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Capítulo 12. JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO

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2017 - 07 - 18 
Curso Avançado de Processo Civil - Volume 2 - Edição 2016
TERCEIRA PARTE - SANEAMENTO DO PROCESSO
CAPÍTULO 12. JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO
Capítulo 12. JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO
PROCESSO
12.1. Sentido do instituto
Depois de exercido amplamente o contraditório a respeito das pretensões e defesas e
de corrigidos os defeitos processuais sanáveis, cabe ao juiz definir que rumo o processo
tomará dali para frente. Então, cumpre-lhe decidir: (1.º) se pode haver resolução do
mérito ou se a fase cognitiva irá encerrar-se ali mesmo, anormalmente; (2.º) sendo viável a
resolução do mérito, se essa ocorrerá imediatamente ou se ainda será necessária instrução
probatória; (3.º) sendo necessária a instrução probatória, quais os pontos de direito e de
fato ainda controvertidos e os meios de prova a produzir.
Esse conjunto de deliberações, a serem tomadas depois da fase postulatória ou das
providências preliminares, compõe o "julgamento conforme o estado do processo". A
rigor, trata-se de definições que, isoladamente consideradas, também podem ocorrer em
diversos outros momentos processuais. O juiz extingue a fase cognitiva sem resolução de
mérito quando indefere liminarmente a petição inicial. Ele julga diretamente o mérito,
sem produzir provas, quando liminarmente rejeita o pedido do autor. A negativa de
resolução do mérito pode também ocorrer, ainda que não seja o recomendável, depois da
fase probatória - e assim por diante. Então, o que confere identidade ao "julgamento
conforme o estado do processo" é a concentração dessas deliberações em determinado
momento do procedimento - deliberações essas que não ocorrem apenas em tal momento,
mas que, se puderem então ser tomadas, contribuirão para a organização, celeridade e
segurança do processo.
Note-se que, na sistemática estabelecida pelo legislador, o "julgamento conforme o
estado do processo" é denominação que não se restringe às hipóteses em que há o
imediato encerramento da fase cognitiva, com ou sem resolução de mérito. Aplica-se
também à decisão de saneamento, que fixa pontos controvertidos e define provas, para a
fase cognitiva ir adiante: o capítulo intitulado "julgamento conforme..." abrange também o
"saneamento e organização do processo" (art. 357 do CPC/2015).
12.2. Extinção sem julgamento de mérito
O primeiro dos caminhos que o processo pode seguir é o do fim de sua fase cognitiva
sem que se resolva o mérito da causa (art. 354 c/c art. 485, ambos do CPC/2015).
A primazia, nesse caso, põe-se apenas do ponto de vista lógico - ou seja, para poder
julgar o mérito, o juiz deve verificar se as preliminares processuais peremptórias não
procedem; deve aferir se estão presentes os pressupostos de admissibilidade da tutela
jurisdicional. Mas, do ponto de vista axiológico, esse é o caminho a evitar-se, sempre que
possível. O art. 317 do CPC/2015 estabelece que antes de proferir uma decisão negativa de
resolução do mérito, o juiz deve sempre dar à parte a chance de corrigir o vício que seja
sanável. E o art. 488 do CPC/2015 determina que, mesmo quando configurada hipótese que
poderia ensejar negativa de resolução do mérito (art. 485 do CPC/2015), o juiz deve
preferir resolvê-lo sempre que tal resolução favorecer à parte que seria beneficiada por
aquela extinção anormal da fase cognitiva. Como se vê adiante (n. 21.6), essa regra tem
um alcance prático menor do que poderia parecer. Mas ela serve para deixar clara a
preferência do sistema por uma solução de mérito.
Assim, apenas se proferirá pronunciamento negativo da resolução de mérito quando:
(a) o defeito existente for incorrigível; ou (b) sendo corrigível, a parte interessada não o
sana na oportunidade que lhe é dada; e (c) não há como o juiz aplicar a regra do art. 488
do CPC/2015, compondo o litígio apesar do defeito.
As hipóteses que conduzem à negativa de resolução do mérito, previstas no art. 485 do
CPC/2015 e em regras esparsas, são examinadas de modo detalhado no n. 21.4, adiante.
O pronunciamento do juiz que nega a possibilidade de exame da integralidade do
mérito, extinguindo a fase cognitiva, é sentença (art. 203, § 1.º, do CPC/2015), passível de
apelação (art. 1.009 do CPC/2015). Quanto aos efeitos e estabilidade de tal
pronunciamento, veja-se o cap. 21, adiante.
12.3. Decisão de parcial impossibilidade de julgamento do mérito
É possível ainda que o juiz conclua, no julgamento conforme o estado do processo, que
uma parte do mérito da causa não pode ser resolvida, cabendo instrução probatória
quanto à restante. Isso já era possível no sistema processual brasileiro. O Código de 2015
não fez mais do que explicitar essa possibilidade.1
Esse pronunciamento, inclusive no capítulo em que nega a possibilidade de resolução
de parte do mérito, será decisão interlocutória, e não sentença. A fase cognitiva não acaba.
Apenas tem seu objeto reduzido. Portanto, a hipótese enquadra-se no § 2.º, e não no § 1.º,
do art. 203 do CPC/2015. Caberá contra tal capítulo decisório, agravo de instrumento (art.
354, parágrafo único, parte final, do CPC/2015).
12.4. Julgamento "antecipado" do mérito
É inexplicável o modo de enumeração das hipóteses de julgamento conforme o estado
do processo nos arts. 354 e 355 do CPC/2015. O art. 354 reúne casos de negativa da
resolução do mérito (mediante a menção ao art. 485 do CPC/2015) e de resolução do
mérito, quando se reconhece haver prescrição ou decadência (art. 487, II, do CPC/2015) ou
se homologa ato de disposição de vontade (art. 487, III, do CPC/2015). O art. 355 do
CPC/2015, por sua vez, trata de outra hipótese de resolução de mérito, quando há
acolhimento ou rejeição do pedido (art. 487, I, do CPC/2015).
