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Profª Priscila Paiva Dias Contribuição: Profª Fernanda Cavalcante Agradecimentos: Profª. Ms. Rafaelle Santiago Fortaleza - 2017 O que acontece com o estado nutricional do paciente oncológico? INCIDÊNCIA DE DESNUTRIÇÃO NO CÂNCER A perda de peso e a desnutrição são os distúrbios nutricionais mais frequentemente observados em pacientes com câncer (40,0% a 80,0% dos casos), sendo que ate 30,0% dos pacientes adultos apresentam perda superior a 10,0% do peso. (RAVASCO et al., 2005) O déficit do estado nutricional esta estreitamente relacionado com a diminuição da resposta ao tratamento oncológico e da qualidade de vida, com maiores riscos de complicações pós-operatórias e aumento na morbimortalidade, no tempo de internação e no custo hospitalar. (KYLE et al., 2004; CARO et al., 2007) INQUÉRITO BRASILEIRO DE NUTRIÇÃO ONCOLÓGICA - IBNO TRIAGEM NUTRICIONAL DO CÂNCER NO BRASIL • Estudo multicêntrico, foram cadastradas instituições que atendem pacientes oncológicos em diferentes centros no Brasil; • Um total de 25 instituições hospitalares de todo o pais, das diversas regiões, No total, 131 profissionais nutricionistas, participaram do treinamento e foram capacitados como multiplicadores; • Participaram do estudo 4.822 pacientes com câncer, sendo 47,7% do gênero masculino e 52,3% do gênero feminino. Os idosos corresponderam a 29% da população estudada, e os adultos, a 71% do grupo. INCA, 2013 PRINCIPAIS RESULTADOS DO IBNO • 44,2% (1.017) dos pacientes do sexo masculino e 43,0% (1.084) dos pacientes do sexo feminino relataram perda de peso INGESTÃO ALIMENTAR, SINTOMAS GASTROINTESTINAIS E ATIVIDADE FÍSICA DO PACIENTE ONCOLÓGICO ALTERAÇÕES DE PESO E A DOENÇA ONCOLÓGICA • Menos de 50,0% dos indivíduos avaliados relataram não ter problemas para se alimentar, quer adultos (48,89%), quer idosos (41,73%). • Os principais sintomas gastrointestinais incluíram falta de apetite (adultos = 26,02% versus idosos = 35,22%), náuseas (adultos = 20,33% versus idosos = 18,40%), constipação (adultos = 16,33% versus idosos = 19,69%), boca seca (adultos = 19,25% versus idosos = 22,98%) e cheiros que incomodam (adultos = 15,57% versus idosos = 13,60%). INCA, 2013 PRINCIPAIS RESULTADOS DO IBNO ALTERAÇÕES METABÓLICAS DO CÂNCER E DÉFICIT CORPORAL: RESERVA DE GORDURA, ESTADO DE FLUIDOS E ESTADO DOS MÚSCULOS • Quanto à reserva de gordura global, observou-se que 33,0% dos pacientes apresentaram algum déficit (indivíduos idosos, observou-se que 42,7%) • Os déficits musculares globais (adultos e idosos) corresponderam a 32,4% da amostra e os de panturrilha, a 29,9%. • A má distribuição de líquidos corpóreos foi pouco observada. O percentual de pacientes com edemas globais variou entre 0% e 9,0% da amostra. INCA, 2013 PRINCIPAIS RESULTADOS DO IBNO CLASSIFICAÇÃO DO RISCO NUTRICIONAL POR MEIO DA AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL PRODUZIDA PELO PRÓPRIO PACIENTE (ASG-PPP) • Quant à classificação do estado nutricional da população estudada, observou-se que 54,9% dos pacientes encontravam-se bem nutridos (A) e 45,1%, com algum grau de desnutrição (B = 33,3% e C = 11,8%), 70,1% dos pacientes avaliados, apresentaram um número alto de sinais e sintomas de impacto nutricional. • Com relação aos indivíduos idosos, 55,7% apresentaram algum grau de desnutrição ou presença de risco nutricional (B = 40,9% e C = 14,7%) e 80% dos idosos apresentaram um número alto de sinais