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Apostila DIP 2015 2

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0O ESTADO COMO SUJEITO DE DIREITO INTERNACIONAL 
1. Origem do Estado – Sociedades Políticas
	São sociedades políticas todas aquelas que, visando criar condições para a consecução dos fins particulares de seus membros, ocupam-se da totalidade das ações humanas, coordenando-as em função de um fim comum. 
A sociedade política de maior importância devida a sua capacidade de influir e condicionar, bem como sua amplitude é o ESTADO.
Considerando a finalidade das sociedades, existem duas espécies de sociedade: 
a) Sociedades de fins particulares, que têm a finalidade definida voluntariamente por seus membros, visando direta e imediatamente o objetivo que inspirou sua criação, por ato consciente e voluntário; 
b) Sociedades de fins gerais, cujo objetivo, indefinido e genérico, é criar as condições necessárias para que os indivíduos e as demais sociedades, que nela se integram, consigam atingir seus fins particulares. 
Estas sociedades de fins gerais, denominadas sociedades políticas, não se prendem a um objetivo determinado e não se restringem a setores limitados da atividade humana buscando integrar todas as atividades sociais que ocorrem no seu âmbito. 
	Devemos analisar essa questão sob dois aspectos, sendo estes, com base nas teorias filosóficas e os outros fundados na origem histórica e jurídica do Estado.
1.1. Teoria da origem familial do Estado
	É das mais antigas teorias sobre a origem do Estado. Fundamentam seus autores, no desenvolvimento e ampliação da família. Baseiam-se essas teorias, hoje adotadas por poucos autores, nas tradições e mitos de civilizações antiguíssimas e dividem-se em duas correntes: teoria patriarcal e teoria matriarcal.
	A teoria patriarcal busca sustentar que o poder político é derivado de um núcleo familiar onde a autoridade suprema reside na figura do ascendente varão mais velho. A sociedade política em tal caso representa a ampliação da família patriarcal.
	A teoria matriarcal sustenta que a primeira organização familiar teria emergido da autoridade materna. Fundamenta-se no fato de que a genitora representava a autoridade mais relevante de uma organização familiar primitiva.
1.2. Teorias da origem contratual do Estado
	Sob denominação de teorias racionalistas, agrupam-se todas aquelas que justificaram o Estado como de origem convencional (pactual, contratual), isto é, como produto da razão humana. São as chamadas teorias contratualistas ou pactistas. Partem de um estudo das primitivas comunidades em estado de natureza. Concluem seus autores que a sociedade civil (o Estado organizado) nasceu de um acordo entre os indivíduos.
	Essas teorias partem da concepção do homem em estado de natureza, de onde se derivam todas as relações sociais. Tais teorias ganharam fama de filosofia racionalista e se propagaram pela era moderna.
1.3. Teorias da origem violenta do Estado 
	São contemporâneas das teorias contratualistas. Seus autores veem na sociedade política o produto da luta pela vida, nos governantes a sobrevivência dos mais fortes, onde um grupo domina outro, estabelecendo uma organização que facilite esta dominação.
Seus autores desenvolveram amplos estudos a respeito das primitivas organizações sociais, concluindo que foram elas resultantes das lutas travadas entre os indivíduos, sendo o poder público uma instituição que surgiu com a finalidade de regular a dominação dos vencedores e a submissão dos vencidos. 
	Os marxistas apontam a luta de classes para explicar o fenômeno. Apontam o Estado como a classe dominante, economicamente mais poderosa, que assim adquire novos meios para explorar os mais fracos.
1.4. Formação histórica do Estado
	Pela classificação mais considerada pela doutrina são três os modos pelos quais historicamente se formam os Estados:
I) originários - a formação é inteiramente nova, nasce diretamente da população e do país, sem derivar de outro já preexistente. Ou seja, se daria quando, sobre um território que não pertencesse a nenhum Estado, uma população se organizasse politicamente. No mundo atual, em que toda a superfície sólida do globo está dividida em Estados, é impossível esse processo de formação;
II)secundários - quando vários Estados se unem para formar um novo Estado, ou quando um se fraciona para formar outros. Há que se explicar, entretanto que o fracionamento deve ser por impulso interno;
III) derivados - quando a formação se produz por influência exterior, de outros Estados. Dentre esses modos a colonização é o mais geral e importante.
1.5. Formação jurídica do Estado
	Grande parte da doutrina afirma que o Estado deve antes de tudo sua existência ao fato de possuir uma Constituição. Porém, nem sempre será possível fixar esse momento (salvo o caso das Constituições escritas).
	Por isso outros autores preferem considerar como nascimento jurídico do Estado o momento em que ele é reconhecido pelas demais potências, o que é matéria de Direito Internacional.
2. Elementos do Estado 
	A doutrina aponta os seguintes elementos que integram e constituem os Estados: 
(a) Povo (População)
(b) Território
(c) Governo (Nação)
(d) Soberania
2.1. Povo
É a parcela da população do Estado considerada sob o aspecto jurídico, é o grupo humano integrado numa ordem estatal determinada. É o conjunto de indivíduos submetidos às mesmas leis. São os súditos ou os cidadãos de um mesmo Estado e sua aceitação como elemento essencial para a constituição e existência do Estado é unânime.
	Um conceito simplificado é dado por aqueles que consideram o povo como o conjunto de cidadãos de um Estado. Para fazer parte de um povo, é preciso ser cidadão, ou seja, que possuam direitos e deveres que permitam a esse indivíduo participar da formação da vontade do Estado. É um elemento constitutivo necessário a existência do Estado.
	O conceito de População relaciona-se ao aspecto quantitativo, numérico, dos habitantes de um país. Engloba tanto os nacionais como os estrangeiros que residem no território. Não é um elemento constitutivo do Estado. Pode se dizer que é apenas elemento presente no Estado.
2.2. Território
	Condição geográfica da atividade estatal. É o segundo elemento essencial de existência do Estado. É a base física, a porção do globo por ele ocupada e que serve de limite para sua jurisdição. É o país propriamente dito e não se confunde com povo e nação, muito menos com Estado (do qual é apenas um dos elementos).
2.2.1. Aspecto jurídico
Limites do Território:
a) Sobre o mar - no caso do Brasil é de 200 milhas do Estado brasileiro, estabelecido por vários tratados internacionais. Por vários séculos o critério era o alcance de um tiro de canhão. Somente no séc. XX isto mudou. O que gerou confusão foi o crescimento da utilização do mar para fins econômicos.
b) Espaço aéreo - problema de difícil solução, aumentado com a virada do séc. XX e o desenvolvimento da aeronáutica. Devido ao risco para a paz mundial do grande desenvolvimento das conquistas espaciais, a ONU, em 1966 celebrou um Tratado do Espaço Exterior, ou seja, que proíbe que um Estado possa se apossar do espaço ultra terrestre.
c) Terra firme e subsolo - para o primeiro servem os Estados-limítrofes, que delimitam, e com o segundo, não há problema, pois não há ameaça a soberania.
Fronteiras: existem duas divisões para classificá-las: a divisão clássica (naturais - formadas por rios, montanhas e outros acidentes geográficos, e artificiais - na ausência daqueles, linhas geométricas, marcos divisórios).
2.3. Nação
	Muitos autores confundem a nação com o Estado. Nação refere-se ao conjunto de pessoas que se sentem unidas pela origem comum, pelos interesses comuns, por ideais e aspirações comuns. Se o povo é uma entidade jurídica, a nação é uma entidade moral.
Sua conceituação não é fácil. De todos os fatores que possam determinar a sua formação, o racial, é o mais precário. Há quem considere a língua (Canadá, Suíça). Por fim a religião (guerras religiosas dentro de uma mesma nação). Na verdade, a raça, a língua e a religião não são fatores essenciais queconstituam o caráter fundamental da nação.
A identidade de história e de tradição (a nação não é apenas presente), o passado comum. Na verdade, o que une os homens num Estado é o reconhecimento dos mesmos direitos e a identidade de interesses.
2.4. Elemento político
2.4.1. O poder político
Para alguns autores o problema do poder é o tema central da TGE. O poder é um elemento essencial do Estado. Isto porque, sendo o Estado uma sociedade, não poderia existir sem poder. Assim sendo, o poder político está intimamente ligada à soberania.
Discute-se sobre ser o poder do Estado exclusivamente poder político, ou se também é poder jurídico. Para alguns autores o poder do Estado seria poder político, incondicionado e preocupado em assegurar sua eficácia, sem qualquer limitação. 
2.5. Soberania
O primeiro autor a conceituar soberania foi Jean Bodin. Para ele, soberania é o "poder absoluto e perpétuo de uma República". Esse conceito foi de fundamental importância para o surgimento e definição do Estado moderno. Tal conceito, no entanto, não difere em muito, de conceitos contemporâneos que concluem que a soberania é um poder do Estado. Em tal sentido, soberano é o Estado que não depende de outro Estado, é um Estado independente politicamente.
A soberania é o grau supremo a que pode atingir esse poder, supremo no sentido de não reconhecer outro poder juridicamente igual ou superior a ele dentro do mesmo Estado. De tal sorte, quando o Estado traça normas para regular as relações entre os indivíduos que lhes estão sujeitos, sobre a organização da família, a punição de criminosos, sobre o comércio, etc., exerce o poder de modo soberano e as normas que edita são coativas, sem que qualquer outro poder ou autoridade interfira ou se oponha.
A soberania do Estado é considerada geralmente sob o aspecto interno e sob o externo. Assim sendo, sob o aspecto interno, a soberania do Estado se manifesta quando edita leis que subordinam a todos os indivíduos que habitam seu território. De forma externa, quer significar que a soberania do Estado se manifesta nas relações recíprocas entre os Estados, não havendo subordinação nem dependência, e sim igualdade.
