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APOSTILA Técnico Seg do Trabalho doenças ocupacionais mod.I

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Curso Técnico Segurança do Trabalho EAD – Apostila do Módulo I 
Disciplina- DOENÇAS OCUPACIONAIS
Guia de Estudo
SUMÁRIO 
 CAPITULO - I INTRODUÇÃO...............................................................................................................3 DIRETRIZES DA OMS..................................................................................................3 
LEGISLAÇÃO BÁSICA DO SUS.................................................................................5 PACTO PELA SAÚDE – SUS 2006...............................................................................5 CAPITULO - II 
FATORES QUE INFLUENCIAM NA SAÚDE DO TRABALHADOR....................6 
DROGAS..........................................................................................................................6 
CONSUMO DE DROGAS..............................................................................................6 TIPOS DE DROGAS.......................................................................................................7 AS DROGAS MAIS COMUNS EM ALGUMAS PROFISSÕES...............................7 COMO CADA DROGA INTERFERE NA ROTINA DO TRABALHADOR..........9 USO DE DROGAS........................................................................................................10 DEPENDÊNCIA............................................................................................................10 CAPITULO - III 
DOENÇAS OCUPACIONAIS.....................................................................................12 
EXPOSIÇÃO A GASES E SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS.........................................20 
PAIRO – PERDA AUDITIVA INDUZIDA PELO RUIDO OCUPACIONAL.......21 
CAPITULO IV INTOXICAÇÕES EXÓGENAS..................................................................................22 CAPITULO V 
EPIDEMIOLOGIA.......................................................................................................32 
CAPITULO VI ACIDENTE NO TRABALHO...................................................................................36 
 
 
 
 
 
Introdução
 Este instrumento didático visa direcionar as ações em Técnica de Segurança do Trabalho referente ao Desenvolvimento das DOENÇAS OCUPACIONAIS. 
Com o Advento da Revolução Industrial e a criação das fábricas, empregando grande parte da população, foi observado que devido a quantidade de atividades desenvolvidas, associada a Carga de trabalho e a ausência de técnica de segurança, as pessoas passaram a se acidentar/desenvolver Doenças em virtude das atividades realizadas no ambiente de trabalho. Paralelamente Comissões de Fábrica foram criadas pelos trabalhadores, afim de, pleitear melhores condições trabalhistas, entre essas solicitações, uma delas era o Auxílio Médico e mais segurança no ambiente do trabalho. 
Devido a esse fator, foi necessário inserir o médico do trabalho dentro desse contexto. Contudo somente esse profissional não supria todas as necessidades referente a novas incidências de acidentes ou doenças. Era necessário então observar essa questão como um problema de Saúde Pública. 
 CAPITULO I 
 1.0 Diretrizes da OMS 
 A "Organização Mundial de Saúde" (OMS) define a saúde como "um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades". 
 A saúde passou, então, a ser mais um valor da comunidade que do indivíduo. É um direito fundamental da pessoa humana, que deve ser assegurado sem distinção de raça, de religião, ideologia política ou condição sócio-econômica. A saúde não é um bem individual, a saúde é, portanto, um valor coletivo, um bem de todos, devendo cada um gozá-la individualmente, sem prejuízo de outrem e, solidariamente, com todos. 
 1.1 Constituição Federal 
 Art. 193 - A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais. 
 Art. 196 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. 
 Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: 
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos 
serviços assistenciais; 
III - participação da comunidade. 
Art. 200 - Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: 
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; 
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; 
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; 
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; 
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; 
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; 
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; 
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do TRABALHO. 
 
2.0 Legislação Básica do SUS 
 2.1 Leis Orgânicas 
 2.1.1 Lei 8080/90 - Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 
 Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. 
*Define quem é o SUS e quais são suas atribuições. 
 2.1.2 Lei Nº 8.142/90 – Lei nº 8.142 de 28 de dezembro de 1990 
 Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS} e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. 
 *Define quem vai gerir o SUS 
 3.0 Pacto pela SAÚDE – SUS 2006: 
 O Pacto pela Saúde é um instrumento que produziu mudanças significativas nas normativas do Sistema Único de Saúde (SUS) e comporta três dimensões – Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão. Tem como “finalidade a qualificação da gestão pública do SUS, buscando maior efetividade, eficiência e qualidade de suas respostas. 
 Dentre os Pactos do SUS é importante ressaltar 
 3.1 PACTO pela vida. 
 Pacto pela Vida – Está constituído por um conjunto de compromissos sanitários, expressos em objetivos de processos, resultados e derivados de análises da situação de Saúde do País, e das prioridades definidas pelos governos Federal, estaduais e municipais. Significa uma ação prioritária no campo da saúde que deverá ser executada com foco em resultados e com a explicação inequívoca dos compromissos orçamentários e financeiros para o alcance desses resultados. 
