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Telhados verdes da pré história ao velho oeste

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Copyright Instituto Cidade Jardim 2016. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução sem autorização prévia.
TELHADOS VERDES:DA PRE-HISTORIA AO VELHO 
OESTE AMERICANO curiosidades e muita coisa em comum
com os dias atuais Sérgio Rocha
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AUTOR
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SERGIO ROCHA
Agricultor urbano, cultiva hortaliças no telhado pra família, tem um galinheiro no 
fundo do quintal e cria peixes na piscina. É agrônomo pela Unesp de Botucatu e 
fez mestrado sobre etnobotânica em uma parceria entre a Ufsc, INPA, Instituto 
Mamirauá, e WWF. Fundador do Instituto Cidade Jardim, foi indicado como 
'Proeminent Conservacionist' pela Universidade de Columbia/CERC em NY, 
tendo também colaborado como analista de projetos na Fundação AVINA e 
como professor/ativista do movimento de Permacultura no Brasil.
ORGANIZACAO
FABIANA SCARDA
Fundadora e Diretora do Instituto Cidade Jardim. Possui graduação em Ecologia 
pela UNESP/CCB Rio Claro, com mestrado em Agroecossistemas pela 
UFSC/CCA em Florianópolis. Foi indicada como 'Proeminente Conservacionist' 
pela Universidade de Columbia/CERC em NY, tendo colaborado como 
pesquisadora associada ao Instituto Mamirauá de Desenvolvimento Sustentável 
e Diretora Executiva no Instituto Permacultura da Amazônia.
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’
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PORQUE ESTUDAR A HISTÓRIA ANTIGA DOS TELHADOS VERDES?
A ideia de se cultivar plantas na 
cobertura de construções tem 
suas raízes na pré-história 
humana, e o arquétipo dos 
telhados verdes parece ser tão 
antigo quanto a própria 
arquitetura.
Muitas das funções dos jardins 
de cobertura utilizados ao longo 
a jornada humana são análogos 
aos ‘drivers de consumo’ que 
verificamos nos projetos 
contemporâneos, e por isso seu 
estudo é relevante no cenário 
atual.
As linhas evolutivas das técnicas 
de cultivo e os benefícios destas 
tecnologias explicam as raízes do 
atual papel dos telhados verdes 
assumem na sociedade moderna.
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TELHADOS VERDES: RAÍZES NA PRÉ-HISTÓRIA E ANTIGUIDADE HUMANA
A História da humanidade sempre foi algo que me fascinou. 
Quando comecei a me envolver com o movimento de telhados verdes, inevitavelmente me conectei com as histórias que ouvi ao longo de toda a vida sobre os 
maravilhosos e fascinantes jardins suspensos da Babilônia, exaustivamente mencionados em textos bíblicos, pagãos, acadêmicos, quadrinhos, filmes, teatros, mesas de 
jantar, etc. Quando é que isso começou? Será que foi algo isolado? Como chegamos aos telhados verdes modernos? Como sempre (ou na maioria das vezes), a 
conclusão é que tudo faz parte de um processo evolutivo, de aprimoramento de uma técnica. Para montar este e-Book, resolvemos selecionar algumas referências 
histórias importantes que nos dão algumas pistas sobre as origens e evolução desta ideia, que para algumas pode até parecer absurda, mas já fez (e faz) a cabeça de 
muita gente por aí.
De modo geral, se a gente for lá para os primórdios dos telhados verdes, vai ver que esta classificação segue 2 linhas evolutivas bem diferentes. Os sistemas 
EXTENSIVOS tem origem nos antigos SOD ROOFS que nos acompanham desde a idade das pedras e vem sendo aprimorados de geração em geração, visando 
melhorar o desempenho térmico das construções. Já os sistema INTENSIVOS estão mais próximos aos tipos de cultivo mais pesados que vemos desde a 4000 a.C. na 
Mesopotâmia e que evoluíram até os dias de hoje em projetos como o Millenium Park em Chicago ou o High Line Park em NY.
