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Sistematização do cuidar I Diagnóstico de enfermagem Prof. Me André Morais O enfermeiro após ter analisado os dados colhidos no histórico e exame físico, identificará os problemas de Enfermagem, as necessidades básicas afetadas, grau de dependência e fará um julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo, da família e comunidade aos problemas/processos de vida vigentes ou potenciais. (PELLISON, et al. 2007) DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM Definição apresentada na 9ª Conferência da NANDA: “É um julgamento clínico das respostas do indivíduo, da família ou da comunidade aos processos vitais ou aos problemas de saúde reais ou potenciais, os quais fornecem a base para a seleção das intervenções de enfermagem, para atingir resultados pelos quais o enfermeiro é responsável”. Análise e interpretação dos dados Durante essa etapa, os dados coletados na investigação são analisados e interpretados criteriosamente. Para realizar diagnósticos de enfermagem, o enfermeiro deverá ter capacidade de análise, de julgamento, de síntese e de percepção, ao interpretar dados clínicos. Os diagnósticos de enfermagem baseiam-se tanto nos problemas reais (no presente) quanto nos problemas potenciais (voltados para o futuro), que podem ser sintomas de disfunções fisiológicas, comportamentais, psicossociais ou espirituais (Carpenito, 1997). Os diagnósticos devem ser identificados e listados em ordem de prioridades, com base no grau de ameaças ao nível de bem-estar do cliente, proporcionando, assim, um foco central para as etapas subseqüentes. TAXONOMIA: termo que se refere à ciência de classificação; é um sistema de organização baseado em uma lógica e no relacionamento entre os itens a serem classificados; NANDA: desenvolveu uma taxonomia usando padrões de respostas humanas; consiste na ordenação dos DE em pequenos grupos sub títulos definidos; OUTRAS: os DE podem ser organizados alfabeticamente ou de acordo com outros sistemas (como os padrões funcionais de Gordon). EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DE A primeira listagem de diagnósticos foi desenvolvida por enfermeiros assistenciais, educadores, pesquisadores e teóricos, e os diagnósticos foram organizados por ordem alfabética e posteriormente evoluíram para um sistema conceitual que direcionou a classificação dos diagnósticos em uma taxonomia (Ciência da classificação). 1982 – uma listagem alfabética de 50 DE tinha sido desenvolvida e aceita para testes clínicos e as conferências, antes restrita a um pequeno grupo, foram abertas à comunidade de enfermagem. 1982 – o grupo adotou um regimento interno e foi criada a NANDA. Foi criada a TAXONOMIA I, seus princípios foram baseados nos 9 padrões de resposta humana: trocar, comunicar, relacionar, valorizar, escolher, mover, perceber, conhecer, sentir. 2000 – Acontece a 14ª conferência, onde há modificações na maneira de organizar e apresentar o DE, e foi proposta a taxonomia II, tornando-se mais adequada para utilização em banco de dados. Estrutura atual da taxonomia Domínios do DE (NANDA) Domínios e Classes 12 Domínios e Classes Domínios e Classes A taxonomia NANDA (North American Nursing Diagnosis Association) A taxonomia da NANDA é, atualmente, o sistema de classificação mais usado no mundo; traduzida para 17 idiomas (33 países), está incorporada a alguns sistemas de informática desses países. As conferências da NANDA são realizadas a cada dois anos, onde são discutidos e aprovados novos diagnósticos e novos componentes para a taxonomia. COMPONENTES ESTRUTURAIS DO DE Título Definição Características definidoras Fatores relacionados Fatores de risco (somente em diagnósticos potenciais, de risco) Afirmação: nome propriamente dito Sintomatologia: características definidoras Etiologia: fatores relacionados Exemplo: Mobilidade física prejudicada, caracterizada por inabilidade de mover-se significativamente no leito, relacionada a depressão severa. Componentes do diagnóstico de Enfermagem TÍTULO Estabelece um nome para o diagnóstico. É um termo ou frase concisa que representa um padrão de sugestões. Diz o que é. Exemplos (os títulos diagnósticos estão em vermelho) 1) Integridade tissular prejudicada, evidenciada por ferida com área de solapamento (8 cm), na região trocantérica direita, relacionada a imobilização física e circulação alterada. 