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lI PA Q ,,JcU"'· ... -'·... ...... ,.. ...- · - 1 2'1 edi ção o o o • e - Centro Universitário METODISTA I Editora S11/f1111 EDITORA UNIVER SITÁRIA METODISTA IPA -- -- -. .,.. INTRODUÇÃO A medicina laboratorial teve seu início com a análise da urina. Referências ao estudo da urina foram encontradas em desenhos dos homens das cavernas e nos hieróglifos egípcios, como o papiro cirúrgico de Edwin Smith, cujos quadros represen tavam os médicos da antiguidade exa- minando um frasco de urina. Embora não contassem com métodos sofisticados de exame, eles eram capazes de obter informações através de observações básicas, como cor, tur- vação, odor, volume, viscosidade e até mesmo a presença de açúcar em certas amostras, por observar a aproximação de formigas e outros insetos na urina de alguns pacientes. Diversos autores da área médica estão ligados ao estudo da urina, inclusive Hipócrates (460-370 a.C.), que escreveu sobre uroscopia. Em decorrência do aumento do conh e- cimento científico-tecnológico observado no século XX, a realização do exame de urina evoluiu, tornando- se uma ciência plena, denominada uroanálise. A análise de urina é considerada um exame de rotina devido à facilidade na obtenção da amostra para análise, ao baixo custo, à simplicidade e por fornecer informações valiosas sobre muitas das principais funções metaból icas do organismo. A uroanálise fornece informações importan- tes, de forma rápi da e econômica para o diagnóstico e moni- toramento de doenças renais e do trato urin ário e para a 11 tklt:L\ Jti de dticn'r·;i -.; i:-,l0mica e mcü1ból ica n:io d i reta- mente relaci onadas com o rim. A u roanál isc é um exame laborator ial não i n vasivo que, quando realizado corretamen te, fornece d iversas infor- mações úteis para o diagnóstico e a evolução de patologias do trato urogenital, além de avaliar a eficácia do tratamento e constatar a cura. A composição da urina é muito variável, dependendo da dieta, do estado nutricional , do metabolismo, da ativida- de física, da função renal e da função endócrina. A urina é constituída por ureia e outras substâncias orgânicas e inor- gânicas dissolvidas em água, como creatinina, ácido úrico, amônia, cálcio, cloretos, fosfato, sulfato, bicarbonato etc. O exame de urina de rotina (do tipo 1), ou exame qualitativo de urina (EQU), ou exame comum de urina (ECU), ou elementos anormais do sedimento urinário (EAS), compõe-se habitualmente de três etapas: o exame físico, o exame químico e a microscopia do sedimento. Cada um deles tem seu valor, sendo os dois primeiros de execução mais simples e o último sendo considerado mo- deradamente complexo. Colheita e conservação A amostra de urina é de fácil e rápida obtenção e, de- vido a esse fato, pode-se induzir a um certo descuido no tratamento da amostra após a colheita. Podem ocorrer alte- rações na composição da u.rina in vivo e também in vitro, sendo, portanto, de grande importânci a que a amostra para a realização do exame de urina seja colhida e armazenada de forma correta. 12 O l aboratório de\ L' 11 t llúcr 1t1 1. !i·111-. • · ,-.co qui- micamente l impos e secos. J> 1ra cri anças, ele\ e-se fornecer coletores de plástico. Recomenda-se o uso de recipientes descartáveis, por serem econômicos e por elim inarem a pos- si bi l idade de contaminação decorren te da lavagem incor- reta. Devem ser identificados corretamente os referidos fras- cos com nome do paciente, data e hora da colheita da amos- tra, devendo conter também informações adicionais, tais como identificação do laboratório e nome do médico. As etiquetas deverão ser colocadas sobre o recipiente e não na tampa. A amostra de urina deve ser entregue o mais rápido possível no laboratório e a sua análise realizada dentro de uma hora. A amostra que não puder ser entregue ou ana- lisada em uma hora deverá ser refrigerada ou receber con- servante químico apropriado. Se a amostra for mantid a à temperatura ambiente por mais de uma hora sem conser- vantes poderão ocorrer diversas alterações (Tabela 1). A refrigeração é o método de conservação mais usa- do. Ela é confiável na prevenção da decomposição bacle- riana na urina pelo período de u ma noi te. A refrigeração da amostra pode provocar aumento na sua densidade e pre- cipitação de fosfatos e uratos amorfos que podem prejud i - car a análise microscópica do sedimento. Como na maioria dos exames laboratoriais, a qua l i- dade dos resultados depende da colheita. Para colher u ma ··. amostra _que seja .represéntati a do estado metabólico do paciente, muitas ve'.?es é neêessário controlar ce1ios aspec- tos da colheita, como hora, duração, dieta, medicamentos ingeridos e métodos de colheita. A urina deverá ter sido col hida recentemente, com um volume mínimo de 20 mL, sem adição de conservantes, 13 •••-&a:w •--,. ' ... *' • '-.r ...."' 499 WJ P ; •- · ;;z q .e · ' · , ...... ""·: Tabela l . Alterações da ur 111c1 nào conservada Au mento do pi 1 decorrente da degradação de u reia e sua conversão em mnônia por bactérias produtoras de urcasc Dimi nuição da gl icose cm decorrência da glicól ise e de sua uti lização pelas bactérias Dimi n uição das cetonas em decorrência da volatização - Di mi nu ição da bil irrubina por exposiçao à i"uz Dim inuição do urobilinogênio por sua oxidação e conversão à urobilina A umento do nitrito em decorrência da redução do ni trato pelas bactérias Aumento do número de bactérias Aumento da turvação causada por pro-Jiferação bacterian a e possível precipitação de material amorfo Desintegração das hemácias e dos cilindros, particu larmente na urina a lcali na diluída A l terações na cor devido à oxidação ou à redução de metabólitos refr igerada e nunca congelada, para garantir sua melhor preservação. Deve estar claramente identificada e colhida um um recipiente adequado. Deve-se instruir o paciente a utilizar uma esponja com sabão para a limpeza e para recolher o jato médio, despre- zando o primeiro e o último jato , em recipiente l impo para a colheita da amostra. O exame do primei ro jato da urina é recomendado quando o objetivo é a investigação do trato urinário inferior, mais especificamente da uretra. A urina de primeiro jato carreia células e bactérias presentes na uretra, tornando-a uma boa amostra ind ireta para outras avaliações, como as uretrites com pouca secreção. A diferença de celularidade encontrada entre o primeiro e segundo jatos auxilia a localizar a origem do processo. 14 , .. ..·.,.,..,,,.-.·-· f\.lULHl ,R: 111stru i r a paciente a 1:1\ a r a arc;i que c ir- cunda o meato u rctral com águn e ahuo. /\ 1 1s l:1r ns lábios e posicionar o recipiente pa ra amostra soh o meato uretra! e u rinar no recipien te cstéri I, cnchl:lldu- o aproximadamente até a metade (cerca ele 50 111 L ). HOMEM: instruir a retrair o prepúcio, lavar a extre- midade distal do pênis que circunda o meato u rctrn l com água e sabão. Urinar dentro do recipien te csléri l, enchendo-o aproximadamente até a metade (cerca ele 50 mL). Tipos de amostras: 1. Amostras aleatórias (ao acaso): tipo mais comum de- vido à facilidade de colheita e ao menor desconforto para o paciente. É útil nos exames de triagem para detectar as alterações mais evidentes. Pode produzir resultados errados devido à ingestão de alimentos e exercícios físicos realizados pouco antes da colheita. 2. Primeira amostra da manhã: amostra ideal para o exame de rotina ou do tipo I. É uma amostra concen- trada,o que garante a detecção de substâncias e de elementos figurados que podem não estar presentes nas amostras aleatórias mais diluídas. 3. Urina de 24 horas (ou com tempo marcado): no d ia da colheita da amostra, desprezar toda a primei ra micção do dia e marcar a hora. A partir daí, colher toda urina emitida durante o dia e a noite, utilizando- se um frasco limpo e seco e mantendo-se a urina sob 15 1i.:l'rigcra(,'.ilo. o d ia cguinLc, deve-se lc \ unLar 1111 mesmo h orário do dia anterior e colher toda urina deste horário, perfazendo um total de 24 horas. 4. Amostra colhida por cateter: amostra colhid a em condições estéreis passando-se pela uretra um cate- ter que chega até a bexiga. Geralmente é amostra para urocul tura, mas também pode ser usada para o exa- me de rotina. 5. Aspiração suprapúbica: a urina pode ser colhida pela introdução de uma agulha que do exterior atinge a bexiga. Em condições norn1ais a bexiga é estéril e esse método de colheita proporciona amostras para a cul- tura de bactérias completamente isentas de contami- nação externa. Também pode ser usado para o exame citológico. 6. Amostra pediátrica: a colheita de amostras em crian- çaspode ser dificil. Existem coletores deplástico trans- parentes com adesivos que se prendem à área genital de crianças para colher amostras de rotina. 7. Amostras em 3 frascos (Prova de Valentine): o pro- cedimento é semelhante ao da colheita do jato médio. A urina que sai do jato médio não é descaiiada, mas guardada num recipiente estéril. Colhe-se a parte média do jato em outro recipiente estéril. Em segui- da, massageia-se a próstata para que suas secreções passem para a urina sejam eliminadas num terceiro frasco. Faz-se cultura de todas as amostras e a segun- da e terceira são submetidas ao exame do sedimen to. Usado para detecção de infecções de próstata. 