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Reciclagem de Resíduos da Construção Civil Final

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE VIABILIDADE DE UMA EMPRESA DE RECICLAGEM DE 
RESÍDUOS DE MADEIRA DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2016 
 
 
 
 
CAROLINA SOLDERA 
PEDRO CORDEIRO NEVES 
RAFAELA APARECIDA FRANCISCO 
THAIS APARECIDA SOARES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE VIABILIDADE DE UMA EMPRESA DE RECICLAGEM DE 
RESÍDUOS DE MADEIRA DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
Trabalho de graduação apresentado à disciplina 
de Elaboração de Projetos Florestais do Curso de 
Engenharia Florestal, Setor de Ciências Agrárias 
da Universidade Federal do Paraná. 
Orientador: Prof. Dr. Romano Timofeiczyk Junior 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2016 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
LISTA DE SIGLAS ............................................................................................................... 8 
LISTA DE FIGURAS............................................................................................................. 9 
LISTA DE TABELAS .......................................................................................................... 10 
AGRADECIMENTOS .......................................................................................................... 11 
1 SUMÁRIO EXECUTIVO................................................................................................... 10 
2 PREMISSAS DO PROJETO ............................................................................................ 11 
3 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO .............................................................. 11 
3.1 DESCRIÇÃO DO PRODUTO .................................................................................... 12 
3.2 LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ................................................................ 12 
3.3 COMERCIALIZAÇÃO ................................................................................................ 14 
3.4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA EMPRESA .................................................... 15 
3.4.1 Equipamentos de Proteção Individual ................................................................. 16 
3.5 ASPECTOS LEGAIS ................................................................................................. 17 
3.5.1 Âmbito Municipal ................................................................................................. 17 
3.5.2 Âmbito Federal .................................................................................................... 20 
4 ANÁLISE DE MERCADO ................................................................................................ 20 
4.1 CONTEXTO NO BRASIL ........................................................................................... 20 
4.2 ÁREA GEOGRÁFICA DE INTERESSE ..................................................................... 23 
4.3 DEMANDA DO MERCADO ....................................................................................... 24 
4.4 PRODUTOS SUBSTITUTOS E CONCORRENTES .................................................. 28 
4.5 OFERTA DE MATÉRIA PRIMA ................................................................................. 29 
4.5.1 Investimentos na construção civil e urbana ......................................................... 29 
4.5.2 Composição dos resíduos da construção civil ..................................................... 30 
4.5.3 Volume de resíduos de madeira gerados em Sorocaba ...................................... 31 
4.6 ANÁLISE SWOT ........................................................................................................ 34 
4.6.1 Características da análise SWOT ....................................................................... 34 
4.6.2 Forças ................................................................................................................. 35 
4.6.3 Fraquezas ........................................................................................................... 36 
4.6.4 Oportunidades .................................................................................................... 37 
4.6.5 Ameaças ............................................................................................................. 37 
4.6.6 Matriz SWOT ...................................................................................................... 38 
5 DELINEAMENTO ESTRATÉGICO .................................................................................. 40 
5.1 CERTIFICAÇÃO ISO 14.001 ..................................................................................... 40 
6 DESCRIÇÃO TÉCNICA DO EMPREENDIMENTO .......................................................... 41 
 
 
 
 
6.1 PROCESSO PRODUTIVO E MÁQUINAS ................................................................. 41 
6.2 INFRAESTRUTURA .................................................................................................. 45 
6.3 LAYOUT DA EMPRESA ............................................................................................ 45 
6.4 INSUMOS NECESSÁRIOS ....................................................................................... 47 
6.5 QUADRO DE FUNCIONÁRIOS DA EMPRESA ......................................................... 47 
7 DESCRIÇÃO DE CUSTOS .............................................................................................. 50 
7.1 INVESTIMENTOS ..................................................................................................... 50 
7.1.1 Terreno ............................................................................................................... 50 
7.1.2 Construções ........................................................................................................ 51 
7.2 CUSTOS FIXOS ........................................................................................................ 51 
7.2.1 Frota de veículos................................................................................................. 51 
7.2.2 Caçambas ........................................................................................................... 52 
7.2.3 Maquinário .......................................................................................................... 52 
7.2.4 Certificação ......................................................................................................... 53 
7.2.5 Salários ............................................................................................................... 54 
7.2.6 Equipamentos de Segurança Individual .............................................................. 55 
7.3 CUSTOS VARIÁVEIS ................................................................................................ 57 
7.3.1 Manutenção ........................................................................................................ 57 
7.3.2 Energia elétrica necessária ................................................................................. 58 
7.3.3 Água utilizada ..................................................................................................... 58 
7.4 CAPITAL DE GIRO ................................................................................................... 58 
7.5 DESCRIÇÃO DAS RECEITAS DO EMPREENDIMENTO ......................................... 59 
7.5.1 Preço do cavaco ................................................................................................. 59 
7.5.2 Aluguel das caçambas ........................................................................................ 59 
7.6 TRIBUTAÇÃO ...........................................................................................................60 
7.6.1 PIS ...................................................................................................................... 61 
7.6.2 COFINS .............................................................................................................. 61 
7.6.3 Imposto de Renda de pessoa jurídica ................................................................. 62 
7.6.4 CSLL ................................................................................................................... 62 
7.6.5 ICMS ................................................................................................................... 62 
7.6.6 IPI ....................................................................................................................... 63 
8 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA DO PROJETO .......................................... 63 
8.1 TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA) ................................................................ 63 
8.2 HORIZONTE DE PLANEJAMENTO .......................................................................... 65 
8.3 VALOR LÍQUIDO PRESENTE (VPL) ......................................................................... 65 
8.4 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) ....................................................................... 66 
 
 
 
 
8.5 RAZÃO BENEFICIO-CUSTO (RBC) .......................................................................... 67 
8.6 VALOR ANUAL UNIFORME EQUIVALENTE (VAUE) ............................................... 68 
8.7 ANÁLISE DE CENÁRIOS .......................................................................................... 68 
8.8 PONTO DE EQUILÍBRIO .......................................................................................... 68 
8.8.1 Ponto de equilíbrio operacional (PEO) .................................................................... 69 
8.8.2 Ponto de equilíbrio financeiro ou de caixa (PEF) .................................................... 69 
8.9 DEPRECIAÇÃO ........................................................................................................ 70 
9 RESULTADOS ................................................................................................................ 71 
10 CONCLUSÃO ................................................................................................................ 74 
ANEXOS ............................................................................................................................. 84 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
ABRELP: Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos 
Especiais 
CCEE: Câmara de Comercialização de Energia Elétrica 
CETESB: Companhia Ambiental do Estado de São Paulo 
COFINS: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social 
CONAMA: Conselho Nacional do Meio Ambiente 
CTR: Central de Tratamento de Resíduos 
FGTS: Fundo de Garantia do Tempo de Serviço 
IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis 
INSS: Instituto Nacional de Seguro Social 
IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados 
IPT: Instituto de Pesquisa Tecnológica 
PAC: Plano de Aceleração de Crescimento 
PIB: Produto Interno Bruto 
PIS: Programa de Integração Social 
PGRCC: Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil 
PNUD: Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento 
RCC: Resíduos da Construção Civil 
RSU: Resíduos Sólidos Urbanos 
SECOVI: Sindicato de Habitação e Condomínios 
SIGOR: Sistema de Gestão de Resíduos da Construção Civil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
FIGURA 1: ESQUEMA ILUSTRATIVO DAS ATIVIDADES PROPOSTAS................10 
FIGURA 2: EXEMPLO DE CAÇAMBA QUE DEVE SER UTILIZADA EM 
SOROCABA………………………………………………………………………………..17 
FIGURA 3: TIPOS DE RESÍDUOS DE MADEIRA ENCONTRADOS EM 
DIFERENTES OBRAS NO MUNICÍPIO DE CURITIBA, 2013..................................20 
FIGURA 4: PERCENTAGEM DO NÚMERO DE CONTAMINANTES PRESENTES 
NOS RESÍDUOS DE MADEIRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL EM CURITIBA, 
2013...................................………………………………………………………………..20 
FIGURA 5: MAPA DEMONSTRATIVO DA ÁREA GEOGRÁFICA DE INTERESSE.22 
FIGURA 6: POTENCIAL DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DE 
RESÍDUOS FLORESTAIS (SILVICULTURA)............................................................23 
FIGURA 7: USINAS TERMELÉTRICAS A BIOMASSA EM OPERAÇÃO E 
POTÊNCIA INSTALADA POR ESTADO – SITUAÇÃO EM SETEMBRO DE 2003..24 
FIGURA 8: POLIGUINDASTE DUPLO COM CAÇAMBAS DE 7M³..........................31 
FIGURA 9: CALHA DE ENTRADA QUE ALIMENTA O PICADOR...........................32 
FIGURA 10: DETECTOR DE METAL........................................................................32 
FIGURA 11: PICADOR DE FACA.............................................................................32 
FIGURA 12: AFIADOR DE FACAS (ESQUERDA) E UMA FACA (DIREITA)...........33 
FIGURA 13: CORREIA DE SAÍDA............................................................................34 
FIGURA 14: LAYOUT EXTERNO DA EMPRESA.....................................................35 
FIGURA 15: LAYOUT INTERNO DA EMPRESA......................................................36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
TABELA 1: DISTÂNCIAS ENTRE SOROCABA E OS PRINCIPAIS MUNICÍPIOS 
INDUSTRIAIS DA REGIÃO.......................................................................................12 
TABELA 2: QUADRO DE FUNCIONÁRIOS DA EMPRESA....................................37 
TABELA 3: PREÇOS DOS EQUIPAMENTOS USADOS NA PRODUÇÃO..............40 
TABELA 4: CUSTO DOS SALÁRIOS DO QUADRO DE PROFISSIONAIS DA 
EMPRESA…………………………………………………………………………………..41 
TABELA 5: PREÇOS DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL..........43 
TABELA 6: PREÇOS DOS EXTINTORES................................................................44 
TABELA 7: DESCRIÇÃO DOS IMPOSTOS INCIDENTES.......................................46 
TABELA 8: RESULTADOS PARA OS CRITÉRIOS DE ANÁLISE ECONÔMICA.... 51 
TABELA 9: ANÁLISE DO CENÁRIO 1......................................................................51 
TABELA 10: ANÁLISE DO CENÁRIO 2....................................................................52 
TABELA 11: ANÁLISE DO CENÁRIO 3....................................................................52 
TABELA 12: ANÁLISE DO CENÁRIO 4....................................................................52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Nós gostaríamos de agradecer ao professor Romano Timofeiczyk Junior por 
toda as oportunidades em que pode nos tirar as dúvidas a respeito da elaboração 
deste projeto, bem como aos professores Dimas Agostinho da Silva e Carlos Roberto 
Sanquetta pelo suporte dado na parte técnica do trabalho. Agradecemos também a 
Construtora Lotus; a Construtora Just; a Pedro Granado Imóveis; e a Plaenge 
Empreendimentos por toda recepção e atenção em nos fornecer dados e sanar 
dúvidas a respeito do setor da construção civil e mercado imobiliário. A respeito da 
parte produtiva do processo, também agradecemos as empresas Divino Entulho; 
Construmax; Raphael Terraplanagem; Freitas Entulhos; Goulart Construções; e CLV 
Disk Entulho pelo suporte dado em como funciona o serviço de aluguel e transporte 
das caçambas de resíduos. Muito importante agradecer também a Divisão de 
Planejamento e Desenvolvimento Sócio Habitacional da prefeitura de Sorocaba e ao 
Secovi-SP pelo auxílio na quantidadede obras de casas e prédios construídos no 
respectivo município. Por fim, nós gostaríamos de agradecer a empresa Lippel por 
toda a paciência e solicitude em tirar todas as nossas dúvidas e em fornecer todos os 
dados técnicos e valores a respeito das máquinas utilizadas no processo de produção 
de cavacos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
1 SUMÁRIO EXECUTIVO 
 