.Extensivos - Um telhado verde EXTENSIVO é aquele que não é feito pra ter acesso ou uso frequente, prevendo apenas dispositivos para manutenção 
periódica. Seu PROPÓSITO é geralmente FUNCIONAL (mais técnico) e evolve o cultivo de plantas que devem simular a formação de uma paisagem natural. 
É importante lembrar que a construção dos antigos SOD ROOFS era bastante trabalhosa e demandava carregamentos superiores a 300kg/m2 (os sistemas 
extensivos modernos chegam a pesar menos de 100kg/m2). Entretanto, ao mesmo tempo eram bastante POPULARES, pois materiais como pedra, madeira, 
terra e pasto estavam lá, a disposição. Então, com a informação certa e um mutirão de gente era possível realizar o sonho do telhado verde próprio.
Intensivos - Com um design que demanda uma sobrecarga muito maior de materiais, os telhados verdes INTENSIVOS sempre foram feitos para 
impressionar!! São projetados para o cultivo de árvores, arbustos e eventualmente para receber grande fluxo de trabalho e visitação. Acumulam 
todos os benefícios dos sistemas extensivos (p.ex. conforto térmico, isolamento acústico, qualidade do ar, etc.), mas devido a sua escala, causam 
impacto ambiental positivo em nível regional. Em geral estamos falando em sobrecargas estáticas que variam entre 300kg/m2 a mais de 
1000kgm2. Geralmente é utilizada uma mistura de substratos leves especiais e materiais mais pesados, com solo natural e pedras. 
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A SÉRIE DE RELATOS E REGISTROS HISTÓRICOS 
RELACIONADOS AO CULTIVO DE PLANTAS SOBRE A 
COBERTURA DE CONSTRUÇÕES APONTA PARA UMA
SUBDIVISÃO CLARA DE PROPÓSITOS E SISTEMAS
Este é um arquétipo de sistema construtivo extremamente barato e 
acessível. É uma tradição documentada por toda Europa e América do 
Norte deste a pré-história Neolítica. Tornou-se quase universal na 
escandinávia no início do século XVIII d.C., sendo gradualmente 
abandonado ao longo do século XIX. O sod roof (algo como ‘coberturas de 
turfa’), são os precursores dos telhados verdes ‘extensivos’, com camadas 
mais leves de substrato e cultivados com plantas com menor demanda por 
irrigação e manutenção.
SOD HOUSES
Estes imponentes telhados verdes, conhecidos pela grande profundidade 
de substrato e variedade de plantas, são análogos aos modernos sistemas 
‘intensivos' e têm a aparência de jardins convencionais cultivados ao nível 
do solo. Os jardins descritos nestes textos antigos se assemelham muito 
aos jardins executados hoje em dia sobre as coberturas de hotéis, centros 
corporativos e residências privadas de alto padrão. 
JARDINS 
SUSPENSOS
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PRIMEIROS REGISTROS DE SOD HOUSES
O INÍCIO DE TUDO: 10.000 a 5.000 a.C.
A origem das sod houses é 
desconhecida, mas foram 
provavelmente desenvolvidas 
a partir de modelos utilizados 
por povos do mesolítico
(10.000 - 5.000 a.C.). As 
placas de turfa (sod) só se 
tornaram disponíveis depois 
que o povo neolítico abriu suas 
florestas para o 
estabelecimento de pastos.
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4.000 a.C.
JARDINS SUSPENSOS NA MESOPOTÂMIA
Os mais antigos relatos de jardins 
de cobertura intensivos em grandes 
construções urbanos aparecem nos 
Zigurates da antiga Mesopotâmia, 
construídos entre os anos 4.000 e 
600 a.C.
Zigurate é uma forma de templo, 
criada pelos sumérios e comum para 
os babilônios e assírios, povos do 
antigo vale da Mesopotâmia e 
construído na forma de pirâmides 
terraplanadas. Nos platôs destas 
torres escalonadas, árvores e 
arbustos eram cultivados em terraços 
que aliviavam a elevação sobre o 
terreno e amenizavam o calor.
