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Resumo de Alguns Pensadores da Hermenêutica Jurídica

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Resumo Hermenêutica
Schleiermacher
Os estudos de hermenêutica desenvolvidos por Schleiermacher estão inseridos tanto na interpretação profunda dos textos bíblicos, jurídicos ou literários como no renascimento dos estudos de filologia clássica (ciência que tem como objetivo estudar uma língua através de textos escritos). A investigação hermenêutica proposta por Schleiermacher busca fundamentar o procedimento a partir de um conceito geral de compreensão.
Schleiermacher buscava antes e sobretudo, “as razões” das regras e do procedimento, portanto, da arte da compreensão geral.
O método (psicológico) divinatório e o método (gramatical) comparativo são inseparáveis. Schleiermacher vai utilizar os dois métodos de eliminação do estranho, sendo que no método divinatório busca-se apreender o individual imediatamente, ou seja, no primeiro momento apenas a parte. O método comparativo parte do genérico e procura detectar o particular por contraste. 
Obs.: No método psicológico (divinatório) o objetivo final não é compreender o autor de um ponto de vista psicológico, é antes ter acesso mais pleno àquilo que é significado no texto (retroceder à origem).
Heidegger
Propôs que a hermenêutica, em seu significado mais moderno, seja abordada muito menos no sentido estrito de uma teoria da interpretação, mas que persiga o significado original.
Fazia a conexão de questões sobre o significado de textos históricos com questões sobre o sentido da vida. 
afirma que o ser humano é um "ente destacado": o ser humano é capaz de questionar o ser, possuir uma compreensão do ser. Este ente é o homem, que Heidegger chama de ser-aí, o homem enquanto um ente que existe imediatamente no mundo.
As palavras não têm significados fixos e unívocos independentemente de seu uso e aplicação. Os significados acumulam-se nas palavras a partir de inter-relações que constituem nosso mundo. Um “martelo” não é simplesmente um “utensílio para bater”: o significado da palavra deriva do contexto de bancada, pregos, madeira, oficina e consumidores que constituem o “mundo” do artesão.
O que significa uma palavra depende do mundo de seu usuário: por “transporte”, “liberdade” ou “educação”, Aristóteles não quer dizer o mesmo que nós, dado que vivia num mundo diferente. Para compreender um texto, precisamos ir além dos dicionários e gramáticas para reconstruir o mundo do autor e as “possibilidades” por ele oferecidas.
O Desein (Ser-aí) , em Heidegger, é o “ser no mundo”, que significa que o que constitui a compreensão é a historicidade do ser, sua vinculação no mundo e sua condição.
Gadamer
Não se preocupa com o estabelecimento de um método, como propunha Dilthey. Para ele, a compreensão é como o modo de existência do próprio indivíduo em suas mais variadas possibilidades.
Para Gadamer, é a partir da tradição de sentidos que “se tornam possíveis nossos conhecimentos, nossas valorizações, nossas tomadas de posição no mundo”. 
Não é a história que pertence a nós, mas nós é que a ela pertencemos. Muito antes de que nós compreendamos a nós mesmos na reflexão, já estamos nos compreendendo de uma maneira auto-evidente na família, na sociedade e no Estado em que vivemos.
Dessa forma, Gadamer revela que os pré-conceitos não são simplesmente pré-conceitos do ser, mas sim o histórico de sentidos onde ele está imerso como sujeito – que forjam e formam a pré-compreensão.
Em Gadamer, a pré-compreensão para ser verdadeiramente crítica, deve ser submetida à análise, o que acarretará em uma nova compreensão que será capaz de elucidar cada vez mais o sentido das coisas.
O círculo hermenêutico: processo de compreensão, envolto em um diálogo constante de ida e volta entre análises e sínteses voltadas a compreender o todo e as partes.
A teoria do círculo hermenêutico gadameriano procura demostrar, como Heidegger, a estrutura circular da compreensão: a partir da própria situação fática do ser e suas consequências para a hermenêutica filosófica. O círculo, que nada tem de vicioso, demonstra o modo de como a interpretação é realizada, onde o ponto de partida nunca é neutro.
tem a intensão de descrever a compreensão através do círculo entre a interpretação, tradição e do movimento do intérprete.
Husserl
Husserl procurou superar a separação que se realizou na modernidade
entre sujeito e mundo. Husserl parte daquilo que é mais evidente que é o mundo
natural. Aquilo que podemos chamar de essência já está na dação dos objetos ao sujeito.
Husserl defende que toda intuição possui uma visão de essência. Que ao objeto que o sujeito vê e toca e que está a minha frente, ou seja, o objeto intuído empiricamente, corresponde um eidos, uma essência que se dá junto com a apreensão intuidora. Husserl, desse modo, retira a ênfase do sujeito e do mundo e põe na relação do sujeito com o mundo. O mundo, enquanto intuição, presentação e representação de objetos, está sempre aí para um sujeito.
Palmer
O texto de Richard E. Palmer trata simplesmente da origem da palavra hermenêutica. Este processo apresenta três vertentes básicas, que seriam: exprimir ou dizer algo; explicar (como tentar explicar uma situação); e traduzir (como tentar traduzir uma língua estrangeira). A primeira significação de hermeneuein seria algo relacionado a exprimir, afirmar, já que vem do latim sermo (dizer) e verbum (palavra). A segunda vertente de hermeneuein é caracterizada pela palavra “explicar”. Assim, a interpretação de uma situação surgiria de um plano discursivo da compreensão explicativa. A terceira e ultima vertente para hermeneuein seria “traduzir”, significado que pode causar um choque entre o mundo do texto e o de seu autor devido à necessidade de se compreender a língua de origem do texto.

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