16 1. ANATOMIA RENAL O rim é o órgão mais importante do sistema urinário, pois é responsável pelos processos relacionados à forma- ção da uri na. Trata-se de um órgão pareado, sendo que cadfl rim localiza-se lateralmente à coluna ve1iebral, na parede abdominal posterior, externamente à cavidade peritoneal, no nível entre a 12ª vértebra torácica e a 3ª vértebra 10111· bar. As dimensões aproximadas de cada rim são: 12 cm cio comprimento, 6 cm de largura e 3 cm de espessu ra, com uma massa de 150 g. Sua estrutura externa é conslit11fda por dois pólos, superior e inferior, duas faces, anterior o poHI(; rior, e duas margens, uma lateral convexa e outra 111ud i11l côncava. O hilo renal é uma região da margem mcclinJ onde estão localizadas três estruturas principai s: a artéria, a veia e a pelve renais, além de nervos e de vasos linfáticos. A estrutura interna do rim é formada principalm ente pelo parênquima renal e por um sistema de duetos que co11 vergem para a pelve renal. O parênquima renal, que reprc- ··. seta_ s porçõe$ do_ .órgão naS' quais ocorrem os processos fisiológicos envolvidos cm- prbdução da urina, é formado pelo córtex e pela medula renais. O có1iex renal é a camada mais externa do órgão, quando visto em secção longitudinal, a qual é facilmente identificada por sua coloração mais clara. Já a medula renal 17 e f ormada por u m conj u mo de pi ràm1des, de coloravào mai s escurecida, si t uadas ma is i n tern amente. Os espaços entre as pi râmides têm um aspecto semelhante ao córtex e são cha mad os de colu nas renais. As bases das pi râm ides são vol tadas para o córtex. A extren idade de cada pi râmide rc- 11nl, mais afastada do córtex, a qual chamada·de p.ap la renal , está vol tada para o sistemá de.cÍucts macrosc-ópicos do rim. Os duetos que estão ligados diretamente às papilas renais são chamados de cálices menores. Essas pequenas estru turas agrupam-se para formar os cálices maiores, os qua i s convergem formando a pelve renal (Figura 1). Pirâmide (medula) renal Artéria renal 1 Córtex renal res Figura 1. Representação esquemática de um rim em corte longiludinal 1.1 Anatomia microscópica do rim A o longo do parênqui ma renal estão local i i'ados os néfrons, as u n idades funcionajs microscópicas do ri m . Os néfrons são formados pelo corpúscu lo renal e por um sis- tema de tú bulos. O corpúsculo rena l é constituído pela cápsu la rena l , também conhecida como cápsula de Bowman , e pelo glo- mérulo, o conjunto de capilares onde ocorre a fi l tração do sangue para a formação da urina. O sistema tubu lar é for macio pelos seguintes túbulos: contorcido proxi mal , a lça de Henle e contorcido distal. Vários túbu los con torcidos d istais te1minam em um dueto coletor, o qua l drena seu conteúdo a partir da papila renal em direção aos cálices maiores. A presença dos duetos coletores confere um as- pecto radiado às pi râmides renais . Quanto à localização dos componentes do néfron, os corpúsculos renais situam-se exclusivamente no córtex, enquanto o sistema tubular dis- tribui-se entre córtex e medula. Os túbulos contorcidos pro- ximal e distal localizam-se no córtex, enquanto as alças de Henle situam-se no córtex e nas pirâmides renais. Os néfrons podem ser classificados em corticais e j ustamedular es. Nos néfrons corticais, os corpúscu los localizam-se nas porções mais externas do córtex renal e são caracterizados por alças de Henle mais curtas, as quais projetam-se até as regiões mais superficiais das pirâmides , a zona medul ar externa. Já os néfrons just amedulares apresentam seus cor- púsculos mais próxi mos da medula, e suas alças de Henle são longas, estendend o-se às porções mais profunda s das pirâmides, ou sej a, até a zona medular interna (Fi gu ra 2). 18 19 rigurn 2. Representação esquemática dos néfrons, as estruturas funcionais dos rins. O néfrons podem ser corticais (à esquerda) ou justamedulares (à direita). TCP-Túbulo Contorcido Proximal; TCD-Túbulo Contorcido Distal. 1.2 Vascularização e fluxo sanguíneo renal A vascularização arterial dos rins é fornecida pela artéria renal. Esse vaso é um ramo direto da aorta, o que é refletido pela alta pressão do fluxo sanguíneo renal. Assi m que passa pelo hilo, a arté ·ia renal divide-se em vasos de diâmetro cada vez menor. As artérias formadas a partir da artéria renal são as segmentares, as interlobares, as arquea- das e as interlobulares. Cápsula de Bowman Glomérulo Figura 3. Esquema de um corpúsculo renal As artérias interlobulares ramificam-se para !'orn1111· as arteríolas aferentes, as quais localizam-se jun tamcn lc aos corpúsculos renais. O glomérulo corresponde a u m con- jun to de capilares formados a partir da arteríola aferen t e. Assim, o sangue que chega à arteríola aferente passa pelo glo.mérulo. Dei.dp.a. .característi cas especiais dos capi la - res glorrieru lates..e de suaalta pressão hidrostática, o sangue é filtrado nessa região e, em seguida, flui para a arteríolél eferente, deixando o corpúsculo renal. O fluxo sanguíneo renal representa aproximadamente 25% do débito cardíaco, ou seja, apesar de seu tamanho pequeno, o rim recebe um 20 21 .. . !':'r' ,.."'·--·-· - • - - t *'t""9 "* lfR-YW Y"* f i'W!A ... ,..., -- .. j U \# C .1 :P4Sz+ + - .... i ntenso fluxo sangu íneo, o qu e favorece o processo de ri!- tração glomerular (Figura 3) . 1.3 Anatomia dos ureteres, da bexiga e da uretra . . Com exceção dos ri'rís, ·as demai-s estrnturas que ·com . põem o sistema uri nário apresentam apenas funções de transportee armazenamen to da urina. Os ureteres são duetos musculares que se originam a partir da pelve renal. A musculatura de suas paredes auxilia na condução da urina formada no rim em direção à bexiga. Seu comprimento é de aproximadamente 30 cm. O diâmetro dos ureteres é bastante variável, medindo entre 5 a 10 mm. A natomicamente, podem ser divididos em porções abdo- minal e pélvica, sendo a abertura superior da pelve o limite entre as duas porções. Cada ureter entra obliquamente na região póstero-lateral da bexiga. A bexiga é o órgão responsável pelo armazenamento da urina. Está localizada na cavidade pélvica, posterior- mente à sínfise púbica e anteriormente ao reto nos homens, e ao útero e à vagina nas mulheres. Seu tamanho e formato variam de acordo com a quantidade de líquido armazenado. Quando a bexiga está distendida apresenta formato esfé- rico, porém quando vazia assemelha-se a uma pirâmide com a base voltada para cima. Externamente podem ser iden- tificadas as seguintes regiões: fundo, corpo, ápice e base. O fundo é a região mais posterior onde os ureteres conec- tam-se com a bexiga. Grande parte de sua parede é formada pelo músculo detrusor, o músculo liso da bexiga . Interna- mente existe uma região chamada trígono da bexiga, uma 22 úrea l isa que compreende o espaço entre os dni!\ úst ins dos u reteres (su periorm ente) e o óstio i n terno da u rct rn ( i11Ji.:- ri01rnente). O trígono é semelhante a um fun i l q ue d i n.:- ciona a u ri na para a u retra. A u retra transporta a urina da bexiga ao meio ex ter- no. Estende-se desde seu óstio interno, local izado na pa- rede da bexiga, até o óstio externo da uretra. As mulheres apresentam a uretra mai s curta, com cerca de 4 cm de compri mento. Nos homens pode atingir 20 cm de com- primento devido a seu trajeto pelo interior da próstata e pelo pênis. 23 2. FISIOLOGIA R ENAL 2.1 Aspectos gerais i n terior do nUron a pa i t ' r de ca pi l <th'" 1 1 1 r t uh il a res. Os ú l ti mos dois processos ocorrem ao longo dos tú bulos do néfron. Assim, a quantidade de l íquido excretado é obtida a partir do volume filtrado, mai s o volume secretado, me- nos o volume reabsorvido , conforme i l ustrado abaixo. Os rins são órgãos indispensáveis para a homeostase corporal. Geralmente, a importância da formação da urina é atribuída à excreção de produtos tóxicos ao organismo, porém o papel fisiológico dos ri ns é muito mais abrangente. Através de seus processos, os rins controlam o volume a o osmolaridade dos líquidos corporais, determinam o equi- líbrio eletrolítico e ácido-base e, ainda, participam da regu- lação da pressão arterial. A função renal depende do resultado dos processos de filtração, reabsorção e secreção. A filtração, que ocorre no corpúsculo renal, coJTesponde à passagem de líquido conti- do nos capilares glomerulares para o interior da cápsula de Bowman. Esse líquido deve ser livre de proteínas e de célu- las sanguíneas, componentes que não podem ser filtrados devido à restrição de permeabilidade da baITeira de filtra- ção. Assim, a presença de proteínas na urina (proteinúria) ou de hemáceas (hematúria) é sinal de disfunção renal. A reabsorção é o processo de retomo de parte do conteúdo filtrado para a circulação sánguínea, enquanto que a secre- ção ocorre no sentido oposto, ou seja , elementos que não foram filtrados no glomérulo podem ser direcionados para o Diferentes substâncias apresentam taxas variáveis de filtração, reabsorção e secreção. A creatinina plasmá- tica, por exemplo, é totalmente filtrada, não é reabsorvida e é pouco secretada. Portanto, sua taxa de excreção, ou de depuração plasmática, depende basicamente da filtração. Outras substâncias, como os eletrólitos, também são totíl l· mente filtrados, porém são reabsorvidos, por isso, 11 1-1 u 11 depuração plasmática depende da q uan tidade ril 1 1·11 d 11 menos a reabsorvida. Substâncias que são livrc1no1Hu li! tradas, mas completamente reabsorvidas, podem ser ux u 111 plificadas por moléculas orgânicas como os am inoácidoH e a glicose. Já as substâncias como toxinas, além de serem filtradas, também são secretadas e não são reabsorvid as, o que facilita a sua eliminação. Os processos de filtração e de reabsorção são bas- ... tan e-intensos.