อารยธรรมเมโสโปเตเมีย 
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3.700 a.C.
SOD HOUSES EM STONEHENGE - INGLATERRA
Este sítio arqueológico datado de 
3700 a.C em Honington (Suffolk) 
ilustra bem a disseminação das Sod
Houses ao longo da pré-história 
européia. 
O conjunto de construções formam 
um círculo definido por paredes 
baixas de pedra (cerca
de 1m de 
altura), madeira, e turfa (sod). 
A estrutura do telhado era coberta 
com peles de animais embebidas de 
gordura e placas de turfa (algo similar 
aos sistemas de impermeabilização
modernos).
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605 a 562 a.C.
JARDINS SUSPENSOS DA BABILÔNIA
Os mais famoso jardins suspensos já
construídos teriam sido obra do rei babilônico
Nabucodonosor II, que governou entre 605 e 
562 a.C.. Não há textos históricos que 
mencionem os jardins e tampouco foram 
encontradas evidências arqueológicas que 
comprovassem sua existência.
Devido a esta falta de evidências, tem sido 
sugerido que são puramente míticos, e que as 
descrições encontradas nos escritos gregos e 
romanos antigos (incluindo Estrabão, Diodoro
Sículo e Cleitarco) representam apenas um 
ideal romântico de um jardim oriental. 
Se ele de fato existiu, foi destruído em algum 
momento após o primeiro século d.C..
Alternativamente, o jardim original pode ter 
sido, na verdade, um bem documentado que o 
rei assírio Senaqueribe (704-681 a.C.) 
construiu em sua capital, Nínive, sobre o rio 
Tigre, próximo da cidade de Mossul.
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"as paredes (…) tinham 22 pés de espessura, enquanto a passagem entre cada parede tinha dez pés de largura. O 
telhado acima dessas passagens tinha uma camada de juncos fixados com grandes quantidades de betume, sobre duas 
faixas de tijolos cozidos ligados por cimento, e com uma terceira camada de revestimento de chumbo, a fim de que a 
umidade do solo não pudesse penetrar. Acima de tudo isso a terra tinha sido empilhada até uma profundidade suficiente 
para as raízes das árvores mais grandes; e o chão, quando estabilizado, foi densamente coberto com árvores de toda 
espécie que, por seu grande tamanho ou por outro encanto, poderiam dar prazer a quem as visse. E as galerias, 
projetavam-se para além de outras, de forma que todas recebiam a luz; (...) havia uma galeria que continha aberturas que 
conduziam à superfície superior as máquinas para o abastecimento dos jardins com água, máquinas que levavam a água 
em grande abundância do rio, embora ninguém de fora pudesse ver isto sendo feito (...)."
Diodoro Sículo II.10-1-10 (Diodoro Sículo ou Diodoro da Sicília, foi 
um historiador grego, que viveu no século I a.C.)
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Cleitarco (século 4 a.C.) História de Alexandre, o Grande V.1.35-5
"As fundações de suas torres estão afundadas a 30 pés do chão e as fortificações sobem 80 pés acima dele no ponto 
mais alto. Na sua cimeira estão os jardins suspensos, (…) elevados como o topo das paredes e devem seu charme para a 
sombra de muitas árvores altas. As colunas que sustentam todo o edifício são construídas de rocha, e em cima delas há 
uma superfície plana de pedras cortadas fortes o suficiente para suportar a camada profunda de terra colocada sobre elas, 
e a água utilizada para a irrigação. A estrutura suporta árvores robustas que possuem troncos com oito côvados de largura 
e altura de quase 50 pés; elas dão frutos tão abundantemente como se estivessem crescendo em seu ambiente natural. (…) 
este edifício sobrevive intacto, apesar de ser submetido à pressão de tantas árvores e de ter que suportar o peso de uma 
enorme floresta. Ele tem uma infra-estrutura de paredes com 20 pés de espessura em intervalos de onze pés, de modo que 
com a distância têm-se a impressão de árvores que pendem sobre as montanhas nas florestas reais. Diz a tradição que é o 
trabalho de um rei sírio que governou a Babilônia. Ele construiu isso por amor a sua esposa, que perdeu os bosques e 
florestas no país plano e convenceu o marido a imitar a beleza da natureza com uma estrutura deste tipo.”
