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Capítulo 36. INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS (IRDR)

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2017 - 07 - 18 
Curso Avançado de Processo Civil - Volume 2 - Edição 2016
OITAVA PARTE - PRECEDENTES JUDICIAIS E OUTROS MECANISMOS DE SOLUÇÃO
DE CONFLITOS REITERADOS
CAPÍTULO 36. INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS (IRDR)
Capítulo 36. INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS
REPETITIVAS (IRDR)
36.1. Noções gerais
Grande parte do volume de ações que tramitam no Judiciário brasileiro concerne a
causas ditas repetitivas. Vale dizer: ações entre sujeitos total ou parcialmente diversos,
mas que concernem a uma mesma questão de direito. Pense-se no caso em que milhares
de aposentados propõem ações individuais pretendendo receber um mesmo benefício
previdenciário; ou em que inúmeros contribuintes impugnam um mesmo imposto, por um
mesmo fundamento (p. ex., arguição incidental de inconstitucionalidade da lei
instituidora desse tributo). Em situações como essas, em cada uma das ações está se
pleiteando um direito próprio e inconfundível com os das outras demandas. Contudo, a
questão jurídica a ser enfrentada é a mesma. A rigor, há nesses casos pretensões de
direitos homogêneos que estão sendo defendidos em ações diversas.
Uma vez sedimentada certa orientação jurisprudencial sobre a questão reiterativa, é
razoável que todos os casos julgados subsequentemente, em princípio, sejam decididos de
um mesmo modo. O incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) presta-se a
incentivar que isso ocorra. Serve também para garantir uma discussão mais ampla da
questão por ocasião do julgamento que venha a fixar essa orientação a ser seguida nos
demais casos. Está regulado nos arts. 976 a 987 do CPC/2015.
Assim, trata-se de mecanismo que permite aos Tribunais de segundo grau (TJs e TRFs)
julgar por amostragem demandas repetitivas, que tenham por objeto controvertido uma
mesma e única questão de direito. Seleciona-se como amostra um caso, ou um conjunto de
casos, em que a questão jurídica repetitiva é discutida e que retrate adequadamente a
controvérsia. Essa amostra servirá como base para a discussão e exame daquela questão.
No IRDR, o caso-amostra pode ser um recurso, reexame necessário ou uma ação de
competência do Tribunal. Depois, aplica-se o resultado do julgamento do caso-amostra
(i.e., a "decisão-quadro") aos demais casos idênticos.
É o equivalente, no segundo grau de jurisdição, ao procedimento de recursos
repetitivos dos Tribunais superiores (v. cap. 30, acima). Assim, valem aqui as
considerações antes feitas, sobre os repetitivos, sobre os parâmetros para a seleção dos
casos-amostra, os limites de afetação da questão jurídica e os critérios de distinção.
Tanto quanto o procedimento dos recursos especiais e extraordinários repetitivos,
trata-se de mecanismo que, se corretamente utilizado e com verdadeiro respeito ao
contraditório, a publicidade e a fundamentação das decisões, contribui para a realização
de valores fundamentais a seguir destacados. Mas há um aspecto fundamental, que jamais
pode ser deixado de lado: o IRDR (tal como o julgamento por amostragem de recursos
especiais e extraordinários) presta-se à busca de isonomia, segurança jurídica,
previsibilidade e economia processual. Não é - e jamais pode ser interpretado como - um
instrumento de redução da carga de trabalho, a qualquer custo, dos Tribunais. Essa visão
autoritária do IRDR é desautorizada por sua disciplina no CPC/2015 - além de ser
obviamente incompatível com as garantias constitucionais do processo.
36.2. Função
Os princípios que inspiram o IRDR, assim como seus objetivos, são basicamente os
mesmos do procedimento de recursos repetitivos: economia processual, previsibilidade,
segurança jurídica e isonomia entre os jurisdicionados. Quanto a isso, remete-se ao
exposto no n. 30.1, acima.
O próprio art. 976, II, do CPC/2015 refere-se expressamente aos dois últimos desses
princípios, ao tratar dos pressupostos do IRDR.
36.3. Pressupostos objetivos
A instauração do IRDR pressupõe a "efetiva repetição de processos" em que se
controverta "sobre a mesma questão unicamente de direito" (art. 976, I, do CPC/2015).
Portanto, não basta a mera perspectiva de que venham a existir muitos processos em
que se discuta a mesma questão jurídica. A multiplicidade de processos já tem de existir,
ser "efetiva", e não meramente potencial.
Por outro lado, o caráter repetitivo da demanda, justificador do incidente, é
determinado pela reiteração de uma questão essencialmente jurídica. Nenhuma questão,
a rigor é "unicamente de direito" ou unicamente de fato. Ao valer-se da expressão, a lei
quer referir-se aos casos em que, na hipótese de serem os aspectos fáticos incontroversos
(o que vai ter de se aferir em cada processo), tem-se basicamente uma mesma questão
jurídica a se resolver - e essa situação repete-se em inúmeros processos. Embora a questão
jurídica é que vá ser objeto de resolução no incidente, note-se que é imprescindível que
exista um certo padrão fático repetitivo. Caso contrário jamais se teria a questão jurídica
repetitiva (p ex., é preciso que milhares de pessoas tenham realizado o mesmo tipo de
atividade negocial e agora discutam com o Fisco, em processos próprios, se incide tributo
sobre aquela atividade). Ou seja, a questão jurídica repetitiva pressupõe, por igual,
aspectos fáticos repetitivos nos diversos processos. Esses, contudo, são alheios ao IRDR,
que se concentra sobre aquela.
A questão repetitiva não precisa referir-se ao mérito da causa. Pode ser uma questão
de direito processual (art. 928, parágrafo único, do CPC/2015).
Mas não basta a efetiva reiteração de processos com a mesma questão jurídica. Há um
requisito cumulativo ("simultâneo", diz a lei). É preciso ainda que exista o risco de
violação da isonomia ou da segurança jurídica (art. 976, II, do CPC/2015) - o que se terá
quando a mesma questão jurídica, nos inúmeros processos, estiver recebendo soluções
distintas. Se, apesar da reiteração da questão em muitos processos, não se estiver havendo
divergência jurisprudencial, com a questão sendo resolvida de modo uniforme na
generalidade dos casos, não se justifica o IRDR.
Nos termos do art. 976, § 3.º, do CPC/2015, "a inadmissão do incidente de resolução de
demandas repetitivas por ausência de qualquer de seus pressupostos de admissibilidade
não impede que, uma vez satisfeito o requisito, seja o incidente novamente suscitado".
36.4. Limites temporais
Há ainda parâmetros relacionados com a fase em que se encontram os múltiplos
processos, para que se possa instaurar o IRDR. Se não observados tais limites, será muito
cedo ou muito tarde para instaurá-lo.
Por um lado, é preciso que já tramite no Tribunal (em que se instalaria o IRDR)
processo versando sobre a questão repetitiva. Quando menos, é preciso que esteja em vias
de começar a tramitar no Tribunal processo sobre a questão - o que se terá quando, já
havendo decisão em primeiro grau, houver recurso interposto. A multiplicidade de
processos sobre a mesma questão ainda pendentes de julgamento em primeiro grau é
insuficiente para a instauração do incidente.
Primeiro, porque, nessa hipótese, não se poderá aferir se há verdadeiro risco à
segurança ou à isonomia. Como dito, isso depende da constatação de que está havendo
decisões divergentes para a mesma questão jurídica.