O presente projeto apresenta um estudo de viabilidade de uma empresa que 
recicla resíduos de madeira provenientes da construção civil no município de 
Sorocaba, SP, visando a produção de cavacos para comercialização nas indústrias 
da região. 
Os principais objetivos deste projeto foram a apresentação do estudo 
detalhado de mercado de cavacos de madeira na região de trabalho, incluindo 
aspectos de oferta de matéria-prima e potencial demanda do produto; descrição de 
todo o processo produtivo com dimensionamento de custos e receitas obtidas ao 
longo do horizonte de planejamento e avaliação de viabilidade a partir de indicadores 
econômicos: VPL, TIR, VAUE, RBC. 
Para que a empresa possa iniciar suas atividades, será necessário um 
investimento inicial de R$ 5.661.449,56, o qual inclui a aquisição de um terreno de 
8.400 m² para a instalação e edificação da sede da empresa, aquisição de 
maquinários e veículos necessários para funcionamento das atividades além de 
capital de giro para os três primeiros meses de atividade. 
A partir destes investimentos, será possível alcançar um VPL de R$ R$ 
169.101,30 ao longo de um período de 10 anos de atividade, visando o 
estabelecimento da empresa no mercado e sua lucratividade, considerando uma taxa 
mínima de atratividade de 10% a.a. 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
2 PREMISSAS DO PROJETO 
 
A elaboração da proposta de implementação da CICLUS, empreendimento que 
se baseia na produção de cavacos a partir do reaproveitamento de resíduos de 
madeira da construção civil, foi realizada e analisada economicamente levando em 
consideração as seguintes premissas: 
 
· Investidor com interesse no setor de reciclagem de madeira; 
· Viabilidade financeira: Investidor possui capital disponível; 
· A taxa mínima de atratividade (TMA) estipulada pelo investidor é de 10%; 
· O horizonte de planejamento estipulado é de 10 anos, sem reinvestimento. 
3 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 
 
As atividades propostas pela CICLUS são de recolhimento de resíduos de 
madeira da construção civil com transporte próprio e posterior beneficiamento em 
unidade produtiva da empresa para geração de cavacos, os quais serão 
comercializados com fins energéticos para as indústrias localizadas próximas à sede 
do empreendimento, conforme FIGURA 1: 
 
FIGURA 1: ESQUEMA ILUSTRATIVO DAS ATIVIDADES PROPOSTAS. 
 
 FONTE: OS AUTORES (2016). 
 
12 
 
 
 
3.1 DESCRIÇÃO DO PRODUTO 
 
O cavaco é um recurso renovável, composto por lascas cisalhadas, com um 
comprimento variável entre 5 e 50 mm, obtidas a partir da picagem dos materiais de 
madeira recolhidos, que na sua maioria destina-se a produção de energia em fornos 
e caldeiras, por apresentar boas características energéticas e melhor desempenho 
no que diz respeito ao seu escoamento em silos (NASCIMENTO; BIAGGIONI, 2010). 
Segundo a empresa Lippel, a correta classificação granulométrica dos 
cavacos permite prever a energia liberada na combustão assim como assegurar o 
fluxo dos cavacos pelo sistema de alimentação. Cavacos muito grandes impedem o 
fluxo do material pelo sistema, causando entupimento. Partículas muito finas 
queimam rapidamente na câmara de combustão, conduzindo a variação de calor e a 
formação de cinzas. 
Sendo, portanto, classificado como “pequeno” (LIPPEL, 2014). A correta 
classificação dos cavacos e a busca pela homogeneização do produto será prezado 
pela empresa, uma vez que objetiva-se comercializar um cavaco de qualidade 
superior. 
O cavaco gerado possuirá uma qualidade superior também devido ao fato da 
matéria prima apresentar baixo teor de umidade, variando entre 20 e 25%. A 
densidade do cavaco será de 220 a 260 kg/m³, com poder calorífico entre 3.100 a 
3.300 kcal/kg, 2% de cinza e granulometria aproximada de 2 x 4 x 8 cm. 
3.2 LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 
 
O presente empreendimento será implementado no município de Sorocaba, 
no estado de São Paulo. 
Um importante aspecto considerado para a escolha da localização deste 
empreendimento foi a proximidade com depósitos de lixo autorizados e Centrais de 
Tratamento de Resíduos (CTR) para facilitar o descarte dos materiais que não serão 
reciclados, uma vez que a etapa de descarte representará um custo elevado para a 
empresa. O município de Sorocaba inaugurou em 2008 um aterro especializado para 
descarte de resíduos de construção civil, localizado na Avenida General Motors, nº 
200. 
13 
 
 
 
Outro aspecto que determinou a escolha da localização do empreendimento 
foi o preço da terra e um potencial crescimento na construção civil (tanto habitacional 
quanto de infraestrutura urbana) para garantir a disponibilidade de matéria-prima. 
Além disso, o município deve apresentar desenvolvimento industrial acentuado, para 
garantir potenciais compradores do produto gerado. O município de Sorocaba, 
próximo ainda de municípios como Jundiaí, Campinas e São Paulo, se enquadra 
como tal. 
 
TABELA 1: DISTÂNCIAS ENTRE SOROCABA E OS PRINCIPAIS MUNICÍPIOS INDUSTRIAIS DA 
REGIÃO. 
Trajeto Distância 
Sorocaba – Campinas 85,8 km 
Sorocaba - São Paulo 101,2 km 
Sorocaba – Jundiaí 88,6 km 
Sorocaba – Piracicaba 107,7 km 
Sorocaba – Tatuí 64 km 
Sorocaba – Itu 35,6 km 
Sorocaba – Salto 42,5 km 
 
FONTE: GOOGLE MAPS (2016) 
 
Sorocaba é o oitavo município mais populoso de São Paulo, com 623.789 
habitantes e apresenta um crescimento populacional de aproximadamente 8% ao ano 
(SEADE, 2015). O município é conhecido pela sua economia sólida, grande poder 
aquisitivo da população e as facilidades para concessão de crédito, fatores que 
impulsionam o mercado imobiliário e evidenciam a necessidade de crescentes 
investimentos em infraestrutura urbana (ILIOVITZ, 2004). De acordo com dados de 
2013 do PNUD, o município de Sorocaba alcançou 0,798 no Índice de 
Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), que vai de 0 a 1,0. Isso representa o 
47° melhor IDHM do país e o 25° no estado de São Paulo. Este índice é considerado 
alto e muito próximo do maior nível que é a partir de 0,8 (SILVA, 2013). 
14 
 
 
 
