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Interdisciplinar Unibra - Design de Interiores - Anos 80

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2017 com o corpinho de 1980:
Ambientação de sala e cozinha
RECIFE
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2017 com o corpinho de 1980:
Ambientação de sala e cozinha
Este projeto foi elaborado por uma equipe formada por 31 alunos do curso de Design de Interiores, 1º período, da Faculdade IBGM, visando atender a requisito da 2ª avaliação interdisciplinar.
2017 com o corpinho de 1980:
Ambientação de sala e cozinha
RESUMO
A ambientação trata-se de uma sala e cozinha de um apartamento cujo morador é um homem solteiro, de trinta anos de idade, designer que gosta de filmes e músicas da década de 80. A proposta trás referências como o Memphis, principal movimento da época ligado ao design, filmes e músicas dos anos 80. O ambiente é moderno e faz uso dessas referências tanto nas cores como na decoração e objetos. 
Palavras-chave: 
Ambientação; Memphis: Anos 80; Cores
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1 INTRODUÇÃO 
A arquitetura dos anos 80 é caracterizada como uma arquitetura pós-moderna, cujo objetivo cinge-se em criticar e questionar o estilo moderno. Na decoração tudo representava excessos ao estilo Memphis, muita cor, carpetes, tapetes com desenhos geométricos e papel de paredes pela casa toda. Nos móveis brasileiros a madeira nacional e a marcenaria artesanal estavam em alta e as peças assumiam o design mais simples, em contraposição ao exagero que as cercava no interior das residências. 
O estilo Memphis, uma de nossas referências era caracterizado pelo design efêmero composto de cores vibrantes contrastando com o preto, decoração colorida, formas assimétricas e geométricas, dispostas aleatoriamente e exibidas nos projetos de maneira exótica para a época. O movimento  foi o precursor do design pós-moderno, abrindo espaço para a criação artística no campo da produção de mobílias e objetos de decoração.
Os anos 80 também representou a definitiva globalização da cultura pop com a explosão de músicas, filmes e videogames tipicamente jovens, e é constantemente revisitada pela cultura contemporânea. No Brasil, a década veio acompanhada de uma sensação de liberdade, já que representou o período de abertura da ditadura militar e a redemocratização do país. No pop, destaca-se o Michael Jackson, ídolo definitivo de uma geração. Thriller foi o sexto álbum de estúdio em carreiro solo do artista, lançado em 30 de novembro de 1982, através da Epic Records. Com Thriller, o cantor quebrou preconceitos e barreiras raciais na música pop.
Os filmes dos anos 80 também foram utilizados como referências no projeto, sendo esses, O brinquedo Assassino (1989), e o filme E.T o extraterrestre (1982), essas obras formam uma mistura original e criativa de terror, suspense, ficção científica e drama, que se tornaram revolucionárias para a época, com conceitos absurdos e em muitos momentos cômicos,  em uma época onde esses gêneros estavam em alta.
2 HISTÓRIA DA ARTE DO DESIGN
2.1 Arte conceitual
Arte Conceitual é um movimento artístico que teve seu auge na Europa e nos Estados Unidos durante a década de 1970. Foi uma espécie de reação ao formalismo da arte, principalmente europeia, da década de 1960.
As ideias artísticas da arte conceitual se espalharam pelo mundo, chegando também ao Brasil. 
2.1.1 Principais características da arte conceitual
- Valorização do conceito e da ideia da obra de arte, que se tornam mais importantes do que o objeto e sua representação física.
- Uso de diversos meios como, por exemplo, performances, instalações artísticas, vídeos, textos e fotografias.
- Forte desenvolvimento da arte ambiental, arte postal e grafite (principalmente em áreas públicas).
- Ideal de volta do figurativismo (arte figurativa), valorizando a forma humana, elementos da natureza e objetos criados pelo homem.
- Rompimento com o formalismo artístico.
 
2.1.2 Principais artistas conceituais internacionais
- Maurizio Bolognini – artista conceitual italiano.
- Barbara Kruger – artista conceitual norte-americana.
- Joseph Kosuth – artista conceitual norte-americano.
- Richard Estes – pintor norte-americano, conhecido por suas pinturas hiper-realistas. 
Vários elementos da arte conceitual chegaram ao Brasil nas décadas de 1970 e 1980. Neste contexto, podemos observar estes elementos, principalmente, nas instalações artísticas e obras de arte de Lygia Clarck, Cildo Meireles, Iole de Freias, Amilcar de Castro e Hélio Oiticica.
O século XX é marcado por profundas mudanças históricas, as quais afetaram drasticamente o comportamento político-social do nosso tempo. Foi onde acentuaram-se as diferenças entre a alta burguesia e o proletariado, dando maior força ao capitalismo e fazendo surgir os primeiros movimentos sindicais, como algumas das consequências do Pós Guerra.
Mediante todo o acúmulo de acontecimentos pertencentes à esse período, cheio de contradições e complexidades, é possível encontrar um terreno farto para a criação de novos conceitos no campo das artes.
Assim, os movimentos e as tendências artísticas, tais como o Expressionismo, o Fauvismo, o Cubismo, o Futurismo, o Abstracionismo, o Dadaísmo, o Surrealismo, a Op-art e a Pop-artexpressam, de um modo ou de outro, a perplexidade do homem contemporâneo.
O Expressionismo surge como uma reação ao Impressionismo, pois no primeiro, a preocupação está em expressar as emoções humanas, transparecendo em linhas e cores vibrantes os sentimentos e angústias do homem moderno. Enquanto que no Impressionismo, o enfoque resumia-se na busca pela sensação de luz e sombra.
O Fauvismo foi um movimento que teve basicamente dois princípios: a simplificação das formas das figuras e o emprego das cores puras, sem mistura. As figuras não são representadas tal qual a forma real, ao passo que as cores são usadas da maneira que saem do tubo de tinta. O nome deriva de ‘fauves’ (feras, no francês), devido a agressividade no emprego das cores.
No Cubismo podemos observar a mesma despreocupação em representar realisticamente as formas de um objeto, porém aqui, a intenção era representar um mesmo objeto visto de vários ângulos, em um único plano. Com o tempo, o Cubismo evoluiu em duas grandes tendências chamadas Cubismo Analítico e Cubismo Sintético. O movimento teve o seu melhor momento entre 1907 e 1914, e mudou para sempre a forma de ver a realidade.
O Futurismo abrange sua criação em expressar o real, assinalando a velocidade exposta pelas figuras em movimento no espaço. Foi um movimento que se desenvolveu em todas as artes e exerceu influência sobre vários artistas que, posteriormente, criaram outros movimentos de arte moderna. Repercutiu principalmente na França e na Itália, onde diversos artistas se identificaram com o fascismo nascente.