Além disso, o parágrafo único do art. 978 do CPC/2015 prevê que o órgão incumbido de
julgar o IRDR, julgará também "o recurso, a remessa necessária ou o processo de
competência originária de onde se originou o incidente". Vale dizer: é imprescindível que
o IRDR origine-se de uma medida de competência do Tribunal. Não é possível instaurar-se
no Tribunal um incidente quando não há nenhum recurso, fase processual ou ação sob a
competência do Tribunal. O incidente é ligado sempre a alguma outra medida que
compete ao Tribunal julgar. O IRDR não pode autonomamente instaurar-se no Tribunal,
enquanto o processo ainda tramita em primeiro grau de jurisdição.
Nem sediga que tal interpretação seria desautorizada pela regra que atribui
legitimidade ao juiz de primeiro grau para pleitear a instauração do incidente (art. 977, I,
do CPC/2015). Tal legitimidade poderá ser exercida pelo juiz precisamente quando estiver
encaminhando ao Tribunal um recurso ou o reexame necessário.
Em suma, será prematura a instauração do IRDR enquanto não houver casos julgados
em primeiro grau.
Por outro lado, há também um limite temporal máximo. O IRDR apenas poderá ser
instituído perante o Tribunal local, enquanto não se houver instalado procedimento de
recursos especiais ou extraordinários repetitivos, sobre a mesma questão, nos Tribunais
superiores. A pendência de tal procedimento torna o IRDR inútil e desnecessário. O
julgamento por amostragem no Supremo Tribunal Federal ou Superior Tribunal de Justiça
cumpre a mesma função com maior abrangência territorial (todo o território nacional) e
maior vocação à definitividade (pois contra a decisão do IRDR ainda cabem recurso
especial e [ou] extraordinário).
36.5. Órgãos competentes
O IRDR irá desenvolver-se perante os Tribunais locais: Tribunais de Justiça dos Estados
e do Distrito Federal e Tribunais Regionais Federais.
O órgão competente para o processamento e decisão do incidente será definido pelo
regimento interno de cada Tribunal (art. 978 do CPC/2015). Mas a liberdade de definição
regimental dessa competência não é ilimitada.
O próprio art. 978 do CPC/2015 estabelece que o órgão competente deve ser definido
dentre aqueles responsáveis pela uniformização de jurisprudência do Tribunal.
Além disso, e embora a lei não o indique, o órgão deve ser composto preferencialmente
por julgadores integrantes de órgãos especializados na matéria em questão. Não é
razoável que julgadores que atuam nos processos criminais tenham de julgar questões
repetitivas de caráter civil, por exemplo, ou que um componente de câmara especializada
em Direito de Família precise enfrentar detalhes intrincados de uma questão de Direito
Tributário a fim de fixar uma solução que será aplicável a centenas de milhares de
pessoas.
De resto, se a resolução da questão repetitiva envolver a potencialidade de uma
declaração incidental de ato normativo, a competência para o IRDR terá de ser atribuída
ao plenário ou ao órgão especial do Tribunal, a fim de se cumprir o art. 97 da Constituição
(v. n. 38.9, adiante).
36.6. Legitimados
Atribui-se ao relator o poder para, mesmo sem pedido das partes, oficiar pleiteando a
instauração do IRDR (art. 977, I, do CPC/2015), quando constatar, no recurso, reexame
necessário ou ação originária sob sua relatoria, a existência de questão jurídica repetitiva
que preencha os pressupostos para o incidente. O relator não instaura o IRDR. Ele pede ao
Presidente do Tribunal a instauração - o qual, por sua vez, determinará sua distribuição e
encaminhamento ao órgão colegiado competente para o IRDR, para que esse decida
quanto à sua admissibilidade (art. 981 do CPC/2015).
O Código não atribui explicitamente idêntico poder ao órgão colegiado a que o relator
está vinculado - diferentemente do que previa o seu projeto na Câmara dos Deputados.
Mas esse silêncio é irrelevante. O relator atua por delegação do colegiado. Se a lei confere
explicitamente esse poder ao relator, ele igualmente compete ao colegiado, de que o
relator é mero órgão. Assim, se o colegiado deliberar pelo pleito de instauração do
incidente, ainda que o relator fique vencido, expedir-se-á ofício para tal fim.
O art. 977, I, do CPC/2015 também confere ao juiz de primeiro grau tal poder. Já se viu
em que circunstância o juiz poderá exercê-lo: quando remete recurso ou reexame
necessário ao Tribunal (n. 36.4, acima).
Igualmente as partes do processo, em que a questão repetitiva se ponha, estão
legitimadas a requerer a instauração do incidente (art. 977, II, do CPC/2015). A
legitimidade estende-se ao Ministério Público, não apenas quando é parte no processo,
mas também quando atua como fiscal da lei, e à Defensoria Pública, nos processos em que
atua (art. 977, III, do CPC/2015).
Quando o Ministério Público não for o próprio requerente do IRDR, deverá depois dele
participar, como fiscal da lei. Para tanto, caberá ao relator intimá-lo para, querendo,
manifestar-se em quinze dias (art. 982, III, do CPC/2015).
36.7. Princípios vetores do incidente procedimental
O procedimento do IRDR caracteriza-se por sua gratuidade, celeridade e publicidade.
Não serão cobradas quaisquer custas processuais no incidente (art. 976, § 5.º, do
CPC/2015).
O incidente tem processamento e julgamento prioritários. Deve ser resolvido em um
ano, tendo preferência sobre todos os demais processos, exceto habeas corpus e processos
penais com réu preso (art. 980, caput, do CPC/2015). Essa determinação de urgência na
tramitação deriva do fato de que os processos em que a mesma questão repetitiva é
discutida são suspensos durante o IRDR. Seria excessivamente sacrificante às partes
desses processos ter de aguardar por tempo indefinido. Assim, decorrido um ano sem
solução no incidente, cessa a suspensão dos processos (art. 980, parágrafo único, do
CPC/2015 - v. n. 36.11.4, adiante).
Deve ser dada ampla publicidade tanto à instauração do incidente quanto ao seu
julgamento. Quanto a esse, devem ser devidamente destacados os fundamentos
determinantes e os dispositivos da decisão (art. 979 do CPC/2015). Os Tribunais têm
inclusive o dever de encaminhar essas informações ao CNJ, para que constem de cadastro
a ser mantido por aquele órgão (art. 979, §§ 1.º a 3.º, do CPC/2015).
Nos casos que envolvam serviços delegados ou autorizados sujeitos ao resultado do
julgamento, deve ser comunicado ao ente regulador competente, para que fiscalize o
cumprimento, pelos entes sujeitos à regulação, da tese adotada (art. 985, § 2.º, do CPC/2015
- v. n. 30.7.2).
36.8. O caráter objetivo do incidente
Com o IRDR, há a objetivação do exame da questão jurídica extraída dos casos-amostra.
Vale dizer, o exame e resolução da questão servirão não apenas para os casos ali
selecionados, mas para todos os outros processos em que a mesma questão se ponha. Esse
caráter objetivo do IRDR constitui um de seus vetores fundamentais, e se expressa na
eficácia de sua decisão final e na ausência de disponibilidade sobre o incidente.
36.8.1. Força vinculante
A solução da questão jurídica obtida no IRDR é aplicável aos demais casos idênticos,
atuais e futuros, do Estado ou DF (no caso dos Tribunais de Justiça) ou Região (no caso dos
TRFs), inclusive os que tramitem em Juizados Especiais. Destaque-se que a tese adotada na
decisão-quadro será seguida não apenas nos processos já existentes e que estavam
suspensos (art. 985, I, do CPC/2015), mas também nos casos futuros que venham a tramitar
no mesmo Estado ou Região (art. 985, II, do CPC/2015).