 3.1.1▪ Saúde do Idoso - Implantar a política nacional de Saúde da Pessoa idosa (atenção integral); 
3.1.2 ▪ Câncer de colo uterino e mama - Contribuir para a redução da mortalidade por câncer do colo de útero e de mama;
3.1.3▪ Mortalidade infantil e materna - Reduzir a mortalidade materna, infantil neonatal; 
3.1.4 ▪ Doenças emergentes e endemias – Fortalecer a capacidade de resposta do sistema de saúde referente a Doenças emergentes e endemias; 
3.1.5 ▪ Promoção à saúde e – Elaborar e implementar a Política de Promoção da Saúde, com ênfase na adoçãode hábitos saudáveis por parte da população, de forma internalizar a responsabilidade individual da prática de atividade física, alimentação saudável e combate ao tabagismo; 
3.1.6 ▪ Atenção Básica à saúde (PSF) - Consolidar e qualificar a estratégia da Saúde da Família como modelo de atenção básica à saúde e como centro ordenador das redes de á saúde do SUS. 
3.2 Pacto em Defesa do SUS: defesa e fortalecimento dos princípios do SUS; 
3.3 Pacto de Gestão: fortalecer as responsabilidades de cada Município, Estado e Governo Federal. 
 CAPITULO - II 
FATORES QUE INFLUENCIAM NA SAÚDE DO TRABALHADOR 
4.0 - DROGAS 
* “Droga”, em seu sentido original, é um termo que abrange uma grande quantidade de substâncias, que pode ir desde o carvão à aspirina. 
* Contudo, há um uso corrente mais restritivo do termo (surgido após quase um século de repressão ao uso de certas substâncias), remetendo a qualquer produto alucinógeno (ácido lisérgico, heroína etc.) que leve à dependência química e, por extensão, a qualquer substância ou produto tóxico (tal como o fumo, álcool etc.) de uso excessivo, sendo um sinônimo assim para entorpecentes. 
4.1 CONSUMO DE DROGAS 
* O ser humano sempre procurou fugir de sua condição natural cotidiana, empregando substâncias que aliviassem seus males ou que propiciassem prazer.
4.2 - TIPOS DE DROGAS 
4.2.1* Depressivas = aumentam a frequência cerebral e podem dificultar o processamento das mensagens que são enviadas ao cérebro. Exemplos: álcool, heroína e maconha. 
4.2.2* Psicodistrópticas ou alucinógenas = têm por característica principal a despersonalização em maior ou menor grau. Exemplos: LSD, chá de cogumelo e DMT. 
4.2.3* Psicotrópicas ou estimulantes = produzem um aumento da atividade pulmonar, diminuem a fadiga, aumentam a percepção ficando os demais sentidos ativados. Exemplos: cocaína, crack, cafeína, ecstasy e anfetaminas. 
 4.3 AS DROGAS MAIS COMUNS EM ALGUMAS PROFISSÕES 
 4.3.1 * Médicos e Enfermeiros: Especialmente anestesistas, cirurgiões e profissionais que trabalham em UTI tendem a consumir os chamados opiáceos, como a morfina e a dolatina. Após duas ou três vezes de uso, a pessoa pode tornar-se dependente. 
4.3.2 * Caminhoneiros e Motoristas de ônibus: As anfetaminas são as mais utilizadas por esses profissionais. Como, muitas vezes, são obrigados a se manter acordados a recorrem à droga. O efeito cessa abruptamente e o usuário pode dormir no volante, causando sérios acidentes. 
4.3.3 * Operadores da Bolsa de Valores, Advogados, Publicitários e Jornalistas: A pressão do tempo, o acúmulo de trabalho e a necessidade de produzir intensamente levam à escolha da cocaína, droga altamente estimulante, nesses profissionais; o álcool também é praxe, principalmente para relaxar. 
 4.3.4* Marinheiros e Estivadores: Esses profissionais, como os demais que trabalham em espaços abertos são propensos a consumir maconha, crack ou drogas injetáveis. 
4.3.5* Jovens Profissionais: Ecstasy e crack, as drogas da moda, são as que mais atraem o público jovem, que já começa a semana de trabalho baqueado pelos excessos cometidos nas baladas de final de semana. 
5.0 - COMO CADA DROGA INTERFERE NA ROTINA DO TRABALHADOR 
 Ao longo dos tempos e observando o dia-a-dia, fica comprovado que o consumo de álcool e drogas tem afetado a vida de grande parte dos trabalhadores brasileiros. 