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371 a.C.
SOD ROOFS NA ROMA ANTIGA
Entre os anos 371 e 287 a.C., o botânico 
grego-romano Teofrasto (filósofo grego 
que educou Alexandre, o Grande) 
descreveu a presença da espécie 
Sempervivum tectorum cultivada sobre 
paredes e telhados (daí o nome latim 
‘tectorum = do telhado’) ao longo da costa 
mediterrânea. 
Era uma superstição comum as pessoas 
desta época acreditarem que a presença 
desta espécie (chamada ‘barba de 
Júpiter’) no telhado as protegeria de 
relâmpagos - consequentemente também 
protegendo a casa contra incêndios.
Esta prática ilustra o quanto o uso dos 
sod roofs era disseminado entre os 
camponeses desde os primórdios da 
grande Roma antiga.
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200 a.C.
POMPÉIA – VILA DOS MISTÉRIOS
A Vila dos Mistérios foi construída 
no século II a.C e totalmente 
coberta pelas cinzas da erupção do 
Vesúvio em 79 d.C. 
Faz parte de um conjunto de 100 
residências descobertas na área do 
Vesúvio. Nas últimas décadas do 
século II. C. tornou-se moda entre a 
aristocracia romana construir 
moradias de luxo nesta área.
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CULTURA ESQUIMÓ - OKVIK
Monique Roberts
150 a.C.
Ao mesmo tempo em que 
Pompéia era soterrada pelas 
cinzas do Vesúvio, do lado de cá 
do Atlântico, os esquimós do 
grupo Okvik (150 - 50 a.C.) 
construíam suas casas de forma 
semi-subterrânea, com paredes 
de troncos de madeira ou ossos 
de baleia, cobertos com turfa e 
terra.
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28 a.C.
JARDINS SUSPENSOS NA ROMA ANTIGA
Era senso comum que os romanos 
plantavam árvores na cobertura de prédios 
institucionais. O historiador Plínio (23 - 79 
d.C.) escreveu sobre árvores sendo 
importadas para cultivo destes edifícios.
Mausoléu de Augusto: situado no Campo 
de Marte, foi construído no ano 28 a.C. pelo 
imperador Augusto, para servir de túmulo 
para si mesmo.
Caesarea - Israel: sala de audiências. 
(Caesarea Maritima), também chamada 
Cesareia Palestina, é uma antiga cidade e 
porto marítimo, construída por Herodes, o 
Grande cerca de 25 - 13 a.C.. Situa-se na 
costa mediterrânica de Israel, entre Tel Aviv
e Haifa, num local anteriormente chamado 
Pyrgos Stratonos ("Strato" ou "Torre de 
Straton", em latim Turris Stratonis). Tinha 
uma população estimada em 125.000 
habitantes, que viviam em uma área urbana 
de 370 hectares.
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135 d.C.
JARDINS SUSPENSOS NA ROMA ANTIGA
Mausoléu de Adriano - também 
conhecido como Castelo de Santo 
Ângelo.
Sua estrutura foi iniciada no ano 
135 pelo imperador Adriano como 
um mausoléu pessoal e familiar 
(Tumbas de Adriano), sendo 
concluído por Antonino Pio em 139 
d.C.
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795 d.C.
SOD HOUSES NA ROMA ANTIGA
Quase 1000 anos depois de descrita por 
Teofrasto, a prática de cultivar Sempervivum
tectorum nos telhados chamou novamente a 
atenção dos historiadores quando Carlos 
Magno (795 d.C), imperador romano e 
unificador de grande parte do norte europeu, 
ordenou que todos os súditos do império 
plantassem a barba de Júpiter em seus 
telhados, presumivelmente como medida de 
segurança (contra incêndios ocasionados pela 
queda de raios). 