Nada justifica essa bipartição das hipóteses de resolução de mérito no julgamento
conforme o estado do processo (isso é tanto mais evidente no caso do acolhimento da
prescrição ou decadência - em que se tem uma hipótese específica de rejeição do pedido,
por acolhimento de fato impeditivo ou extintivo do direito do autor). Tal idiossincrasia
legislativa já ocorria no Código anterior e permaneceu no CPC/2015. De todo modo, ela é
irrelevante, pois não afeta o regime jurídico aplicável a tais hipóteses.
12.4.1. Hipóteses de ocorrência
A rigor, todos os casos de resolução do mérito no julgamento, conforme o estado do
processo, apresentam um ponto em comum. Toda vez que, depois da fase postulatória e
das eventuais providências preliminares, o processo já estiver em condições de receber
resolução de mérito, deverá proferir-se sentença nesse sentido, sem se ingressar na fase
de instrução probatória, que, então, será inútil. Isso se tem quando:
(a) o juiz verifica estar configurada a prescrição da pretensão ou a decadência do
direito do autor (art. 354 c/c art. 485, II, do CPC/2015). Como já foi dito, isso nada mais é do
que uma hipótese de rejeição do pedido do autor (v. n. 21.5.3, adiante). No mais das vezes,
a aferição da ocorrência de tais fenômenos independe de provas. Mas, ainda que raro,
pode ser necessária investigação probatória para determinar-se, por exemplo, quando
efetivamente se deu o termo inicial do prazo prescricional ou decadencial. Nesse caso,
obviamente, não caberá a aplicação do art. 354 do CPC/2015;
(b) se apresenta ao juiz ato de disposição de vontade destinado a compor a lide
(reconhecimento do pedido, por parte do réu; renúncia à pretensão, pelo autor; ou
transação, por ambas as partes - art. 354 c/c art. 485, III, do CPC/2015). No item 21.5.2,
adiante, demonstra-se porque, nesses casos, há propriamente resolução do mérito. Tais
atos de disposição de vontade e sua consequente homologação judicial podem ocorrer a
todo tempo no curso do processo. Há requisitos para que eles possam ser homologados (n.
21.5.2, adiante). De todo modo, caso tais atos se apresentem ao juiz no momento do
julgamento conforme o estado do processo e cumpram os requisitos para tanto, impõe-se,
também então,o proferimento de sentença de mérito extintiva da fase cognitiva;
(c) para a solução do mérito da causa, não houver a necessidade de produção de outras
provas (art. 355, I, do CPC/2015). Ou seja, os elementos probatórios constantes dos autos já
são suficientes para o juiz formar sua convicção sobre os fatos da lide e resolvê-la. Isso
acontecerá quando: (c.1) os aspectos fáticos direta ou indiretamente relevantes são
incontroversos, pacíficos (art. 374, II e III, do CPC/2015) e o juiz não verifica nenhum
aspecto que objetivamente o leve a duvidar de sua veracidade a ponto de precisar
determinar provas de ofício - resumindo-se a discussão entre as partes às decorrências
jurídicas de tais fatos; ou (c.2) a prova já trazida para os autos (que, em regra, até esse
momento, será apenas a documental) já é suficiente para o julgamento do mérito;
(d) ocorrer a revelia e seu efeito principal (de presunção de veracidade dos fatos
narrados pelo autor) e o revel não comparecer ao processo a tempo de requerer a
produção de provas destinadas a demonstrar a inexistência dos fatos constitutivos do
direito do autor (art. 355, II, c/c art. 349 do CPC/2015). Essa hipótese normativa não é mais
do que especificação da diretriz genérica estabelecida no inc. I do art. 355: julga-se nesse
momento precisamente porque não existem questões de fato controvertidas. No cap. 10,
viu-se que nem sempre a revelia conduz à ocorrência de seu efeito principal. Ocorrendo
alguma dessas exceções à presunção de que são verdadeiros os fatos narrados na petição
inicial, só se autorizará resolução imediata do mérito se, a despeito da não ocorrência do
efeito da revelia, o caso concreto enquadrar-se na hipótese genérica do inc. I do art. 355 do
CPC/2015 (p. ex., a prova documental trazida pelo autor é suficiente para a formação do
convencimento do juiz) ou, nos termos do art. 354 do CPC/2015, houver prescrição ou
decadência (art. 487, II) ou ato compositivo da parte (art. 487, III, do CPC/2015). Por outro
lado, mesmo quando ocorre o efeito principal da revelia e estão presentes os pressupostos
para julgar-se o mérito, não é de todo impossível que a sentença venha a ser de
improcedência do pedido. Basta que dos fatos narrados na inicial não resultem as
consequências jurídicas pretendidas pelo autor. Ou, ainda, é possível que o juiz reconheça
a existência de algum fato extintivo, impeditivo ou modificativo do direito do autor que
seja cognoscível de ofício (objeção material - v. vol. 1, n. 12.5.4) e independa de prova
(como normalmente se dá com a prescrição e a decadência, já citadas acima) ou esteja
provado nos autos (a jurisprudência relata casos em que o próprio autor da ação juntou
prova do pagamento da dívida cobrada - o que levou o juiz a julgar improcedente o
pedido, a despeito da revelia e de seu efeito principal). De resto, também não ficará
afastada, obviamente, eventual extinção da fase cognitiva sem resolução do mérito - desde
que o defeito que a enseje seja conhecível de ofício e que não tenha ocorrido ou não seja
possível sua correção pelo autor (art. 317 do CPC/2015) nem possa haver o próprio
julgamento de mérito em favor do réu (art. 488 do CPC/2015).
12.4.2. Terminologia
Apenas os casos descritos em "c" e "d", acima, são expressamente denominados pelo
Código de "julgamento antecipado do mérito". Mas, a rigor, as hipóteses expostas em "a" e
"b" também implicam tal "julgamento antecipado". Nas hipóteses indicadas em "b" alguém
poderia dizer que não há propriamente "julgamento" pelo juiz, mas apenas "resolução" do
litígio. No entanto, como se expõe no n. 21.5.2, adiante, ao chancelar o ato de disposição
praticado pelas partes ou por uma delas, o juiz toma para si aquele ato como solução da
causa. Isso vale tanto quanto o julgamento de acolhimento ou rejeição do pedido - e é o
que basta para equiparar tais hipóteses às demais do art. 487 do CPC/2015.
