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ONCOLOGIA AULA 1

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ONCOLOGIA 
Evanderson Samuel Quirino Silva
ENFEVAN7@OUTLOOK.COM
(81) 99920-8834
OBJETIVO 	
 Descrever em breve palavras o conceito de oncologia e sua importância epidemiológica;
 Descrever a função do sistema imunológico; as diversas formas de diagnóstico e o tratamento do câncer;
 Discutir o papel da equipe de enfermagem na avaliação e conduta nas emergências oncológicas mais comuns; 
 Identificar os cuidados destinados ao paciente oncológico nos diversos níveis de atendimentos; 
Conhecer as diversas localizações do câncer e a importância do seu diagnóstico precoce. 
 
HABILIDADES	
• Conceituar oncologicamente alguns termos referentes à oncologia.
• Conceituar a fisiopatologia do câncer.
• Conhecer a incidência e importância do diagnóstico precoce do câncer e a perspectiva de vida da população cometida.
• Conhecer os exames destinados ao diagnóstico cancerígeno.
• Identificar as formas de tratamento bem como o cuidador de enfermagem destinado à clientela referente a cirurgias radioterapias e quimioterapias.
• Conhecer os cuidados destinados ao paciente em urgências e emergências oncológicas.
• Conhecer a conduta designada ao portador de câncer que encontra-se em cuidados domiciliares.
• Conhecer a conduta designada ao portador de câncer que encontra-se em cuidados intensivos.
• Descrever cuidados de educação em saúde destinados à população e aos cuidados de pacientes com câncer.
• Descrever a fisiopatologia dos diversos tipos de câncer: mama, útero, medula óssea, pulmão.
• Conhecer a detecção e prevenção e estadiamento dos principais tipos de câncer que mais acomete a população.
BASES TECNOLÓGICAS
 
Noções de genética humana
Noções de saúde pública e epidemiologia
Noções de cuidados pré e pós-operatório
Noções de clínica médica e fisiologia humana
Noções de primeiros socorros, técnica de reanimação
Noções de terapia intensiva
Noções de clínica médica
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. INÍCIO E DESENVOLVIMENTO DO CÂNCER
2. TIPOS DE TUMORES E DESENVOLVIMENTO
3. CONCEITO E TIPOS DE CÂNCER E FATORES ASSOCIADOS AO PRÉ-CÂNCER
4. TRATAMENTOS PARA O CÂNCER (RADIOTERAPIA/QUIMIOTERAPIA/HORMONEOTERAPIA)
5. CÂNCER DE PELE E DE PRÓSTATA E CUIDADOS DE ENFERMAGEM
6. CÂNCER DE COLO DE ÚTERO, CAUSAS E VÍRUS RELACIONADOS
7. CÂNCER DE MAMA (CAUSAS/TRATAMENTO/DIAGNÓSTICOS/CUIDADOS DE ENFERMAGEM)
8. ÉTICA E DIREITOS HUMANOS NA ONCOLOGIA
9. ESTÁGIO TERMINAL DO CÂNCER/CUIDADOCOM OS PACIENTES ( APOIO PSICOLÓGICO)
ÁREA DE ATUAÇÃO
HABILIDADES
CONHECIMENTOS
ATITUDES E VALORES
1-Assistência de enfermagem em oncologia clínica e cirúrgica
Participar de atividades de prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e suporte em oncologia
Conhecimentos técnico-científicos de enfermagem clínica e cirúrgica, direcionados para a assistência em oncologia
Responsabilidade e consciência do limite de ação e competência
Auxiliar o enfermeiro na assistência ao paciente crítico
Capacidade de observação e concentração
Administrar quimioterápicos endovenosos sob supervisão do enfermeiro
Observação dos princípios científicos da enfermagem
Assistir o paciente com sondas e drenos
Fazer aspiração de secreções em pacientes sob assistência ventilatória
Trocarsubcânulade traqueostomia
Fazer curativos simples
ÁREA DE ATUAÇÃO
HABILIDADES
CONHECIMENTOS
ATITUDES E VALORES
Desenvolver ações de enfermagem em situações de emergência, registrando todas as atividades realizadas sob supervisão do enfermeiro
Fazer e supervisionar higiene e prestar cuidados de conforto
Administrar medicamentos conforme prescrição
Fazer o preparo e a manutenção da unidade do paciente