O abstracionismo é a arte que se opõe à arte figurativa ou objetiva. A principal característica da pintura abstrata é a ausência de relação imediata entre suas formas e cores e as formas e cores de um ser. A pintura abstrata é uma manifestação artística que despreza completamente a simples cópia das formas naturais.
No Dadaísmo, podemos encontrar um movimento que abrange a arte em todos os seus campos, pois não foi apenas uma corrente artística, mas sim, um verdadeiro movimento literário, musical, filosófico e até mesmo político. Embora a palavra dada em francês signifique cavalo de madeira, sua utilização marca o non-sense ou falta de sentido que pode ter a linguagem (como na fala de um bebê). A princípio, o movimento não envolveu uma estética específica, mas talvez as principais expressões do Dadaísmo tenham sido o poema aleatório e o ready-made.
O intuito deste movimento era mais de protestar contra os estragos trazidos da guerra, denunciando de forma irônica toda aquela loucura que estava acontecendo. Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos.
O Surrealismo foi um movimento artístico e literário surgido primeiramente em Paris nos anos 20, inseridono contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais. A priori, a característica deste movimento era unir uma combinação do representativo, do abstrato, do irreal e do inconsciente. Segundo os surrealistas, a arte deve se libertar das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência cotidiana, buscando expressar o mundo do inconsciente e dos sonhos.
O surrealismo é também uma espécie de mecanismo que não se limita a transcrever passivamente o sonho e sim descobrir um modo de acionar o inconsciente mediante ao “automatismo psíquico”. Dessa maneira, uma ideia segue a outra sem a consequência lógica das demonstrações usuais e sim automaticamente. Técnicas como a escrita automática da literatura, da colagem e a decalcomania, em relação às artes plásticas, tornaram-se muito populares entre os surrealistas que as utilizavam na produção dos seus jogos de associação livre de sentidos.
2.2 Movimento Memphis
O movimento Memphis, típico do final da década de 1970 e mais difundido nos anos 1980, tem como característica objetos provocativos e com cores fortes, e ilustram o período de “libertação do design no que se refere à estética” no Brasil e no mundo, propondo a discussão sobre a anti-funcionalidade.
Foi considerado, na época, como uma reação ao movimento moderno. A discussão era em torno da funcionalidade dos objetos em detrimento de sua estética e simbologia. O grupo Memphis criticava a evolução da forma dos objetos apenas em relação a sua “funcionalidade” (ignorando suas outras funções como a estética e a simbólica).
Acreditando que o consumo é também a busca por identidade, seus designers criaram objetos provocativos, anti-funcionais, excêntricos, ornamentais (muitos o comparam ao Arts & Crafts), com uso de cores fortes, plásticos laminados e estampados. Memphis queria provocar “caos semântico”. Com humor, energia e vitalidade, criou um novo vocabulário para o design.
Figura 1 – Movimento Memphis
Fonte: https://treere.wordpress.com/2013/12/09/movimento-memphis/
A grande herança de Memphis pode ser creditada aos movimentos de vanguarda italianos Radical Design e Anti-Design. Eles contestavam o funcionalismo e o racionalismo do estilo moderno internacional, valorizando a expressão criativa individual e a diferenciação cultural. Ambos criaram os fundamentos teóricos para o futuro movimento pós-moderno.
Mesmo com sua dissolução em 1988, o grupo Memphis influenciou muito o design pelo mundo afora. Apesar de todas as contradições, permitiu ao design se liberar de sua vocação unicamente utilitária. Alguns dos conceitos propostos ainda permanecem, como o uso de cores fortes e contrastantes em móveis e utensílios; e também o uso do plástico, que pelas mãos dos italianos, ganhou formas originais e ar refinado, além de contribuir para baratear o design e abrir caminho para a aceitação de objetos.
2.3 Movimento musical década 80
 A década de 80 inicia-se com a volta de John Lennon aos estúdios de gravação. O álbum Double Fantasy é considerado um dos melhores de sua carreira. Canções de sucesso como Woman e (Just Like) Starting Over devolvem o líder e fundador dos Beatles às paradas de sucesso após 5 anos sem lançar discos. Mas na noite de oito de Dezembro, ao voltar das sessões de gravação do seu próximo álbum, Lennon era esperado à entrada de sua residência no Edifício Dakota, em Nova York, por Mark David Chapman, um dos incontáveis fãs que sempre estavam de prontidão esperando por ele. Apenas algumas horas antes, Lennon havia autografado a capa do LP Double Fantasy para Chapman. Ao chegar a entrada do prédio, Lennon foi alvejado com cinco tiros, dados pelas costas, por Chapman, que dizia querer roubar a fama do ídolo. Lennon morreu na traseira de um carro de polícia alguns minutos depois, aos 40 anos de idade.
Michael Jackson foi o ícone definitivo da década de 1980 e sua jaqueta de couro, luva, e os passos do Moonwalk foram muitas vezes imitados. O álbum de Jackson 1982 Thriller tornou-se, atualmente, continua-o álbum mais vendido de todos os tempos, com vendas estimadas por várias fontes como em algum lugar entre 65 e 110 milhões de cópias em todo o mundo.
2.4 Movimento cinematográfico durante anos 80
Em outubro de 1982, a crise econômica do país piora com a falta de dinheiro para pagar a dívida externa. Falta dinheiro para que o consumidor brasileiro possa ir ao cinema, falta dinheiro para produzir filmes. A produção volta a cair. Os exibidores (donos de cinemas), assessorados pelos distribuidores estrangeiros, começam uma batalha judicial contra a lei da obrigatoriedade, e em muitas salas simplesmente param de passar filmes brasileiros. Metade dos filmes produzidos em 1985 foi de sexo explícito.
Apesar de tudo, surge uma nova geração de cineastas em São Paulo, onde se destacam Sérgio Bianchi (Mato eles?, 1982), Hermano Penna (Sargento Getúlio, 1983), André Klotzel (A marvada carne, 1985) e Sérgio Toledo (Vera, 1987), mas seus filmes são vistos basicamente em festivais.
Graças à "Lei do Curta" (de 1975, mas aperfeiçoada em 1984), que obriga a sua exibição antes do longa estrangeiro, o curta-metragem passa a ser o único cinema brasileiro com acesso ao mercado. Assim, em todo o país surgem novos cineastas e novas propostas de produção, e os curtas brasileiros ganham vários prêmios internacionais.
