Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PRINCIPAIS EFEITOS FISIOLÓGICOS DAS CITOCININAS E DO ETILENO Candidato: Fábio Reis Ribeiro Araújo fabioreisribeiro@hotmail.com INTRODUÇÃO SOBRE HORMÔNIOS VEGETAIS • COMPLEXIDADE ORGÂNICA; • COMUNICAÇÃO SINÉRGICA ENTRE ÓRGÃOS; • INTERAÇÃO DE FATORES INTERNOS E EXTERNOS. HORMÔNIOS RAVEN et al.,2001 CONCEITO: Hormônio: do gr. hórmon, ‘pôr em movimento’; ‘excitar’. Composto orgânico sintetizado em uma parte da planta e translocado para outra parte, onde, em baixa concentração, causa uma resposta fisiológica (promoção ou inibição). REGULADORES DE CRESCIMENTO MECANISMO GERAL DE AÇÃO • RESPOSTA FINAL. • TRANSDUÇÃO E AMPLIFICAÇÃO DO SINAL; • PERCEPÇÃO DO SINAL; CITOCININAS RAVEN et al.,2001 DESCOBERTA, IDENTIFICAÇÃO E PROPRIEDADES Década de 1930 – Philip White: crescimento de raízes de tomateiro em um meio nutritivo (sacarose + sais + vitaminas) sem hormônios. Década de 1930 – Philip White: proliferação formando callus (meio nutritivo + AUX + 10 a 20% de água de coco). Raízes sim...caules não!! 1940 a 1950 – Folke Skooge et al.: pequeno efeito promotor da base adenina dos ácidos nucleicos. DESCOBERTA, IDENTIFICAÇÃO E PROPRIEDADES 1955 – Carlos Muller: isolou a primeira citocinina formada pelas bases nitrogenadas encontradas no esperma de um peixe marinho. CINETINA Qual a Importância? Corrida por uma substância natural. A citocinese pode ser induzida por uma simples substância química. 1965 – Skoog et al.: propuseram o termo CITOCININA para compostos com atividade biológica igual à cinetina, ou seja, capazes de promover citocinese em células vegetais. 1973 – Hall: definiu as citocininas como sendo substâncias que promovem o crescimento e a diferenciação em cultura de calo (aglomerado de células). 1973 – David Letham: isolou a primeira citocinina natural de plantas em extrato de milho imaturo (Zea mays), batizando-a de ZEATINA. ZEATINA DESCOBERTA, IDENTIFICAÇÃO E PROPRIEDADES Como ficaram definidas?: • Promover a expansão de cotilédones em dicotiledôneas. • Retardar a senescência de folhas; • Realizar morfogênese de parte aérea ou raízes em cultura de tecidos, quando aplicada com auxinas; • Induzir a divisão celular em callus, na presença de auxinas; DESCOBERTA, IDENTIFICAÇÃO E PROPRIEDADES Citocininas - compostos que possuem atividades similares à trans-zeatina: Citocininas naturais: Cinetina ou 6- furfurilaminopurina 6 – benzilaminopurina (BAP) Zeatina Diidrozeatina isopenteniladenina (iP) ou 6- (δ, δ-dimetilalilamino) Difeniluréia Tidiazuron Citocininas sintéticas: DESCOBERTA, IDENTIFICAÇÃO E PROPRIEDADES Podem estar presentes na forma simples e conjugadas. Zeatina (forma livre) Zeatina ribosídica N6 – (Δ2-isopentenil) adenosina DESCOBERTA, IDENTIFICAÇÃO E PROPRIEDADES OCORRÊNCIA E TRANSPORTE Principais sítios de biossíntese: Os meristemas apicais das raízes. QUAIS EVIDENCIAS? • Corte da parte aérea próximo à superfície do solo; • Se o solo é mantido úmido, o fluxo do xilema na região cortada pode continuar por alguns dias; • Problemas nas raízes (estresse hídrico e salino), ↓ as citocininas no exsudato do xilema. METABOLISMO Rota Biosintética para produção de citocinina. + Izopentenil tri(di)fosfato Zeatina Zeatina