Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
, 5 FREUD, S (1 920l, Group Psychology and the Analysis of thf! Ego. Standard Edition, London, Hogarth Press, v,1B, 6 GITElSON, M (19521 The emotIOnal position of the analyst in the Psydoo-an<llytical SituatIOn Int. J Psycho-Anel. 33: 1_10 7, GREENSON, R (1960), Empathy and its vICIsSitudes, Irlt..J Psycho·An<ll, 41. '118-42'1 B GRINBERG, L, (1957), Perturbsciones en 18 interpreteni6n por 113 contraidentiflcaci6n proyactiv<! Rail. PSII;:oan~lrSI5, 14,23-28 9 __ (19581 Aspectos rn~gicos en 101 trans!er~mCI<l If en 18 contretransferencia, Rev. Psrcoanalr51s, 15' 347-368 10. HEIMAN"J, P [1950] On CDunterrrans1e,-em;e Int J. Psycho-Anal" 35: 81-84, '1 -------! 1952) Certain functions Dr introjection and projection in early infancy. In: Oevalop men,s III Psycho·Analys'S London, Hogarth Press 12 KLEIN, M (1952). Some theoretical concl'Jsions regarding the emotional life of the Infant In' Developments m Psycho_Anelys's llJndon, Hogarth Press, 13. __ (1955), Sabre la Inent,flcaCIt:Jn. In-------'HEIMANN, P: MoNEY-KIRlE, R.E. Nwevas Dlr8cciorles en PS'CDilrlal'SIS Buenos Awes, Paid6s, 1965 14, KOHUT, H ~jr-ms em! rr-ansformations o(nar-cpssism InlldltD 15 MARTINS, M (19641 Comunicacit:Jn a la Sociedad Psicosnalftlca de Porto Alegre 16, MONEY-KIRLE, R [19561. Nor-mei countertr-ansference and some of its de~istilJns. In, J Psycho-Anal., B7' 360-366. 17 ORR, 0 W [195'11. Transference and clJuntertransference, JAm. Psychoen. Assoc" 2 621-670 18 PILLBURY, W S,: Theodor Lipps. In, Encyclopaedia Brltann,ca. ~.14 19 RACKER, H. l19571.The meanings snd uses of COllntertrsnsference Psychoan, Quar-t, 26: 303·357, 20 REICH, A, (19601. Further- remarks on countertrensferenDe lilt. J Psycho-Anal, 41 389-395. 21 i=ll'/IERE. J, (1952), General Introduction In: Developments in Ps,cho-Ane!ysis, loP'l don, Hogarth Press, 22 i=l OSENFELO. H, (1965) On the ps)'chopathology of narcissism In. PfiychotlC Staces. London, Hogarth Press. 13 Notas sabre a contratransferencia* I, Il1lrod",ao: Di,~rge"das co"cepluoj,r 2. Co""ito de Ej~fuhlii"g J. Contratrol1sffrf~do.'ptJsj,do ""tJrmo/" do IffOpt~'" 4. Di"6mic,, o"a/ftira t JUO.f j,"pJjc",,,~s "0 fonnafM p,lc"""Un'c" .5. R~f~ri"ciO.f bibliognJjic:O.f 1, INTRODUCAo: OIVERGENCIAS CDNCEPTUAIS o conceito de contratransferencla tem-se desenvolvido, nos ultimos anos, com rum as aparentemente opostos, Em conseqOencia, configu rou-se na teoria psicanalltica Como um tema de controversia que diFiculta o intercambio clentifico entre os psicanalistas, A divergencia surgiu for malmente por ocasiao do II Congresso Pan-Americano de Psicanalise (Buenos Aires, 1966]. quando se comprovou c1aramente a discordancia entre os pSlcanalistas estadunidenses e seus colegas sul-americanos, Eevidente que a controversia se originou anteriormente relacionada a discussoes sobre teoria e tecnica, particularmente em diversos concel tos referentes a transferencia e a seu manejo e ainda ao momento em que comel;:am as primeiras relal;:oes objetais da crianlta Embora sendo uma dificuldade emanada de muitas outras anteriores, julgamos de Inte resse reavaliar alguns pontos sobre a questao, ainda obscuros e confu sos. numa tentativa de contribulr para uma eventual solul;:.3o do problema, A multiplicidade de aproximal;:oes com a contratransfen§ncia, tanto em seus aspectos conceptuais como pragmaticos, pode sar c1aramente evidenciada no exaustivo relato que realizaram os psicanalistas espanh6is · ." • • Trabalha realizado em colaboraljao com Rober-to Pinta RibeIro e publicado na Revista da Psicoanallsls, am 196B,25: B47-862, ',j " 1R7,"186 Boflll 10 Folch·Mateu l' 963J 1550 neo Impede, contudo, que, dentro do verdadeiro caleidosc6plo conceptual. possam ser I,dentificadas e discu tldas duas correntes rrincipals Aqueles psicanalistas que, em Iinhas gerais, seguem Ll chamada esco la de pSlcologi<,. do EU, partlculermente os estadunidensas na sua grande malOrla, e que consideram a contratransferencla como algo alheio qual ita tlYamente estranho a oosiGao emooional normal do terapeuta ne situa(fao analitlca, algo que yem a parasitar de Forma noCiva 0 processo analfticD, De acordo com tal ponto de Vista, a contratrensfer~ncia nao constitui um elemento que normalmente FaGa parte do processo, mas sobretudo e um fatar excfusivamente perturbador para 0 bom andamento do trabalho analitlco Ellminar a contratransferencia, por meio de sua superec;ao atra '"es do Inslqht de como ocorre no analista. deve ser a unica preocupac;ao, Reich (1960J, entre outros, surge como boa representante da concep c<ao domirlante nesta COrrente: "A contratransfer~nclaconsiste nos efei tos que as necessidades e conflitos do proprio anallsta acarretam sobre sua compreensao 10 tecnica". No Congresso Pan-Americano de Buenos Aires. 