2) Capacidade adaptativa intracraniana diminuída, evidenciada por PIC (pressão intracraniana) de 25 mmHg, PPC (pressão de perfusão cerebral) de 55 mmHg, relacionada a lesões cerebrais. CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS São os sinais e os sintomas, ou melhor, são as manifestações clínicas, as evidências que levaram o profissional a concluir que o problema existe. Podem ser descritas como "evidenciadas por" ou "caracterizadas por". Exemplos (as características definidoras estão em destaque). 1) Integridade tissular prejudicada, evidenciada por ferida com área de solapamento (8 cm) na região trocantérica direita, relacionada a imobilização física e circulação alterada. 2) Capacidade adaptativa intracraniana diminuída, evidenciada por PIC (pressão intra craniana) de 25 mmHg, PPC (pressão de perfusão cerebral) de 55 mmHg, relacionada a lesões cerebrais. Fatores Relacionados São fatores do ambiente, do paciente ou da interação de ambos que favorecem a ocorrência do diagnóstico; Nem sempre é possível identificá-los; Há diagnósticos que ainda não têm indicação de fatores relacionados; Auxiliam na seleção de intervenções Fatores relacionados – em vermelho 1) Integridade tissular prejudicada, evidenciada por ferida com área de solapamento (8 cm), na região trocantérica direita, relacionada a imobilização física e circulação alterada 2) Capacidade adaptativa intracraniana diminuída, evidenciada por PIC (pressão intracraniana) de 25 mmHg, PPC (pressão de perfusão cerebral) de 55 mmHg, relacionada a lesões cerebrais. Fatores de risco Fatores ambientais e elementos fisiológicos, psicológicos, genéticos ou químicos que aumentam a vulnerabilidade de um indivíduo, de uma família ou de uma comunidade a um evento insalubre. Exemplos (os fatores de risco estão em destaque) 1) Risco de infecção relacionado a procedimentos invasivos (sonda vesical de demora, tubo endotraqueal, acesso venoso central em subclávia direita). 2) Risco de integridade da pele prejudicada relacionado a imobilização física, idade avançada e proeminências ósseas. Exemplos do NANDA Título diagnóstico: padrão respiratório ineficaz Definição: inspiração e/ou expiração que não proporciona ventilação adequada Título diagnóstico: amamentação interrompida Definição: quebra na continuidade do processo de amamentação de incapacidade ou de não ser aconselhável colocar a criança no peito para mamar Título diagnóstico: risco de aspiração Definição: estar em risco de entrada de secreções gastrintestinais, secreções orofaríngeas, sólidos ou fluidos nas vias traqueobrônquicas. A Definição do Diagnóstico Ajuda A verificar se estamos aplicando o nome do diagnóstico de “acordo com o problema de enfermagem encontrado” Então: É sempre válido conferir.... Diagnóstico 26 Diagnósticos de risco Risco de quedas Risco de infecção Risco de constipação Risco de sentimento de impotência Têm FATORES DE RISCO e não características definidoras. A maioria não têm fatores relacionados Risco de Quedas Definição: suscetibilidade aumentada para quedas que podem causar dano físico Fatores de risco História de quedas Idade superior a 65 anos Mulher (se idosa) Uso de aparelhos de auxílio para locomoção Força diminuída nas extremidades inferiores Dificuldade na marcha Ambiente com móveis e objetos em excesso Dificuldades visuais .... Diferenças de Diagnósticos Médico Descreve o processo de doença; Orientado para a patologia; Mantém-se constante; Guia as ações médicas; Complementa o DE; Sistema de