Questão outra é saber se o nome "julgamento antecipado" é mesmo o mais adequado
para qualquer das hipóteses acima. Transmite a falsa impressão de que o ato decisório
estaria ocorrendo antes de seu momento oportuno, com uma verdadeira abreviação do
devido itinerário processual. Não é o que se dá: decide-se porque não há mais o que ser
feito; porque tudo o que era necessário para a resolução do mérito já está nos autos (nos
casos "a", "c" e "d", os elementos necessários para a formação de sua convicção; no caso
"b", o ato dispositivo). Sob esse aspecto, "julgamento imediato" do mérito talvez seja
expressão mais adequada.
12.4.3. Natureza e recorribilidade do pronunciamento
Havendo integral resolução do mérito, nesse momento, o pronunciamento do juiz tem
a natureza de sentença (art. 203, § 1.º), contra a qual cabe recurso de apelação (art. 1.009).
12.5. Julgamento "antecipado" parcial do mérito
É possível o julgamento direto parcial do mérito, ou seja, o fracionamento da solução
do mérito. O juiz resolverá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos
formulados ou parte deles for incontroverso ou estiver em condições de solução imediata.
A outra parcela da lide será, então, submetida à instrução probatória.
A rigor, isso já era possível no CPC/1973, muito embora não houvesse previsão expressa
a respeito.2
12.5.1. Hipóteses de ocorrência
No CPC/2015 explicitou-se tal possibilidade. O art. 354, parágrafo único, consagra-a no
que tange às hipóteses do art. 487, II e III: acolhimento de prescrição ou decadência ou
homologação de ato de disposição de vontade relativamente a apenas uma parte do
mérito. O art. 356 do CPC/2015 disciplina a hipótese em que é desnecessária a instrução
probatória para o julgamento de uma parcela do mérito.
Então, ocorrendo qualquer das hipóteses indicadas no n. 12.4.1, "a" a "d", acima,
apenas em relação a uma parte do mérito, e havendo necessidade de instrução probatória
quanto à parcela restante, será possível o julgamento imediato parcial.
Tal fatiamento do mérito pode ocorrer em relação a um ou alguns dos vários pedidos
formulados na ação, na reconvenção ou em outras demandas incidentais (como é o caso
da denunciação da lide). Por exemplo: o autor formula três pedidos na inicial - e dois
deles, por ocasião do julgamento conforme o estado do processo, não apresentam
nenhuma controvérsia quanto aos fatos que os embasam, havendo necessidade de provas
apenas relativamente ao terceiro pedido. Outro exemplo: as provas documentais reunidas
nos autos já são suficientes para elucidar os fatos relevantes para o julgamento do pedido
feito pelo autor, sendo necessária somente instrução probatória relativamente ao suporte
fático da reconvenção que o réu formulou.
Mas o fatiamento pode ainda incidir sobre uma única pretensão formulada, na medida
em que ela seja fracionável, decomponível. Por exemplo: o autor pede a condenação do
réu ao pagamento de um milhão de reais, e o réu desde logo reconhece a procedência de
duzentos mil reais, defendendo-se quanto ao resto.
12.5.2. Natureza, eficácia e estabilidade da decisão de julgamento parcial do mérito
O capítulo da decisão que julga parte do mérito, não é sentença, pois a fase cognitiva
prosseguirá para a instrução probatória do restante do mérito, ainda não julgado. Trata-se
de decisão interlocutória (art. 203, § 2.º, do CPC/2015). Por isso, contra ela caberá agravo
de instrumento (arts. 356, § 5.º, e 1.015, II, do CPC/2015).
Se não for atribuído efeito suspensivo ao agravo contra tal decisão (arts. 995 e 1.019 do
CPC/2015 - v. n. 25.5), ela poderá ser, desde logo, executada provisoriamente - se for o caso,
procedendo-se antes à liquidação da condenação. Dispensa-se inclusive prestação de
caução para tanto (art. 356, § 2.º - v. vol. 3, caps. 3 e 16, onde se examina o exato alcance de
tal dispensa). Note-se que a solução do mérito dada em sentença, por ser recorrível
mediante apelação que em regra tem efeito suspensivo, normalmente não poderá ser,
desde logo, executada. Assim, adecisão interlocutória de mérito possui um regime de
eficácia privilegiado, em contraste com o da sentença.
Uma vez transitada em julgado a decisão parcial do mérito - seja porque não se
interpôs recurso contra ela, seja porque não tiveram sucesso aqueles interpostos - passa a
caber a própria execução definitiva (art. 356, § 3.º, do CPC/2015), mesmo que ainda esteja
em curso a fase cognitiva do processo relativamente à outra parcela do mérito. Tanto a
liquidação quanto o cumprimento provisório ou definitivo da decisão poderão ser
processados em autos apartados (art. 356, § 4.º, do CPC/2015).
Além disso, com o trânsito em julgado da decisão interlocutória de mérito, forma-se
coisa julgada material sobre o comando decisório ali contido (art. 502 do CPC/2015) -
independentemente do trânsito em julgado do pronunciamento que resolve a parte
restante do mérito. Sobre o tema, veja-se o cap. 40, adiante.
No n. 22.4.5, adiante, discute-se o cabimento de remessa necessária da decisão
interlocutória de mérito, quando desfavorável à Fazenda Pública.
12.6. Saneamento e organização do processo
O saneamento do processo - compreendido como a correção de seus eventuais defeitos
e organização de seus rumos - deve ocorrer ao longo de toda a relação processual. Há o
dever permanente do juiz de zelar pela regularidade e eficiência do processo - e com ele
devem colaborar as partes (art. 6.º do CPC/2015). Porém, o Código dedica especialmente
dois momentos processuais para tais atividades: o primeiro, já examinado, por ocasião das
providências preliminares (art. 347 e ss. do CPC/2015 - v. cap. 11, acima); o segundo, no
bojo do julgamento conforme o estado do processo (art. 357 do CPC/2015).
12.6.1. Hipótese de ocorrência
O julgamento conforme o estado do processo terá por conteúdo uma decisão de
saneamento quando não for caso de extinção da fase cognitiva do processo, com ou sem
julgamento do mérito (arts. 354 e 355 do CPC/2015 - n. 12.2 e 12.3). Vale dizer: descartada a
ocorrência de qualquer das hipóteses de negativa da resolução do mérito e constatada
também a impossibilidade de desde logo o resolver, por ser necessária a produção de
provas, cabe ao juiz "pôr a casa em ordem", averiguando que não pendem defeitos que
possam depois afetar o resultado do processo, determinando o conserto daqueles que
eventualmente ainda existam e fixando as balizas da instrução probatória (art. 357 do
CPC/2015).