A soberania no conceito da escola clássica é una: não pode existir mais de uma autoridade soberana em um mesmo território; indivisível: o poder delega atribuições reparte competências, mas não divide a soberania; inalienável: o corpo social é uma entidade coletiva datado de vontade própria, resultante da soma das vontades individuais e se consubstancia na Constituição e nas leis; e imprescritível: a soberania não pode sofrer limitação no tempo, um Estado quando nasce, nasce definitivamente, não se concebendo soberania temporária.
2.6. Governo
Outro elemento do Estado, é uma delegação de soberania nacional, é o conjunto das funções necessárias à manutenção da ordem jurídica e da administração pública.
A palavra governo tem dois sentidos: coletivo, como conjunto de órgãos que presidem a vida política do Estado, e singular, como poder executivo, órgão que exerce a função mais ativa na direção dos negócios públicos.
2.6.1. Formas de governo contemporâneas - Monarquia e República.
	Monarquia - Tem como conceito clássico: forma de governo em que o poder está nas mãos de um indivíduo, de uma pessoa física. 
República -	É a forma de governo que se opõe a monarquia. Aproxima-se da democracia. Seu desenvolvimento se deu pelas lutas travadas contra a monarquia absoluta e pela afirmação da soberania popular.
2.6.3 – Sistemas de governo
2.6.3.1. Parlamentarismo
	Foi produto de uma longa evolução histórica. Tem como base histórica o desenvolvimento do sistema representativo da Inglaterra.
Como diz a própria denominação, trata-se de um sistema de governo centrado no Parlamento, não no Executivo. O chefe de governo é escolhido pelo Legislativo, mais propriamente pela Câmara dos Comuns, perante a qual é responsável, devendo, portanto, que o povo esteja representado na Câmara dos Comuns.
2.6.3.2. Presidencialismo.
I) Origem histórica
	Nasceu em 1787, inventado pelas ex-colônias inglesas da América, em oposição à monarquia. Necessidade por um governo democrático, mas enérgico. Assim, os fundadores do Estado norte-americano criaram uma nova forma de governo, com base nas ideias de Montesquieu (separação dos poderes), originando a figura do Presidente da República, como chefe de governo, mas com poder limitado por uma Constituição e por um controle legislativo.
II) Mecanismo e características:
a) O Presidente da República é Chefe do Estado e Chefe do Governo - além das funções estritamente executivas, desempenha atribuições políticas de grande relevância, numa função governativa;
b) Chefia do executivo é unipessoal - cabe exclusivamente ao Presidente da República fixar as diretrizes do poder executivo;
c) Presidente da República escolhido pelo povo - essencial que o governo derive do grande conjunto da sociedade;
d) É escolhido por prazo determinado - impedir a permanência por tempo indefinido no poder, pois se assemelharia a uma monarquia eletiva. Mandato. Ao final, o povo deve escolher novamente seu governante. Na maioria dos Estados que adotam tal regime é proibida a reeleição;
2.7. Conceito de Estado
Significa uma situação permanente de convivência, ligada à sociedade política. Na verdade, encontrar um conceito de Estado que satisfaça a todas as correntes doutrinárias é absolutamente impossível.
Na verdade podemos sintetizar o conceito de Estado, juntando características dos seus elementos constitutivos: sociedade política reconhecida na ordem jurídica como soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em determinado território.
3 – Direitos e Deveres do Estado
O Estado é uma pessoa jurídica de direito internacional. Toda pessoa tem direitos e deveres.
I - São direitos fundamentais:
A liberdade e a independência.
II – São direitos derivados:
a) a igualdade – jurídica e relativa;
b) o respeito mútuo;
c) reclamação internacional;
d) defesa e conservação.
 	O direito fundamental é aquele que sem ele o Estado não existe. A Constituição Federal prevê a INDEPENDÊNCIA NACIONAL. É a condição sine qua non para a existência do Estado.
 	Com ela, o Estado é soberano, é livre, para fazer sua lei e aplicá-la.
Alguns Estados não têm independência. Exemplo é o Principado de Mônaco e, até algum tempo atrás, Porto Rico. Sem a independência, não pode ser considerado um Estado soberano.
 	Os direitos derivados derivam da independência nacional.
3.1. Direitos Derivados
3.1.1. Igualdade
 	Só existe no mundo JURÍDICO. Nada é igual. “Todos os Estados são iguais” coloca o Tratado de Westfalia, pela primeira vez. Quando a ONU, que tem 193 Estados, vai fazer uma votação, o voto de Luxemburgo e EUA tem o mesmo peso.
 	É a igualdade jurídica, em que:
- todos são iguais perante o DIP;
- cada um tem direito a um voto, com peso igual;
- não se pode reclamar jurisdição sobre outro Estado.
3.1.2. Igualdade Relativa
 	O Conselho de Segurança da ONU possui 15 membros. Cinco deles são permanentes: EUA, China, França, Rússia e Inglaterra.
 	O quórum de votação é de 9 votos. O Conselho de Segurança analisa as matérias processuais e não processuais. Quando a matéria é processual, vale o quórum de 9 votos entre os 15 membros. Quando, por sua vez, a natureza da matéria é técnica – não processual –, como no caso de matéria militar, estratégica, deve se desmembrar: 5 votos dos membros permanentes somados a 4 dos temporários.
 	Um dos cinco permanentes pode se abster. Mas se um dos 5 votar contrariamente, prevalece o voto contrário, ainda que todos os outros tenham votado a favor.
 	Na carta da ONU não encontraremos a palavra veto. Nesse caso temos o direito de veto. E o direito de veto pelo que vota não, dos permanentes, é maior do que o dos outros. É uma anomalia. Existiu um motivo para que fosse assim. Não existe mais o motivo, mas não foi reformulado o critério.
3.1.3. Respeito Mútuo
 	É o respeito que todo Estadomerece dos demais. O Estado merece o respeito mútuo à bandeira, ao hino e símbolos nacionais, aos súditos, aos seus representantes.
 
 	É o direito a ser tratado com consideração, com respeito à dignidade e à personalidade.
3.1.4. Reclamação Internacional
 	Em caso de ofensa, o Estado pode ser reparado por representação internacional. 
 	Uma alternativa é recorrer à Corte Internacional de Justiça. Somente os Estados podem requerer à Corte Internacional de Justiça.
3.1.5. Defesa e Conservação
 	São os atos necessários à defesa, como consequência do direito à existência. 	É o caso da legítima defesa. Defende-se e conserva-se o que eu tenho e o que eu quero manter.
 	Pode-se defender e conservar o território. Mas a questão é mais ampla, abrangendo, também, a biodiversidade, a água potável, usinas nucleares.
Para a defesa e conservação, os Estados pactuam tratados de cooperação militar. Exemplo é a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que tem como objetivo a defesa de 19 países europeus.
3.2. Limitações
a) imunidades de jurisdição
b) servidão
c) arrendamento
d) neutralidade permanente
3.2.1. Imunidades de Jurisdição
A imunidade de jurisdição local é o caso da extraterritorialidade, aplicável aos:
- chefes de Estado
- primeiros ministros
- embaixadores
- representantes oficiais,
 	Quando em outra jurisdição, somente se submetendo às leis de seus países.
 	Se um embaixador matar alguém, não se pode nem tocar nele. Porque não é o indivíduo, mas representa seu Estado. É uma ficção, evidentemente.
Este é o caso de imunidade diplomática.
3.2.2. Servidão
 	É uma restrição do domínio eminente. Existe a servidão positiva e a servidão negativa.
3.2.2.1. Servidão Negativa - In Non Faciendo
 	É obtida por um Tratado Internacional pelo qual um país se vê impedido de aplicar a sua própria lei.
 	Como exemplo, temos a base de Guantánamo, em Cuba, desde 1.908. 
Ao assumir o poder, Fidel disse que os tratados seriam mantidos.
 	É uma servidão negativa permanente.
3.2.2.2. Servidão Positiva - In Faciendo
 	Posso fazer alguma coisa, mas limitada ao tratado.
Por exemplo, podemos permitir que navios estrangeiros viessem pescar no mar territorial nacional. Nós determinamos a regra.
 	Por exemplo, permitir aos franceses caçar lagostas no território nacional. Mas podemos determinar a tonelagem, a época, limitações.
3.2.3. Arrendamento
 	Funciona de forma igual ao que determinado no Direito Civil.
O país arrenda um imóvel, por exemplo. Diferentemente do que ocorre na servidão e na capitulação, é oneroso.
 	Temos como exemplo o Canal do Panamá. No período de quase cem anos os EUA exploraram a faixa, onde imperou a jurisdição americana.
3.2.4. Neutralidade Permanente
 	Quando ocorreu a guerra das Malvinas, o Brasil e os demais países latino-americanos declararam-se neutros. Não penderam para o lado da Inglaterra nem da Argentina.
 	Existem casos de neutros permanentemente, em qualquer conflito ofensivo, em qualquer época. São os casos da Suíça, da Áustria e do Vaticano. 
 	O problema da neutralidade permanente é o da LIMITAÇÃO. Só recentemente a Suíça ingressou na ONU.
 	Por quê? Todo país integrante tem que fornecer tropas – as forças internacionais de paz. Constituição Federal da Suíça não permite.
Como posso ter um país da ONU com privilégio frente aos demais países? Por um tratado. A Suíça não manda soldados, mas participa com verbas e medicamentos.
3.3. Deveres
a) morais
b) jurídicos
c) de não intervenção
3.3.1. Deveres Morais
 	Temos todos deveres morais. Consideremos um Estado fechado para o mundo. Acontece uma catástrofe: um furação, um tufão ou terremoto. O Brasil é obrigado a mandar remédios e alimentos? Não.