Outro destaque da década é a produção de documentários de longa-metragem, também sem acesso ao mercado, mas refletindo sobre a história recente do país: Jango (1984), de Sílvio Tendler; Conterrâneos velhos de guerra (1989), de Vladimir Carvalho; e a obra-prima Cabra marcado para morrer (1984), de Eduardo Coutinho.
- Maio de 1980: lançamento do filme Star Wars: O Império Contra-Ataca (Episódio V). 
- 1980: no Brasil, o cineasta Glauber Rocha lança o filme Idade da Terra.
- 1980: o cineasta Stanley Kubrick lança o sucesso do terror "O Iluminado".
- Junho de 1982: estreia nos cinemas o filme "E.T, o Extra Terrestre".
3 EXPRESSÃO VISUAL
3.1 Linguagem visual
A linguagem visual baseia-se na comunicação usando símbolos e imagens, com o intuito de passar uma mensagem especifica fazendo com que o individuo que esta recebendo a mensagem consiga entende-la. Com o passar do tempo ela foi se aperfeiçoando até chegar à linguagem de hoje com o alfabeto. 
A evolução da linguagem começou com imagens, avançou rumo aos pictogramas, cartuns autoexplicativos e unidades fonéticas, e chegou finalmente ao alfabeto [...] Cada novo passo representou, sem duvida, um avanço rumo à comunicação mais eficiente. (DONDIS, 2007, p. 14)
3.2 Mensagens visuais
Mensagem visual é todo meio de se comunicar e de expressão através de elementos visuais como: desenho, signos, gráficos, vídeos, fotografias dentre outros. 
A visão define o ato de verem todas as suas ramificações. Vemos com precisão de detalhes, e aprendemos e identificamos todo material visual elementar de nossas vidas para mantermos uma relação mais competente com o mundo. (DONDIS, 2007, p.85)
A mensagem visual é vista em três níveis:
Nível Representacional é tudo aquilo que olhamos e identificamos, com base nas referências do meio social e cultural. 
A realidade é a experiência visual básica e predominante. A categoria geral total do pássaro é definida em termos visuais elementares. Um pássaro pode ser identificado através da uma forma geral, e de características lineares e detalhadas. (DONDIS, 2007, p. 87)
 
Nível abstrato é um modo abrangente que busca significados mais intensos, e possui seus mínimos detalhes de forma reduzida. Está ligado as emoções e aos desenhos primitivos. “A abstração, contudo, não precisa ter nenhuma relação com a criação de símbolos quando os símbolos têm significado apenas porque eles lhe é imposto”. (DONDIS, 2007, p. 94,95)
Nível simbólico é a forma de comunicação através de símbolos, que passou a ter significado e informação. (Por exemplo, a pomba branca que significa paz, ou um sinal amarelo que indica atenção).A abstração voltada para o simbolismo requer uma simplificação radical, ou seja, a redução do detalhe visual a seu mínimo irredutível. Para ser eficaz, um símbolo não deve apenas se visto e reconhecido; deve também ser lembrado, e mesmo reproduzido. (DONDIS, 2007, p. 91)
3.3 Elementos básicos da comunicação visual
Os elementos visuais consistem basicamente em tudo que vemos. Mas temos que ter o cuidado de não confundi-los com materiais ou meio de expressão. “A lente vê como vê o olho, em todos os detalhes e com o apoio absoluto de todos os meios visuais. tudo isso é outro modo de dizer que os meios visuais têm presença extraordinária em nosso meio natural”. (DONDIS, 2007, p. 52) 
Seu numero é muito reduzido e podemos classifica-los como ponto, linha, forma, direção, tom, cor, textura, escala, dimensão e movimento. Vamos detalhar cada um desses elementos para entendermos melhor suas qualidades e seus significados.
Ponto: o ponto é sem duvida o elemento mais básico da comunicação visual. Ele serve como referência para uma localização e também é um indicador de espaço. Quando enfileirados dá uma ideia de movimento e de linha e quando agrupados podem criar imagens, que são rapidamente entendidas por nós graças ao nosso olhar, que liga automaticamente os pontos nos deixando visualizar a imagem. 
Quando vistos, os pontos se ligam, sendo, portanto, capazes de dirigir o olhar. Em grande número e justapostos, os pontos criam a ilusão de tom e de cor, o que, como já se observou aqui, é o fato visual em que se baseiam os meios mecânicos para a reprodução de qualquer tom contínuo”. (DONDIS, 2007, p. 54) 
Com essa ideia de juntar os pontos pra criar uma imagem, Seurat criou o estilo de quadros pontilistas, neles, eram utilizados para a aplicação da tinta pincéis pequenos e pontiagudos.
Linha: É um elemento fundamental. É quando colocamos vários pontos iguais juntos no mesmo caminho de uma maneira na qual no final só chegamos a um fim formando assim: a linha. 
A linha, assim, pode ser rigorosa e técnica, servindo como elemento fundamental em projetos diagramáticos de construção mecânica e de arquitetura, além de aparecer em muitas outras representações visuais em grande escala ou de alta precisão métrica. (DONDIS, 2007, pg. 56) 
Também poderíamos definir a linha como um ponto em movimento, representa continuidade. Define formas e figuras.
Forma: Cada forma possui uma grande quantidade de significados. Todos eles sendo fundamentais. Forma distingue-se muito daquilo que vemos; ou seja, obtemos entendimento a partir da sua aparência. Se tivermos a aparência de um quadrado marrom fechado dos dois lados, podemos assemelhar ele automaticamente a um livro. "A partir de combinações e variações infinitas dessas três formas básicas, derivamos todas as formas físicas da natureza e da imaginação humana". (DONDIS, 2007, pg. 59) As três principais formas são: o quadrado, o círculo e o triângulo. 
Quadrado pode simbolizar: tédio, honestidade e perfeição.
Círculo pode simbolizar: infinitude, proteção e equilíbrio.
Triângulo pode simbolizar: ação, conflito e tensão.
Direção: As formas básicas têm três direções visuais básicas e significativas: quadrado, horizontal e vertical, sensação de estabilidade e equilíbrio; triângulo, diagonal, sensação de instabilidade; círculo, curva, sensação de repetição e ciclo. O quadrado é a maior referência do homem, por esta ligada a questão de equilíbrio, que é uma necessidade do homem. “Cada uma das direções visuais tem um forte significado associativo e é um valioso instrumento para a criação de mensagens visuais”. (DONDIS, 2007, p. 59,60)
Tom: Tom: É utilizado na tentativa de representar um esboço ou objeto. É a adição de claridade e obscuridade. E é algo necessário para que possamos diferenciar o ponto de vista que cada esboço/objeto traz para nós. "As variações de luz ou de tom são os meios pelos quais distinguimos oticamente a complexidade da informação visual do ambiente". (DONDIS, 2007, pg. 61)
Cor: Pode ser definida através das emoções. Pois está ligada a informação, se pensarmos em um objeto específico automaticamente o ligamos a uma cor específica podendo ter vários significados distintos para aqueles que estão vendo. A cor trata-se de um reflexo. "A cor, tanto da luz quanto do pigmento, tem um comportamento único, mas nosso conhecimento da cor na comunicação visual vai muito pouco além da coleta de observações das nossas reações a ela". (DONDIS, 2007, pg. 65) a cor se divide em: 
Matiz ou croma: a cor que vemos. Classificados em primarias e secundarias.
