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08/09/2016 1 C. Farmacocinética Fármaco disponível para absorção DOSE I – FASE FARMACÊUTICA Desintegração da forma farmacêutica Dissolução da substância ativa II – FASE FARMACOCINÉTICA Absorção Distribuição Metabolismo Excreção Fármaco disponível para ação (biodisponibilidade) III – FASE FARMACODINÂMICA EFEITOS INTERAÇÃO FÁRMACO - RECEPTOR Área da Farmacologia que estuda os processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos. Considera o caminho que o medicamento faz no organismo Movimento do fármaco “in vivo” O que o organismo faz sobre o fármaco! Farmacocinética – Conceito Básico Farmacocinética “Estudo do destino dos fármacos no organismo após sua administração. Abrange os processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção. Ou então, a movimentação dos fármacos pelos diferentes sítios orgânicos.” Absorção Compreende as diversas passagens dos fármacos através de membranas biológicas, desde o local de administração até os líquidos de distribuição do organismo (sangue). 08/09/2016 2 Corrente Sanguínea Oral Sublingual Retal Intravenosa Subcutânea Intramuscular Inalatória Intratecal Intestino Fígado Mucosa Bucal Mucosa Retal Pele Músculo Pulmão LCR Cérebro Fatores envolvidos na absorção Relacionados ao fármaco Lipossolubilidade Peso Molecular Grau de Ionização Concentração Relacionados ao organismo Vascularização do local Superfície de absorção Permeabilidade capilar Estrutura da Membrana Celular Constituída por duas camadas lipídicas (bicamada lipídica) fluidas e contínuas, onde estão inseridas moléculas proteicas e receptores específicos. Os três principais grupos de lipídios da membrana são: Fosfolipídeos; Colesterol; Glicolipídeos. Estrutura da Membrana Celular FOSFOLIPÍDEOS: Possuem uma cabeça polar e duas caudas de hidrocarboneto hidrofóbicas (característica que confere a dupla camada lipídica). 08/09/2016 3 Estrutura da Membrana Celular COLESTEROL: As moléculas de colesterol tornam a bicamada lipídica menos sujeita a deformações, e assim, diminui a permeabilidade e fluidez da membrana. Estrutura da Membrana Celular GLICOLIPÍDEOS: Auxiliam na proteção da membrana plasmática em condições adversas, como pH baixo. Estrutura da Membrana Celular PROTEÍNAS DA MEMBRANA: As proteínas desempenham a maioria das funções específicas das membranas. As membranas possuem fluidez devido à movimentação dos lipídeos Permeabilidade da Membrana Celular Moléculas hidrofóbicas (lipossolúveis/ apolares), penetram na célula através da difusão passiva. Moléculas hidrofílicas (insolúveis nos lipídeos/ polares) penetram na célula com maior dificuldade. Permeabilidade da Membrana Celular Mais Hidrofóbico Mais Lipossolúvel Apolar Mais Permeável Mais Hidrofílico Mais Hidrossolúvel Polar Menos Permeável 08/09/2016 4 Transporte através da membrana 1. DIFUSÃO SIMPLES OU PASSIVA 2. TRANSPORTE ESPECIALIZADO a. DIFUSÃO FACILITADA b. TRANSPORTE ATIVO 3. DIFUSÃO ATRAVÉS DE POROS 4. ENDOCITOSE E EXOCITOSE Transporte através da membrana 1. DIFUSÃO SIMPLES OU PASSIVA Utilizada por muitas substâncias e fármacos. Ex.: Bases e ácidos fracos. Não há consumo de energia. Processo físico que não utiliza proteínas transportadoras, ocorre a favor de um gradiente de concentração. A velocidade de transferência é proporcional ao gradiente de concentração através da membrana. Transporte através da membrana 2. TRANSPORTE ESPECIALIZADO Transporte por carregadores Ocorre com fármacos muito polares ou suficientemente hidrossolúveis. DIFUSÃO FACILITADA Ocorre a favor do gradiente de concentração. TRANSPORTE ATIVO Ocorre contra o gradiente de concentração (com gasto energético) Transporte através da membrana 3. DIFUSÃO ATRAVÉS DE POROS Este processo ocorre com moléculas hidrossolúveis. Ex: Água, ureia e etanol. É mais rápida que as outras. O diâmetro do poro é variável. 