0 relator estadunldense Rangell (1966) reafirmou explicitamente tal posic;ao, oessa maneira, 56 os aspectos conFlitivos da relac;€lO do analista com seu paciente. ligados a perslstencia dos conflitos infantis no prlmelrO, constltuem a contratransferEmcia, Nao sao admltidas como tais es demalS respostas emocionais e intelectuais do analista ante 0 material trazido pelo paciente, Com referencia a posiljao emocional do terapeuUl no trabalho com seu paciente, deve basear-se em uma caracte ristlca a funC;ao do Eu do anallsta [Gitelson. 1952: Rengall. 1966), in dis pensavel para qua este possa situar-se ante 0 paciente e compreender amaterial Os espectos dessa concepc;ao utilizam para tal um dos elemen tcs menclonados pOl' Freud (1 920J, e que participaria do mecanismo da Identlflcac;ao, a "Einfuhlung". expressao alema de diffcil traduc;ao literal. par ela traduzlda do Ingles. com alguma infelicidade, pelo termo "empathy", Apesar da Importancia concedida pelos autores estadunidenses ao suncairo de empatla, um unico trabalho. nas ultimas deca::las, foi especial· mente elaborado. Green50n [19601, pelo expos to, expressa 0 ponto de vista dominente na esco'la estadunidense, ao afirmar: "Ter empatle Slgr,lflca compartilhar, experimE'n,tar os sentimentos de outra pessoe, Este compartilhar e temporario E um fen6meno pre-consciente, 0 prin cipal motlvo da empatia e obter a compreens80 do paciente" Mais adiante diz, "A empetla necessita ser diferencieda da identifica(f80. embora parec;:a eXlstir uma intima relac;ao entre as duas A identificac;:ao e urn fen6meno essencialmenta inconsciente e permanente, enquanto a empatia e cons clente e temporaria" Kohut (1966), ao ebordar incidentalmente 0 tema, considara a empatia como uma func;eo da parte aut6noma do tu. que 510 origlr,e ou 5e bloquela nas prlm8lraS vlvE!ncias da crianc;:a com o selo materno. Oesta maneira, 05 autores estadunldens8s nElO admitem que 0 ana Iista estabelec;a normalmente uma relac;ao objetal com seu paciente, com a consegUinte partlcipac;ao dos mecanismos peculiares e toda relar;ao obietal, como, entre outros, os de introler;ao e projeGEn Reich [1960) nao delxa de reconhecer que "existe no terapeu ta algum Interesse libldl noso obletal para Com 0 peciente, 0 que COnstltul uma condic;ao preVia para a empatia" Mais adiante, contudo, crltica a escola inglesa pOr causa da enfase que esta concede aos conflitos agressrvos pre-genitais 10 aos mecanlsmos de introjec;ao e projec;ao e de sua propensao ever 0 processo analitlco como uma mutue identiflcac;ao e proiec;ao entre analista e paClen te ou antre partes das respectlvas personalidades, A autore rechac;e tel enfoque aflrmando que se trata aqui de uma confusao entre e forma especial e transit6ria de identificac;ao da qual depois 0 analista se desllga, tal como ocorre ne empatie, e a identificac;ao e e projec;ao em sua forma mais direta. Dutro grupo importante de psicanalistas, seguindo os pontos de vista iniclalmente sustentados porHeimann [iS50l e Money-Kyrle [1956J. mas realmente estruturados e desenvolvidos por Racker (196OJ, em 8uenos Aires, e adotados por outros analistas ergentinos [Grlnbarg, 1957 e 1966; Rodrigue, E, & G., 1966), admite, junto a contretrans ferencia descrita pelos estadunidenses, uma contratransfer~ncia "nor mal", considerada Como imprescindivel para 0 funcionamento do processo analitico do qual 0 terapeuta e parte integrante, A contratransferencla classica, admltida pelas duas correntes, nao seria mais do que uma carica tura. um desvio quant',tativo dessa contratransferencia "normal" Este grupo admite a participac;ao dos mecanismos de introjec;ao e prolec;:ao por parte do terapeuta em sua relaljao com 0 paciente e considera 0 processo analftico como um complexo de transfan§ncia _ contratransfe rencia; em todo momento 0 analista tE'm consciencla de sua participac;:ao em tal processo. 0 grupo admite 0 carater nocivo dos desvios incons cientas dessa posic;ao normal - a contratransfer€mCia patologica _ e a necessidade de sua superaC;ao ou resoluC;ao Sustenta. entretanto, que a compreansao pelo analista dos mecanismos particlpantes em sua relaljao com 0 paciente pode sar usada como instrumento tecnico em seu trabalho. oessa forma, a empatia aos estadunidenses nao e 0 mesmo que a contratransferencia normal dos Ingleses e sul-amerlcanos, A prime ira e uma conceplj80 semi-estatica. pre-conscience, urna caracteristlca aut6 nome do Eu, A segunda, essencialmente dinamica, e a consequencla de uma relac;ao objetal em um princlpio inconsciente, mas logo feite Cons cienta pela capacidade de "autoinsight" do analista Sem omitir, preliminarmente. nossa edesao a ultima corrente, deseja. mos destacar que a controversie fundamental reside na