- Api;pxim adam:el)te 20% do plasma sanguí- neo é fiftrado ·no·glomé1ulo, Ó que ocasiona uma grande quantidade de líquido filtrado, cerca de 180 litros por dia, o que representa mais de 30 vezes a quantidade de líquido no organismo. Contudo, 99% desse valor é reabsorvid o, o que impede a ocorrência de uma perda acentuada de líqui- 24 25 Excreção = Filtração -Reabsorção + Secreção ç _ --.. _ +::+Me? •• , a u o 'J!I do. No final. são excretados cerca de l a 2 l itros de ur i na por dia. Essas ta xas elevadas de fi l tração e de reabsorção assegu ram q ue os mctabóli tos e toxi nas possam ser excre- tad os, e por outro lado garantem que o organismo mante- nha níveis adequados de moléculas importan tes, tais como ami noácidos, íons e outraS- su bstâncias. · 2.2 Filtração glomerular O processo de filtração glomerular depende da per- meabilidade da barreira de filtração e também da pressão efetiva de ultrafiltração. Essa pressão é determinada: 1) pela pressão hidrostática nos capilares glomerulares, que é refle- tida pela pressão arterial; 2) pela pressão hidrostática no interior da cápsula de Bowman, devido ao líquido contido nesse espaço; e 3) pela pressão coloidosmótica do plasma sanguíneo, exercida principalmente pelas proteínas, as quais não são filtradas em função do seu tamanho. A pressão coloidosmótica das proteínas plasmáticas favorece o retor- no do líquido filtrado para os capilares glomerulares, ou seja, é uma força contrária à filtração. A pressão hidrostática no interior da cápsula de Bowman fornece uma resistência à entrada de líquido nesse compartimento , por isso também é uma força oposta à filtração. Por outro lado, a pressão hidrostática nos capi lares glomeru lares, que representa a força que favorece a fi ltração, é superior às demais pres- sões. Assim, o somatório dessas pressões resulta na pres- são efetiva de ultrafiltração, a qual favorece a passagem do líquido do interior dos capilares glomernlares para o inte- rior do corpúsculo renal. 26 .. .fifi ... - .,. A barrei ra de filtração é formada pelo endotél io e pela membrana basal dos capi lares glomeru la rcs e n i ncl n pel a camada de célul as epi te l i ais dos podóci tos. Os podc'lci los são cél u las que envolvem os capi lares glom erulares n t rn vés de projeções cha madas "pés". As lacunas en tre os pés dos podóci tos formam as fendas de filtração, que consti tuem os espaços pelos quais o filtrado desloca-se para fora dos capilares. A barreira de filtração restri nge a passagem de moléculas grandes, como as proteína s e as células san guí - neas. Além disso, como a membrana basal da barrei ra de filtração é formada por proteínas aniônicas, as moléculas com cargas elétricas negativas são repelidas, dificultando sua filtração. Assim, a permeabilidade de uma determi- nada molécu la depende de seu peso molecular e de sua carga elétrica. A taxa de filtração glomerular (TFG) pode ser in- fluenciada por qualquer fator que modifique o fluxo san- guíneo renal. A angiotensina II, por exemplo, é um impor- tan te vasoconstritor. Sua ação nos rins ocorre principal- mente na arteríola eferente, o que causa um aumento na pressão hidrostática glomerular e consequentemente ele- vação na TFG. Porém, a angiotensina II tem sua secreção aumentada em situaçõesque reduzem a TFG, como du- rante a queda acentuada da pressão arterial. Assim, a ele- vação da TFG causada pela angiotensina II tem o objetivo de mantê-la estável. Entretanto, existem mecanismos de autorregulação que impedem grandes variações da TFG apesar das mu- danças na pressão arterial. Isso previne que as alterações '?7 1 'I ill'L'llllllldas da pressão arterial n;sultcm L'tn mudanças signi - como o 1..: lurdo (CI ), b i-.:ar bonato (l ll'0 ) e potúss io ( K ' ) l·lcati vas no volume de excreção urinária. 2.3 Reabsorção tubular Os processos relacionados à reabsorção tubular renal são caracterizados por uma maior seletividade quando com- parados à filtração glomerular. Primeiramente, para que uma molécula seja reabsorvida, esta deve possuir transportado- res ao longo da parede tubular. Dessa forma, a reabsorção depende de mecanismos de transporte, tais como difusão simples e facilitada, transporte ativo e cotransporte. A distribuição dos transportadores é variável entre as regiões do néfron. O túbulo contorcido proximal (TCP) é a região do néfron onde a reabsorção é mais intensa, chegan- do a atingir cerca de 65% do volume total reabsorvido. As células do TCP possuem numerosas mitocôndrias, o que as torna capazes de realizar transporte ativo em altas taxas. A membrana apical (ou luminal) dessas células apresenta uma borda em escova, o que amplifica sua área de superfície e, assim, favorecendo a atividade e um maior número de trans- portadores. Portanto, as características morfológicas do TCP favorecem os sistemas de transp01te. No TCP ocorre reabsorção de glicose e aminoácidos por cotransporte com o íon sódio (Na+). Juntamente com a reabsorção do Na+, oc01Te reabsorção de água por osmose. Isso faz com que a osmoÍaridade do líquido tubular não modifique muito ao longo do TCP, pois a água é reabsor- vida concomitantemente com os solutos. Além do Na+, íons 28 também são i ntensam en te reabsorvid os no TCP. /\ u reia é reabsorvida por transporte passivo nas porções finais do TCP. A alça de Henle é dj vidida em ramos descendente fino e ascendente fino e espesso. Essas regiões apresentam di- ferenças de permeabi lidade à água e aos solutos. No ramo descendente da alça de Henle ocorre reabsorção de grande quantidade de água, tomando hiperosmótíco o líquido que chega ao ramo ascenden e fino, ou seja, com uma grande densidade de soluto. Entretanto, o ramo ascendente tem ba i- xa permeabilidade à água, ocorrendo apenas reabsorção de soluto no segmento espesso, principa lmente Na+, CJ- e K'. Assim, o líquido que chega ao túbulo contorcido distal (TCD) é hiposmótico, devido à baixa densidade de solu tos. Nas porções iniciais do TCD, a reabsorçílo é Honw lhante à que ocorre no ramo ascendente espesso da a lçn d Henle. Porém, na porção final do TCD e no dueto colol m 11 característica mais marcante é a presença de rcccpt.rn'CH para o h01mônio antidiurético (ADH, do inglês anüdhweli<' hormone), o qual aumenta a densidade de aquapori nas, oH canais transportadores de água. Dessa forma, nessas rcgiõcH ocorre o ajuste final na quantidade de água que deverá ser ··.ex_r.etçla1 ou seja., s.e. .a. urina f,onn. ada será mais concentrada ou diluída. · Embora seja possível a reabsorção total de algumas moléculas, impedindo sua excreção, a taxa de transporte obedece ao limiar renal. O limiar renal representa a concen- tração plasmática de uma determinada molécula na qual os 29 .. 'ft 'W"'W"'- tra nsportadore tornam-st: saturados, ou seja, ati ngem sua taxa múxirna ele transporte. O limiar renal da gli cose é ele 160 a 1 80 mg/dL; quando a concen tração plasmática u ltra- passa esses va lores, ocorre excreção de gl i cose, ou seja, gl icosú ria. 3. TESTES DE FUNÇÃO RENAL 2.4 Secreção tubular A secreção certamente ocorre em uma intensidade menor do que a filtração e a reabsorção , porém diversas moléc..:u las podem ser secretadas ao longo do néfron. Resu- midam ente, no TCP ocorre secreção de produtos finais do metabol ismo, fármacos e toxinas. Esse processo auxilia na r pida remoção dessas substâncias do organismo. Um exem- plo de medicamento que é rapidamente excretado pelo rim é H penicilina, j á que a mesma é filtrada e secretada. No TCD ocorre intensa secreção de íons hidrogênio, o que contribui de forma significativa para o equilíbrio áci do-base. Quando há um desvio do pH normal do Hquido cxtrace lular (em torno de 7,4), existem dois sistemas impor- ta ntes para a correção destes distúrbios, são eles os siste- mas respiratório e renal. O rim atua mod ificando as taxas de reabsorção e secreção de íons hidrogênio e bicarbonato. Nas situações de acidose, a secreção de íons hidrogênio pelos rins jun tamente com a reabsorção de íons bicarbona- to, os quais atuam como importantes tampões fisiológicos, são necessárias para aumentar o pH, reduzindo assim a aci- dose. Já na alcalose ocorre o oposto, urna menor reabsorção de íon bicarbonato e menor secreção de íons hidrogênio. Assim, o rim é fundamen tal para o equilíbrio ácido-base. 3.1 Depuração renal A TFG pode ser determinada por meio de testes de depuração renal (clearance renal). A depuração representa a capacidade do rim em depurar uma determinada substân- cia do organismo. É uma medida indireta da capacidade de filtração glomerular, pois podem ser avaliadas apenas subs- tâncias que são totalmente filtradas, mas não são