Buscar

trabalho penal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
ESTUDO RELATIVO AOS CRIMES PREVISTOS NA PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO – ARTIGOS 312 AO 321
PROFESSORA: CARLA HOFMANN
DIREITO PENAL IV
ADELAINE KREHNKE
ANA CAROLINE LAUXEN
MAIARA KOSTULSKI
NIKOLE FERNANDES
THAÍS LUETKE
Joinville- SC
2014
O presente trabalho tem como objetivo estudar os crimes previstos nos artigos 312 ao 321 do Código Penal Brasileiro, bem como fazer uma análise doutrinária destes com base nas jurisprudências que apresentam divergências a respeito do conteúdo de alguns dos artigos que serão apresentados. 
O capítulo que será estudado trata-se dos crimes contra a administração pública, disposto no título XI do Código Penal Brasileiro.
O artigo 312 do Código Penal prevê o crime de peculato, assim definido por Hungria: "É o fato do funcionário público que, tendo, em razão do cargo, a posse de coisa móvel pertencente à administração pública ou sob a guarda desta (a qualquer título), dela se apropria, ou a distrai em seu destino, em proveito próprio ou de outrem" (Nelson Hungria, Comentários ao Código Penal, v. 9, p. 334). Este artigo traz o seguinte regulamento: “Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. § 1.º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporcione a qualidade de funcionário. Peculato culposo § 2.º Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. § 3.º No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.” 
O bem jurídico tutelado é a proteção da Administração Pública, particularmente em relação ao seu próprio interesse patrimonial e moral. O sujeito ativo do crime somente pode ser o funcionário público e os sujeitos passivos são o Estado e as entidades de direito público, visto que se o bem móvel for particular, o proprietário ou possuidor desse bem também será sujeito passivo. 
Tratando-se do tipo objetivo e sua adequação típica, pode-se constatar que o caput do art. 312 abriga duas modalidades de peculato: a primeira diz respeito ao peculato -apropriação, referente à primeira parte, ou seja, o verbo apropriar-se significa assenhorear-se (o objeto material é o dinheiro, objeto ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem o agente a posse, abrangendo a detenção e a posse indireta, desde que lícita), em razão do cargo. A segunda parte refere-se ao peculato – desvio, onde o funcionário público dá ao objeto material aplicação diversa da que lhe foi determinada em benefício próprio ou de outrem. O § lº prevê o chamado peculato-furto, no qual o funcionário público não tem a posse do objeto material e o subtrai, ou concorre para que outro o subtraia, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. Essa facilidade "é qualquer substância de fato propícia à prática do crime, notadamente o fácil ingresso à repartição ou local onde se achava a coisa subtraída" (Nelson Hungria, Comentários ao Código Penal, v. 9, p. 350).
Em relação ao tipo subjetivo e a sua adequação típica, o elemento deste é o dolo, constituído pela vontade de transformar a posse em domínio, a exemplo do que ocorre no crime de apropriação indébita. É indispensável a presença do elemento subjetivo especial do tipo, representado pelo especial fim de agir (em proveito próprio ou alheio), presente em todas as modalidades.
Consuma-se o crime de peculato com a efetiva apropriação, desvio ou subtração do objeto material, ou seja, quando o funcionário público torna seu o patrimônio do qual detém a posse, sendo irrelevante o prejuízo efetivo para a Administração Pública. A tentativa é admissível. A doutrina classifica o peculato como crime próprio, material, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente e funcional. 
A saber, existe uma figura majorada no art. 327, §2, do Código Penal. A forma culposa ocorre quando o funcionário público concorre para que outrem se aproprie, desvie ou subtraia o objeto material em razão de sua inobservância ou dever de cuidado objetivo e necessário (§ 2.º). Dispõe o § 3.º que, na hipótese de reparação do dano, se precede à sentença criminal irrecorrível, extingue a punibilidade, visto que, se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
 A qualidade de funcionário público do agente se estende também aos co-autores ou partícipes do delito (art. 30 do Código Penal). Contudo, se o particular desconhece ser o sujeito ativo funcionário publico, responde por outro crime, excluído o peculato.
