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SEMI Formacao Social Econ Politica do Brasil 02

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)RUPDomR�6RFLDO��(FRQ{PLFD�H�3ROtWLFD�GR�%UDVLO
Autoria: Marcus Fernandes Marcusso e Lívia Carolina Vieira
Tema 02
O Atlântico Sul e a Formação Colonial Brasileira
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O Atlântico Sul e a Formação Colonial Brasileira
Autoria: Marcus Fernandes Marcusso e Lívia Carolina Vieira
Como citar esse documento:
MARCUSSO, Marcus Fernandes; VIEIRA, Lívia Carolina. Formação Social, Econômica e Política do Brasil: O Atlântico Sul e a Formação Colonial 
Brasileira. Caderno de Atividades. Anhnaguera Publicações: Valinhos, 2014.
Índice
‹������$QKDQJXHUD�(GXFDFLRQDO�� 3URLELGD� D� UHSURGXomR� ¿QDO� RX� SDUFLDO� SRU� TXDOTXHU�PHLR� GH� LPSUHVVmR�� HP� IRUPD� LGrQWLFD�� UHVXPLGD� RX�PRGL¿FDGD� HP� OtQJXD�
SRUWXJXHVD�RX�TXDOTXHU�RXWUR�LGLRPD�
Pág. 14
Pág. 15 Pág. 16
Pág. 14
Pág. 12Pág. 10
ACOMPANHENAWEB
Pág. 3
CONVITEÀLEITURA
Pág. 3
PORDENTRODOTEMA
�
O Atlântico Sul e a Formação Colonial Brasileira
Como vimos no tema anterior, o entendimento do Atlântico Sul e do comércio bipolar Brasil-África nos séculos XVI 
e XVII é essencial para o entendimento da formação econômica, social e política do Brasil. Para Alencastro (2003, p.21), 
“É no espaço mais amplo do Atlântico Sul que a história da América portuguesa e a gênese do império de Brasil tomam 
toda sua dimensão”.
Nesse sentido, devemos compreender mais a fundo as estratégias adotadas pela Coroa portuguesa em seus domínios 
coloniais para conseguir altos lucros. Segundo Paulo Gala (2011), para que os capitalistas da Metrópole e a Coroa 
SXGHVVHP�H[WUDLU�D�ULTXH]D�TXH�WDQWR�DOPHMDYDP�IRL�QHFHVViULD�D�FULDomR�GH�ÀX[RV�H�URWDV�FRPHUFLDLV��7UDWDYD�VH�GH�
descobrir nas colônias mercadorias de grande aceitação no mercado europeu, para que o papel do colonizador se 
resumisse a
Neste tema estudaremos a importância do Atlântico Sul e do comércio bipolar Brasil-África, nos séculos XVI e XVII, para 
D�IRUPDomR�HFRQ{PLFD��VRFLDO�H�SROtWLFD�GR�%UDVLO��7DPEpP�HVWXGDUHPRV�FRP�PDLV�SURIXQGLGDGH�D�LPSOHPHQWDomR�GR�
escravismo colonial no Brasil tanto em sua dinâmica externa, expressa no comércio transatlântico de escravos, como 
em sua dinâmica interna, na utilização de mão de obra escrava africana em solo colonial. A implementação do sistema 
de produção açucareiro baseado na trabalho escravo e na larga produção voltada para o mercado externo completa a 
DQiOLVH�VREUH�R�$WOkQWLFR�6XO��3DUD�¿QDOL]DU�R�SHUtRGR�HQWUH�RV�VpFXORV�;9,�H�;9,,��FRQKHFHUHPRV�DV�UHJL}HV�TXH�QmR�
faziam parte do sistema sul atlântico, como São Paulo, Maranhão e Pará. Ainda sobre a Colônia, estudaremos o século 
;9,,,�H�R�FKDPDGR�FLFOR�GR�RXUR�FRP�DV�SULQFLSDLV�FRQVHTXrQFLDV�SDUD�D�IRUPDomR�EUDVLOHLUD��3RU�¿P��HVWXGDUHPRV�D�
crise do sistema colonial e suas principais causas.
S Áf
CONVITEÀLEITURA
O â S C
PORDENTRODOTEMA
�
extrair esses produtos valiosos da colônia para vendê-los com altos lucros na Europa. Exemplos típicos são a 
prata peruana e o pau-brasil. A esse respeito, é importante destacar a grande diferença existente entre os sistemas 
mercantis de Portugal e Espanha, o primeiro fazendo do comércio de mercadorias vivas, a saber, escravos, um 
de seus mais rentáveis negócios, seja em termos de lucros para capitais privados, seja em receitas tributárias, e 
o segundo se especializando no comércio de metais e mercadorias mortas. (Id. Ibid., p.27)
No entanto, a efetivação dessas rotas de comércio dependia do estabelecimento das estruturas que viabilizassem a 
circulação dessas mercadorias no território colonial. A forma encontrada pelas metrópoles para a superação desse 
entrave foi a ocupação dos domínios com pessoas da baixa nobreza europeia e de grandes comerciantes e navegantes 
próximos à realeza. Para Gala (Ibid., p.27) “foi o caso das capitanias hereditárias brasileiras ou a aliança com tribos e 
QDWLYRV�ORFDLV��QR�LQWXLWR�GH�RUJDQL]DU�RX�PRGL¿FDU�R�VLVWHPD�SURGXWLYR�SDUD�D�UHDOL]DomR�GD�HPSUHLWDGD�PHUFDQWLOLVWD”. 
A ocupação territorial foi fundamental para a efetivação do sistema colonial, no entanto gerou um efeito colateral para 
as metrópoles: a formação de uma elite local que adquiriram, ao longo do tempo, interesses próprios e às vezes até 
contraditórios aos objetivos da Coroa. 
A produção de açúcar no nordeste brasileiro, com base na mão de obra escrava africana, encaixava-se perfeitamente 
na organização econômica do Atlântico Sul, “SRLV�R�FRQWUROH�VREUH�R�WUi¿FR�QHJUHLUR�GDYD�j�&RURD�JUDQGH�IRUoD�VREUH�
o sistema açucareiro da colônia brasileira, porque a reprodução deste passava a depender da importação de peças da 
África.” (GALA, 2011, p.28). 
