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FUNDAMENTOS SOCIOANTROPOLÓGICOS DA SAÚDE
Aula 10 – SOCIEDADE, SAÚDE, DOENÇA E CURA
Prof. Julio Cesar Adiala
Tema da Apresentação
Sociedade, saúde, doença e cura – AULA 10
FUNDAMENTOS SOCIOANTROPOLÓGICOS DA SAÚDE
Objetivos da aula
- Relacionar a diversidade das organizações sociais e dos sistemas culturais às formas de atenção à saúde nas sociedades modernas;
- Reconhecer a importância dos valores socioculturais na formulação de respostas a situações de adoecimento;
- Reconhecer a relevância dos determinantes culturais na construção das demandas por atenção à saúde;
- Desenvolver atitudes críticas nas análises de respostas a eventos relacionados à saúde, à doença e à cura.
Tema da Apresentação
Sociedade, saúde, doença e cura – AULA 10
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A experiência cultural da dor
Sempre que falamos dos estados de doença, ou quase sempre, nos reportamos a experiências que envolvem sofrimento, que tanto podem ser físicos quanto psicológicos ou morais. Não raro, tais eventos vêm acompanhados de significações sobre importantes processos (subjetivos) a que chamamos dor. A dor é um fenômeno sempre presente na vida cotidiana e aponta para transformações no corpo ou no "espírito".
Tema da Apresentação
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Seja de que maneira for, temos que a dor não é um mero evento físico ou neurofisiológico, mas que a significação e a atenção a ela dispensada serão "escolhidas" de um repertório sociocultural particular. 
0 que significa dizer que os grupos sociais lidam com este fenômeno universal, bem como com outros fenômenos mais restritos, de forma distinta.
Doença: reflexo de um repertório sociocultural
Tema da Apresentação
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1. Nem todos os grupos sociais e culturais reagem à dor da mesma forma.
2. A maneira como as pessoas percebem e reagem à dor, tanto em si como em outras pessoas, pode ser influenciada pela sua origem e formação cultural e social.
3. A maneira como as pessoas comunicam a dor - se é que o fazem - aos profissionais de saúde ou a outras pessoas também pode ser influenciada por fatores sociais e culturais.
Fatores socioculturais associados à dor
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Como um "dado privado", a dor deve ser comunicada na forma de expressão verbal ou não verbal e se torna pública e carregada de sentido. 
Assim, os sintomas passam de uma perspectiva privada e tornam-se públicos, comunicados, significados: "A dor privada se transforma em dor pública." (HELMAN, 2003, p. 171).
Dor e outros sintomas como dados privados
Tema da Apresentação
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Ao se tornar pública, a dor e outros eventos relacionados à saúde passam por uma codificação cultural que deverá ser compreendida (decodificada) nas relações entre usuários e profissionais. As mudanças físicas e psicológicas tomarão uma forma típica do grupo na qual os sujeitos estão inseridos, isto é, serão significadas.
A dor passa por uma codificação cultural
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"Parte da decisão de tornar pública ou não a dor privada depende da interpretação individual da significância da dor, por exemplo, se a dor é considerada normal ou anormal. A dor vista como anormal tem maior probabilidade de ser levada ao conhecimento de outras pessoas" (HELMAN, 2003, p. 171).
Um "filtro" subjetivo
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A dor e outras expressões de infortúnios são compreendidas como resultado de inúmeras causas naturais ou sobrenaturais: processos degenerativos, disfunções fisiológicas, desequilíbrio emocional, punição divina, transgressões morais, feitiçarias, bruxaria etc. 
Cada uma destas causas, ou a combinação delas, admite uma forma de exibição e prescrições de ação com vistas a combatê-la. 
Relativização da dor e outros infortúnios
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A dor e a doença deixam de ser fenômenos puramente objetivos e passíveis de intervenções técnicas universais para transformarem-se em eventos relativos e contextualizados. Ao considerar a dor como um fenômeno sociocultural, tomamos o corpo como uma realidade que não existe fora do social e nem tem existência anterior a ele.
O social não atua ou intervém sobre um corpo pré-existente, conferindo-lhe significado. (...). O corpo é "feito", "produzido" em cultura e em sociedade" (SARTI, 2001, p. 4).
0 social constitui o corpo como realidade
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A passagem de um estado privado para um estado público das percepções dos estados de saúde e doença é marcada por uma espécie de culturalização, isto é, a expressão dos estados subjetivos, dos sintomas, estará submetida aos padrões disponíveis na sociedade. Assim, podemos afirmar que, como em outros eventos, temos a culturalização dos sentimentos.
Culturalização dos sentimentos
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A sociedade tem expectativas de como os sujeitos devem lidar com seus estados internos e interpretará ou julgará as expressões afetivas de acordo com os padrões construídos. Crenças como a que "homem não chora" e que "mulheres são mais sensíveis do que homens" expressam expectativas sociais que contribuem para moldar formas concretas de comportamento.
Homem não chora
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O importante texto do sociólogo francês Marcel Mauss, A expressão obrigatória dos sentimentos, datado de 1921, nos permite compreender claramente a construção de modelos sociais de expressão dos afetos. Desta maneira, temos que os sentimentos, ao serem submetidos às expectativas da sociedade e da cultura, tornam-se mais um aspecto importante a ser considerado na compreensão dos estados de saúde e doença.
A subjetividade do sofrimento
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Os eventos envolvendo processos de saúde e doença são mais do que meras evidências empíricas e universais. São fenômenos relacionais, dialógicos e multifatoriais. Assim, precisamos estabelecer um processo de comunicação adequado, inteligível, se quisermos desenvolver boas ações em saúde. 
Dor e a doença não se separam de seu significado
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Apresentamos alguns dos fatores culturais listados por Heiman que ajudam a compreender a complexidade dos estados de saúde, doença e cura:
Fatores econômicos Papéis de gênero
Comportamento sexual Criação dos filhos
Imagem corporal Higiene 
Saneamento Trabalho 
Religião Lazer
Fatores culturais das doenças
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Como estar atento ao que não é imediatamente perceptível?
Como compreender o significado da dor da forma como quem a sente?
Como pensar e localizar o sujeito (meu paciente, meu cliente, o usuário) nesta teia de relações sociais nas quais se inscrevem a sua e a minha realidade?
Como responder à demanda explícita (e ao desejo que por vezes teima em se esconder) a mim dirigida e sobre quem é depositada toda a expectativa de alívio e de tornar a dor e o sofrimento suportáveis?
Concluindo
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