reabsor- vidas ou secretadas. A inulina é o po1ímero da glicose que apresenta tais características, podendo ser empregada nos testes de depuração. Porém, esse composto deve ser admi- nistrado para a realização do teste, já que não está presente no organismo. Por outro lado, a creatinina, que também é livremente filtrada e não é reabsorvida, é constantemente fonnada como produto final do metabolismo muscular. De- vido à simplicidade do teste envolvendo a creatinina, sua concentração na urina é amplamente utilizada como parâ- metro para a avaliação da capacidade de filtração glome- rular. Contudo, a creatinina pode ser secretada no néfron à medida que seus níveis plasmáticos aumentam. Então, para que a cretinina possa ser usada como parâmetro de depura- ção renal , deve-se observar se o paciente apresenta algum distúrbio relacionado ao metaboli smo muscular, ou, a inda, 30 31 "l' 1 10 dia d<t col h-:i la consumiu grande quantidade de carne. O d1lculo da depuração renal, ou da TFQ é realizado utili- zando-se a seguinte fórmula: mni:_... sensí vel que a crcJl i n i n,1 1 ·1 <· dcl.L'1.." ld.. d1 r·u n ção re- nal. Dessa forma, a cistati na C tam bém deve ser consi de- rada na avaliação da função renaL Onde: TFG = U . V X p X Ux = concentração da substância na urina (mg/mL) V = fluxo urinário (mL/min) Px = concentração plasmática da substância (mg/mL) O valor considerado normal para a TFG é de 120 mL/ 3.2 Determinação do fluxo sanguíneo renal e capacidade de secreção tubular O ácido paraminohipúrico (PAH) é um composto exógeno, não tóxico, que é depurado do plasma quase completamente. Isso é possível devido à presença de trans- portadores para esse composto nos túbulos renais, possi- bilitando sua secreção, pois como apenas 20% do fluxo plasmático renal é filtrado, para que uma substância seja min. A análise da depuração renal é empregada na avalia- ção de nefropatias , mas não possibilita a detecção da doen- ça. Dessa forma, é utilizada para o acompanhamento de doenças previamente detectadas. Entretanto, como referido, os níveis de creatinina plasmática podem variar dependendo da atividade muscu- lar do indivíduo. Alémdisso, a idade e o gênero também interferem nos níveis de creatinina. Assim, apesar de sua ampla utilização corno indicativo de fun9ão renal, outras moléculas podem ser avaliadas com o objetivo de analisar a capacidade de filtração renal. Um composto endógeno que tem sido empregado com esse intuito é a cistatina C. Essa molécula é formada por todas as células nucleadas , com uma taxa de produção constante, independente da massa muscular e idade. Á. cistatina C é totalmente filtra- da, não é reabsorvida e é secretada em pequenas quanti- dades, e alguns estudos demonstram que sua avaliação é 32 totalmen te depurada, esta precisa ser secretada. Quando o PAH é infundido experimentalmente na artéria renal, ob- serva-se que apenas uma passagem pelo rim é capaz de removê-lo quase totalmente da circulação, restando quan- tidade insignificante de PAH na veia renal. A quantidade de PAH excretado corresponde a cerca de 90% do seu con - teúdo no sangue, os 10% restantes correspondem ao que não passa pelos túbulos renais. Dessa forma, a quantidade de PAH na urina pode ser um indicativo do fluxo sanguí- neo renal. Se menos de 90% do PAH que foi administrado não for depurado, significa que existe alguma disfunção .. da secreção renal. O cálculo ..do fluxo plasmático renal é . ddmristrdo á eqÚ.açã abáiô: 33 Fluxo plasmático renal = Depuração de PAH Taxa de extração de PAH • s a_u_,_1 _1 1 ;u_ c ww a -.... ... ._ ,_,..,...,..,...,... "' • ..._ - -- &CS JLlf&._ JUlK&lll = d #1f= = ,.,, .- /\ depu ração de qua l qu er su bstân cia pel os ri n s é obtida através do cálcu lo d iscu tido na seção anterior deste capítulo. No caso do PAH, se sua concentração plasmá- t ica for 0,01 mg/m L, com uma concen tração uri ná ri a de 5,85 mg/mL e fluxo uri nári o d 1 mL/min , a depu ração do PAH será de 585 mL/min ; A taxa de extração de PA.tf é de 0,9, já que 90% do composto passá pefo púênquüna re.: na!. Dividi ndo a depuração pela taxa de extração de PAH é obtido o valor do fluxo plasmático renal de 650 mL/min. Como o volume de plasma representa aproximadamente 55% do volume sanguíneo total, o fluxo sanguíneo renal deve ser em tomo de 1200 mL/min. 3.3 Teste de osmolaridade A capacidade de reabsorção tubular pode ser esti- mada a partir de testes como o de osmolaridade urinária. A osmolaridade, que é medida em miliOsmol (mOsm), corresponde ao número de partículas de solutos em um solvente. O líquido extracelular é composto basicamente por água eletrólitos, sendo o NaCl o principal soluto pre- sente nesse líquido. A osmolaridade urinária deve estar de acordo com as necessidades do organismo e depende di- retamente do estado de hidratação do indivíduo. Por exem- plo, em um indivíduo desidratado, ocorre um aumento da osmolaridade plasmática e consequentemente a reabsor- ção de água pelos rins deverá ser maior, aumentando a osmo- laridade urinária desse ind ivíduo, ou seja, a urina nesse caso é mais concentrada. Assim, a relação entre a osmolaridade urinária e a plasmática é um índice importante na determi- nação da função de reabsorção hídrica renal. 34 Di versos fa torL:s i n terferem na osmolar idadc u n - n iiri a e pl asmática. A a ldostcron a é um h ormôn i o que con - trola a reabsorção e secreção de eletról itos, pois est im u la u reabsorção de Na; e a secreção de K '. Com uma mai or reabsorção de Na+ ocorre um aumento na reabsorçfío de água por osmose. Embora a aldosterona exerça um efeito importan te na regulação da osmolaridade urinária e plasm át i ca, o prin cipa l hormônio relacionado a essa função é o hormô- nio antidiurético (ADH). O ADH atua no néfron distal au- mentando a reabsorção de água. Sua secreção é regulada principalmente pela osmolaridade dos líquidos corpora i s, ou seja, quando ocorre uma elevação da osmolaridade do líquido extracelu lar, que normal men te é de aproximada- mente 280müsm, a secreção de ADH é aumentada. Situa- ções nas quais ocorre redução da secreção de ADH ou ausência da resposta renal ao hormônio causam poli úri a, que é um aumento acentuado do volume urinário. A diabe- tes insipidus é uma cond ição clínica com essas caracterís- ticas, e os pacientes portadores dessa doença podem apre- sentar um volume urinário de até 20 litros por dia. Os testes que avaliam a osmolaridade urinária podem empregar fitas reativas, em que a densidade urinár ia pode variar de 1,005 a 1,030. Esses valores são referen tes à gra- vidade específica da urina, que corresponde à razão entre o peso de um determinado volume de urina e o peso do mes- mo volume de água. A densidade u rinária também pode ser determinada por urodensímetro s. Esses dispositivos consistem em um tubo de vidro que flutua no interior de u m líqu ido. Para sua utilização a urina deve ser colocada em uma proveta e o 35 t 111 1 11k11·.i 111L'l 1 o co1L1c 1du sob1\.: o 1 íquido. O valor dL' dens1- d:tdc é estabel ecido observand o a marcação na escala do urodensím etro, que depende do seu nível de submersão. Esse nível varia de acordo com a densidade urinária , sen- do que quanto maior sua densidade, menor será a flutua- ção do urodensímetro. Um aspecto negati vo de sua utiliza- ção é a necessidade de um grande volume de urina, cerca de 15 a 20mL. Um terceiro método de mensurar a densidade urinária é por meio de refratômeros. Esses instrumentos determinam o índice de refração, que está relacionado ao desvio da luz na amostra, sendo que quanto maior o número de partículas, maior será a densidade e consequentemente a refração da luz. O emprego de refratômeros para medir a densidade urinária apresenta vantagens, tais como a necessidade de pequeno volume (apenas uma gota de urina). Esse método tam bém é considerado mais fidedigno em comparação aos urodensímetros e às fitas reativas. 36 4. DOENÇAS RENAIS 4.1 Glomerulonefrite A glomerulonefrite é a inflamação dos glomérulos, a qual provoca lesão da membrana de filtração. Pode ser agu- ' da ou crônica. Sua forma aguda pode decorrer de processos j infecciosos de outras partes do corpo, como, por exemplo, 1 das vias aéreas. O glomérulo pode ser afetado por essas ;l condições, pois os microorganismos causadores da i n fec- ção podem chegar ao rim via circulação sanguínea lçvundo à formação de complexos antígeno-anticorpo que se d<:pn sitam nos glomérulos renais, danificando-os. Além (JilHIP, substâncias nefrotóxica s também podem indu 7,i r gl om1:n1 ' Ionefrite. Com um tratamento adequado ocorre a rcvcrHfl<l da inflamação, não restando sequelas. Porém, enquanto u inflamação persistir ocorrerá a filtração de compon L:nluH sanguíneos que normalmente não são filtrados, como pro· teínas e células sanguíneas, que passam a ser encontrndoH ··. na.urina (proteinúria-.e_ hema,tli·ia, respectivamente). A -glomérÚ.lonefrite crôn ica pode decorrer da evo- lução da forma agÚda, mas também pode ser secundárit1 n outras doenças, como, por exemplo, o lúpus eritematoso. Existem várias classificações para a forma crônica da doen- ça, mas dependendo do tipo de glomerulonefrite, pode ser 37 diminuiçã'o de ureia, creatinina e ácido úrico na urina - "' ""1!"'