Nesse sentido, a Coroa portuguesa obtinha um ganho duplo: aumento do controle sobre os colonos e potencialização 
de seus lucros, tanto com a venda do açúcar no mercado europeu quanto com os tributos arrecadados em forma de 
impostos sobre a venda dos escravos. Vale lembrar que o comércio negreiro também gerava ganhos para a Igreja 
&DWyOLFD��GHVGH�VLPSOHV�EDWLVPRV�H�D�GLIXVmR�GD�UHOLJLmR�DWp�DV�WUDQVDo}HV�GH�HVFUDYRV�UHDOL]DGDV�SRU�SDUWH�GR�FOHUR�
Para entendermos de modo claro a formação do sistema de produção açucareira e sua importância para a formação 
econômica, social e política do Brasil, devemos nos voltar para uma abordagem mais detalhada a partir da perspectiva 
de um estudo da África, que, antes de ter sua história alinhada à formação brasileira, já tinha lugar de destaque no 
Império colonial português.
PORDENTRODOTEMA
�
2�SULPHLUR�SRQWR�D�PHUHFHU�GHVWDTXH�p�D�IRUPDomR�GR�PHUFDGR�DIULFDQR��(P�RXWUDV�SDODYUDV��¿FD�D�TXHVWmR�HODERUDGR�
por Gala (Ibid., p.29): “por que a África se torna a principal colônia fornecedora de escravos para o mundo mercantil?”. O 
autor destaca dois princípios fundamentais para tentar responder a questão: 1) Desde o primeiro contato de colonizadores 
europeus com o continente africano, foram encontradas rotas consolidadas de comércio. 2) A existência da instituição da 
escravidão nas sociedades tribais africanas, especialmente mediante derrota em guerras. Vale ressaltar que as derrotas 
QmR�VLJQL¿FDYDP�XPD�FRQYHUVmR�GH¿QLWLYD�GDV�WULERV�j�FRQGLomR�GH�HVFUDYRV��SRLV�D�UHVLVWrQFLD�HUD�SDUWH�LQWHJUDQWH�GR�
processo. 
'LDQWH� GHVVH� FHQiULR�� R� FRPpUFLR� GH� HVFUDYRV� SDVVD� D� VH� LQWHQVL¿FDU� QD� VHJXQGD� PHWDGH� GR�
século XV, quando escravos oriundos da Guiné-Bissau, Senegâmbia e África Central eram 
levados para as ilhas atlânticas (Madeira, Canárias) e para as Índias de Castela, principalmente 
o Peru. Nas ilhas atlânticas, os portugueses iniciaram a cultura açucareira praticada principalmente na ilha da Madeira 
durante o século XV. Segundo Alencastro, essa experiência portuguesa anterior à colonização do Brasil foi fundamental 
para o sucesso da implantação do sistema de produção do açúcar no Brasil.
Plantas (cana-de-açúcar banana, inhame, coco), métodos de cultivo, tipos de moendas açucareiras. Homens 
IRUURV�H�HVFUDYRV�HVSHFLDOL]DGRV�QR�WUDEDOKR�FRORQLDO�H�PpWRGRV�GH�WUi¿FR�QHJUHLUR��>���@�SXGHUDP�VHU�HPSUHJDGRV�
no Brasil porque haviam sido postos em prática anteriormente nas ilhas atlânticas. (Idem, 2000, p. 70).
O comércio de escravos apresenta-se a Portugal, desde o século XV, como um caminho fácil para a exploração 
HFRQ{PLFD�GD�ÈIULFD��'H�DFRUGR�FRP�$OHQFDVWUR���������QR�¿QDO�GR�VpFXOR�;9,�RV�SRUWXJXHVHV�Mi�KDYLDP�GHVEDQFDGR�RV�
JHQRYHVHV�QR�WUi¿FR�SDUD�R�PHUFDGR�KLVSDQR�DPHULFDQR�H�SDVVDYDP�D�DVVXPLU�D�SRVLomR�GH�PDLRUHV�IRUQHFHGRUHV�GH�
escravos africanos QR�$WOkQWLFR�6XO��7DO�VLWXDomR�IRL�SRVVtYHO�JUDoDV�j�FRQTXLVWD�PLOLWDU�GRV�SRUWRV�QD�ÈIULFD�&HQWUDO�H�GD�
constituição de uma rede de feitorias. 
$�TXHVWmR�JHRJUi¿FD�WDPEpP�WHYH�SDSHO�QHVVH�FRQWH[WR��Mi�TXH�D�SUR[LPLGDGH�HQWUH�%UDVLO�H�$QJROD�p�QRWiYHO��$OpP�
disso, a navegação a vela “HQWUH�HVWHV�GRLV�HVWDGRV�HUD�FDOPD�H�WUDQTXLOD��WHQGR�R�DQWLFLFORQH�GH�&DSULFyUQLR�FRUQR�PRWRU�
natural. Abre-se uma grande “estrada” entre Rio — Luanda e Salvador, que terá consequênciasirreversíveis na formação 
de nosso pais.” (GALA, 2011, p.32). Alencastro (2000) sintetiza que a navegação luso-brasileira foi transatlântica e 
negreira. De acordo com cálculos deste autor, em três séculos foram feitas aproximadamente 12 mil viagens entre os 
SRUWRV�DIULFDQRV�H�R�%UDVLO��WUD]HQGR�FHUFD�GH���PLOK}HV�GH�QHJURV�
PORDENTRODOTEMA
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Paulo Gala ressalta o importante papel da Igreja Católica na consolidação da ordem colonial e escravista no Império 
ultramarino português:
Prova de tal apoio se viu na bula papal Romanus pontifex de 1455 que dava o domínio e monopólio dos territórios 
conquistados por Portugal “para compensar tão grandes perigos, trabalhos e gastos de fazenda, com perda de 
WDQWRV�QDWXUDLV�GRV�UHIHULGRV�UHPRV�>3RUWXJDO�H�$OJDUYH�>���@�SDUD�SURWHomR�H�DXPHQWR�>���@�GD�)p�FDWyOLFD´��'H�IDWR��
essa recomendação papal, associada à concepção que os europeus tinham da África, facilitou sobremaneira o 
trabalho dos jesuítas na adaptação da doutrina vigente. (GALA, 2011, p.40).