No peculato culposo, a compensação, a reparação do dano ou a restituição do objeto material não exclui o crime, constituindo apenas circunstância atenuante (art. 65, inc. III, alínea B do Código Penal).
O peculato é crime funcional próprio na sua modalidade fundamental e impróprio no § 2.º (peculato-furto). O peculato de uso não é crime (RT, 506:326, 505:305 e 547:342), salvo se o agente é prefeito municipal (Dec.-lei n. 201/67, art. l2, II). O peculato culposo admite a suspensão condicional do processo em razão da pena mínima abstratamente cominada — inferior a um ano. Vide art. 346 da Lei n. 4.737/65 (Código Eleitoral); art. l2,1, do Dec-lei n. 201/67 628 (responsabilidade de prefeitos e vereadores); art. 5a da Lei n. 7.492/86 (crimes contra o Sistema Financeiro Nacional); art. 89 da Lei n. 9.099/95 (Juizados Especiais).
Como visto anteriormente no próprio teor do artigo 312 do Código Penal, as penas cominadas, cumulativamente, são reclusão, de dois a doze anos, e multa, sendo que, se for culposo o peculato, a detenção será de três meses a um ano. E a ação penal deste crime é pública incondicionada.
 II - JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA "O crime de peculato praticado contra Autarquia da Previdência Social ocorre nas hipóteses de apropriação de indenizações acidentárias depositadas a maior em juízo, com o emprego de artifícios fraudulentos quanto à atualização monetária do débito judicial" (STJ, REsp 103.578/RJ, Rei. Vicente Leal, j. 18-10-1999). "O crime de peculato se consuma no momento em que o funcionário se apropria de dinheiro, valor ou bem móvel, de que tem a posse em razão do cargo, ou desvia em proveito próprio ou de terceiro" (TJRS, AC 698379021, Rei. Mareei Esquivei Hoppe, j. 28-12-1999). "Comete o crime previsto no art. l2,1, do dec.-lei 201/67 o prefeito municipal que desvia renda pública em proveito de terceiro, sendo irrelevante que tenha ocorrido o ressarcimento" (TJRS, PC 698801255, Rei. Constantino Lisboa de Azevedo, j. 15-6-2000). "Peculato. Serventuário da justiça (escrivão distrital). Pena acessória fixada com adequação. O escrivão distrital que se apropria de valores a ele entregues por particulares para pagamento de tributos, comete o delito de peculato, e não o de apropriação indébita, já que a confiança nele depositada por aqueles o foi 'contemplatione officii'. Entrega do numerário, por parte do prejudicado, para recolhimento de impostos (ITBI), em razão do cargo exercido pelo serventuário, e não simplesmente em face de sua genérica qualidade de funcionário público" (TJRS, RC 70000230102, Rei. Gaspar Marques Batista, j. 10-12-1999). "A extinção da punibilidade pela reparação do dano só é possível no crime de peculato culposo" (STJ, RO-HC 7.497/DF, Rei. Edson Vidigal, j. 6-8-1998). "Configura o crime de peculato, a conduta de funcionário de setor pessoal de hospital público, que a despeito de operar o saldo de recursos destinados ao pagamento da folha, deposita parte desse saldo em conta de parentes, sacando posteriormenteatravés de cheques assinados em branco, apropriando-se do dinheiro" (TJRS, AC 69211033, Rei. Gaspar Marques Batista, j. 15-10-1998). [A ESCOLHA FICA A CARGO DA ADE E DA NIKOLE]
O artigo 313 do Código Penal dispõe o seu conteúdo da seguinte forma: “Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade, que no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Pena – reclusão, de 1 (um) ano a 4 (quatro) anos, e multa.” Da mesma forma que o artigo anterior, o bem jurídico protegido também é a Administração Pública, particularmente em relação ao seu próprio interesse patrimonial e moral. O sujeito ativo pode ser apenas o funcionário público, sendo que nada impede a participação de particular e os sujeitos passivos continuam sendo o Estado e as entidades de direito público, além do que, se o bem móvel for particular, o proprietário ou possuidor desse bem também será sujeito passivo.