Sob essa análise, verifica-se que haverá em Sorocaba boa disponibilidade de 
matéria-prima ao longo dos anos, atrelado ao fato de haver apenas uma empresa 
(Salmeron) atuante nesta linhagem específica na região, ao contrário do que é 
observado em outros municípios como Curitiba, por exemplo, com mais de 5 
empresas atuantes na reciclagem de resíduos da construção civil. De acordo com as 
estimativas, a empresa concorrente recicla aproximadamente 24% ou 400 m³ de 
resíduos de madeira de um total de 3.300 m³ produzidos mensalmente em Sorocaba. 
Estes números são baseados em cálculos que levam em conta quanto cada metro 
quadrado construído gera de metro cúbico de resíduo de madeira. Este cálculo é 
melhor explicado no tópico sobre a oferta de matéria-prima (ENGECAMPUS, 2015). 
O que mostra que há espaço para entrada de mais empresas no setor. 
Além disso, a região metropolitana de Sorocaba possui uma zona industrial 
bastante consolidada, destacando-se o setor alimentício e a siderurgia. A região que 
compreendeo município de Sorocaba e Campinas responde por cerca de 33,5% do 
PIB industrial paulista, dados que demonstram que na região existe uma forte 
demanda por cavacos de madeira para a geração de energia. (SEADE, 2015). Por 
fim, dados de março de 2016 do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados 
(Caged) mostram que o setor da indústria teve um saldo negativo de empregos 543 
de postos de empregos fechados. Isso significa que há mão-de-obra disponível no 
mercado, mais trabalhadores procurando por uma oportunidade de emprego na 
região de Sorocaba (OLIVEIRA, 2016). 
3.3 COMERCIALIZAÇÃO 
 
Pelo fato da empresa estar localizada em Sorocaba, a produção será 
destinada principalmente para as principais empresas na região metropolitana de 
Sorocaba e que estejam em um raio médio de 100 km da sede da empresa. Desta 
forma, todas as cidades dentro deste raio médio ou que estejam próximo a ele serão 
atendidas com o fornecimento de cavacos, isso inclui cidades como Piracicaba e São 
Paulo que estão a pouco mais de 100 km de Sorocaba. As cidades incluídas nesta 
área de atuação são conhecidas como grandes consumidoras da biomassa florestal. 
Isso se deve ao fato da grande presença de empresas metalúrgicas, siderúrgicas e 
do ramo alimentício, sendo assim o cavaco de madeira reciclada entra como mais 
15 
 
 
 
uma fonte de energia mais barata que as demais e ser proveniente de um recurso 
renovável. 
A comercialização será principalmente dos ramos siderúrgicos, metalúrgicos 
e alimentícios, bem como todas as possíveis fábricas que necessitem de fontes de 
biomassa florestal para a geração de energia ou vapor. A entrega do produto será 
feita pela própria empresa que dispõe de caminhões basculantes para o transporte 
dos cavacos de madeira reciclada. A divulgação do serviço de reciclagem se dará 
através de contato com as construtoras, sindicatos de construtores e órgãos públicos 
de habitação e construção civil. Da mesma que a divulgação do produto ocorrerá 
através do contato com sindicatos e associações de classe dos ramos citados 
anteriormente, divulgação com funcionários da própria empresa e pela internet 
através de um website. 
3.4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA EMPRESA 
 
A CICLUS propõe a fabricação de cavacos a partir do reaproveitamento de 
resíduos de madeira da construção civil. 
A obtenção da matéria prima será realizada a partir da coleta do material nas 
obras, onde a separação da madeira dos demais resíduos da construção será 
realizada no próprio canteiro de obras e colocada em caçambas da CICLUS que 
permanecerão nas obras para carregamento e serão periodicamente recolhidas por 
caminhão poliguindaste e levadas à sede da empresa. 
Esse material será posteriormente transformado em cavaco à partir do 
eficiente processo produtivo da empresa adaptado para as características dos 
insumos oriundos das construções que eventualmente podem apresentar metais 
como pregos e entre outros, e atendendo altos níveis de qualidade do produto final 
obtendo cavaco diferenciado pelo teor de umidade reduzido e poder calorífico 
superior. 
O cavaco acabado é transportado em caminhões basculantes, utilizando-se 
da frota da própria CICLUS, onde o produto é carregado e basculado pelos 
caminhões da empresa, e existe ainda a opção do cliente retirar o cavaco com seus 
caminhões, fazendo uso dos acessos e rampas de carregamento oferecidas pela 
empresa. 
16 
 
 
 
Embora não exista nenhum serviço terceirizado na CICLUS e todas as 
atividades sejam realizadas pela empresa, a dependência de coletar seus insumos 
nas obras significa não garantir a produção de sua matéria prima o que classifica a 
gestão organizacional da empresa em estrutura horizontalizada. 
Diferentemente da estrutura verticalizada onde a estratégia das empresas 
prevê que a empresa produzirá internamente tudo que utiliza para fabricação do 
produto final, pode ser definida basicamente como uma estratégia em que a empresa 
“faz tudo”. A verticalização era decorrente da preocupação em manter o controle 
sobre as tecnologias de processo, de produtos e negócios (segredos industriais), 
entre outras. Porém, o elevado número de atividades realizado internamente 
acarretou problemas gerenciais devido ao aumento do porte das empresas e 
atividades não ligadas diretamente ao negócio principal, com consequências para a 
perda da eficiência e o aumento do custo de produção. A horizontalização passou a 
ser uma opção para a manutenção da competitividade das empresas e tornou-se a 
preferência das estruturas organizacionais das empresas modernas tendo em vista 
às vantagens de redução de custos, flexibilidade para definir volumes de produção e 
foco no principal produto da empresa. 
 
3.4.1 Equipamentos de Proteção Individual 
 
Segundo a Norma Regulamentadora nº 6 (NR6), considera-se Equipamento de 
Proteção Individual (EPI) todo dispositivo ou produto de uso individual pelo 
trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a 
saúde no trabalho. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, 
EPI adequado ao risco, além de exigir o uso, orientar e treinar o trabalhador sobre o 
uso adequado e sobre a conservação do EPI, além de substituir imediatamente 
quando danificado. Na empresa deste projeto, os equipamentos de proteção 
individual utilizados pelos funcionários serão: 
 
a) Óculos de proteção visual – equipamento fornecido a todos os funcionários e 
visitantes da empresa que acessem a área de produção; 
b) Luvas de proteção – equipamento fornecido ao operador do picador de 
madeira, refere-se a um par de luvas confeccionado em malha tricotada com 
17 
 
 
 
fios de aço que protege o operador de agentes cortantes e perfurantes na 
região das mãos; 
c) Coletes refletivos – equipamento fornecido a todos os funcionários e visitantes 
da empresa que acessem a área de produção e as áreas de carga e descarga 
de materiais, evitando acidentes através da eficiente visibilidade do colete 
sinalizando a presença das pessoas nestes locais; 
d) Protetor auricular com embalagem para conservação – equipamento fornecido 
a todos os funcionários e visitantes da empresa que acessem a área de 
produção, protegendo contra os ruídos sonoros gerados no processo 
produtivo; 
e) Capacete - equipamento fornecido a todos os funcionários e visitantes da 
empresa que acessem a área de produção e as áreas de carga e descarga de 
materiais; 
f) Calçado de proteção - equipamento fornecido a todos os funcionários da 
empresa que acessem a área de produção, assistentes de limpeza e 
motoristas; 
 
3.5 ASPECTOS LEGAIS 
3.5.1 Âmbito Municipal 
 
Em abril de 2016, Sorocaba aderiu ao Sistema de Gestão de Resíduos da 
Construção Civil (SIGOR), o qual permite o monitoramento da gestão de resíduos da 
construção civil desde a geração até a sua destinação final, incluindo transporte. Esta 
iniciativa demonstra a preocupação ambiental do município atrelado a problemática 
da etapa de destinação dos resíduos da construção. A princípio, todas as obras acima 
de 1.000 m² devem se cadastrar no SIGOR e gradualmente objetiva-se o 
cadastramento de todas as obras do município. Este cadastro poderá facilitar a 
identificação da matéria-prima em Sorocaba, além de facilitar a logística e o 
planejamento da produção. 
 De acordo com o Plano Diretor de Resíduos Sólidos de Sorocaba, todas as 
construções que produzem mais que 1 m³ de resíduos por dia devem elaborar um 
“Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos”, no qual deve constar qual será a 
destinação destes resíduos. Esta temática também é retratada pela Lei 12.305 de 
18 
 
 
 
2010, a qualdiz que a responsabilidade pelo correto descarte dos resíduos RCC é do 
gerador, o qual deve “contratar uma empresa especializada para fazer o transporte 
do resíduo até um local licenciado.” 
Frente a essa necessidade de descarte dos RCCs, foi fundado um Aterro 
Especial para descarte de Resíduos Inertes no município de Sorocaba. Entretanto, 
estes aterros só permitem descarte de Resíduos de Classe “A”, conforme Resolução 
CONAMA 307 de 2002, o que torna necessário a existência de empresas que reciclem 
os resíduos das outras classes, como é o caso da madeira que se enquadra na Classe 
“B”. 
Ainda de acordo com a Resolução CONAMA 307 de 2002 e 448 de 2012, os 
empreendimentos que produzem resíduos da “Classe B” devem ser reciclados ou 
encaminhados a áreas de armazenamento para futura reciclagem por empresas 
especializadas. A Resolução de 307 também obriga que todos os municípios 
elaborem um “Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil” para 
estabelecer os procedimentos necessários para a correta destinação dos RCCs. 
Sorocaba elaborou seu Plano de Gerenciamento de Resíduos no ano de 
2014, no qual apresenta as dificuldades e iniciativas do município, além das 
necessárias implantações de campanhas de conscientização ambiental e incentivos 
fiscais. 
Em um aspecto municipal, Sorocaba oferece incentivos fiscais para empresas 
que atuam com reciclagem de resíduos, de tal forma a oferecer a isenção de 100% 
das taxas que incidam na aprovação de projetos de construção, instalação ou 
ampliação de unidades e isenção de 100% do Imposto Sobre Serviço de Qualquer 
Natureza, para as empresas que entrarem com Processo Administrativo a favor do 
Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social e Secretaria do 
Desenvolvimento Econômico e comprovarem sua excepcional importância para o 
município. 
A respeito da legislação que norteia a circulação de caçambas pelo município 
de Sorocaba e a coleta de resíduos sólidos, a lei de nº 5.315 de 1996 cita que as 
caçambas deverão ser pintadas com esmalte sintético da cor amarelo ouro, com 
faixas zebradas para permitir a visualização noturna e com o nome e telefone da 
empresa responsável gravados, conforme FIGURA 2. 
 