definiG~lO daqullo que sa entende por posiljao emocional normal do terapeuta no transcurso de seu trabalho ou no conca ito de empatia adotadopelos autores estaduni denses A seguir examinaremos certos aspectos neo muito claros, orlun dos do usa da expressao "empatla" em psrcanalise, para logo sinteti zarmos nosso ponto de vista sobre a participac;ao emocional do analiste no processo psicanalftico, 'PO 188 2 _ CONCEITO DE "EINFUHLUNG' o import.ante papel da identlflcaqao no pl'ocasso pSIQuico que pOSSI bi11ta a compreensao dos sentimentos na outra pessoa, fe', tradicional mente ~eccnhecido, de forma tacita, mesmo pale psicologia nEIO analftica como ,In' compcnente da pOSiqElO emocicnal do analista ante seu paci,ente, Freud 11920J abordou 0 tema, de forma expliclta, no capitulo VII de sua PSlcologla das massas e anallS2 do Eu, e, ao tratar de alguns aspectos alnda obscuro5 dos meCanlSm05 de Identlflcacao, fez referancia a pertici par;.ac do procE:SSO denomlnado "ElnfuHung" pela pSlcolcgia, "processu de que depende em sua malor parte, nossa compreensao do Eu de outras pesso85 Mais adiante, em uma nol.a de rodape, afirmou' "Pertlndo da idenLIFlceC;,o a atrav8s da imltat<ao, chegamOs a Einfuhlung, is to a, a COrl,prE:ensao do mecanismo que permite adotar, em geral. uma atitude determin8da com respelto a outras vldas psiqulcas", Parecp. que, ate 0 momenta. ninguem se dispos a lnvest',gar, entao, o con;:,eito de EifOhlung usado par Freud. Trata-se de uma doutri.na em a nada da pSlcologia filosofica de fim de seculo, mais especi e do chan1ado'pSIQologismo" dominante na epoca. A dmJtrina de 'Einfuhlum( e de autcrla do fl16sofo Trleodor Lipps (1 923), desenvo\vida em sua fon~a acabada emDs fundamentos da estetica, orlgir18lmente edltada em 1903. , Lipps Introduz 0 concelto de "Einfuhlung" para expilcar os rnecanismos II que 12vam a Identlfica!;:80 com C1 belo, a uma compreensao psiQuica do ]/ sentlmento estetico A "Einfuhlu'lg", em sintese. "e aquele mecanlsmo pelo qual contemplamos as cOlsas, estabelecemos com elas uma mutua corrente dl? Influencias, uma especie de endosmose, com a qual. par urn lado mfundllT'os nossOS pr6pllos sentlmentos mas coisas, e, por ouLre. recebemos, de sua configurec;:M e de suas prcpriedades, de term i nedc:,s Irnpressoes" {Lipps, 19231 Dessa manella, vamos que a coneep!;:ao usada por Freud EO da qual sl,;rrjlU a trClduc;:a(] "empatla" n05 autores Ingle5eS, compreende dois tem pus: urT' prOleLivo e outro introletlV'o, Era a esse Interc§mblo de proieqoes elPtroleqoe que Freud se refeT'la no capitulO 1<3 mencionado de Psicofogla s das rnassas e analise do Eu, Coma 1<3 aS5lnalamos, 0 termo alemeo e de dlficd tradut<ao Literal- mente signlfica "sentir em si"; rOi traduzido para 0 ingles como "empatia" e pcH'a 0 castelhano como "projec;:ao sentimental" Esta ultima forma fUI utilizada na traduqao espanhola do Tratado de Lipps e da obl'a de Fre'.Jd,A vaguldade da palavre "empatia" delxou confuso seu Emprego para nte explioar <1 posiqao de cornpreensao do psicanallsta em rela!;:80 ao pecie e dentro do processo psicanalitico por tudo que terminamos de expor, a "Einfuhlung", sem duvlda, corresponda mais acontratransferencia nor e ao ma', Clue oonceituarnus Inicialment.e, com seus mecanlsmos de proj 9 e Introiec;ao mutua, do que a limitada concep!;:ao cia arnpatia ado taL pelos autol'es norte-americanos, 3 - CONTRATRM-.JSFERENCIA - POSlc;Ao "NORMAL" DO TERAPEUTA A partir das consldera!;:oes elaboradas no Item anterior, pretenderros fU'ldamentar melhor nosso ponto de Vista sob,e a poslC;ao emoclonal normal do terapeuta na situac;eo analitlca, isto <3, trata-se de ums ralat;;ao ob letal se melhante a qualquer cutra, na qUEll funci,anarn mecanlsmos priJle tives e Intl'ojeLlvos, com caracterlstlcas IUllclona',s partlculares que, a segulI, tr'ataremos de slntetizar Oesde 0 COnl€C;O do tratamanto analftlco. 0 terepeuta e 0 obleto central e primordial de fantasia do paciellte, a qual manlfesta, baslca mente, caracterrstlcas hbidinalS ou agresslvas Em garel, tals caracte· ristlcas positlvas ou negativas coaxistem fusionadas A elas sa sobre poem outras com finelidades defensivas, que deterrninam uma modlf', ca!;:ao ou deformal;:ao das fantaSias basicas, reprasentando a relal;:ao \.I'ansferenciel do paCiente com seu anallsta Ante esse modo de funcionar, 0 terapeuta se situara consclente e inconseientemente, iste e, "contratransferencialmenta". A percepC;:E!O da fantasia inconsclente de paclente nao resulta apenas daquilo que e ouvido ou VIStO pelo anallsta Este estabelece um contata profundo, efet', vo, emocionel, mediante Unl continuo mavlmento de IntroleC;ao e de prOle C;ao em rela9ao aoseu paCiante - seu obleto no mcmento Eefetivemente, a frm de compreender a qLle esta ocorrendo, 