Verificar e registrar sinais vitais e mensuração para acompanhamento da evolução clínica do paciente
Realizar preparo do paciente e colher materiais para exames
ÁREA DE ATUAÇÃO
HABILIDADES
CONHECIMENTOS
ATITUDES E VALORES
2 - Tecnologia
Operar e manusear equipamentos, considerando a complexidade tecnológica e a condição clínica do paciente, sob supervisão do enfermeiro, visando ao registro da evolução
Conhecimentos básicos de informática e de funcionamento de aparelhagens de uso clínico
Capacidade de concentração, observação e iniciativa
3 - Controle de infecção hospitalar e riscos ocupacionais
Participar no cumprimento das normas preconizadas pela instituição
Conhecimentos da cadeia de transmissão de doenças e saúde ocupacional
Capacidade de tomar atitudes contra riscos ocupacionais
Registrar e informar dados de interesse para a Comissão de Infecção Hospitalar
Compromisso no cumprimento das normas preconizadas
Identificar e comunicar ao enfermeiro situações de risco, sinais e sintomas de doenças ocupacionais
Participar da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa)
Executar ações preventivas e de controle de riscos ocupacionais
ÁREA DE ATUAÇÃO
HABILIDADES
CONHECIMENTOS
ATITUDES E VALORES
4 - Ética, humanização e relações humanas no trabalho
Atuar profissionalmente de forma ética e humanizada, na perspectiva da cidadania e da dignidade da vida humana
Conhecimentos de ética, bioética e deontologia, da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988 (CRFB/88), e dos códigos de defesa do consumidor, de direitos do paciente, da criança e do adolescente
Prática de cidadania, cordialidade, solidariedade, domínio emocional, humanização na prática assistencial e capacidade de ouvir e emitir opiniões
Estabelecer relação terapêutica com o paciente e a família, considerando aterminalidadedo ciclo vital
Conhecimentos de psicologia e relações humanas
Respeito à hierarquia e ao espírito de equipe
Estabelecer relação interpessoal harmônica com a equipe multiprofissional em saúde
ÁREA DE ATUAÇÃO
HABILIDADES
CONHECIMENTOS
ATITUDES E VALORES
5. Educação para a saúde
Demonstrar interesse e capacidade de comunicação com a comunidade
Conhecimentos das concepções de ensino-aprendizagem e de avaliação de aprendizagem
Capacidade de participar de ações educativas voltadas à prevenção de doenças e ao autodesenvolvimento profissional
Demonstrar a valorização de sua participação nos programas
Conhecimento das práticas educativas em saúde
6. Políticas de saúde e processo saúde-doença
Identificar os fatores determinantes do câncer, relacionando-os ao perfil epidemiológico
Conhecimento das políticas de saúde, dos programas de controle do câncer do colo do útero, de mama, de próstata e controle do tabagismo
Capacidade de atuar, articulando as políticas de saúde com as necessidades e as demandas de saúde de indivíduos e da coletividade
INTRODUÇÃO
A incidência e prevalência do câncer vêm aumentando em quase todo o mundo nas últimas décadas, sendo responsável por mais de 7 milhões de óbitos a cada ano e por cerca de 13% de todas as causas de morte no mundo. É resultado das grandes transformações globais que modificaram o estilo de vida e a situação de saúde dos povos, pela crescente urbanização e adoção de novas formas de produção de bens e serviços e novos padrões de consumo (BRASIL, 2011). 
 Esses fatores contribuem, de forma significativa, no impacto do câncer na expectativa e na qualidade de vida da população, nos serviços de saúde e nos altos investimentos na busca de sua prevenção e cura. Segundo a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer, o impacto global do câncer mais que dobrou nos últimos 30 anos, e metade dos casos novos e cerca de dois terços dos óbitos por câncer no mundo ocorrerão nos países de médio e baixo desenvolvimento.