 
19 
 
 
 
FIGURA 2: EXEMPLO DE CAÇAMBA QUE DEVE SER UTILIZADA EM SOROCABA. 
 
FONTE: CLV DISK ENTULHOS (2016). 
 
A respeito da colocação das caçambas nas obras, atividade de 
responsabilidade compartilhada da empresa e das obras e construções, ainda deve-
se observar que: 
 
a. é proibida a colocação de caçambas a menos de dez metros do 
alinhamento da guia da rua mais próxima, em esquinas ou pontos de ônibus; 
b. se houver restrições de horários nas zonas centrais para carga e 
descarga, a colocação de caçambas deve obedecer as mesmas restrições; 
c. é permitida a colocação de caçambas sobre a calçada apenas em casos 
de impossibilidade de colocá-las sobre as ruas sem obstrução do trânsito. Deve-se 
observar entretanto, a necessidade de deixar 1,5 m na via pública para circulação de 
pedestres. 
 
Já a respeito do transporte de caçambas com entulho, atividade que será de 
inteira responsabilidade da empresa, deve-se observar o que segue: 
 
a. obrigatório trafegar com a carga rasa, limitada a borda da caçamba; 
b. cobrir as caçambas para impedir a queda de entulhos; 
c. se o transporte ocasionar danos e riscos às pessoas, a empresa 
responsável assumirá as multas e sanções. 
 
20 
 
 
 
3.5.2 Âmbito Federal 
 
Na esfera nacional, um projeto de lei que beneficia as empresas que 
trabalham com reciclagem de resíduos foi aprovado pela Comissão de Meio Ambiente 
e Desenvolvimento Sustentável, atualmente aguardando votação no Plenário da 
Câmera. De acordo com este Projeto de Lei, serão oferecidos incentivos fiscais como 
redução pela metade das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), 
do PIS e do COFINS para as empresas que atuam com a reciclagem de resíduos 
sólidos e a produção de energia renovável, como é o caso da empresa deste projeto. 
O sancionamento desta lei apresentará uma perspectiva positiva para a instalação e 
funcionamento da empresa nos próximos anos. 
Entretanto, a lei vigente atual de nº 11.196 de 2005, conhecida como a Lei do 
Bem, não beneficia a empresa proposta diretamente. Esta lei trata a respeito da 
redução dos impostos IPI, PIS E COFINS apenas para empresas de reciclagem que 
reciclam resíduos das categorias: plástico, papel, vidro, ferro, aço, cobre, níquel, 
alumínio e estanho, não incluindo as recicladoras de madeira. 
4 ANÁLISE DE MERCADO 
4.1 CONTEXTO NO BRASIL 
 
O Brasil é um país em desenvolvimento, e, como tal, presencia uma crescente 
demanda por investimentos em obras de construção civil no segmento habitacional 
(com uma população de mais de 200 milhões de pessoas) e principalmente no de 
infraestrutura, com uma forte demanda para a construção e manutenção de estradas, 
portos e ferrovias que são elementos chave para o crescimento socioeconômico do 
país. 
Objetivando este desenvolvimento, existem no país alguns programas de 
incentivo, como o Plano de Aceleração de Crescimento (PAC), lançado em 2007 e 
renovado no ano de 2011, quando foi lançado o PAC 2, no qual o governo espera 
realizar investimentos na ordem de R$ 955 bilhões no ramo da infraestrutura 
(PEREIRA, 2014). Desde então vem sendo feitos investimentos na infraestrutura 
urbana do município, tais como obras de mobilidade urbana como é o caso da 
21 
 
 
 
revitalização de vias públicas. Onde no ano de 2015, quase 70 mil m² de ruas foram 
recapeadas na cidade (PREFEITURA, 2015). Ainda de acordo com o governo federal, 
esta segunda etapa do PAC, contemplam investimentos entre os anos de 2015 e 
2018. Desta forma há uma expectativa de mais investimos nos próximos anos 
(PLANEJAMENTO, 2015). 
O crescimento da construção civil, de importância socioeconômica 
inderrogável, também resulta em um problema ambiental, no que se refere, 
principalmente, à ineficiente gestão de resíduos de construção civil (os chamados 
RCC) do Brasil. 
De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e 
Resíduos Especiais (ABRELP), aproximadamente 60% de todo o lixo urbano advém 
dos RCCs, representados por mais de 33 milhões de tonelada por ano de produção 
destes resíduos, de um total de 61 milhões de RSUs (SENADO, 2012). 
Segundo Nagalli et. al (2013), cerca de 31% dos resíduos gerados em uma 
obra de edifício residencial são de madeira, sendo que este número pode ser ainda 
maior ao se considerar apenas a fase estrutural do empreendimento, uma vez que a 
grande maioria dos resíduos de madeira são do tipo vigota, caibro, tábua, sarrafo, ripa 
e painel compensado (FIGURA 3). Normalmente, estes resíduos são descartados, 
sem qualquer tipo de tratamento. (MIRANDA et. al, 2009). Como é muito difícil 
encontrar estudos a respeito da quantidade de resíduos gerados de madeira em uma 
obra, foram utilizados dados de obras realizadas em Curitiba. Mas que serve para se 
ter uma boa noção, porque são obras de prédios e casas, o mesmo tipo de 
construções de que serão recolhidos os resíduos em Sorocaba. Segundo dados da 
consultoria Engecampus (2015), 36% dos resíduos da construção do 
empreendimento Marc Chagall, que se trata de um prédio de alvenaria, são de 
madeira. Isso totaliza em aproximadamente 200 m³ de resíduos lignocelulósicos para 
uma obra com 37 apartamentos, sendo a menor planta de apartamento com 182 m² 
de área construída (PLAENGE, 2015). O cálculo detalhado a respeito desta obra e da 
expectativa de resíduos gerados estão no tópico sobre a oferta de matéria-prima.FIGURA 3: TIPOS DE RESÍDUOS DE MADEIRA ENCONTRADOS EM DIFERENTES OBRAS NO 
MUNICÍPIO DE CURITIBA, 2013. 
22 
 
 
 
 
FONTE: ANDRÉ NAGALLI ET AL (2013). 
 
Segundo Nagalli et al.(2013), uma das maiores dificuldades encontradas para 
o reaproveitamento dos resíduos de madeira é a contaminação com outros produtos 
da construção civil, como o apresentado na FIGURA 4, referente a uma pesquisa 
realizada em Curitiba no ano de 2013, que indica o número de contaminantes 
presentes nos resíduos de madeira de construção civil da cidade. Por esse motivo, 
os empreendimentos que trabalham com reciclagem de resíduos da construção civil 
separam estes resíduos previamente no próprio canteiro de obra. 
 
FIGURA 4: PERCENTAGEM DO NÚMERO DE CONTAMINANTES PRESENTES NOS RESÍDUOS 
DE MADEIRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL EM CURITIBA, 2013. 
 
 
FONTE: ANDRÉ NAGALLI ET. AL (2013). 
 
Atrelado à crescente necessidade de destinação final dos RCCs, surge em 
nível nacional e mundial a necessidade de substituir os combustíveis fósseis por fonte 
23 
 
 
 
de energias renováveis, como a biomassa florestal. Esta tendência vem acontecendo 
por diversas questões ambientais, sociais e econômicas. Do ponto de vista ambiental 
o uso de combustíveis fósseis, e as emissões dos gases provenientes deles, é uma 
das principais causas da intensificação do aumento do efeito estufa. Pelo lado social, 
isso eleva a pressão da sociedade perante as empresas que mantêm a matriz 
energética baseada em combustíveis fósseis e os futuros prejuízos diretos e indiretos 
que o uso do mesmo trás. Por questões econômicas, sempre há a busca pela redução 
dos custos e reaproveitamento de matérias-primas ou resíduos. Neste cenário que o 
cavaco de madeira reciclada se encaixa como uma ótima alternativa para os diversos 
setores da indústria brasileira. 
 