!!' "' _,.._ _ P . 4 e 'ª' - L d . SEl' \ã il4.$SXL# >t.1'9'·-...,i.- - .... ! 1 éV iclcnciado o espessamento da membrana de fi ltração e acú- m u lo de tecido fibroso no glomérulo. A Tf'G fica notavel- mente prejudicada nessa condição, ocorrendo a proteinúria e a h ematúria. A redução da fil tração, e consequentemen te do vo lume urinári o, causa repercussões sistêmicas, com o edema, hipertensão arteriàl e an.emia.. A .glome.f u lone_fr_ite o fl uxo uri mírio dos ri ns à bexiga é normal, isso ajuda n im pedir a entrada de m i crorganismos a parti r da bex iga. Porém, a origem do patógeno causador da infecção pode Sél' de outros locais do corpo através da circu lação san gu f n eu , é não apenas do trato urinário i nferior. Os achados comuns no exame de urina são a presença • ... - . crônica pode evoluir para uína insuficiência renal. incapacidade de leucócitos (leucocitúria), bactérias (bacteriúria) e even- tual mente hematúria e proteinúria. 1Glomeru lonefrite - de filtração de _ ureia, creatinina e ácido úrico -- Pielonefrite J -1 aguda 1 - 1 Pielonefrite 1-[Cfôfil a 1 - - refluxo obstrução por tumores cálculo 4.2 Pielonefrite 4.3 Síndrome nefrótica .1111 É uma infecção bacteriana que acomete os rins . Fre- quentemente é causada pela presença da bactéria Escheri- chia coli presente no intestino grosso, que, eventualmente, pode migrar para o aparelho urogenital, podendo provocar uma infecção urinária. Para que a infecção atinja os rins, alguma outra disfunção deve coexistir, como, por exemplo, uma falha no mecanismo valvular na região de entrada dos ureteres na bexiga, o que em situações nonnais impede o refluxo de urina. Além disso, a existência de cálculos renais também pode pred ispor ao surgimento de pielonefrite, por obstruir o fluxo urinário em direção à bexiga , e dessa forma facilitar a entrada de bactérias nos ureteres , já que quando :rn A síndrome nefrótica é causada por qualquer condi- ção que danifique os glomérulos renais. Geralmente é se- cundária a outra doença renal, como as glomernloncfrites. Sua principal característica é o aumento da permeabilidade da barreira de filtração, ocasionando proteinúria. Outro acha- do no exame de urina é o aumento dos níveis de lipídeos. Os pacientes que desenvolvem síndrome nefrótica apresentam anasarca, que corresponde ao edema grave generalizado. O edema é causado pela queda da pressão coloidosmótica plasmática , em função da perda de proteínas. Quando o tra- tamento não é bem-sucedido, os pacientes com síndrome nefrótica pod em evoluir para uma insuficiência renal. 39 aumento de ácido 1 úrico, ureia e creatinina no sangue hematúria I leucócitos bacteriúria infecção bacteriana obstrução diabetes mellitus Insuficiência renal i eletr 1-1 ' Sindrome nefrótica d1•l'li','.d glomerulares primárias ou doença I si stêmicas (les, d iabete etc) · -·-----' intensa proteinliria t\s ausas de insu llciên i.:1a r nal crón ica sJu diversas, mas as principais são h ipertensão arterial, diabetes mellitus e glomerulonefrite. Os sinais e sintomas começam a apare- cer apenas quando o número de néfrons acometidos atinge mais da metade do número total. Isso se deve ao fato de que os ri ns são capazes de adaptações bastante significativas em seus mecanismos de filtração e reabsorção, fazendo com que fósforo normal 4.4 Insuficiência renal diminuído cálcio sérico cálcio urinário normal a concentração de solutos seja mantida estável apesar do número reduzido de néfrons funcionantes. Entretanto, quando a função renal cai abaixo de 20 a 30% do normal, alterações como uremia, acidose e edema são observadas. A anemia também é frequente nos pacientes com insuficiência renal É uma condição grave que está associada com a perda da função renal. Pode ser aguda ou crônica. Na insuficiên- cia renal aguda, os rins param abruptamente de funcionar, mas podem ter sua função restabelecida algum tempo de- crônica. Nesses casos, torna- se necessário o tran splante renal ou a hemodiálise. pois. Na insuficiência renal crônica, os rins vão perdendo gradativamente sua função, mas, diferente da condição agu- da, nesse caso a falência renal é irreversível. A insuficiência renal aguda pode resultar de causas pré-renais (redução do fluxo sanguíneo renal devido a distúr- bios do sistema cardiovascular), intrarrenais (lesão no pró- prio rim) ou pós-renais (obstrnção do fluxo urinário por aco- metimento das vias uriná1ias desde os cálices renais até abexi- bloqueio acúmulo 1aguda da excreção - de água e de água e eletrólitos ólitos no organismo l distribui- maior _, retenção ,_ de água que sódio incapacidade do rim em + perda significativa ga). A perda da função renal determina a diminuição do fluxo urinário (oligúria), podendo, em casos mais graves, chegar à ausência total do fluxo (anúria). Como consequência, ocon-e retenção de água, eletrólitos e metabólitos, causando edema, hipertensão e acidose metabÇ>lica. Uma das principai s causas de óbito por insuficiência renal aguda éa hipercalemia (aumen- ção dos gl ome- Túlares· 1 lesão nos ,... _, filtração regular prejud i- a excreção ..- reada de eletrólitos · :·e água na rebasorção _ , ele _ , de Na+, K+, Cl+ sangue t Na l-, K+, - urina to do potássio sérico), que pode atingir valores superiores a tubulos incapacidade de água e aumento CI eletrólitos + K 1 , pi1, vol um L: 8mEq/L, o que representa o dobro do valor de normalidade. rena is eletrólitos na urina 40 41 aumento ela penneabilidacle rena l icPl'S aos capil ares glomernlarcs i sódio: - volume diminuído - pH norm al ou alcalino - cloreto aumentado - potássio aumentado l .r 1f"l!"-W' "':,.. QW@+ ii '.. -·-= •& '.» '* es - • rw f as ' 5. EXAME FÍSICO A anál ise da urina para o diagnóstico de doenças tem sido usada por muitos séculos, sendo um dos procedimen tos laboratoriais mais antigos utilizados na prática médica. An- tigamente os médicos faziam muitos de seus diagnósticos com base na coloração e aparência da urina. Hoje em dia a uroanálise fornece informações importantes, de forma rá- pida e econômica, seja para o diagnóstico e monitoramento de doenças renais e do trato urinário, seja para a detecção de doenças sistêmicas e metabólicas não diretamente relacio- nadas com o rim. O exame fisico de urina fornece informações preli- minares no que diz respeito a distúrbios, como hem01Tagia glomerular, hepatopatias , erros inatos do metabolismo e infecções do trato urinário. As características gerais avaliados são: cor, volume, aspecto, odor e densidade. dade da cor da uri na cstú relacionada com a L:oncc11t r;111· n d<i amostra. Uma uri na mais clara pode ser obscrvudu l:Olll :1 i ngestão aumentada de líquidos, enquanto a pri va<;fín dl.! li quidos proporciona a excreção de uma uri na mais cscu ru . Assim, a coloração da urina indica, de certa forma , a con· centração uri nária e o grau de hidratação da pessoa . Uma amostra de u rina clara com densidade alta é indicativa de diabetes mellitus ou após a utilização de con trastes rad io- gráficos.Alguns corantes alimentares, doces e medicamen- tos colorem a uri na de cores diversas (vermelha, verde etc.) (Figura 4). ';>" 1 111 5.1 Cor A cor da urina pode variar desde a ausência de cor até o negro . Normalmente , a urina tem cor amarela, resultante da excreção de três pigmentos , urocromo (amarelo), uroeri- trina (vermelho) e urobilina (laranja), que são pigmentos originados no metabolismo n ormal do organismo. A intensi- 42 Figura 4. Exemplos de amostras de urina pela cor 43 ·1on de CL)r: i ncn klr, amareln, amarclu-claro, amare- lo-palha, amarel o-escuro, amarelo-citrina, laranja, âmbar, rosado, vermelho , verde, marrom, preto, azul- esverdeado. 5.2 Volume O volume de urina depende da quantidade de água excretada pelos rins. Esse parâmetro pode ser influenciado por diversos fatores, como: ingestão de líquidos, perda de líquidos por fontes não renais, variações na secreção do h01mônio antidiurético e necessidade de excretar grandes quantidades de glicose e sais. Levando-se em consideração esses fatores, pode-se observar que embora o débito urinário diário médio seja de 1200 a 1500 mL, podem ser considera- dos normais os limites de 600 a 2000 mL em 24 horas. A med ida do volume urinário apresenta interesse quando tomada do volume total emitido nas 24 horas, em função da dosagem, ou na verificação de nictúrias, poliúrias e oligúrias. Mede-se o volume urinário em cálices ou prove- tas graduadas de boa procedência, tomando-se o cuidado de utilizar vidrarias rigorosamente limpas. Oligúria: é a redução do volume urinário diário nor- mal (menor que 500 mL/24 h). Pode ocorrer por moti- vo de: desidratação, perda excessiva de água, vômito, dian-eia, transpiração e queimaduras graves. A oligúria pode levar à anúria, á cessação do fluxo de urina que pode ser resultante de lesão renal grave ou de uma diminuição no fluxo sanguíneo para os rins. 44 Po/ 1úri<1: é o a 11·1icn t t • tk \ P i d!'l<..' w 11 11·i 1l d i úri o (maior que 2000 mL/24 h). Pode ocorrer pm motivo de: diabetes mellitus , uso de diuréticos, uso de cafeí- na e álcool, que são substân cias que d im inuem a secreção do horm ônio antid iu rético. Nictúria : micção excessiva duran te a noi te. 5.3 Aparência Éo termo geral que se refere à transparência da amos- tra de urina. É determinada pelo exame visual da amostra homogeneizada em ambiente bem iluminado. A amostra deverá estar sempre em recipiente transparente para que seja realizada essa análise. Normalmente, a urina tem um aspecto claro e trans- parente logo após a sua emissão. Com o passar do tempo, ela tende a ficar turva pela presença de muco e precipitação de cristais amorfos (fosfatos e uratos). Bactérias, piócitos, hemácias, cilindros e cristais diversos podem ocasionar turbidez na urina. Também fazem o mesmo efeito os lipídeos, soro, muco, linfa e contaminação externa com talco e mate- rial de contraste radiográfico. Algumas dessas substâncias não são patogênicas, mas o fato de a amostra recém-elimi- .. nada estar turva pode ser fator_ de preocupação. . . -Quando ·urini·é- alaliha-;em geral há precipitaçã o de fosfatos alcalinos terrosos normalm ente excretados. A uri- na ácida normal também pode mostrar-se turva devido à precipitação de uratos amorfos, cristais de oxalato de cál- cio ou ácido úrico. 