A decisão-quadro do IRDR reveste-se tanto da força vinculante "média", quanto da
vinculatividade "forte" (vinculação em sentido estrito - v. n. 34.2, acima).
A eficácia vinculante "média" (n. 34.2.2, acima) está retratada:
(i) na autorização de julgamento de improcedência liminar de pedidos contrários à tese
estabelecida no IRDR (art. 332, III, do CPC/2015 - v. n. 6.2.1, acima);
(ii) na ausência de reexame necessário da sentença que aplica tal tese (art. 496, § 4.º,
III, do CPC/2015 - v. n. 22.4.2);
(iii) na autorização de provimento e desprovimento monocrático de recursos,
respectivamente, favoráveis ou contrários à tese adotada pela decisão-quadro (art. 932, IV,
c, e V, c, do CPC/2015).
A vinculação "forte" está retratada na previsão do cabimento de reclamação contra a
decisão que, resolvendo a mesma questão jurídica, deixar de aplicar a tese veiculada na
decisão-quadro do IRDR (arts. 985, § 1.º, e 988, IV, do CPC/2015 - v. cap. 39).
36.8.2. Desistência do recurso-amostra não interrompe o incidente
O caráter objetivo do IRDR também se evidencia nadisciplina jurídica prevista para a
hipótese de desistência da medida que sirva de caso-amostra. O tratamento aqui é
basicamente o mesmo adotado para o procedimento de recursos especiais e
extraordinários repetitivos (v. n. 30.8.2). Nos termos do art. 976, § 1.º, do CPC/2015,
"desistência ou o abandono do processo não impede o exame de mérito do incidente".
Assim, a desistência da medida individual vai submeter-se ao seu próprio regime. Se
for um recurso, o recorrente pode dele desistir, unilateralmente, e a desistência implicará
o trânsito em julgado da decisão recorrida. Se o caso-amostra for uma ação de
competência originária do Tribunal, aplicam-se as regras do art. 485, §§ 4.º e 5.º, do
CPC/2015 (depois de contestada a ação, a desistência depende de concordância do réu;
depois da decisão final da ação, não cabe desistência...). Mas o fundamental, em qualquer
desses casos, é que a desistência da ação ou do recurso que serve como caso-amostra não
afeta o prosseguimento do IRDR. Se presentes os pressupostos, a medida individual será
extinta por desistência, mas o incidente, não. Será levado adiante para a resolução da
questão jurídica que permanece importando, se não mais para aquela medida que foi
extinta, para inúmeros outros casos em que ela também se põe.
36.9. Contraditório
As partes nos casos-amostra têm o direito de participar em regime de contraditório do
IRDR (art. 983, caput, do CPC/2015).
Mas não apenas elas. A participação é também assegurada aos "demais interessados,
inclusive pessoas, órgãos e entidades com interesse na controvérsia" (art. 983, caput, do
CPC/2015). A regra tem em vista, especialmente, as pessoas que são partes em outros
processos em que a mesma questão é discutida - ou que podem vir a ser parte em
processos futuros versando sobre a mesma questão (lembre-se que a decisão-quadro do
IRDR aplica-se inclusive aos casos futuros). Vale aqui o que já se expôs no n. 30.6 Esses
interessados participarão do IRDR como amicicuriae. Não parece razoável admitir que
absolutamente todo e qualquer sujeito que participe ou possa vir a participar de um
processo em que se discuta a mesma questão jurídica tenha o direito automático de
intervir no IRDR. Se assim fosse, uma verdadeira multidão de pessoas ingressaria no
incidente e o inviabilizaria. Então, o ingresso do interessado dependerá da demonstração
de sua aptidão em contribuir (contributividade adequada, que é o parâmetro de admissão
do amicuscuriae).1
As partes e esses amicicuriae terão a oportunidade de se manifestar em quinze dias
(art. 983, caput, do CPC/2015).
Além disso, permite-se ainda a participação de outros amicicuriae: a participação,
mediante prestação de depoimentos, de pessoas como experiência e conhecimento na
matéria (art. 983, § 1.º, do CPC/2015). Trata-se, portanto, de duas diferentes hipóteses de
amicuscuriae: por um lado, interessados na questão, com a aptidão de contribuir; por
outro, especialistas no tema.
A ouvida dos especialistas deverá ocorrer em audiência pública, designada para tal fim
(art. 983, § 1.º, do CPC/2015). Nela, as partes dos casos-amostra e os demais amicicuriae
admitidos no processo também poderão apresentar subsídios para a instrução da causa.
Subsequentemente, por ocasião do julgamento, serão admitidas sustentações orais das
partes dos casos-amostra, do Ministério Público e daquele primeiro grupo de amicicuriae
(i.e., interessados na questão com aptidão de contribuir). As partes e o Ministério Público
terão trinta minutos cada para sustentar (art. 984, II, a, do CPC/2015). Os amicicuriae
dividirão entre si outros trinta minutos. Para tanto, eles devem inscrever-se com dois dias
de antecedência (art. 984, II, b, do CPC/2015). A depender do número de inscritos, o prazo
de sustentação dos amici pode ser ampliado (art. 984, § 1.º, do CPC/2015).
Mas o contraditório não se satisfaz com a simples possibilidade de participação dos
jurisdicionados. Ele exige verdadeiro diálogo, de que participe o juiz. Mais do que
simplesmente falar, o contraditório consagra o direito de falar e ser ouvido. Assim, o art.
984, § 2.º, do CPC/2015, prevê que a decisão-quadro do IRDR deverá analisar "todos os
fundamentos suscitados concernentes à tese jurídica discutida, sejam favoráveis ou
contrários". Independentemente dessa disposição, tal exigência já adviria do dever
constitucional de fundamentação (art. 93, IX, da CF), didaticamente explicitado no art. 489,
§ 1.º, do CPC/2015 e seus incisos.
36.10. Instrução
O próprio requerimento escrito de instauração do incidente já se deve fazer
acompanhar de demonstração documental dos seus pressupostos (art. 977, parágrafo
único, do CPC/2015). Por exemplo, devem ser apresentadas cópias dos autos de peças de
vários processos em que a mesma questão é discutida, decisões divergentes sobre ela etc.
O relator tem ainda o poder-dever de requisitar informações a juízos de primeiro grau
perante os quais tramitem processos em que se discute a mesma questão, a fim de obter
informações, que deverão ser prestadas em quinze dias (art. 982, II, do CPC/2015).
Outras diligências instrutórias são ainda possíveis, para a elucidação da questão (art.
983, caput, parte final, do CPC/2015). Assim, o relator pode requisitar dados estatísticos a
órgãos técnicos, informações de cunho científico a institutos especializados etc. A
circunstância de o IRDR ter por objeto uma questão jurídica não afasta essa necessidade
instrutória. Por exemplo, dados técnicos podem ser necessários para a adequada definição
de um conceito jurídico indeterminado veiculado no texto normativo.
Essa instrução, de resto, poderá ser complementada pelos depoimentos dos
especialistas em audiência pública (art. 983, § 1.º, do CPC/2015).
36.11. Eficácia suspensiva da instauração do incidente
Uma vez admitido o processamento do incidente pelo relator, ele determinará a
suspensão dos processos individuais ou coletivos que tramitam no Estado (ou DF) ou
Região Federal e versam sobre a mesma questão (art. 982, I, do CPC/2015).
