade Mineraria Preservado Preservado Impactado Volume Disponibilizado Grande Grande Grande (menor que o Brumado) Outras Características Relevantes - Inseridas áreas de Reserva Legal da Samarco - Área de importância arqueológica histórica Potencial para utilização futura. Incorporará melhorias na qualidade do efluente a ser lançado no reservatório da Barragem de Santarém uma vez que sua localização permitira a retenção das partículas sólidas no interior de seu reservatório. Do ponto de vista tecnológico o projeto da barragem foi feito adotando tecnologias modernas de disposição de rejeitos, que buscam a minimização dos espaços a serem ocupados, quando se avalia em relação a uma barragem convencional. A aplicação desta tecnologia permitiu uma utilização racional para disposição de rejeitos. O vale do Fundão foi escolhido para a implantação da barragem para disposição de rejeitos principalmente porque otimiza o aproveitamento do espaço físico, já de certa forma isolado, situado a montante da barragem de Santarém já existente. Assim, a utilização do vale do Fundão permitirá que a SAMARCO lance seus efluentes líquidos na barragem de Santarém onde a empresa já possui um sistema de retenção de sólidos. Também na barragem de Santarém é feita a captação de água para a reutilização em seu processo industrial, minimizando a captação de água nova. O efluente líquido final de Santarém é lançado em condições adequadas em ambiente já licenciado para este fim. A metodologia construtiva da barragem utilizará o próprio rejeito arenoso para os alteamentos sucessivos e para os diques de contenção de rejeito argiloso. Dessa forma não haverá necessidade de abertura de áreas de empréstimo para sua construção. No entorno do reservatório, que será alteado em etapas, também poderá ser desmatado paulatinamente conforme as demandas de volume para uma disposição dos rejeitos ambientalmente disciplinada. Cabe mencionar que a estrutura de armazenamento de rejeitos concebida para o vale do Fundão apresenta características positivas em relação à segurança de todo o empreendimento, quando comparada com uma forma de disposição que utiliza barragem convencional. BrumadoBrumadoBrumadoBrumadoBrumadoBrumadoBrumadoBrumadoBrumado C ó r . N a t i v i d a d e C ó r . N a t i v i d a d e C ó r . N a t i v i d a d eC ó r . N a t i v i d a d e C ó r . N a t i v i d a d eC ó r . N a t i v i d a d e C ó r . N a t i v i d a d e C ó r . N a t i v i d a d eC ó r . N a t i v i d a d e C ór. Fundão C ór. Fundão C ór. Fundão C ór. Fundão C ór. Fundão C ór. Fundão C ór. Fundão C ór. Fundão C ór. Fundão BarragemBarragemBarragemBarragemBarragemBarragemBarragemBarragemBarragem SantarémSantarémSantarémSantarémSantarémSantarémSantarémSantarémSantarém FundãoFundãoFundãoFundãoFundãoFundãoFundãoFundãoFundão C ó r . B r u m a d o C ó r . B r u m a d o C ó r . B r u m a d o C ó r . B r u m a d o C ó r . B r u m a d o C ó r . B r u m a d o C ó r . B r u m a d o C ó r . B r u m a d o C ó r . B r u m a d o Barragem doBarragem doBarragem doBarragem doBarragem doBarragem doBarragem doBarragem doBarragem do GermanoGermanoGermanoGermanoGermanoGermanoGermanoGermanoGermano Mina doMina doMina doMina doMina doMina doMina doMina doMina do GermanoGermanoGermanoGermanoGermanoGermanoGermanoGermanoGermano NatividadeNatividadeNatividadeNatividadeNatividadeNatividadeNatividadeNatividadeNatividade Mina Mina Mina Mina Mina Mina Mina Mina Mina AlegriaAlegriaAlegriaAlegriaAlegriaAlegriaAlegriaAlegriaAlegria ALTERNATIVA FUNDÃO ALTERNATIVA BRUMADO ALTERNATIVA NATIVIDADE DRENAGEM ESTRADA FERROVIA ESCALA: 1:40.000 6 5 4 6 5 4 6 5 4 6 5 4 6 5 4 6 5 4 6 5 4 6 5 4 6 5 4 6 5 6 6 5 6 6 5 6 6 5 6 6 5 6 6 5 6 6 5 6 6 5 6 6 5 6 6 5 8 6 5 8 6 5 8 6 5 8 6 5 8 6 5 8 6 5 8 6 5 8 6 5 8 6 6 0 6 6 0 6 6 0 6 6 0 6 6 0 6 6 0 6 6 0 6 6 0 6 6 06 6 2 6 6 2 6 6 2 6 6 2 6 6 2 6 6 2 6 6 2 6 6 2 6 6 2 6 6 4 6 6 4 6 6 4 6 6 4 6 6 4 6 6 4 6 6 4 6 6 4 6 6 4 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 776277627762776277627762776277627762 776477647764776477647764776477647764 776677667766776677667766776677667766 776877687768776877687768776877687768 777077707770777077707770777077707770 FIGURA 2.1 - Alternativas locacionais para o sistema de disposição de rejeitos SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 7 3 - DESCRIÇÃO DO PROJETO Na barragem do Fundão, os resíduos arenosos e a lama serão dispostos separadamente, cada um em seu reservatório específico. Na porção mais a jusante do córrego Fundão, será implantado um dique de partida com material de enrocamento (proveniente da área do reservatório) para o Empilhamento de Rejeitos Arenosos identificados com a sigla ERA com crista na elevação de 830 m. Mais a montante, ou seja, em área acima topográficamente, serão implantados outros dois Diques de Contenção de Lama identificados com a sigla DCL’s, com cota de topo na elevação 850 m. Entre o dique de partida do ERA e os dois DCL’s será formado um reservatório para a disposição do rejeito arenoso. A montante dos DCL’s serão formados reservatórios para disposição do rejeito argiloso. As configurações inicial e final previstas para o sistema de disposição estão apresentadas nas figuras 3.1 A e 3.1 B. A concepção do sistema de disposição de rejeitos prevê o lançamento controlado do rejeito arenoso lançado a montante do dique de partida do ERA (Empilhamento de Rejeitos Arenosos), ocupando toda a área existente entre este dique e os Diques de Contenção de Lama situados mais a montante. O dique de partida do ERA será sucessivamente alteado para montante até a elevação de 920 m utilizando-se o próprio rejeito arenoso como material de construção. O sistema prevê, ainda, a disposição da lama a montante dos dois DLC’s (Diques de Contenção de Lama) construídos com o próprio rejeito arenoso depositado no reservatório do ERA, que serão alteados sucessivamente por linha de centro até a elevação 920 m. Estes sucessivos alteados por linha de centro operarão como um dique separador entre a lama e o rejeito arenoso. SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 8 FIGURA 3.1 A - Configuração inicial para o Sistema de Disposição de Rejeitos do Fundão SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 9 FIGURA 3.1 B - Configuração final para o Sistema de Disposição de Rejeitos do Fundão SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 10 O vale do Fundão foi considerado como alternativa para o armazenamento de rejeitos arenosos e lamas oriundos tanto da planta de beneficiamento atual quanto da nova, até 2022, aproximadamente. Para isto, num contexto de Plano Diretor de Rejeitos de Longo Prazo, foi considerada a utilização de uma segunda área para destinação de rejeitos, o vale do Brumado, que será implantada no futuro e dará maior vida útil ao sistema de rejeitos da SAMARCO. Neste Plano Diretor de Longo Prazo, considerando