45 ii -1!! d-"'!'* ' ç :s·-.:··-:..,.. c;ç z_ y ....... , .,...* -C-1• g a ---- ;:- ....... ... ·-_.-,,,..... ·-- !\ u rina feminina geralmente é mai s turva que a mas- cul ina devido à presença de célu las epi tel iais escamosas e ele m uco. Os termos para caracteri zar o aspecto da urina são: tran sparente, opaca ou turva. . . Aspecto: transparente, ligefraniente torvo ·semíturvo; · pouco turvo, opaco, turv<? (Figura 5). Figura 5. Representação do aspecto de diversas amostras urinárias 5.4 Odor O cheiro normal da urina é característico (sui generis), ocasionado pela presença de ácidos aromáticos voláteis. Com o envelhecimento, a urina adquire um odor fo1ie de amoníaco pela transformação bacteriana da ureia em amô- nia. Infecções do trato urinário tornam o odor da urina pú- trido. A urina contendo corpos cetônicos tem um odor de acetona ou de frutas. Odores anonnais podem ser encon- trados em situações de anormalidades do metabol ismo de aminoácidos, como na fenilcetonúria e outras. É uma propriedade física de fácil observação, mas que raramente tem significado clínico. LlR O odor da u rina em d iversas situa ções csla denw11 - trado na tabel a 2 e deve ser descri to da segu i n te l'orm;i : característico, sui generi.s, amoniacal , féti do ou pú trid o (Tabela 2). Tabela 2: Odor da urina Normal Sui gener is Amoniacal Má conservação, degradação da uréia por bactérias, formando amônia ·Pútrido Mau cheiro, cheiro de podre por infecção urinária Cheiro de rato Fenilcetonúria, patologia do metabolism o de aminoácidos Cheiro de melado Doença do Xarope do Bordo, patologias do metabolismo de aminoácidos 5.5 Densidade A densidade normal da urina varia de 1,010 a 1,030 e ela indica a concentração de sólidos totais dissolvidos na urina. A densidade urinária varia com o volume urinário e com a quantidade de solutos excretados (principalmente cloreto de sódio e ureia). Desse modo, a densidade é um bom indicador do estado de hidratação/desi dratação do paciente. Exemplos de alterações de densidade: l. Densidade alta pel a presença de glicose: diabetes mellitus. tl7 ' l k11-.,it!.1dc haixu pela L'XCn.::yfío de grandes \ ,1J un .c urinário s: diabetes insipidus. 3. Densidade bai xa pela perda da capacidade de concen- tração urinária: doenças renais. A densidade de uri na depende da concentração os- molar, isto é, do número de partículas dissolvidas, haven- do normalm ente estreita relação entre o peso específico e a osmolaridade resultante da ingestão de alimentos e bebi- das e da reabsorção da água e de substâncias dissolvidas. A densidade urinária é definida em comparação com a densidade do mesmo volume de água destilada e na mesma temperatura. Como a urina é água que contém substâncias químicas em dissolução, a densidade urinária é uma medida da densidade das substâncias químicas dissolvidas na amos- tra. É influenciada pelo número de partículas presentes na uri na e pelo tamanho dessas partículas . A densidade do filtrado plasmático no glomérulo é de 1,010. Urina com densidade de 1,010 recebe o termo de isoestenúrica, abaixo deste valor é hipoestenúrica, e acima é hipertenúrica. As amostras colhidas ao acaso podem apresentar valores de 1,001 a 1,035, dependendo do grau de hidrata- ção do paciente. Uma densidade alta, acima de 1,035, pode ser observada em paciente submetido há pouco tempo à pielografia intravenosa, pois o material de contraste radio- gráfico é excretado pela urina. Dextranos ou outros fluidos intravenosos de alto peso molecular também produzirão urina com uma densidade elevada. Se a urina for previa- mente diluída deve-se multiplicar pelo fator de diluição. 48 f x: u rina d i luída J :2 tet k·i111r.t de 1 _c i_: .... d , dadc real 1 ,050 (Tabela 3). Tabela 3. Exemplos de densidade urinária Densidade Recém-nascido 1,012 Lactente 1,001 - 1,006 Adulto 1,001 - 1,035 A densidade urinária fornece informações importan- tes e pode ser facilmente obtida com o uso do urodensímetro, refratômetro ou tiras reativas. Urodensímetro: constituído por uma boia com peso, ligada a urna régua calibrada em te1mos de densidade urinária (1,000 - 1,040). A boia pesad a desloca um volume de líquido igual ao seu peso e éprojetada para afundar até o nível 1,000 em água destilada. O restan- te da massa, representada pelas substâncias dissolvi- das na urina, faz com que a boia desloque um volume de urina menor que o da água destilada. O nível até o qual o urodensímetro afunda representa a massa da amostra ou Sl:Ja..densidade '(Figura 6). l 49 • /' ,.(! ,/ ,/ )>. ' ;.{ ' ,"r1.·-r/ <' " :11 j.'u . .. : t Figura 7. Representação de refratômetro Figura 6. Representação de urodensímetro A principal desvantagem do uso de urodensímetro é que ele exige grande volume de amostra (15 a 50 mL). O recipiente no qual o urodensímetro flutua deve ser grande pura pennitir a flutuação sem tocar nas laterais e o volume da urina deve ser suficiente para evitar que o urodensímet ro encoste no fundo. A leitura da régua é feita no menisco infe- rior da urina. Há necessidade de correção da leitura em ter- mos de temperatura . Refratômetro: determina a concentração das partícu- las dissolvidas na amostra por índice de refração.Esse índice é a comparação da velocidade da luz no ar com a velocidade da luz na solução (Figura 7). 50 A principal vantagem do refratômetro é o uso de pe- queno volume de amostra (1 ou 2 gotas). Não há necessida- de de correção da temperatura. Põe-se uma gota de urina sobre o prisma, focaliza-se o instrumento em lugar de boa i luminação e faz-se a leitura a partir da escala de densidade. O prism a e sua cobe1iura devem ser limpos a cada análise. A calibração do aparelho é feita com água destilada, cuja leitura deve ser 1,000. Se necessário pode-se utilizar o botão de ajuste para adequar a leitura da água destilada. A calibração é realizada também com NaCI 5%, cuja leitura deve ser 1,022 ± 0,001, ou com sacarose 9%, cuja leitura deve ser 1,034 ± 0,001. Tiras reativas: a medida da densidade uri nária com as tiras reativas baseia-se na associação de um po- lieletrólito (éter metilvinil-anidrido maleico) com um indicador (azul de bromotimol) reagindo com solutos iônicos presentes na amostra de ur ina. O polieletró- lito será ionizado na proporção da quantidade de so- lutos dissolvidos na urina, o que altera a sua constante de dissociação (pKa). Haverá produção de íons h i dro- 51 • l gC:n m. os quais i rão promover umu red ução Jo p i 1 que será detectada pelo indicador. À medida que a den- sidade aumenta, o indicador muda de verde azulado até o amarelo esverdeado. Deve-se liberar o valor numérico lido na fita (Figura 8). amostra q u e esteja ae.111<1 ua lL'I11pe r,1L ura (k cal i b ração . Essa correção deve ser feita quand o a leitu ra for realizada pelo urodensímetro. Ex: Uma amostra refrigerada, com temperatura de 14º C fornece uma densidade de 1,020. Cálculo da densi- dade correta. 1 1 ; ri f 1 ;• j j Correção devido à grande quantidade de proteína s ou de glicose presentes na amostra: quando glicose e proteínas ,/ estiverem presentes na urina, há necessidade de se fazer J também a c01reção da densidade. Isso porque a glicose e as ' proteínas aumentam a densidade da urina por serem subs- tâncias de alto peso molecular e que não têm relação com a de lg/dL de ; .f, 1.. capacidade de concentração renal. A presença proteína elevará a densidade em 0,003 e de um lg/dL de glicose em 0,004, portanto deve-se subtrair. Essa correção deve ser feita quando a leitura for feita pelo urodensímetro 1 ou pelo refratômetro. Figura 8. Representação das tiras reativas Coneção em termos de temperatura: geralmente a temperatura de calibração é de 20° C. Se a amostra estiver fria deve-se subtrair 0,00 l da leitura para cada 3º c da amostra que esteja abaixo da temperatura de calibração. Ao contrário deve-se somar 0,001 da leitura para cada 3º C da 52 '1 J Ex: Numa amostra que contém 1g/dL de proteína e ··. l·g/dl>de_ glicose, _a·lit_ura da de1}sidade é de 1,030. Cálculo da densidade correta: 53 1,030 - 0,003 (proteína) = 1,027 ' 1,027 - 0,004 (glicose) = 1,023 20º C (temperatura de calibração) - 14º C = 6º C (6º C/ 3º C) X 0,001 = 0,002 1,020 -0,002 = 1,018 ] ..,.. ""'"""' "" aµ O 4 QZAt T ...