Saturação: considerada a pureza da cor. É basicamente uma escala de vai da cor ate o cinza.
Acromática; o brilho da cor. Vai do claro ao escuro.
Textura: Pode ser absorvida sem precisar ser sentida (mesmo ela podendo ser); é quando vemos de longe um elemento que possui alguma textura visual e entendemos que ali possui uma diferença no aspecto o que nos leva a compreender que é uma textura, por exemplo, quando vemos algo de madeira, imaginamos logo a sensação que sentiríamos ao toca-la. "O julgamento do olho costuma ser confirmado pela mão através da objetividade do tato. É realmente suave ou apenas parece ser? Será um entalhe ou uma imagem em realce". (DONDIS, 2007, pg.70)
Escala: Todos os elementos modificáveis possuem uma escala. Podendo ser alterada em qualquer espaço de tempo para atribuir significados diferentes para aqueles que estão vendo. Em um projeto, adicionamos escala para atribuir o significado real dele. "A escala pode ser estabelecida não só através do tamanho relativo das pistas visuais, mas também através das relações com o campo ou com o ambiente". (DONDIS, 2007, pg. 72) Existem três tipos de escalas: as de ampliação, quando se aumenta para ver melhor certos detalhes; de tamanho real, representação real de algo seja ele um objeto ou um ser vivo; e de redução, que diminui para que possa vê melhor o todo (muito utilizado em plantas de casa).
Dimensão: Pode ser atribuída através da ilusão, como algo fictício. Pois sabemos que ela existe, mas não podemos vê-la. Trazendo consigo o efeito de luz e sombra e podendo também trazer profundidade de acordo com o seu tracejado atribuindo ai uma perspectiva. "A ilusão pode ser reforçada de muitas maneiras, mas o principal artifício para simulá-la é a convenção técnica de perspectiva". (DONDIS, 2007, pg. 75) Ela pode ser representada de duas maneiras: Bidimensional (comprimento e largura) e tridimensional (comprimento, largura e altura). O uso de perspectiva ajuda a ter uma noção melhor do espaço e das coisas que esta disposta nela. Ela nos ajuda a ter noção da profundidade espacial.
Movimento: É algo super comum, quando, por exemplo, vemos varias imagens com textura ou com um tom diferente que mudam de posição quando você passa o olhar por cima daquilo, é ai que é dada a ilusão de estar em movimento. 
Observe-se, porém que, mesmo nessa forma, não existe o verdadeiro movimento, como nós o conhecemos; ele não se encontra no meio de comunicação, mas no olho do espectador, através do fenômeno fisiológico da "persistência da visão. (DONDIS, 2007, pg. 80)
3.4 Fundamentos sintáticos do alfabetismo visual
Os fundamentos são regras pré-definidas que nos ajudam a formular nossas ideias na hora de criar algo. Depende de nós utilizá-las da melhor maneira para que nosso projeto flua. Eles não são obrigatórios, mas nos dão um rumo para nos ajudar a chegar onde queremos. “As regras são definidas: tudo o que se tem de fazer é aprendê-las e usá-las inteligentemente”. (DONDIS, 2007, pg. 29)
Equilíbrio: está ligado a quantidades, tamanhos e cores iguais dos objetos e suas disposições no ambiente, quando existe uma harmonia no ambiente, agrupamento de coisas iguais, causando conforto no olhar do observador “O gradiente hierárquico aproxima-se de zero quando um padrão se compõe de muitas unidades de igual peso. Os padrões repetitivos de papel de parede ou das janelas de altos edifícios conseguem equilíbrio porhomogeneidade". (CARNHEIM, 1998, p. 38)
 Tensão: é quando não temos estabilidade. É quando impomos algo a ficar instável em um plano, tendo em si uma base irregular não possuindo equilíbrio em sua base, ou seja, da à impressão de que vai desmoronar. "Esse processo de estabilização pode ser demonstrado com maior clareza através de uma sequência de modificações ligeiras nos exemplos e dos efeitos da posição do eixo sentido ao estado variável do equilíbrio da figura". (DONDIS, 2007, pg. 34)
Repouso: é o lado oposto da tensão. O repouso nos trás estabilidade e sensação de equilíbrio.
 
Nivelamento: quando à imagem esta balanceada e simétrica, ou seja, em completa harmonia e ordem, seja ela com cores, disposição de objetos e moveis. O jeito fácil de consegui ver o nivelamento em um ambiente é dividindo a imagem ao meio, se você duplica-la e der quase a mesma imagem, esta balanceada. 
Num campo visual retangular, uma demonstração simples de nivelamento seria colocar um ponto no centro geométrico de um traçado estrutural. A posição do ponto, não oferece nenhuma surpresa visual; é totalmente harmoniosa. (DONDIS, 2007, pg. 37,38)
Aguçamento: quando esta totalmente inversa ao nivelamento. Assimétrica, desarmonizada, desbalanceada. Com uma paleta de cores variada e varias formas diferentes, sem estabilidade. “A colocação do ponto no canto direito provoca um aguçamento. O ponto está fora do centro não apenas na estrutura vertical, mas também na horizontal, ele nem mesmo se ajusta aos componentes diagonais do traçado estrutural”. (DONDIS, 2007, pg.38)
Atração: é basicamente a junção do que é diferente. A princípio elas se repelem, pois disputam a atenção na interação. Quando entram em harmonia se atraem. A atração liga os pontos em harmonia através de sua atração, fazendo com que liguemos os pontos mentalmente formando uma imagem imaginária. “Os dois pontos disputam a atenção em sua interação [...], dando a impressão de se repelirem mutuamente. Há uma interação imediata e mais intensa; os pontos se harmonizam e, portanto, se atraem”. (DONDIS, 2007, pg. 44)
Agrupamento: é a junção automática feita pelo nosso cérebro do que é igual. Com influencias nas formas, contornos, tamanhos, cores, entre outras coisas. “Assim, o olho completa as conexões que faltam, mas relaciona automaticamente, e com maior força, as unidades semelhantes”. (DONDIS, 2007, pg. 45)
Positivo e Negativo: Está ligado a ver e absorver aquilo que vemos. Quando vemos uma coisa e assimilamos positivamente ou também, negativamente. Podendo levar em conta quando temos dois elementos, um positivo e outro negativo, postos de maneira que faça representar algo onde quando você olhar para a parte mais clara da imagem (positivo) você vê uma coisa e se olhar para a parte escura (negativo) você ver outra.Podendo ai ter diferentes significados."A visão positiva e negativa muitas vezes engana o olho". (DONDIS, 2007, pg. 47)
3.5 Análise crìtica 
Moldura amarela
A figura da moldura amarela está representando o fundamento positivo e o negativo, onde os galhos da árvore ao se encontrarem forma a figura de um rosto feminino, dano forma para os olhos e para a boca. Materiais utilizados para a confecção: papel Paraná, folha dupla face amarela e cola quente.