0 terapeLlta proleta partes suas no paciente, rnobihzado pela sue eUriosidade, assim coma oelas vlveneias relatlvas a sua anal,lse pessoal e a suas experienclas anterlores, Per intermedio cJessa verdadelra identlficac;.3o por prOj'aC;EIO, 0 anallslCl pode acompanhar e pr-rceber os olver'SOS iT'ovimentos emocionals de seu paClente, os irnpu',sos e as dafesas da ego, sempre em relac;ao com seus obletos intarnos e externos, Coneomitantemente, verfica-se um mOVI mento no sentido oposto, isto <3,0 anallsta Ir,croJeta suas proprlas parLas de inlclo projetadas no paClante, junto com os conteudos do material varbal e nao verbal desse ultimo, Tudo isso se Impragnara e se organlzara no inconsciente do terapeuta, qUe dessa maneira, se poe em aGilo. Assim sendo, gradualmente, desenvolve-se na mente do allallsta uma nist6ria ou fantasie, na qual e da maxima Importancia a denominada equa C;aD etiologica de Freud. Esta, no analista, Inclui sues vlvencias atuals, especlalmente aquelas re'lacionadas com a sltuac;ao analltiea, asssim co mo sua concepC;ao te6rica vigente no momento e sua experiencia cllnlca Se as relac;:oes objeteis tem importancia no esquema conceptual do ana llsta, na historia ou fantasia perceblda serao identlflcadosdois persona gens que representam 0 paeiente e 0 terapauta, Oestaca-se tambem o v':nculo emoclonal existente entre ambos na organlzac;ao da trama da fantas'a selCl em termos de obletos tot8is CU, a que e mais frequente, err term os de objetos parclslS, tanto do paciente como do analista, e que nao depel',rjem da realldade externa e objetlva. Assim, os diversos aspectos Inc',uidDS nas associac:;oe5 do pac1ente corresponciem a determi nedas respostas C:JnsoienteS e InconsClentes do enalista, A sucessao de tals fanta::"as com;::Jreendldas e Inter'pretadas, determina a evoluljao do tratamenlo analltleo, Llrra vel que as interpretac:;oes descobrem slste mat!cament2 os papeis dos dOls per'sonagens centrais, paclente e anaIls~a, cs v'niwios qL,e os ligam e os motivos daterminantes desses vinculos, Nesse sentldo as Idelas que estamos desenvolvendo nEW se distanciam muito da concf?Pt;ao de "campo analit1ca" estabelecida par W, & M, Baran ger [1961)DevemDS esclareoer que a fantaSia ;,nconsClente desenvolvlda e ex press pelo pacle'lte e imediatamente Introletada pelo terapeuta nao e so aarelata de uma histone Realmente, Crladas por impulsos instintivos e orle'ltadas ate a pessoa do analista, tels fantaSies, recolhidas par est'" apr'esentJm-se, de manewa geral, como earacteristicas eltamente dlflam;C<lS Corr efeito, com elas 0 paciente busea rnaneiar a terapeuta seQU'lcio SLas necessidades inconscientes. Conforme a s·,tuac:;ao, pade eeurrer (jlJe 0 analista sela levado, ou ate arrestado, a assumir papeis CiO gesto do paclPnte, Estariarnos entao ante a 'contratransferencia oruetive' descflt8 par Grimberg (1957J, Em determlnarlas t.:ircunstan Clas. pode tambern represantar uma parte au a totalidacJe da fant2lsie oaslca IneonsC!en",e do anallsta; em tel situaliao, tambern cabe a este assu:T',1r 'gualmente uma posit;:ao defenslva contra a reallzac:;ao da fantasia haslca E ob'J'o que 0 sentido desse processo modlfica-se incess ante rlente eo suceder psiqulco dependare nao s6 da intensidade das fanta Sias :'lconsClentes do paclente mas tambem das respostas do terapeuta, Uc SL,Cl ct:lpaGldede de compreensao e da rapldez com que possa inter pretar' detalhada a relteredamenta No desenvolvlmenLo de um tratamE'llto analitlco ou na analise de urna neurose transferencla'" 0 paciente ten tara desdobrar as suas fanta sies Inconsclentes aSSlm oomO manifastar as ansiedades concomitantes, nas qUt:l;,S se percebem suas tentativas de envalver, de uma ou de outra ~anelra, seu terapeuta De',era este, mediante suceSSlvas projet;:oes e introlec;oes, Identlficar-sa oom as obletos e situat;:oes passadas do anallsando, compreer,cJendo suas flutuar;oes entre 0 amo, e 0 6dio. sua ansledade e suas def esas 50mente asslm admitlndo dentro de si as fantaSias do pac,ente. Identlflcando-se corn e',e, podel'a 0 anallsta enten der e ampilar conscientamente tudo 0 que percebeu, mas agora jEl depu rado rnrlqlJPcldJ, orrlenado e compreendldo, sob e forma de interpre l,ac;[jI2S nSlc,Jn8Iit.lcas, ern particular a~ Interpretac:;CJes transferenciais 5eqlmdo Martins (1964J, com as interpretac:;oes transferenciais c terap<,uta desfaz a tentaLiva maglca do pacienLe de envalve-Io e enre da-ICJ nUrlil filnLasiCl que Iha e alhele, Desfelta a magl8. anallsta e anall sande S,=ntE"1l um 8livlo, uma dlmlnull:;ao da ten sao psiquica. 