Ele decretou: Et ille hortulanus habeat super
domum suam Iovis barbam. (E o jardineiro 
deve ter sua própria casa, sobre as barbas 
de Júpiter. Capitulare de villis, cerca 795, 
LXX.).
Ao que tudo indica, esta tradição foi 
incorporada pelos povos nórdicos, que 
durante sua convivência com os romanos 
rebatizaram esta espécies (ou grupo de 
espécies similares) como ‘barba de Thor’
e 
incorporaram a ‘tecnologia-superstição‘ sobre 
seus sod roofs como proteção. 
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700 a 1.000 d.C.
SOD ROOFS VIKINGS
Cabana de recreação nórdica em L'Anse 
aux Meadows (Canadá) - cerca de 1.000 
d.C.
Jarlshof
A arqueologia moderna está ajudando
a revelar a história esquecida dos 
telhados verdes na idade média. 
Nas áreas rurais do Norte da Europa 
deste período, floresceram e evoluíram 
as antigas sod houses, cobertas com 
muita turfa de pasto local (sod) e casca 
de bétula para impermeabilização (esta 
árvore é rica em resinas naturais que 
eram popularmente usadas para 
calafetar vazamentos em telhados).
Mais tarde na Islândia, nos subúrbios 
ocupados por colônias de pescadores, 
as casas cobertas com turfa (sod) 
imperaram até o final do século XIX, 
tornando-se gradualmente obsoletas
pelo advento da industrialização, sendo 
substituídas por telhas metálicas e 
shingles de piche.
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700 a 1.000 d.C.
SOD ROOFS VIKINGS
Os Vikings deixaram um rastro de telhados 
verdes por onde passaram. Suécia, Finlândia, 
Islândia, Dinamarca, Noruega, Groenlândia, 
Ilhas Faroé e Vinlândia (no Canadá!!) estão
entre as regiões que desenvolveram maior 
tradição neste tipo de construção.
As construções encontradas na Vinlândia
(Vinland no Canadá), foram produzidas ao 
longo das incursões viking ao novo mundo em 
períodos pré-colombianos. Feitas com placas 
de turfa (sods) apoiados sobre uma estrutura 
de madeira, podiam receber mais de 90 
pessoas ao mesmo tempo. Escavações 
arqueológicas realizadas entre 1962 e 1965 
revelaram um cemitério com 150 indivíduos 
datados do período entre os anos 1000-
1100/1200 d.C.. 
Esta é provavelmente a primeira (re)-
introdução da técnica no continente 
americano – que já contava com uma tradição
dos nativos que também desenvolveram
técnicas para construção de coberturas vivas.
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1015 d.C.
Os chamados earth lodges ('cabanas de 
terra') são construções semi-subterrâneas 
cobertas parcialmente ou completamente 
com terra, bem conhecidas na cultura dos 
nativos americanos das grandes planícies e 
das florestas do leste norte-americano.
Ocmulgee (pronounced "oak-mull-ghee") é 
uma região no sudeste da América do Norte 
(Geórgia e Alabama) ocupada desde 17.000 
a.C. por caçadores-coletores da idade do 
gelo até os remanescentes das tribos 
Muscogees (povo Creek) da história 
moderna.
A maior ocupação ocorreu ao longo dos 
anos 950-1150 d.C. desenvolvendo um povo 
de cultura sofisticada e estratificada, que 
construiu complexos arquitetônicos com terra 
que expressavam seu sistema religioso e 
político.
EARTHLODGES NA AMÉRICA DO NORTE
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1004 a 1088 d.C.
Não encontramos referência do uso de 
jardins suspensos ou sod roofs na 
antiguidade egípcia.
Este elemento parece ter sido introduzido 
apenas após o domínio imposto pela 
invasão árabe (639 d.C.), que trouxe 
influências da Mesopotâmia refletidas em 
grandes edifícios e templos com jardins de 
cobertura (como os Zigurates).
Fustat (Cairo antigo Ano 641 - 1168 d.C.) 
foi a primeira capital do Egito sob o domínio 
muçulmano. Atingiu o seu auge no século 
XII d.C., com uma população de 
aproximadamente 200.000 habitantes.