A atuação do jesuítas ainda foi decisiva para a utilização da mão de obra escrava africana, uma vez que defendiam 
TXH�D�HVFUDYLGmR�VHULD�XPD�IRUPD�GH�VDOYDomR�GR�SDJDQLVPR��3DUD�*DOD��HVVD�FRQ¿JXUDomR�WRUQDYD�R�VLVWHPD�FRORQLDO�
H¿FD]�H�IXQFLRQDO��XPD�YH]�TXH�³D�RUGHP�FRORQLDO�HUD�PDQWLGD��R�WUi¿FR�HUD�SHUPLWLGR�SHOD�,JUHMD��PDV�QmR�VHP�FRQWUROH��
Mi�TXH�D�VDQomR�GLYLQD�HUD�HVVHQFLDO�” (Id. Ibid., p.40). Em contrapartida, estava a escolha do nativo da terra como o alvo 
da catequização, o que tornava os índios mais protegidos em relação à escravidão. 
Outros fatores tornavam a escravidão indígena pouco atrativa para o sistema colonial, pois
³HVEDUUDYD�QD�HVIHUD�PDLV�GLQkPLFD�GR�FDSLWDO�PHUFDQWLO��LQYHVWLGR�QR�QHJyFLR�QHJUHLUR���QD�UHGH�¿VFDO�GD�&RURD�
�DFRSODGD�DR�WUi¿FR�DIUR�DWOkQWLFR���QD�SROtWLFD�LPSHULDO�PHWURSROLWDQD��IXQGDGD�QD�H[SORUDomR�FRPSOHPHQWDU�GD�
América e da África portuguesa) e aparelho ideológico de Estado (que privilegiava a evangelização dos índios). 
Esse feixe de circunstâncias inviabilizava um sistema regular de intercâmbios similar ao do trato negreiro.” 
�$/(1&$6752��������S������
A economia e sociedade açucareira
6HJXQGR�%RULV�)DXVWR���������D�SURGXomR�GH�Do~FDU�QD�IDL[D�OLWRUkQHD�GR�QRUGHVWH�EUDVLOHLUR�UHSUHVHQWRX�R�SULPHLUR�
centro de colonização e urbanização da nova terra, servindo como núcleo central da ativação socioeconômica da região. 
2V�JUDQGHV�FHQWURV�SURGXWRUHV�GD�&RO{QLD�IRUDP�3HUQDPEXFR�H�%DKLD��SRLV�DSUHVHQWDYDP�FRQGLo}HV�IDYRUiYHLV�FRPR�
a localização na região costeira, boa qualidade do solo e um regime de chuvas propício. Além da proximidade com os 
FHQWURV�LPSRUWDGRUHV�HXURSHXV�H�GD�IDFLOLGDGH�GR�WUDQVSRUWH�GD�SURGXomR��Mi�TXH�6DOYDGRU�H�5HFLIH�VH�WUDQVIRUPDUDP�
em importantes portos.
PORDENTRODOTEMA
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A estrutura da produção açucareira teve tanto nas ilhas atlânticas como no Brasil uma série de características básicas da 
chamada economia de plantation: produção em larga escala, latifúndio, trabalho escravo e monocultura de exportação. 
2�FHQWUR�GD�HFRQRPLD�H�GD�VRFLHGDGH�DoXFDUHLUD�HUD�R�HQJHQKR��TXH�DEUDQJLD�DV�SODQWDo}HV�GH�FDQD��RV�HTXLSDPHQWRV�
SDUD�SURFHVVi�OD��DV�FRQVWUXo}HV��D�FDSHOD�H�RV�HVFUDYRV��7DPEpP�HUDP�FRQVLGHUDGRV�SDUWH� LQWHJUDQWH�R�JDGR��DV�
SDVWDJHQV��RV�FDUURV�GH� WUDQVSRUWH��DOpP�GD�FDVD�JUDQGH�H�GD�VHQ]DOD��'H�DFRUGR�FRP�)HUOLQL� ��������XP�HQJHQKR�
importante contava com cerca de 80 escravos. 
&RPR�SRGHPRV�REVHUYDU��D�LQVWDODomR�H�R�IXQFLRQDPHQWR�GH�XP�HQJHQKR�HUDP�RSHUDo}HV�PXLWR�FDUDV�TXH�Vy�SRGLDP�VHU�
UHDOL]DGDV�D�SDUWLU�GD�WRPDGD�GH�HPSUpVWLPRV�SRU�SDUWH�GRV�ID]HQGHLURV��6HJXQGR�)DXVWR���������GXUDQWH�R�VpFXOR�;9,��
ERD�SDUWH�GD�IRQWH�GH�FUpGLWR�HUD�H[WHUQD�j�FRO{QLD��FRP�GHVWDTXH�SDUD�LQYHVWLGRUHV�ÀDPHQJRV��DWXDO�QRUWH�GD�%pOJLFD���
italianos e da própria metrópole. Vale ressaltar que dentre os maiores pontos de importação estavam Amsterdam, 
/RQGUHV��+DPEXUJR�H�*rQRYD��RV�TXDLV�SRVVXtDP�JUDQGH�SRGHU�QD�GH¿QLomR�GR�SUHoR�GR�Do~FDU� FRORQLDO�� ¿FDQGR��
assim, fora do controle português.
Mas como se organizava socialmente o engenho? A primeira forma de abordar a estrutura social é pelos extremos: 
VHQKRUHV�GH�XP�ODGR�H�HVFUDYRV�GR�RXWUR��$SHVDU�GR�XVR�GH�HVFUDYLGmR�LQGtJHQD�QR�LQtFLR�GD�SURGXomR�QR�¿QDO�GR�VpFXOR�
;9��HP������D�WRWDOLGDGH�GD�PmR�GH�REUD�QRV�HQJHQKRV�HUD�GH�HVFUDYRV�DIULFDQRV��$VVLP��RV�HVFUDYRV�UHSUHVHQWDYDP�
D�SDUWH�PDLV�QXPHURVD�GD�IRUoD�GH�WUDEDOKR��¿FDQGR�UHVSRQViYHLV�SHODV�WDUHIDV�PDLV�SHVDGDV�H�FDQVDWLYDV�GD�SURGXomR�
GH�Do~FDU�QR�HQJHQKR��$V� WDUHIDV�PDLV�HVSHFLDOL]DGDV� �DUWHVmR�H�PHVWUH�GH�Do~FDU�� ¿FDYDP�SRU�FRQWD�GH�KRPHQV�
livres, brancos e libertos. A maioria dos homens livres era considerada agregada ao engenho e atuava como pequenos 
plantadores de cana. 