INTRODUÇÃO
No Brasil, desde 2003, o câncer é a segunda causa de morte na população, atrás apenas das doenças cardiovasculares. Conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca), estimou-se em 2010 a ocorrência de 489.270 casos novos de câncer. Esse quantitativo é válido como estimativa também para o ano de 2011. Avalia-se que o câncer de pele, do tipo não melanoma, será o mais incidente, com a ocorrência de 114 mil casos novos na população brasileira. Os demais tipos incidentes, à exceção do câncer de pele do tipo não melanoma, serão os
de próstata, de pulmão, de estômago e de cólon e reto no sexo masculino; e os de mama, colo do útero, cólon e reto e pulmão no sexo feminino.
 Os dados do Inca indicam que o tabagismo é diretamente responsável por 30% das mortes por câncer em geral, 90% das mortes por câncer de pulmão e 25% das mortes por doença coronariana. Nas mulheres, a amamentação, a prática da atividade física e alimentação saudável com a manutenção do peso corporal estão associadas a um menor risco de desenvolver câncer de mama. 
INTRODUÇÃO
A explicação das altas taxas de óbitos por câncer está diretamente relacionada à maior exposição dos indivíduos a fatores de risco cancerígenos. Os atuais padrões de vida adotados em relação a trabalho, nutrição e consumo em geral expõem os indivíduos a fatores ambientais mais agressivos, relacionados a agentes químicos, físicos e biológicos resultantes de um processo de industrialização e urbanização cada vez mais crescente.
A suscetibilidades genética é a principal causa para o aparecimento de vários tipos de câncer, porém sua interação com os fatores resultantes do estilo de vida e do ambiente determinam um risco aumentado de adoecimento.
 A adoção de medidas de prevenção do câncer são altamente eficazes para a redução dos casos de câncer e a minimização de sua incidência com o incentivo a: estilo de vida saudável – melhoria na qualidade da alimentação e no combate ao:
 Sedentarismo; restrição ao uso de tabaco e álcool; diminuição da exposição ao sol e à proteção contra raios ultravioleta (Raios UV); diminuição da exposição a poluentes atmosféricos e inaláveis; e diminuição da exposição ocupacional a agentes cancerígenos, dentre outros. 
	O corpo sadio que adoece por câncer: um ‘’caranguejo’’ no corpo			
 Físico, emocional, socioeconômico e espiritual 
 Encarando o processo de adoecimento 
 Mente-corpo-ambiente > Saúde e Doença 
 Aspectos psicológicos e sociais
Agentes químicos
Agentes físicos
Agentes biológicos
CONCEITOS
 As evidências indicam que os cânceres não são doenças novas, já existiam há milhares de anos. Os primeiros desenhos ou escritas de muitas civilizações primitivas, em todas as partes do mundo, têm fornecido descrições de cânceres. Hipócrates, em 500 a.C. na Grécia, foi o primeiro a descrever a palavra carcinos, que, em grego, significa caranguejo, talvez pelo corpo representar o tumor, e as garras a capacidade de infiltração. 
 O nosso corpo é constituído por células que, em condições normais, crescem e se dividem de maneira ordenada. Por diversos motivos, podem ocorrer falhas nesse processo, desencadeando crescimento e divisão celular desordenados e levando à formação de uma massa de tecido chamada tumor.
É importante ressaltar que o tumor ou neoplasia é uma massa que não tem função útil. Há dois tipos de tumores: tumor benigno: não é considerado câncer, não tem capacidade de se desenvolver em outro lugar do corpo e, quando removido, não volta a crescer; e tumor maligno: é considerado câncer. Caracteriza-se pela possibilidade de invadir outros órgãos ou tecidos e de se desenvolver neles.
CONCEITOS
NEOPLASIA: É uma massa anormal de tecido, cujo crescimento é desordenado e excede a do tecido normal, persistindo de maneira excessiva, mesmo após os estímulos que desencadearam a alteração.