O poeta persa Nasir Khusraw descreveu 
no início do século 11 arranha-céus de 14 
andares, com coberturas verdes no topo e 
rodas d'água movidas a boi como sistema 
de irrigação.
FUSTAT - EGITO
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1400 d.C.
Durante a Idade Média e Renascimento, jardins 
de cobertura se tornaram populares entre os 
mais ricos. Monges beneditinos na França e 
Itália cultivavam terraços jardim em seus 
monastérios com hortaliças, frutas e legumes.
O telhado verde mais velho do mundo ainda 
em funcionamento está na Itália: é a Torre 
Guinigi, na cidade de Lucca.
Durante a Idade Média, Lucca com suas 250 
torres era apresentada como um “bosque” aos 
olhos dos viajantes que a viam à frente dos seus 
muros. “Andando noi vedemmo in piccolo
cerchio torreggiare Lucca a guisa d’un
boschetto” (Andando nós vimos um pequeno 
grupo de torres protegendo Lucca sob o 
disfarce de um bosque) escreve o poeta 
florentino Fazio degli Uberti (1305-1367 d.C.) em 
seu “Dittamondo”.
Não se sabe exatamente quando o jardim foi 
criado, mas numa imagem das crônicas de 
Giovanni Sercambi (século XV d.C.), você pode 
ver que, entre as muitas torres de Lucca, havia 
uma coroada de árvores.
IDADE MÉDIA E RENASCIMENTO
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1862 d.C.
COLONIZAÇÃO DO OESTE AMERICANO
Para atrair imigrantes e ocupar o oeste do país, o 
então presidente Norte Americano Abraham Lincoln 
decretou em 1862 que daria a escritura da terra para 
famílias que ‘cavassem um poço e construíssem uma 
casa’. As casas que estes colonos construíam (e os 
colonos em sí) eram chamados de ‘Soddies’ pois 
importavam uma técnica barata de construção com 
cobertura de terra e vegetação.
Estas sod houses abriram as planícies durante as 
décadas de 1870 e 1880. Conforme a colonização 
se arrastava para o oeste e a madeira se tornava 
mais escassa, os colonos passaram a depender 
cada vez mais da terra e pasto para casas. Ao passo 
que faltava madeira, pedra e pasto das pradarias era 
abundantes. Este pasto tinha uma estrutura de raízes 
espessa, resultante era uma habitação bem isolada 
e muito barata.
A casa típica da pradaria era feita de sod (turfa) ou 
cavada na encosta de uma colina, e era vistas como 
uma casa temporária, até que algo permanente 
pudesse ser construído.
"Mais de nove décimos dos cidadãos do condado 
de Butler, Nebraska em 1876 vivia em uma casa 
sod”.
(Dick, The Sod House, p. 111).
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TABELA
Linhas Evolutivas Drivers / Justificativas Tipo de estrutura Tipo de cultivo Contexto
JARDINS
SUSPENSOS
( I N T E N S I V O S )
• Status,presentes 
demonstração de 
poder
• Estética
• Climatização
• Superstições
• Cultivo de 
alimentos (monges 
beneditinos)
Construções em 
pedra, grandes 
coberturas 
planas, 
impermeabilizadas 
com betume, 
fibras vegetais, 
cascalho e terra
Árvores, 
arbustos, 
pendentes, 
forrações 
ornamentais, 
ervas medicinais, 
temperos, legumes
Urbano 
Elitizado 
Público 
Religioso
SOD ROOFS
( E X T E N S I V O S )
• Climatização
• Sistema construtivo 
acessível aos 
pobres
• Superstições
• Decretos de 
utilidade pública 
(incêndios)
Construções em 
madeira, com 
resinas vegetais, 
pele de animais 
embebidas com 
gordura e placas 
de turfa
Vegetação nativa 
que coloniza as 
placas de turfa. 