É certo que, o tipo objetivo e sua adequação típica remetem à conduta que consiste em apropriar-se (apossar-se) de dinheiro ou qualquer outra utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem, a exemplo do que ocorre no peculato-apropriação. É indispensável que tal erro seja espontâneo, e não provocado pelo sujeito ativo, e que ocorra em função do cargo ocupado por este. A entrega pode ser efetuada por um extraneus (sujeito alhei; estrannho) ou mesmo por outro funcionário público.
Tendo em vista o erro como elementar típica, o recebimento do objeto decorre de erro de quem faz a entrega. O erro pode ser sobre a coisa, sobre a obrigação ou sobre a quantidade da coisa devida e, particularmente, sobre quem deve recebê-la. Caracteriza-se o crime, porém, quando o funcionário que recebeu a coisa recusa-se a devolvê-la, depois de notificado. Ademais, é indispensável que o funcionário tenha recebido a coisa no exercício da função, quando devia recebê-la. Contudo, se o funcionário incide em erro ao receber o objeto não se caracteriza o crime. 
Quanto ao tipo subjetivo e sua adequação típica, o elemento que diz respeito a este é o dolo, constituído pela vontade de apropriar-se daquilo que recebeu por erro de outrem. Não há exigência de elemento subjetivo especial do injusto, como também não há previsão de modalidade culposa.
Consuma-se o crime com a efetiva apropriação, que ocorre no momento em que o agente, tomando conhecimento do erro, torna a coisa sua e admite-se, em tese, a tentativa.
Em relação a classificação doutrinária, a respeito do peculato mediante erro de outrem, trata-se de crime próprio, material, comissivo, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente e funcional. Sua forma qualificada está prevista no art. 327, § 2.º, do Código Penal.
É importante tomar atenção neste crime, pois se o agente induziu ou manteve a vítima em erro, o crime será o de estelionato. Caso a vítima faça a entrega do objeto material mediante exigência do funcionário público, responderá este pelo delito descrito no art. 316 do Código Penal. Admite-se a suspensão condicional do processo em razão da pena mínima abstratamente cominada, que é igual a um ano.
Como previsto no dispositivo legal, as penas cominadas, cumulativamente, são reclusão, de um a quatro anos, e multa, visto que a ação penal será pública incondicionada.
 II - JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA "Oficial-ajudante em vara cível estatizada, que não tem atribuição legal para receber das partes valores correspondentes a custas judiciais, não comete o crime do art. 3 12 do Código Penal. Ao se apoderar de importâncias que lhe são confiadas pelas partes com a finalidade de recolhê-las à repartição competente pratica, entretanto, a infração descrita no art. 313 do estatuto repressivo, pois recebeu as importâncias, no exercício do cargo, por erro do particular, e dela se apropriou" (TJRS. AC 695148916, Rei. Ranolfo Vieira, j. 18-6-1997). "Não incorreu em erro a funcionária que passou ao réu as correspondências, para serem franqueadas por ele, o qual no exercício da função inverteu a posse e se apropriou do numerário nelas contido" (TRF-4a Reg., AC 950435953-1 /PR. Rei. Vladimir Freitas, j. 30-4-1996). "A modalidade do art. 313 do CP, não se perfaz quando inexistiu equívoco relativo ao montante pago, omitindo-se consciente e reiteradamente, descontos impostos por lei orgânica municipal. Ainda que ocorrente erro na transferência de dinheiro ou qualquer utilidade, só se consubstancia apropriação, por parte de quem os recebeu, se recusa devolvê-los, embora notificado" (TJRS, AC 695069294, Rei. Aristides Pedroso de Albuquerque Neto, j. 3-8-1995). inserçào de dddos /W 'bos e/n ssieiiia de </:■ 'o!/nações [A ESCOLHA FICA A CARGO DA ADE E DA NIKOLE]
O artigo 313-A do Código Penal trata-se de crime de inserção de dados falsos em sistema de informações. O teor do artigo dispõe a seguinte norma: “Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, à inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: Pena – reclusão de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.”
O artigo 313-B do Código Penal prevê o crime de modificação ou alteração não autorizada de sistemas de informações, regulamentando o crime do seguinte modo: “Modificar ou alterar, o funcionário, sistemas de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.” 