-y-. 6.1 Tiras reagentes 6. EXAME QUÍMICO Os concei tos do exame de urina pouco mudaram ao longo dos anos, mas os testes químicos tomaram-se muito mais fáceis de serem realizados com o advento das tiras impregnadas com reagentes. Novas tecnologias permitiram o desenvolvimento de métodos específicos que apresentam resu ltados rápidos e exatos para a determinação do pH e densidade e a pesquisa de elementos anormais, que fazem parte do protocolo do exame de urina de rotina. Usualmente a análise dos constituintes bioquímicos da urina é feita através de tiras reagentes, objetivando tornar a determinação de elementos da urina mais rápida, mais simples e mais econômica. Atualmente há no mercado ins- trumentos que executam a lei tura das fitas reagen tes, me- lhorando assim o grau de precisão ao eliminar parte do elemento subjetivo inerente à leitura das mudanças de cores pelo olho humano. As tiras reativas de urina constituem um meio simples e rápido de realizar dez ou mais análises bio- químicas clinicamente impo1tantes, como: pH, proteínas, glicose, cetonas, hemoglobina , bili rrubina, urobilinogênio, ni trito, densidade, leucócitos e ácido ascórbico. 54 A li ra reagen te uti lizada para a determinaçã o do p i 1 e densidade e a pesq ui sa de el men tos químicos no exa me de urina de rotina é constituída de pequenos quadrados de papel absorvente impregnados com substâncias qu ímicas e presos em uma tira de plástico. Quando o papel absorven te entra em contato com a urina ocorre uma reação quím ica que produz uma mudança_ cromática. As cores resultantes são interpretadas comparando-se com a tabela cromática fornecida pelo fabricante. Nessa ta- bela aparecem várias tonalidades de cor para cada substân- cia a ser testada. Comparando-se cuidadosamente as cores da tabela com a cor presente na tira, pode-se inferir um va- lor semiquantitativo negativo, +, ++, +++, ++++. Também há uma estimativa em mg/dL para análise de algumas áreas. Técnica (Figura 9): 1. Misturar bem a amostra. 2. Mergulhar a tira completa e rapidamente em uma amostra de urina homogeneizada. 3. Remover o excesso de urina encostando a borda da tira no recipiente à medida que ela vai sendo retirada. 4. Esperar o tempo especificado para que ocorra a rea- ção e comparar a cor da tira com a tabela de cores. 5. Fazer testes confirmatórios quando indicados. 55 '' '. <> . Ltar atcn tu para a prcsenya de substância que pos- sam interferir nos testes. 7. Conhecer os princípios e o significado do teste. · - · ·Q.. ,.. ' •w 8. Estabelecer as relações dos achados bi oquímicos entre si e os resultados dos exames físicos e micros- cópicos. O procedimento é relativamente simples, mas o uso incorreto da técnica pode provocar erros (Tabela 4). J 'Qi:' ll VIL--:;; · ;'!/!li - Figura 9. Sequência de etapas para a leitura da urofita Cuidados com a tira reagente: r=·=·-···· ' Tabela 4. Erros provocados pelo uso incorreto das tiras reagentes Se a tira ficar muito tempo mergulhada na urina poderá haver lava- gem dos reagentes da tira Se ficar urina em excesso na tira após a sua retirada da amostra poderá ocorrer passagem de uma substância química para o qua- driculado adjacente, produzindo distorções nas cores O tempo para que ocorra a reação varia de acordo com o teste e o fabricante, indo de imediato para o pH até 120 segundos para leucócitos Uma boa iluminação é essencial para precisão das interpretaçõe s l . As tiras devem ser annazenadas no recipiente origi- nal, que deve ser mantido bem tampado. 2. As áreas reagentes são estáveis e mantêm o desempe- nho especificado até a data de validade indicada no rótulo quando o frascoé mantido em temperaturas in- feriores a 30 ºC. Não armazenar em refrigerador. 3. Remover do frasco somente a quantidade de tiras ne- cessárias para uso imediato. 4. Exposição das tiras à luz solar direta, vapores químicos e umidade ambiental pode afetar as áreas de reação. de cores 5. Não tocar nas áreas de reação. Amostras refrigeradas devem voltar à temperatura ambiente antes do teste com a fita, pois enzimas dependem de temperatura .?: Usar somente ina recente, em homogeneizada e não centrifugada: 7. Observar o tempo correto de leitura das reações. Para a maioria das tiras a leitura das reações deve ser feita em 60 segundos e entre 60 e 120 segundos para leu- cócitos. Não realizar a leitura após 120 segundos. 56 57 · ··- .,. .:c::cw•s=w+;:rn iQ - l)j -'t™::a '"-.. 8. U sar no período de 6 meses depois de abertas. 9. Não usar as ti ras que tiverem perdido a cor. Fatores interferentes Vários fatores são capazes·de "i"nterferir rios rnétodos · a nalíticos empregados na tira reagente e o conhecimento a :;eu respeito é fundamental para a correta interpretação dos resultados. Dentre estes fatores interferentes, destacam-se agentes de limpeza e desinfetan tes, medicamentos e ácido ascórbico em concentrnções elevadas na urina. Qualquer medicamento novo deve ser considerado, em princípio, como fonte potencial de interferência. Controle de qualidade das tiras reagentes: 1. . Testar os frascos abertos de tiras reativas com contro- les positivos e negativos conhecidos a cada turno de pessoal. 2. Avaliar os resultados dos controles que estejam fora dos padrões fazendo novas provas. 3. Analisar os reagentes usados nos testes comprobatórios com controles positivos e negativos. 4. Fazer controles positivos e negativos com novos rea- gentes e frascos recém-abertos de tiras reati vas. 5. Registrar todos os procedimentos de controle e os nú- meros dos lotes das tiras reativas. 58 6.2 Bilirrubina A bi l i rrubina é detectada através de uma reação de d iazotização com 2,4-diclorobenzeno-diazôn io-tctrafl uor- borato. Essa reação produz na área reativa uma coloração rósea. A cor amarela indica u ma reação negativa. O teste detecta valores superiores à 0,5 mg/dL e as inten sidades de cor que se formam na reação ind icam as seguintes m edidas qualitativas: negativo, +, ++, +++. Traços que produzem cor rosada são suficientes para indicar a presença de bilürubina na urina e sugeri r investi- gação adicional. A maior parte da bilirrubina é derivada da porção heme da hemoglobina oriunda de hemáci as velhas destruídas pelas células do sistema reticuloend otelial do baço, fígado e medula óssea. A bilirrubina não conjugada (ou indi reta) produzida é transportada na corrente san- guínea ligada à album ina, não sendo capaz de atravessar a barreira glomeiular renal. No fígado, a bilin-ubina é captada e conjugada com o ácido glicurônico, tornando-se hidrossolúvel e sendo, en- tão, capaz de atravessar os glomérulos renais e aparecer na urina. Normalmente, a bili nubina conjugada (ou d ireta) é excretada através da bile para o intestino delgado e não está presente na urina. Sua presença na urina é observada quan- do há aumento da concentração de bilirrubina conjugada no sangue (> 1,2 mg/dL) e indica obstrução das vias biliares ou lesão de hepatócitos. Dessa forma, a detecção de bi lirrubina na urina é importante na suspeita de doenças hepáticas e na investigação das causas de icterícia. 59 Signif icado c línico (Tabela 5): Hepatite Cirrose Outras doenças hepáticas Obstrução biliar Tabela 5. Correlação clínica da bilirrubina Tipos de Exemplo Bilirrubina Bilirrubina Bilirrubina Urobilina icterícia Indireta - Direta - urina urina sangue sangue Normal O-l,2mg/dL Negativo Negativo <l,Omg/dL Hemolítica Hemolítica Aumentado Negativo Negativo Aumentado Hepúlica Hepatite Aumentado Aumentado Aumentado Aumentado Cin-ose ou No1mal ou Normal Obstrutiva Obstrução Aumentado Aumentado Aumentado Normal Tumores ou Normal Interferentes: falso negativo em função do tempo transcorrido depois da colheita é o erro mais comum, pois a bilirrubina é instável e rapidamente degradada se ex- posta à luz. A exposição ao ar provoca oxidação e conver- são em biliverdi na, que nãó reage nas provas de oxidação ou diazotização. Ácido ascórbico e nitrito podem reduzir a precisão do teste. Falsos posi tivos: pigmentos urinários. 60 Pm1·us de Oxidu1, .11 1 : a u1in,: qui..: t1p:..::-:n la b i lirru- bi na geralmente tem cor ámbar ou aniardo escu ro e produ -, espu ma amarela quando agitada. São provas baseadas na propriedade do cloreto férrico dissolvido em ácido tricloro- acético de oxidar a bilirru bi na, convertendo-a em biliver- dina, prod uzindo cor verde. 6.3 Urobilinogênio O urobilinogênio é detectado através do Reagente de Erlich (p-dimetilaminoben zaldeído) que reage em meio ácido produzindo cores que vão do bronze ao laranja. A bilirrubina conjugada liberada no intestino delgado com a bile é desconjugada por ação de bactérias da micro- biota intestinal. A bilirrubina livre é, então, reduzida a uro- bilinogênio, estercobilinogênio e mesobilürubinogênio , que são transfo1mados em pigmentos que dão a cor habitual das fezes. Parte do urobilinogênio produzido retorna ao san- gue, através da circulação enterohepática. A maior parte do w-obilinogênio reabsorvido é removido pelo fígado e uma pequena porção é excretada na urina (<1 mg/dL). Quando há produção elevada de bililTubina (anemias hemolítica e megaloblástica), observa-se aumento do urobili nogênio reabsorvido, com consequente aumento da eliminação des- .te na urina. Nas_ disfunçõs ou Jesões hepáticas (hepatites, iú: s-e i ufic;Íênciâ eardíca;éongestiva), o fígado tor- na-se incapaz de removei:o urobilinogênio reabsorvido, tornando sua pesquisa na urina posi tiva. Outras condições em que há aumento do urobilinogênio urinário incluem esta- dos de desidratação e febril. 