08/09/2016 5 Transporte através da membrana 4. ENDOCITOSE E EXOCITOSE Transporte de moléculas proteicas grandes. ENDOCITOSE Fagocitose: Ocorre com partículas sólidas. Pinocitose: Ocorre com partículas líquidas. EXOCITOSE Secreção de substâncias pelas células. pH do sítio de absorção Transporte através da membrana pH Boca 6,5 – 7,2 Estômago 1,2 – 3,2 Duodeno 5 – 7 Cólon 6 – 8 Sangue 7,35 – 7,45 Pele 5,5 pH ácido pH neutro pH básico Absorção Área de Superfície: Quanto maior a área maior a absorção. Ex: Intestino. Circulação Local: Vasodilatação aumenta absorção. Vasoconstrição diminui a absorção. Concentração do Fármaco: Quanto maior a concentração de fármaco administrada, maior absorção do fármaco. 08/09/2016 6 Fatores que atrasam o esvaziamento gástrico 1. Alimentares Alimentos Quentes Alimentos Ácidos Alimentos Espessos ou Viscosos Alimentos com teor elevado em sal ou açúcar, gorduras ou proteínas Fatores que atrasam o esvaziamento gástrico 2. Independentes da alimentação Estresse Hipotiroidismo Úlcera Gástrica Fatores que aceleram o esvaziamento gástrico 1. Alimentares Alimentos Frios Alimentos Alcalinos Alimentos Líquidos Alimentos com teor baixo em sal ou açúcar, gorduras ou proteínas Líquidos com teor elevado de Gás (refrigerante, água com gás) Fatores que aceleram o esvaziamento gástrico 2. Independentes da alimentação Atividade Física 08/09/2016 7 Distribuição de Fármacos Após administração e ou absorção há distribuição por diversos compartimentos do organismo. Transporte pelo sangue e outros fluidos a todos os tecidos do corpo. A extensão da distribuição varia em função da solubilidade do fármaco. Ligação às proteínas plasmáticas No sangue, quase todas as drogas estão subdivididas em: Livres: Dissolvidas no plasma. Ligadas às proteínas plasmáticas (principalmente albumina) Ligação às proteínas plasmáticas A fração livre é farmacologicamente ativa e é capaz de ser distribuída, ou seja, atravessar o endotélio vascular e atingir o compartimento extra vascular. A fração ligada à proteína plasmática constitui fração de reserva das drogas e só se torna farmacologicamente disponível no momento em que se converte em fração livre. Ligação às proteínas plasmáticas Forma-se no sangue um equilíbrio entre fração ligada e a parte livre da droga. À medida que a parte livre é utilizada pelo organismo, a parte ligada vai se desligando para substituir aquela parte livre que é acumulada, metabolizada e excretada. Proteínas ligadoras de fármacos 1. LIPOPROTEÍNAS Transportam ativamente lipídeos insolúveis no plasma e fármacos básicos. A concentração varia em função da idade, gênero, dieta e presença de distúrbios. Exemplos: Clorpromazina e Imipramina (alta afinidade). 08/09/2016 8 Proteínas ligadoras de fármacos 2. ALFA-1-GLICOPROTEÍNA ÁCIDA Transportam ativamente fármacos básicos: Lidocaína, propranolol, quinina e imipramina. Concentração Aumentada para: Inflamação de média e longa duração, neoplasias, stress e diversas condições hematológicas. Concentração Diminuída para: Distúrbios hepáticos má nutrição. Proteínas ligadoras de fármacos3. ALBUMINA Proteína mais importante do nosso organismo. Liga-se ativamente à fármacos ácidos. Ligação às proteínas plasmáticas Fármacos Ácidos: unem-se exclusivamente à