4.2 ÁREA GEOGRÁFICA DE INTERESSE 
 
A área geográfica de interesse deste empreendimento compreende o 
município de Sorocaba e região metropolitana, desta forma vai se concentrar em 
todos os pontos onde ocorrerão construções de casas e prédios residenciais ou obras 
de infraestrutura que gerem resíduos de construção civil contendo madeira. Desta 
forma pode ser tanto nos bairros centrais, como nos bairros mais residenciais de 
Sorocaba e municípios adjacentes. 
Como mercado consumidor serão atendidos os municípios localizados em um 
raio de até aproximadamente 100 km da sede do empreendimento, englobando todos 
os municípios da região metropolitana (Alambari, Alumínio, Araçariguama, Araçoiaba 
da Serra, Boituva, Capela do Alto, Cerquilho, Cesário Lange, Ibiúna, Iperó, Itu, 
Jumirim, Mairinque, Piedade, Pilar do Sul, Porto Feliz, Salto, Salto de Pirapora, São 
Miguel Arcanjo, São Roque, Sarapuí, Sorocaba, Tapiraí, Tatuí, Tietê e Votorantim), 
além dos municípios de São Paulo, Campinas e Jundiaí, para manter a viabilidade do 
transporte do produto. 
Os resíduos de madeira serão coletados nos municípios localizados em um 
raio de até 30 km da sede, mantendo como foco as obras de Sorocaba (FIGURA 5). 
 
 
 
 
24 
 
 
 
FIGURA 5: MAPA DEMONSTRATIVO DA ÁREA GEOGRÁFICA DE INTERESSE. 
 
FONTE: ADAPTADO DO GOOGLE MAPS (2016). 
4.3 DEMANDA DO MERCADO 
 
Atualmente a biomassa representa aproximadamente 10% do consumo 
nacional para fins energéticos, o que representa 12.500 MW em capacidade de 
geração de energia do Brasil. Em termos de geração de energia elétrica representa 
4% energia gerada no país. Estes 10% representa outras formas de geração de 
energia, por exemplo a energia térmica que é muito utilizada para a secagem de 
grãos. É a terceira fonte mais importante da matriz energética do País, atrás apenas 
das fontes hídrica e gás natural. A cana-de-açúcar ainda é a principal matéria-prima, 
porém a utilização de outras biomassas como a madeira, vem crescendo nos últimos 
anos. (CANA ONLINE, 2015) 
Dentro da matriz energética limpa do Brasil, 26,2% corresponde a biomassa, 
dos quais 8,3% são de biomassa vegetal do tipo lenha ou carvão. O cavaco de 
madeira tradicional de eucalipto ou pinus custa 33% mais que a lenha, mas ainda 
assim reduz o consumo de energia e custos para empresa. Além da economia, a 
bioenergia reduz o desmatamento, pois a origem da madeira é proveniente de 
25 
 
 
 
plantios e não de florestas nativas. (GENTIL, 2015). Ainda segundo o site Dia de 
Campo, do total de energia consumida nas indústrias brasileiras de cimento e de aço, 
aproximadamente 34% e 40%, respectivamente, correspondem ao uso da biomassa. 
Não foi possível encontrar dados para uma demanda histórica de cavacos na região, 
porém, levando em conta que há uma crescente de investimentos e aumento nos 
números das indústrias presentes na região, é de se considerar que a demanda irá 
aumentar ou manter-se estável pelo menos. 
Em uma pesquisa realizada pela CCEE entre os anos de 2013 e 22014 
(Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) revelou que houve um crescimento 
de 18% na energia gerada a partir de fontes de biomassa, o que representa uma 
oferta de energia de quase 21 mil GWh (CANA, 2015). Um motivo que explica o 
crescimento do uso da biomassa é o alto preço do óleo combustível de R$ 77,00 para 
cada quilo de vapor gerado, enquanto que no caso da biomassa do eucalipto o quilo 
sai por R$ 33,00. (GENTIL, 2015). 
Baseado nessa crescente necessidade do uso da biomassa vegetal como 
alternativa para os combustíveis fósseis, é possível encontrar diversos casos de 
demandas para o cavaco de madeira. Este tipo de fonte de fonte de energia é uma 
alternativa muito vantajosa para as indústrias, principalmente do setor siderúrgico, 
metalúrgico e alimentício. 
Na FIGURA 6 a seguir, é possível observar o panorama do potencial de 
geração de energia elétrica por meio de resíduos florestais. Isso comprova a grande 
vocação do estado de São Paulo para o uso deste tipo de biomassa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
FIGURA 6: POTENCIAL DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DE RESÍDUOS 
FLORESTAIS (SILVICULTURA). 
 
 
FONTE: CENTRO NACIONAL DE REFERÊNCIA EM BIOMASSA - CENBIO (2003). 
 
Já na FIGURA 7, é possível observar o tipo de fonte de biomassa utilizada 
nas termelétricas de cada região. Como é possível observar, a região onde a empresa 
será instalada fica próximo a usinas que utilizam resíduos florestais como matéria-
prima para a geração de energia. Desta forma é possível observar o potencial 
produtivo da região, tanto para termelétrica como para as empresas em si. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
FIGURA 7: USINAS TERMELÉTRICAS A BIOMASSA EM OPERAÇÃO E POTÊNCIA INSTALADA 
POR ESTADO – SITUAÇÃO EM SETEMBRO DE 2003. 
 
 
 
FONTE: ANEEL (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA) (2003). 
 
Devido ao grande parque industrial presente em Sorocaba, a demanda por 
cavacos de madeira é grande, tendo em vista os grandes investimentos que têm sido 
feitos nos últimos anos. Pelo fato da dificuldade de se encontrar dados a respeito dos 
números exatos do consumo de cavacos, estima-se que há demanda dos mesmos 
pela porcentagem de empresas que consomem biomassa para geração de energia. 
Aliada a essa propensão por consumo de biomassa para geração de energia elétrica 
e térmica, existe também o fato de que a produção de ambas as empresas será um 
montante de cavacos que serão facilmente consumidos, pois o volume não produzido 
é pouco perto da demanda por energia da região. Exemplo disso são os investimentos 
feitos pela montadora Toyota, a Exco Technologies uma fabricante canadense de 
ferramentas voltadas ao setor automotivo, e empresasque trabalham com caldeiras 
tais como a Mettalica Caldeiraria Pesada e a Carmar Oil e Gás. Essas empresas, 
juntamente com outras do parque industrial, vão proporcionar investimentos de 
centenas de milhões de reais na instalação e ampliação das suas plantas (G1, 2015). 
Inclusive com a chegada da Toyota no município, mais outras 11 empresas vieram a 
se instalar na região, pois são fornecedoras de peças para a montadora. O setor 
industrial corresponde atualmente com 60% do PIB do município e isto só denota a 
28 
 
 
 
grande participação deste setor e do seu potencial produtivo e de grande consumidor 
de fontes de energia como o cavaco de madeira (DIÁRIO, 2013). 
As próprias indústrias do ramo alimentício vêm investindo em um gama maior 
de produtos para expandir o volume de vendas. Este setor engloba pequenas e 
grandes empresas na cidade, que vão desde doces quase artesanais, a produtos 
como barras de cereais, que são exportados. Existe na cidade cerca de 130 indústrias 
alimentícias, onde os principais produtos são biscoitos, doces, barras de cereais e 
bebidas (ROMA, 2014). E considerando ainda que muitas empresas possuem filtros 
em suas caldeiras, não haveria problemas com cavacos contaminados com resinas 
advindas de colagem dos OSB’s. 
Além da vocação industrial da região de Sorocaba, existe como fonte 
alternativa de possíveis clientes, o setor agroindustrial. Este tipo de biomassa vegetal 
é muito utilizado na geração de energia elétrica e secagem de grãos. Um exemplo da 
importância e da viabilidade da produção de cavacos é observada na região Leste e 
Oeste do estado de Minas Gerais, onde em quase sua totalidade o setor de 
agroindústrias vem substituindo os combustíveis fósseis por cavacos para a produção 
de vapor. Já no setor sucroalcooleiro, esta substituição se dá através da produção de 
energia elétrica por meio de cogeração, onde o consumo de cavaco é maior por causa 
da maior demanda de energia elétrica perante a geração de vapor (VALVERDE, 
2015). 
 Por fim, observa-se que existe em Sorocaba e região mais de 300 
indústrias atuantes nos setores alimentícios, metalurgia e siderurgia, automotivas, 
entre outras. A estimativa da demanda de energia de biomassa na região é de, 
aproximadamente, 70 MWh. 
 
4.4 PRODUTOS SUBSTITUTOS E CONCORRENTES 
 
 Para a análise de produtos substitutos e concorrentes, será considerado o 
mercado da biomassa vegetal, na qual se inclui o cavaco de madeira. 
Os principais substitutos e concorrentes indiretos do produto foco deste 
empreendimento são a energia elétrica e os combustíveis fósseis, como o óleo BPF. 
Já em relação aos concorrentes diretos, serão elencados os outros produtores de 
cavaco na região. 
29 
 
 
 
A produção de energia advinda da biomassa apresenta como principal 
vantagem o fato de ser renovável e, portanto, ambientalmente correta. Além disso, a 
energia da biomassa gera cinzas menos agressivas ao meio ambiente e causa menor 
corrosão dos equipamentos como caldeiras e fornos em comparação com os 
combustíveis fósseis. Em relação ao cavaco gerado a partir de resíduos de madeira, 
a principal vantagem é o baixo custo de aquisição, atrelado a um alto poder calorífico 
(NASCIMENTO; BIAGGIONI, 2010). 
De acordo a ADETEC (2016), a energia térmica gerada por uma tonelada de 
óleo BPF 1A (advindo de combustíveis fósseis e um dos principais substitutos do 
cavaco) pode ser substituída por 2,3 toneladas de madeira, considerando que o poder 
calorífico do óleo BPF 1A é de aproximadamente 9.600kcal/kg. Para fins 
comparativos, o preço do óleo é aproximadamente três vezes maior que o preço do 
cavaco de madeira. Além disso, estima-se que o preço do óleo poderá subir ainda 
mais frente à pressão ambiental para exploração dos combustíveis fósseis. Diante 
desta necessidade e da possibilidade de uma crise energética, observada 
principalmente no âmbito nacional com a crise da Petrobrás, a produção dos cavacos 
de madeira surge como uma eficiente e alternativa barata. 
Atualmente, na área geográfica de interesse deste projeto, existem três 
empreendimentos atuantes na geração de cavacos de madeira, sendo apenas uma 
(Salmeron LTDA) do mesmo segmento de reciclagem de resíduos da construção civil. 
As outras duas empresas produtoras de cavaco, Opção Verde e Soropack, possuem 
foco na reciclagem de resíduos de serrarias e na produção de paletes, 
respectivamente. 
 