36.11.1. Extensão a todo território nacional
Além disso, há a possibilidade da extensão dessa suspensão a todo território nacional
(art. 982, §§ 3.º e 4.º, do CPC/2015).
Tal ampliação territorial da suspensão compete ao Superior Tribunal de Justiça ou
Supremo Tribunal Federal, conforme a questão jurídica diga respeito ao direito federal
infraconstitucional ou ao direito constitucional. Vale dizer: a suspensão dos processos em
todo Brasil constitui providência antecedente em relação ao futuro recurso especial ou
extraordinário que deverá haver sobre a questão. Portanto, se a questão repetitiva disser
respeito a direito local, não caberá a suspensão nacional - ainda que eventualmente
tramitem processos em que se discuta essa questão fora do Estado (ou DF) ou região em
que tramita o IRDR (ou seja, embora menos frequente, pode haver, p. ex., processos em
Pernambuco em que se discuta a aplicação de uma norma de lei estadual paranaense;
nesse caso, um IRDR no Paraná não suspenderá esses processos que tramitam em
Pernambuco).
São legitimados para pedir a extensão: os legitimados ao IRDR e ainda qualquer parte
de processo em que se discuta a mesma questão, "independentemente dos limites da
competência territorial" (art. 982, § 4.º, do CPC/2015). Ou seja, alguém que é parte em um
processo que tramita na Bahia e versa sobre a mesma questão, está legitimada a pedir a
extensão a todo território nacional de uma suspensão de processos determinada num
IRDR que tramita no Mato Grosso.
36.11.2. Meio de controle da distinção
Como dito, a suspensão é determinada pelo relator do IRDR e eventualmente estendida
a todo território nacional pelo Superior Tribunal de Justiça ou Supremo Tribunal Federal.
Mas ela será concretamente aplicada pelo juiz de cada processo que tramita em grau de
jurisdição inferior. Há o risco de que ela seja aplicada, indevidamente, a processo que
versesobre questão jurídica distinta. As partes terão o direito de apontar que a suspensão
foi incorreta, demonstrando a diversidade entre as questões. Trata-se de observar a
distinção entre casos, tema de que já se tratou no n. 30.5.
Na disciplina do IRDR, não há previsão expressa de recurso contra a decisão do juiz ou
relator que indevidamente suspende um processo que versa sobre questão distinta
daquela que foi submetida ao incidente. Mas, a rigor, essa suspensão é a mesma prevista
relativamente ao procedimento de recursos especiais e extraordinários repetitivos. Tanto
é assim que, como visto acima, a suspensão regional do IRDR pode ser transformada em
suspensão nacional, preparatória do futuro procedimento de julgamento de recursos
especiais ou extraordinários por amostragem. Assim, seria justificável a aplicação do art.
1.037, § 13, do CPC/2015, à hipótese em discurso. Não se trataria de aplicação analógica
nem propriamente de interpretação ampliativa dessa disposição, mas reconhecimento de
que ela abrange a suspensão determinada no IRDR.
De todo modo, caso se rejeite esse entendimento, a consequência será o cabimento de
mandado de segurança contra tal decisão (art. 5.º, LXIX, da CF e art. 5.º, II, da Lei
12.016/2009, a contrario sensu).
36.11.3. Tutela de urgência durante a suspensão
Competirá ao juiz em que tramita o processo que foi suspenso apreciar pedido de tutela
urgente (cautelar ou antecipatória) eventualmente formulado durante o período de
suspensão do processo (art. 982, § 2.º, do CPC/2015). Por um lado, a regra confirma a
diretriz geral do art. 314 do CPC/2015 (que por sua vez é uma imposição da garantia
constitucional da tutela jurisdicional efetiva e adequada): havendo necessidade, medidas
urgentes devem ser concedidas mesmo em processos suspensos. Por outro lado, a regra
presta-se a evidenciar que, no IRDR (assim como no procedimento de recursos especiais e
extraordinários repetitivos), não há propriamente a avocação dos processos que versam
sobre a questão repetitiva. Eles não têm sua competência alterada.
36.11.4. Duração da suspensão
Se fosse para empregar termos simplistas, dir-se-ia que a suspensão dos processos dura
até o julgamento do IRDR ou pelo período de um ano - o que ocorrer antes. Mas essa
afirmação exige complementos.
Mesmo depois de decorrido um ano sem julgamento do IRDR, a suspensão poderá ser
mantida por decisão fundamentada do relator (art. 980, parágrafo único, do CPC/2015).
Caberá a ele demonstrar, de modo preciso e objetivo, os graves danos que advirão da
retomada de andamento dos processos (o que, no período de um ano, era presumido em
termos absolutos), bem como a concreta perspectiva de que o julgamento do IRDR venha
logo a ocorrer.
Por outro lado, não é precisa a afirmação de que a suspensão dura apenas até o
julgamento do IRDR. Os recursos especial e extraordinário eventualmente interpostos
contra o acórdão do IRDR também teriam efeito suspensivo. A suspensão dos processos
permanecerá na pendência do julgamento de tais recursos, que também se submeterão ao
procedimento de repetitivos (art. 987, § 2.º, do CPC/2015 - cap. 30, acima). Assim, após o
julgamento do IRDR, a suspensão só cessará se não for interposto recurso especial ou
extraordinário (art. 982, § 5.º, do CPC/2015).
36.12. Recorribilidade da decisão do incidente
A decisão-amostra, no IRDR, é passível de embargos declaratórios - como toda decisão o
é (art. 1.022 do CPC/2015 - cap. 27, acima).
Observados os pressupostos específicos, cabem também contra tal acórdão recurso
especial e recurso extraordinário. O primeiro e mais evidente requisito é o de que se
ponha uma questão de direito federal infraconstitucional, no caso do recurso especial, ou
de direito constitucional, no caso do recurso extraordinário.
36.12.1. Presença da repercussão geral
Nessa última hipótese, fica dispensada a demonstração de repercussão geral. Conforme
o art. 987, § 1.º, do CPC/2015, essa é presumida. A rigor, não se trata de uma presunção. A
repercussão geral, sob o aspecto quantitativo, já está configurada, na medida em que a
decisão do IRDR aplica-se a uma grande quantidade de casos, em que uma mesma questão
jurídica é discutida.
36.12.2. Submissão do recurso especial ou extraordinário ao procedimento de
repetitivos
Pela mesma razão, admitido o recurso, no Tribunal superior, ele se submeterá ao
procedimento de recursos especiais ou extraordinários repetitivos (cap. 30, acima).
36.12.3. Eficácia suspensiva
O recurso especial ou extraordinário, nesse caso, tem efeito suspensivo (art. 987, § 1.º,
do CPC/2015).
Se já se havia determinado preventivamente a suspensão dos processos (que versam
sobre a mesma questão) em todo território nacional (art. 982, § 3.º, do CPC/2015 - v. n.
36.11.1, acima), ela permanecerá até o julgamento do recurso especial ou extraordinário.
Aliás, caso se trate de recurso especial, o eventual subsequente recurso extraordinário
contra o acórdão do Superior Tribunal de Justiça também se submeterá ao procedimento
de repetitivos e servirá para manter suspensos os processos em todo território nacional.
Se não havia sido antes aplicado o art. 982, § 3.º, do CPC/2015, uma vez recebido o
recurso especial ou extraordinário no Tribunal superior, a suspensão de processos será
estendida a todo território nacional nesse momento.