Quando há decisão de parcial, impossibilidade de julgamento do mérito ou decisão de
julgamento imediato parcial do mérito (arts. 354, parágrafo único, e 356 do CPC/2015),
cabendo produção de provas para a solução do restante do mérito, essa parcela
remanescente será também objeto de decisão de saneamento.
12.6.2. Terminologia
Antigamente, esse pronunciamento era chamado de "despacho saneador". A
denominação não era adequada. Por um lado, tal ato tem conteúdo decisório. Então, é
decisão interlocutória, e não despacho (art. 203, § 2.º, do CPC/2015). Por outro, no mais das
vezes, a sua função principal não é sanear o processo, no sentido de corrigir os defeitos
processuais, mas sim declarar que o processo está saneado e organizar suas providências
subsequentes.
12.6.3. Eficiência e duração razoável do processo
Aliás, o CPC/2015 reforça enfaticamente a função organizadora do processo, na decisão
de saneamento.
A ideia que está presente nessa determinação do legislador é a da gestão do processo, à
luz do princípio da eficiência, previsto no art. 8.º do CPC/2015, e que está intimamente
relacionado com a necessidade de dar cumprimento à garantia constitucional da razoável
duração. A ineficiência, entendida como a falta de método capaz de dar rendimento a
qualquer instrumento destinado à prestação do serviço público, é algo que deve ser
insistentemente combatido. Ao eleger o princípio da eficiência como regra motriz do
processo civil, o legislador ficou atento à necessidade de criar mecanismos capazes de
permitir que o resultado útil e justo do processo seja alcançado mediante o uso de
métodos que permitam aos seus atores a obtenção desse resultado em tempo adequado,
sem dilações inúteis e com certa funcionalidade. O art. 357 do CPC/2015 é um desses
mecanismos.
12.6.4. Conteúdo
A decisão de saneamento e organização pode veicular uma gama variada de
providências. Todas têm em comum o escopo de arrumação do processo para os seus
passos futuros. Assim, cumpre ao juiz:
(a) "resolver as questões processuais pendentes, se houver" (art. 357, I, do CPC/2015).
Nas providências preliminares, na medida do possível, procura-se corrigir todos os
defeitos existentes no processo. Mas, se no saneamento restar algum vício passível de
correção que só tenha surgido supervenientemente às providências preliminares ou que
só tenha sido detectado ou examinado após elas, cumpre ao juiz dar à parte interessada a
oportunidade de correção;
(b) "delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória" (art.
357, II, primeira parte, do CPC/2015). Deve-se preparar o processo para a fase instrutória,
com a finalidade de torná-la a mais objetiva e produtiva possível. Ao fixar as questões
fáticas controvertidas, o juiz desde logo indica os pontos relativamente aos quais reputa
não haver controvérsia e as questões que já estão suficientemente provadas. Não há nessa
sua conduta nenhum "prejulgamento" ofensivo à imparcialidade, mas o correto
desempenho de seu dever de diálogo com as partes, imposto pelo princípio do
contraditório (art. 5.º, LV, da CF/1988; arts. 9.º e 10 do CPC/2015);
(c) especificar "os meios de prova admitidos" (art. 357, II, segunda parte, do CPC/2015).
É nesse momento também que o juiz define com precisão as provas que serão produzidas,
tomando em conta as concretas questões que ele então identificou como ainda
controvertidas. Para tanto, considerará os meios probatórios pleiteados pelas partes,
deferindo-os ou não, e ainda determinará de ofício aqueles que reputar necessários (art.
370 do CPC/2015);
(d) "definir a distribuição do ônus da prova" (art. 357, III, do CPC/2015). Como se verá
no cap. 13, a lei prevê que, em regra, ao autor cabe provar o fato constitutivo de seu
direito, enquanto ao réu incumbe o ônus da prova da existência de fato que se possa opor
como impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor (art. 373 do CPC/2015). Mas
também se autoriza o juiz a distribuir tais ônus de modo diverso, se houver
impossibilidade ou excepcional dificuldade no cumprimento do encargo ou, ainda, se a
obtenção de prova do fato contrário for mais fácil (art. 373, § 1.º, do CPC/2015). A decisão
de saneamento não é a única oportunidade em que tal redistribuição pode ocorrer, mas é
o momento mais recomendável para tanto. O tema é melhor examinado no n. 13.4.8.6,
adiante;
(e) "delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito" (art. 357, IV,
do CPC/2015). Vigora o princípio de que o juiz conhece o direito ("jura novit curiam") -
cabendo-lhe aplicar as normas e qualificações jurídicas pertinentes ao caso,
independentemente de alegação das partes. Mas incide também o dever de diálogo do juiz
com as partes, inerente à garantia do contraditório (art. 5.º, LV, da CF/1988; art. 9.º e 10 do
CPC/2015): o juiz não pode decidir com base em fundamento que não tenha sido
previamente submetido a contraditório, ainda que se trate de matéria que possa conhecer
de ofício. Assim, a delimitação das questões jurídicas, por ocasião do saneamento,
viabiliza o debate, a respeito delas, entre as partes e entre essas e o juiz. Se após a decisão
de saneamento, surgirem outras questões relevantes, ainda não submetidas ao
contraditório, o juiz deverá também expressamente identificá-las, concedendo, assim, às
partes oportunidade para que exerçam o contraditório em relação a elas;
(f) se houver o deferimento de prova pericial, designar o perito, fixar o prazo de
entrega do laudo e, se possível,estabelecer o calendário para a realização da perícia (art.
357, § 8.º, c/c art. 465 do CPC/2015);
(g) designar audiência de instrução e julgamento, quando alguma das provas tiver que
ser produzida nesse momento processual (art. 357, V, do CPC/2015), concedendo às partes
prazo de até quinze dias para a apresentação do respectivo rol de testemunhas (exceto se
for designada audiência de saneamento compartilhado, caso em que o rol de testemunhas
deverá ser apresentado nessa mesma audiência, como se vê a seguir).