4.5 OFERTA DE MATÉRIA PRIMA 
4.5.1 Investimentos na construção civil e urbana 
 
O município de Sorocaba vem sendo alvo de diversos tipos de investimentos, 
tanto do setor público, quanto do privado. Em junho de 2014, foi assinado um 
convênio com um compromisso de investimento por parte do Governo Federal através 
da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). Na época da 
30 
 
 
 
assinatura, o governo da Presidenta Dilma Rousseff havia destinando R$ 196 milhões 
para investir em Sorocaba (PEREIRA, 2014). 
Além do PAC, existem os programas habitacionais, tais como: Minha Casa 
Minha Vida, do Governo Federal; Casa Paulista, do Governo Estadual e o Nossa Casa 
Sorocaba do Governo Municipal. Em maio de 2015, juntos estes três programas 
habitacionais entregaram 2.576 apartamentos no município (DIÁRIO DE 
SOROCABA, 2015). Essa diversidade de programas habitacionais é um ponto 
positivo, pois a cidade não fica dependente de um único para ocorrer investimentos 
em moradias. Outro fato importante, é que boa parte destas moradias são na 
modalidade de apartamentos, que geram mais resíduos do que as casas 
convencionais. 
Além dos investimentos provenientes iniciativa pública, há também os 
investimentos provenientes da iniciativa privada. Por ser uma cidade de porte médio 
a grande, em Sorocaba estão presentes as maiores construtoras e incorporadoras do 
país. Esta é outra fonte de investimento na área da construção civil e que 
constantemente vem gerando lançamentos de prédios e casas, além de reformas e 
todo tipo de obra urbana. Para o ano de 2015, houve uma estimativa que a Caixa 
Econômica Federal liberaria entre R$1,8 e R$2 bilhões para o financiamento 
habitacional em Sorocaba. Um valor que representa um crescimento de até 11,5% 
com o ano de 2014 (SOUZA, 2015). 
Ainda de acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado 
de São Paulo (SindusCon-SP) e a Deloitte consultoria, o ano de 2017 representa uma 
retomada nos investimentos e crescimento para o setor de construção civil, para o 
país como um todo (MILANEZ, 2016). 
4.5.2 Composição dos resíduos da construção civil 
 
A composição dos resíduos provenientes de construção civil varia com 
parâmetros temporais relacionados à fase em que a obra se encontra e com as 
características da região em que os resíduos são produzidos, onde a diversidade de 
produtos utilizados pode variar de acordo com os hábitos empregados nas atividades 
construtivas em diferentes regiões (JADOVSKI, 2005). 
A variabilidade entre os tipos de materiais que compõem os resíduos das 
construções dificulta a fase de recolhimento da matéria prima, entretanto, a simples 
31 
 
 
 
atitude de separar os resíduos de madeira no canteiro de obra colocando-os em uma 
caçamba específica para este tipo de material facilita o processo de reciclagem. 
Apesar de alguns produtos de madeira estarem sendo substituídos por outros 
materiais, ainda é intensivo o uso da madeira na construção civil, sendo usada 
principalmente na estrutura, nas fases de fundação, acabamentos (portas e rodapés) 
e estrutura dos telhados (COSTA, 2007). Abaixo estão listadas as principais formas 
de uso da madeira na construção, conforme classificadoe definido pelo Instituto de 
Pesquisa Tecnológica (IPT) (FERREIRA, 2003). 
a) Madeira roliça; 
b) Madeira serrada; 
 i. pranchas e pranchões 
 ii. vigas e vigotas 
 iii. tábuas e caibros 
 iv. madeira beneficiada 
 v. madeira em lâminas 
 c) Chapas de madeira; 
 i) compensado 
 ii) chapa de densidade média (MDF) 
 iii) chapa de aglomerado 
 iv) chapas de partículas orientadas (OSB) 
 
4.5.3 Volume de resíduos de madeira gerados em Sorocaba 
 
 Como citado anteriormente, a proporção de madeira entre os resíduos da 
construção civil pode ficar entre 31% (NAGALLI, 2013) e 36% (ENGECAMPUS, 
2015). Como são dados difíceis de se obter, pois há muito pouca pesquisa a respeito, 
para o cálculo da geração de resíduos em Sorocaba foi feita uma estimativa baseada 
no número de construções realizadas nos últimos anos no município. Foi utilizado 
como base o PGRCC do prédio residencial Marc Chagall da Plaenge 
Empreendimentos no município de Curitiba. Neste documento está detalhado que são 
gerados 242 m³ de resíduos de madeira para a construção de um prédio com 37 
apartamentos, onde o menor deles tem 182 m² de área construída. Simplificando são 
32 
 
 
 
6.734 m² de área construída em apartamentos, desta forma para cada m² construído 
são gerados 0,04 m³ de resíduos. 
 A quantidade de construções realizadas no município de Sorocaba nos últimos 
anos pode ser observada na tabela 2, baseado em dados fornecidos pelo Secovi-SP. 
 
TABELA 2. LANÇAMENTOS DE IMÓVEIS RESIDENCIAIS NO MUNICÍPIO DE SOROCABA. 
Ano Unidades Prédios / Casas Empreendimentos 
2012 4.809 117 51 
2013 6.843 291 70 
2014 5.696 182 61 
2015 (até maio) 4.333 127 39 
 
FONTE: Secovi-SP (2016) 
 
Onde: 
Unidades: é o número de apartamentos e casas quando horizontal. 
Prédios/Casas: número de prédios (blocos), a variável casa não entra nesta 
estatística. 
Empreendimentos: conjunto de apartamentos ou/e conjunto de casas lançados no 
mesmo endereço e na mesma data. 
 
 Desta forma, o número utilizado para as construções de empreendimentos da 
iniciativa privada é proveniente do item “unidades”. Se pegarmos uma média dos 
últimos 3 anos completos, já que 2015 os dados vão somente até maio, temos 5.783 
unidades, o que também fica próximo do valor encontrado em 2014. Com o número 
de unidades construídas, o passo seguinte é definir um tamanho médio para as 
mesmas. Para estipular um tamanho médio foram utilizados levantamentos feitos pelo 
Secovi-SP (2011) para o município de Sorocaba, Karla Spotorno representando a 
Consultoria Geoimovel (2014) para o município de São Paulo e do jornal O Globo 
(2011) para o município do Rio de Janeiro. Segundo dados do Secovi-SP o tamanho 
médio dos imóveis para aquela data era entre 46 a 65 m², por outro lado para a 
consultoria Geoimovel o tamanho médio fica entre 51 a 70 m² e por fim, para O Globo, 
o tamanho médio encontrado foi de aproximadamente 60 m², para apartamentos um 
apartamento de 2 quartos. A tendência observada por todas estas fontes é a 
33 
 
 
 
diminuição gradual da metragem média dos imóveis. De maneira geral o estudo feito 
pelo Secovi-SP é o ideal, pois é específico para Sorocaba e ele também está dentro 
do que é visto no resto do país. Desta forma o tamanho médio escolhido para cada 
unidade foi de 60 m². Ainda segundo o levantamento do Secovi-SP, 75% dos 
lançamentos em 2011 eram de imóveis verticais, ou seja, apartamentos. 
 Ainda há para se computar no número de lançamentos, os empreendimentos 
de programas habitacionais presentes no município de Sorocaba. De acordo os dados 
da secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Sócio Habitacional do município, 
entre novembro de 2015 e até o fim de 2016 serão lançados 5.600 apartamentos e 
5.600 casas. Estes lançamentos estão divididos da seguinte forma: Programa 
Habitacional Bem Viver 144; Parque da Mata 320 apartamentos; Jardim Carandá 
2.560; Viver Melhor 416; e Jardim Altos do Ipanema 2.160 apartamentos (VIEIRA, 
2016). A respeito das casas estas são do Vida Nova Sorocaba, no bairro Aparecidinha 
(PEREIRA, 2016). É bom salientar que estas moradias populares tem uma metragem 
um pouco menor que as convencionais, que varia de 44 a 49 m². Desta forma, foi 
escolhida uma metragem média de 45 m², assim os 5.600 apartamentos populares 
equivalem 4.200 apartamentos convencionais. As casas populares têm uma 
metragem aproximada de 43 m², assim as 4.600 casas equivaleriam a 4.013 
lançamentos tradicionais. Pode-se ver de maneira resumida todos estes dados na 
tabela 3 a seguir: 
 
TABELA 3: NÚMERO DE CONSTRUÇÕES EM SOROCABA COM A ÁREA MÉDIA E O VOLUME DE 
RESÍDUOS GERADOS 
Tipos de construção Quantidade Tamanho médio 
(m²) 
Volume de 
resíduos (m³) 
Apartamentos 4.337 60,00 9.352,07 
Casas 1.446 75,00 3.896,70 
Apartamentos 
populares 
4.200 45,00 6.792,10 
Casas populares 4.013 43,00 6.201,26 
Total 26.242,13 
FONTE: Os Autores (2016) 
 
34 
 
 
 
 Como mencionado anteriormente, cada metro quadrado construído gera em 
média 0,04 m³ de resíduo de madeira. Somando os empreendimentos particulares 
temos 13.248,77 m³ de resíduo por ano ou 1.104,06 m³ por mês, o que abriga 
facilmente os 400 m³ do concorrente e os 400 m³ propostos para o projeto. Incluindo 
todos os tipos de construções temos um volume de resíduos de 26.242,13 m³ por ano 
ou 2.186,84 m³ por mês. Desta forma fica claro que há oferta de matéria-prima o 
suficiente para suportar as duas empresas e as suas respectivas produções. 
 