albumina. Fármacos Básicos e Fármacos Lipofílicos: ligam-se às lipoproteínas. Fármacos Básicos: podem unir-se à alfa- glicoproteína ácida. Fatores interferentes na ligação fármaco-proteína 1. Hipoalbunemia Queimaduras extensas; Síndrome nefrótica; Distúrbios inflamatórios e hepáticos; Situações: gravidez, cirurgias extensas, stress, idosos. Fatores interferentes na ligação fármaco-proteína 2. Hipoproteinemia Inanição prolongada, síndrome de má absorção, síndrome nefrótica, cirrose. Hipoproteinemia: aumenta incidência de efeitos adversos dos fármacos. Fatores interferentes na ligação fármaco-proteína 3. Hiperlipidemia Alta concentração de ácidos graxos livres – estes ligam-se á albumina deslocando os fármacos de seu sítio de união às proteínas. 08/09/2016 9 Acúmulo de fármacos Ocorre quando: A distribuição de drogas no organismo não é uniforme. Há acúmulo em determinados tecidos (depósitos). A manutenção de equilíbrio com o plasma é de liberação lenta. Acúmulo de fármacos Reservatórios de fármacos Reservatórios Teciduais Tem que possuir afinidade pelo tecido. Prolonga ação do fármaco. Ex: Tiopental (anestésico). Reservatórios Celulares Muitos fármacos acumulam-se no músculo e em outras células em concentrações maiores do que nos líquidos extracelulares. Ex: quinacrina (antimalárico). Reservatórios de fármacos Reservatório no Tecido Adiposo Muitos fármacos lipossolúveis são armazenados na gordura. Reservatório nos Ossos O antibiótico Tetraciclina e outros metais pesados podem ser acumulados nos ossos. Reservatórios Transcelulares As drogas também atravessam células epiteliais e podem acumular-se nos líquidos transcelulares. O principal reservatório é o TGI. Vantagem → liberação lenta Desvantagem → toxicidade Reservatórios de fármacos Barreira Hematoencefálica (BHE) A distribuição dos fármacos para o SNC a partir da corrente sanguínea é especial, principalmente porque sua entrada no líquido cefalorraquidiano e no espaço extracelular do SNC é pequena. A BHE torna o cérebro inacessível a muitas drogas de ação sistêmica, incluindo agentes antineoplásicos, e alguns antibióticos. Facilmente atravessam a BHE fármacos apolares, de pequeno tamanho. Ex.: Anestésicos, Analgésicos e Tranquilizantes. 08/09/2016 10 Barreira Hematoplacentária (BHP) É o conjunto de tecidos entre a circulação materna e fetal. A transferência dos fármacos através da placenta podem causar anomalias-congênitas. Os fármacos lipossolúveis entram com facilidade no sangue fetal a partir da circulação materna. Drogas que facilmente atravessam: anestésicos, álcool, antibióticos e morfina. Biotransformação de Fármacos Tem a finalidade de tornar as substâncias mais solúveis na água, para serem mais facilmente eliminadas pelos rins. Essas transformações são dirigidas por enzimas existentes em vários órgãos ou tecidos. Biotransformação de Fármacos Se não houvesse esse mecanismo de biotransformação, as substâncias ficariam retidas indefinidamente no organismo. Objetivos da Biotransformação: Tornar a droga mais polar (mais hidrossolúvel), para ser mais facilmente excretada pelos rins. Biotransformação de Fármacos O fármaco pode sofrer uma simples reação ou reações sucessivas até chegar ao seu metabólito final. Locais de biotransformação O fígado é o principal órgão de biotransformação dos fármacos. 