Moldura vermelha
O quadro da moldura vermelha está representado a linguagem visual com o nível simbólico, pois os emojis substituem algumas palavras na letra da musica. Materiais utilizados para a confecção: papel Paraná, folha dupla face vermelha e cola quente.
Luminária de piso 
O objeto passa o elemento positivo e negativo em todo o seu corpo, principalmente em sua cúpula onde os traços formam uma estrela de seis pernas e ao seu redor uma flor de seis pétalas. Materiais utilizados para a confecção: Tecido de fundo preto e detalhes brancos, papel Paraná, cola branca, folha A3, cabo de vassoura, palitos de churrasco, fiação elétrica, cola quente, arame de bijuteria e papelão.
Quadro de moldura azul 
A imagem mostra diversos rostos próximos um dos outros, onde seu formato abstrato e a utilização de varias cores favorecem para que a imagem não tenha uma linguagem visual clara. Materiais utilizados para a confecção: papel guache de cor azul, fita dupla face e papel fotográfico.
Quadro de moldura preto 
A imagem representa à cabeça de uma zebra que é formada apenas por traços branco em um fundo vermelho, e a mesma passa a sensação de nivelamento devido a sua localização, já que está centralizada e tem os mesmos elementos dos dois lados. Materiais utilizados para a confecção: fita dupla face, papel guache de cor preta e papel fotográfico.
Quadro de moldura verde 
A imagem representa uma radiação com quatro cores (amarelo, roxo, rosa e vermelho), que causa uma impressão de que a mesma esta em movimento. Materiais utilizados para a confecção: papel guache de cor verde, papel fotográfico e fita dupla face.
Terrário
Principal elemento básico é a forma. Tendo como forma básica o triângulo, foram elaborados dois terrários. Cada um atribuindo uma característica específica, sendo fortes elementos na criação de uma mensagem visual. E trazendo mais conforto ao ambiente. Materiais utilizados para a confecção: Acetato, folha de papel A4, palito de churrasco, cola quente e tinta preta para o acabamento.
Troca-Letra Luminoso
Abrange forma e tom, tendo o quadrado como sua principal forma básica. Trazendo variação no tom de luz, no qual distinguimos oticamente a complexidade da informação visual que passa ao ambiente. Dando mais harmonia ao ambiente. Materiais utilizados para a confecção: Papel Pluma, Papel Vegetal, estilete, acetato, cola quente e pisca-pisca.
Livros :
Trazendo forma e textura. Utilizando a forma do quadrado e tendo a textura como principal elemento básico, passando também a linguagem visual, pois ao observarmos acessamos a informação visual que ele transmite. Através disso adicionamos livros que eram famosos na época, tais como: Eu, Christiane F. (1978) e O Escaravelho do Diabo (1974). E também alguns livros modernos de estudo pessoal, baseados nas recomendações atuais, como: Sintaxe da Linguagem Visual, Arte e Percepção Visual, Design de Interiores e Princípios de Forma e Desenho. Materiais utilizados para a confecção: Papelão e papel Paraná, fotos impressas das capas, cola bastão e cola quente.
Garrafas Decorativas:
Abrange o nível representacional, pois pode reconhecer visualmente e assimilar a mensagem transmitida pela representação. Utilizando talvez as logomarcas de bebidas da época atribuindo-se a uma talvez coleção de garrafas antigas. Materiais utilizados para a confecção: Garrafas de  vidro, imagens autoadesivas impressas da logomarca.
Filmes:
Podem possuir formas diferentes e texturas também. A forma quadrada é a mais utilizada para representá-los.E a textura é gráfica, pois é percebida predominantemente pela visualização que pode (ou não) provocar sensações táteis. Foram feitas as representações dos seguintes filmes : Clube dos 5, Os caça-fantasmas, De volta para o futuro e O iluminado. Materiais utilizados para a confecção: Papelão e Papel Paraná, colas: bastão e quente e as imagens impressas das capas dos filmes citados acima.
Quadro de pregos
Esse quadro tem como um elemento básico a textura, pois quando tocamos conseguimos sentir as linhas, e faz parte do nível representacional, pois olhamos a imagem e já sabemos do que se trata. No quadro há a imagem de um fusca azul, grande referência nos anos 80. Transmite a ideia de nivelamento, pois os dois lados parecem simétricos. A moldura também foi feita com pregos e linha na cor preta. Materiais utilizados para a confecção: madeira, pregos, linhas de crochê nas cores azul, preta e branca.
Quadro pontilhismos
Tem como seu principal elemento básico o ponto, que ao juntar vários pontos coloridos formam a imagem de 4 tênis All Star de cores diferentes, usando como referência o Pop Art da década de 80. Contendo o fundamento de agrupamento, pois junta elementosiguais (o ponto) até que forme outra imagem ( o tênis). O quadro tem moldura preta, para da maior destaque as cores do quadro. Materiais utilizados para a confecção: hidrocor, papel Paraná, papel guache nas cores preto e branco, fita dupla face e cola branca.
Almofadas
Escolhemos utilizar almofadas nas cores amarela, azul, vermelha e roxa, com referência no estilo Memphis. Contendo o fundamento de aguçamento, pois não há simetria na disposição de cores, já que são totalmente diferentes. Materiais utilizados para a confecção: tecido e linha para costurar.
4 ESTUDO DA FORMA
A história dos sinais demonstra que tudo possui significações simbólicas, intrínsecas ao objeto, ou até mesmo, em formas abstratas. O ser humano cria significados inconscientemente aos mesmos, o que o ajuda a fazer transições para novas situações de vida, tornando-se mais flexíveis e não vítimas apenas de antigas experiências. 
