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LINGUAGEM CONCEITO DE LINGUAGEM É a capacidade inerente à espécie humana, de aprender, compreender, armazenar, produzir e transmitir através da fala e da escrita. A Linguagem pode ou não expressar através da fala que também é individual, sendo uma função cerebral aprendida nos primeiros anos de vida. (OLIVEIRA, 2000). Hipóteses Teóricas da Linguagem • Uma das hipóteses de aquisição da linguagem é que a origem se deu de forma gestual e vocal. Propondo sua gênese a partir de um sistema de gestos manuais, quando um grupo de macacos, ao assumir a posição ereta, passou a usar as mãos com intenção de comunicação social. (Kandel) • Segundo Chomsky (1968), acredita que a linguagem é uma capacidade inata, possuindo cada indivíduo uma gramática universal desenvolvida por um sistema geneticamente determinado. HISTÓRIA... PAUL BROCA (1824-1880) PAUL BROCA Por volta de 1860, Paul Broca descreveu um caso que se tornaria célebre, um paciente que havia perdido a capacidade de falar, embora compreendesse perfeitamente bem o que lhe diziam e sua inteligência parecesse estar intata. Após sua morte, Paul Broca fez uma autopsia, no qual encontrou uma lesão. Cérebro preservado do Mr. Leborgne era um artesão francês que lutou contra epilepsia. Caso Leborgne Caso Leborgne Área de Broca Giro frontal inferior esquerdo. Localização: A produção/articulação da fala ocorre na área de Broca AFASIA DE BROCA/ NÃO-FLUENTE As palavras de função como pronomes e conjugações são deixados de fora e os verbos muitas vezes não são conjugados, o que se chama Agramatismo. Também é comum erros parafásicos, que consistem em trocar sons de palavras como, por exemplo, dizerestrata, querendo dizerestrada. Afasia de Broca interfere principalmente na produção da fala, e não em sua compreensão, pois há comprometimento na capacidade de descobrir a palavra ou combinação adequada de palavras e executar sua pronúncia AFASIA DE BROCA/ NÃO-FLUENTE Exemplo: Fala espontânea –Filho… universidade… rapaz… inteligente… bom.. bom… Ouvindo para compreensão –Médico:O menino foi atingido pela menina. Quem atingiu quem? - Doente:meninaatingiu menino Repetindo –Médico:Crisântemo. - Doente:Crisa… mum… mum… Resumindo a Área de Broca • Afasia( A- (Não) fasia (Falar) • Geralmente, o quadro de afasia é identificado pelo neurologista que trata a lesão cerebral. • Afasia: É um déficit na capacidade de produzir ou compreender a linguagem, em razão de lesão cerebrais (PINEL 2005). • Segundo Broca, lesões restritas à área de Broca deveriam perturbar a produção da fala, sem produzir déficit na compreensão da linguagem (PINEL 2005). • Conforme Boone e Plante (1994) A lesão pode ter diferentes causas tais como: Acidente Vascular Encefálico ou um Aneurisma. Resumindo a Área de Broca Afasia motora, também chamada de afasia de expressão, não- fluente ou agramatical. O paciente não consegue falar, embora entenda o que ouve. Uma perda parcial pode ser chamada de afasia motora parcial ou de disfasia motora. A área de Broca é vizinha às áreas de comando dos órgãos da fonação (laringe, faringe, língua e lábios), situados na área motora, a de número 4 de Brodmann. Uma técnica de avaliação consiste em mostrar alguns objetos e pedir ao paciente para nomeá-los. Pacientes com Asfasia motora, quando conseguem nomear um objeto (exemplo “caneta”), frequentemente repetem o mesmo nome para outros objetos que lhe são mostrados, o que se chama perseveração (na fala anterior). Área de Wernicke Situada em sua maior parte no giro temporal superior (área 22), é responsável pela função de compreensão da mensagem falada. Afasias de Wernicke • Em 1874, Carl Wernicke concluiu com base em 10 casos clínicos, que existe uma área da linguagem no lobo temporal esquerdo, atrás do córtex auditivo primário (isto é, plano temporal esquerdo). Essa segunda área da linguagem, que Wernicke afirmava ser uma área cortical da compreensão da linguagem. E passou a ser conhecida como área de Wernicke. (PINEL 2005). • Área de Wernicke Lesão dessa área causa Afasia sensorial, também chamada afasia receptiva, fluente ou paragramatical. Não compreende as mensagens que ouve. O paciente fala fluentemente mas comete erros porque não compreende a própria mensagem que emite, ou seja, não entende sua fala e, assim, não pode corrigir-se. Pacientes com Afasia sensorial, quando compreendem um comando motor (exemplo “abra a boca”) que lhes é dado, frequentemente repetem esse gesto motor quando um outro comando é dado, ao que se chama perseveração (no comando anterior Como se processa a fala • Quando os sons da fala chegam aos ouvidos, o sistema auditivo e sinais neuronais são enviados à área de Wernicke, para serem processados. • Sendo processados os sons na área de Wernicke, são enviados a área de Broca através do fascículo arqueado. • Na área de Broca, o encéfalo converte as palavras em um código para os movimentos musculares da fala. • E através das saídas neuronais da área de Broca, são enviados para regiões próximas, o córtex motor, responsável pelo movimento da língua, dos lábios, da faringe entre outros. Daí acontece a expressão! Como se processa a fala Tipos de Afasia Afasia Nominal • É a perda da capacidade para evocar nomes, principalmente substantivos. A anomia força o paciente a usar circunlóquio (fala rodeada). A área lesada responsável, seria a