08/09/2016 11 Locais de biotransformação Frequentemente os fármacos administrados por via oral são absorvidos pelo trato gastrintestinal e transportados diretamente até o fígado através da circulação porta. Dessa maneira, o fígado tem a oportunidade de metabolizar os fármacos antes de alcançarem a circulação sistêmica e, portanto, antes de atingirem seus órgãos-alvo EFEITO DE PRIMEIRA PASSAGEM. Via Oral Veia Porta Circulação Sistêmica Via Intravenosa Via Intramuscular Via Subcutânea Via Sublingual Via Transdérmica Locais de biotransformação Embora o fígado seja, em termos quantitativos, o órgão mais importante no metabolismo dos fármacos, todos os tecidos do corpo são capazes de metabolizar os fármacos. Os locais particularmente ativos incluem a pele, os pulmões, o trato gastrintestinal e os rins. Tipos de metabólitos Fármaco ativo > metabólito inativo: Os fármacos, na sua maioria, e seus metabólitos são inativados ou transformados em produtos menos ativos. EXEMPLOS: Morfina, Cloranfenicol, Propanolol e muitas outras. Fármaco ativo > metabólito ativo: Muitas drogas são parcialmente transformadas em um ou mais metabólitos ativos. Os efeitos observados são causados pela droga original e pelo seus metabólitos. EXEMPLOS: Fenacetina (paracetamol); Digitoxina (digoxina); Codeína (morfina). Tipos de metabólitos Fármaco inativo > metabólito ativo: Algumas drogas chamadas de pró-fármacos são inativas e necessitam ser metabolizadas para se tornarem ativas. EXEMPLOS: Levodopa (dopamina); Enalapril (enalaprolat); Prednisona (prednisolona). Ausência de metabolismo: Certas drogas, como penicilinas e anestésicos gerais inalatórios, são excretadas de forma inalterada, sem sofrer metabolismo, devido às suas propriedades físico- químicas. 08/09/2016 12 Tipos de Reações REAÇÕES DA FASE I – Introduzem um grupo funcional no composto original. Oxidação Redução Hidrólise Tipos de Reações REAÇÕES DA FASE I – Introduzem um grupo funcional no composto original. Oxidação Redução Hidrólise As enzimas que catalisam essas reações são tipicamente oxidases; essas enzimas são, em sua maioria, hemoproteínas monooxigenases da classe do citocromo P450 (CYP 450). Tipos de Reações REAÇÕES DA FASE I – Introduzem um grupo funcional no composto original. Oxidação Redução Hidrólise É uma reação na qual a adição de uma molécula de água separa o fármacos em dois fragmentos ou moléculas menores (lise = quebra). O grupo hidroxila (-OH) é incorporado em um fragmento e o hidrogênio no outro. Tipos de Reações REAÇÕES DA FASE II – Reações de conjugação. Conjugação com o ácido glicurônico Conjugação com a glutationa Conjugação com aminoácidos Acetilação Metilação Sulfatação Fatores que afetam a biotransformação 1. Fatores Genéticos Diferenças entre os indivíduos quanto a velocidade de metabolização ou ausência de determinadas enzimas. 08/09/2016 13 Fatores que afetam a biotransformação 2. Fatores Fisiológicos 2.1. Idade • Feto • Prematuro e recém nascido – Quantidade de enzimas reduzidas. • Idosos – Deficiência de elaboração de enzimas. Fatores que afetam a biotransformação 2. Fatores Fisiológicos 2.2. Gênero • Hormônios femininos inibem o sistema enzimático. 2.3. Nutrição • Diminuição ou falta de ingesta alimentar, também inibem a elaboração de enzimas. Fatores que afetam a biotransformação 2. Fatores Fisiológicos 2.4. Temperatura Corporal • Aumento da temperatura corporal – aumento da biotransformação. 2.5. Patologias Hepáticas • Hepatite e Cirrose. Fatores que afetam a biotransformação 3. Fatores Farmacológicos 3.1. Indução Enzimática • Certos fármacos aceleram a biotransformaçãode outros fármacos. Com isso, a eficácia do fármaco é diminuída (Diminui os efeitos farmacológicos do fármaco). Fatores que afetam a biotransformação 3. Fatores Farmacológicos 3.1. Indução Enzimática • Exemplo: Paracetamol – a atividade analgésica é diminuída quando administrada com Fenobarbital. Indução Enzimática AGENTE INDUTOR AGENTE INDUZIDO CARBAMAZEPINA Fenitoína; Dexametasona, Diazepam, Ácido Valproico FENOBARBITAL Paracetamol, Estradiol, Fenitoína, Testosterona, Varfarina. 