 	Mas existe um dever moral. Não se pergunta o custo. O que se pergunta é quantos estão morrendo. O Estado é fechado, mas as pessoas estão fechadas, lá. Quando ocorre um terremoto na Bolívia ou no Equador, o Brasil sempre envia remédios e alimentos. Não é obrigado a isso. 
 	Se houvesse um tratado internacional que dissesse: se houver um terremoto no Chile, o Brasil tem que mandar seis carretas. Havendo a catástrofe, e enviando apenas cinco, infringiria o Brasil a norma jurídica.
No plano internacional não há a sanção escrita. As penalidades variam de caso a caso. O parâmetro está no porquê de não ter cumprido, em quais os prejuízos e no contexto.
 	Os EUA no Iraque infringiram tratados internacionais assinados. Fica uma mácula nas relações entre os países. O débito é jurídico. Mas a sanção é também moral.
 	É diferente de CORTESIA INTERNACIONAL. A cortesia internacional é um ato discricionário moral. O dever moral é um DEVER, em caso de catástrofe.
3.3.2. Não Intervenção
 	Intervenção é toda vontade que é imposta sem ser solicitada. Pode ser armada, diplomática, individual, coletiva. É uma ingerência, uma intromissão de um ou mais Estados em um assunto interno de outro. Existem 4 exceções:
3.3.2.1. Em Legítima Defesa
 	Há uma agressão. Deve-se obedecer ao princípio da proporcionalidade. A legítima defesa é uma agressão justificável.
3.3.2.2. Para Fins Humanitários
 	A população está sofrendo limitações, privações e está de mãos atadas.
Risco: você é uma força ocupante em outro território. Isso ocorreu na Somália. Com isso, acabou a guerra. As forças se voltaram contra os invasores. 
3.3.2.3. Para Preservar os Interesses do Estado ou de Súdito do Estado
 	Tem-se como exemplo, a invasão de um aeroporto estrangeiro, para retiradas dos seus nacionais e, imediatamente as forças vão embora.
3.3.2.4. Quando a Intervenção se dá Pela Intervenção da ONU, da OEA ou de uma Comunidade Africana
 	Essas organizações intervêm no assunto de um país. Para fins humanitários, por exemplo. A organização abrange, inclusive, o Estado que sofre a intervenção. Diz que não vai fazer e faz. O Brasil está no Haiti, que sofreu uma intervenção.
4 - Formas de extinção do Estado 
 	É importante considerarmos que o Estado pode ser extinto. A Extinção do Estado pode se dar por dois motivos: 
4.1. Motivos ou Causas Gerais
 	Ocorre quando da atuação do Estado de forma irregular ou ilegítima ou pela omissão na defesa dos interesses coletivos, bases sociais e jurídicas de sua população que pode levar a perda de um dos seus elementos constitutivos. Em geral, ocorre o desaparecimento do Estado como unidade de direito público sempre que, por qualquer motivo, faltar um dos seus elementos morfológicos (população, território e governo). As uniões e divisões de Estados, que ensejam a formação de novas entidades estatais, determinam o desaparecimento dos Estados que uniram ou daquele que se dividiu.
4.2. Motivos ou Causas Específicas: 
 	São casos de Extinção do Estado por motivos específicos - A Conquista; A Emigração; A Expulsão; A Renúncia dos Direitos de Soberania. 
4.2.1. Conquista
 	Quando o Estado, desorganizado, enfraquecido, sem amparo de um órgão internacional de justiça e segurança, é invadido por forças estrangeiras, ou dividido violentamente por um movimento separatista insuflado por interesses externos. Por essa forma ocorreu três vezes o surgimento da Polônia na órbita internacional, em 1772, em 1793 e no decurso da primeira guerra mundial. 
4.2.2. Emigração
 	Quando, sob a pressão de qualquer acontecimento imprevisto, toda a população nacional abandonou o país, como se deu com os helvéticos ao tempo de César. 
4.2.3. Expulsão
 	Quando as forças conquistadoras, ocupando plenamente o território do Estado invadido, obrigam a população vencida a se deslocar para outra região. Foi o que ocorreu em diversos países da Europa por ocasião das invasões bárbaras. 
 4.2.4. Renúncia dos Direitos de Soberania
 	É a forma de desaparecimento espontâneo. Uma comunidade nacional pode renunciar aos seus direitos de autodeterminação, em benefício de outro Estado mais prospero, ao qual se incorpora, formando um novo e maior Estado. Várias unidades feudaiscom prerrogativas de Estado, na Idade Média, desapareceram por este modo, passando a integrar a poderosa monarquia francesa de Luis XI. 
 	Mais recentemente tivemos o exemplo do Estado mexicano do Texas, o qual, tendo proclamado a sua independência em 1837, deliberou posteriormente, em 1845, abrir mão da sua soberania para ingressar na federação americana. 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
1. Origens Históricas 
O Direito Internacional Público surgiu a partir do século XVII, quando se formaram os Estados-Nação com as características que conhecemos hoje. O ponto limite foi o fim da Guerra dos 30 anos (em 1648), por meio do tratado de Vestfália, quando nasce a soberania nacional.
2. Contexto 
A vida em sociedade é permeada de conflitos interpessoais, e na sociedade internacional igualmente há tensões entre os atores, tendo em vista as inúmeras disputas entre os sujeitos, uma vez que há diferenças e interesses variados entre os mesmos. 
Os conflitos que ocorrem na seara internacional não podem, via de regra, serem solucionados da mesma maneira dos que ocorrem no âmbito interno, o que se deve, fundamentalmente, à forma pela qual a sociedade internacional está organizada do ponto de vista jurídico. Vale destacar neste ponto que as relações internacionais são caracterizadas por:
(a) Inexistência de um poder central mundial, ou seja, não há um ente de direito internacional que imponha aos Estados Soberanos as suas deliberações
(b) Igualdade jurídica entre os Estados 
(c) Soberania dos Estados
(d) Princípio da não intervenção. 
3. O que é o direito internacional? 
É o conjunto de princípios e normas, sejam positivados ou costumeiros, que representam direito e deveres aplicáveis no âmbito internacional (perante a sociedade internacional). Em outras palavras, Direito internacional público consiste no sistema normativo que rege as relações exteriores entre os atores internacionais. É o ramo da ciência jurídica que visa regular as relações internacionais com o fim precípuo de viabilizar a convivência entre os integrantes da sociedade internacional.
O direito internacional não é dotado da mesma coerção existente no prisma interno dos Estados, mas estes princípios e normas são aceitos quase que universalmente, incidindo sobre os sujeitos ou atores da sociedade internacional.
4. Direito internacional público e direito internacional privado 
O direito internacional trata destas relações e deste âmbito normativo, que pode ser positivado ou costumeiro (costumes). Denomina-se Direito Internacional Público quando tratar das relações jurídicas (direitos e deveres) entre Estados, ao passo que o Direito Internacional Privado trata da aplicação de leis civis, comerciais ou penais de um Estado sobre particulares (pessoas físicas ou jurídicas) de outro Estado.
	Direito Internacional Público
	Direito Internacional Privado
	Relação jurídica: Trata das relações exteriores entre os atores internacionais (sociedade internacional), compondo tensões;
	Relação jurídica: Trata das relações jurídicas entre os sujeitos privados com conexão internacional, regulando conflitos de leis no espaço.
	Fonte: principal são os tratados e fontes internacionais
	Fonte: legislação interna dos Estados.
	Regras: 
1) vinculam as relações internacionais ou internas de incidência internacional; 
2) são estabelecidas pelas fontes internacionais; 
3) são normas de aplicação direta, vinculando diretamente os sujeitos.
	Regras: normas indicativas de qual Direito aplicável nas relações entre os sujeitos;
5. Objeto do Direito Internacional 
 	Num primeiro momento, o objeto do Direito Internacional são os Estados, regendo a atividade interestatal. Com o fim da 2ª Guerra Mundial começam a surgir as Organizações Internacionais (ONU, OMC, FMI, etc.), e estas passaram a deter também personalidade Jurídica Internacional, atribuindo aos indivíduos capacidades postulatórias.
Vários autores elucidam que há uma tríplice função do direito internacional público: 
(a) Repartição de competência entre os estados soberanos, cada qual com sua delimitação territorial, ao qual exerce sua jurisdição. 
(b) Fixa obrigações aos Estados soberanos, de modo que as suas liberdades de atuação são (de) limitadas; 
(c) Rege as relações entre as organizações internacionais. 
O Direito Internacional Público (DIP) é composto pelos sujeitos ou atores de direito internacional público, que estão sujeitos às regras, princípios e costumes internacionais. Entretanto, não apenas de relações entre Estados cuida o DIP. Os Estados tem sua personalidade jurídica internacional reconhecida pelos outros Estados ou pelos organismos internacionais. 
Organismos internacionais são pessoas ou coletividades criadas pelos próprios sujeitos de direito internacional, reconhecendo-os como pessoas internacionais, com capacidade de ter direitos e assumir obrigações na ordem internacional. São exemplos a ONU, OEA. 
5.1 Sujeitos de Direito Internacional
	Os sujeitos de Direito Internacional são divididos em duas categorias: primários e secundários.
Sujeitos Primários: são os Estados. Esses sujeitos já possuem intrinsecamente personalidade jurídica, não dependendo de outros sujeitos para adquiri-la.
Sujeitos Secundários: são aqueles que apenas possuem personalidade jurídica após o reconhecimento dos sujeitos primários, os Estados. São eles:
As Organizações Internacionais 
Santa Sé
Cruz Vermelha
Insurgentes ou beligerantes
As Empresas Transnacionais
As Organizações Não Governamentais
A pessoa Humana: passa a ser comtemplado nos estudos do direito internacional a partir da Carta da Organização das Nações Unidas. Com a edição do Estatuto de Roma, em 1998, e sua respectiva entrada em vigor, em 2002, os indivíduos respondem internacionalmente pelos crimes de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra. 