Do outro lado estavam os senhores de engenho, membros de famílias de origem nobre ou com cargos importantes na 
administração portuguesa, comerciantes que produziam e vendiam e imigrantes com boas posses. Os senhores de 
engenho detinham grande poder econômico, político e social nos domínios coloniais, formando uma aristocracia de 
ULTXH]D�H�SRGHU��6XD�GRPLQDomR�HUD�HQRUPH�H�XOWUDSDVVDYD�RV�OLPLWHV�GDV�UHODo}HV�GH�WUDEDOKR��8PD�GDV�PDLV�FOiVVLFDV�
GHVFULo}HV�GHVVD�GRPLQDomR�IRL�HODERUDGD�SRU�*LOEHUWR�)UH\UH�HP�������FRQIRUPH�SRGHPRV�REVHUYDU�QR�WUHFKR�DEDL[R��
Na zona agrária desenvolveu-se, com a monocultura absorvente, uma sociedade semifeudal — uma minoria de 
EUDQFRV�H�EUDQFDU}HV�GRPLQDQGR�SDWULDUFDLV��SROtJDPRV��GR�DOWR�GDV�FDVDV�JUDQGHV�GH�SHGUD�H�FDO��QmR�Vy�RV�
escravos criados aos magotes nas senzalas como os lavradores de partido, os agregados, moradores de casas 
GH�WDLSD�H�GH�SDOKDV�YDVVDORV�GDV�FDVDV�JUDQGHV�HP�WRGR�R�ULJRU�GD�H[SUHVVmR���)5(<5(��������S��������
PORDENTRODOTEMA
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6HJXQGR�)DXVWR���������D�SURGXomR�DoXFDUHLUD�FRQKHFHX�XPD�JUDQGH�H[SDQVmR�HQWUH������H�������TXDQGR�VXD�SURFXUD�
QD�(XURSD�FUHVFLD�H�QmR�KDYLD�FRQFRUUrQFLD�QD�SURGXomR��$�SDUWLU�GH�������VXUJH�D�SURGXomR�GH�Do~FDU�QDV�LOKDV�GDV�
$QWLOKDV��VRE�R�FRPDQGR�GD� ,QJODWHUUD��+RODQGD�H�)UDQoD��R�TXH�GLPLQXL�VXEVWDQFLDOPHQWH�RV� OXFURV�SURYHQLHQWH�GR�
Do~FDU�EUDVLOHLUR��1R�HQWDQWR��YDOH�OHPEUDU�TXH�DSHVDU�GR�LQtFLR�GR�GHFOtQLR�GD�SURGXomR�QR�¿QDO�GR�VpFXOR�;9,,��R�Do~FDU�
FRQWLQXRX�D�¿JXUDU�FRPR�LPSRUWDQWH�SURGXWR�GH�H[SRUWDomR�GD�FRO{QLD�
$�JHRJUD¿D�FRORQLDO�QRV�VpFXORV�;9,�H�;9,,
Como vimos até aqui, a região mais importante da colônia era o litoral nordestino. No entanto, a ocupação do 
sudeste e do extremo norte já dava sinais de desenvolvimento. Segundo Gala (2011), a região de São Paulo era vista 
como território em permanente levante, pois não se encaixava no sistema sul-atlântico. Os bandeirantes paulistas, 
RULXQGRV�GR�IUDFDVVR�GD�LPSODQWDomR�GR�Do~FDU�QR�OLWRUDO�SDXOLVWD��SDVVDUDP�D�RUJDQL]DU�H[SHGLo}HV�GH�DSULVLRQDPHQWR�
GH�LQGtJHQDV��HVSHFLDOPHQWH�HP�PLVV}HV�MHVXtWLFDV�HVSDOKDGDV�SHOR�LQWHULRU��D�GHVSHLWR�GDV�RUGHQV�UpJLDV��'H�DFRUGR�
com Monteiro (1994, p.57), “DR�ORQJR�GR�VpFXOR�;9,,��FRORQRV�GH�6mR�3DXOR�H�GH�RXWUDV�YLODV�FLUFXQYL]LQKDV�DVVDOWDUDP�
centenas de aldeias indígenas em várias regiões, trazendo milhares de índios de diversas sociedades para suas fazendas 
e sítios na condição de ‘serviços obrigatórios’”. No Pará e Amazonas o problema era o mesmo. Segundo Alencastro 
(2000), os paulistas eram antijesuíticos, antimetropolitanos e antieuropeus.
2XWUR�DVSHFWR�IXQGDPHQWDO�QD�JHRJUD¿D�FRORQLDO�IRL�D�H[SDQVmR�GD�SHFXiULD�ERYLQD�QD�VHJXQGD�PHWDGH�GR�VpFXOR�;9,,��
Inicialmente restrita às redondezas dos engenhos, a criação de gado foi ganhando espaço pelo sertão do norte e nordeste, 
ocupando gradativamente o interior da colônia. Segundo Gala (2011, p.51), a expansão bovina teve importante “papel 
QD�IRUPDomR�GH�XPD�FODVVH�VRFLDO�²�LQWHUQD��QmR�OLWRUkQHD��R�VHUWDQHMR�FXUUDOHLUR�²�H�VHX�HVWtPXOR�j�H[WHUPLQDomR�
indígena.” Ainda segundo o autor, “os índios, que inicialmente se apresentavam como aliados importantes, passam 
FDGD�YH]�PDLV�D�VHU�XP�HPSHFLOKR�QD�GLODWDomR�GDV�IURQWHLUDV�DJURSDVWRULV��6RPD�VH�D�LVWR�R�Mi�PHQFLRQDGR�SUREOHPD�epidemiológico e teremos tudo pronto para a via da exterminação indígena” (Ibid., p.51).