08/09/2016 14 Fatores que afetam a biotransformação 3. Fatores Farmacológicos 3.2. Inibição Enzimática • Certas substâncias inibem as enzimas que metabolizam fármacos. Assim, aumentam os efeitos farmacológicos do fármaco. Inibição Enzimática AGENTE INIBIDOR AGENTE INIBIDO CIMETIDINA Amitriptilina, Carbamazepina, Fenitoína, Lorazepam, Varfarina, Propanolol. CLORANFENICOL Carbamazepina, Fenobarbital. Excreção É a eliminação dos fármacos do organismo. A excreção inclui processos metabólicos, que em geral inativam a droga. Pode ocorrer tanto na forma original do fármaco quanto na forma de seus metabólitos. Excreção Principais sistemas responsáveis pela excreção: renal, biliar, pulmonar (anestésicos gasosos), fecal. Sistemas secundários: salivar, leite, suor, lágrimas e secreção nasal. Meios excepcionais ou não naturais: Hemodiálise. Excreção Em casos de insuficiência renal acentuada, certas drogas, como a digoxina, que são excretadas pela urina, podem passar à ser excretadas pelas fezes. 08/09/2016 15 Excreção Com exceção do pulmão, os órgãos excretores eliminam as substâncias polares mais facilmente do que as substâncias apolares. Assim, os fármacos lipossolúveis não são prontamente eliminadas até serem metabolizadas em compostos mais hidrossolúveis. 1. Excreção Renal É a principal via de excreção de drogas. Envolve três processos: 1. Filtração Glomerular 2. Secreção ou Reabsorção Tubular 3. Difusão Passiva Através do Epitélio Tubular 1. Excreção Renal 1.1. Filtração Glomerular A barreira renal é permeável à: Água. Eletrólitos e moléculas de baixo peso molecular (PM). Substâncias lipossolúveis. 1. Excreção Renal 1.1. Filtração Glomerular A barreira renal é impermeável à: Proteínas. Fração ligada do fármaco (albumina). Fração livre de elevado PM. 1. Excreção Renal Filtração Glomerular 1. Excreção Renal Qualquer fármaco de baixo PM e que esteja livre no sangue pode ser filtrado pelo glomérulo renal. 08/09/2016 16 1. Excreção Renal 1.2. Secreção e Reabsorção Tubular Até 20% do fluxo plasmático é filtrado pelos glomérulos, o que deixa cerca de 80% do fármaco passar pelo túbulo distal. Neste ponto, as substâncias são transportadas do interior dos capilares para a luz do túbulo, de onde são eliminadas pela urina. 1. Excreção Renal 1.2. Secreção e Reabsorção Tubular Os mecanismos de secreção tubular, à semelhança dos mecanismos de reabsorção, podem ser ativos ou passivos, quando incluem a utilização de energia ou não. Secreção dos íons de hidrogênio, potássio e amônia. 1. Excreção Renal Secreção e Reabsorção Tubular 1. Excreção Renal 1.2. Secreção e Reabsorção Tubular Sofrem reabsorção tubular as substâncias não- ionizadas de ácidos e bases fracas, dependendo do pH: Os ácidos fracos são excretados com maior rapidez quando a urina tubular fica mais alcalina. As bases fracas são excretadas com maior rapidez quando a urina tubular fica mais ácida. 1. Excreção Renal 1.3. Difusão Passiva À medida que o filtrado glomerular passa através do túbulo renal, a água é progressivamente reabsorvida e somente cerca de 1% do filtrado é excretado. Fármacos altamente lipossolúveis (elevada permeabilidade tubular) são excretados lentamente. Fármacos altamente hidrossolúveis (baixa permeabilidade tubular) são excretados rapidamente. 