6. Sociedade Internacional versus Comunidade Internacional 
 	A sociedade internacional é formada pelos Estados, pelos organismos internacionais e pelo homem, enfim, por todos seus atores, apresentando as características em relação às sociedades internas: 
a) Isonomia: deve haver igualdade entre os sujeitos; 
b) Descentralização: pois vários são os criadores e destinatários das normas de direito internacional. 
c) Universalidade: deve abranger o máximo possível de integrantes; 
d) É Aberta: como corolário lógico da característica anterior, é aberta à novos integrantes. 
Apresentando as seguintes características: 
(a) Multiplicidade de Estados, dotados de soberania; 
(b) Relações comerciais internacionais 
(c) Princípios jurídicos em comum. 
 	São expressões que não se confundem, apesar de serem utilizados como sinônimos. 
 	A sociedade internacional é formada por todos os sujeitos de direito internacional: Estados, Organizações Internacionais, Empresas e Indivíduos. A comunidade internacional, por seu turno, é marcada pela união natural (laço espontâneo), marcados por afinidades de cunho social, cultural, familiar, religioso. A comunidade internacional é aquela determinada por um grupo mais fechado com interesses definidos em comum.
	
7. Direito Internacional Público e Direito Interno 
 	Uma questão tormentosa é a relação entre conflitos entre as normas de Direito Internacional e de Direito interno, a questão em apreço é polêmica, e seu tratamento reveste-se de grande importância, em função do relevo que o Direito Internacional vem adquirindo como marco que visa a disciplinar o atual dinamismo das relações internacionais. 
 	Para tanto, há duas teorias explicativas do impasse entre conflito entre direito internacional público e direito interno, quais sejam, as teorias monista e dualista.
7.1. Teoria dualista ou Dualismo
 	O direito interno de cada Estado e o internacional são dois sistemas independentes e distintos, ou seja, constituem círculos que não se interceptam, embora sejam igualmente válidos. As fontes e normas do Direito Internacional (notadamente, os tratados)não têm qualquer influência sobre as questões relativas ao âmbito do direito Interno, e vice versa, de sorte que entre ambos os ordenamentos jamais poderia haver conflitos.
 	Assim, segundo esta doutrina, quando um estado assume um compromisso exterior o está aprovando tão-somente como fonte do Direito Internacional, sem qualquer impacto ou repercussão no cenário normativo interno. Para que isso ocorra, ou seja, para que um compromisso internacionalmente assumido passe a ter valor jurídico no âmbito do direito interno desse Estado, é necessário que o direito Internacional seja transformado em norma de direito interno, o que se dá pelo processo conhecido como adoção ou transformação do direito (materialização na forma de uma espécie normativa típica do direito interno, como uma emenda, uma lei, decreto legislativo, decreto etc). 
 
	Em consequência disso, a norma do direito internacional internalizada passaria a ter o mesmo status normativo que outra norma de direito interno, o que segundo essa concepção, permitiria que um tratado internacional fosse revogado por uma lei ordinária posterior. O primado normativo dos dualistas, então, é da lei interna de cada Estado e não o Direito internacional. Normalmente, quem defende a escola dualista, tem uma visão voluntarista do direito internacional.
 	A nossa constituição Federal adotou a escola dualista, porque os tratados assinados pelo Brasil devem passar pela aprovação do Congresso nacional (art. 84, VIII) e depois transformados em uma espécie normativa interna (decreto legislativo, decreto etc)
 	O STF assume posição dualista moderada. A suprema corte brasileira tem exigido que, após a aprovação por decreto legislativo do Congresso Nacional e a troca dos respectivos instrumentos, seja o tratado promulgado por decreto presidencial.
7.2. Teoria monista 
 	Doutrina completamente oposta à anterior, uma vez que trata da questão da unidade do ordenamento internacional e interno. Trata-se da teoria segundo a qual o direito internacional se aplica diretamente na ordem jurídica dos estados, independentemente de qualquer transformação, uma vez que esses mesmos estados, nas suas relações com outros sujeitos de direito das gentes, mantêm compromissos que se interpenetram e que somente se sustentam juridicamente por pertencerem a um sistema jurídico uno, baseado na identidade de sujeitos (os indivíduos que os compõem) e de fontes (sempre objetivas e não dependentes – como no voluntarismo – da vontade dos estados). Sendo assim, tanto o direito interno como o direito internacional estariam aptos para reger as relações jurídicas dos indivíduos, sendo inútil qualquer processo de incorporação formal das normas internacionais no ordenamento jurídico interno.
 	Adotando-se a teoria monista surge um problema quanto à hierarquia, isto é, o de saber qual é a ordem jurídica que deve prevalecer em caso de conflito, se a interna ou a internacional.
8. Fundamento do Direito Internacional 
 	Fundamento liga-se à obrigatoriedade da disciplina. Existem duas correntes:
8.1. Doutrina Voluntarista: Entende que o fundamento do Direito Internacional se baseia na vontade dos Estados. A maior crítica feita a essa doutrina é a de que não se pode depender apenas da vontade do Estado, pois o mesmo pode manifestar sua vontade negativa a posteriori, deixando de existir o Direito Internacional. Devem ser criadas normas mais objetivas. 
8.2. Doutrina Objetivista: Visa encontrar nas normas internacionais regras mais objetivas que subjetivas para fundamentar o Direito Internacional Público. Essa regra objetiva, por excelência, é o pacta sunt servanda. (art. 26 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, 1969).
8.3 - Ordem Jurídica da Sociedade Internacional
 	A ordem jurídica interna é centralizada e organizada verticalmente. No âmbito do Direito Internacional, a ordem jurídica é descentralizada, não existindo norma jurídica superior com capacidade para impor aos Estados o cumprimento de suas decisões. A Carta da ONU não é uma Constituição. O Direito Internacional ainda depende muito do voluntarismo, ou seja, da vontade de cada Estado.
 	Os Estados se organizam horizontalmente, e prontificam-se a proceder de acordo com normas jurídicas na exata medida em que estas tenham constituído objeto de seu consentimento. A criação de normas é, assim, obra direta de seus destinatários.
9. Fontes do Direito Internacional Público 
9.1. Fontes Materiais: são os fatos sociais, históricos, políticos e econômicos, que deflagram a produção das normas. 
9.2. Fontes Formais: são os atos estatais que regulamentam os fatos sociais. Indicam a forma como o Direito Positivo se desenvolve. As fontes formais do Direito Internacional são: 
9.2.1. Primárias (Art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça):
9.2.1.1. Tratados (art. 38, “a”, ECIJ): formalmente, não é hierarquicamente superior ao Costume, mas, na prática, são as principais fontes do DIP e as mais aplicadas. Já que trazem maior segurança jurídica para as Relações Internacionais. Sua regulamentação se dá por um novo ramo do DIP: o Direito dos Tratados, que regulam a sua celebração, entrada em vigor e extinção. 
9.2.1.2. Costumes (art. 38, “b”, ECIJ): São atos reiterados dos Estados durante certo período de tempo, versando um assunto da mesma forma. Quem alega o Costume, deve prová-lo. São dois os elementos (cumulativos) do costume internacional:
9.2.1.2.1. Elemento material: prática reiterada de atos no mesmo sentido. É o chamado “uso”. 
9.2.1.2.2. Elemento subjetivo (psicológico ou espiritual): é a crença de que a prática é obrigatória nos termos do Direito, no plano jurídico. 
O Costume e os novos Estados: atualmente os Estados nascem por união ou cisão. A doutrina majoritária defende que os novos Estados que nascem no seio da Sociedade Internacional, ao integrá-la, deve submeter-se a todos os direitos e obrigações pré-existentes. Já a doutrina minoritária entende que o Estado pode rechaçar algumas regras costumeiras que violem seus Princípios de Direitos Humanos. 
9.2.1.3. Princípios Gerais do Direito (art. 38, “c”, ECIJ): estão, em sua maioria, positivados nos tratados. Mas podemos citar dentre eles o pacta sunt servanda, a boa-fé, o respeito à coisa julgada.
9.2.2. Secundárias (art. 38, “d”, ECIJ): 
9.2.2.1. Jurisprudência: interna e internacional. 
9.2.2.2. Doutrina: se referia ao jurista como pessoa física, mas hoje em dia deve ser interpretado em sentido amplo, sendo todas as manifestações de cunho doutrinário, ainda que não de Pessoa Física, como os ANAIS das Conferências, os grupos de estudos da ONU, as decisões de Tribunais Internacionais, dentre outros, considerados doutrina.
 	O art. 38 é meramente exemplificativo, podendo existir outras fontes que não elencadas ali em seu texto. Não existe hierarquia entre as fontes, tanto os Tratados podem revogar os Costumes quanto os Costumes podem revogar os Tratados (fazendo com que o mesmo caia em desuso).
9.2.3. Novas fontes do Direito Internacional Público:
9.2.3.1. Atos unilaterais do Estado: criam direitos a outros Estados e obrigações a ele próprio. 
9.2.3.2. Decisões de Organizações Internacionais: as Organizações Internacionais podem criar atos internacionais, tais como decisões, resoluções, diretrizes, diretivas, recomendações, gerando obrigações aos países a elas vinculadas. 
10. Tratados Internacionais
 
 	O tratado é a fonte mais importante para a identificação de regras do DIP. 