36.12.4. Legitimidade recursal
Têm legitimidade para recorrer não apenas as partes dos casos-amostra, mas todos os
interessados que tenham ingressado ou ingressem nesse momento como amici curiae (art.
138, § 3.º, do CPC/2015 - v. vol. 1, n. 19.9.7, e, acima, n. 36.9, acima).
36.13. Possibilidade de revisão da tese jurídica
Além de poder ser revista em sede recursal, a tese jurídica adotada na decisão-quadro
pode ser revisada pelo próprio Tribunal que a emitiu (arts. 927, §§ 2.º a 4.º, e 986 do
CPC/2015).
Valem aqui as diretrizes já expostas no n. 34.6.
36.13.1. Fundamentos da revisão
Justifica-se a revisão da tese anteriormente fixada quando: (i) houver alteração do
substrato normativo ou sociocultural, que imponha uma nova conformação jurídica para
a questão; (ii) demonstrar-se objetivamente haver aspecto jurídico relevante não
examinado no julgamento do IRDR.
Na versão do projeto do novo CPC aprovada na Câmara dos Deputados, havia expressa
indicação desses fundamentos como justificadores da revisão. Em sua versão final, o
Código não explicita tais hipóteses, apenas afirmando a possibilidade de revisão. Mas os
únicos fundamentos concebíveis são mesmo esses.
36.13.2. Legitimidade para o pedido de revisão
O procedimento de revisão pode ser instaurado de ofício (a partir do exame de um
novo processo em que se ponha a mesma questão jurídica). Pode ainda ser requerido pelo
Ministério Público ou a Defensoria Pública (art. 986 c/c art. 977, III, do CPC/2015).
Mas não se atribui tal legitimidade expressamente às partes nos processos posteriores
ao IRDR em que questão jurídica tornar a repetir-se. Compreende-se que não se atribua tal
legitimidade às próprias partes dos processos que serviram de amostra no IRDR ou dos
processos que, à época, ficaram suspensos e se submeteram, em seguida, à aplicação da
tese estabelecida no IRDR (e que podiam haver participado como amici curiae). Afinal,
esses sujeitos já tiveram a oportunidade de discutir a questão e de pleitear sua revisão na
via recursal.
Todavia, seria injustificável que as partes em processos futuros que versem sobre a
mesma questão não pudessem invocar a alteração do substrato normativo ou
sociocultural, que implicaria uma alteração da conformação da questão jurídica e a
necessidade de sua revisão - ou mesmo que não pudessem pleitear a consideração de
aspectos essenciais da questão não tomados em conta no anterior IRDR (v. a seguir). Isso
representaria violação ao acesso à justiça, ao contraditório e à ampla defesa. A parte seria
impedida de formular todos os argumentose razões que podem fundamentar sua
pretensão ou defesa. Note-se que, se houver, por exemplo, uma alteração do substrato
sociocultural impositivo de uma nova interpretação do dispositivo legal, tem-se, a rigor,
um novo panorama normativo. A parte jamais poderia estar impedida de invocar essa
nova norma em seu favor (o que envolveria a revisão da tese fixada no IRDR). Então, cabe
adotar interpretação em conformidade com a Constituição: na medida em que o próprio
órgão julgador no tribunal pode instaurar de ofício a revisão da tese, a parte interessada
tem o direito de pleitear-lhe a instauração de tal revisão. Presentes indicativos de que a
revisão possa justificar-se, incumbe ao órgão julgador deferir o pedido e oficiar à
presidência do tribunal solicitando a instauração do respectivo procedimento. O
interessado terá o ônus de formular pedido devidamente fundamentado, e o órgão
julgador terá o dever de proferir decisão motivada, seja quando deferir, seja quando
indeferir o pleito.
36.13.3. Contraditório, ampla publicidade e fundamentação
Como já indicado, o art. 927, § 2.º, do CPC/2015, prevê a possibilidade de realização de
audiências públicas prévias à deliberação do Tribunal sobre a alteração de tese jurídica
adotada em enunciado de súmula ou em julgamento de casos repetitivos. Prevê
igualmente a participação nesse procedimento, como amici curiae, de pessoas, órgãos ou
entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese.
Como também já destacado, uma vez que a revisão impõe a alteração de parâmetros
até então adotados, com a chance de significativas externalidades (transtornos concretos
para uma vasta gama de sujeitos), a participação de amicus curiae e a realização de
audiência pública assumem ainda maior importância do que no procedimento de original
formulação da tese jurídica.
O art. 927, § 4.º, do CPC/2015, reitera a necessidade de fundamentação adequada e
específica, apta a justificar a alteração jurisprudencial. Também esse é um preceito com
caráter precipuamente didático. O dever de fundamentar já adviria das regras gerais (art.
93, IX, da CF; arts. 11 e 489, §§ 1.º e 2.º, do CPC/2015).
36.13.4. Modulação de efeitos
Além disso, é também prevista a possibilidade de modulação dos efeitos da decisão que
altera a jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais
superiores ou aquela oriunda de julgamento de casos repetitivos (art. 927, § 3.º, do
CPC/2015). A esse respeito, veja-se o n. 34.6, acima.
Noções gerais
Função
Economia processual
Previsibilidade
Segurança jurídica
Isonomia
Pressupostos objetivos
Efetiva repetição de processos
Questão essencialmente jurídica
Direito material ou processual
Violação da isonomia ou da segurança jurídica
Limites temporais
Processo em trâmite (ou em vias de começar a tramitar) no
tribunal
Limite máximo: enquanto não houver instalado procedimento
de RE ou REsp repetitivos
Órgãos competentes
Tribunais locais: Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais
Federais.
Definição regimental dentre os órgãos responsáveis pela
uniformização de jurisprudência do tribunal
Órgãos especializados
Plenário ou órgão especial (art. 97 da CF)
Legitimados
De ofício: relator ou juiz de primeiro grau
Partes
Ministério Público
Defensoria Pública
Princípios vetores
Gratuidade
Celeridade
Publicidade
Caráter objetivo
Força vinculante
Desistência do recurso-amostra → prossecução do incidente
Contraditório
Participação das partes
Amici curiae
  Interessados com aptidão de
contribuir
 Especialistas no tema
Audiências públicas
Sustentações orais
Dever constitucional de fundamentação
Instrução
Demonstração documental dos pressupostos
Diligências instrutórias
Depoimentos de especialistas em audiência pública
Eficácia suspensiva
Extensão a todo território nacional
Meio de controle da distinção
Tutela de urgência
Duração da suspensão
Recorribilidade
Embargos de declaração, RE e REsp
Presença da repercussão geral
Submissão do RE ou REsp ao procedimento de repetitivos
Eficácia suspensiva
Legitimidade recursal: partes e amici curiae
Revisão da tese jurídica
Fundamentos da revisão
Legitimidade para o pedido de revisão
Contraditório, ampla publicidade e fundamentação
Modulação de efeitos
Doutrina Complementar
·          Alexandre Freitas Câmara (O Novo Processo..., p. 477). Para o autor, trata-se o
incidente de resolução de demandas repetitivas de "fenômeno inconfundível com o da
conexão. Nesta, duas ou mais demandas têm a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
Se dois acionistas de uma companhia ajuízam demandas individuais e autônomas para
postular a anulação de uma certa assembleia geral, essas duas demandas terão o mesmo
objeto (já que em ambas se busca a invalidação do mesmo ato). Se um condomínio edilício
ajuíza, em face de dois diferentes condôminos, demandas de cobrança de quotas
condominiais atrasadas, essas demandas não têm o mesmo objeto (já que em cada uma
delas se busca o pagamento de uma dívida diferente), ainda que tenham elas objetos
iguais. Não se pode, pois, confundir os conceitos de igual (que pressupõe a existência de
dois ou mais entes que, comparados, se revelam idênticos) e de mesmo (que pressupõe a
existência de um sói ente, que se manifesta mais de uma vez)". Segundo afirma o autor, "a
conexão exige, para configurar-se, que duas ou mais demandas tenham o mesmo objeto ou
a mesma causa de pedir. Não é disso, definitivamente, que se trata quando se está diante
de demandas repetitivas. Imagine-se, por exemplo, que uma operadora de telefonia
celular não presta, aos seus clientes, de forma adequada o serviço de Internet móvel, que é
interrompida injustificadamente a todo instante. Pois cada consumidor irá a juízo contra a
operadora de telefonia reclamando da interrupção do serviço a ele prestado (e, pois, as
causas de pedir são iguais, mas não se trata da mesma causa de pedir), e cada um deles
pedirá a condenação da ré a reparar o dano que individualmente sofreu (e, pois, os
pedidos são iguais, mas não se trata do mesmo pedido). Tem-se, aí, demandas repetitivas
ou seriais".