'Jlvenciada l2mbel l eOrlO satisfaC;8c e prazer, ac serem reduzldas as terlsoes ate 8nt~0 eXlstentes, Nesse momanto, esta-se desfazendo a magia ani po tenta e 0 terapeuta se VB liberado da trama na qual 0 paciente tentou envalve-Io, Ao mesmo tempo, ao intarpretar adequada e oportunamente, desfaz e rasolve a fantaSia Inconsciente efaborada sobre sua pessoa, assim como, vinculo fantastico estabelecldo corn 0 paciente 56 entao aparecem ambos, analista e analisando, em um flash, como obletoS reals au pelo menos, malS proxirnos da realidade objetlva, Desfeito 0 aspecto maglco, onipotente, da relac;eo de transferE!rlcie contratransferencia, recanheclda melhor pelo paciente sua realldade Interna, seus obietos intrajetados e a vinculo que com ele astabeleceu, s6 entao 0 analista pode ser percebido 80mo objeto real 0 paClente, alam dISSO, recor,hece, incorpora e Introjeta partes ou aspectos de seu Eu ate en tao InconSClentes Reconheclmentos sucassivos desta ordern permitam a ampllat;:~1D e a enrlqueclmento do ago a custa de partes que, antes, se encontravam ocuftas ou parmanecram inaperantes, com a que a Eu amadurece e se fortalece progressivamente, Com reconhecimento da realidade interna e externe, 0 paclente sente culpa e responsabilldades autentlcas a que jil Impllca alguma necessldade de reparac;:ao. 4 - DINAMICA ANALiTICA E 5UA5 lMPLICACOE5 NA FORMAr;Ao PSICANALiTICA Expostos nossos pontos de vista sobra e din,3mlca da sltuac;ao <'lna!l tlca a 0 papef nela rapresentado palo psicanalista, d8S8!amos destacar uma consequencia. logics derivac;:ao daqullo que acabamos de expor Oue remos mencionar suas Importantes impllcac;6es para 8 formac;:aa pSlcana litiea, sela na selec:;ao de candidatos. sela nas anafis8s pessoais e super vls6es. Acreditamos que a capacldade de mover-se dentro do processo anall tlCO com uma contratransferencia normal - para nao falar da patol6gica, aspecto sempre reconhecldo par todas as correntes - depende essenclal mente da Inexistencia de trat;:os esquizoldes au parenoides de certa impor Umcia na personalidade do terapeuta, ou de traljos narClslstas para usar aqui a nomenclatura femillar a psicologla do Eu, 0 terapeuta deve ser capaz de deixar-se envolver pelas fantaSias latantes de saus anallsandos, projetando-se transitunamente em seus paclentes, Ao mesmo tempo necesslta Introjetar os aspectos asslm obtldos e, dessa forma, vlncule-Ios ao seu proprio Inconseiente Eopcrtuno recordar aqu', a c1asslca frase de Freud: ''Das Analyslel'en verdwbt den Charakter '. ou sela que a analise eltera e modi fica 0 car'ater Mas tambem po de significar arrUlrlar, estroplar ou adoecer 0 enalista, Com efelto. ha eandidatos a ps',cenellse que nao suportam a expA rlenCle constanLe e relterada dos sentlmentos de frustrac;ao, Impotencla ou ansiedede. deseneedeacJos inevitavelmenta pela situat;:ao analitlca, Dessa maneira, as limltat;6as de nossa :Jepac'ldade pera ajudar 0 paclente constituem-se em outra fonte de tensao e desprezer, sabrec8rga nem I J~ '~2 1 sempre faed de 5uportar e elaborar pare eertos candidatos, Estes costu mem entEIO defender-se de introjetar tais emuc;oes e sentimentos dese gradavels Ern outras palavras. defendem-se de adoecer passageiramen te, usando varlOs mecenisrPos. entre 05 quais cabe mencionar certo greu de dlstEJncie Com 0 paciente, friez8 au rigidez efetlva ,Igualmente Com a finallclade de "nao sentw" 0 paclente au de nao se envolver afetive me~La co'" ele, Assim 0 l:Januino interesse pela pessoa e substituido pela compreenseo inteiectuel do caso, pela novidada cienLffica de eertas minuclas descobert8S no transcurso do tratamento ou pala possibllidade de que 0 material de seu pecl,:nte possa confwmar teorla!:> ou tecnlcas mUlto reCentes Enec,essarlo dastacer que aqui la podemos estar pr6xlrnos da frl1n, lewa com a contratransfen3nCIa patolcigica, apesar de, mUitas vezes, trat'lr-se de sltu:H;oes de, relatlvamente, pouea profundidade e de escas sa intensidade Teis SltuaGbes, contuoo, voltam com inusltade Frequencia ou rJermClnecem com rara 8stabilidade Mesmo aSSlm, Lais problemils, Isoladcs ClI.1 reunldos podem, na pratica. criar uma quase Impossibllldade eo candidate, qualselu a de estaoelecer a Impreclndfvel relacao emocional cu empaLlca com 0 anallsando, 5 _ ;IE"f.:RENCIAS L118L10GRAFI[.11S B[,RANGE~ 'Ii & M 1186': L~ Slf,U8c'on snijlit,cil c;omo campo rj'n!lm,co, Rev l!ruguilya cOf' Ps,CO,.lnil,',srs 11 8CJ~11 L " & FOL_CH-MATEl! P (1983\ i'I"oblemcs rlm,q'j!ls et t~chnl[jues du <:onr.re Lnr,sfer'c, Rev,;c Franya'se dll Psvcnenal ,27 l1um~ro ~speclal i:HEUD S ('192[;'1 C,-rjUp PsycMll1gv and Anal;,srs Of ~Ile EQo,St,mcsr(1 Edition, LondDn Hoqal'l!" r-'r>;S5 " 18 rOiTELSOU, rj, i 18521 Tlw e",otlon~1 r.051',wn c' Lh~ a[1alyst In lh," psyc!1oanalvtlcal Situ a IllOll 1'1'1. ,.' Psycho-Anal 33(11 r.:;FE;Er~SON R 11 9601 EITlp~thy and I(S !IClss,tLJde~. In, J P5ycf-o ..j,nal ,41 GRLNL)>=RG L 11'=1'j71 ",pr'c'''o;;Jc1ones e'l',i) 'ntel',~cet8~I0[1 pOt