10.1. Características 
10.1.1. Conceito 
 	Tratado é o acordo internacional celebrado por escrito entre dois ou mais Estados ou outros sujeitos de Direito Internacional, sob a égide do Direito Internacional, independentemente de sua designação específica. A convenção de Viena de 1969 fala da conceituação dos tratados
10.2. Elementos que configuram um tratado 
Referência acerca dos Tratados: Convenção de Viena de 1969 – “Tratado dos Tratados” à Conceito: art. 2º, §1º, “a”. 
a) É acordo formal internacional:é acordo escrito devendo que ter animus contraendie e sanção em caso de descumprimento. 
b) Celebrado por escrito: para ser válido, deve ser feito por escrito, sendo vedada a forma oral. 
 	O Acordo de Cavalheiros é muito semelhante a um tratado internacional. Na forma até são semelhantes, mas no conteúdo divergem. 
        – no acordo de cavalheiros são criadas normas de conteúdo moral, nunca preceitos de direito positivo;
        – o acordo de cavalheiros se vincula a personalidade de seus agentes (vincula a pessoa, em particular), o que não acontece nos tratados internacionais.
        – no acordo de cavalheiros admite-se a forma oral para sua elaboração.
c) É celebrado entre Estados ou Organizações Internacionais: que são pessoas de direito internacional. A Convenção de Viena de 1986 acresceu as Organizações internacionais como sujeitos de Direito Internacional. 
 	Excepcionalmente, por razões políticas, um ente que não estatal pode celebrar tratado: ex. OMC, Taiwan e Hong Kong (são tigres asiáticos que, por meio do Acordo de Marrakesh, permitiu que os territórios aduaneiros autônomos, mas que tenham autonomia comercial, como no caso de Taiwan e Hong Kong). 
d) Deve ser regido pelo Direito Internacional: se um compromisso for regido pelo direito interno de uma das partes, não será um Tratado Internacional, mas sim um Contrato Internacional. 
e) Quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos: permite os acordos por troca de notas diplomáticas (acordos em forma simplificada/acordos executivos). 
f) Deve produzir efeitos jurídicos: não se considera documentos meramente políticos. Tratados devem produzir direitos e obrigações, de modo que a inadimplência gere responsabilidade internacional. 
g) Qualquer que seja a sua nomenclatura particular: os Tratados Internacionais não tem denominação específica, podem ser denominados de Tratado, Convenção, Protocolo, Acordo. Exceção: Tratados celebrados pelo Vaticano com outros Estados denominam-se Concordata, desde que versem sobre assuntos religiosos. 
10.3. Nomenclatura 
 	Desde que preencha os requisitos básicos, será tratado internacional. A nomenclatura não tem o condão de distinguir (convenção, tratado, acordo [DI Econômico], concordata [Vaticano], carta [utilizado para organizações], protocolo [há um tratado original e para evitar emendas, faz-se um tratado adicional e para se fazer este protocolo, tem que fazer parte do tratado original). 
 	Outrossim, se os subscritores adotaram a denominação de compromisso, que para alguns autores é o ato internacional utilizado para a solução de controvérsias perante um tribunal arbitral, deve-se verificar o caso concreto para saber qual o teor do compromisso. A denominação serve justamente para especificar a natureza do texto convencional, quebrando a neutralidade do substantivo-base. Assim, as expressões acordo e compromisso são alternativas, são juridicamente sinônimas – da expressão tratado, e se prestam, como esta última, à livre designação de qualquer avença formal, concluída entre sujeitos de direito das gentes e destinada a produzir efeitos jurídicos”.
 	
10.4. Classificações dos tratados 
10.4.1. Quanto ao número de Partes 
a) .Tratados bilaterais: 
Matérias típicas: fronteira, bitributação, extradição, cooperação judiciária. 
b) Tratados multilaterais: podem ter aplicação universal, para todos. Ex. direitos humanos. 
Nestes tratados aparecem questões referentes à adesão de outros Estados ao tratado (regras para adesão): às vezes exige-se aprovação dos demais membros integrantes, inclusive com cláusula de unanimidade (Mercosul). Fixa-se regras para denúncia do tratado, em regra, é fixada a comunicação prévia para sair. Quantos são necessários para permanecer vigente é outra cláusula. 
Uma cláusula muito importante é a de reserva, que é a possibilidade de o Estado se vincular ao tratado, mas com reservas. Há tratados que não permitem reservas. Nos tratados multilaterais, as matérias atinentes às reservas aparecem ao fim do tratado. Se um Estado soberano não concorda com os termos do novo tratado, é perfeitamente possível que haja o engajamento parcial ou condicional a determinados tratados.
 	 A limitação ao consentimento acerca de parte do tratado recebe o nome de reserva ou declaração interpretativa. A Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1.969, no seu art. 2º, “d”, explica que: d) "reserva" significa uma declaração unilateral, qualquer que seja a sua redação ou denominação, feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do tratado em sua aplicação a esse Estado; 
 	O que os distingue é a possibilidade de alargamento do número de partes. Havendo a hipótese de ingresso ou saída de Estados, será multilateral. Nos bilaterais, se uma das partes denunciar, extingue-se o tratado.
10.4.2. Quanto à abertura ou não 
a) Abertos → são aqueles acessíveis a outros Estados; possuem cláusula de adesão. 
b) Fechados → são aqueles realizados somente entre as partes, não são acessíveis a outros Estados; 
c) Semi-abertos→ abertos somente a alguns países específicos; 
10.4.3. Quanto à solenidade 
a) De forma solene → são aqueles que precisam de assinatura e ratificação; 
b) De forma simplificada → são aqueles que a mera assinatura já lhe da validade; 
10.4.4. Tratados lei, contrato e normativos
a) Tratados lei → são aqueles que fixam normas de Direito Internacional (DI). Todos os integrantes acordam com propósitos idênticos. 
b) Tratados contrato → são aqueles que se formam a partir da vontade das partes, em geral disciplinando tratos comerciais. Todos os integrantes acordam com propósitos diferentes. Ex. acordo nuclear Brasil-Alemanha: o Brasil se comprometeu a fornecer urânio enriquecido ao passo que a Alemanha se comprometeu a fornecer tecnologia nuclear ao Brasil.
c) Tratados normativos → são aqueles que criam as uniões internacionais administrativas. Ex. União Postal Internacional, Organização Mundial de Saúde e Organização Mundial de Meteorologia.
10.5. Condição de Validade dos Tratados
a) Capacidade das partes contratantes: os tratados podem ser assinados pelos Estados e Organizações Internacionais ou entre as Organizações Internacionais.
b) Habilitação dos agentes signatários: os representantes de um estado para adoção ou autenticação de um tratado deverão demonstrar sua capacidade mediante a apresentação dos plenos poderes. Os Chefes de Estado e os Ministros das Relações Exteriores estão dispensados da apresentação dos plenos poderes.
c) Consentimento mútuo: o tratado é um acordo de vontades e, como tal, a adoção de seu texto resulta do consentimento de todos os estados que participam de sua elaboração.
d) Objeto lícito e possível: a manifestação de vontades dos Estados somente deve visar coisa materialmente possível e permitida pelo direito e pela moral.
10.5. Fase de Elaboração 
 	As fases ou etapas de elaboração dos tratados internacionais podem ser apresentadas em negociação, assinatura, ratificação, promulgação, publicação e registro.
10.5.1. Negociação 
 	Realizada por autoridades nacionais designadas pela ordem constitucional do Estado, muitas vezes acompanhadas de especialistas no assunto sob discussão; A elaboração do texto consiste em uma das formas de concretização das negociações. O texto dos tratados é compostos de um preâmbulo, o qual espelha os motivos da realização do tratado fornecendo elementos para sua interpretação, e do chamado dispositivo, ou seja, o texto ou corpo onde são definidas as obrigações dos Estados-Partes; 
 	A negociação é a fase inicial do processo de conclusão de um tratado. Ela é da competência, dentro da ordem constitucional do Estado, do Poder Executivo. A competência geral é sempre do Chefe de Estado. Entretanto, outros elementos do poder executivo passaram a ter uma competência limitada (Ministro doExterior, os demais ministros em matéria técnica). Nesta etapa da conclusão dos tratados internacionais os representantes do chefe de Estado, isto é, os negociadores, se reúnem com a intenção de concluir um tratado. A negociação de um tratado bilateral se desenvolve, na maioria das vezes, entre o Ministro do Exterior ou seu representante e o agente diplomático estrangeiro, que são assessorados por técnicos nos assuntos em negociação. A negociação de um tratado multilateral se desenvolve nas grandes conferências e congressos. Em períodos anteriores da História distinguia-se congresso (visava a solucionar problemas políticos e as grandes potências tinham predominância) de conferência (visava a estabelecer regras de direito e consagrava a igualdade das partes). Esta fase termina com a elaboração de um texto escrito que é o tratado. 
 	Segundo o art. 9º, da Convenção de Viena, “a adoção do texto de um tratado numa conferência internacional efetua-se pela maioria de dois terços dos Estados presentes e votantes, salvo se esses Estados, pela mesma maioria decidem aplicar regras diversas”. 
10.5.2. Manifestação do Consentimento (assinatura)
 	O art. 11, da Convenção de Viena, “O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado pode manifestar-se pela assinatura, troca dos instrumentos constitutivos do tratado, ratificação, aceitação, aprovação ou adesão, ou por quaisquer outros meios, se assim for acordado”.  
 	Após a redação do texto do tratado internacional os representantes precisam retornar para os seus respectivos países com o documento que foram por eles elaborados. Para apresentar em seus países de origem, a fim de observar todo processo legislativo, o projeto não será modificado, o que traria sérias consequências para as partes envolvidas na questão.  
 	O tratado pressupõe um acordo de vontade das partes envolvidas na negociação internacional. Para tanto o tratado precisa ser devidamente autenticado pelas partes envolvidas, conforme o art. 10 da Convenção de Viena. 