Assim como diz Nascimento (2009) as formas de expressões são as responsáveis pelas experiências estéticas do ser humano, e na recriação das formas, trabalhando aspectos intangíveis, permitindo que o mesmo passe a experimentar sua familiaridade com o mundo, pois há uma exigência de valor na vida, fazendo do valor não só o que se procura, mas também aquilo que se encontra. 
Neste sentido as expressões artísticas ativam a imaginação e também organismos sensoriais, isso porque, imaginar traz uma experiência de forma irreal, sonhadora e abstrata, e o sentir, traz a reprodução direta da natureza das coisas. 
As emoções são tidas como substratos, onde é necessário conhecimento, para uma compreensão plena da realidade. As emoções afloram através de um sistema de julgamentos e de formulação de juízos de valor as experiências afetivas, que por sua vez, permite ao ser humano sobreviver melhor. (NASCIMENTO, 2009,p.9)
O fato é que, os seres humanos não apenas usam os objetos, como também, adquirem sentimentos em relação a eles. O mundo é um quebra-cabeça de objetos que encantam, alegram, acalmam, frustram, aborrecem, facilitam ou dificultam a vida de cada um.
Tomando como base o parágrafo acima entendemos que a perceptividade dos objetos não se limita tão somente em sua forma física e funções mecânicas, mas também assume uma forma social e funções simbólicas para cada pessoa. Logo, o design tem por objetivo explorar áreas distintas, que trabalhem com a emoção, e que por sua vez despertem aos usuários estímulos e sentimentos advindos de suas experiências cognitivas.
No design existem níveis que são importantes para a significação das formas. Há níveis que são observados no tempo presente, e envolvem os sentimentos que acontecem no ato de se ver e usar um objeto, e há o nível reflexivo, que se estende por muito mais tempo e envolve sentimentos como orgulho de ter, exibir ou usar um objeto. 
Segundo Nascimento (2009) O design reflexivo corresponde ao uso sob o ponto de vista subjetivo, ou seja, abrange tanto subjetividades culturais como individuais, além de memórias afetivas e os significados atribuídos aos objetos e a seu uso. 
É somente no nível reflexivo que a consciência e os mais altos níveis de sentimento, emoções e cognição residem. É somente nele que o pleno impacto tanto do pensamento quando da emoção são experimentados. (NORMAN, 2008, p.57)
De acordo com a afirmação de Norman, as experiências estéticas advêm de uma percepção positiva e abrangente, que exige reflexão sobre elas. O sentido surge somente quando esta experiência é dotada de conteúdos que já se encontram presentes na consciência, fornecendo assim, corpo aos pensamentos, às emoções e cognições.
As significações dos objetos partem da recordação dos mesmos, e a reflexão que o ser humano faz dos apelos e experiências de uso das formas projetadas ao longo de toda a sua existência. Segundo Grinberg (1997) vivemos em um mundo de imagens, e não se trata dessas imagens serem ou não verdadeiras, mas sim, da importância de que elas possuem para o indivíduo e para a sociedade.
As emoções refletem as experiências dos seres humanos ao longo da sua história, suas associações e lembranças. E essas reações obtidas pelas experiências estéticas são tidas como convenções, aprendidas não importa em que sociedade. 
Para alguns seres as reações são óbvias, no entanto, para outros, existem experiências que nunca farão sentido. Isso acontece devido o nível reflexivo ser influenciado pelo conhecimento, aprendizado e pela cultura. 
Nesse contexto entende-se que a forma de um determinado objeto visto, tem a sua significância baseada não somente a nossa projeção retiniana existente em um dado momento, mas também está estritamente ligada as nossas experiências visuais ao longo de nossas vidas, como também nossas relações afetivas.
Como por exemplo, existem lugares aquecidos, bem iluminados, como também sabores e odores doces, cores alegres, música e sons harmoniosos, rostos sorridentes, sensações boas, sons tranquilos, formas simétricas, tudo isso pode influenciar na percepção dos objetos como também na sua criação. Há também aspectos “negativos” que poderiam ser: alturas, calor ou frio extremo, escuridão, luzes fortes e sons altos, cheiros desagradáveis, sabores amargos, objetos pontiagudos, anomalias, serpentes e aranhas, formas assimétricas, etc.
Neste contexto Jordan (2005) afirma a importância de se considerar, no processo de desenvolvimento, quais as emoções que se deseja despertar naqueles que vão experimentar e visualizar o produto. Esses significados positivos e negativos, gerados e percebidos pelos usuários e a sociedade em geral, podem ser entendidos também como a função simbólica desse produto. Esse simbolismo resulta em relações afetivas (baseadas em emoções) entre os produtos e seus usuários. (NORMAN, 2004).
4.1 Análise crìtica
Neste projeto foi decidido escolher objetos que pudessem passar certos tipos de sentimentos e sensações, que trouxessem curiosidade e interesse pelas suas formas e que se encaixasse perfeitamente com a personalidade criativa do cliente. Os objetos, suas sensações e suas formas são:
Objeto 1 – Porta tempero
Inspiração – Memphis
Materiais – talheres
Sensação – engraçado
Localização no ambiente – cozinha
Objeto 2 – Porta – utensílios
Inspiração – Memphis
Materiais - latas de tamanhos diferentes e E.V.A colorido
Sensação – alegria 		
Localização no ambiente – cozinha
Objeto 3 – Faqueiro
Inspiração- Filmes
Materiais – madeira, papel colorido
Sensação – Medo
Localização no ambiente – cozinha
Objeto 4 – Relógio
Inspiração – Memphis
Materiais – frigideira, adesivo
Sensação – kitsch (brega)
Localização no ambiente – cozinha
Objeto 5 – Fruteira
Inspiração – Memphis
Materiais – palha 
Sensação – rústica 	
Localização no ambiente – cozinha
Objeto 6 – Quadros (5)
Inspiração – musica, filmes, ilusão de ótica
Matérias – papel , impressão
Sensação – medo , rememoração, tristeza
Localização no ambiente – paredes da sala
Objeto 7 – Almofadas (2)
Inspiração – Memphis
Materiais – tecido
Sensação – texturas
Localização no ambiente - sala
5 PERSPECTIVA E COR
A cor é um dos elementos mais importantes dentro de um projeto, graças à sua capacidade de transformar, aumentar espaços, alterar formas, destacar volumes e separar ou unir divisões. Com esse elemento é possível transmitir luz e calor aos cantos mais escuros, destacar ou disfarçar elementos da estrutura do prédio e realçar as formas do mobiliário ou elementos da decoração. 
A cor tem a capacidade de contribuir para o bem-estar mental dos habitantes de uma casa. Podem-se criar espaços harmoniosos e convidativos graças à aplicação de uma ou duas cores, ou a conjunção de ambas. Uma casa bem decorada e com a correta aplicação das cores, considerando sua luminosidade e saturação, sem dúvida reflete a personalidade do proprietário.