CÂNCER: Esta palavra é utilizada para designar os tumores malignos, desde os povos antigos.
TUMOR: Significa intumescimento, e pode estar presente em inflamações, edema, hemorragias, má-formações e, evidentemente, em neoplasias.
O câncer é um tumor maligno que se infiltra através das barreiras do tecido normal até as estruturas adjacentes, e então dissemina-se por metástase nos órgãos e tecidos distantes, levando o paciente invariavelmente ao óbito.
Principais diferenças entre tumores benignos e maligno:
ASPECTOS
TUMOR BENIGNO
TUMOR MALIGNO
ENCAPSULAÇÃO
PRESENÇAFREQUENTE
GERALMENTEAUSENTE
CRESCIMENTO
LENTO, EXPANSIVO E BEM DELIMITADO
RÁPIDO, INFILTRATIVO COM DELIMITAÇÃO IMPRECISA
MORFOLOGIA
REPRODUZ O ASPECTODO TECIDO DE ORIGEM
CARACTERES DIFERENTES DOTECIDO DE ORIGEM
MITOSES
RARAS E TÍPICAS
FREQUENTES E ATÍPICAS
METÁSTASES
NÃO OCORREM
FREQUENTES
Fonte: INCA, 2008.
CONCEITOS
Antes do desenvolvimento do tumor maligno, geralmente ocorrem alterações reconhecíveis morfologicamente como displasia, metaplasia e hiperplasia atípica:
A displasia é um distúrbio do crescimento celular, semelhante ao observado em neoplasias malignas, porém em menor intensidade, promovendo a reversibilidade do quadro. Geralmente, ocorre nos epitélios, mas também pode acontecer em outros tecidos, como na medula óssea, nos quais algumas síndromes mielodisplásicas podem estar associadas a transformação leucêmica subsequente. 
A metaplasia ocorre por meio da substituição de um tecido totalmente diferenciado por outro, assim os tecidos que sofrem constantes alterações metaplásicas.
A hiperplasia é definida como um distúrbio reversível do crescimento que ocorre, por exemplo, secundariamente à estimulação de um tecido por hormônios. A expressão hiperplasia atípica, encontrada em alguns laudos de biópsias, descreve as alterações morfológicas pré-cancerosas no endométrio e na mama, mostrando uma variedade de características morfológicas hiperplásicas que são reversíveis quando retirado o estímulo. 
Etapas do processo de formação neoplásica - carcinogênese 
 Na fase de iniciação, um carcinógeno, que é o agente causador do câncer, danifica o DNA por meio da alteração de um gene específico. Desse processo de danificação podem derivar três situações: na primeira, o gene sofre uma reparação e não surge o câncer; na segunda, o gene torna-se permanentemente alterado, mas sem haver exposição aos promotores, também não desenvolvendo o câncer; e na terceira, transforma-se e produz uma linhagem de células malignas, caso o iniciador seja um carcinógeno completo agindo como iniciador e promotor. 
Na fase de promoção, há presença da alteração do genoma ocorrida na iniciação. É importante destacar que o agente promotor não tem ação mutagênica nem carcinogênica, e que, para conseguir o efeito biológico, deve persistir no ambiente. Isso significa que seus efeitos revertem-se, caso a exposição a ele seja suspensa. Essa é a grande diferença existente entre o agente promotor e o agente carcinogênico, sendo decisiva para as ações preventivas do câncer.
 Na fase de progressão, há invasão, pois as células continuam a se dividir, e o aumento do volume e da pressão exercida pelo crescimento da massa tumoral pode resultar em disseminação local e invasão das estruturas adjacentes. No carcinoma in situ, não ocorre a invasão, pois o câncer se limita ao epitélio, não tendo, ainda, invadido a membrana basal, ou seja, o tecido subjacente. 
INICIAÇÃO PROMOÇÃO PROGRESSÃO 
Uma vez que o crescimento tumoral é estabelecido, o tumor dissemina-se através da invasão local e das metástases, pela ruptura da membrana basal epitelial.