o vale do Brumado, a vida útil da barragem do Fundão poderá ser otimizada e prolongada até 2028 para disposição de lamas. A capacidade final do reservatório de lamas do Fundão, em sua última etapa de alteamento, será de aproximadamente 79.000.000 m3 e de 32.000.000 m3 para disposição de rejeitos arenosos, conforme quadro 3.1 abaixo. As lamas e rejeitos argilosos, atualmente dispostos na barragem do Germano, passarão a ser dispostos no reservatório do Fundão a partir de sua implantação. Os rejeitos arenosos que estão sendo destinados à barragem Germano, ao preenchimento da cava exaurida de Germano e à pilha de Germano jusante serão dispostos na barragem do Fundão e continuarão sendo utilizados para o preenchimento da cava exaurida do Germano. As águas superficiais do reservatório de lama e do ERA (Empilhamento de Rejeito Arenoso) serão removidas dos reservatórios através do sistema extravasor. Ou seja, não se prevê a reservação de água nesta barragem de rejeitos. A água irá sair ou pelo sistema extravasor ou pelos drenos de fundo, como se verá no item seguinte. QUADRO 3.1 - Volume e Tempo de Enchimento do Reservatório RESERVATÓRIO DE LAMA RESERVATÓRIO DE REJEITO ARENOSO ETAPA Elevação (m) Volume (m3) Tempo (anos) Volume (m3) Tempo (anos) Etapa 1 Até 850 7.885.846 1,58 9.328.512 1,44 Etapa 2 Até 920 79.674.744 15,93 32.208.299 4,96* Nota: *Para a disposição de rejeitos arenosos continuará sendo usada a Cava do Germano 3.1 - O Maciço e a estabilidade física O projeto da barragem foi concebido com elevado nível de engenharia e todos os estudos de estabilidade do maciço final foram conduzidos garantindo um coeficiente de segurança maior que os adotados em normas internacionais. O dique de partida do ERA (Empilhamento de Rejeito Arenoso) será implantado em uma única etapa e seu maciço será composto por enrocamento de grande diâmetro dotado de camadas de transição a montante. O material a ser usado para o enrocamento será provenente de áreas dentro do futuro reservatório de rejeitos e deverá ser retirado das escações iniciais de limpeza de fundo de vales e ombreiras, não implicando em acréscimo de área impactada. O dique de partida do ERA possuirá, a princípio, altura de aproximadamente 40 m e, na última etapa de alteamento, quando o topo do maciço estiver na cota de 920 m, este possuirá uma altura total de cerca de 140 m. SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 11 As bermas serão protegidas por uma camada de solo laterítico compactado e os taludes de jusante dos diques de alteamento serão revestidos por camada de solo local e grama para evitar erosões eólicas e de origem pluvial. A drenagem superficial será composta por um sistema de canaletas de concreto pré- moldado na porção de montante das bermas, as quais descarregarão seu fluxo em um canal lateral em degraus no contato do terreno natural com o maciço. Os diques de contenção de lama serão implantados com o próprio rejeito arenoso escavado do interior do reservatório a montante do dique de partida do ERA. Para isto, aguarda-se um tempo para que o rejeito lançado drene o excesso de água, dando condições de trafegabilidade aos equipamentos, pás carregadeiras e caminhões que vão então construindo o dique de forma controlada. Os maciços serão implantados sobre dreno de fundo previamente instalado. O dreno de fundo apresentará grande capacidade de vazão e se estenderá desde a extremidade de jusante do dique de partida até o talude de jusante dos dois diques de contenção de lama. Dessa forma, ao longo de todo o trecho entre o dique de partida do ERA e os Diques de Contenção de Lama - DCL haverá uma linha de drenagem no fundo do talvegue principal que será conectada a outras linhas de drenagem secundárias a serem implantados nos talvegues adjacentes ao vale principal. Vertedouros serão instalados a montante dos diques. Nas figuras 3.1 A e 3.1 B, já apresentada, pode ser vista a localização dos três vertedouros. A figura 3.2 mostra um desenho esquemático do dique de partida do ERA, dos DLC’s e dossucessivos alteamentos. SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 12 FIGURA 3.2 - Desenho esquemático dos maciços SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 13 3.2 - Construção da barragem de rejeitos A etapa de implantação da barragem pode ser sintetizada com as seguintes etapas e atividades: 1. Serviços Preliminares e Implantação do Canteiro de Obras; 2. Desmatamento, Implantação da Galeria e Desvio do Córrego, Preparo de Fundações 3. Implantação da Drenagem de Fundo, Maciço dos Diques e do Sistema Extravasor 4. Instalação de Instrumentação de Monitoramento. Os serviços preliminares compreendem atividades de reabertura de estradas já existentes e implantação do canteiro de obras, que estará localizado dentro da área do reservatório da barragem. O canteiro terá todos os sistemas de controle ambiental para áreas de oficinas e escritórios. O desmatamento ocorrerá em etapas e ocorrerá também durante a etapa de operação. Para a construção inicial será necessário desmatar a área compreendida pelo local onde será construído o dique de partida e o reservatório de rejeito arenoso inicial. O quadro 3.2 mostra esta área inicial e os biótopos mapeados (veja o item 5.2). QUADRO 3.2 - Biótopos e áreas a serem desmatadas na etapa de construção EL (Elevação do dique) BIÓTOPOS ÁREA (ha) PERCENTUAL % ÁREA TOTAL (ha) Floresta Estacional Semidecidual conservada 19,69 43,07 Floresta Estacional Semidecidual em estágio sucessional adiantado (capoeira mesclada a eucaliptal) 7,26 15,88 Floresta Estacional Semidecidual em estágio sucessional pioneiro (capoeirinha) 1,15 2,52 EL. 830 Reflorestamento com sub-bosque denso (eucaliptal com manejo extensivo ou sem manejo) 17,61 38,52 45,72 O material lenhoso removido será processado conforme procedimentos já existentes na SAMARCO e, usualmente a empresa contratada para o serviço, utiliza este material em atividades devidamente licenciadas, enquanto as camadas superficiais de solo com restos orgânicos podem ser aproveitados para reabilitação de áreas na SAMARCO. Após o desmatamento implanta-se uma galeria concretada para desvio do curso d’água. Com o curso d’água desviado para dentro da galeria serão iniciados os serviços de implantação do sistema de drenagem de fundo. SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 14 Serão, então, iniciadas as obras de implantação do corpo do dique de partida em enrocamento que subirá juntamente com a execução das camadas de transição a montante. A finalidade dessas camadas é garantir que o rejeito lançado seja retido ao passar pelas mesmas, de forma semelhante a um filtro, porém permitindo a drenagem da água presente no rejeito. Nesta etapa serão ainda implantados os sistemas de vertedouros, que serão construídos de forma a irem subindo à medida que a barragem for