4.6 ANÁLISE SWOT 
 
A análise SWOT é uma importante metodologia utilizada na etapa de 
planejamento estratégico de uma empresa, fundamentada por Kenneth Andrews e 
Roland Christensen ao longo das décadas de 60 e 70 (TAVARES, 2008). Representa 
uma ferramenta estrutural da administração, com objetivo de avaliar o ambiente 
interno e externo à corporação, a partir do qual são formuladas estratégias para 
otimizar o desempenho da empresa no mercado (KOTLER, 1992). 
 O termo SWOT significa em inglês: strengths, weakness, opportunities e 
threats, ou em português: forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. Desta forma, 
a análise SWOT também permite o levantamento de pontos fortes e pontos fracos do 
empreendimento (BASTOS, 2012) 
A partir do levantamento das características do ambiente interno e externo e 
das forças e fraquezas da empresa, prescrevem-se tais informações em uma matriz 
para facilitar a visualização e permitir a tomada de decisões. 
Desta forma, a análise SWOT irá apresentar todos os pontos fortes e pontos 
fracos da empresa, fundamentando as tomadas de decisão em relação à implantação 
da sede, assim como os mercados de possível atuação. 
4.6.1 Características da análise SWOT 
 
Um dos aspectos abordados pela análise SWOT são os ambientes internos e 
externos. O ambiente interno refere-se a própria organização, contando com os 
pontos fortes e pontos fracos que a mesma possui (BASTOS, 2012). Neste caso, o 
35 
 
 
 
ambiente interno analisado pelo presente método é a própria empresa e sua estrutura 
organizacional. 
O ambiente interno pode apresentar forças ou fraquezas. As forças 
representam as vantagens que a empresa possui em relação aos seus concorrentes, 
o nível de engajamento dos seus clientes, sua eficiência organizacional e vantagens 
em relação as atividades desenvolvidas e recursos utilizados. Já as fraquezas 
representam as propensões que interferem o bom desenvolvimento da empresa, 
como a falta de capacitação de mão-de-obra,fraqueza nas relações com os clientes 
e pouca vantagem competitiva em relação aos concorrentes. 
Já o ambiente externo se refere às forças maiores, externas ao ambiente da 
empresa e que estão fora do seu controle. Diferentemente do ambiente interno, no 
ambiente externo serão avaliadas as previsões futuras que podem representar 
oportunidades e ameaças para a organização. 
O ambiente externo à nível nacional e internacional não tem se mostrado 
favorável para a Ciclus e outras organizações que tentam ganhar espaço no mercado. 
Entretanto, tais ameaças prejudicam não apenas a Ciclus mas vários outros 
empreendimentos deste setor, principalmente a nível nacional com a recessão da 
economia e consequente diminuição da renda dos consumidores. 
4.6.2 Forças 
 
As principais forças que a empresa apresenta, em ordem decrescente de 
importância são: 
 
1. Necessidade de descarte de resíduos da construção civil: devido à legislação 
municipal, todas as construções que produzem mais que 1m³ de resíduos por 
dia devem elaborar um “Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos”, no 
qual deve constar qual será a destinação destes resíduos. 
2. Cavaco de baixa umidade com qualidade superior: a baixa umidade do produto 
final cavaco e seu alto poder calorífico garantem sua diferenciação frente aos 
cavacos produzidos de tora de madeira; 
3. Custo da matéria-prima com preço competitivo: a matéria-prima utilizada no 
processo produtivo da empresa chegam até a sede com custo menor do que 
as produtoras de cavaco que compram toras; 
36 
 
 
 
4. Apoio da legislação ambiental, municipal e federal: devido ao passivo 
ambiental gerado pelos resíduos da construção civil, várias iniciativas têm sido 
criadas no âmbito legal, de forma a incentivar a entrada de novas recicladoras 
no mercado; 
5. Certificação e marketing ambiental: a certificação ambiental ISO 14.001 
garante que o produto gerado pela empresa advém de um sistema de 
produção ambientalmente correto, permitindo a comercialização com clientes 
mais exigentes, 
6. Proximidade com importantes centros industriais: a localização da empresa 
facilita a comercialização de seus produtos, por estar próximo aos importantes 
centros industriais do país; 
 
4.6.3 Fraquezas 
 
Por outro lado, as principais fraquezas encontradas, em ordem decrescente 
de importância, são: 
 
1. Alto investimento inicial com demora para retorno do capital investido: devido 
ao grande número de maquinários necessários e outros implementos, este é 
um negócio que requer alto investimento inicial, com consequente demora 
para retorno do capital investido quando comparado à outros 
empreendimentos; 
2. Alta sensibilidade à variação de preços: uma pequena queda no preço do 
produto poderá tornar o empreendimento inviável; 
3. Dependência do setor da construção civil para obtenção da matéria-prima: ao 
contrário dos concorrentes indiretos da empresa, esta depende fortemente do 
crescimento da construção civil para obtenção da matéria-prima, se houver 
diminuição do número de obras na região, a matéria-prima ficará mais cara 
devido a baixa disponibilidade; 
4. Logística comprometida: carência de infraestrutura no país, estradas com 
baixa qualidade, dependência das rodovias devido à falta de investimentos 
em ferrovias. 
37 
 
 
 
4.6.4 Oportunidades 
 
Em relação ao ambiente externo, as principais oportunidades que afetam o 
empreendimento são em ordem decrescente de importância: 
1. Incentivo fiscal federal: a aprovação da lei que autoriza a redução da alíquota 
do IPI, PIS e COFINS para as empresas recicladoras permitirá um menor custo 
para a produção do cavaco reciclado, tornando-o mais competitivo; 
2. Aumento do preço do combustível fóssil no Brasil: o aumento do preço dos 
combustíveis fósseis no Brasil também permite que o cavaco produzido seja 
mais competitivo no mercado. 
3. Pressão ambiental para a exploração dos combustíveis fósseis: a crescente 
pressão ambiental criada para a exploração dos combustíveis fósseis faz surgir 
a necessidade do surgimento no mercado de fontes de energia renovável; 
4. Criação do SIGOR no Município: a criação do SIGOR permitirá um melhor 
monitoramento da matéria-prima, permitindo que a empresa localize com 
facilidade as potenciais obras do Município. 
4.6.5 Ameaças 
 
 Por outro lado, as ameaças enfrentadas pela empresa em relação ao ambiente 
externo são, em ordem decrescente de importância: 
 
1. Situação política e econômica do país: a recessão da economia brasileira 
acarreta em uma redução na renda e consumo dos brasileiros, afetando 
diretamente a produção das principais indústrias; 
2. Desaceleração das indústrias brasileiras: consequentemente a situação 
política e econômica do país, a desaceleração das indústrias brasileiras reduz 
a demanda pelo produto cavaco; 
3. Alto custo e baixa disponibilidade de mão-de-obra: a mão-de-obra é um dos 
maiores custos da empresa e está cada vez mais difícil a nível nacional 
encontrar mão-de-obra qualificada e barata; 
4. Concorrência com outras fontes de energia: existe uma grande quantidade de 
concorrentes indiretos no mercado, com diversas alternativas para fontes de 
energia; 
38 
 
 
 
5. Influência do mercado internacional do petróleo: o preço do petróleo afeta 
diretamente a demanda pelo cavaco de madeira, de forma que se houver uma 
maior influência internacional no preço do petróleo no Brasil, poderá ocorrer 
uma redução deste preço e diminuição da demanda pelo cavaco. 
4.6.6 Matriz SWOT 
 
 Desta forma, todas as forças, oportunidades, fraquezas e ameaças podem 
ser resumidas na matriz apresentada abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 
QUADRO 1: MATRIZ SWOT 
Pontos Positivos Pontos Negativos 
FORÇAS FRAQUEZAS 
 
· Apoio da legislação ambiental 
municipal, estadual e federal; 
· Certificação ambiental; 
· Necessidade de descarte de resíduos 
da construção civil; 
· Custos da matéria-prima reduzidos 
com custo competitivo; 
· Proximidade com importantes centros 
consumidores. 
· Produto de qualidade superior (baixa 
umidade) 
 
 
· Dependência do setor da construção 
civil para matéria-prima; 
· Alto investimento inicial com demora 
para retorno do capital investido; 
· Alta sensibilidade à variação de 
preços; 
· Logística comprometida. 
OPORTUNIDADES AMEAÇAS 
 
· Criação do SIGOR no município; 
· Incentivo fiscal federal; 
· Pressão ambiental para exploração 
dos combustíveis fósseis; 
· Aumento do preço do combustível 
fóssil no Brasil; 
 
 
· Situação política e econômica do 
país; 
· Desaceleração das indústrias 
brasileiras; 
· Concorrência com outras fontes de 
energia; 
· Alto custo e baixa disponibilidade de 
mão-de-obra; 
· Influência do mercado internacional 
do petróleo. 
 