12.6.5. A audiência de saneamento compartilhado
Quando a causa apresentar maior complexidade em matéria de fato ou de direito, o §
3.º do art. 357 do CPC/2015 determina a realização da audiência para que o saneamento
seja feito em cooperação com as partes. Trata-se daquilo que se pode chamar de
organização compartilhada ou organização consensual do processo.
A audiência de saneamento é, na verdade, um momento extremamente relevante, pois
viabiliza o contato direto do magistrado com as partes e (ou) seus procuradores,
justamente na fase processual em que, ausentes ou saneados os defeitos do processo, são
definidos os limites dentro dos quais deve permanecer a discussão, fixando-se os pontos
controvertidos sobre os quais incidirá a atividade probatória.3
A audiência deve ser realizada de modo cooperativo entre o juiz e as partes. É
necessário que debatam sobre os diversos temas que serão objeto da decisão de
saneamento. O juiz procurará atingir soluções de consenso quanto às questões
controvertidas e os meios de prova. Não sendo possível, prevalecerá o entendimento do
juiz. Na audiência, cabe também ao juiz provocar as partes para que esclareçam ou
complementem suas alegações (art. 357, § 3.º, parte final, do CPC/2015), de modo que elas
fiquem mais precisas e objetivas - o que facilitará a definição dos limites e instrumentos
da instrução probatória.
A rigor, se a fixação dos pontos controvertidos ocorrer de modo a que as partes, por
seus procuradores, dessa atividade participem ativamente, é possível que ocorra a
delimitação de pontos controvertidos e das respectivas provas em regime de consenso,
não havendo interesse recursal para que a parte se insurja contra essa decisão, seja como
preliminar de futura apelação, seja, no caso do art. 1.015, XI, do CPC/2015 por meio de
agravo de instrumento.4
Caso pretendam produzir prova testemunhal, as partes em princípio têm o ônus de já
apresentar o rol na audiência. No entanto, no momento em que vai para a audiência,
como ainda não estão definidas as questões controvertidas, a parte e seu advogado podem
ainda não ter uma exata percepção de quem poderia testemunhar, sobre quais precisos
fatos etc. Afirma-se, com razão, que o fortalecimento da oralidade e do dever de
cooperação no saneamento do processo exigem ainda maior preparo dos advogados (bem
como do juiz, do Ministério Público etc.). Mas aqui se põe uma questão que pode ir muito
além de se estar bem preparado para a audiência. Pode ser mesmo inviável uma precisa
definição do rol de testemunhas diante da indefinição das questões controvertidas.
Quando isso de fato ocorrer, tem de ser considerada outra diretriz fortalecida no novo
Código, que é a da flexibilização do procedimento, a fim de que as partes possam exercer
adequadamente seus direitos. Cabe ao juiz exercer o poder dever previsto no art. 139, VI,
do CPC/2015.
12.6.6. Delimitação consensual de questões controvertidas e negócios processuais
por ocasião do saneamento
O § 2.º art. 357 do CPC/2015 autoriza que as partes apresentem ao juiz uma delimitação
consensual das questões de fato e das questões de direito. Essa disposição prestigia a
orientação do art. 6.º do CPC/2015, que impõe a todos os envolvidos no processo, o dever
de cooperação para que o conflito seja solucionado de forma justa e efetiva e em tempo
razoável. Caberá ao juiz examinar essa proposta conjunta das partes e, se for o caso,
homologá-la.
A natureza, o objeto, os pressupostos e os efeitos de tal delimitação consensual são
examinados no vol. 1, n. 27.6.3. Como lá se indica, a hipótese não constitui propriamente
um negócio processual (ao menos, não sempre - e jamais puramente).
Mas, por ocasião do saneamento, as partes podem também apresentar ao juiz negócios
processuais propriamente ditos, que, sendo válidos, integrarão as balizas então
estabelecidas para a subsequente instrução probatória (por exemplo, redistribuição
convencional do ônus da prova - v. n. 13.4.8.7; perito consensual - n. 17.5; calendário
processual para a fase probatória, nos termos do art. 191 etc.).5
12.7. A estabilidade do julgamento conforme o estado do processo
Uma vez que a função do "julgamento conforme o estado" é conferir eficiência e
previsibilidade ao processo, a definição da estabilidade dos pronunciamentos proferidos
nessa fase assume grande importância. O grau de estabilidade do julgamento conforme o
estado do processo varia conforme o seu conteúdo.
(a) A decisão negativa de resolução do mérito, total ou parcial, não poderá ser revista
pelo órgão judicial que a proferiu, exceto em juízo de retratação recursal (arts. 485, § 7.º, e
1.018, § 1.º, do CPC/2015).
No caso da negativa integral de solução do mérito, isso é mais evidente: o juiz profere
sentença e exaure seu poder para tanto (art. 494 do CPC/2015). Mas também se aplica à
decisão de parcial impossibilidade de julgamento do mérito. Há a redução do objeto da
fase cognitiva do processo - e, ressalvado o oportuno juízo de retratação ou provimento de
recurso, o juiz não poderá julgar aquela parcela do mérito cujo exame já foi declarado
inadmissível. Aliás, uma vez preclusa a faculdade recursal, a decisão de parcial
impossibilidade do julgamento do mérito faz coisa julgada formal, no sentido de impedir a
reinclusão, no processo, do objeto já dele excluído;
(b) Similares considerações aplicam-se ao julgamento imediato do mérito, total ou
parcial, em qualquer de suas modalidades antes indicadas. Além disso, nesse caso há a
própria coisa julgada material (art. 502 do CPC/2015).
Como afirmado antes, mesmo no julgamento parcial do mérito, o juiz não poderá mais
alterar seu pronunciamento (ressalvado oportuno juízo de retratação recursal), ainda que,
na instrução probatória da parcela do mérito não julgada, se depare com fundamentos
processuais ou materiais que seriam em tese aptos a alterar seu anterior juízo. A decisão
de julgamento parcial do mérito transita em julgado separadamente da sentença proferida
ao final (art. 356, § 3.º);
(c) Na situação inversa, todavia, normalmente não há preclusão. Em regra, se o juiz,
num primeiro momento, descarta as hipóteses previstas nos arts. 354 a 356 do CPC/2015
(de negativa de julgamento do mérito ou de julgamento direto do mérito - totais ou
parciais) e profere a decisão de saneamento ou designa audiência para tanto, nem por isso
fica impedido de, subsequentemente, constatando a presença dos respectivos
fundamentos, vir a negar o julgamento do mérito ou a julgá-lo independentemente de
novas provas, total ou parcialmente.