tri(di)fosfato Zeatina monofosfato Zeatina ribosídica TAIZ & ZEIGER, 2004 METABOLISMO Fatores que controlam os níveis de citocininas livres. TAIZ & ZEIGER, 2004 PRINCIPAIS EFEITOS FISIOLÓGICOS Alvos primários das citocininas. KERBAUY, 2008 CITOCINESE - DIVISÃO CELULAR CICLINA e CINASE são enzimas que controlam a divisão celular. As citocininas induzem genes como: CYCD 3 e o CDC 2. CDC 2 CYCD 3 • Codifica uma ciclina que atua na passagem da fase G1 para fase S (2xDNA) do ciclo celular. • Codifica uma cinase atua na passagem da fase G2 para mitose; • (Citocinina + AUX) Codifica ciclinas A RELAÇÃO AUXINA/CITOCININA REGULA A MORFOGÊNESE EM CULTURA DE TECIDOS Intermediária ou altas de ambos : crescimento do tecido não diferenciado (callus). ↑auxina;↓citocinina = formação de raízes. ↓auxina ; ↑citocinina = formação de parte aéra. TAIZ & ZEIGER, 2004 Mutante de tabaco para superexpressão da Citocinina oxidase. CRESCIMENTO RADICULAR A RELAÇÃO AUXINA/CITOCININA REGULA A MORFOGÊNESE EM CULTURA DE TECIDOS CITOCINIA OXIDASE → DEGRADA A CITOCININA → Qual evidencia? TAIZ & ZEIGER, 2004 Aplicação direta de citocininas em gemas axilares de muitas espécies, estimula a divisão celular e o crescimento da gema. mutantes superprodutores de citocininas é consistente com o papel desta classe de hormônios na dominância apical. QUEBRA DA DOMINÂNCIA APICAL E INDUÇÃO DO CRESCIMENTO DE GEMAS Plantas mutantes superprodutores de citocininas as gemas laterais crescem vigorosamente e competem com o ápice da parte aérea por nutrientes. http://www.mfpl.ac.at/mfpl-group/group/bachmair.html Fumo e Arabidopsis (não mutante): forte dominância apical durante o crescimento. Quais evidencias? QUEBRA DA DOMINÂNCIA APICAL E INDUÇÃO DO CRESCIMENTO DE GEMAS não mutante mutante O tratamento de folhas isoladas de muitas espécies com citocininas retarda o processo de senescência. Transgênico que regulam a biossíntese de citocininas nas folhas maduras (esquerda). Genótipo que não autorregula a produção de citocininas nas folhas (à direita). RETARDAMENTO DA SENESCÊNCIA DE FOLHAS E MOBILIZAÇÃO DE NUTRIENTES TAIZ & ZEIGER, 2004 Os efeitos localizados ; se a aplicação for feita de forma localizada. RETARDAMENTO DA SENESCÊNCIA DE FOLHAS E MOBILIZAÇÃO DE NUTRIENTES KERBAUY, 2008 Qual mecanismo? evidências mostram que as citocininas estimulam o metabolismo nas áreas tratadas, (↑ atividade do dreno = a força do dreno). Força do dreno = tamanho do dreno x atividade do dreno. mobilização de nutrientes induzido pelas citocininas. RETARDAMENTO DA SENESCÊNCIA DE FOLHAS E MOBILIZAÇÃO DE NUTRIENTES Alteração no relacionamento fonte-dreno. Como? Morfologia de plântulas com sementes que germinam no escuro é muito diferente daquelas que crescem na luz. Escuro : estioladas → hipocótilo e entrenós alongados, cotilédones e folhas não expandidos, e cloroplastos não maduros. FORMAÇÃO DA MAQUINARIA FOTOSSINTÉTICA No escuro: Proplastídio • Incapacidade de formação da maquinaria fotossintética. Etioplastos: FORMAÇÃO DA MAQUINÁRIA FOTOSSINTÉTICA → • Membrana interna compacta regular, corpo prolamelar; • Somente carotenóides, (amarelo de plantas estioladas); As características das plantas tratadas com citocininas: • Encurtamento do caule; • Expansão dos cotilédones; • Iniciação de folhas no meristema apical; • Parcial desenvolvimento dos cloroplastos, incluindo a síntese de algumas enzimas fotossintéticas. FORMAÇÃO DA MAQUINARIA FOTOSSINTÉTICA ETILENO A DESCOBERTA 1893 – fumaça da serragem de madeira provocava a floração de abacaxizeiros cultivadas em casa de vegetação. 