PORDENTRODOTEMA
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6pFXOR�;9,,,���VRFLHGDGH�GR�RXUR�H�FULVH�GR�VLVWHPD�FRORQLDO�
(P�VXDV�FRQVWDQWHV�H[SHGLo}HV�SHORV�VHUW}HV��RV�SDXOLVWDV�HQ¿P�FRQVHJXLUDP�UHDOL]DU�R�YHOKR�VRQKR�GH�HQFRQWUDU�
PHWDLV�SUHFLRVRV�QD�$PpULFD�3RUWXJXHVD��)RL�HP�������QR�5LR�GDV�9HOKDV��SUy[LPR�jV�DWXDLV�6DEDUi�H�&DHWp��TXH�
RFRUUHUDP�DV�SULPHLUDV�GHVFREHUWDV�VLJQL¿FDWLYDV�GH�RXUR��1RV�SUy[LPRV�TXDUHQWD�DQRV��IRL�HQFRQWUDGR�RXUR�HP�0LQDV�
Gerais, na Bahia, Goiás e Mato Grosso. Ao lado do ouro, surgiram os diamantes, cuja importância econômica foi menor, 
GHVFREHUWRV�QR�6HUUR�)ULR��QRUWH�GH�0LQDV��SRU�YROWD�GH�������
'H�DFRUGR�FRP�)DXVWR��������S������D�GHVFREHUWD�GR�RXUR�JHURX�D�SULPHLUD�JUDQGH�FRUUHQWH�LPLJUDWyULD�GH�3RUWXJDO�SDUD�
R�%UDVLO��(QWUH������H�������³FKHJDUDP�GH�3RUWXJDO�H�GDV�LOKDV�GR�$WOkQWLFR�FHUFD�GH�����PLO�SHVVRDV��HP�PpGLD�DQXDO�
GH���D����PLO��JHQWH�GD�PDLV�YDULDGD�FRQGLomR��GHVGH�SHTXHQRV�SURSULHWiULRV��SDGUHV��FRPHUFLDQWHV��DWp�SURVWLWXWDV�
e aventureiros.”. $�SUHVHQoD�GD�FRURD�WDPEpP�WHQWRX�VH�ID]HU�PDLV�SUHVHQWH��FRP�D�FULDomR�GH�FDUJRV�H�LQVWLWXLo}HV�
DGPLQLVWUDWLYDV�UpJLDV�GH�FRQWUROH�H�VXSHUYLVmR�GD�H[WUDomR�DXUtIHUD�SRU� WRGD�D�UHJLmR�GDV�PLQDV�� �6HJXQGR�)DXVWR��
DOJXQV�IDWRUHV�GL¿FXOWDUDP�VREUHPDQHLUD�D�HIHWLYD�DomR�GR�JRYHUQR�SRUWXJXrV��FRPR�³as grandes distâncias, a corrupção 
GDV�DXWRULGDGHV�ORFDLV��D�SRVLomR�GHVVDV�DXWRULGDGHV�HQWUH�D�&RURD�H�R�PXQGR�GD�&RO{QLD��RV�FRQÀLWRV�GH�DWULEXLomR�GRV�
funcionários”��������S������
De acordo com Coutinho (2008), mesmo com a manutenção do papel central da mão de obra escrava, a importância da 
mão de obra livre cresce na economia mineradora. Assim, a economia do ouro envolveu:
D��GLYHUVL¿FDomR�VRFLDO� �FRH[LVWrQFLD�GH� WUDEDOKR� OLYUH�H�HVFUDYR��H�GHVFRQFHQWUDomR�GD�UHQGD��HP�UHODomR�DR�
PRGHOR�FOiVVLFR�GH�SODQWDWLRQ��E��DWLYDomR�GH�Q~FOHRV�IRUQHFHGRUHV��D�HPSUHVD�PLQHUDGRUD�QmR�p�DXWRVVX¿FLHQWH���
c. monetização da economia; d. formação de uma economia urbana e, portanto, a admissão de que existia uma 
UD]RiYHO�GLIHUHQFLDomR�GH�RFXSDo}HV���0217(,52��������S�����
Para Mello e Souza (2004), a sociedade mineira era multifacetada e plural, pois além de escravos e senhores existia 
XPD�HQRUPH�PDVVD�XUEDQD�HPSREUHFLGD�TXH�QmR�WLQKD�DFHVVR�jV�ULTXH]DV�SURGX]LGDV��HUDP�RV�GHVFODVVL¿FDGRV�GR�
RXUR��$EDQGRQDGRV�j�SUySULD�VRUWH��YLYLDP�IRUD�GR�DOFDQFH�GDV�LQVWLWXLo}HV�UpJLDV�H�UHOLJLRVDV�
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O ciclo teve seu apogeu em meados do século XVIII, ultrapassando a marca de 10 toneladas de ouro extraídos no 
SHUtRGR�GH������������$�FUHVFHQWH� LPSRUWkQFLD�GD� UHJLmR� IH]�FRP�TXH�D�FRURD�SRUWXJXHVD� WUDQVIHULVVH��HP������D�
FDSLWDO�GH�6DOYDGRU�SDUD�R�5LR�GH�-DQHLUR��SULQFLSDO�SRUWR�GH�HVFRDPHQWR�GD�H[WUDomR�DXUtIHUD�H�GH�FKHJDGD�GRV�HVFUDYRV�
DIULFDQRV��$R�¿P�GR�VpFXOR�;9,,,��D�UHJLmR�Mi�GHPRQVWUDYD�VpULRV�VLQDLV�GH�HVJRWDPHQWR�QD�H[WUDomR�JHUDQGR�UHYROWDV�
populares e repressão violenta por parte da administração colonial. 
A Crise do Sistema Colonial VH�DOLQKD�D�XPD�FULVH�GH�PDLRU�HVFRSR��j�GR�$QWLJR�5HJLPH�QD�(XURSD��$�GLQkPLFD�GHVVD�
crise pode ser compreendida a partir da análise de Novais (1993), segundo a qual
o sistema colonial mercantilista apresenta-se atuando sobre os dois pré-requisitos básicos da passagem para o 
capitalismo industrial: efetivamente a exploração colonial ultramarina promove, por um lado, a primitiva acumulação 
capitalista por parte da camada empresarial; por outro lado, amplia o mercado consumidor de produtos manufaturados. 