sendo alteada. Na região dos DCL´s (Diques de Contenção da Lamas), serão implantados dois diques de contenção, construídos com o rejeito arenoso, cada um com 5 m de altura, em cada ponto de barramento conforme pode ser visto na figura 3.2 já apresentada. Quando finalizada a obra serão instalados os instrumentos de monitoramento de nível d’água, de vazão de efluente e de verificação de segurança da barragem. Não está prevista a geração de excessos de terra por terraplenagem, mas caso ocorra, estes serão depositados no interior do reservatório da barragem. As obras estão previstas para serem realizadas em período seco do ano. 3.3 - Operação da barragem de rejeitos, o enchimento dos reservatórios O enchimento dos reservatórios se dará a partir do lançamento de rejeito arenoso no interior do reservatório do ERA (Empilhamento de Rejeito Arenoso) e de lama no interior dos reservatórios de lama. O lançamento do rejeito arenoso será realizado por lançamento através de mangotes ou tubos, a partir da crista do dique de partida do ERA, estando prevista a formação de uma praia de rejeitos arenosos com inclinação suave para montante. Como o rejeito arenoso é bastante drenante, ou seja a água passa por ele facilmente, a experiência tem mostrado que, após cerca de sete dias contados do término do lançamento do rejeito no interior do reservatório, é possível trafegar com equipamentos convencionais de terraplenagem sobre o material. Assim, torna-se possível iniciar a extração de rejeito, ou empréstimo em terra, a ser empregado no alteamento dos outros dois DCLs (Diques de Contenção de Lamas). O lançamento da lama também será realizado por lançamento através de mangotes ou tubos, a partir da crista dos DCLs, para montante. Também está prevista a formação de uma praia nos reservatórios de lama com inclinação ainda mais suave que do rejeito arenoso. Nesta etapa de operação será realizada também operação de desmatamento, que ocorrerá ao mesmo tempo dos alteamentos previstos da barragem até atingir a sua cota máxima prevista de 920 m. O quadro 3.3 mostra a área final a ser desmatada e biótopos (veja item 5.2) associados. A figura 3.3 apresenta a configuração final da barragem em um modelo tridimensional. SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 15 QUADRO 3.3 - Biótopos e áreas a serem desmatadas na etapa final da barragem EL (Elevaçã o do dique) BIÓTOPOS ÁREA ACUMULADA (ha) PERCENTUA L TOTAL % ÁREA TOTAL ACUMULAD A (ha) Floresta Estacional Semidecidual conservada 90,78 35,22 Floresta Estacional Semidecidual em estágio sucessional adiantado (capoeira mesclada a eucaliptal) 15,96 6,19 Floresta Estacional Semidecidual em estágio sucessional pioneiro (capoeirinha) 20,55 7,97 Reflorestamento com sub-bosque denso (eucaliptal com manejo extensivo ou sem manejo) 103,11 40,00 Área com revegetação arbóreo- arbustiva com regeneração de espontâneas nativas 1,98 0,77 Área revegetada com gramíneas nativas e exóticas 5,19 2,01 Corpo de barramento/barragem de rejeitos 6,78 2,63 EL 920 Pilha de estéril predominantemente com solo desnudo 13,40 5,20 257,75 SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 16 FIGURA 3.3 - Configuração final da barragem sobre imagem de satélite de alta definição. SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 17 3.4 - Mão de Obra na etapa de implantação Prevê-se que o contingente de operários trabalhando na etapa de implantação da barragem chegue a um pico de aproximadamente 132 pessoas. Este contingente é normalmente formado por trabalhadores sem qualificação muito específica. A obra de implantação deverá ser realizada em 8 meses. A figura 3.3 apresenta o histograma de mão de obra durante a implantação. Durante a operação da barragem não se prevê a geração de novos empregos na SAMARCO, por conta da mesma, mas sim deslocamento dos que já operam na barragem de Germano. FIGURA 3.4 - Histograma de mão-de-obra na implantação HISTOGRAMA DE MÃO DE OBRA 43 84 106 132 132 84 64 32 0 20 40 60 80 100 120 140 1 2 3 4 5 6 7 8 TEMPO (MESES) N Ú M E R O D E O P E R Á R IO S Número de operários SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIODE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 18 3.5 - Emissões, efluentes, resíduos e ruídos Como toda atividade humana que atua no meio ambiente são identificadas a seguir as emissões, os efluentes líquidos, os resíduos e os ruídos que podem modificar a qualidade ambiental na área de influência dos estudos ambientais da barragem do Fundão. 3.5.1- Emissões Atmosféricas Durante a execução da obra serão realizadas diversas atividades nas quais haverá geração de material particulado, ou seja, poeira em suspensão no ar, e gases provenientes da combustão de combustíveis nos motores das máquinas e equipamentos utilizados nas obras. Estas poeiras e gases são devidos ao tráfego de veículos e equipamentos em vias e áreas não pavimentadas, o desmatamento e destoca. Na fase de operação, haverá emissão de material particulado gerado a partir da ação eólica sobre o rejeito disposto na barragem. As emissões de poeira durante as atividades de implantação serão controladas com a aspersão de água, por caminhões-pipa. No período de operação as superfícies desnudas de rejeito ficarão restritas às áreas da barragem e, quando do encerramento da atividade serão reabilitados adequadamente para evitar a geração de poeira destas fontes. O controle das emissões dos gases gerados pelos motores dos equipamentos será efetuado com manutenções periódicas dos mesmos. 3.5.2 - Efluentes Líquidos Os principais efluentes líquidos que serão gerados nas obras e na operação da barragem de disposição de rejeitos são: - Efluente líquido sanitário gerado nas instalações sanitárias de vestiários, escritórios e refeitório do canteiro de obras; - Efluente líquido oleoso gerado nas áreas dos grupos geradores, oficina de manutenção, posto de abastecimento e lavador de veículos, no canteiro de obras; - Efluente líquido pluvial, caso ocorra chuva no período de implantação, procedente de acessos internos e demais áreas expostas nas obras de construção. - Efluentes líquido pluvial a ser gerado durante a fase de operação da barragem; - Efluente do Sistema de Disposição de Rejeitos, a ser gerado na fase de operação. Para os efluentes sanitários será instalado um sistema de fossa filtro e sumidouro, que será desativado após a obra. Os efluentes oleosos serão gerados principalmente na oficina de manutenção dos equipamentos do canteiro de obras. O seu controle será realizado com a impermeabilização do piso das oficinas e direcionamento do fluxo de efluentes através de canaletas para caixas separadoras de óleo e água. SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 19 As precipitações pluviométricas são responsáveis pela geração dos efluentes pluviais que podem carrear sedimentos e materiais inconsolidados para as drenagens naturais. Salienta-se ainda que, durante a obra, ou mesmo durante a operação do sistema de rejeitos de Fundão, qualquer sólido eventualmente carreado para a drenagem natural ficaria retido na barragem de Santarém, situada a jusante de toda a área, funcionando como sistema de contenção de sólidos. Após o dique de barramento mais à jusante do vale do córrego Fundão, estarão localizadas as saídas do dreno de fundo do ERA (Empilhamento de Rejeito Arenoso) e da galeria do sistema extravasor do Fundão. Estes efluentes apresentarão cargas orgânicas devido aos residuais de reagentes de flotação utilizados no processo de concentração do minério - amido, amina e floculante. Está prevista a criação de uma descida d´água em escada a jusante do dique de partida e à montante da barragem de Santarém com o objetivo de permitir maior oxigenação do efluente e degradação dos reagentes residuais, conseqüentemente, reduzindo os níveis de DBO (demanda bioquímica de oxigênio) através da autodepuração. 