Estatísticas demonstram um elevado grau de absenteísmo (falta ao trabalho), associado a elevados números relacionados à doenças e acidentes no ambiente de trabalho. Embora a dependência química implique sérias e reais consequências às empresas, em geral, tanto privadas quanto públicas, rejeitam esta realidade, com diminuição da qualidade de vida do trabalhador e queda de produção e qualidade para as empresas. 
 5.1 - ÁLCOOL 
 Os efeitos físicos são: sensação de moleza, cansaço, dificuldade para se concentrar a dor de cabeça e enjoo, entre outros. Há desconforto também para quem trabalha ao lado. Ele é responsável por grande parte dos acidentes de trabalho que ocorrem após o almoço. São inquietos, ansiosos e, às vezes, agressivos quando querem beber e não podem. 
 5.2 - CIGARRO 
Aproximadamente a cada 30 minutos, o fumante começa a apresentar sintomas sutis de abstinência, como irritabilidade, inquietação, ansiedade e queda na concentração. 
É comum que ele conviva com esses sintomas o dia todo, livrando-se deles só ao acender um cigarro. Outra decorrência do abuso é a queda na produtividade. 
 5.3 – MACONHA 
 Quando retoma as suas atividades, quem usa maconha tende a ficar desatento, disperso e com dificuldade para realizar tarefas mais complexas ou para processar várias informações ao mesmo tempo. Quem consome a droga três vezes por semana, pelo menos, pode apresentar menor motivação no dia-a-dia. 
 5.4 - COCAÍNA 
 Em geral, usuários de cocaína tendem a ficar instáveis mentalmente, apresentando comportamento mais impulsivo e irritadiço. O consumo no trabalho pode deixar o usuário muito eufórico em uma reunião, agressivo em outra e, não raro, deprimido após o efeito do entorpecente. A instabilidade emocional, então, é constante no ambiente de trabalho. 
5.5 – ECSTASY 
O ecstasy é uma substância psicotrópica. É chamada droga de recreio ou de desenho, pois possui ação estimulante e alucinógena. Seus efeitos surgem após vinte e setenta minutos, atingindo estabilidade em duas horas, pode agrupar efeitos da cannabis, das anfetaminas e do álcool. Os jovens são quem mais utilizam essa droga principalmente em finais de semana, em festas e baladas. 
 6.0 - USO DE DROGAS 
6.1 - Uso na vida: quando a pessoa fez uso de qualquer droga pelo menos uma vez na vida; 
6.2 - Uso no ano: quando a pessoa utilizou drogas pelo menos uma vez nos 12 meses que antecederam uma provável consulta. 
6.3 - Uso frequente: quando a pessoa utilizou drogas seis ou mais vezes nos 30 dias que antecederam a provável consulta. 
6.4 - Uso de risco: padrão de uso ocasional, repetido ou persistente, que implica em alto risco de dano futuro à saúde física ou mental do usuário, mas que ainda não resultou em significantes efeitos mórbidos. 
6.5 - Uso prejudicial: padrão de uso que já cause dano à saúde física ou mental. 
 7.0 - DEPENDÊNCIA 
• Existe quando ocorrer pelo menos 3 dos seguintes sintomas ao longo de um ano: 
a) Forte desejo ou compulsão de consumir drogas; 
b) Consciência de dificuldades na capacidade de controlar a ingestão de drogas; 
c) Uso de substâncias psicoativas para atenuar sintomas de abstinência com plena consciência da efetividade de tal estratégia; 
d) Estado fisiológico de abstinência; 
e) Evidência de tolerância, necessitando de doses crescentes da substância para alcançar os efeitos antes produzidos; 
f) Negligência progressiva de prazeres e interesses outros em favor do uso de drogas. 
g) Persistência no uso, a despeito de manifestações danosas. 
 7.1 CONSEQUÊNCIAS 
7.1.1-Trabalhadores: aumento do absentismo, mau relacionamento com chefia e/ou colegas, perda constante de empregos, ou aumento dos acidentes de trabalho. 
Diminuição da motivação, do aumento dos conflitos e do aumento da exposição a acidentes de trabalho, o que reduz a produtividade. 
7.1.2-Empresas: perdas de mão de obra, de clientes, gastos com saúde e segurança. 
Diminuição da eficácia da força de trabalho, o aumento das perdas e defeitos na produção e o aumento dos acidentes de trabalho, diminuição da produtividade e consequente diminuição da competitividade.
7.1.3-Clientes: menor qualidade e da existência de defeitos dos produtos adquiridos, através da redução da qualidade do serviço e consequente aumento dos preços do produto final. 
 7.2 ALCOOLISMO 
No Brasil, o alcoolismo é o terceiro motivo para absenteísmo no trabalho, causa mais frequente de aposentadorias precoces e acidentes no trabalho e a oitava causa para concessão de auxílio doença pela Previdência Social. 