Mesmo se tiver havido expressa decisão afirmando a presença dos pressupostos de
admissibilidade da tutela jurisdicional (pressupostos processuais e condições da ação), em
princípio, o juiz pode depois voltar atrás e redecidir a questão no sentido oposto. Como
tais questões constituem matéria de ordem pública, o juiz está autorizado a redecidir
sobre elas, enquanto detiver competência para tanto (arts. 337, § 5.º, 485, § 3.º, e 505, II, do
CPC/2015).
Mas cabem duas ressalvas: (1.ª) o juiz não poderá surpreender as partes com essa
mudança de rumo, devendo submeter ao contraditório o fundamento pelo qual ele está
inclinado a mudar de orientação (art. 5.º, LV, da CF/1988; arts. 9.º e 10 do CPC/2015); (2.ª) se
já há provas deferidas e início da instrução probatória, está precluso o poder do juiz de
agora indeferi-las para julgar o mérito diretamente,conforme se vê a seguir;
(d) A estabilidade da decisão de saneamento e organização varia conforme seu
conteúdo.
O § 1.º do art. 357 do CPC/2015 traz disposição que prestigia o contraditório e a
estabilidade da decisão de saneamento. Segundo esse dispositivo, "realizado o
saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo
comum de cinco dias, findo o qual a decisão se torna estável".
Discute-se se essa manifestação constitui recurso de embargos de declaração (art. 1.022
e ss. do CPC/2015). O prazo e uma de suas funções, obtenção de esclarecimentos da
decisão, coincidem com os dos embargos. A solicitação de ajustes, todavia, é providência
mais ampla, que não se insere necessariamente no escopo daquele recurso, que serve
ainda para eliminar contradições, suprir omissões e corrigir erros materiais. O ajuste pode
ir além disso. Quanto à forma, tanto os embargos declaratórios quanto a manifestação ora
em discurso devem ser formulados em simples petição e independem do recolhimento de
custas. A discussão tende a não se revestir de maior relevância prática, desde que se
reconheça que a manifestação do art. 357, § 1.º, do CPC/2015 tanto quanto os embargos,
interrompe o prazo para eventual agravo de instrumento contra a decisão de saneamento
(quando couber, como é o caso, por exemplo, dos incs. III e XI do art. 1.015 do CPC/2015).
Escoado o prazo sem que nenhuma das partes tenha pedido esclarecimentos ou ajustes,
ou uma vez resolvidos tais pleitos, a decisão de saneamento se torna estável e vinculante
para as partes e o juiz. Como dito acima, em excepcionais hipóteses, caberá contra ela
agravo de instrumento - caso em que a decisão poderá ser revista pelo órgão recursal ou
pelo próprio juiz, em juízo de retratação (art. 1.018, § 1.º, do CPC/2015). Mas, mesmo fora
dessa hipótese, tal estabilidade não é absoluta.
Primeiro, como já dito, ainda que se tenha rejeitado, na decisão de saneamento, a
existência de defeito que imponha a negativa de julgamento do mérito, a questão poderá
ser depois revista, com as cautelas e limites indicados na letra "c", acima.
Por outro lado, se o juiz vem a constatar que existe alguma outra questão fática ou
jurídica que é relevante e foi deixada de fora do elenco veiculado na decisão de
saneamento, impõe-se que ele então a inclua - submetendo-a ao contraditório (art. 5.º, LV,
da CF/1988; arts. 9.º e 10 do CPC/2015). Isso se aplica tanto aos casos em que a questão foi
simplesmente ignorada no saneamento, quanto àqueles em que a questão foi descartada
como sendo relevante ou controvertida. Assim, se o juiz reputou irrelevante determinado
ponto, dispensando atividade probatória que se lhe referisse, pode voltar atrás e, tendo-o
por relevante, determinar as medidas instrutórias antes indeferidas ou nem mesmo
cogitadas. Essa possibilidade funda-se inclusive nos poderes consagrados nos arts. 370 e
371 do CPC/2015.
O mesmo vale para os meios de prova que, de início não tenham sido considerados ou
até mesmo tenham sido indeferidos. Se, subsequentemente, o juiz constata a necessidade
de um meio probatório para a adequada instrução da causa, cumpre-lhe determinar sua
produção.
Mas a recíproca não é necessariamente verdadeira. Se a parte vê deferido no
saneamento o seu requerimento probatório, o juiz não pode depois, simplesmente, voltar
atrás e determinar a cessação da produção daquela prova. Aperfeiçoa-se uma situação
dentro do processo, que não pode ser suprimida (há inclusive quem fale em "direito
adquirido" à prova). O tema é retomado no n. 13.12.3, adiante.
Por esse mesmo motivo, em regra, uma questão fática já definida como controvertida
no saneamento não poderá depois ser excluída do objeto da instrução probatória. Afinal, a
fixação das questões controvertidas é o antecedente lógico do deferimento de uma prova.
Havendo o juiz tomado um ponto por relevante e controvertido, convencendo-se depois
do contrário, não poderá restringir a atividade de instrução probatória relativa àquela
questão que tiver sido requerida pela parte e já estiver sendo desenvolvida.
O juiz pode também constatar a necessidade de inversão do ônus da prova, não
cogitada ou descartada na decisão de saneamento. Nesse caso, como já dito, haverá de
propiciar o contraditório às partes e reabrir desde o início o procedimento probatório, de
modo a não prejudicar a parte ora atingida pela redistribuição. Isso vale também para o
caso inverso - em que o juiz primeiro determina a redistribuição e depois constata que ela
não deve ocorrer.
Quanto ao grau de vinculação estabelecido pela homologação da delimitação
consensual de questões controvertidas e meios de prova (art. 357, § 2.º, do CPC/2015), o
tema comporta maiores nuances, que foram examinadas no n. 27.6.3, do vol. 1.