3.5.3 - Resíduos Sólidos Na fase de implantação e operação do Sistema de Disposição de Rejeitos do Fundão os principais resíduos gerados serão os seguintes: - Resíduos de desmate proveniente do desmatamento na fase de implantação e operação; - Excessos de Obras de Terraplanagem na fase de implantação; - Resíduos Domésticos gerados na fase de implantação; - Resíduos oleosos diversos provenientes de atividades de abastecimento, lubrificação e manutenção de veículos e equipamentos, e da limpeza de caixas separadoras de água e óleo gerados durante a implantação; - Resíduos de construção civil gerados durante a implantação. Estes resíduos serão gerenciados conforme previsto pelo Sistema de Gestão de Resíduos já implantado e funcionando adequadamente na Mina do Germano. Este sistema prevê a forma de segregação, disposição temporária, coleta e destinação final ou reaproveitamento dos resíduos quando possível. 3.5.4 - Ruídos A geração de ruído será mais intensa na fase de implantação do empreendimento devido aos equipamentos e à movimentação de máquinas pesadas. Na fase de operação não serão gerados ruídos significativos. Como a barragem estará localizada em uma região isolada do ponto de vista antrópico, ou seja sem vizinhanças que possam ser incomodadas diretamente, ou mesmo indiretamente, e as obras terão duração curta, não estão previstas medidas específicas para o controle dos níveis de ruídos. SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 20 4 - DIAGNÓSTICO AMBIENTAL 4.1 - Meio Físico O clima da região é caracterizado pelo predomínio de temperaturas amenas durante todo o ano (a média anual varia em torno de 20 a 19 ºC). Quanto ao regime pluviométrico apresentado na região, o verão é chuvoso e o inverno é seco. A média anual de umidade relativa do ar é da ordem de 80,7%, sendo que mesmo no inverno, os valores não atingem média inferior a 76%. A barragem será construída no vale do córrego do Fundão, afluente do córrego Santarém, que faz parte da sub-bacia do rio Gualaxo do Norte. Este último pertence à sub-bacia do rio Piranga, que por sua vez está inserido na bacia hidrográfica do rio Doce. Partindo de sua nascente, localizada em altitudes da ordem de 1.000 m, o córrego do Fundão percorre uma distância de aproximadamente 3,50 km até a sua foz, no córrego do Santarém. A qualidade das águas superficiais foi avaliada em dois pontos localizados no córrego do Fundão e no vertedouro da barragem de Santarém. A amostragem indicou que no curso do córrego Fundão e de outros cursos da área já se encontram alteradas pelas atividades de mineração. No entanto, como a barragem Santarém está situada a jusante, ou seja, abaixo deste sistema hídrico, onde os sólidos estão ficando retidos. A SAMARCO monitora estes pontos regularmente e encaminha estes resultados à FEAM. As instalações da SAMARCO estão localizadas na parte oriental do Quadrilátero Ferrífero, a principal estrutura geográfica e geológica do centro sul do estado de Minas Gerais. Os estudos geológico-geotécnicos realizados na área do córrego do Fundão indicaram que a área da barragem é composta por rochas filíticas. A seqüência geológica que está por cima, ou seja que aflora na área da barragem predominam os filitos sobre os quartzitos, o que confere a esse pacote uma característica de aquitardo, ou seja, com reduzida permeabilidade de água e baixa condução, ou transmissão. Por isto estas camadas rochosas possuem pequena vulnerabilidade à contaminação. A figura 4.1 mostra as características do relevo no local da barragem do Fundão. SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 21 FIGURA 4.1 - Modelo do terreno na área da barragem SAMARCO MINERAÇÃOS.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 22 4.2 - Meio Biótico Os estudos do meio biótico foram feitos com base em metodologia de mapeamento de biótopos. Ou seja um biótopo se refere a uma determinada superfície (espaço) ocupada por um conjunto de elementos da fauna e flora em determinado período (tempo). Além disso, as parcelas que compõem um ambiente são formados de comunidades (grupo de espécies) que se associam e tendem a se repetir sob determinadas condições ambientais. Em ambientes naturais, estas parcelas do ambiente (Biótopos) são diferenciados primeiramente em função da cobertura vegetal. Posteriormente, para auxiliar no entendimento dos Biótopos busca-se indicadores ecológicos que traduzam da foram mais integrada possível, as condições a que estão sujeitas. Posteriormente conjuga-se a estrutura com formas de uso e manejo incidentes, considerando-se o papel desempenhado por cada unidade num contexto integrado. Nesta etapa, procura-se entender que alteração o ambiente sofre (pode ser uma alteração parcial ou mesmo completa de suas características fundamentais) devido às pressões que recaem sobre as parcelas do ambiente. As pressões de origem antrópica, ou seja provocada pelo homem, são as mais evidentes enquanto as dinâmicas naturais geralmente são mais sutis e de difícil apreensão. Portanto, o biótopo é delimitado em função de sua estrutura, uso e manejo, variáveis que são analisadas de modo a evidenciar sua real função ambiental. O mapeamento de biótopos consiste em subdividir a superfície estudada em unidades cartográficas de uso e estrutura semelhantes, com a descrição de suas características. Com o mapeamento, busca-se um melhor entendimento dos processos ecológicos para que a proposição de manejo e gestão ambiental sejam realizados de forma adequada. Para a área do Fundão foram identificados 2 biótopos principais na área de estudo, a saber: - Biótopos naturais - Biótopos de áreas de mineração Estes, por sua vez são subdivididos em 8 biótopos distintos, caracterizados de acordo com metodologia própria do mapeamento de biótopos. A figura 4.2 apresenta o mapa de biótopos e a figura 4.3 apresenta um gráfico com a indicação percentual dos biótopos identificados na área. Vale explicar que o nome de um biótopo não necessariamente corresponde ao mesmo nome de formações botânicas. C ór. Fundão C ór. Fundão C ór. Fundão C ór. Fundão C ór. Fundão C ór. Fundão C ór. Fundão C ór. Fundão C ór. Fundão 66 1 66 1 66 1 66 1 66 1 66 1 66 1 66 1 66 1 66 0 66 0 66 0 66 0 66 0 66 0 66 0 66 0 66 0 776577657765776577657765776577657765 776677667766776677667766776677667766 ????????????????????????? 