O bem jurídico protegido nestes casos também é a administração pública, sendo que, o sujeito ativo somente pode ser funcionário público e ainda aquele devidamente autorizado a trabalhar com a informatização ou sistema de dados da Administração Pública. O funcionário público, não autorizado, poderá concorrer para o crime na forma do art. 29, do Código Penal, caso contrário deverá responder por outro crime. O sujeito passivo é o Estado e, eventualmente, qualquer cidadão que possa resultar lesado.
O tipo objetivo e a sua adequação típica dizem respeito às condutas tipificadas, são elas: inserir (introduzir, incluir, alimentar o sistema) ou facilitar a inserção (tornar possível, fácil, permitir) que outrem insira dados falsos; alterar (mudar, modificar) ou excluir (retirar, eliminar, remover), indevidamente, dados corretos dos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública. Qualquer das condutas tem deve ser executada sem autorização ou solicitação de autoridade competente. Neste crime não há a exigência de um fim especial, como o anterior, que exige o fim específico de obter vantagem indevida ou, simplesmente, causar dano. 
O tipo subjetivo e a sua adequação típica remetem ao elemento subjetivo que é o dolo, representado pela vontade de praticar qualquer das condutas tipificadas. Nesta infração não se exige a presença de qualquer elemento subjetivo especial do injusto. 
A doutrina classifica estes crimes como sendo próprios, formais, instantâneos, comissivos, unissubjetivos e plurissubsistentes, visto que estes se consumam com a simples prática de qualquer das condutas descritas no dispositivo, desde que sem autorização ou solicitação de autoridade competente. No entanto, a tentativa é, teoricamente, possível. 
O dispositivo que regulamenta o crime de modificação ou alteração não autorizada de sistemas de informações prevê uma causa de aumento de pena, ou seja, se da ação praticada, qualquer delas, resultar dano para a Administração Pública ou para terceiro, as penas são aumentadas de um terço até metade. Visto que, as penas cominadas, cumulativamente, são de detenção, de três meses a dois anos, e multa e a ação penal será pública incondicionada.
Não tem jurisprudência destes arts. na doutrina usada. [A ESCOLHA FICA A CARGO DA ADE E DA NIKOLE]
	O art. 314 do Código Penal aborda o crime de extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento. Assim prevê: “Extraviar livro oficial ou qualquerdocumento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente: Pena – reclusão, de 1 (um) ano a 4 (quatro) anos, se o fato não constitui crime mais grave.”
	O bem jurídico tutelado neste crime também será a administração pública. O sujeito ativo pode ser apenas o funcionário público e os sujeitos ativos são o Estado e, de forma secundária, o particular lesado pelo extravio, sonegação ou inutilização. 
	O tipo objetivo e sua adequação típica dizem respeito às condutas tipificadas no artigo, são elas: extraviar (desviar) livro oficial ou qualquer outro documento (protocolos, pareceres, plantas, relatórios, etc), de que tem a guarda em razão de cargo; sonegá-lo (deixar de apresentar); inutilizá-lo (torná-lo imprestável), total ou parcialmente.
	O elemento subjetivo, bem como sua adequação típica é o dolo constituído pela vontade de praticar qualquer das condutas tipificadas no dispositivo. Não há exigência de qualquer elemento subjetivo especial do injusto. 
O crime será consumado com o extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento, visto que a tentativa é, teoricamente, admissível, salvo na modalidade de "sonegar". A doutrina o classifica como crime próprio, funcional, unissubjetivo, plurissubsistente, subsidiário e de conteúdo variado, com figura majorada no art. 327, § 2.º do Código Penal.
É importante ressaltar que o art. 314 do Código Penal é expressamente subsidiário. Portanto, se há ofensa à fé pública, prevalece o art. 305 do mesmo Código. Não sendo o agente funcionário público, responde pelo crime do art. 337 também referente ao Código Penal. Se a sonegação ou inutilização é feita por advogado ou procurador que recebeu o documento ou objeto de valor probatório, tem-se caracterizado o crime previsto no art. 356 do Código Penal. Além disso, admite-se a suspensão condicional do processo em razão da pena mínima abstratamente cominada, que é igual a um ano.