1858 – Fahnestock: plantas em casa de vegetação foram danificadas pelo gás de iluminação (senescência e abscisão foliar). 1901 - Neljubov : Ervilhas crescidas no escuro na presença de etileno produzia 3 respostas no caule: • Aumento radial; • Inibição do alongamento; • Orientação horizontal do órgão. 1934 - R. Gane et al.: identificaram quimicamente o etileno como um produto natural do metabolismo da planta. 1910 - H. Cousins: a primeira indicação de que o etileno era um produto natural de tecidos vegetais. A DESCOBERTA CARACTERÍSTICA QUÍMICA Em muitos tecidos de plantas, o etileno pode ser completamente oxidadoaté CO2. óxido de etileno etileno glicol Molécula simples , mais leve do que o ar sob condições fisiológicas. Inflamável e pode ser facilmente oxidado. OCORRÊNCIA Qual o local de produção?: FATORES AMBIENTAIS: escuro, ferimentos, algumas doenças e estresses fisiológicos (congelamento, altas temperaturas e estresse hídrico). ESTÁGIO: abscisão e a senescência, amadurecimento de frutos. TECIDO: meristemas; regiões nodais são mais ativas na sua biossíntese. quase todas as partes das plantas superiores. M. Lieberman et al.: mostraram que vários tecidos de plantas podiam converter Metionina (carbonos 3 e 4 da metionina). METABOLISMO E TRANSPORTE O precursor imediato do etileno foi identificado como ácido 1-aminociclopropano carboxílico (ACC). O ACC produzido no tecido não é convertido totalmente para etileno. Forma conjugada: • N-malonil-ACC (não volátil,não é degradada e parece se acumular no tecido); • Ácido 1-(L-glutamil-amino) ciclopropano carboxílico (GACC). Qual a importância de estar conjugado? METABOLISMO E TRANSPORTE BALANÇO HORMONAL Estas observações indicam que algumas respostas previamente atribuídas às auxinas (AIA), são de fato mediadas pelo etileno produzido em resposta à auxina. AIA → ↑ RNAm transcrição do ACC → síntese do ACC. Como saber se a ação é causada pelo etileno ou auxina? • Aminoetoxivinil glicina (AVG); • Aminooxiacetato (AOA); • Cobalto (Co2+); • Íons de prata (AgNO3); • Gás carbônico (CO2); • Transocteno; • MCP (1-metilciclopropeno). Uso inibidores da biossíntese e ação do etileno BALANÇO HORMONAL • Amadurecimento de frutos; • Epinastia de folhas; • Expansão celular horizontal e o crescimento lateral do caule; • Promoção do crescimento do caule e de pecíolos de espécies submersas; • Florescimento em abacaxi; • Senescência de folhas e de flores; • Abscisão. PRINCIPAIS EFEITOS FISIOLÓGICOS AMADURECIMENTO DE FRUTOS Climatério: aumento característico na respiração antes da fase de amadurecimento. Acelera o amadurecimento de muitos frutos comestíveis. TAIZ & ZEIGER, 2004 Climatéricos: maçã, banana, abacate e tomate, manga, mamão, anonáceas. AMADURECIMENTO DE FRUTOS Não climatéricos: Citros ,uva, morango, melancia (não exibem aumento nem na produção de etileno nem na respiração). OBS.: AÇÃO AUTOCATALÍTICA O uso