'Sob as barbas de 
Júpiter (Thor)'
Rural 
Camponês 
Popular
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REFERÊNCIAS
Guy E. Gibbon, Kenneth M. Ames, ”Archaeology of Prehistoric Native America: An Encyclopedia. 
Magill, John D.; Midden, Karen; Groninger, John; and Therrell, Matthew, "A History and Definition of Green Roof
Technology with Recommendations for Future Research" (2011). Research Papers. Paper 91.
http://opensiuc.lib.siu.edu/gs_rp/91 
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http://www.le.ac.uk/hi/polytyques/capitulare/trans.html
Dick, E. (1954). The Sod-house frontier, 1854-1890: a social history of the Northern Plains from the creation of
Kansas and Nebraska to the administration of the Dakotas.
http://khkeeler.blogspot.com.br/2013/06/plant-story-common-houseleek.html
Castleden, Rodney (1987) The Stonehenge People: na exploration of life in Neolithic (4700–2000BC).
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http://professorasandralucia
.blogspot.com.br/2010/06/zi
gurates-e-piramides.html
imagens
http://www.shetlandamenity.
org/viking-longhouse
Judith Dobie
Algumas imagens não estão listadas
abaixo pois não conseguimos encontrar a 
fonte
http://www.edwardgoldsmith.
org/45/traditional-irrigation-
in-mesopotamia/
http://schafergabriel.blogspot.
com.br/2015/03/63-os-povos-
da-mesopotamia.html
https://heritageaction.wordpress
.com/category/outings/
http://cymdeithastwmbarlwm
.blogspot.com.br/2010_05_0
1_archive.html
http://cymdeithastwmbarlwm.
blogspot.com.br/2010_05_01
_archive.html
http://knightscsa.blogspot.
com.br/2008_06_01_archi
ve.html
Nebuchadnezzar II in 
the Hanging Gardens
- Ernest Wellcousins
http://feather802.deviant
art.com/art/The-
Hanging-Gardens-of-
Babylon-14894275
Artist: Stuart Boyle - 1960
https://es.slideshare.net/
algargos/la-villa-de-los-
misterios-restaurada
Pittura di giardino
Da Pompei, Casa del
Bracciale d’Oro 30-35 d.C.
Affresco, Pompei, 
Soprintendenza Speciale
per Pompei, Ercolano e Stabia.
Monique Roberts
https://cutterlight.com/2011
/10/15/sod-and-
whalebone-home-tikigaq/
Reconstruction of the
Mausoleum Augusti by G. 
Gatti. Reproduced after G. 
Gatti, ‘Nuove osservazioni sul 
Mausoleo di Augusto’, L’Urbe, 
3 (1938), Fig. 13.
Aquarela de Jean-
Claude Golvin
Pietro Santi Bartoli
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The illustrated history of
gardening - Anthony Huxley
Sempervivum tectorum, 
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Family and Great Plains
sodhouse, 1886
Image Source: Wikimedia
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Ole Myrvik’s Sod
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Ben Giles
http://originsdigitalcurio.de
viantart.com/art/Collage-
Cactus-and-Succulent-
Clipart-546648257
Eileen Sandá
y
i
f
bO INSTITUTO 
CIDADE JARDIM
O Instituto Cidade Jardim é um negócio de impacto sócio-
ambiental que tem como causa a instalação de telhados 
verdes e jardins suspensos para aumento de áreas verdes 
em grandes metrópoles. 
Fundado pela ecóloga Fabiana Scarda e pelo engenheiro 
agrônomo Sérgio Rocha, desde 2008 nos dedicamos ao 
desenvolvimento de produtos e sistemas de cultivo que 
ajudam a transformar projetos de arquitetura e engenharia em 
projetos de sustentabilidade, permitindo expandir as 
possibilidades de jardinagem, horticultura, agricultura urbana 
e engenharia civil. Queremos transformar nossas cidades 
através dos seus telhados.
Além de desenvolver cursos, produtos e tecnologias de 
cultivo, através da marca Studio Cidade Jardim também atua 
na implementação de telhados verdes em espaços públicos, 
corporativos e residenciais.
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www.institutocidadejardim.com.br
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