 	A assinatura do texto traduz-se em ato importante na fase de elaboração de um tratado internacional por garantir às partes envolvidas, a autenticidade e a definitividade do texto produzido, não sendo admitida posterior modificação, salvo se as partes acordarem novamente sobre o caso. Caso ocorra reserva, o Estado deixa de aceitar uma ou várias causas do tratado. A parte que assim proceder fica desobrigada pelo cumprimento dessas cláusulas.
 	Importante observar que durante o período compreendido entre a adoção do texto e a manifestação do consentimento, o tratado não obriga os Estados-partes. Entretanto, a Convenção de Viena determina, em seu art. 18, que o Estado deve se abster da prática de atos que frustrem o objeto e a finalidade do tratado. É por meio da manifestação de consentimento que o tratado atinge sua eficácia jurídica. Em regra, são as normas constitucionais dos países que determinam o procedimento interno que resultará no consentimento do Estado.
10.5.3. Ratificação
 	É considerada a fase mais importante do processo de conclusão dos tratados, pois confirma a assinatura e dá validade a ele. Ou seja, é o ato pelo qual a autoridade nacional competente informa às autoridades correspondentes dos Estados cujos plenipotenciários concluíram o projeto de tratado, a aprovação que dá a este projeto e que o faz doravante um tratado obrigatório para o Estado que esta autoridade encarna nas relações internacionais. 
 	Os tratados passaram a ser somente obrigatórios depois de ratificados, mesmo quando a ratificação não esteja prevista expressamente (artigo 5° da Convenção Pan-Americana sobre Tratados de 1928). Este princípio foi consagrado na jurisprudência internacional. 
 	Frise-se que a ratificação torna o tratado obrigatório no âmbito internacional, mas no direito interno de todos os países devem-se observar o trâmite para a integração no ordenamento jurídico interno. 
 	No Brasil, por exemplo, é realizada pelo Poder Executivo com o ad referendum do Congresso Nacional, conforme estabelece o art. 84, VIII, combinado com o art. 49, I, da Constituição Federal. 
 	A ratificação está consagrada como ato discricionário de acordo com o artigo 7° da Convenção Pan-Americana de 1928 sobre tratados. E deste modo, o Executivo só submeterá o tratado à aprovação do Legislativo se ele tiver intenção de ratificá-lo, ficando isto ao seu critério.
 
 	A ratificação não é um ato retroativo, e o tratado só produzirá efeitos a partir da troca ou depósito dos instrumentos de ratificação.  
 	A ratificação não deve ser condicional e "abranger" todo o tratado" (art. 6° da Convenção de Havana). Todavia, a prática tem aceito a formulação de reservas. Pode-se afirmar ainda que a ratificação é irretratável.
 	Pode-se concluir que a ratificação é etapa fundamental a ser observada para o Estado se comprometa no cumprimento de obrigações assumidas na órbita jurídica internacional.
10.5.4. Promulgação
 	É o ato jurídico, de natureza interna, pelo qual o governo de um Estado afirma ou atesta a existência de um tratado por ele celebrado e o preenchimento das formalidades exigidas para sua conclusão, e, além disto, ordena sua execução dentro dos limites aos quais se estende a competência estatal.
 	A promulgação ocorre normalmente após a troca ou o depósito dos instrumentos de ratificação. É, segundo Accioly, "o ato jurídico, de natureza interna, pelo qual o governo de um Estado afirma ou atesta a existência de um tratado por ele celebrado e o preenchimento das formalidades exigidas para sua conclusão, e; além disto, ordena sua execução dentro dos limites aos quais se estende a competência estatal". 
 	A razão da existência da promulgação é que o tratado não é fonte de direito interno. Assim sendo, a promulgação não atinge o tratado no plano internacional, mas apenas a sua executoriedade no direito interno.
 	Os efeitos da promulgação consistem em: a) tornar o tratado executório no plano interno, e b) "constatar a regularidade do processo legislativo", isto é, o Executivo constata a existência de uma norma obrigatória (tratado) para o Estado.
 	A validade e executoriedade do ato internacional no ordenamento interno brasileiro dá-se através de sua promulgação. A promulgação ocorre normalmente após a troca ou deposito dos instrumentos ratificados e estabelece a vigência do tratado no âmbito interno no Estado. No caso brasileiro, o presidente da República dá ciência a todos de que o tratado foi aceito pelo Congresso Nacional através do decreto presidencial. Assim, os efeitos da promulgação consistem em tornar o tratado executório no plano interno e constata a regularidade do processo legislativo.
10.5.5. Publicação
 	A publicação é condição essencial para o tratado ser aplicado no âmbito interno. É condição necessária para que o tratado seja aplicado na ordem interna do Estado. Publica-se no Diário Oficial da União o texto do tratado e o Decreto Presidencial.  
10.5.6. Registro
 	O registro é um requisito estabelecido pela Carta da ONU e tem como escopo fazer com que o Estado que celebrou o tratado internacional possa invocar para si, junto à organização, os benefícios do acordo celebrado. O registro deve ser requerido ao secretário-geral da ONU, que fornece, a cada Estado, um certificado redigido em inglês e francês. Nesse sentido vale registrar a previsão do art. 80, da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados e o art. 102 da Carta da ONU:
“Art. 80 Registro e Publicação dos Tratados:
1. Após sua entrada em vigor, os tratados serão remetidos ao Secretariado das Nações Unidas para fins de registro ou de classificação e catalogação, conforme o caso, bem como de publicação. 
2. A designação de um depositário constitui autorização para este praticar os atos previstos no parágrafo anterior.
Artigo 102 
1. Todo tratado e todo acordo internacional, concluídos por qualquer Membro das Nações Unidas depois da entrada em vigor da presente Carta, deverão, dentro do maisbreve prazo possível, ser registrados e publicados pelo Secretariado. 
2. Nenhuma parte em qualquer tratado ou acordo internacional que não tenha sido registrado de conformidade com as disposições do parágrafo 1º deste Artigo poderá invocar tal tratado ou acordo perante qualquer órgão das Nações Unidas.” 
 	No Brasil, o processo de formação e validade dos tratados no ordenamento interno tem quatro fases. 
 	A primeira é relativa à assinatura, que é um aceite precário e não definitivo, conforme estabelece o artigo 84, inciso VIII da Constituição Federal:
“Art. 84 – Compete privativamente ao Presidente da República: 
VII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais sujeitos a referendo do Congresso Nacional.”
 	Em seguida, a segunda fase é a aprovação pelo Congresso Nacional, conforme estabelece o artigo 49, I da Constituição Federal:
“Art. 49 – É da competência do Congresso Nacional: 
I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou ato internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional”.
 	A terceira fase é a da ratificação do tratado pelo Poder Executivo, por meio do Presidente da República. A ratificação cria obrigações jurídicas no âmbito internacional. 
 	A quarta fase é a publicação do texto por Decreto Presidencial no Diário Oficial, o Tratado é incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro como lei ordinária, ou seja, a partir desse momento, torna-se lei interna brasileira e seu cumprimento é obrigatório para todos. 
10.6. Extinção dos Tratados
 
Extingue-se um tratado quando o intento terminativo for comum às partes por ele obrigadas. Vale destacar que não serão estas, necessariamente, aquelas mesmas que um dia negociaram o pacto e o puseram em vigor, em virtude de possíveis adesões e denúncias. As principais formas de extinção dos tratados são:
a) Execução integral do tratado - Este termina quando o estipulado é executado pelas partes contratantes.
b)  Consentimento mútuo - O tratado é resultante do consentimento dos contratantes. Ora, este mesmo consentimento que cria o tratado pode pôr fim a ele. O consentimento pode manifestar-se em um outro tratado que verse sobre o mesmo objeto do anterior, havendo, em consequência, uma revogação tácita; ou ainda, ele pode estar consubstanciado expressamente em uma declaração, onde se afirme a revogação do tratado anterior. Um outro caso é quando um tratado possa ser modificado por uma decisão majoritária (art. 108 da Carta da ONU). 
c)  Termo - Quando o tratado é concluído por um lapso de tempo determinado, ele termina automaticamente quando este prazo expira. O prazo do tratado pode figurar de maneira expressa, ou implicitamente (quando é uma consequência do seu objeto). 
d)  Condição resolutória - O tratado pode se extinguir quando a~ partes convencionam de modo expresso que o tratado terminará no futuro quando certo fato se realizar (condição afirmativa) ou se determinado fato não se produzir (condição negativa). 
e)  Renúncia do beneficiário - Quando um tratado estabelece vantagens para uma das partes e obrigações para a outra, ele termina quando o beneficiário renunciar às suas vantagens. O tratado termina pela manifestação de vontade de uma só das partes contratantes, porque a sua renúncia não trará prejuízos para a outra; pelo contrário, lhe é vantajosa.
f)   Caducidade - Ocorre quando o tratado deixar de ser aplicado por longo espaço de tempo, ou mesmo quando se formar um costume contrário a ele. 
g)  Guerra - Durante um largo período na História do DI ela extinguiu todos os tratados em vigor entre os beligerantes, como aconteceu com a guerra de 1801 entre Espanha e Portugal, que terminou com todos os tratados em vigor sobre fronteiras entre a América espanhola e a América portuguesa. Nos dias de hoje a guerra faz com que terminem os tratados bilaterais entre os beligerantes. Todavia, existem certos tratados que são mantidos, a despeito da guerra: 1) os tratados que constituíram situações objetivas, por exemplo, que estipularam limites ou cessões territoriais e foram integralmente executados ("pacta transitoria") ; 2) os tratados cuja finalidade é serem aplicados durante as guerras ;ex.: Convenções de Haia de 1907 sobre conduta na guerra); 3) os tratados multilaterais entre -beligerantes e neutros não são também revogados: os seus efeitos são suspensos entre os beligerantes e "mantidos em relação aos Estados neutros"; com o término da guerra eles voltam a produzir plenamente os seus efeitos.