Atua, pois, simultaneamente, de um lado, criando a possibilidade do surto maquinofatureiro (acumulação capitalista), 
por outro lado a sua necessidade (expansão da procura dos produtos manufaturados). Criam-se, assim, os pré-
UHTXLVLWRV�SDUD�D�5HYROXomR�,QGXVWULDO�±�SURFHVVR�KLVWyULFR�GD�HPHUJrQFLD�GR�FDSLWDOLVPR�´��S�����
$VVLP��DR�IXQFLRQDU�SOHQDPHQWH��R�VLVWHPD�FRORQLDO�FULDYD�DR�PHVPR�WHPSR�DV�FRQGLo}HV�GH�VXD�FULVH�H�VXSHUDomR�
PORDENTRODOTEMA
ACOMPANHENAWEB
Assistam à Palestra com Luiz Felipe de Alencastro Conversas sobre África: 
Escravidão e Trabalho Compulsório no Brasil
‡� Entre os temas abordados, destacam-se a relação entre Brasil e África na época da escravidão, 
com destaque para a importância do Atlântico Sul para a formação do Brasil.
Link para acesso: �KWWSV���ZZZ�\RXWXEH�FRP�ZDWFK"Y &<�Q-2WV/�4!.
(A palestra está entre o minuto 10:15 até o minuto 47:35, totalizando 37m20s de vídeo)
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Para saber mais sobre a sociedade mineradora, assista à palestra da historia-
GRUD�/DXUD�GH�0HOOR�H�6RX]D�QR�VHPLQiULR�³$WXDOLGDGH�GH�6pUJLR�%XDUTXH�GH�
+RODQGD´��UHDOL]DGR�SHOR�,QVWLWXWR�GH�(VWXGRV�%UDVLOHLURV��,(%�863��HQWUH����H�
���GH�VHWHPEUR�GH�����
‡� Na palestra, temos uma análise do trabalho de Sérgio Buarque de Holanda sobre a atenção 
que ele deu à história social, política, econômica e cultural da capitania de Minas Gerais, e a 
ÀRUHVFrQFLD�DUWtVWLFD�H�OLWHUiULD�HP�0LQDV�*HUDLV�GXUDQWH�R�FLFOR�GD�PLQHUDomR�H�R�FDUiWHU�LOXVyULR�
da atividade mineradora.
Link para acesso: �KWWSV���ZZZ�\RXWXEH�FRP�ZDWFK"Y 4,�(I9/I.V<!.
7HPSR�������
Acompanhe uma linha do tempo com os principais acontecimentos no Brasil 
e no Mundo
‡� A linha do tempo é uma importante ferramenta para a localização dos fatos na régua da 
história.
Link para acesso: <http://www1.uol.com.br/bibliot/linhadotempo/index3.htm!.
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,QVWUXo}HV�
$JRUD��FKHJRX�D�VXD�YH]�GH�H[HUFLWDU�VHX�DSUHQGL]DGR��$�VHJXLU��YRFr�HQFRQWUDUi�DOJXPDV�TXHVW}HV�GH�P~OWLSOD�
escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
4XHVWmR��
Com base em seus conhecimentos, cite duas características econômicas e uma característica social do América Portuguesa 
entre os séculos XV e XVII.
4XHVWmR��
“O ser senhor de engenho é um título a que muitos aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado de muitos. 
E se for, qual deve ser, homem de cabedal e governo, bem se pode estimar no Brasil o ser senhor de engenho, quanto proporcio-
QDGDPHQWH�VH�HVWLPDP�RV�WtWXORV�HQWUH�RV�¿GDOJRV�GR�5HLQR�´��$1721,/��������S������
3RU�TXH�SRGHPRV�FRQVLGHUDU�HVVH�FRPHQWiULR��HVFULWR�QR�VpFXOR�;9,,,��FDUDFWHUtVWLFR�GD�VRFLHGDGH�FRORQLDO�EUDVLOHLUD"
a) �R�SRGHU�SRඇtWLFR��HFRQ{PLFR�H�VRFLDඇ�GRV�VHQKRUHV�GH�HQJHQKR�HUD�JDUDQWLGR�SHඇD�&RURD�DWUDYpV�GRV�ඇDoRV�GH�DPL]DGH�FRP�
RV�QREUHV�SRUWXJXHVHV�H�R�5HL��
b) D�DXWRULGDGH�GRV�VHQKRUHV�HUD�ඇLPLWDGD�DRV�VHXV�HVFUDYRV�H�j�FDVD�JUDQGH��QmR�VH�LPSRQGR�IRUD�GHVVH�ඇLPLWH�
c) DV� DWLYLGDGHV� HFRQ{PLFDV� GRV� VHQKRUHV� GH� HQJHQKR� QmR� VH� ඇLPLWDYDP� j� SURGXomR� DoXFDUHLUD�� SRLV� HඇHV� FRQWURඇDYDP� R�
comércio de exportação e o comércio de escravos africanos.
d) 2�SRVWR�GH�SURSULHWiULR�GH�JUDQGHV�SRUo}HV�GH�WHUUDV�H�GH�HVFUDYRV�JDUDQWLD�R�JUDQGH�SRGHU�GRV�VHQKRUHV�GH�HQJHQKR�QD�
VRFLHGDGH�FRඇRQLDඇ�
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4XHVWmR��
Estão entre as circunstâncias e os fatores históricos que explicam, no caso brasileiro, a instituição da escravidão mencionada 
acima, exceto:
a) D�LPSRUWkQFLD�HFRQ{PLFD�TXH�UHSUHVHQWDYD��GHVGH�R�LQtFLR�GR�VpFXඇR�;9��R�FRPpUFLR�GH�HVFUDYRV�DIULFDQRV�FRPR�IRQWH�GH�
ඇXFURV�DRV�FRPHUFLDQWHV�EHP�FRPR�j�SUySULD�&RURD�SRUWXJXHVD�
b) D� LQH[LVWrQFLD� QRV� SULQFtSLRV� UHඇLJLRVRV� FDWyඇLFRV� H� QD� ඇHJLVඇDomR�GD�PHWUySRඇH� GH� TXDඇTXHU� SURLELomR� j� HVFUDYL]DomR�GH�
africanos.