lil cantra-,rjpnliflcClc'on urCyrr II"'~ k~v c'le f"SJCDiJ'l"J"OiI'<; i 4 \ 1 i I_A~"(':'FR /,,'1 Ll8ERMAN" POORIGUE. t: RODRIGUE, G 11966) EI prOC~50 ar"l',lIC'l RElillo <I' II CongrE50 P~n,-,m€rlcamJ de P5ICQ;)r.ah~IS, Buenos Aires HEL MA~JN I' 119501 Or1 Counterlran5ference, Int. ~I Psycl1o·Anal , 35 [ 11 ',,-OI---jUT H '.',9661 Forms ()IlU T,'ans'ormat'ons Of ~·la!'C'SSI5m, •.1 Am Psych()-Anal, A5' S'Y ,14 ,'21 UPPS T I' 82J' Lns rur;d;;mCntos oe la ~~(At,ca Madrl~ clQI"ro MA,lTINS M 1,9641 Comur>lca,16n a I;; SOCl8llad Psloal"alltlca de Porto AI~gre MDNFY ,KIRI. f.:, R i 18·561 NO,omsl CaunterLrsl1sfere-ece and Some of ,t5 O~vlatlOn5 Ir>t ) Psycho·'l",ai 37, "1/\CKER f-J (1360), Los ",gn,flcadDs Y \ISDS d~ 18 contratrar>sf~c~nci8 1[1 ESClidIOs sabre [~CnICiT pSlcoanalitJc,' Buenos A,res Pald6s qA;JCEL, L 118661 The psychoanallW: process RelatCl all'l Congreso PSlcoanal,tlco Pana· mcrlcano BU",,-"lJ" Awes qE,CH A ~I 9,,0! Fljrtr·er Remal '~s on COIJ'1c~rl,ransfer~nce Int I' P5'vcho,Anal .l i ROQ::<:IG'_,c C & RODRIGUE, G 119661 EI Wlltl'XW del proreSD analWcD Buencs Aires, [14 /Situar;oes dificeis na clinica psicanalitica* Inrrodll~d" Exemplos ~jf"'r'licos de "si"",~ ~'s 1I((;c";.<" J, Sjlllaroe.< ,II/ICe" e " """':",m de ".Tel/ill!.: m'nl'/lW" 4. (1"",der(J"jc>.rin",~ 05, Ru4ineia,' bibllDgrafieas 1 - INTROOUi;Ao o present-e teme presta-se edrnlravelmente e um I'ntercamblo de ideias. assim Como serve da suporle para 0 cotelo de "praxIs" mals ou menos Imnrovisad8s, sem corpo de doutrina flxada E. pm5, um Dos assun tas malS prliprio5 ao debate de 110S5a atividElde clinica, que, para sar Oem desenvolvlda, precisa olhEr sempre pal'a dues faces a do anallsti'l e a do pal1lente, Com eFalto, neste trebalho, fazernos abservai;oes visendo a Intro duzrr' urn debate sabre 51tuacoes diF(cels na clinice anaHtica, levando em conta que as dlficuldades do' paClente provocem problemas no allallSla os quais revelam dificuldedes especfficas de sua formacao, I 2 - EXEMPLOS HIPOTET,ICOS OE SITUAGOES OIFiCEIS Quanto ao paClente d!hcil em analise , pode ser aquefe com 0 qLlal temos dificuldade de conviver em virtude de suas idlossincraslas pes, soais, !1em sempre compreenslveis, interpretaveis ou eleboravels, quer Dplll'l5 TcClbelho resliz'3do em colalloriJ\;ao CQm SergiO 0 M€~"ias e AnLrJnlo l 8 MoslClrElelroIY 1C~, d'zer, nem selnpre modiflcavels Nestes casas, a mals diFicl1 suportar Sl~~ 'r;:OSlst@nCI<:l" au suas atitudes "agressivas" Epassive I que, nestas ';1~IJar;:rJe~~, ciJlba ao anallsta grande parte das diFiculdades IJma I)u'~"a posslbllLdede de caso dlficil pode estar relaCionada a urna (Je~ermlrl;acJa fase da carreira pSlcanalitlca de analista Suponhamos um caso em slJperVISao d'dat:ca em que, na proxlmidade do termlno da super VIS;JC, c raClente tr<:lZ a notiCla de que te,a que se transferlf para outro estado au fazer L1tTla v:agem de estudos para 0 exterior - enflm - deve Interromper r_emrorarlamente a analise, Aqul, para 0 a'lalista, nEm ha nterrupc;a::J tE:mporaria mas 0 termino de Ijma experiencla analitica que assim 5e frustr8 Neste exemplo hipotetieo, 0 fa to "termino de super VI5;''IO'' nao CaL parte da blognJfla do paclente como a Faz da cC1rreira pSlcaniJlitlca do analisla Alnda uma Dutra situac;ao dlflcll pode ser conflgurada, aD Imaginarmos urn anallsta flnanceir;:lmenta dependente de seu paelente - ao menos por urn periodo dR sua '.llda - ou Imaglnames sempre urn allallsta economl camente l'loependente dE: seu paelerote'J Oependendo da resposta a essa pergunta, pode-se cor:figurar como uma situaGao dificil 0 casu de um paciente sofrer u~ ,"81.,es eeonomlco e flear Imposslbllitado de pagar a aniJllse Sp as SII)JaGoes aClma refefldas forem aceltas como dlficeis, perce be-se que e cia rnaxima Importaneie, na evallaliao e delimltaQEJo de situa lioes d,fiC£% da c1inlca analitiea, levar em conta, com toda a clareza, o mLlme"ta Vital em que se en contra 0 analista, assiln como a soma da suas habilidades d,sponivels nesse dado momento e a soma de suas dlflculdades presentes, 3 - SITUA,DES DIFICEIS E CDNCEITO DE "SETTING ANALITICO" P;:onsamos que urn ponto de referenCla muito utd para a eompr'eensao do terna "S' tuaQoes di ficeis" se Ja 0 conceito da 'setting analitlco" "enqua dramento' au "moldura" 0 enquadramento analitico eorrsta de uma serie de elementos mais ou menos f,xos. estaveis, da situacao analitiea que nao se confl.. ndem como proeesso, mas devem, outrosslm, conte-Io e delim,ta-Io 8em mUIL<:l d,seordEmcla entre nos, podemos Identlfiear uma sltuar;;ao clinlca dificil do seguinte modo. em relaGao ao anquadramento: e tanto mal!', dlflcd a sltuar;:ao quanto rTi81S ela ten de a alterar ou trans fo,ma, 05 COlTiponentes do enquadremento: alLerar asslm a propria estru tura que