1. Excreção Renal Clearance (Depuração) Renal dos Fármacos É a palavra inglesa usada universalmente para indicar a remoção completa de determinada substância de um volume específico de sangue por unidade de tempo. 08/09/2016 17 1. Excreção Renal Clearance (Depuração) Renal dos Fármacos A biotransfromação hepática, a excreção renal, a eliminação pulmonar e a excreção fecal, são os processos de eliminação das drogas que determinam o clearance. O clearence renal de uma droga, mesmo em indivíduos com função renal normal, pode variar de paciente para paciente e em diferentes ocasiões de acordo com o pH urinário, ligação com a proteína plasmática e fluxo sanguíneo renal. 2. Excreção Biliar e Fecal Muitos metabólitos de fármacos formados no fígado são excretados para o Trato Intestinal na bile. Esses metabólitos podem ser excretados nas fezes. 3. Excreção Sudorípara, Salivar, Lacrimal e Mamária Não tem importância quantitativa. A eliminação por essas vias depende principalmente da forma lipossolúvel da drogas para serem eliminadas. Os fármacos excretados na saliva penetram na boca, onde geralmente serão deglutidos. No leite materno também são excretadas drogas como: Anticoncepcionais e Tetraciclina. 3. Excreção por Cabelos e Pele Não tem importância quantitativa. Os métodos de detecção de metais tóxicos nesses tecidos têm importância forense. Fármaco disponível para absorção DOSE I – FASE FARMACÊUTICA Desintegração da forma farmacêutica Dissolução da substância ativa II – FASE FARMACOCINÉTICA Absorção Distribuição Metabolismo Excreção Fármaco disponível para ação (biodisponibilidade) III – FASE FARMACODINÂMICA EFEITOS INTERAÇÃO FÁRMACO - RECEPTOR D. Farmacodinâmica 08/09/2016 18 Introdução Os alvos para ação da droga nas células dos indivíduos podem ser divididos em: Receptores Canais iônicos Enzimas Moléculas transportadoras Receptores São complexos que interagem com os fármacos, e essa interação resulta em uma resposta biológica. O fármaco pode ter ação agonista ou antagonista. A interação das drogas com os receptores envolve vários tipos de força de ligação. Tipos de ligações entre fármaco e receptor Ligações Covalentes: Formam ligações irreversíveis. Exemplo: Penicilina que forma uma ligação covalente com a parede da bactéria. Ligações Iônicas: Possuem força intermediária suficiente para evitar o fácil deslocamento do fármaco. Exemplo: Procaína (anestésico local). Ligações de Hidrogênio: Interação entre moléculas polares. Tipos de ligações entre fármaco e receptor Forças Hidrofóbicas: Trata-se de uma atração entre cadeias apolares. Importantes para estabilidade da ligação fármaco-receptor. Forças de Van der Waals: Interações mais fracas entre fármaco-receptor. Canais Iônicos Os canais iônicos estão diretamente ligados a um receptor e abrem somente quando um receptor for ocupado por um agonista. Permitem a passagem de íons quando há a abertura do canal. Enzimas Ajudam no transporte de substâncias químicas vitais, regulam a velocidade das reações químicas. Os fármacos podem ter ação inibidora ou ativadora. Ex: captopril (inibe a enzima conversora de angiotensina); paracetamol (inibe a enzima cicloxigenase). 