Classificação bem definido. Enfermagem Descreve uma resposta individual; Orientado para o indivíduo; Muda com as respostas; Guia o cuidado independente; Complementa o diag. médico; Não é universalmente aceito. Dicas importantes O título diagnóstico será fornecido pela NANDA, e sempre deve ser escrito na íntegra, conforme encontrado nessa taxonomia. Em cada diagnóstico de enfermagem só pode haver um título diagnóstico. EXEMPLO Risco de integridade da pele prejudicada relacionado ao débito cardíaco diminuído. ERRADO - Estão sendo utilizados dois títulos diagnósticos. Caso não identifique o fator relacionado listados na NANDA, o enfermeiro deverá fazer uso do pensamento crítico, e escrevê-los na evolução em termos daquilo que foi detectado. Plano de ações que enfatiza a comunicação entre o cuidador e paciente; Direciona os cuidados e a documentação; Cria um registro que pode ser usado posteriormente para avaliações e pesquisa; Fornece informações das necessidades de atendimento de saúde; Planejamento da Assistência Etapas do planejamento O estabelecimento de prioridades para os problemas diagnósticos; A fixação de resultados com o cliente, se possível, a fim de corrigir, minimizar ou evitar os problemas; O registro escrito de diagnósticos de enfermagem (NANDA), dos resultados esperados (NOC) e das prescrições de enfermagem (NIC) de modo organizado. Estabelecendo prioridades O planejamento se inicia pela priorização dos diagnósticos de enfermagem que foram estabelecidos. O enfermeiro e sua equipe analisam e determinam quais problemas ou necessidades são urgentes e precisam de atendimento imediato e aqueles cujo atendimento poderá ser a médio ou a longo prazo. O que são problemas urgentes? São aqueles que interferem na estabilidade do cliente, levando-o a correr risco de morte. Quando possível o cliente deverá ser envolvido na discussão das prioridades de seus problemas. Resultados esperados - NOC Ao avaliar o alcance dos resultados o enfermeiro poderá definir posteriormente se o diagnóstico de enfermagem (NANDA) foi minimizado ou solucionado — ou seja, se as prescrições de enfermagem (NIC) foram eficazes. Os resultados esperados (NOC) são de extrema importância na fase de avaliação do processo de enfermagem, tornando-se indicadores do sucesso do plano estabelecido. Próximo passo... Implementação da Assistência de Enfermagem A prescrição de enfermagem é o conjunto de medidas decididas pelo Enfermeiro, que direciona e coordena a Assistência de Enfermagem ao paciente de forma individualizada e contínua, objetivando a prevenção, promoção, proteção, recuperação e manutenção da saúde. (TANNURE; GONÇALVES, 2008) TANNURE, M. C. ; PINHEIRO, A.M. . Sistematização da Assistência de Enfermagem Guia Prático segunda edição. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. v. 1. 298 p. Horta WA. Processo de enfermagem. São Paulo: EPU; 1979. BULECHEK, G. M; BUTCHER, H. K; DOCHTERMAN, J.M. NIC – Classificação das intervenções de enfermagem. 5 ed.Rio de Janeiro:Elsevier, 2010. CUBAS, M.R;SILVA, S.H; ROSSO, M. Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem: uma revisão de literatura. Rev. Eletr. Enf., v. 12, n. 1, 2010, p.186-94. GUIMARÃES, HCQCP; BARROS ALBL de. Classificação das intervenções enfermagem. Rev Esc Enf USP. São Paulo, v. 35, n. 2, jun, 2001, p. 130-4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NORTH AMERICAN NURSING DIAGNOSIS ASSOCIATION (NANDA). Diagnóstico de Enfermagem da Nanda - 2012-2014. North American Nursing Diagnosis Association. Nursing Diagnoses: definitions & classification, 2009-2011. Oxford: Wiley-Blackwell; 2008. MOORHEAD, S. et al. NOC – Classificação dos resultados de enfermagem. 4.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. SAMPAIO, R.S. et al. A classificação das intervenções de enfermagem na prática clínica de enfermeiros brasileiros. Rev Acta Paul Enf, v. 24, n. 1, 2011, p. 120-6.
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