A escolha das cores para o ambiente proposto leva em consideração o tema escolhido que é a década de 80. 
Figura 2 – Paletas de cores dos anos 80
Fonte: http://coolors.co
E apartir disso, foi escolhido o perfil do morador da casa que é um homem solteiro, de trinta anos, designer e que gosta de filmes e música dessa década. 
A paleta de cores evidência características da personalidade do morador, como a criatividade, ousadia e praticidade. Utilizando cores primárias como o vermelho e o amarelo, que são cores quentes e vibrantes, o ambiente se torna vivo e enérgico. Porém, para balancear esses tons fortes, utilizou-se o cinza e o verde, criando um contraste e trazendo o equilíbrio. E, além disto, há o branco como base que ilumina o ambiente e o preto no estofado para trazer elegância e modernidade à um ambiente descontraído e com referências de outra década. 
Já em relação ao tema proposto, ficaram por conta dos detalhes da decoração, como almofadas e quadros coloridos, elementos que remetem à época e ao movimento Memphis. 
Figura 3 – Paletas de cores do ambiente
Fonte: http://coolors.co
5.1 Sobre cada detalhe proposto
O primeiro detalhe que é visualizado e deixado em evidencia é a porta vermelha. A escolha da cor remete à criatividade do morador, mostrando sua ousadia e coragem de pôr um elemento tão significativo que é esta cor quente. Quando se pensa no vermelho associa-se a muitas coisas, como a cor da paixão, do fogo, de perigo, de atenção. É uma cor dominante e provocadora. 
O segundo elemento escolhido teve que contrapor a vivacidade do vermelho e este elemento foi o tapete na cor verde musgo. O verde é a cor da natureza, trazendo frescor dependendo do tom usado, aqui a vibração do verde remete a uma seriedade e maturidade, além disso, combina muito bem com cores quentes, desse modo criou-se um meio termo entre a energia do vermelho e a tranquilidade do verde.
Os tons usados na sala são extremamente expressivos, e para dar um toque a mais na decoração escolheram o preto. A versatilidade deste tom é imensa e pode ser usado com variadas cores sem entrar em desacordo.
O amarelo na geladeira da cozinha e nas banquetas da ilha sempre é bem-vindo nesta parte da casa. Na dose certa traz calor e uma luminosidade natural a cozinhas pequenas, muito comuns em apartamentos. 
O cinza nos armários e na ilha funciona muito bem com o amarelo, já que o cinza remete a sobriedade urbana e o amarelo injeta energia instantânea no ambiente. 
E para finalizar o ambiente, tínhamos que colocar uma base que não interferisse nas cores propostas e o branco faz essa função muito bem. Ele harmoniza todas as cores e traz luz para ambientes pequenos.
 
6 COMPUTAÇÃO GRÁFICA 2D
A história da computação gráfica é considerada parte da história moderna da humanidade, com o advento da tecnologia, a criação dos primeiros computadores, surgiu também à computação gráfica, logo apos a segunda guerra mundial, dentre as décadas de 50 e 60, sendo os Estados Unidos da América considerados o país pioneiro.
Segundo a ISO "International Standards Organization" a Computação Gráfica pode ser definida como ^B^Yo conjunto de métodos e técnicas utilizados para converter dados para um dispositivo gráfico, via computador.
A computação gráfica e utilizada em vários meios como, na construção de jogos eletrônicos, na arte para transformas as ideias dos artistas em um desenho no computador, medicina para a construção de aparelhos, para auxiliar no tratamento de doenças ainda utilizado no cinema para a produção de imagens, além da engenharia, arquitetura e do design. 
Alguns desses recursos de computação gráfica são usados para auxiliar a arquitetura é o design dentro de um numero grandes de softwares vamos citar o AutoCAD - Computer Aided Design (Desenho Assistido por Computador), Adobe Photoshop e o ArchiCAD.
O AutoCAD, não foi o primeiro software do tipo CAD, Computer Aided Design (Desenho Assistido por Computador) que surgiu, existem relatos que os primeiros programas desses tipos tenham surgido por volta de 1950. No entanto na década de 60, foi que surgiram vários trabalhos que deram inicio ao AutoCAD, tendo como pioneiro o gênio, Douglas Taylor Ross.
No entanto as grandes explosões dos sistemas CAD ocorreram nos anos 80, onde a Auto Desk apresentou o ibm – COMDEX, que foi o primeiro nome dado ao AutoCAD, o tornando bem mais acessível, no inicio desenhar no AutoCAD era um desafio, porem com o avanço da tecnologia se tornou um processo que pode ser considerado relativamente simples.
O AutoCAD utiliza coordenadas absolutas relativas e polares como nos explica Almir Junior (2011 p. 47) ‘’na execução de um desenho em duas dimensões (2D), o AutoCAD utiliza os eixos horizontal (x) e vertical (y), ou o ângulo entre o eixo x e a reta que une o ponto à origem do sistema de coordenadas’’.
Por sua vez o Adobe Photoshop é um software, líder do mercado de edição de imagens digitais como diz Marcos Andrade:
…é um aplicativo de edição de imagens digitais, retoque de fotografias e produção de gráficos para a Web. E um dos mais utilizados em computadores de plataforma Windows ou Macintosh e ocupa essa considerável posição porque detém mais de 80% do mercado de edição de imagem. (ANDRADE,2013 p. 9)
Criado no final de 1990, pelos irmãos Thomas e John Knoll, que se juntaram para criar um aplicativo inteligente, capaz de realizar retoques em fotografias e imagens, no inicio era um pouco complexo seu manuseamento, no entanto conforme o tempo foi avançando, o software sofreu grandes melhorias, facilitando a manipulação do mesmo.
O Photoshop pode ser utilizado no design como forma de facilitar o trabalho do usuário do software, que podem ser utilizados em vários tipos de projetos, para o ajuste de imagens, e para a solução de pequenos problemas que podem ser solucionados de maneira simples com o uso do software.
No design de interiores o uso do Photoshop pode ser muito útil para transmitir ao individuo uma compreensão maior da ideia do projeto transmitindo por sua vez uma sensação maior de realidade contribuindo para humanização de formas renderizadas.
O ArchiCAD é um software de arquitetura, que lançado em 1987, foi considerado como a primeira implementação do BIM, sendo reconhecido como o primeiro produto de CAD utilizado em um computador pessoal capaz de criar imagens em 2D e 3D e renderização muito utilizado por designers sendo considerado leve, intuitivo e de fácil manuseio, com pouca burocracia se comparado a outros softwares.