·          Bruno Dantas (Breves..., p. 2.182) discorre a respeito da desistência ou abandono
da causa identificada como paradigma em IRDR: "Esta situação se assemelha à dos
recursos extraordinários e recursos especiais representativos de controvérsia (arts. 543-B
e 543-C do CPC/1973), nos casos em que, entre a afetação e o julgamento dos recursos
repetitivos, ocorria a desistência ou abandono do recurso paradigma pelas partes. Entre
todas as posições doutrinárias, aquela que sustentava o exame do mérito do recurso
paradigma, mesmo ocorrendo a desistência ou abandono, sempre foi a melhor alinhada
aos desígnios da técnica de julgamento e recursos repetitivos. No âmbito dos recursos
especiais repetitivos, em caso de desistência do recurso afetado como 'piloto', o STJ sob a
égide do art. 543-C do CPC/1973 tem prosseguido no julgamento da questão de direito e,
posteriormente, remete-se o caso concreto para homologação da desistência pelo relator.
Idêntico raciocínio foi aplicado no IRDR, que em sua disciplina expressamente determina
que a desistência ou o abandono da causa não impede o exame do mérito do incidente. No
IRDR evidencia-se o interesse institucional em identificar uma tese a ser aplicada a todos
os processos que veiculem idênticas questões de direito, concretizando a segurança
jurídica e a isonomia. Admitir o contrário seria possibilitar que toda a atividade
jurisdicional desenvolvida no âmbito do IRDR fosse descartada, caso ocorra a desistência
ou abandono da causa".
·          Humberto Theodoro Júnior (Curso..., 47. ed., vol. 2, p. 913) ensina que: "Por não
ocorrer composição de lide, o acórdão pronunciado pelo tribunal na resolução do
incidente de demandas repetitivas não faz coisa julgadamaterial. Terá, porém, força
vinculativa erga omnes, fazendo que a tese de direito assentada seja uniformemente
aplicada a todo aquele que se envolver em litígio similar ao retratado no caso padrão. Por
outro lado, embora o enunciado paradigmático seja de observação obrigatória nos
diversos processos individuais similares, não se pode cogitar de força executiva na
espécie. É que nele não se procedeu à certificação da existência de direito ou da obrigação
de ninguém. No incidente, enfim, 'o que vincula é o próprio precedente que dali se
origina. A projeção erga omnes não é dos efeitos da coisa julgada, mas da ratio decidendi'".
·                  Nelson Nery Jr. e Rosa Maria de Andrade Nery (Comentários..., p. 1.968)
discorrem sobre o correto momento da instauração do incidente: "A redação do art. 976 do
CPC/2015 dá a entender que a instauração do incidente deve ser feita de forma preventiva,
tão logo algum dos legitimados identifique o potencial para a multiplicação de demandas,
com risco de decisões conflitantes, sendo talvez mais adequado prever o incidente quando
já houvesse controvérsia instaurada a respeito (...). Ao mencionar, como requisito para a
instauração do incidente, risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica, já pressupõe a
existência da controvérsia; do contrário, se a questão é sempre decidida de modo
uniforme, ainda que tenha potencial para a multiplicação de ações, não há razão para a
instauração do incidente, pois não há o quê prevenir. Haveria inútil movimentação do
aparelho judiciário, apenas. Por isso o dispositivo comentado tenha exigido que os
requisitos para a instauração do incidente estivessem simultaneamente presentes".
·                  Teresa Arruda Alvim Wambier, Maria Lúcia Lins Conceição, Leonardo
Ferres da Silva Ribeiro e Rogerio Licastro Torres de Mello (Primeiros..., p. 1.396)
aduzem que: "O dispositivo, ora comentado, alista os requisitos da instauração do
incidente: Multiplicidade de processos já em curso, girando em torno da mesma questão
de direito; Perigo de ofensa à isonomia e à segurança jurídica - ou seja, o perigo de que
haja decisões diferentes sobre esta mesma questão jurídica, presente em todo esse grande
número de ações já em curso. Evidentemente, e aqui o legislador disse mais do que queria
(dixit plus quam voluit), a questão não há de ser unicamente de direito. Isto porque não há
questões unicamente de direito. O fenômeno jurídico é composto, necessariamente e
sempre, de fato e direito. Ocorre no instante em que se 'encontram' o plano dos fatos e o
plano normativo. De fato, em ação alguma (salvo em ações diretas de
inconstitucionalidade e em ações diretas de constitucionalidade) se discute só em torno de
normas. Toda ação tem um quadro fático subjacente. Então, questões ditas de direito,
quaestio juris, são predominantemente de direito".
Enunciados do FPPC
N.º 87. (Art. 976, II, CPC/2015) A instauração do incidente de resolução de demandas
repetitivas não pressupõe a existência de grande quantidade de processos versando sobre
a mesma questão, mas preponderantemente o risco de quebra da isonomia e de ofensa à
segurança jurídica.
N.º 88. (Art. 976; art. 928, parágrafo único, CPC/2015) Não existe limitação de matérias
de direito passíveis de gerar a instauração do incidente de resolução de demandas
repetitivas e, por isso, não é admissível qualquer interpretação que, por tal fundamento,
restrinja seu cabimento.
N.º 89. (Art. 976, CPC/2015) Havendo apresentação de mais de um pedido de
instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas perante o mesmo tribunal
todos deverão ser apensados e processados conjuntamente; os que forem oferecidos
posteriormente à decisão de admissão serão apensados e sobrestados, cabendo ao órgão
julgador considerar as razões neles apresentadas.
N.º 90. (Art. 976, CPC/2015) É admissível a instauração de mais de um incidente de
resolução de demandas repetitivas versando sobre a mesma questão de direito perante
tribunais de 2.º grau diferentes.
N.º 91. (Art. 981, CPC/2015) Cabe ao órgão colegiado realizar o juízo de admissibilidade
do incidente de resolução de demandas repetitivas, sendo vedada a decisão monocrática.
N.º 92. (Art. 982, I; Art. 313, IV, CPC/2015) A suspensão de processos prevista neste
dispositivo é consequência da admissão do incidente de resolução de demandas
repetitivas e não depende da demonstração dos requisitos para a tutela de urgência.