1.1.1 - Floresta Estacional Semidecidual conservada 1.1.2 - Floresta Estacional Semidecidual em estágio sucessional adiantado (capoeira mesclada a eucaliptal) 1.1.3 - Floresta Estacional Semidecidual em estágio sucessional pioneiro (capoeirinha) 1.2 - Reflorestamento com sub-bosque denso (eucaliptal com manejo extensivo ou sem manejo) 2.1.1 - Área com revegetaçäo arbóreo-arbustiva com regeneraçäo de espontâneas nativas 2.1.2 - Área revegetada com gramíneas nativas e exóticas Escala: 1:10.000 776477647764776477647764776477647764 FIGURA 4.2 - Mapa de biótopos 1 - Biótopos naturais 1.1 - Formações Florestais 2 - Biótopos de área de mineração 2.1 - Áreas com revegetação 2.2 - Corpo de barramento/barragem de rejeitos 2.3 - Pilha de estéril predominantemente com solo desnudo SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 24 FIGURA 4.3 - Distribuição e quantificação (em porcentagens) dos biótopos mapeados 35,22% 6,19% 7,97% 40,00% 0,77% 2,63%2,01% 5,20% 1.1.1 - Floresta Estacional Semidecidual conservada 1.1.2 - Floresta Estacional Semidecidual em estágio sucessional adiantado (capoeira mesclada a eucaliptal) 1.1.3 - Floresta Estacional Semidecidual em estágio sucessional pioneiro (capoeirinha) 1.2 - Reflorestamento com sub-bosque denso (eucaliptal com manejo extensivo ou sem manejo) 2.1.1 - Área com revegetaçäo arbóreo-arbustiva com regeneraçäo de espontâneas nativas 2.1.2 - Área revegetada com gramíneas nativas e exóticas 2.2 - Corpo de barramento/barragem de rejeitos 2.3 - Pilha de estéril predominantemente com solo desnudo Do ponto de vista botânico a área da microbacia do córrego do Fundão tem sua vegetação original pertencente à tipologia Floresta Estacional Semidecidual. No entanto a região foi explorada a partir da década de 1960, com o plantio e manejo de eucalipto em grande parte do terreno. O manejo dos talhões deixou de ocorrer há cerca de dez anos. Subsequentemente, o subosque nativo pôde se desenvolver, originando as mais variadas feições encapoeiradas. A feição atual, na maior parte da microbacia, é de formação florestal, com o eucalipto como árvore emergente. Sob os pés de eucalipto, estão desenvolvendo subosques que podem estar em diversos estados de sucessão (capoeirinha, capoeira e capoeirão) No fundo de grotas medra uma floresta conservada, de Galeria. Na micro bacia é fonte de recursos locais para que a vegetação ao redor dê continuidade ao processo sucessional. Em relação aos levantamentos faunísticos, foram observadas diversas espécies de aves, répteis, anfíbios, mamíferos e peixes. Foi registrado um total de oito espécies de anfíbios, por meio de observação direta e/ou visualização, e nenhuma espécie de réptil foi registrada para a área de estudo. A ausência de répteis é creditada a um viés de amostragem. A fauna de anfíbios registrada no presente estudo segue o padrão de resultados dos estudos realizados para áreas de mata da região central do estado de Minas Gerais. SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 25 Foram encontradas espécies associadas estritamente a ambientes de mata. Assim é provável que as espécies registradas para esta área sejam encontradas também nas adjacências do empreendimento. Entretanto ressalta-se a presença de duas espécies Hypsiboas polytaenius uma espécie comumente encontrada em áreas alteradas e/ou degradadas e Scinax gr. rubra (spn), uma espécie não descrita pela ciência, para a qual nada é sabido sobre sua biologia e que constitui, portanto, uma espécie nova. Entretanto, populações desta nova espécie já foram encontradas em outras localidades como Belo Horizonte, Serra do Brigadeiro, Coronel Fabriciano e João Monlevade. Os poucos fragmentos de áreas florestadas funcionam como refúgios para espécies de aves, principalmente os fragmentos de mata semidecídua e as matas ciliares. O padrão de ocorrência de espécies de aves da região, em relação avifauna registrada em campo diretamente na área de influência do empreendimento não reflete uma boa qualidade ambiental geral para a região. Isso pode ser observado com a comparação direta entre as espécies presentes em uma área natural bem conservada próxima e a comunidade levantada em campo. Para a ictiofauna não foram capturados peixes podendo indicar o nível de isolamento da micro bacia, em função da barragem de Santarém, e a presença de sedimentos em algumas drenagens. Em relação à mastofauna, as áreas afetadas pelo empreendimento em questão não parecem apresentar características relevantes para a manutenção de populações de mamíferos raros na região. A área de influência direta do empreendimento, onde ocorre a floresta secundária recente, só foram detectadas espécies comuns de mamíferos - rato-do-chão (Akodon cursor)e Cutia (Dasyprocta leporina) por meio de captura e de pegadas respectivamente (fotos 1 e 2). FOTO 1 - Trabalho de campo na área de influência da Barragem de Fundão, um indivíduo de rato-do-chão (Akodon cursor) foi capturado nas armadilhas. SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 26 FOTO 2 - Pegada de cutia (Dasyprocta leporina) encontrada na área de influência direta 4.3 - Meio Socioeconômico A unidade industrial e mineral de Germano da SAMARCO Mineração S/A, abrange parte dos municípios de Ouro Preto e Mariana. A barragem de Fundão está situada no município de Mariana. Os dois municípios foram considerados área de influência do empreendimento. A barragem será implantada em área de propriedade da SAMARCO e da CVRD. Ouro Preto possui uma população de 66.277 habitantes dos quais 85% residem em área urbana. Já Mariana apresenta uma população de 46.710 habitantes com 83% residindo em zona urbana. A maioria da população deste dois municípios é atendida por serviços de energia e de saneamento básico - abastecimento de água, esgotos sanitários e coleta de lixo. Na área médico-hospitalar os dois municípios contam com uma rede de atendimento que abrange diversas especialidades médicas e odontológicas, laboratórios, clínicas e hospitais. Em Mariana e Ouro Preto, aproximadamente 90% dos estudantes estão matriculados em rede pública de ensino. Os municípios de Mariana e Ouro Preto estão inseridos na região mais importante do estado de Minas Gerais no que se refere à concentração de atividades econômicas e geração de riquezas. SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 27 