61 -. m e SSQf lf ...,. . ... .... .. a 4 a ,,. -- -.... ",.lo Significado clínico: Detecção precoce de doenças hepáticas Distúrbios hemolíticos Interferentes: compostos que reagem com seu .prin- cípio ativo. A prova não - é co'nsiderada confiávél .pàrà' detecção de porfobilinogênio. Falso negativo com grandes quantidades de nitrito. ...............-...... -.., O acidu hidrox i but í l ico não e med ido e a acdonu e npcnas l i geiramente sensí vel ao teste. Uma vez que esses compostos são derivados cio úcido acetoacét ico, sua presença pode ser pressu posta, nuo sendo necessário real izar testes específicos. Os resultados são registrados qualitativament e como: negativo, pequeno, moderado ou grande; ou como: nega- tivo, +, ++, +++. Nos casos de cetose aguda pode ser ne- cessário realizar testes em di luições seriadas para conseguir mais informações quanto ao grau de cetose. i/11 1n11 6.4 Cetonas O termo cetona engloba o ácido betahidroxibutírico, o ácido acetoacético e a acetona ,que são produtos do metabo- 1ismo incompleto de lipídeos e sua presença na urina está relacionada com condições metabólicas, nas quais lipídeos, em vez de carboidratos, são usados como fonte de energia, como ocorre no diabetes mellitus não controlado, alcoo- lismo, jejum prolongado (desidratação, vômitos, diarreia e febre) e raras doenças metabólicas hereditárias. A tira rea- gente é mais sensível aoácido acetoacético (>5 mg/dL) do que à acetona (>50 mg/dL). A escala de cores é calibrada com o ácido acetoacético. Os três compostos de cetonas não se apresentam em quantidades iguais na urina: 78% de ácido beta-hidroxi-bu- tílico, 20% de ácido acetoacético e 2% de acetona. Os testes com tiras reativas utilizam a reação do nitro- prussiato de sódio (nitroferricianeto) para med ir as cetonas. Nessa reação o ácido acetoacético em meio alcalino reage com o nitropmssiato de sódio para produzi r cor púrpura. 62 Significado clínico: Acompan har e moni torar o diabetes mellitus. A cetonúria demonstra uma deficiência no tratamento com a insulina indicando a necessidade de regular a sua dosagem. Desequilíbrio eletrolítico e desidratação que, se não forem corrigidas, podem levar à acidose. Carência alimentar. Caso de pacientes hospitalizados que muitas vezes produzem resultados positivos de cetonúria e que não têm relação com o diabetes, isso porque a doença dopaciente impede a ingestão sufici- ente de carboidratos ou está produzindo uma perda acelerada, como no caso dos vômitos. Interferentes: a reação do ni troprnssiato está sujeita a um mínimo de interferência externa. A presença de levodopa em grande concentração pode provoca r reações de falsos 63 p1is1ti\ (h, e as amostras colh ida upús procedimento::- diag- nósticos que empregam corantes de ftaleína prod uzem cor vermel ha, o que interfere no meio alcalino do teste. A pre- sença de fenilcetonas na urina também podem distorcer a reação de cor. Valores falsos redu zidos são observados em amostras conservadas incorretamente, devido à volatili- zação da acetona e à degradação de ácido acetoacético por bactéri as. 6.5 Glicose A análise bioquímica realizada com mais frequência é o teste da glicosúria, devido a sua utilização na detecção e controle do diabetes mellitus. Normalmente quase toda glicose filtrada pelos glo- mérulos é reabsorvida no túbulo contorcido proximal e por isso a urina contém quantidades mínimas de glicose. A pode ocorrer, ainda, de\ ido ú mgcstão de dieta mn elevada porcentagem de carboi dra tos. Também é encontrada cm casos ele hipergl icemia não diabét ica, como os que ocorrem nas lesões do siste- ma nervoso central e nos distúrbios da tireoide. Mulheres grávidas, que podem ter diabetes latentes, têm glicosúria durante o terceiro trimestre da gestação e precisam moni- torização cuidadosa para se determinar com precisão a existência ele diabetes. Glicose oxidase Os testes com tiras reativas empregam o método de glicose oxidase, impregnando a área do teste com uma mis- tura de glicose oxidase, preroxidase, cromogênio e tam pão para produzir uma reação enzimática sequencial dupla . rea bsorção tubular é feita por transporte ativo em resposta às necessidades do organismo para manter uma concentra- ção adequada de glicose. Se os níveis sanguíneos de glico- Glicose + 02 glicose • oxidase ácido glicônico + Hp se ficaram elevados, o transporte tubular dessa substância cessa e ela aparece na urina. O nível sanguíneo no qual a reabsorção tubu lar cessa é chamado limiar renal, que é de Hp + cromogênio 2 peroxidase cromogênio (colorido oxidado) + 1-120 160 a 180 mg/dL. A glicosúria que não vem acompanhada por hiper- glicemia é observada nas doenças que afetam a reabsorção tubular e pode ocorrer em diversas condições: desordens tubulares renais, síndrome de Cushing, uso de corticoeste- roides, infecção grave, hipertireoidismo, feocromocitoma , doenças hepáticas e do sistema nervoso central. A glicosúria 64 Os fabricantes emprega diversos cromogênios, in- .duindcr ·cc:mple:X:o dê iodeto d potássio e tetrametil-ben- zidina. A glicosúria pode ser registrada como negativo, +, ++, +++, ++++; mas as tabelas de cores fornecem também medidas quantitativas que vão desde 100 mg/dL até 2 g/dL ou O, 1% a 2%. O registro quanti tativo é recomendado pela American Diabetic Association . 65 ,, 2 +:* li. a z::aq J! ;; *•4! J a --.· - ..........-- .................. ............ . " wawo;z::a ».""" /\ sen sibilidade da ti ra reativa ficou estabelecida na fo ixa de 50 a 100 mg/dL. Teste de redução de cobre É um teste inespecífi o, pois reage com outras "<?ses". A gl i cose e outras substâncias·redütoras são ·capâzes de· reduzir o sulfato cúprico em cuproso em meio alcalino e calor. A presença de oses é visualizada pela coloração que vai do azul (negativo), passando pelo verde, amarelo, laran- j a até o vermel ho-tijolo. /111e1.J crentes: como outros açúcares podL:m ser cn- con trados na uri na (galactose, frutosc, pen tose e lactose), a reação deve ser específica pa ra gl icose. A glicose oxidasc é específica para a gl icose, portanto não ocorrerá reação f':.d su posi tiva mesmo se a urina conti ver outros carboidra tos com poder redutor. As reações falsas positivas ocorrerão se os recipientes da colheita estiverem contaminados com peró- xidos ou por detergentes, oxidantes fortes. O ácido ascórbico, ácido 5 hidroxi-indolacético, ácido homogentísico, ácido acetilsalicílico e levodopa são substâncias que in terferem nas reações enzimáticas ou nos agentes redutores que impe- dem a oxidação do cromogênio e produzirão resultado falso negativo. A presença de níveis elevados de cetonas afeta os CuSO + Substâncias meio alcalino 4 Redutoras /::,. CuO + Substância 2 Oxidada testes com glicose oxidase quando a concentração de glicose é baixa. As urina com cetonas positiva são acompanhadas de glicose positiva (glicosúria na urofita), a glicose urinária A Reação de Benedict usa sulfato de cobre, carbonato de sódio, tampão de citrato de sódio, coloca-se a urina e aplica-se calor. Significado Clínico: Diabetes mellitus Reabsorção tubular deficiente Síndrome de Fanconi Doença renal avançada Lesões do sistema nervoso central Gravidez com possível diabetes me/Litus latente 66 L deve ser revisada com glicosúria por método quantitativo c glicemia, a fim de elucidar o diagnóstico. As densidades acima de 1,020 e pH elevado podem red uzir a sensibilidade do teste quando as concentrnções são baixas. A maior fonte de resultados falsos negativos são erros técnicos de permitir que as amostras fiquem em temperatura ambiente muito tem- po sem conservantes, pois ocone rápida glicólise. 6.6 Proteínas A urina contém uma quantid ade muito pequena de proteínas, menor de 15 mg/dL ou 150 mg por 24 horas. Essa excreção consiste principalmente de proteínas séricas de baixo peso molecular, filtradas seletivamente pelos glo- méru los, e proteínas produzidas no trato urogenita l. 67 ( > tc tc part 1cularn1cn h scnsÍ\ L·Ià album ina e mcno sensível às outras proteínas. Apesar de ocorrer uma excre- ção de proteínas na uri na de indivíduos sadios (até 15 mg/ dL), a tira reativa detecta valores iguais ou maiores que 30 mg/dL. Também estão presentes pequenas quan tidades de microglobuli nas séricas e tubulares, a proteína de Tamm- Horsfall produzida pelos túbulos e as proteínas provenien- tes de secreções prostáticas, seminais e vaginais. A detecção de proteínas é provavelmente o achado isolado mais sugestivo de doença renal. Proteinúria por aumento da permeabilidade glomernlar ocorre em glome- rulonefrites, nefrite lúpica, amiloidose, obstrução da veia renal, nefroesclerose, pré- eclâmpsia e nefropatia diabética. Proteinúria devido a desordens tubulares ocorre na pielo- nefrite, necrose tubular aguda, rim policístico, intoxicação por metais pesados e vitam ina D, hipopotassemia, Doença de Wilson, Síndrome de Fanconi e galactosemia. Outras condições podem
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