 Via Linfática
 Hematogênica
AGENTES CARCINOGÊNICOS
 Lembramos que a carcinogênese pode iniciar-se de forma espontânea ou ser provocada pela ação de agentes carcinogênicos químicos, físicos ou biológicos. 
A carcinogênese física é formada principalmente pela energia radiante, solar e ionizante. A radiação ultravioleta natural (RUV) é proveniente do sol e pode causar câncer de pele. 
A carcinogênese química decorre do contato de agentes químicos devido a hábitos sociais como etilismo e tabagismo, hábitos alimentares como consumo de produtos condimentados, profissões que exponham o colaborador a produtos químicos, processo inflamatório e hormônios, dentre outros.
Os agentes carcinogênicos biológicos atuam como promotores da proliferação celular, criando condições propícias para mutações. São exemplos desse tipo de carcinógeno os diversos vírus como Papilomavírus humano - HPV, Epstein-Barr - EBV, hepatite B - HBV e HIV, assim como as bactérias, tal qual Helicobacterpylori. 
Principais fatores de	risco modificáveis	
Uso de
tabaco: causa principal dos cânceres de pulmão, laringe, cavidade oral e esôfago e uma das principais causas dos cânceres de bexiga e pâncreas.
Alimentação inadequada: alimentação rica em gorduras saturadas e pobre em frutas, legumes e verduras aumenta o risco de cânceres de mama, cólon, próstata e esôfago. 
Agentes infecciosos: respondem por 18% dos cânceres no mundo. O Papilomavírus humano (colo uterino e anogenitais e carcinomas cutâneos); o vírus da hepatite B (hepatocarcinoma); HIV (Sarcoma de Kaposi e linfoma não Hodgkin); Epstein Baar Vírus (Linfoma de Burkitt, carcinoma nasofaríngeo); e a bactéria Helicobacter pylori (câncer gástrico) respondem pela maioria dos cânceres, em decorrência de infecções.
Radiação ultravioleta: a luz do sol é a maior fonte de raios ultravioleta, causadores dos cânceres de pele, tipo mais comum em seres humanos.
Inatividade física: o estilo de vida sedentário aumenta o risco de câncer de cólon e pode aumentar o risco de outros tipos de câncer. Seu efeito está fortemente relacionado ao padrão de nutrição. 
Principais fatores de	risco modificáveis	
Uso de álcool: o uso excessivo de álcool causa cânceres da cavidade oral, esôfago, fígado e trato respiratório alto (laringe, por exemplo). Esse risco é aumentado com a associação ao fumo. O álcool também aumenta o risco do câncer de mama.
Exposições ocupacionais: substâncias encontradas no ambiente de trabalho, tais como: asbesto, arsênio, benzeno, sílica e fumaça do tabaco são carcinogênicas. O câncer ocupacional mais comum é o de pulmão.
Nível socioeconômico: sua associação com vários tipos de cânceres, provavelmente, se refere ao seu papel como marcador do estilo de vida e de outros fatores de risco. 
Poluição ambiental: a poluição da água, do ar e do solo responde por 1% a 4% dos cânceres em países desenvolvidos. 
Obesidade: fator de risco importante para os cânceres de endométrio, rim, vesícula biliar e mama. 
Alimentos contaminados: a contaminação pode ocorrer naturalmente, como no caso da aflatoxina ou, de forma manufaturada, como no caso dos pesticidas. 
Radiação ionizante: a mais importante radiação ionizante é proveniente dos raios X, mas pode ocorrer na natureza em pequenas quantidades.
Fatores de risco não modificáveis
Envelhecimento: o risco da maioria dos cânceres aumenta com a idade e, por esse motivo, ocorrem mais frequentemente no grupo de idade avançada. 
Etnia ou raça: os riscos de câncer variam entre grupos humanos de diferentes raças ou etnias. Algumas dessas diferenças podem refletir características genéticas específicas, enquanto outras podem estar relacionadas a estilos de vida e exposições ambientais. 