Analisando o PIB em termos setoriais, observa-se que a região Central se destaca, em termos hierárquicos, no setor de serviços, com uma participação de 49,6% no PIB do estado, e no setor industrial, com uma participação relativa de 46,2%. Por sua vez, o PIB agropecuário da região central não apresenta um desempenho proporcional, participando em apenas 10,2% do PIB estadual no setor e colocando a região no quarto lugar em termos de produção. Em síntese, a região Central é caracterizada pela maior produção industrial e de serviços no estado de Minas Gerais, concentrando em suas dimensões espaciais a maior parcela das atividades econômicas. Na perspectiva do meio antrópico, o empreendimento não conta com uma comunidade vizinha, entendendo o termo “vizinho” como o que está perto ou mediado por uma pequena distância. O entorno do empreendimento é ocupado por vegetação, como visto acima, e áreas de mina da CVRD. Por acréscimo, os atributos do relevo formam barreiras topográficas que dispõem obstáculos para a sua acessibilidade visual. A comunidade mais próxima encontra-se localizada a 6 km da área prevista para implantação e operação do empreendimento. Trata-se de um subdistrito do município de Mariana, denominado Bento Rodrigues, com uma população de 585 habitantes. Na pesquisa de percepção ambiental foram contatados seis integrantes dos dois grupos organizados no sub-distrito de Bento Rodrigues: a associação dos moradores e a associação dos hortifrutigranjeiros. Os dados da referida pesquisa assinalam que a SAMARCO é alvo de uma grande credibilidade por parte dos entrevistados. Credibilidade promovida pela interação permanente - comunicação social de caráter continuado - e programas desenvolvidos no âmbito da comunidade. No curso das entrevistas, especificamente no tocante à percepção da ampliação do empreendimento, cabe ainda acrescentar a demanda dos entrevistados por maiores inclusões nas frentes de trabalho proporcionadas pela SAMARCO. Ou seja, existe uma expectativa de serem mais intensamente aproveitados nas frentes geradas nas ampliações da empresa. Quanto ao potencial arqueológico, o conjunto de dados levantados indicou que há uma grande a potencialidade da região, para sítios arqueológicos históricos, mas não foi encontrado nenhum tipo na área do empreendimento. Quanto aos sítios arqueológicos pré - históricos, a potencialidade da região é baixa. SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 28 5 - AVALIAÇÃO E PREVISÃO DOS EFEITOS E IMPACTOS AMBIENTAIS A avaliação de impactos ambientais foi feita por especialistas das várias áreas que este estudo envolve, com base na análise das informações contidas no diagnóstico ambiental e na descrição do empreendimento, considerando, ainda, a tendência da qualidade ambiental futura da área sem a realização do empreendimento. 5.1 - Tendências da Qualidade Ambiental da Área na Hipótese de não Implantação do Empreendimento Meio Físico A tendência ambiental para o meio físico da área, sem a implantação do Sistema de Fundão, do ponto de vista geomorfológico da paisagem, é a de permanência paisagem atual, com uma morfologia típica do Quadrilátero Ferrífero. Ressalta-se no entanto que haverá uma continuidade do processo de degradação da qualidade do solo em decorrência das características geomorfológicas e pedológicas locais, com o aumento dos processos erosivos. O fundo desse talvegue já apresenta evidências de ocorrências de depósitos aluvionares que, em parte, são constituídos de rejeitos, configurando-se portanto, uma área com processo de erosão, que a longo prazo poderá promover o assoreamento da barragem a jusante. Meio Biótico Quanto à flora, a área é local de grande vigorosidade, que está em processo sucessional e apresenta mata nativa em grande parte de seu terreno. A tendência da maior parte da área , no caso do empreendimento não ser implantado, é que se continue o processo de sucessão. As florestas nativas nas grotas tendem a ser mantidas devido à sua conectividade com outras sub-bacias e sua estrutura atual semelhante à original. A vegetação das encostas, no entanto, devido às pressões antrópicas variadas, é área de incerteza em relação ao seu futuro próximo, com grande probabilidade de ser degradada em maior ou menor intensidade, em eventos esporádicos, aleatórios e não localizados. A conseqüência é tanto a manutenção das florestas conservadas nas grotas, quanto a simplificação das formações florestais restantes, mais lentidão na sucessão ecológica em florestas encapoeiradas e surgimento de clareiras esporadicamente em meio ao terreno. Este curso tende a originar feições fragmentadas da floresta, que tendem a sofrer pelo “efeito de borda” gerado cada vez que uma clareira é aberta. Supõe-se que haverá simplificação da composição vegetal serrana, a supressão dos indivíduos com potencial de utilização como madeira, mantendo-se apenas aquelas espécies arbóreas que não apresentem valor comercial e que também não são aptas à manter nem a levar uma floresta ao seu curso em direção à estabilização. SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 29 Considerando a dependência em relação à vegetação, espera-se o mesmo processo de simplificação no que se refere à fauna, com o desaparecimento dos indivíduos de ambientes florestais e na manutenção de uma comunidade faunística composta por espécies sem exigências específicas, com características de adaptabilidade e ampla distribuição geográfica, como já se observa na porção da serra com capoeirinha. Meio Socioeconômico Conforme previsto no Plano Diretor de diposição de rejeitos de Germano, os atuais reseervatórios encontram-se em fase final de vida útil, devendo a empresa diponibilizar, até o ano de 2008, uma nova área. Este fato é quegerou a necessidade do presente licenciamento. A não implantação da barragem, portanto, eliminaria a possibilidade de continuidade de produção da SAMARCO e, conseqüentemente, de sua permanência no mercado minerador, o que fatalmente levaria ao fechamento prematuro deste complexo mínero-industrial, de relevante importância no contexto socioeconômico dos municípios de Ouro Preto e Mariana. 