c) D�PDQVLGmR�H�DFHLWDomR�GRV�WUDEDඇKDGRUHV�DIULFDQRV��DFRVWXPDGRV�j�FRQGLomR�HVFUDYD�QDV�VHඇYDV�DIULFDQDV��RQGH�WULERV�
subjugavam outras por meio das guerras.
d) R�FDUiWHU�PHUFDQWLඇLVWD�GD�H[SඇRUDomR�FRඇRQLDඇ��TXH� IDYRUHFLD�R�HPSUHJR�GH�XPD�PmR�GH�REUD� LJXDඇPHQWH� LQWHUHVVDQWH�±�
HQTXDQWR�PHUFDGRULD�±�DR�FRPpUFLR�PHWURSRඇLWDQR�
Questão 4
Ouro e especiarias foram assim bens sempre muito procurados nos séculos XV e XVI, mas havia outros, como o peixe, a madeira, 
RV�FRUDQWHV��DV�GURJDV�PHGLFLQDLV�H��SRXFR�D�SRXFR��XP�LQVWUXPHQWR�GRWDGR�GH�YR]���RV�HVFUDYRV�DIULFDQRV���)$8672��������S����Neste trecho encontra-se a busca pelos escravos africanos como algo de interesse dos europeus. Vimos que esta busca esteve 
ligada a suprir as necessidades de mão de obra. ([SOLTXH�RV�PRWLYRV�GD�HVFROKD�SHOD�PmR�GH�REUD�GH�RULJHP�DIULFDQD�
Questão 5
No Brasil colonial, além da produção açucareira escravista, existiram outras atividades econômicas importantes, como, por exem-
plo, a mineração do século XVIII, que era também uma atividade voltada para o comércio externo. Caracterize a mineração em 
WHUPRV�GH�RUJDQL]DomR�GR�WUDEDOKR�H�GHVHQYROYLPHQWR�XUEDQR�H�FLWH�XPD�DWLYLGDGH�HFRQ{PLFD�GR�%UDVLO�FRORQLDO�TXH�QmR�
HUD�YROWDGD�SDUD�R�FRPpUFLR�H[WHUQR�
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FINALIZANDO
Neste tema você compreendeu a importância do Atlântico Sul e do comércio escravista transatlântico para a formação 
econômica, social e política do Brasil. A consolidação do escravismo colonial gerou uma sociedade extremamente 
GHVLJXDO�� RQGH� R� DIULFDQR� HVFUDYL]DGR� HVWDYD�� SUDWLFDPHQWH� WRGR� R� WHPSR�� QD� EDVH� GR� VLVWHPD� SURGXWLYR��7DQWR� QR�
sistema de produção açucareiro no litoral nordestino, como na extração de metais e pedras preciosas nas Minas Gerais, 
D�PmR�GH�REUD�HVFUDYD�HUD�PDLRULD��7DPEpP�DSUHQGHPRV�TXH�D�FULVH�GR�VLVWHPD�FRORQLDO�EUDVLOHLUR�RFRUUH�PXLWR�PDLV�
SRU�LQÀXrQFLD�GH�WUDQVIRUPDo}HV�H[WHUQDV�GR�TXH�SRU�SUREOHPDV�HVWUXWXUDLV��3URYD�GLVVR�VHUi�D�PDQXWHQomR�GD�HVWUXWXUD�
social e econômica no Brasil pós-independência, como veremos no próximo tema.
REFERÊNCIAS
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Acesso em: 13/03/2014.
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1DFLRQDO�������
&287,1+2��0DXULFLR�&��(FRQRPLD�GH�0LQDV�H�HFRQRPLD�GD�PLQHUDomR�HP�&HOVR�)XUWDGR��1RYD�HFRQ��>RQOLQH@��������YRO�����
Q����S�����������'LVSRQtYHO�HP��http://www.scielo.br/pdf/neco/v18n3/a02v18n3.pdf. Acesso em: 13/03/2014.
)$8672��%RULV��História do Brasil��6mR�3DXOR��(GXVS�������
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)5(<5(��*LOEHUWR��&DVD�*UDQGH�H�6HQ]DOD��)RUPDomR�GD�IDPtOLD�EUDVLOHLUD�VRE�R�UHJLPH�GD�HFRQRPLD�SDWULDUFDO�����HGLomR��
São Paulo: Global, 2013.
GALA, Paulo. )RUPDomR�GR�%UDVLO�QR�$WOkQWLFR�6XO��,Q��5(*2��-RVH�0���0$548(6��5RVD�0���2UJ����)RUPDomR�HFRQ{PLFD�GR�
Brasil. Ed. Especial Anhanguera. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 25-57.
BBBBBBBBBB��5(*2��-RVp�0��(VWUXWXUD�H�'LQkPLFD�GR�$QWLJR�6LVWHPD�&RORQLDO��,Q��5(*2��-RVH�0���0$548(6��5RVD�0��
(Org.). )RUPDomR�HFRQ{PLFD�GR�%UDVLO. Ed. Especial Anhanguera. São Paulo: Saraiva, 2011. p.58-72.
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129$,6��)HUQDQGR�$��A estrutura e dinâmica do antigo sistema colonial �VpFXORV�;9,�;9,,,�����HG��6mR�3DXOR��%UDVLOLHQVH�������
)(5/,1,��9HUD�/��Terra, trabalho e poder: o mundo dos engenhos no Nordeste Colonial. São Paulo: Brasiliense, 1988.
0(/2�(�628=$��/DXUD��'HVFODVVL¿FDGRV�GR�RXUR��D�SREUH]D�PLQHLUD�QR�VpFXOR�;9,,,����HG��5LR�GH�-DQHLUR��*UDDO�������
__________. A mineração e a sociedade movediça. Disponível em: https://ZZZ�\RXWXEH�FRP�ZDWFK"Y 4,�(I9/I.V<. Acesso 
em: 13/03/2014.