Sentido do instituto
Extinção sem
julgamento de mérito
 Defeito incorrigível
 Defeito corrigível não sanado oportunamente pela parte
 Impossibilidade de aplicação da regra do art. 488 do CPC/2015
 Sentença → Recurso de apelação (art. 1.009 do CPC/2015)
Decisão de parcial
impossibilidade de
julgamento do mérito
Quando parte do mérito da causa não pode ser resolvida
Decisão interlocutória → Agravo de instrumento (art. 354,
parágrafo único, do CPC/2015)
Julgamento
antecipado do mérito
Prescrição ou decadência
Ato de disposição de vontade destinado a compor a lide
Desnecessidade de produção de outras provas
Revelia + efeitos   Ausência de requerimento de prova -art.   349 do CPC/2015
Terminologia
Sentença → Recurso de apelação (art. 1.009 do CPC/2015)
Julgamento
antecipado parcial do
mérito
Fracionamento da solução do mérito
Um ou mais dos pedidos
formulados ou parcela deles
 Incontroversos
  Suficientemente
comprovados
Prescrição e decadência
Relativamente a apenas
uma parte do méritoHomologação de ato de
disposição de vontade
Ação, reconvenção ou outras demandas incidentais
Decisão interlocutória → Agravo de instrumento (arts. 356, § 5.º, e
1.015, II, do CPC/2015).
Execução provisória e execução definitiva
Saneamento e
organização do processo
Quando não for caso de extinção da fase cognitiva do processo -
com ou sem julgamento do mérito
Terminologia
Eficiência e duração razoável do processo
Conteúdo
  Resolução das questões processuais
pendentes
 Delimitação das questões que serão objeto
da atividade probatória
 Especificação dos meios de provas
 Distribuição do ônus da prova
  Delimitação das questões de direito
relevantes para a decisão de mérito
 Designação de perito
  Designação de audiência de instrução e
julgamento
Audiência de
saneamento
compartilhado
Organização consensual do processo
Complexidade em matéria de fato ou de direito
Negócios processuais
Delimitação consensual das questões de fato e das questões de
direito
Dever de cooperação
Homologação
Estabilidade
Decisão negativa de resolução do mérito
Julgamento imediato do mérito
Quando descartadas as hipóteses previstas nos arts. 354 a 356 do
CPC/2015
Decisão de saneamento e organização do processo
Doutrina Complementar
·          Arruda Alvim (Manual..., 16. ed., p. 935) afirma que o "as sentenças proferidas
nesta fase do processo o serão prematuramente, isto é, fora do tempo normal em que se
prolatam as sentenças. Está-se no fim da fase postulatória, e, havendo decisão final neste
momento, dispensar-se-á a fase seguinte (a instrutória), para se passar diretamente à
etapa decisória".
·          Humberto Theodoro Júnior (Curso..., 56. ed., vol. 1, p. 820) afirma que, "com o
'julgamento conforme o estado do processo', o juiz encerra as 'providências preliminares'
e realiza o completo saneamento do processo. Abrange ele toda a matéria que era
pertinente ao antigo despacho saneador, segundo a sistemática do Código de 1939.
Contudo, agora, não se limita mais apenas às questõespreliminares como se dava no
sistema de 1939. Além de preparar o processo para a instrução probatória, ou de extingui-
lo nos casos de vícios insanáveis, o moderno julgamento conforme o estado do processo,
em algumas hipóteses, pode ensejar ao juiz a apreciação da própria lide, caso em que
antecipadamente proferirá sentença de mérito e extinguirá o processo sem necessidade de
passar pela dilação probatória. Pode o julgamento conforme o estado do processo consistir
numa das seguintes decisões: (a) extinção do processo (art. 354 do CPC/2015); (b)
julgamento antecipado do mérito (art. 355 do CPC/2015); (c) julgamento antecipado parcial
do mérito (art. 356 do CPC/2015); (d) saneamento e organização do processo (art. 355 do
CPC/2015). Como se vê, o instituto tem múltipla finalidade e pode ater-se a questões
meramente processuais ou penetrar no âmago do litígio, resolvendo desde logo a questão
de direito material deduzida em juízo, no todo ou em parte. Ao instituir o julgamento
conforme o estado do processo, o legislador brasileiro, além de conservar a tradição luso-
brasileira a respeito do despacho saneador, deu-lhe nova feição, sob inspiração do
julgamento conforme o estado dos autos, do direito germânico".
·                  José Frederico Marques (Manual..., 9. ed., vol. 2, p. 123) sustenta que
"julgamento conforme o estado do processo é aquele que o juiz profere para encerrar a
fase postulatória do processo de conhecimento. Grosso modo, ele se confunde com o
antigo despacho saneador, além do que o saneamento do processo é que, realmente,
separa a fase postulatória (que com ele se encerra) daquela da instrução e julgamento,
que, a seguir, se abre. Mas, com o encerramento da fase postulatória, pode também findar-
se o processo em determinadas circunstâncias; e esse encerramento pode dar-se até
mesmo com julgamento antecipado da lide. (...) Exauridos os debates sobre o litígio (ou
litígios) que se contém no processo e sobre a admissibilidade da tutela jurisdicional, base
dialética terá o juiz, muitas vezes, até mesmo para julgar antecipadamente a lide. (...) Pode
suceder, porém, que o juiz não tenha condições para ordenar o processo no tocante à fase
de instrução e julgamento, em consequência da verificação, desde logo, de ser
inadmissível, in casu, a tutela jurisdicional - hipótese em que proferirá sentença
extinguindo o processo".
·                  Marcelo Navarro Ribeiro Dantas (Breves..., p. 954) ressalta que "no CPC
anterior [1973], as hipóteses de julgamento conforme o estado do processo eram: a)
extinção do processo; b) julgamento antecipado da lide; e c) designação de audiência
preliminar (em que haveria ou conciliação ou a fixação dos pontos controvertidos a serem
deslindados, determinando-se as provas a serem produzidas e designando-se, caso
necessário, audiência de conciliação e julgamento). Agora, as possibilidades cresceram e se
alteraram. Remanescem a extinção do processo (que passou a poder ser parcial, como
visto) e o julgamento antecipado, agora melhormente designado julgamento antecipado do
mérito (e que também pode ser parcial). A audiência preliminar foi substituída por uma
decisão de saneamento e organização (que resolverá possíveis questões processuais ainda
pendentes, se houver; delimitará as questões fáticas sobre as quais recairá a prova, e a
especificará; definirá a distribuição do onus probandi; delimitará as questões jurídicas
relevantes para a decisão de mérito; e designará, caso necessário, audiência de conciliação
e julgamento). Como dito, o dispositivo sob exame trata apenas da primeira delas".