5.2 - Avaliação dos Impactos Ambientais Os critérios utilizados para quantificar e qualificar o impacto que indicam as conseqüências do impacto sobre o meio ambiente, a extensão sobre a qual o impacto age, a sua tendência e característica de ser reversível ou não , se sua incidência é direta ou indireta e o seu efeito. A avaliação indica, inicialmente, os impactos potenciais, tendo neste caso como objetivo, a identificação da possibilidade da atividade avaliada produzir um impacto e, principalmente, indicar as medidas de mitigação que deverão ser planejadas e adotadas para minimiza-lo. A avaliação de impactos reais, por sua vez, indica os impactos que o empreendimento deverá causar, considerando todos os sistemas de controle projetados e as demais medidas mitigadoras planejadas. A seguir, são mostrados os impactos reais, considerando a realização de empreendimento, e as medidas de mitigação que serão adotadas para minimização. Desta forma estará descrito, nos quadros a seguir, o efeito esperado das medidas mitigadoras em relação aos impactos negativos. SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 30 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS PARA A ETAPA DE IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO IMPACTOS AVALIAÇÕES MEDIDAS DE MITIGAÇÃO Intensificação de processos erosivos e de assoreamento As obras de construção da barragem de rejeitos e estruturas de apoio associada à exposição do solo com a retirada da sua cobertura vegetal intensifica os processos erosivos, efeito que pode ser agravado nos períodos mais chuvosos. Adotando-se s medidas de controle ambiental previstas, o impacto será de intensidade média, abrangência local e significância marginal. - Programa de monitoramento e controle de processos erosivos - Plano de reabilitação de áreas degradadas Alterações nas propriedades do solo As diversas atividades a serem desenvolvidas nas obras de implantação do canteiro de obras e nas frentes de serviço de abertura das estradas e construção da barragem ocasionarão a geração de diversos tipos de resíduos com potencial de contaminar e ou alterar as propriedades do solo se dispostos diretamente sobre o mesmo. Aadoção de medidas de controle fará com que o impacto real seja de intensidade baixa, a abrangência pontual, a significância desprezível e reversível. - Programa de gestão de resíduos Alteração do nível de ruído ambiental Para implantação do empreendimento são previstas atividades que poderão alterar o nível de ruído ambiental, como as obras de terraplanagem, construção civil e movimentação de máquinas e equipamentos. Coma adoção das medidas de controle ambiental previstas, o impacto real deverá ficar dentro de parâmetros legais, portanto de intensidade média, de abrangência local e com tendência de se manter, enquanto durar a obra. Ao término das obras a tendência do impacto será regredir já que o trânsito de veículos será reduzido significativamente. - Programa de controle e acompanhamento do nível dos ruídos ambientais - Manutenção periódica dos veículos e equipamentos Alteração da qualidade do ar Durante a implantação do empreendimento, a circulação de veículos e máquinas em vias e áreas não pavimentadas irá gerar emissão de poeiras que, juntos com os gases de combustão gerados pelo motores, poderá alterar a qualidade do ar. Com a adoção das medidas de controle, a intensidade do impacto real passa a ser média, a abrangência local com significância marginal. - Programa de controle das emissões atmosféricas SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 31 Continuação IMPACTOS AVALIAÇÕES MEDIDAS DE MITIGAÇÃO Alteração da qualidade das águas A movimentação de terra e exposição do solo em função das atividades de desmatamento e terraplanagem pode ocasionar carreamento de sedimentos para os cursos d'água, como descrito anteriormente, alterando a qualidade das águas. Nas atividades do canteiro de obras serão gerados efluentes oleosos, sanitários e de drenagem pluvial, além de serem gerados resíduos sólidos que podem, eventualmente, gerar efluentes de drenagem que se atingirem os corpos hídricos podem, potencialmente, alterar a qualidade das águas. Adotando-se medidas de controle para os efluentes sanitários, pluviais e oleosos do canteiro de obras e controle de drenagem pluvial para as áreas onde ocorrem maiores movimentações de terra, e de gestão de resíduos sólidos, avalia-se que o impacto real de alteração da qualidade das águas terá intensidade média e, conseqüentemente, será de significância marginal. - Programa de gestão dos recursos hídricos e efluentes - Programa de monitoramento e controle de processos erosivos - Programa de gestão de resíduos - Plano de recuperação de áreas degradadas Redução das formações florestais A construção da Barragem do Fundão envolve vários esforços que sujeitará a vegetação existente no local aos impactos. Adotando-se as medidas de mitigação previstas, o impacto real será negativo, direto, irreversível, de média intensidade, de abrangência local e significância marginal com tendência a progredir. - Programa de controle e minimização de desmate - Programa de recomposição de áreas degradadas - Plano de Resgate de Flora Redução da biodiversidade . A supressão de áreas de vegetação tem como conseqüência um impacto de segunda ordem, que é a redução da biodiversidade, floristica e faunística. É esperado que, além da supressão de vegetação, outras causas possam resultar nesta redução, em especial sobre a fauna, como a intensificação do tráfego, com atropelamento de indivíduos da fauna; a matança de indivíduos pelo encontro casual com trabalhadores (especialmente no caso da herpetofauna, é fato bastante comum em obras), ou mesmo devido a caça, ainda que sendo atividade proibida; e incêndios na vegetação. Assim, na etapa de implantação, o impacto real é negativo de intensidade média (pois assimilável pelo meio), abrangência local e, portanto de significância marginal. É de incidência direta e irreversível com tendência a manter-se. - Programa de controle e minimização de desmate; - Plano de reabilitação de áreas degradadas; - Plano de Resgate de Flora - Sinalização dos acessos; - Programa de educação ambiental dos funcionários. SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 32 Continuação IMPACTOS AVALIAÇÕES MEDIDAS DE MITIGAÇÃO Geração de expectativas da comunidade A implantação de uma barragem de rejeitos pode gerar tensões, conflitos e expectativas negativas por parte de comunidades situadas no entorno. Não por incômodo de sua implantação, dada as obras civis, ou operação em si, mas pelo risco potencial que representa em caso de acidentes. Adotando-se os programas previstos este impacto será de intensidade média, abrangência local e significância marginal. - Programa de Comunicação Social - Programa de aproveitamento e habilitação da mão- de-obra Geração de Empregos A implantação de uma barragem de rejeitos deverá gerar 83 empregos durante a obra, que poderão ser em parte supridos pelascomunidades locais. Este impacto poderá ser potencializado pelo Programa de aproveitamento e habilitação da mão-de-obra. - Programa de aproveitamento e habilitação qualificação da mão-de-obra SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 33 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS PARA A ETAPA DE OPERAÇÃO DO EMPREENDIMENTO IMPACTOS AVALIAÇÕES MEDIDAS DE MITIGAÇÃO Desestabilização de encostas, geração de erosão e assoreamento A intensificação dos processos erosivos está ligada principalmente à ação de águas pluviais