N.º 93. (Art. 982, I, CPC/2015) Admitido o incidente de resolução de demandas
repetitivas, também devem ficar suspensos os processos que versem sobre a mesma
questão objeto do incidente e que tramitem perante os juizados especiais no mesmo
estado ou região.
N.º 94. (Art. 982, § 4.º; art. 987, CPC/2015) A parte que tiver o seu processo suspenso nos
termos do inciso I do art. 982 poderá interpor recurso especial ou extraordinário contra o
acórdão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas.
N.º 95. (Art. 982, §§ 3.º, 4.º e 5.º, CPC/2015) A suspensão de processos na forma deste
dispositivo depende apenas da demonstração da existência de múltiplos processos
versando sobre a mesma questão de direito em tramitação em mais de um estado ou
região.
N.º 167. (Art. 926; art. 947, § 3.º; art. 976; art. 15, CPC/2015) Os tribunais regionais do
trabalho estão vinculados aos enunciados de suas próprias súmulas e aos seus
precedentes em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas
repetitivas.
N.º 202. (Art. 947, § 1.º art. 978, CPC/2015) O órgão colegiado a que se refere o § 1.º do
art. 947 deve atender aos mesmos requisitos previstos pelo art. 978.
N.º 205. (Art. 982, caput, I e § 3.º, CPC/2015) Havendo cumulação de pedidos simples, a
aplicação do art. 982, I e § 3.º, poderá provocar apenas a suspensão parcial do processo,
não impedindo o prosseguimento em relação ao pedido não abrangido pela tese a ser
firmada no incidente de resolução de demandas repetitivas.
N.º 206. (Art. 990, § 5.º da versão da Câmara dos Deputados, CPC/2015) A prescrição
ficará suspensa até o trânsito em julgado do incidente de resolução de demandas
repetitivas.
N.º 294. (Art. 332, § 1.º; art. 15, CPC/2015) O julgamento liminar de improcedência,
disciplinado no art. 333, salvo com relação ao § 1.º, se aplica ao processo do trabalho
quando contrariar: a) enunciado de súmula ou de Orientação Jurisprudencial do TST; b)
acórdão proferido pelo TST em julgamento de recursos de revista repetitivos; c)
entendimento firmado em resolução de demandas repetitivas.
N.º 305. (Art. 489, § 1.º, IV; art. 984, § 2.º; art. 1.038, § 3.º, CPC/2015) No julgamento de
casos repetitivos, o tribunal deverá enfrentar todos os argumentos contrários e favoráveis
à tese jurídica discutida, inclusive os suscitados pelos interessados.
N.º 334. (Art. 947, CPC/2015) Por força da expressão "sem repetição em múltiplos
processos", não cabe o incidente de assunção de competência quando couber julgamento
de casos repetitivos.
N.º 342. (Art. 976, CPC/2015) O incidente de resolução de demandas repetitivas aplica-
se a recurso, a remessa necessária ou a qualquer causa de competência originária.
N.º 343. (Art. 976, CPC/2015) O incidente de resolução de demandas repetitivas compete
a tribunal de justiça ou tribunal regional.
N.º 344. (Art. 978, parágrafo único, CPC/2015) A instauração do incidente pressupõe a
existência de processo pendente no respectivo tribunal.
N.º 345. (Art. 976; art. 928; art. 1.036, CPC/2015). O incidente de resolução de demandas
repetitivas e o julgamento dos recursos extraordinários e especiais repetitivos formam um
microssistema de solução de casos repetitivos, cujas normas de regência se
complementam reciprocamente e devem ser interpretadas conjuntamente.
N.º 346. (Art. 976, CPC/2015) A Lei 13.015, de 21 de julho de 2014, compõe o
microssistema de solução de casos repetitivos.
N.º 347. (Art. 976; art. 15, CPC/2015)Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de
resolução de demandas repetitivas, devendo ser instaurado quando houver efetiva
repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão de direito.
N.º 349. (Art. 982, § 5.º; art. 988, CPC/2015) Cabe reclamação para o tribunal que julgou
o incidente de resolução de demandas repetitivas caso afrontada a autoridade dessa
decisão.
N.º 350. (Art. 988; art. 15, CPC/2015) Cabe reclamação, na Justiça do Trabalho, da parte
interessada ou do Ministério Público, nas hipóteses previstas no art. 988, visando a
preservar a competência do tribunal e garantir a autoridade das suas decisões e do
precedente firmado em julgamento de casos repetitivos.
N.º 352. (Art. 998, caput e parágrafo único; art. 15, CPC/2015) É permitida a desistência
do recurso de revista repetitivo, mesmo quando eleito como representativo da
controvérsia, sem necessidade de anuência da parte adversa ou dos litisconsortes; a
desistência, contudo, não impede a análise da questão jurídica objeto de julgamento do
recurso repetitivo.
N.º 380. (Art. 8.º; art. 926; art. 927, CPC/2015) A expressão "ordenamento jurídico",
empregada pelo Código de Processo Civil, contempla os precedentes vinculantes.
N.º 391. (Art. 138, § 3.º, CPC/2015) O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar
recursos repetitivos.
N.º 452. (Art. 921, §§ 1.º a 5.º; art. 980; art. 982, CPC/2015) Durante a suspensão do
processo prevista no art. 982 não corre o prazo de prescrição intercorrente.
N.º 459. (Art. 927, § 1.º; art. 489, § 1.º, V e VI; art. 10, CPC/2015) As normas sobre
fundamentação adequada quanto à distinção e superação e sobre a observância somente
dos argumentos submetidos ao contraditório são aplicáveis a todo o microssistema de
formação dos precedentes.
N.º 460. (Art. 927, § 1.º; art. 138, CPC/2015) O microssistema de aplicação e formação
dos precedentes deverá respeitar as técnicas de ampliação do contraditório para
amadurecimento da tese, como a realização de audiências públicas prévias e participação
de amicus curiae.
N.º 470. (Art. 982, I, CPC/2015) Aplica-se no âmbito dos juizados especiais a suspensão
prevista no art. 982, I.
N.º 471. (Art. 982, § 3.º, CPC/2015) Aplica-se no âmbito dos juizados especiais a
suspensão prevista no art. 982, § 3.º.
N.º 472. (Art. 985, I, CPC/2015) Aplica-se o inciso I do art. 985 ao julgamento de recursos
repetitivos e ao incidente de assunção de competência.
N.º 473. (Art. 986, CPC/2015) A possibilidade de o tribunal revisar de ofício a tese
jurídica do incidente de resolução de demandas repetitivas autoriza as partes a requerê-
la.
N.º 481. (Art. 1.037, §§ 9.º a 13, CPC/2015) O disposto nos §§ 9.º a 13 do art. 1.037 aplica-
se, no que couber, ao incidente de resolução de demandas repetitivas.
N.º 522. (Art. 489, I; art. 931; art. 933, CPC/2015) O relatório nos julgamentos colegiados
tem função preparatória e deverá indicar as questões de fato e de direito relevantes para o
julgamento e já submetidas ao contraditório.
N.º 524. (Art. 489, § 1.º, IV; art. 985, I, CPC/2015) O art. 489, § 1.º, IV, não obriga o órgão
julgador a enfrentar os fundamentos jurídicos deduzidos no processo e já enfrentados na
formação da decisão paradigma, sendo necessário demonstrar a correlação fática e
jurídica entre o caso concreto e aquele já apreciado.
N.º 556. (Art. 981, CPC/2015) É irrecorrível a decisão do órgão colegiado que, em sede
de juízo de admissibilidade, rejeita a instauração do incidente de resolução de demandas
repetitivas, salvo o cabimento dos embargos de declaração.