·                  Nelson Nery Jr. e Rosa Maria de Andrade Nery (Comentários..., p. 968)
afirmam que "a aplicação da regra do art. 356, I, do CPC/2015 ocorre não apenas quando o
réu admite parte do pedido -incontrovérsia absoluta -, mas também quando parte do
pedido, embora contestada explicitamente pelo réu, venha a se tornarindiscutível. Ou seja:
há prova inequívoca da verossimilhança da alegação -incontrovérsia relativa. Na prática,
ainda que se interprete o termo 'incontroverso', do art. 356, I, do CPC/2015, no sentido
restritivo, como sendo o ponto afirmado pelo autor na petição inicial sobre o qual o réu
não opôs resistência na contestação, o resultado será idêntico ao aqui proposto: aplicar-se
o art. 356 do CPC/2015 e o juiz poderá julgar o mérito antecipadamente,
independentemente de haver controvérsia, caso esteja comprovada (e o juiz se convença
disso) a verossimilhança da alegação do autor quanto ao pontocontrovertido pelo réu,
masindiscutível ('incontrovérsia relativa')". Em relação à audiência prevista no art. 357, §
3.º, do CPC/2015, afirmam que "mesmo nas hipóteses dos parágrafos anteriores se
vislumbra o saneamento cooperativo, pois as partes podem pedir esclarecimentos e
ajustes e mesmo entabular acordo para fixar os pontos controvertidos. É expressão do
dever de cooperação imposto a todos os sujeitos do processo (art. 6.º do CPC/2015). Neste
parágrafo a justificativa de necessidade de cooperação fica mais evidente, em razão da
complexidade da causa. E aqui é retomada, de certa forma, a audiência preliminar do
CPC/1973, no sentido de que, nela, se procederia ao saneamento".
·                  Teresa Arruda Alvim Wambier, Maria Lúcia Lins Conceição, Leonardo
Ferres da Silva Ribeiro e Rogerio Licastro Torres de Mello (Primeiros..., p. 620), sobre o
julgamento antecipado parcial do mérito, afirmam que "o NCPC, em seu art. 356, admite
de forma expressa a possibilidade de julgamento parcial do mérito, rompendo o dogma da
sentença una. Chama a decisão, neste caso, de decisão interlocutória de mérito. O § 6.º do
art. 273, do CPC/1973 dispõe sobre a antecipação de tutela na hipótese de pedido
incontroverso. Parte considerável da doutrina, contudo, já vê nesse § 6.º, hipótese de
julgamento antecipado parcial da lide em relação aos pedidos incontroversos, o que
autorizaria a concessão da tutela definitiva (e não apenas provisória) da parcela
incontroversa, mediante cognição exauriente (e não apenas sumária). O
desmembramento do julgamento de mérito em pronunciamentos distintos pressupõe que
haja cumulação própria e simples de pedidos, que é aquela em que o autor formula mais
de um pedido, no mesmo processo, esperando que todos sejam acolhidos
simultaneamente (art. 327 do CPC/2015). Nessa espécie de cumulação, inexiste
dependência lógica entre os pedidos, de maneira que é possível, por exemplo, que o réu
reconheça a procedência jurídica de um deles e impugne os demais. A fragmentação do
julgamento de mérito pode ocorrer, ainda, quando há formulação de um único pedido,
que permite ser decomposto. Na dicção do art. 356 do CPC/2015, o juiz está autorizado a
proferir decisão de mérito em relação ao pedido incontroverso ou à parte incontroversa
do pedido, dando continuidade ao processo em relação às demais pretensões ou parte da
pretensão que não se encontram maduras para julgamento imediato".
Enunciados do FPPC
N.º 21. (Art. 190, CPC/2015) São admissíveis os seguintes negócios, dentre outros:
acordo para realização de sustentação oral, acordo para ampliação do tempo de
sustentação oral, julgamento antecipado do mérito convencional, convenção sobre prova,
redução de prazos processuais.
N.º 297. (Art. 355, CPC/2015) O juiz que promove julgamento antecipado do mérito por
desnecessidade de outras provas não pode proferir sentença de improcedência por
insuficiência de provas.
Bibliografia
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2014; Rogério Lauria Tucci, Do julgamento conforme o estado do processo, 3. ed., São
Paulo, Saraiva, 1988; ______, Julgamento conforme o estado do processo (temas polêmicos),
Doutrinas Essenciais de Processo Civil, vol. 6, p. 271, out. 2011; Thiago Ferreira Siqueira, A
fragmentação do julgamento do mérito no novo Código de Processo Civil, RePro 229/121;
Umberto Bara Bresolin, Considerações sobre o art. 285-A do Código de Processo Civil, na
coletânea Reflexões sobre a Reforma do Código de Processo Civil - Estudos em homenagem
a Ada Pellegrini Grinover, Cândido R. Dinamarco e Kazuo Watanabe, Coord. Carlos Alberto
Carmona, São Paulo, Atlas, 2007; Yussef Said Cahali, Aspectos processuais da prescrição e
da decadência, São Paulo, Ed. RT, 1979.
© desta edição [2016]
FOOTNOTES
1
Cf. Eduardo Talamini, "Saneamento do processo", RePro 86, 1997, n. 20 e ss.
2
Ver Eduardo Talamini, "Saneamento do processo", em RePro v. 86, 1997, item 20 e ss.
3
Luiz Rodrigues Wambier, A nova audiência preliminar (art. 331 do CPC/2015), RePro 80/30.
4
A esse respeito, Luiz Rodrigues Wambier, A audiência preliminar como fator de otimização do
processo. O saneamento "compartilhado" e a probabilidade de redução da atividade recursal das
partes, RePro 118/137.
5
Ver Luiz Rodrigues Wambier. "O negócio processual: inovação do novo CPC" (em coautoria com
Ana Tereza Basilio). Disponível em: [www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI228542,31047-
O+negocio+processual+Inovacao+do+Novo+CPC].

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