h)  Fato de terceiro - Os contratantes dão a um terceiro o poder de terminar o tratado. A história dos tratados parece registrar um único exemplo neste sentido: o art. 8° do Tratado de Locarnó de garantia mútua (Alemanha, Bélgica, França, Inglaterra e Itália) deu ao Conselho da Liga o poder de pôr fim a ele.
i)   Impossibilidade de execução - O tratado termina quando existe uma impossibilidade física (desaparecimento de uma das partes, extinção do seu objeto etc.) ou jurídica (quando o tratado se torna incompatível com outro que deverá ter primazia de execução). O contratante não pode invocar a impossibilidade de execução se ela resulta de uma violação sua ao tratado. Por outro lado se a impossibilidade é temporária o tratado só pode ter suspensa a sua execução. Se surgir uma norma imperativa de DI incompatível com o tratado, este termina.
j)   A ruptura de relações diplomáticas e consulares pode acarretar o término do tratado se elas forem imprescindíveis para a sua execução.
l)   Inexecução do tratado por uma das partes contratantes - A violação por uma das partes contratantes, em um tratado bilateral, dá direito à outra parte a suspender ou terminar a execução do tratado no todo ou em parte. A.violação de um tratado multilateral por um contratante dá direito aos demais a: a) por consenso unânime, terminar com ele ou suspender a sua execução no todo ou em parte. O término ou a suspensão pode ser entre todos os contratantes ou apenas com o Estado que violou o tratado; b) um contratante especialmente afetado pela violação pode invocar tal fato para suspender a execução do tratado no todo ou em parte entre ele e o Estado autor da violação; c) qualquer contratante pode invocar a suspensão do tratado no todo ou em parte em relação a si mesmo "se o tratado tem uma característica que a violação material dos seus dispositivos por uma parte muda radicalmente a situação das partes com respeito a ulterior execução de suas obrigações no tratado". A Convenção de Viena considera "violação material do tratado": 1) o repúdio do tratado; ou 2) a violação de dispositivo essencial para a realização do objeto e finalidade do tratado. Finalmente as letras a), b) e. c) não se aplicam em tratados que visam à proteção da pessoa humana e em especial aos dispositivos que proíbem "qualquer represália contra pessoas protegidas por tais tratados.
m) Denúncia unilateral - "É o ato pelo qual uma das partes contratantes comunica à outra ou outras partes a sua intenção de dar por findo esse tratado ou de se retirar do mesmo" (Accioly). A regra geral é que os tratados somente podem ser denunciados quando é prevista expressamente esta possibilidade.
 	Por meio da DENÚNCIA, o Estado manifesta sua vontade de deixar de ser parte no acordo internacional. Há título de exemplo da ratificação e da adesão, a denúncia é um ato unilateral. A Convenção de Viena admite também a denúncia quando ela é consagrada implicitamente "pela natureza do tratado". Determina ainda que o lapso de tempo entre a apresentação da denúncia e a data a partir da qual ela produzirá efeito é de 12 meses.
 	Tem-se interpretado que os tratados sem prazo determinado podem ser denunciados, uma vez que nenhum tratado é perpétuo. Admite-se ainda a denúncia naqueles tratados em que ela não é prevista, mas que se possa demonstrar ter sido intenção das partes admitirem-na tem como nos acordos técnicos cuja denúncia não acarreta prejuízos para a outra parte. O tratado denunciado ilegalmente acarreta a responsabilidadeinternacional do Estado.
 	A denúncia de um tratado não necessita no Brasil de aprovação do Legislativo, o que é mais um argumento para mostrar que o tratado não pode ser equiparado a uma lei.
11. RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL DOS ESTADOS
11.1. Conceito: 
 	A responsabilidade internacional é o instituto jurídico que visa responsabilizar determinado Estado pela prática de um ato atentatório ao Direito Internacional Público (ilícito) perpetrado contra os direitos ou a dignidade de outro sujeito de Direito Internacional Público, prevendo certa reparação a este último pelos prejuízos e gravames que ilicitamente sofreu. Todo fato internacionalmente ilícito de um sujeito de Direito Internacional Público gera a sua responsabilidade internacional. 	O instituto tem dupla finalidade:
a) preventiva, visando coagir os Estados a não descumprirem as regras de Direito Internacional Público;
b) repressiva, visando atribuir ao sujeito de Direito Internacional Público que sofreu um prejuízo em decorrência da prática de um ato ilícito por outro sujeito de Direito Internacional Público a justa e devida reparação, a ser paga por este último.
 	A responsabilidade internacional visa à reparação do dano. Esta se faz restituindo-se o estado de coisas ao seu status quo ante em relação ao momento do dano. Se isso não for possível, ou for possível apenas parcialmente, deverá o sujeito infrator indenizar ou compensar a vítima pecuniariamente, incluindo-se juros de mora e lucros cessantes. Não há responsabilidade internacional pelos chamados danos indiretos.
11.2. Elementos Constitutivos da responsabilidade internacional: 
a) Ato Ilícito: pode ser omissivo ou comissivo. É todo ato do Estado que viola norma expressamente consagrada no Direito Internacional. O que modernamente se vem entendendo é que a responsabilidade do Estado internacionalmente é objetiva; 
b) Imputabilidade: é o nexo causal, vínculo jurídico, que liga o evento danoso ao Estado causador do dano; 
c) Dano ou prejuízo efetivo: não existe responsabilidade internacional se o dano ou risco não for efetivo. O prejuízo pode ser tanto material quanto moral. 
11.3. Formas da Responsabilidade: 
A responsabilidade internacional do Estado ou de OI pode ser classificada em:
11.3.1. Responsabilidade Principal ou Subsidiária (Direta ou Indireta): 
I) Direta: quando o ato ilícito for praticado pelo próprio governo estatal ou por qualquer órgão ou indivíduo que aja em seu nome, ou seja, quando o ato ilícito puder ser imputado ao Estado.
II) Indireta: quando o ato ilícito for praticado por particulares ou coletividades que o Estado representa na sociedade internacional, como os praticados por um território tutelado por tal Estado ou por um Estado protegido seu. Atos praticados por simples particulares não geram responsabilidade para o Estado ou OI. 
11.3.2. Responsabilidade Comissiva e Omissiva 
I) Comissiva: quando decorrer de uma atitude positiva do Estado.
II) Omissivo: quando decorrer de uma omissão do Estado, quando este tinha o dever jurídico de praticar um certo ato.
11.3.3. Responsabilidade Convencional ou Delituosa 
I) Convencional: quando a ilicitude do ato decorrer de desobediência a uma norma de tratado internacional.
II) Delituosa: quando a ilicitude do ato decorrer de desobediência a uma norma oriunda do costume internacional.
11.4. Natureza Jurídica 
 	A natureza jurídica da responsabilidade internacional é explicada por três teorias:
a) subjetivista: ou teoria da culpa, defendida por Hugo Grotius. Para esta corrente, o Estado ou OI só é responsável pelos atos ilícitos que cometeu com culpa, em qualquer de suas três modalidades, ou dolo;
b) objetivista: ou teoria do risco: defende que o Estado ou OI é responsável por todo ato ilícito que cometa, ainda que sem culpa ou dolo. Tem sido utilizada nos casos que tratam de exploração cósmica, energia nuclear e proteção dos direitos humanos;
c) mista: defende que os atos comissivos geram responsabilidade para o Estado ou OI independentemente de culpa ou dolo, mas que as omissões só geram responsabilidade se houver culpa ou dolo por parte do agente (Estado ou OI).
 	A jurisprudência internacional tende a aplicar mais a teoria subjetivista, embora se tenha percebido um aumento nas decisões que adotam a teoria objetivista da responsabilidade internacional.
11.5. Excludentes da Responsabilidade Internacional
 	São excludentes da responsabilidade internacional do Estado (circunstâncias em que a prática do ilícito internacional não gera responsabilidade internacional para o Estado):
a) legítima defesa: consiste em uma medida lícita de defesa, manifestada de maneira adequada e na justa medida necessária para repelir uma agressão injusta, atual ou iminente. Pressupõe uma agressão injusta ao Estado que age em legítima defesa, anterior aos seus atos. Os atos de legítima defesa são chamados de contramedidas;
b) represálias: também chamadas de contramedidas. São atos ilícitos mas que se justificam por ser a única forma de revidar outros atos igualmente ilícitos perpetrados por outro Estado agressor. Só podem ser admitidas quando:
b.1) tiverem por fundamento um ataque prévio, contrário aos direitos do Estado ofendido que pretende se utilizar de represálias;
b.2) forem proporcionais ao ataque;
b.3) não tenha o Estado ofendido encontrado um meio lícito de combater a ilegalidade sofrida;
c) prescrição liberatória: consiste no silêncio do Estado ofendido relativamente ao dano sofrido, por um largo período de tempo que o Direito Internacional Público não especifica. Tal silêncio para a ser então interpretado como um consentimento dado pelo Estado ofendido aos atos do Estado ofensor, extinguindo a responsabilidade internacional deste. 
d) caso fortuito e força maior: um ato estatal ilícito não gerará responsabilidade ao seu autor caso tenha sido praticado em consequência de um evento externo imprevisto, fora do controle do Estado, que tornou materialmente impossível ao Estado agir de conformidade com a obrigação assumida (caso fortuito), ou de uma força irresistível (força maior);
e) estado de necessidade: já se sustentou que o estado de necessidade exclui a responsabilidade do Estado. Entretanto, também já se sustentou o contrário, justificando-se que um Estado não pode suprir sua necessidade à custa dos direitos de outros Estados. Este foi o entendimento adotado no projeto de convenção sobre responsabilidade internacional dos Estados, que apenas legitima o estado de necessidade como excludente de responsabilidade quando o ato praticado for o único meio de salvaguardar um interesse essencial do Estado contra um perigo grave e iminente e este ato não tenha prejudicado um interesse essencial de outro Estado. Se o Estado lesado for culpado pelo estado de necessidade, a responsabilidade do Estado infrator pode diminuir e até desaparecer.
f) renúncia do indivíduo lesado: segundo alguns doutrinadores, o indivíduo pode renunciar à proteção diplomática de seu Estado patrial. Para estes, o indivíduo pode, em um negócio jurídico, fazer constar uma cláusula em que renuncia à proteção diplomática de seu Estado patrial caso surjam controvérsias acerca do tal negócio. Neste caso, o Estado patrial deveria negar proteção diplomática a seu nacional. Esta doutrina é criticada por ser a proteção diplomática um direito do Estado e não do indivíduo, que não poderia renunciar o que não é seu. Entretanto, ela teve êxito tanto na prática quando na jurisprudência internacionais. Todavia, poder-se-á invocar a nulidade da renúncia se esta implicar em prejuízo do direito à proteção diplomática do Estado aos seus nacionais no exterior.