FONTE: OS AUTORES (2016). 
 
 
 
40 
 
 
 
5 DELINEAMENTO ESTRATÉGICO 
 
A reciclagem de madeiras consumidas é uma atividade que contribui para 
sustentabilidade do planeta, uma vez que dá uma destinação a resíduos antes 
descartados. A CICLUS propõe explorar esta questão a favor da empresa ao informar 
seus clientes que faz reaproveitamento de energia limpa e renovável, cooperativismo 
social e ambiental, que é uma empresa ecologicamente correta, que minimiza a 
utilização de recursos naturais, gera empregos e rendas.E a seus fornecedores informar que faz uma destinação correta de resíduos 
de madeira de suas obras, fornece uma prevenção de multas (CETESB, IBAMA, 
DEPRN entre outros), que é uma empresa transparente e é certificada pela ISO 14001 
e licenciada pela CETESB e pelo IBAMA. 
Além de tudo isso, a empresa oferecerá caçambas para a coleta dos 
resíduos, são coletas rápidas, oferece certificado de destinação, garante coleta sem 
períodos sazonais, possui frota própria e segurada, possui flexibilidade no horário de 
coleta, rastreamento de material, colaboradores treinados e capacitados 
profissionalmente, fácil agendamento através de telefones, e-mail ou atendimento 
online. 
A CICLUS propõe que a empresa procure fazer contrato com empresas de 
construção civil que possuem certificação LEED, para que assim se garanta que 
mesmo sua matéria-prima seja ambientalmente correta. 
 
5.1 CERTIFICAÇÃO ISO 14.001 
 
A CICLUS propõe a empresa mostrar aos seus clientes seu 
comprometimento com os aspectos ambientais, por isso sugere a certificação 
ambiental ISO 14.001. 
A ISO 14.000 - Internacional Organization for Standardization - é uma série 
de normas, na qual se insere a norma ISO 14.001, a única passível de certificação. A 
finalidade desta norma é equilibrar a proteção ambiental e a prevenção de poluição 
com as necessidades socioeconômicas. Esta norma especifica os requisitos de tal 
sistema de gestão ambiental, de forma com que se possa aplicar a todos os tipos e 
41 
 
 
 
portes de organizações e adequar-se as diferentes condições geográficas, culturais e 
sociais (BARBOSA et al., 2008). 
Dentre as vantagens encontradas na certificação podemos destacar: 
Redução de riscos com multas e indenizações, melhoria da imagem da empresa em 
relação a performance ambiental, melhoria da imagem da empresa quanto ao 
cumprimento da legislação ambiental, prevenção da poluição, redução dos custos 
com seguro, melhoria do sistema de gerenciamento da empresa. 
O nível de complexidade do Sistema de Gerenciamento Ambiental da 
empresa e o grau de precisão do controle necessário para a empresa não serão altos, 
tendo em vista que não há riscos ambientais graves causados pelo processo e que a 
empresa é enquadrada como pequena empresa, segundo classificação do BNDES. 
As maiores preocupações deverão ser apenas com a coleta seletiva do lixo, a 
otimização dos recursos utilizados, como energia por exemplo e a conscientização do 
pessoal, onde tudo deve ser documentado, implementado, monitorado e revisado. 
Para a implementação e supervisão da aplicação das normas um funcionário 
será treinado, o mesmo será ainda responsável por organizar reuniões para tratar de 
assuntos relacionados a certificação. 
6 DESCRIÇÃO TÉCNICA DO EMPREENDIMENTO 
 
 A empresa pretende produzir 400 m³ por dia e formar um estoque para 7 
dias, para isso contará com as máquinas detalhadas abaixo. 
6.1 PROCESSO PRODUTIVO E MÁQUINAS 
 
A primeira etapa é a captação da matéria-prima, que será feita nas 
construções civis, onde os resíduos já serão separados em caçambas específicas a 
fim de se otimizar tempo e recursos. As caçambas serão recolhidas mais tarde por 
um poliguindaste duplo (FIGURA 8) e levadas até o pátio da empresa. 
 
 
 
 
 
42 
 
 
 
 
 
FIGURA 8: POLIGUINDASTE DUPLO COM CAÇAMBAS DE 7M³. 
 
FONTE: ARSEPEL.COM.BR (2016) 
 
Quando descarregadas é tomado o cuidado para não haver contato da 
madeira com a água da chuva para garantir um menor teor de umidade e para isso, a 
madeira quando armazenada será em local coberto e com piso concretado. 
A matéria-prima é transportada por uma calha de entrada (FIGURA 9), passa 
por detectores de metal (FIGURA 10) para a retirada de impurezas metálicas e em 
seguida alimentará o picador de faca (FIGURA 11). 
 
FIGURA 9: CALHA DE ENTRADA QUE ALIMENTA O PICADOR. 
 
FONTE: LIPPEL (2016) 
 
43 
 
 
 
FIGURA 10: DETECTOR DE METAL. 
 
 
FONTE: LIPPEL (2016) 
 
FIGURA 11: PICADOR DE FACA. 
 
FONTE: LIPPEL (2016) 
. 
Como pode haver pequenas possíveis impurezas advindas da construção 
civil, como cimento, plástico etc. A faca do picador pode ser comprometida mais 
rapidamente, exigindo constante afiação, por esse motivo haverá também conjuntos 
de facas extras, bem como um afiador (FIGURA 12). 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
 
FIGURA 12: AFIADOR DE FACAS (ESQUERDA) E UMA FACA (DIREITA). 
 
 
FONTE: LIPPEL (2016). 
 
O cavaco terá dimensões entre 9,5 mm e 19 mm, que são medidas indicadas 
para utilização como biomassa que será convertida em energia na combustão direta 
em fornos, caldeiras etc. O cavaco resultante do processo será transportado pela 
correia de saída do picador formando a pilha do estoque (FIGURA 13). O cavaco já 
pronto para uso é estocado em local coberto e com piso de concreto para evitar 
contaminações e excesso de umidade e garantir a qualidade do produto final mesmo 
que estocado por longos períodos. 
FIGURA 13: CORREIA DE SAÍDA 
 
FONTE: LIPPEL (2016). 
45 
 
 
 
 
O transporte do cavaco será feito por caminhão basculante e carregado por 
pás carregadeiras, também será oferecida um espaço para carregamento caso os 
clientes queiram ir buscar o produto com seus próprios caminhões. 
O empilhamento das caçambas, para economia de espaço, será feito por uma 
empilhadeira. 
No tópico dos custos é abordado quantidades de cada equipamento 
adquirido. 
6.2 INFRAESTRUTURA 
 
A área a ser ocupada pela empresa será de 8.400 m², 120 x 70, e deverá 
ser composta por: 
 
• Local de entrada e saída de caminhões e poliguindastes; 
• Recepção; 
• Escritório suspenso; 
• Locais de armazenagem; 
• Locais de triagem; 
• Locais de armazenagem pós-triagem; 
• Banheiros feminino e masculino com vestiário; 
• Guarita para Segurança; 
• Refeitório; 
• Muros de delimitação de área e portão garantindo o controle de acesso ao 
local, com sistema de sinalização na entrada e saída, identificando o 
empreendimento; 
6.3 LAYOUT DA EMPRESA 
 
A área será composta por 4 galpões, 2 dos galpões serão destinados a 
produção, os outros dois para armazenamento das caçambas e do estoque de 
cavaco, medindo estes 30 x 20 m, e o terceiro 50 x 25 m para o armazenamento das 
caçambas. 
46 
 
 
 
Serão 4 garagens de 25 x 15 m. Sobrará uma área de 645 m² nas garagens 
para garantir boa movimentação dos funcionários e dos próprios caminhões. 
Será reservado um espaço de 100 m² para o escritório e 100 m² para 
vestiário, banheiro e refeitório. 
As figuras que seguem apresentam um protótipo de como seria a disposição 
de cada aspecto acima descrito. 
 
FIGURA 14: LAYOUT EXTERNO DA EMPRESA. 
 
FONTE: OS AUTORES (2016). 
 
47 
 
 
 
FIGURA 15: LAYOUT INTERNO DA EMPRESA 
 
FONTE: OS AUTORES (2016). 
6.4 INSUMOS NECESSÁRIOS 
 
O principal insumo da função de produção proposta pela CICLUS é a madeira 
advinda dos resíduos da construção civil de Sorocaba, São Paulo. Os principais 
fornecedores dos insumos serão, portanto, as construtoras localizadas no município 
e região, conforme a área geográfica de interesse apresentada. 
 
 6.5 QUADRO DE FUNCIONÁRIOS DA EMPRESA 
 
O dimensionamento da equipe de profissionais de uma empresa está 
relacionado com o porte do empreendimento. Na implementação da empresa de 
reciclagem de madeira a equipe planejada atende ao potencial de produção dos 
equipamentos em funcionamento durante horário comercial, em um turno de oito 
horas sendo trabalhados seis dias por semana. 
A mão de obra direta diz respeito ao trabalho

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