Hereditariedade: os genes de cânceres hereditários respondem por 4% de todos os cânceres. Outros genes afetam a susceptibilidade aos fatores de risco para o câncer. 
Gênero: certos cânceres que ocorrem em apenas um sexo são devido a diferenças anatômicas, como próstata e útero; outros, porém, ocorrem em ambos os sexos, mas com taxas marcadamente diferentes, como bexiga e mama.
Outros fatores de risco
Fatores reprodutivos: hormônios femininos, história menstrual e paridade afetam o risco de câncer de mama, endométrio e ovário. 
Drogas medicinais: algumas drogas hormonais podem causar cânceres; já outras diminuem o risco. Mais raramente, drogas antineoplásicas podem causar outro câncer anos mais tarde. 
Imunossupressão: certas viroses que suprimem o sistema imunológico aumentam o risco de linfoma e sarcoma de Kaposi.
Prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce do câncer
Para prevenir o câncer, geralmente, é preciso alterar hábitos e culturas; dessa maneira, a melhor arma do ser humano nessa luta é a informação. Para isso, o profissional de saúde não deve poupar esforços, a fim de que a informação chegue aos clientes de forma esclarecedora para conscientizá-los sobre a importância da adequação de estilo de vida nesse cenário. Outra importante estratégia de prevenção é mediante ações educativas, utilizando estratégias de educação e comunicação em saúde.
 
A prevenção ao câncer pode ocorrer em dois níveis: primário e secundário. 
A prevenção primária consiste em um conjunto de ações que objetivam reduzir o risco ao câncer por meio da eliminação ou limite da exposição aos fatores casuais e promoção dos fatores de proteção, incluindo atividades de promoção à saúde. Estão relacionadas à alteração dos seguintes hábitos: alimentação, sobrepeso e obesidade, atividade física, exposição solar, exposição ocupacional, infecções, tabagismo, álcool, ou seja, as situações apontadas como riscos modificáveis.
A prevenção secundária consiste na identificação de grupos de riscos e na definição de ações específicas para a detecção precoce. 
O Fundo Mundial de Pesquisa sobre Câncer (World Cancer Research Fund - WCRF), em seu relatório de 2007 sobre alimentos, nutrição, atividade física e prevenção do câncer, apresentou a seguinte lista de recomendações: 
 Mantenha-se magro, apresentando índice de massa corporal (IMC) entre 18,5 e 24,9; 
 Mantenha-se fisicamente ativo, como parte de sua rotina diária, incluindo qualquer atividade física no cotidiano. Caso não seja possível realizar 30 minutos de uma só vez, divida em períodos de dez minutos;
 Limite o consumo de alimentos de alto valor calórico, inclusive bebidas ricas em açúcar, como refrigerante; coma mais verduras, frutas e legumes variados, bem como cereais e grãos integrais, como exemplo podemos citar granola, feijão, soja, lentilha e ervilha. Esses alimentos devem compor dois terços do prato de comida; 
 limite o consumo de carnes vermelhas (até 500g por semana) e evite carnes processadas e embutidas;
 Limite a bebida alcoólica para até duas doses para homem e uma dose para mulher por dia;
Limite o consumo de sal e de comidas industrializadas com sal, substituindo por temperos naturais, tais como pimentas e ervas; 
 Busque alcançar suas necessidades nutricionais por meio da alimentação, pois o uso de suplementos alimentares deve ser indicado por profissional especializado a grupos especiais;
 Mulheres devem amamentar seus bebês exclusivamente até os seis meses, pois confere proteção para a mãe contra o câncer de mama, assim como minimiza a possibilidade de sobrepeso na criança;
 Após o tratamento, os pacientes de câncer devem seguir as recomendações para a prevenção do câncer, pois um estilo de vida saudável pode minimizar o risco de recorrência da doença; 
 Não fume. Caso não consiga parar de fumar sozinho, procure nas instituições de saúde programas destinados aos dependentes de nicotina. 