08/09/2016 19 Moléculas Transportadoras O transporte de íons e de pequenas moléculas através das membranas celulares geralmente requer uma proteína transportadora, já que asmoléculas permeáveis são muito polares, com isso possuem uma dificuldade maior de atravessarem a membrana celular. Agonista Uma substância que quando combinada ao receptor, produz o efeito medicamentoso ou o efeito desejado. AGONISTA TOTAL: É o agonista completo, integral, tem alta eficácia. AGONISTA PARCIAL: É aquele que atua formando complexo-receptor e desencadeia resposta, mas não produz a mesma resposta que o agonista total. Antagonista Ligação do fármaco com o receptor, onde o fármaco bloqueia este receptor, impedindo a resposta biológica. Agonista e Antagonista podem ligar-se ao mesmo receptor. Antagonista ANTAGONISTA COMPETITIVO: Droga que compete com o agonista pelo mesmo sítio de ligação no receptor. Exemplo: Cloridrato de Prometazina (Fenergan®) sobre receptores histamínicos. Antagonista ANTAGONISTA NÃO COMPETITIVO: Se liga em outro local de ação do receptor, não compete com o agonista, liga-se em outro sítio de ação. ANTAGONISMO FISIOLÓGICO: Dois agentes que produzem efeitos fisiológicos opostos. Exemplo: Noradrenalina (aumento da pressão arterial) = vasoconstrição. Histamina (diminuição da pressão arterial) = vasodilatação. Antagonista ANTAGONISMO QUÍMICO: Duas substâncias combinam-se em solução, de modo que o efeito do fármaco ativo é perdido. Exemplo: Tetraciclina + Leite = Quelato, impede ação do fármaco. 08/09/2016 20 Seletividade da ação dos medicamentos Alguns medicamentos são relativamente não seletivos, atuando em muitos tecidos ou órgãos diferentes. Exemplo: Atropina, uma substância com o objetivo de relaxar os músculos do TGI, também pode relaxar os músculos do olho e do trato respiratório. Seletividade da ação dos medicamentos Outros medicamentos são altamente seletivos e afetam principalmente um tecido. Exemplo: Digitálicos. Afinidade e Atividade Intrínseca AFINIDADE: É a força de ligação entre uma droga e seu alvo, seja um receptor ou enzima. ATIVIDADE INTRÍNSECA: É uma medida da capacidade da droga em produzir um efeito farmacológico quando ligada ao seu receptor. Afinidade e Atividade Intrínseca Medicamentos que ativam receptores (agonistas) possuem as duas propriedades: Devem ligar-se efetivamente (ter afinidade) aos seus receptores, e o complexo droga-receptor deve ser capaz de produzir uma resposta farmacológica no tecido-alvo (ter atividade intrínseca). Medicamentos que bloqueiam receptores (antagonistas): Ligam-se efetivamente (têm afinidade com os receptores) mas não possui nenhuma resposta farmacológica no tecido-alvo (atividade intrínseca). Potência e Eficácia POTÊNCIA: Refere-se à quantidade de medicamento (expressa em miligramas) necessária para produzir um efeito. Exemplo: Se 5 mg da droga B alivia a dor com a mesma eficiência que 10 mg da droga A, então a droga B é duas vezes mais potente que a droga A. Potência e Eficácia EFICÁCIA: Refere-se à resposta terapêutica máxima potencial que um medicamento pode produzir. Exemplo: O diurético Furosemida elimina muito mais sal e água por meio da urina, que o diurético Hidroclorotiazida. Assim, a Furosemida possui maior eficiência/eficácia terapêutica que o diurético Hidroclorotiazida. 08/09/2016 21 Tolerância e Resistência à medicamentos O efeito da droga diminui quando administrada de modo contínuo. TOLERÂNCIA: Diminuição mais gradual na eficiência da droga adicionada repetitivamente durante um período de tempo mais longo. Exemplo: Morfina. Tolerância e Resistência à medicamentos O efeito da droga diminui quando administrada de modo contínuo. RESISTÊNCIA: É utilizado para descrever a situação em que uma pessoa não mais responde satisfatoriamente a um medicamento antibiótico, antiviral ou quimioterápico para o câncer. Podendo aqui aumentar a dose do medicamento ou ainda selecionar um outro medicamento. Fim!
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