N.º 557. (Art. 982, I; art. 1.037, § 13, I, CPC/2015) O agravo de instrumento previsto no
art. 1.037, § 13, I, também é cabível contra a decisão prevista no art. 982, inc. I.
N.º 558. (Art. 988, IV, § 1.º; art. 927, III; art. 947, § 3.º, CPC/2015) Caberá reclamação
contra decisão que contrarie acórdão proferido no julgamento dos incidentes de resolução
de demandas repetitivas ou de assunção de competência para o tribunal cujo precedente
foi desrespeitado, ainda que este não possua competência para julgar o recurso contra a
decisão impugnada.
Bibliografia
Fundamental
Alexandre Freitas Câmara, O novo processo civil brasileiro, São Paulo: Atlas, 2015;
Humberto Theodoro Júnior, Curso de direito processual civil, 56. ed., Rio de Janeiro:
Forense, 2015, vol. 1; Nelson Nery Jr. e Rosa Maria de Andrade Nery, Comentários ao
Código de Processo Civil, São Paulo: Ed. RT, 2015; Teresa Arruda Alvim Wambier, Fredie
Didier Jr., Eduardo Talamini e Bruno Dantas (coord.), Breves comentários ao Novo Código
de Processo Civil, São Paulo: Ed, RT, 2015; _____, Maria Lúcia Lins Conceição, Leonardo
Ferres da Silva Ribeiro e Rogerio Licastro Torres de Mello, Primeiros comentários ao novo
Código de Processo Civil: artigo por artigo, São Paulo: Ed. RT, 2015.
Complementar
Alexandre Freitas Câmara, The new Brazilian Civil Procedure Code project: brief
analysis, RePro 199/205; Aluisio Gonçalves de Castro Mendes e Odilon Romano Neto,
Análise da relação entre o novo incidente de resolução de demandas repetitivas e o
microssistema dos juizados especiais, RePro 245/275; _____ e Roberto De Aragão Ribeiro
Rodrigues, Reflexões sobre o incidente de resolução de demandas repetitivas previsto no
projeto de novo Código de Processo Civil, RePro 211/191; _____ e Sofia Temer, O incidente
de resolução de demandas repetitivas do novo Código de Processo Civil, RePro 243/283;
Antônio Pereira Gaio Júnior, Incidente de resolução de demandas repetitivas no projeto do
novo CPC breves apontamentos, RePro 199/247; Arthur Mendes Lobo, Reflexões sobre o
incidente de resolução de demandas repetitivas, RePro 185/233; Daniel de Andrade Lévy, O
incidente de resolução de demandas repetitivas no anteprojeto do novo Código de
Processo Civil exame à luz da group litigation order britânica, RePro 169/165; Daniel
Penteado de Castro, Projeção do novo Código de Processo Civil sobre os juizados especiais,
Revista do Advogado 127/13; Daniele Viafore, As semelhanças e as diferenças entre o
procedimento-modelo Musterverfahren "incidente de resolução de demandas repetitivas"
no PL 8.046/2010, RePro 217/257; Débora Chaves Martines Fernandes, Relação entre
demandas individuais e coletivas: "projeto cadernetas de poupança - Tribunal de Justiça
do Rio Grande do Sul" - uma análise do caso, RePro 201/315; Eduardo Cambi e Mateus
Vargas Fogaça, Incidente de resolução de demandas repetitivas no novo Código de
Processo Civil, RePro 243/333; Eduardo Henrique de Oliveira Yoshikawa, O incidente de
resolução de demandas repetitivas no novo Código de Processo Civil. Comentários aos
arts. 930 a 941 do PL 8.046/2010, RePro 206/243; Eduardo Talamini, Direitos individuais
homogêneos e seu substrato coletivo: ação coletiva e os mecanismos previstos no Código
de Processo Civil de 2015, Doutrinas Essenciais de Direito Constitucional 10/1.983; Flávia de
Almeida Montingelli Zanferdini e Alexandre Gir Gomes, Tratamento coletivo adequado
das demandas individuais repetitivas pelo juízo de primeiro grau, RePro 234/181;
© desta edição [2016]
Francisco de Barros e Silva Neto, A conciliação em causas repetitivas e a garantia de
tratamento isonômico na aplicação das normas RePro 240/267; Frederico Augusto
Leopoldino Koehler, O incidente de resolução de demandas repetitivas e os juizados
especiais, RePro 237/497; Georges Abboud e Marcos de Araújo Cavalcanti,
Inconstitucionalidades do incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) e os
riscos ao sistema decisório, RePro 240/221; _____ e _____. Interpretação e aplicação dos
provimentos vinculantes do novo Código de Processo Civil a partir do paradigma do pós-
positivismo, RePro 245/351; Gilberto Andreassa Junior, Os "precedentes" no sistema
jurídico brasileiro (STF e STJ), RT 935/81; Guilherme Puchalski Teixeira, Incidente de
resolução de demandas repetitivas: projeções em torno de suaeficiência, RePro 251;
Guilherme Rizzo Amaral, Efetividade, segurança, massificação e a proposta de um
"incidente de resolução de demandas repetitivas", RePro 169/237; Hugo Nigro Mazzilli, O
processo coletivo e o Código de Processo Civil de 2015, RT 958/331; Júlio César Rossi, O
precedente à brasileira: súmula vinculante e o incidente de resolução de demandas
repetitivas, RePro 208/203; Leonardo Carneiro da Cunha, Anotações sobre o incidente de
resolução de demandas repetitivas previsto no projeto do novo Código de Processo Civil,
RePro 193/255; Luis Alberto Reichelt, O incidente de resolução de demandas repetitivas no
novo Código de Processo Civil brasileiro e o redimensionamento do papel
constitucionalmente associado aos tribunais de justiça e aos tribunais regionais federais,
RePro 248/273; Luiz Guilherme Marinoni, Incidente de resolução de demandas repetitivas
e recursos repetitivos: entre precedente, coisa julgada sobre questão, direito subjetivo ao
recurso especial e direito fundamental de participar, RT 962/131; _____. O problema do
incidente de resolução de demandas repetitivas e dos recursos extraordinário e especial
repetitivos, RePro 249/399; Luiz Rascovski, Apontamentos sobre o novo Código de Processo
Civil, RT 958/363; Marcelo Barbi Gonçalves, O incidente de resolução de demandas
repetitivas e a magistratura deitada, RePro 222/221; Marcos de Araújo Cavalcanti,
Mecanismos de resolução de demandas repetitivas no direito estrangeiro: um estudo
sobre o procedimento-modelo alemão e as ordens de litígios em grupo inglesas, RePro
238/333; Raphaelle Costa Carvalho, O incidente de resolução de demandas repetitivas:
breve análise de sua estrutura e de seu papel na realidade processual brasileira, RePro
250/289; Victor Roberto Corrêa de Souza, O princípio da proteção da confiança e o novo
Código de Processo Civil brasileiro, RePro 247/197; Vitor José Borghi, Cabimento de ação
rescisória contra sentença que viola entendimento fixado em julgamento de incidente de
recurso repetitivo e o necessário afastamento da súmula 343/STF, RePro 245/255.
FOOTNOTES
1
Novamente, remete-se a Eduardo Talamini, "Amicus curiae". In: Breves comentários ao novo CPC
(coord. Teresa Arruda Alvim Wambier, Fredie Didier Jr., Eduardo Talamini, Bruno Dantas), São
Paulo: Ed. RT, 2015, n. 19, p. 442-443.

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