6.1 Análise crítica
No projeto do interdisciplinar utilizamos para redesenhar a planta feita manualmente em folha A3 e a perspectiva, o software Bim ArchiCAD, para mostrar por meio da computação gráfica o ambiente escolhido, nos possibilitando uma visão 3D, do projeto desenvolvido, mesmo se fora configurado os objetos na visão ortogonal da planta baixa.
A partir da utilização do software nos permitiu dar uma realidade visual mais definida ao projeto, por meio do qual podemos desenhar as paredes, pisos, móveis, além das texturas, cores, objetos eletrônicos como a televisão, incluindo a escolha das portas e janela, foram bastante utilizados os comandos de rotação e arrastar e ajuda da varinha magica.
Foi um processo considerado relativamente de fácil manuseio, pois o programa em si é bastante intuitivo, e com a ajuda do professor da disciplina, o software apresentou uma grande gama de opções que foram utilizadas para as imagens geradas se tornarem o mais próximo possível da realidade dentro do que o projeto quis passar.
7 DESENHO TÉCNICO
Planta Baixa é o nome que se dá ao desenho de uma construção feito, em geral, a partir do corte horizontal à altura de 1,5m a partir da base. É um diagrama dos relacionamentos entre salas, espaços e outros aspectos físicos em um nível de uma estrutura. 
8 PROPOSTA DE AMBIENTAÇÃO
O ambiente proposto é uma sala e cozinha de um apartamento. Para chegarmos à escolha deste ambiente decidimos colocar em votação as propostas levantadas pela turma, a princípio foram citados ambientação de barbearia, cafeteria e escritório de design. A votação seguiu de forma democrática onde cada um expôs sua opinião e seu voto. Após umpequeno debate, foi escolhido ambientar uma sala e cozinha. 
No inicio, o projeto era de uma sala e cozinha americana onde tinha um balcão dividindo os ambientes. Ao recebermos o tema, as primeiras referências foram as baladas Disco, com músicas eletrônicas e o uso das cores fortes e extravagantes (neon).
Após uma breve pesquisa sobre a década descobrimos o movimento Memphis, que iniciou a revolução do design na época. A partir desta referência começamos a pensar no morador deste ambiente listando seus hobbies, profissão, idade, personalidade, entre outros detalhes.
Como complemento para referência, nos utilizamos da arte conceitual – aula dada pela professora de história da arte do design – assim como as músicas e filmes da década. Após a escolha dessas referências organizamos as paletas de cores, disposição dos móveis e objetos do ambiente, bem como a projeção da perspectiva e planta baixa.
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao decorrer deste trabalho concluímos que, a década de 80 foi de grande importância para a construção cultural servindo de base até hoje na arquitetura, cinema, música e design de interiores, grandes movimentos artísticos surgiram na referida década, como o estilo Memphis que foi considerado o movimento que deu cara aos anos 1980. Ainda assim não podemos deixar de lado a importância da influência da música e do cinema, que ditaram a moda e a forma dos objeto.
O Memphis foi o movimento que marcou a década, formado por um grupo de arquitetos, engenheiros e designers, utilizado em todas as expressões artísticas, ainda utilizado nos dias de hoje como referencia estéticas. Por isso serviu de base na construção deste trabalho, sendo representado nas cores, formas e objetos do espaço escolhido.
A importância do designer neste trabalho vai desde a análise do perfil do indivíduo e fatos históricos da década a escolha do espaço a ser trabalhado, a paleta de cores que compõem o ambiente, a elaboração das vistas técnicas (planta baixa e perspectiva), para tornar a idealização do ambiente em algo real.
10 REFERÊNCIAS 
AGRA, Lucio. História da arte do século XX: ideias e movimentos. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2006.
ANDRADE, Marcos Serafim de. Adobe Photoshop CS6 . São Paulo: SENAC, 2013.
CARNHEIM, R. Arte e percepção visual. 9. Ed. São Paulo: Pioneira Editora, 1998.
DONDIS, D. A. Sintaxe da linguagem visual. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
BLÜMEL, Patrícia. Anos 80: Surge o design assinado. Brasil: Habitus, 2016. Disponível em: <http://www.habitus.com/anos-80-surge-o-design-assinado/>. Acesso em: 10 Out. 2017.
GRINBERG, Luiz Paulo. Jung: o Homem Criativo. São Paulo: FTD, 1997. 
JUNIOR, Almir Wirth Lima, AutoCad 2011 Para Iniciantes e Intermediarios. Rio De Janeiro: Alta Books, 2011
LURRAZEK, Dimitri. Photoshop para arquitetos: Veja as vantagens na hora da renderização. Viva Decora pro, 2017. Disponível em: <https://www.vivadecora.com.br/pro/tecnologia/photoshop-para-arquitetos/>. Acesso em: 11 Nov. 2017.
Movimento Memphis. 2013. Disponível em: <https://treere.wordpress.com/2013/12/09/movimento-memphis/>. Acesso em: 12 Out 2017
NASCIMENTO, Deise Rosa. Design emocional: A linguagem dos sentimentos. Brasília: UNICEUB, 2009. Disponível em: <http://repositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/2118/2/20582956.pdf>. Acesso em: 09 Out. 2017.
NET, Anos 80. E.T.: O extraterrestre. Disponível em: <https://www.anos80.net/entretenimento/filmes/et-o-extreterrestre/>. Acesso em: 10 Out. 2017.
NORMAN, Donald A. Design Emocional: Por que adoramos (ou detestamos) os objetos do dia-a-dia. Rio de Janeiro: Rocco, 2008.
Pós-Modernidade. Arquitraço Brasil. Disponível em: <https//aquitracobrasil.wordpress.com/pos-modernidade/>. Acesso em: 10 Out 2017
SCHLEIFER, Simone K. Cores para interiores. 1ª ed. Barcelona. 2011.
STARK, Daniele. A história do Photoshop: o editor de imagens mais usado no mundo. Tecmundo, 2013. Disponível em: <https://www.tecmundo.com.br/photoshop/37907-a-historia-do-photoshop-o-editor-de-imagens-mais-usado-no-mundo.htm>. Acesso em: 11 Nov. 2017.
TEIXEIRA, Julio Monteiro. et al. Analise semiótica da imagem de uma cadeira. Estudos Semióticos. Disponível em: <http://www.fflch.usp.br/dl/semiotica/es>. Editores Responsáveis: Francisco E. S. Merçon e Mariana Luz P. de Barros. Volume 7, Número 2, São Paulo, 2011, p. 102–109. Acesso em: 12 Out. 2017.

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