 Orientar que a exposição ao sol seja evitada no período entre 10 e 16 horas. Para a proteção adequada, a pessoa pode procurar a sombra, utilizar chapéus ou bonés com abas para proteger cabeça e pescoço, utilizar camisas e calças, aplicar filtro solar com fator de proteção solar (FPS) no mínimo 15;
 Em países tropicais, como o Brasil, recomenda-se o uso de protetor solar durante todo o dia, inclusive quando a exposição ao sol ocorrer antes da 10 horas e após as 16 horas; 
 Evitar lâmpadas de bronzeamento; 
 Atentar para a proteção de crianças e adolescentes, pois a exposição cumulativa e excessiva nos primeiros 10 a 20 anos de vida aumenta muito o risco de desenvolvimento de câncer de pele, mostrando ser a infância uma fase particularmente vulnerável aos efeitos nocivos do sol; e 
 Proteger os olhos com óculos que apresentam lentes com proteção a raios UV-A e UV-B
 A detecção, o diagnóstico e o tratamento precoce nas fases iniciais da doença, nos grupos de maior risco para alguns tipos de câncer (como mama, colo uterino, próstata e colorretal), podem resultar na diminuição da mortalidade específica e adoecimento. 
 A orientação da população combinada com a formação de profissionais e com o acesso aos serviços de saúde de qualidade são fatores preponderantes por maiores taxas de cura e responsáveis na redução dos altos custos econômicos e sociais da doença.
 O tratamento do câncer e de suas complicações é realizado através
de procedimentos cirúrgicos, quimioterápicos e radioterápicos, isolados ou combinados entre si. O controle dos sintomas é primordial, tanto na fase inicial da doença como na avançada, com possibilidades terapêuticas. O controle da dor deve ocorrer em todas as fases da doença.
 Os efeitos secundários da doença e os decorrentes de seu tratamento, como depressão, ansiedade, menopausa precoce, osteoporose, fadiga, demais neoplasias, dentre outros, devem compor o conjunto de cuidados na atenção e assistência aos pacientes. 
O seguimento sistemático, necessário ao controle da evolução da doença e de seu reaparecimento, deve ser realizado até a alta. Nos casos sem possibilidade de cura, o tratamento dos sintomas, o conforto geral – físico, psíquico, social e espiritual – e a assistência ao final da vida devem ter importância similar aos demais procedimentos terapêuticos.
Como já dito, o surgimento do câncer é multifatorial, resultante das interações de fatores externos e genéticos. Dessa forma, é importante informar a população de que essas ações preventivas diminuem consideravelmente a probabilidade do câncer, mas não excluem a possibilidade de sua ocorrência. Esse esclarecimento é fundamental por duas razões: a primeira, para evitar o descrédito da equipe de saúde que é referência da população; e a segunda, para alertar quanto à necessidade de realizar as ações para o rastreamento do câncer. Atentar também para os sinais e sintomas característicos, ambos são primordiais para a detecção precoce, uma forma de prevenção secundária. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM nº 2.439/2005. Disponível em: <http://bvsms.saude. gov.br/bvs/saudelegis/gm/2005/prt2439_08_12_2005.html>. Acesso em: 13 jun. 2011.
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 _______. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. a situação do câncer no brasil. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/enfermagem/docs/cap1.pdf>. Acesso em: 03 jan. 2011. _______. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. a magnitude do câncer no brasil. Disponível em <http://www.inca.gov.br/situacao/arquivos/ocorrencia_magnitude_ cancerbrasil.pdf>. Acesso em: 06 abr. 2011.
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 BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Vigilância do câncer e dos Fatores de risco. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/vigilancia/incidencia.html>. Acesso em: 06 abr 2011. 
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______. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. o câncer de Mama no brasil, 2009. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/palestras/cancer/cancer_mama_brasil.pdf>. Acesso em: 28 jul. 2011. 
______. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer . o câncer de mama no brasil: situação epidemiológica e rastreamento. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/palestras/ cancer/cancer mama brasil.pdf >. Acesso em: 05 abr. 2011. 
TO BE CONTINUED...

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