do giro angular na confluência parieto-temporal posterior, a área 39 de Brodmann, no hemisfério dominante. Afasia de Condução • Supõe-se que decorre de lesão do fascículo arqueado que conecta a área temporal de Wernicke com a área frontal de Broca no hemisfério dominante. O paciente apresenta compreensão e expressão fluente, com incapacidade de desconexão entre a compreensão e a expressão fonêmica. Afasia Global • É a perda total da linguagem, tanto na compreensão quanto na elaboração e expressão. Frequentemente leva ao mutismo. Ocorre por lesão perissilviana do hemisfério dominante – lesão extensa, sendo muito difícil a recuperação. Dentre as causas de afasia, a mais comum é a vascular. Bases biológicas da linguagem • O cérebro é um órgão dinâmico que se adapta constantemente a novas informações. Como resultado, as áreas envolvidas na linguagem de um adulto podem não ser as mesmas envolvidas na criança, e é possível que algumas zonas do cérebro sejam usadas apenas durante o desenvolvimento da linguagem. • Acredita-se que o hemisfério esquerdo seja dominante para a linguagem em cerca de 90% da população; contudo, o hemisfério direito participa do processamento, principalmente nos aspectos da pragmática. LINGUAGEM E AUTISMO • ‘ A regressão da linguagem é observada na síndrome de Landau-Kleffner e na regressão autística. Recentes estudos focados na linguagem verbal de crianças com espectro autista enfatizam traços anômalos da fala, como a escolha de palavras pouco usuais, inversão pronominal, ecolalia, discurso incoerente, crianças não- responsivas a questionamentos, prosódia aberrante e falta de comunicação. • Muitos estudos atribuem a ausência de fala em alguns indivíduos ao grau de severidade do autismo, à tendência a retardo mental ou a uma inabilidade de decodificação auditiva da linguagem. A regressão de linguagem na infância se caracteriza por um distúrbio grave, com morbidades significativas a longo prazo. LINGUAGEM E EPILEPSIA • Os efeitos da epilepsia, das crises convulsivas e das descargas eletroencefalográficas sobre a linguagem tem sido discutidos em diversos estudos. Pode-se dizer que três são os distúrbios mais relatadosem pacientes epilépticos: as disfasias do desenvolvimento associadas a epilepsia; as afasias críticas (agudas), onde ocorre uma alteração transitória da função cognitiva; e a afasia epiléptica adquirida (síndrome de Landau- Kleffner). A afasia epiléptica adquirida é caracterizada pela deterioração da linguagem na infância associada a crises ou atividade eletroencefalográfica epileptiforme anormal. Esse tipo de afasia muitas vezes é confundido com síndrome autística ou deficiência auditiva. Além da deterioração da linguagem e da agnosia auditiva, observam-se alterações de comportamento, incluindo traços autistas. Intervenção na criança com distúrbio de linguagem • A produção da fala e linguagem pode ser considerada adequada ou não de acordo com a idade cronológica. Para avaliá-la, é necessário levar em conta os aspectos cognitivos e emocionais do desenvolvimento, que poderão indicar ou não a severidade do caso, bem como a necessidade de orientação especializada à família e ou/terapia fonoaudiologia. Sabe-se que a estimulação precoce da linguagem pode prevenir distúrbios de aprendizagem, dislexia e problemas de desenvolvimento. Pesquisas vêm demonstrando a importância dos 3 primeiros anos de vida no desenvolvimento do cérebro humano. • Em relação ao aprendizado específico da leitura e da escrita, este está vinculado a um conjunto de fatores que adota como princípios o domínio da linguagem e a capacidade de simbolização, devendo haver condições internas e externas necessárias ao seu desenvolvimento. Linguagem e Dislexia • É um transtorno genético e hereditário da linguagem, de origem neurobiológica, que se caracteriza pela dificuldade de decodificar o estímulo escrito ou símbolo gráfico. A dislexia compromete a capacidade de aprender a ler e escrever com correção e fluência e de compreender um texto. Em diferentes graus, os portadores desse defeito congênito não conseguem estabelecer a memória fonêmica, isto é, associar os fonemas às letras. Reabilitação do Paciente afásico • O processo de diagnóstico e prognóstico: • (...) do afásico é auxiliada pelo desenvolvimento e encorajamento da comunicação. A dimensão linguística é apenas uma parte da comunicação. O processo de reabilitação requer os esforços de médicos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, enfermeiras, psicólogos, fonoaudiólogos – todos trabalhando com o paciente e com a família (BOONE; PLANTE, 1194, apud FERREIRA E SOCHA, 2013). Referencias Bibliográficas • BEAR, MARK,F. et al. Neurociências: Desvelando o Sistema Nervoso. Porto Alegre: Artmed.2002. • CACHAPUZ, F,R. HALPERN. RICARDO. A Influência das Variáveis Ambientais no Desenvolvimento da Linguagem em uma amostra de crianças. Revista da Amrirs. Porto Alegre. V.50(4):292-301. Out- dez.2006. • OLIVEIRA,RUI. Neurolinguistica e o Aprendizado da Linguagem. 1º Ed. Catanduva. São Paulo. Ed Respel.2000. • PINEL,JOHN, P. J. Biopsicologia. 5º Ed. Artmed.2005. • SCHIRMER. R,C. et al. Distúrbios da Aquisição da Linguagem e da Aprendizagem. Jornal de Pediatria. Vol.80. Nº 2 (supl).2004. • LESSA, V. ANA. Et al. Um cérebro para a vida inteira. Rio de Janeiro. Reader’ Digest. 2010.
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