sobre material inconsolidado ou sobre áreas com superfícies desnudas. Adotando-se as medidas de controle previstas, o impacto real deverá atuar de forma pontual e com intensidade baixa sem conseqüências graves sobre o meio, portanto, com significância desprezível. - Medidas operacionais e monitoramento da barragem - Programa de monitoramento e controle de processos erosivos Alteração do relevo, uso e ocupação do solo Com a disposição do rejeito na barragem o talvegue original do córrego Fundão ficará coberto irreversivelmente com o rejeito, modificando as características do relevo e do uso e ocupação do solo original. Mesmo com a adoção de medidas mitigadoras, o impacto real será da mesma significância que o potencial, sendo ainda irreversível, uma vez que a superfície não deverá retornar a sua condição original. A criticidade deste impacto real refere-se à impossibilidade de absorção do mesmo pelo meio. Considerando-se ainda que o impacto é irreversível, esta alteração de relevo caracteriza-se como “impacto não mitigável”. Trata-se, portanto, de impacto a ser compensado através de medidas a serem discutidas junto ao órgão competente, conforme previsto no Decreto Federal 5566, de 05/10/05. - Plano de reabilitação de áreas degradadas - Plano de desativação da barragem de disposição de rejeito Alteração do nível de ruído ambiental Para operação do empreendimento são previstas atividades que poderão alterar o nível de ruído ambiental, contudo, com uma menor intensidade que na fase implantação da barragem. Os níveis de ruídos estão relacionados ao funcionamento de bombas de sucção, motores elétricos e trânsito de veículos de apoio e manutenção. O impacto real tem uma intensidade baixa, pouco mensurável, dentro de parâmetros legais, com tendência de se manter. - Programa de acompanhamento do nível dos ruídos ambientais - Manutenção periódica dos veículos e equipamentos SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 34 Continuação IMPACTOS AVALIAÇÕES MEDIDAS DE MITIGAÇÃO Alteração da qualidade do ar Na etapa de operação, haverá emissão de material particulado gerado a partir da ação eólica sobre o rejeito disposto na barragem. Este fato pode ocorrer devido à concepção básica do projeto, onde está prevista a operação da barragem com o mínimo de água, ocasionando assim o aparecimento de áreas secas susceptíveis a geração de emissões. O impacto real, considerando as medidas para controle das emissões atmosféricas de material particulado tais como reabilitação da áreas disponíveis, serão capazes de adequar o parâmetro em questão segundo os aspectos legais e normativos, sendo, portanto, assimilável pelo meio ambiente. Neste caso, a classificação de intensidade do impacto real é considerado média, com significância marginal. - Programa de controle das emissões atmosféricas - Programa de reabilitação de áreas degradadas Alteração da qualidade das águas Na etapa de operação da barragem de rejeitos, o carreamento de sedimentos é controlado pelo próprio sistema de barramento. Os parâmetros de qualidade das águas no vertedouro da barragem atual demonstram a eficiência do sistema. Assim, o impacto potencial e real é de intensidade baixa, considerando-se, ainda, uma alteração mensurável, porém, de conseqüências pouco notáveis e dentro de parâmetros legais e normativos, sendo, portanto, assimilável pelo ambiente, com abrangência regional e conseqüentemente de significância marginal. -Programa de gestão dos recursos hídricos e efluentes -Programa de gestão de resíduos -Medidas operacionais e monitoramento da barragem Redução das formações florestais A operação da barragem do Fundão resultará no recobrimento de praticamente todo o vale do córrego do Fundão com rejeitos, suprimindo assim a vegetação ali existente, de forma paulatina e concomitante ao alteamento da barragem. O impacto real será negativo, direto, irreversível, de alta intensidade, de abrangência local e significância crítica com tendência a progredir. A criticidade deste impacto real refere-se à impossibilidade de absorção do mesmo pelo meio. Considerando-se ainda que o impacto é irreversível, esta redução das formações florestais caracteriza-se como “impacto não mitigável”. Trata-se, portanto, de impacto a ser compensado através de medidas a serem discutidas junto ao órgão competente, conforme previsto no Decreto Federal 5566, de 05/10/05. - Programa de controle e minimização de desmate; - Plano de reabilitação de áreas degradadas; - Plano de resgate de flora SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 35 Continuação IMPACTOS AVALIAÇÕES MEDIDAS DE MITIGAÇÃO Redução da biodiversidade A supressão de áreas de vegetação tem como conseqüência um impacto de segunda ordem, que é a redução da biodiversidade, floristica e faunística. Desta forma o impacto real será negativo, direto, irreversível, de alta intensidade, de abrangência local e significância crítica com tendência a progredir. Da mesma forma que no impacto de redução das formações florestais, a criticidade deste impacto real refere-se à impossibilidade de absorção do mesmo pelo meio. Considerando-se ainda que o impacto é irreversível, esta redução da biodiversidade caracteriza-se como “impacto não mitigável”. Trata-se, portanto, de impacto a ser compensado através de medidas a serem discutidas junto ao órgão competente, conforme previsto no Decreto Federal 5566, de 05/10/05. - Programa de controle e minimização de desmate; - Plano de reabilitação de áreas degradadas; - Plano de resgate de flora Aumento da geração de empregos e na renda regional Embora o funcionamento da barragem por si só demande poucos operadores, deve-se entender o empreendimento de forma integrada ao complexo, favorece a manutenção de empregos, em sua maior parte absorvidos na região (Mariana e Ouro Preto). Favorece ainda ao incrementar a renda da região destes municípios, dado os pagamentos dos salários, os gastos com os fornecedores, outros gastos locais além dos impostos e taxas associados. A manutenção dos empregos e incremento na renda regional com a implantação do empreendimento configura então um impacto de alta intensidade, de incidência indireta, que atua sobre os municípios de influência, sendo portanto relevante. É positivo, reversível e apresenta tendência a se manter por toda a vida útil do empreendimento. - Programa de aproveitamento e habilitação da mão-de-obra SAMARCO MINERAÇÃO S.A. - MARIANA - MG RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BARRAGEM DE REJEITO DO FUNDÃO 36 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS PARA O FECHAMENTO DO EMPREENDIMENTO IMPACTOS AVALIAÇÕES MEDIDAS DE MITIGAÇÃO Desestabilização de Encostas, Geração de Erosão e de Assoreamento Durante e após o fechamento, potencialmente, o impacto que resulta em processos
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