Como visto no dispositivo legal, a pena cominada, isoladamente é de reclusão, de um a quatro anos e a ação penal será pública incondicionada.
II - JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA "Para configuração do crime domiciliado nas iras do art. 314 do Código Penal brasileiro, mister esteja presente na conduta do agente o elemento volitivo de dolo. Sua ausência implica absolvição, mormente pela inexistência de conduta culposa" (TIES, AC 32999000121, Rei. Antônio Leopoldo Teixeira, DJ, 15-8-2000, p. 35). "Processo penal: extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento — Delegado de polícia escusar-se de atender a requisição feita pelo órgão do MP ao argumento de que não lhe compete intrometer-se em assuntos operacionais de exclusiva responsabilidade da polícia, em flagrante violação ao que dispõe o art. 129, VII, da Constituição Federal, e arts. sétimo, II e nono, II, da Lei Complementar número 75/93" (TIDFT, RSE 171.597/DF (96452), Rei. [A ESCOLHA FICA A CARGO DA ADE E DA NIKOLE]
O artigo 315 do Código Penal prevê o crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas. O conteúdo de seu inteiro teor é disposto da seguinte forma: “Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei: Pena – detenção de 1 (um) ano a 3 (três) meses, ou multa.”
Como em todos os outros artigos já citados, o bem jurídico protegido é a Administração Pública, sendo que o sujeito ativo é somente o funcionário público que pode dispor das rendas e verbas públicas. E o sujeito passivo é o Estado, bem como a entidade de direito público.
Em se tratando do tipo objetivo e sua adequação típica, pode se dizer que a conduta incriminada consiste em empregar irregularmente as verbas (“dinheiros especificamente destinados pela lei orçamentária — dotações a este ou aquele serviço público ou fim de utilidade pública” — Nelson Hungria, Comentários ao Código Penal, v. 9, p. 355) ou rendas públicas (todo e qualquer dinheiro recebido da Fazenda Pública), em desacordo com a lei orçamentária especial (ele-mento normativo do tipo).
O tipo subjetivo e sua adequação típica é o dolo, constituído pela vontade consciente de empregar verbas públicas diversamente do previsto em lei, visto que não há necessidade de qualquer elemento subjetivo especial do injusto, como também não há previsão de modalidade culposa.
Consuma-se o crime com o emprego irregular de verbas ou rendas públicas, sendo que admite-se, teoricamente, a tentativa. A doutrina faz a classificação deste crime como sendo próprio, formal, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente e funcional. Tal crime também possui figura majorada no art. 327, § 2.º, do Código Penal. 
É interessante salientar que esse crime se distingue do constante art. 312 do Código Penal, pelo fato de o agente não visar proveito próprio ou alheio, em prejuízo da Administração Pública. Além do mais, admite-se a suspensão condicional do processo em razão da pena mínima abstratamente cominada, que é inferior a um ano. Vide Lei n. 1.079/50, art. 11, se o sujeito ativo do delito for o Presidente da República, e art. l, II, do Dec.-lei n. 201/67 (responsabilidade de prefeitos e vereadores), caso o agente seja o Prefeito Municipal; art. 346 da Lei n. 4.737/65 (Código Eleitoral); art. 23 da Lei n. 7.492/86 (crimes contra o Sistema Financeiro Nacional).
Com relação as penas, estas são cominadas, alternativamente, as penas de reclusão, de um a três meses, ou multa, visto que a ação pena será pública incondicionada.
II - JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA "Crime de responsabilidade. Emprego irregular de verba pública. Mesmo em crimes formais, é indispensável a presença de conduta dolosa. Assim, demonstrado o propósito de agir regularmente e em benefício da coletividade, não há que se punir o agente por crime de responsabilidade" (TACrimSP, AC, Rei. Mendes Pereira, RT, 464:385). "Tratando-se de crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas, necessária é, para a sua configuração, a existência de dolo específico. Ausente este, a irregularidade somente interessa sob o aspecto administrativo" (TJMG, AC, Rei. Agostinho de Oliveira, RT, 497:362). [A ESCOLHA FICA A CARGO DA ADE E DA NIKOLE]

Outros materiais