REFERÊNCIAS
GLOSSÁRIO
&DSLWDQLDV� KHUHGLWiULDV� Primeira forma sistemática de ocupação colonial lançada pela Coroa Portuguesa. Nesse 
VLVWHPD�SROtWLFR��LQGLYtGXRV�SDUWLFXODUHV�UHFHELDP�R�GLUHLWR�GH�DGPLQLVWUDU�JUDQGHV�H[WHQV}HV�WHUULWRULDLV��FRP�D�REULJDomR�
de povoamento e exploração econômica, além de controlar o governo, a justiça e o comando militar.
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3ODQWDWLRQ� Essa forma de organização econômica foi dominante nas Américas durante o período colonial. O sistema 
de plantation tem como características básicas a grande propriedade de terra (latifúndio), a grande utilização da mão 
de obra escrava e a cultura em larga escala de apenas um produto (monocultura) voltada para o mercado externo, 
normalmente a Europa. 
-HVXtWDV��3DGUHV�PHPEURV�GD�&RPSDQKLD�GH� -HVXV�� RUGHP� UHOLJLRVD� IXQGDGD�HP�������2V�SDGUHV�GD�&RPSDQKLD�
GH�-HVXV�FKHJDUDP�DR�%UDVLO�MXQWDPHQWH�FRP�D�PLVVmR�FRORQL]DGRUD�GH�3RUWXJDO�QD�GpFDGD�GH�������,QLFLDOPHQWH��D�
missão era de catequização dos nativos da terra. Ao longo da colonização, os jesuítas passaram a ter grande controle 
VREUH�D�HGXFDomR�QD�FRO{QLD�H�XP�SDSHO�VLJQL¿FDWLYR�QD�GHIHVD�LGHROyJLFD�GD�HVFUDYL]DomR�GRV�DIULFDQRV�
%DQGHLUDQWHV� $V�EDQGHLUDV�IRUDP�H[SHGLo}HV�TXH�VH�ODQoDYDP�SHOR�VHUWmR��SRU�PHVHV�H�jV�YH]HV�DQRV��HP�EXVFD�GH�
LQGtJHQDV�D�VHUHP�HVFUDYL]DGRV�H�PHWDLV�SUHFLRVRV��>���@�$V�EDQGHLUDV�WRPDUDP�DV�GLUHo}HV�GH�0LQDV�*HUDLV��*RLiV��0DWR�
*URVVR��2V�SDXOLVWDV�FRQVWUXtUDP�XPD�VRFLHGDGH�U~VWLFD��FRP�PHQRU�GLVWLQomR�HQWUH�EUDQFRV�H�PHVWLoRV��LQÀXHQFLDGD 
SHOD�FXOWXUD�LQGtJHQD����)$8672��������S��������
&ULVH�GR�VLVWHPD�FRORQLDO� �$�SDUWLU� GH������� D�5HYROXomR�)UDQFHVD�S{V� ¿P�DR�$QWLJR 5HJLPH�QD�)UDQoD�� R�TXH�
UHSHUFXWLX�HP�WRGD�D�(XURSD��$R�PHVPR� WHPSR��RFRUULD�QD� ,QJODWHUUD�D�5HYROXomR� ,QGXVWULDO�� >���@�(P�VXDV� UHODo}HV�
com a América espanhola e portuguesa, abrem brechas cada vez maiores no sistema colonial, por meio de acordos 
FRPHUFLDLV��FRQWUDEDQGR�H�DOLDQoD�FRP�RV�FRPHUFLDQWHV�ORFDLV��>���@�2�PXQGR�FRORQLDO�p�DIHWDGR�WDPEpP�SRU�RXWUR�IDWRU�
importante: a tendência a limitar ou a extinguir a escravidão. (Id. Ibid., p.108-109).
GLOSSÁRIO
p g ( p )
GABARITO
4XHVWmR��
Resposta: Entre as atividades econômicas, podem ser citados a extração do pau-brasil, a implementação do sistema 
açucareiro e o comércio de escravos. Entre as características sociais, podemos citar a sociedade açucareira: altamente 
hierarquizada, onde os senhores de engenho detinham muito poder e a base dessa sociedade era composta por uma 
PDVVD�GH�WUDEDOKDGRUHV�HVFUDYRV��7DPEpP�SRGHP�VHU�FLWDGDV�DV�RUJDQL]Do}HV�VRFLDLV�GD�UHJLmR�GH�6mR�3DXOR��FRPSRVWDV�
por bandeirantes que viviam da escravização de indígenas para o trabalho em suas lavouras. Em ambas as sociedades 
temos a presença da Igreja Católica, especialmente os jesuítas.
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4XHVWmR��
5HVSRVWD��Alternativa D. 
Os senhores de engenho detinham o controle sobre a produção do açúcar, principal produto colonial da época, detendo 
grande poder econômico, político e social nos domínios coloniais. Eles formavam uma espécie de aristocracia de riqueza 
H�SRGHU��SRU�LVVR�VXD�GRPLQDomR�HUD�HQRUPH�H�XOWUDSDVVDYD�RV�OLPLWHV�GDV�UHODo}HV�GH�WUDEDOKR�
4XHVWmR��
5HVSRVWD��Alternativa C. 
Não se pode dizer que um povo submetido à escravidão possui mansidão ou passividade. Embora existisse escravidão 
na África, ela nunca exterminou a resistência cotidiana que havia contra o cativeiro. A visão dos povos dominados como 
submissos e passivos está relacionada à falta de percepção, por parte dos dominadores, das formas de resistências 
mais sutis e cotidianas.
Questão 4
5HVSRVWD� A escolha pelo africano está ligada ao sistema mercantilista de colonização, a comercialização dos africanos 
gerava lucros à metrópole. A mão de obra era transportada de outro continente implicando, assim, na abertura de um 
comércio rentável para a metrópole que ao mesmo tempo se articulava às estruturas do sistema de colonização.
Questão 5
5HVSRVWD� A mineração desenvolveu-se nas Minas Gerais e no Centro-Oeste, apoiada, sobretudo, no trabalho escravo, 
mas também em modalidades de trabalho livre. A população numerosa demandava grande quantidade de produtos 
e serviços, permitindo o intenso desenvolvimento de atividades comerciais e urbanas. Podemos citar a pecuária, que 
abastecia os centros urbanos com o fornecimento de carne e de animais empregados para o transporte e a agricultura 
de subsistência.

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