suporta a analise e [lUe ccntem 0 par analista-anailsando, Poder~o obleL<:lr-nos, por exemplo, Clue urn paclente ebsolutamenta sllenclcso e Impassl'Jal e uma sltuac;au dlficil e que ela em nada amealia a estrl,tura f,xa da sltuaGao analitlea, chegando mesmo a consolida-Ia Acred,tamos no entanto, que em nosao trabalho, essa e uma das sltuaGoes il.Je mals forca a alterar,ao do enquadramento, porque nada tao intensamentE: Quanta 0 sdenclC] absuluto do paciente Ir.lplice a tenta 196 tive de Inversao de papeis - 0 sllenelo~ do paelente pode forGar alterCl Goes no campo da sessao, Relatamos, a segulr, 0 caso de uma paclente que hebltualmente, por mUltos dlas de analise, permanec,;a em silenCio Passedo elgum tempo, disse que, quando nao falava, seu anallsta movlmentava-sa am sua eadelra com muito mals Frequencla do que nos perlodos em que trocavam algum dialogo, Sentle como se a cadelfe a estlvesse espetando A segull associou com um aconteeimento de SUcl inf<'mcia que retra tava, em seu entender, sua extrema passlvldade infantil: tlnha tres ou quatro anos quando um familiar [pal ou tio] queria fotografa-Ia efT' un'. local on de havla mUltas flo res Tomou-a no colo e a coloeou sob,e um montlculo de terra que havla por detras de um pe de hor'Lenslas Ele nao sabia que 0 montieulo era urn formlguello, mas a menlna iogo pereabeu do que se trata'J<J 0 fot6grafo d,z,a: "flee qUieta, neD te move" 13 ela permeneceu ali em pe, sem sem se muver nem reclamar, severamente at8cada pelas forlnlgas, ate que estfJlasse 0 obt:.urador da maquina foto gro'lflca Ouando relatou essa estoria, 0 anailsta lembrou-se de que, err' val'IOS momentos, durante seus sllenCIOS esteve por levanter' da poltrona, pell sando que daverla mudar aqueie ritual de permanecer sentado, ,mobl:,zado na cCldeira durante um sllenclO persistente do paclente Esteve, par var,as vezes, em vies de romper 0 enquadramento analitlco 4 - CONSIDERAGDES FINAlS Grinberg tretou de tais fen6menos de tl'ansferencia da transferencia com 0 nome de contra-identifleacao prOjetlva Em tals momentos, 0 analista pode utlll,ar conceitos incorporedos a teoria pSlcanalitlca, oomo 0 de Grinberg, que mencionamos aelma: mUI tas ve,es, porem, acreditamos Que seJa de meior provelto para 0 trabalho analitico Que a mente do anallsta funCJone livre de pressupostos teoncos [embora valiososJ e passe por um processo de questionamen to radical de sua pratica, de onde podera surQirum "aehado" importante para 0 paciante (au para 0 par analista-anallsandol A proposito desse tema e Que Hanna Segal escreve em seu artiqo ''Psicanalise e Liberdade de Pensamento" que. "Apesar de as Ideias psicanalltlcas ter'em ganho certa acelteGao garal, a batalha pela liberdade do pensament:.o tem de ser trava da Individualmente com cada enalisando, no diva, assim como dentro de nos mec;mos" o sllenc:o prj08 IncllJSIVe proyocar altera~oes r~la[lvaS ao consenso 88tabel~cldo I)ar~ o pre~o cia S85sao ASSlrn se 0 paClertte permanece 8m sllcnclo por IJm tempo wrtelderado derr,;JSiacl" longCJ pclCJ ;;In<llista, 8ste pod era pensal' em aiollOllr ou abrevla~ [' tempo da S",SSaCl, PQ(1endo CQno;<:!<:J'IPllterrente modificar seus sentlrnento5 em rel8cao aremL.Jl'Le'acao '<'ue recebe do llaCIente 1J7 Sob:'£-! ;) paclente do formlguelro, citada aClma, entendemos que ela poderla est5r dlzendo que 0 formigualro era 0 diva onde "foi coloceda", tslvez qUlsesse ma's liberdade para leventar, sentar ou ander, eo tema propos to coderia ser 0 da liberdade de movimento, E a mente do anallste poder,a conL'r'uar 0 quest'onarnento: no caso dessa pacicnte, que seria Ilberdaje? Livra a~eo ou livre associaGao? Livre aQ.3o e "acting-out"? Dever'l;) nesta ceso, a paclente \fer-se livre do diva au 0 analista ver-se livre de pol trona (ernbos formlguelros)? E 0 for'mlgueiro sera uma expres SEll) erotica ou agresslva'J Ou ums expr'essao agressiva porque arotlca? Ou erotlce porque agresslva'J o curso livre de qlie5tlonamentos amlJiguos e antagofllcos na mante do 5nal'sLa, ass'm como uma amea~a oonstante dos Ilmites do "setting anelltlco" CaracLerlzem, a nOS50 '.Jer, a emergencia de uma sltuaQao dnlca dlflcd r'Jeste conr;exto, que se assemelha muito e Inquietude dos rnome'ltos cr'utlVos da mente, e que c analista podere encontrar ume "solL,~~ao' rJer"J CJ diflculuade, caso eXlsta Na analise de peclentes limitrofes, a emergencla de situa~oes dlficeis rlElD rpprasenta senao tentati'Jas do rompimento da moldura anal(tice, que 51mbollCame'lte 8 a propria eclosao do estado psioot;co, rompimentc dlsperseo dos Ilmltes do ago ASSlm, ume paclente "borderline' com ooasionais surtos psic6ticos, em analis~, a saida das sessoes dizia ao analista que ainda 0 faria ir c; sua casa para aLende-la, nem que tivesse que ten tar suicidio varlas '.Jp-zes Fez duas ou t.res dessas tentat.ivas, mais au menos graves, nos ['Ito anos em que esteve em tratamento, em nenhuma desses ocasioes, o enalista fUI e sua casa, pais sempre era prontamente atendida pelo marido, IT'edico, que a proLegie e cercava de todas as atenGoes neces serlas Ide certo modo 0 marldo funclonava como um protetor do "setting ,inal'~lco"J Certa vez 0 anelista segulu as sessoes no hospital onde preci sou 5er Ir,ternade, mas nunca fOl a sua casa Embora em S8US alto anos de analise tenhil feitc muitos progressos e tellha saida bastante [;'Iais Integrada mentalmente a analista considera, ,rJ r:,;enSi'lr 2tualrnerllE':' no caso que SEU prooeulment.o possa nao te, sid:] u ma's adequado, Na epoca, devldo a certa Inseguran~a, abstlnha-se UP. Ir ve-Ia ern cesa por temer que sue relaQeo oom a peciente se compll casse a pOnto de se transformar numa "folie a deux", COfTl seu papel totalmente descaraoterlzado e dominado por ela. A pretensao da paciente, na epoca, era intl'oduzi-Io na sua Icucura (CesaJ, faze-Io vlver suas ansledades desde dentro dela mesma, da forma o rnals conoreta possivel, e ai observa-Io e testa-Io para segulr fazendo transforrra~oes de "insight", Quella que 0 enalista a visse de dentro dela mesrna, Na epoea, suas manobras eram entendidas mais do ponto de Vista do controle, da onlpotencla, da Inveja e da destrutividade, e o anallsta resolvia proteger 0 enquadramanto, e a Sl proprio, da maneira mals "desenvolta" que Ihe era possivel, Ir a sua casa seria uma ruptura do enquadramento, e 0 conteudo slmb6lico de sua proposta Iha foi inter pretado no sentido oolocado acima, A paciente concordava com es inter pretac;oes, mas estas nao Ihe serviam, pois quella 0 analista la mesmo, , em sua casa, fazendo com ela sessoes especlals Fantasiava que na ocasiao, estarla acamade, vestindo sua :nais linda camlsola de sede, melo transparente, e que enteo, sim, conseguiria Ihe passar Informac;oes a seu respelto que, na sala do consultorlo, comunicar, Essa imagem serviu para aumenter os temores do anallsLa de ser envolvido numa Intensa manobre sedutora de paclenta 0 Impact8 des5es temores impedrra-o de perceber que podenam eStilr se abllndo al Irrpcr tantes dlmensoes na comunlca~§o da peclente: tr,]nsmltlr-Ihe, et.r,:;"jeS da trensferE!nCla profundes ensiedades qlianto a vulnerabilldade de seu COrpo - vulnerabilidade que atr:wes dessil manobra se transferlu para o proprio Corpo do anallsta, que passou ass IT, a eVlter esse tipo de eneon tro sob alegaQoes de natureza tecnlca as ma',s variadas As Interpre ta~6es que Ihe eram proporOionadas a nlvel de ccnf',i,to edipico neo Indu21am a modificeQoes na sua produ~ao Imaginarie Acreditemos que essa paClente precisave da cor,cratude da expe rlencla para segull fazendo transforme~oes de "rnsight", mas os detalhes da formeQao psicenalitica de seu analista. na epoca, neD Ihe permltlram reallza-Ia Em um trabalho sobre os aspectos metepslcol6gicDs da regf'eSS~lO, Winnicott (1954-5.459) observa que "forma~oes reatlva,> no Compor tamento do analista sao prejudiciais, nao porque aparecem sob forma de tranqulllzaQoes e nega~oes, mas porque repr'esentam elementos 111 conscientes reprlmldos no analista, que Impllcam ume limtaQao de seu trabalho" , As amea~as de ruptura do enquadramE'nto que lalS sltueQoes provo cam levam 0 analista a questlonamentos radicalS e par vezes amblguos do stabelecldo em termos de teorla e tecnlca, n~1O tendo, nesses morr,er, tos. mais que a intulGao para dar pro"segulmento aD trebelho o mesmo autor 'que citamos acima lembra muitc bern que a analise neo e epenas um exerdcio teCnlcD (1954-5478). Acrescentamos que um anallsta s6 alcenQera a plenitude de suas pOSSibilidades quando puder adicionar ao patamar dos prccedlmentos tecnlcos baslcos 0 livre exerciclo d<:l crl<:lttvidade do pensamento e da liberdade de aQao Um de nos * no X Pre-Congresso Didatico de Buenos Alles, a propo SltO da preservaQao da crlativldade na forma~eo do pSlcenaliste, observou, "Certamente em qualquer atividade humana e necessaria a crlatlVldade Mas na PSlcanallse, ela e imprescindivel nao s6 pare 0 estudo contlnuado e, naturalmente, para a pesquisa, mas pnnclpalmente para 0 trabalho com os unalisandos, na atividade do dia-a-dla com 05 paClentes, Todos sabem que 5em 0 desenvolvlmento da capecidade crlatlva _ que deve eXlstir em cada momanto da sessao -nao pode exrstir analise, 0 paclente atraves das assoclac;oes IIvres traz para a sessao uma parte de sua pessoa que s6 se torna Inteligivel - proporOlonando InSight _ quando o analista, com sua atenr;;ao flutuante, cl'ia e completa a outra que falta ao paClente, atraves da interprataQao" • ver Item 9 - Ef""to5 sabre <'1 formayao do anal,s,.;) __ no C,lplWlo <1 deste I,vro IU!J 198
Compartilhar