11.6. Dificuldade da aplicação das sanções aos Estados soberanos 
 	Ocorre uma maior dificuldade de aplicação das sanções aos Estados do que aos particulares, tendo em vista os seguintes fatores: 
(a) Unidade estatal maior; 
(b) Sentimento nacional que possibilita a constituição de força policial única; 
(c) Aplicação depunições como multas, indenizações ou perda de parcela do território tem efeitos destrutivos à economia interna, o que culmina em acarretar prejuízo para as demais nações; 
(d) A responsabilidade moral não pode ser atribuída apenas a uma nação e muito menos para toda a população que a integra.
11.7. Formas de Sanção
 	A forma pela qual um Estado exprime sua responsabilidade internacional é pela reparação, que é gênero da qual são espécies:
a) restituição: ocorre quando o Estado faltoso restitui a realidade ao status quo ante ou ao estado em que ela estaria não tivesse ele cometido o ilícito;
b) indenização: geralmente empregada quando a restituição é impossível, é o pagamento compensatório de todos os danos que a vítima sofreu, incluindo lucros cessantes;
c) satisfação: geralmente empregada quando o ato ilícito tiver ofendido a dignidade da vítima ou de seus agentes, dá-se por três formas, geralmente cumuladas:
c.1) pedido de desculpas;
c.2) punição dos agentes culpados;
c.3) reconhecimento do caráter ilícito do fato.
d) garantia de não-repetição: o Estado faltoso dá ao Estado violado uma garantia que o fato não se repetirá.
12. Organizações Internacionais
12.1. Definição 
 	As Organizações Internacionais são associações de sujeitos de Direito Internacional, ou seja, constituídas por Estados. Decorrem do crescimento das relações internacionais e da cooperação necessária entre as nações. As organizações internacionais passaram a ter maior relevância a partir da criação da Liga das Nações. 
 	Estas organizações têm como objetivo diversas questões, tais como: obtenção ou manutenção de paz, resolução de conflitos armados, desenvolvimento econômico e social etc. 
 	A estrutura de cada organização varia bastante, mas é comum encontrar-se, na constituição da maioria, dois órgãos básicos: a assembleia geral – formada por representante de todos os Estados membros, em que cada um tem direito a voz e voto e que se reúne esporadicamente – e a secretaria – órgão permanente de administração, cujos integrantes são neutros, representando a vontade coletiva dos membros da organização.
 	As organizações dividem-se em: 
12.1.1. Intergovernamentais (os objetivos podem ser específicos ou generalizados): 
a) globais: 
ONU (Organização das Nações Unidas) – objetivo generalizado;    
UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura) – objetivo específico, visa à cooperação. 
b) regionais: 
OEA – objetivo generalizado. 
12.1.2. Não-governamentais: 
Greenpeace - objetivo específico.
12.2. Organização das Nações Unidas (ONU)
12.2.1. Antecedentes
 	A Sociedade das Nações (S.D.N.) ou Liga das Nações (L.D.N.)
 	Documento básico: Pacto da Sociedade das Nações.
Foi prevista na 1ª parte do Tratado de Paz de Versalhes firmado entre os aliados e associados, de um lado, e a Alemanha, de outro, firmado em 28 de junho de 1919.
Previa a Assembleia formada por membros da Sociedade e um Conselho.
Regra: um país, um voto.
Sede: Genebra
Buscava a paz e a segurança das nações. No seu artigo 8º previa um programa de redução de armamentos.
Expressamente, não previa a proibição da guerra.
12.2.2. A Organização das Nações Unidas (ONU)
 	Norma básica: Carta das Nações Unidas – assinada em 26 de junho de 1946. Entrou em vigor em 24 de outubro de 1945. Possui o preâmbulo e mais 111 artigos e o Estatuto da Corte Internacional de Justiça (C.I.J. )
 	O Brasil ratificou em 12/09/1945 e o depósito da ratificação deu-se em 21/09/1945. Membros originários: 51 países participaram da Conferência de São Francisco e previamente firmaram a Declaração das Nações Unidas de 1º/01/1942.
 	Membros eleitos: são os que são admitidos pela Assembleia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança.
 	Objetivo: Organização mundial encarregue de manter a paz e a segurança internacional, constando expressamente que a guerra é proscrita. Por isso, suas funções são: 1) Manutenção da paz e da segurança internacionais; 2) Cooperação econômico-social internacional; 3) Proteção dos Direitos do Homem; 4) Descolonização.
 	Os membros podem ser suspensos e expulsos (artigo 5).
 	Sede: Sediada numa zona internacional em Nova Iorque.
12.2.2.1. Órgãos
12.2.2.1.1. Assembleia Geral
 	Composta por todos os membros da Organização, cabendo a cada Estado-membro apenas um voto. (Art. 18, 1).
 	É o principal órgão deliberativo da ONU e por isso, visto como seu órgão central. Originalmente, não era permanente.
Em 2013 possui 193 membros.
Reúne-se uma vez ao ano ( 1ª Terça-feira de setembro )
Sessões extraordinárias: Convocadas pelo Secretário-Geral, a pedido do Conselho de segurança ou da maioria dos Estados-membros.
Possui 7 ( sete comissões )
Decisões em geral: maioria simples. Decisões mais importantes: maioria de 2/3
12.2.2.1.2. Conselho de Segurança
 	Era originalmente composto por 11 membros, dos quais 5 membros permanentes (EUA, Reino Unido, França, Rússia e China). A partir de janeiro de 1966 foi alargado para 15 membros, sendo cinco permanentes e dez não permanentes, eleitos de dois em dois anos pela Assembleia Geral, tendo em conta uma repartição geográfica equitativa (5 africanos e asiáticos; 1 da Europa oriental ; 2 da América Latina; 2 da Europa ocidental)
 	A votação é feita por maioria qualificada, ou seja, nove votos afirmativos em quinze. Nas questões processuais, os votos têm o mesmo peso. Quanto a outras questões, essa maioria tem que ter incluída os cinco membros permanentes, os quais têm o direito de veto.
 	A presidência é assegurada rotativamente pelos seus membros pelo período de um mês.
 	Competência: sua competência é a manutenção da paz e segurança internacionais, bem assim, recomendação prévia no caso de admissão, suspensão ou exclusão de membros e nomeação do Secretário Geral para, só então, ser submetida à Assembleia Geral. O Conselho de Segurança também é assistido por um Comitê de Estado-Maior.
 	O Conselho de Segurança é o único Órgão que tem poderes de tomar decisões que os membros têm obrigação de aplicar.
12.2.2.1.3. O Conselho de Tutela
 	Foi criado para superintender a administração dos territórios sob tutela.
 	Já teve maior importância quando havia muitos territórios nesta condição, geralmente subordinados à tutela de uma grande potência, a qual exercia a tutela dum território, transitoriamente, até a sua independência.
12.2.2.1.4. O Conselho Econômico e Social (C.E.S.)
 	Composto por 54 membros eleitos por 3 anos pela Assembleia Geral e está submetido à autoridade desta; permitida a reeleição.
 	Reúne-se duas vezes por ano ( Nova Iorque e Genebra)
 	Decisão: maioria dos membros presentes e votantes.
 	Sua competência desenvolve-se no plano econômico, social, cultural, educacional e dos direitos do homem da ONU e dos seus organismos especializados e das diversas instituições que constituem o sistema das Nações Unidas. Também desenvolver atividades relativas ao Comércio Internacional, à industrialização, aos recursos naturais, à condição da mulher, às questões demográficas, ao bem-estar social, à ciência e tecnologia, à prevenção do crime e a múltiplas outras questões de ordem econômica e social.
 	Sobre os assuntos que lhe compete, dirige recomendações à Assembleia Geral, aos Estados-membros da ONU e às agências especializadas. Está em sua competência ainda, preparar projetos de Convenções, convocar Conferências Internacionais posto que não tenha poderes próprios de decisão.
12.2.2.1.5. A Corte Internacional de Justiça (C.I.J.)
 	Sucedeu a Corte Permanente de Justiça Internacional ( C.P.J.I. )
 	Ao tornar-se membro da ONU implica na aceitação integral do Estatuto da C.I.J. Tal Estatuto foi baseado no Estatuto da C.P.J.I.
Línguas oficiais: inglês e francês.
 	É composta por quinze (15) juízes, eleitos por nove anos pela Assembleia geral e pelo Conselho de Segurança de uma lista de pessoas enviadas pelos Estados.
 	Durante o mandato, “os membros do Tribunal não podem exercer nenhuma

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