inibidores retarda ou evita o amadurecimento de frutos climatéricos. Estudos com mutantes também confirmam o papel do etileno no amadurecimento de frutos. Quais evidencias? AMADURECIMENTO DE FRUTOS http://www.mfpl.ac.at/mfpl-group/group/bachmair.html EPINASTIA DE FOLHAS Etileno e altas concentrações de auxinas induzem epinastia. Condições anaeróbicas nas raízes ↓ Inibem ACC oxidase ↓ Acúmulo de ACC ↓ Sobe via xilema ↓ Conversão para etileno ↓ indução a epinastia de folhas http://www.mfpl.ac.at/mfpl-group/group/bachmair.html EXPANSÃO CELULAR HORIZONTAL E O CRESCIMENTO LATERAL DO CAULE Acima de 0,1 µL L -1, o etileno muda o padrão de crescimento de plântulas. http://www.mfpl.ac.at/mfpl-group/group/bachmair.html PROMOÇÃO DO CRESCIMENTO DO CAULE E DE PECÍOLOS DE ESPÉCIES SUBMERSAS ↑ETIELNO → ↓ABA ↑GIBERELINA Efeito estimulante pode ser mediado pelas giberelinas. Tratamento com etileno mimetiza os efeitos da submersão. Alongamento do caule e pecíolos em várias espécies submersas em água. SENESCÊNCIA DE FOLHAS E DE FLORES Etileno e citocininas agem sobre a senescência foliar. ↑ Etileno /ACC ↑Senescência ↑ Citocininas ↓Senescência ↑ Etileno /ACC ↓Clorofila ↑ Citocininas ↑Clorofila Evidências: Inibidores da biossíntese (AVG, AOA e Co2+) e da ação (Ag+ e CO2) do etileno, retardam a senescência de folhas, de flores e de frutos (amadurecimento). senescência → balanço entre citocininas e etileno. Plantas transgênicas superprodutoras de citocininas são mais ricas em clorofila e têm sua senescência retardada. SENESCÊNCIA DE FOLHAS E DE FLORES TAIZ & ZEIGER, 2004 ABSCISÃO O etileno parece ser o regulador primário do processo de abscisão, com a auxina agindo como um supressor do efeito do etileno. Este é o princípio para o uso de desfolhantes. (2,4,5-T) ↑ concentrações auxinas → etileno → queda de folhas. http://www.mfpl.ac.at/mfpl-group/group/bachmair.html ABSCISÃO Fase de manutenção da folha Fase de indução da queda Fase de queda TAIZ & ZEIGER, 2004 ABSCISÃO TAIZ & ZEIGER, 2004 RESUMO COMPARATIVO DA AÇÃO DAS CITOCINAS E DO ETILENO Influência hormonal sobre processos celulares básicos Chave: + efeito positivo, - efeito negativo; * efeito pequeno ou nulo, seta indica o sentido da expansão. RAVEN et al.,2001 CONCLUSÃO Conclui-se que ambos fitormônios são de absoluta importância para a realização da programação genética da vida dos vegetais como um todo, atuam desde as fazes iniciais de crescimento e desenvolvimento de forma sinérgica, sistêmica e harmoniosa, até as fazes de maturação, reprodução e morte programa. Além disso, atualmente as citocininas são largamente utilizadas numa gama de processos biotecnológicos, e o etileno no uso cotidiano de produtores rurais por todo o mundo, atestando a importância destes conhecimentos para o desenvolvimento humano. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS KERBAUY, G.B.; Fisiologia Vegetal – Editora Guanabara Koogan / Rio de Janeiro,2008. RAVEN, P.H, EVERT, R.F, & EICHHORN, S.E – Biologia Vegetal – 6º edição; 2001 – Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro. TAIZ, L. & ZEIGER, E. – Fisiologia Vegetal – 3ª edição; 2004 – Editora Artmed, Porto Alegre/ RS. http://www.mfpl.ac.at/mfpl-group/group/bachmair.html
Compartilhar