e sintomas de impacto nutricional. INCA, 2013 Diminuição da resposta ao tratamento Diminuição da qualidade de vida Complicações pós-operatórias Aumento da morbimortalidade Maior tempo de internação ALTERAÇÕES METABÓLICAS Desnutrição INCA, 2014 “Síndrome multifatorial, na qual há perda contínua de massa muscular (com perda ou ausência de perda de massa gorda), que não pode ser totalmente revertida pela terapia nutricional convencional, conduzindo ao comprometimento funcional progressivo do organismo”. Caquexia - Definição MUSCARITOLI et al., 2010 Deriva do grego “kakos” = mal e “hexis”= estado É um estado debilitante de perda de peso involuntária Que surge como complicação de uma doença hipercatabólica, contribuindo significativamente para a mortalidade Caquexia - Definição Terapia nutricional é utilizada para reverter a caquexia no câncer e consequentemente, prevenir complicações e a mortalidade associada a ela Contudo esse objetivo é parcialmente atingível Porque a caquexia do câncer não é um sinônimo de subnutrição ou inanição Mas sim o resultado de múltiplas aberrações metabólicas Caquexia - Definição Algumas patologias promovem alterações metabólicas e hormonais capazes de comprometer o estado nutricional por promover perda excessiva de peso de forma involuntária. Ex.: Câncer, AIDS, ICC, DRC, Doenças Psiquiátricas. Caquexia - Definição CAUSAS DE DETERIORAÇÃO NUTRICIONAL Efeitos clínico gerais Anorexia,mal estar fadiga,febre, prostração Aberrações bioquímicas Produção de citocinas, hipermetabolismo, ciclos metabólicos futéis Transtornos gastrintestinais Disfagia, vômitos, dor abdominal, obstrução intestinal Perdas externas e internas Sangramento, ascite, edemas Anormalidades psicológicas Ansiedade, depressão COMPLICAÇÕES Imunidade celular deprimida DNP Alterações funcionais ao órgão atingido Alterações teciduais respectivas ao órgão atingido Emagrecimento Caquexia COMPLICAÇÕES O paciente com CA sofre alterações no paladar: no limiar para o sabor amargo e para o sabor doce para o paladar azedo e salgado e alterações do olfato Efeitos do tratamento Anorexia + alterações físicas e psicológicas Efeitos do tumor CÂNCER Déficit energético + alterações de macronutrientes Distúrbios metabólicos Redução da ingestão de nutrientes CAQUEXIA NO CÂNCER Eur J Oncol Nutrs, 2005) Complicação frequente em paciente c/ neoplasia maligna em estado avançado • Consumo intenso de tecido muscular e adiposo • Perda involuntária de peso • Anemia, astenia, balanço nitrogenado negativo • Perda maciça e progressiva (80%) do tecido adiposo e muscular, com perda do apetite e saciedade precoce SÍNDROME DA ANOREXIA - CAQUEXIA 1 Doença crônica 2 Perda de peso ≥ 5% em 12 meses ou menos (ou IMC < 20Kg/m2) 3 -Diminuição da força muscular, fadiga , anorexia , redução de massa magra, bioquímica alterada ( PCR ou IL-6; Hb<12g/dL; albumina <3,2g/L) Caquexia - Diagnóstico Alteração de peso Anemia Depleção dos compartimentos corporais Distúrbios hidroeletrolítico Comprometimento das funções vitais ALTERAÇÕES METABÓLICAS MUSCARITOLI et al., 2010 Caquexia - Diagnóstico Caquexia – Manifestação clínica BROWN, J. K., 2002; ARGILES et al, 2006 A principal característica clínica é a perda de peso em adultos ou atraso de crescimento em crianças. Composta normalmente por anorexia, inflamação, resistência à insulina e perda de proteína muscular. Correlaciona-se com pobre qualidade de vida e alta mortalidade em pacientes com câncer (prognóstico ruim). EVANS et al., 2008. Caquexia Prevalência de 80% em CA de TGI superior e 60% em CA de pulmão. Redução da força muscular ajuda no diagnóstico. Considerada responsável direta pela morte, em cerca de 22% dos casos DONOHOE et al., 2011. Caquexia Ocorre em quase 70% dos pacientes em sua fase terminal; A caquexia isolada pode ser a causa de morte de 5 a 23% dos pacientes terminais com câncer; Os pacientes que tem caquexia são maus candidatos tanto para terapia oncológica cirúrgica como não cirúrgica. Caquexia ALTERAÇÕES METABÓLICAS WAITZBERG, 2006 Perda de peso no câncer e caquexia Síndrome Consumptiva Componente central CAQUEXIA Ganho de peso? ALTERAÇÕES METABÓLICAS Pouco frequente Redução do peso Diminuir a recidiva Aumentar a sobrevida livre de doença INCA, 2014 Alterações metabólicas Localização do Tumor Efeitos do tratamento ALTERAÇÕES METABÓLICAS SABOTKA, 2008 Acelera ainda mais quadro de caquexia Cirurgia Radioterapia Quimioterapia Hormonioterapia TRATAMENTO CLÍNICO INCA, 2014 Cirurgia • Síndrome de má-absorção (câncer intestinal), síndrome de dumping (câncer de estômago) • Terapia nutricional enteral ou parenteral ( câncer cabeça e pescoço) QT • Mucosite, náuseas, xerostomia, disgeusia • Comprometendo o TGI Piorando o EN RT • Diarreia, odinofagia, disfagia • Piorando o EN TRATAMENTO CLÍNICO INCA, 2014 Impactos do tratamento x Estado nutricional TRATAMENTO CLÍNICO Impactos clínico da caquexia neoplásica Andrey et al. Eur J Cancer. 1998; 34: 503-9. Curr Opin Clin Nutr Metb Care 2008; 11: 400-7 Fenômeno complexo Multifatorial Alterações metabólicas Problemas mecânicos Falhas na absorção Náuseas e vômitos • Dificulta a adesão ao tratamento • Aumenta a taxa de mortalidade CAQUEXIA Mecanismos Caquexia Hemodi- nâmica Neuro- Hormonais Imunes CAQUEXIA Hipótese O TNFα induz a mobilização da proteína muscular que ocorre na caquexia cancerosa. CAQUEXIA Caquexia do Câncer Citocina Proteína Carboidrato Lipídio TNF Aumento da proteólise muscular Aumento da glicogenólise Diminuição da lipogênese Aumento da oxidação proteica Diminuição da síntese de glicogênio Aumento da síntese de proteína hepática Aumento da gliconeogênese Aumento da depuração de glicose Aumento da produção de lactato IL-1 Aumento da síntese de proteína hepática Aumento da gliconeogênese Aumento da lipólise Aumento da depuração de glicose Diminuição da síntese de lipase lipoproteica Aumento da síntese de ac. graxos IL-6 Aumento da síntese de proteína hepática Aumento da lipólise Aumento da síntese de ac. graxos IFN- Diminuição da lipogênese Aumento da lipólise Diminuição da atividade da lipase lipoproteica A redução de leptina vista em alguns pacientes caquéticos deveria ter efeito contrário (aumentar o apetite), mas a presença de citocinas pró-inflamatórias não permite. Mecanismos Hormonais Mecanismos Hormonais Jejum Perda proteica inicial para neoglicogênese Presença de GH assegura a poupança de proteína estimulando lipólise Caquexia Perda proteica para neoglicogênese Resistência ao GH não permite a poupança de proteína estimulando lipólise Suporte nutricional e suplementação oral Nutracêuticos e imunonutrição (modular gordura dietética, aumentar w3) Uso de glutamina, arginina – modulação do turnover protéico e imunomodulação, efeitos não comprovados. Uso de estimulantes de apetite (progesteronas), anti-inflamatórios e inibidores de citocinas. Tratamento Fim....
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