7.2.1* O Alcoolismo é o segundo transtorno psiquiátrico mais prevalente naatualidade, sendo superado apenas pelas depressões. 
7.2.2* Caracteriza-se pela busca ou uso compulsivo, repetitivo do álcool a despeito das consequências físicas e/ou psicológicas, sociais e morais. 
7.2.3* Quanto mais precoce o início do alcoolismo e mais tardia a intervenção terapêutica, maior a chance de tornar-se mais grave e com maior dificuldade de recuperação. 
7.2.4* O alcoolismo é tão grave que às vezes toda a família deve ser tratada, tamanho o estrago ocorrido no relacionamento e conflitos familiares, devido os longos períodos da permanência do indivíduo em seu consumo abusivo. 
7.2.5* Apesar do desconhecimento da maioria das pessoas, o álcool também é considerado uma droga psicotrópica, pois atua no sistema nervoso central provocando mudanças no comportamento de quem o consome, além de ter potencial para desenvolver dependência. 
7.2.6* Apesar da ampla aceitação social o consumo abusivo de bebidas alcóolicas passa a ser um problema. 
7.2.7* Além dos inúmeros acidentes de trabalho, no trânsito e a violência associada a episódios de embriaguez, o consumo abusivo de álcool a longo prazo, frequência e circunstâncias, pode provocar o quadro de dependência conhecido como alcoolismo. 
7.2.8* O consumo abusivo do álcool tornou-se, então, problema de saúde pública, acarretando altos custos para a sociedade e envolvendo questões médicas, psicológicas, familiares, profissionais e morais. 
7.3 - COMO EMPRESAS MODERNAS AUXILIAM OS FUNCIONÁRIOS DEPENDENTES 
 a) Deixam claro que o empregado que participar do programa não será demitido, mas sim orientado e tratado. 
b) Incluem esses programas em outros maiores, de qualidade de vida, o que diminui o preconceito com o tema. 
c) Não obrigam o profissional a aderir; a participação é sempre voluntária. 
d) Montam equipes multidisciplinares que coordenam o programa, formadas por médicos, psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais, entre outros profissionais. 
e) Montam equipes de monitores -funcionários treinados para "educar", orientar e encaminhar para tratamento eventuais dependentes químicos. - Oferecem consultas com psicólogos, dentro e fora da empresa. f) Custeiam tratamentos ambulatoriais, internações e medicamentos. 
f) Estendem a familiares alguns dos benefícios oferecidos aos empregados. 
 CAPITULO - III 
8.0 DOENÇAS OCUPACIONAIS 
O advento da Revolução Industrial ocasionou o surgimento das fabricas, as quais passaram a empregar grande parte população, multiplicando as ocupações e trazendo, como conseqüência, uma serie de problemas de saúde. Com isso, surge também a necessidade de o médico entrar nas fabricas e dedicar atenção ao trabalhador e as condições de trabalho. 
Na Inglaterra, berço da Revolução Industrial, já em 1830 apareciam os primeiros médicos de fábrica. 
 Doença ocupacional é a designação de várias doenças que causam alterações na saúde do trabalhador, provocadas por fatores relacionados com o ambiente de trabalho. 
Uma doença ocupacional normalmente é adquirida quando um trabalhador é exposto acima do limite permitido por lei a agentes químicos, físicos e biológicos sem proteção compatível com o risco envolvido. É importante ressaltar que muito dependerá das técnicas de segurança, treinamento e utilização do EPI e EPC para bloquear os riscos existentes. 
8.1 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS RELACIONADAS AO TRABALHO FISIOLOGIA DO APARELHO RESPIRATÓRIO: 
 • VIAS RESPIRATÓRIAS SUPERIORES 
• VIAS RESPIRATÓRIAS INFERIORES 
• PULMÕES 
• PLEURA 
- DOENÇAS OCUPACIONAIS DO APARELHO RESPIRATÓRIO 
Fases: 
a) AGUDAS 
b) CRÔNICAS 
 
8.2 ASMA OCUPACIONAL 
É a obstrução variável das vias aéreas inferiores, induzidas por agentes inaláveis, na forma de gases, vapores ou fumos e presentes em ambiente de trabalho. 
8.2.1 FATOR CAUSAL - Apresenta causas imunológicas ( produtos de origem animal e vegetal) e não imunológicas ( substâncias irritantes). 
OBS: 
ASMA AGRAVADA POR FATOR OCUPACIONAL X ASMA OCUPACIONAL 
8.2.2 EVOLUÇÃO - A Asma Ocupacional é a causa mais comum de Doença respiratória relacionada ao trabalho. A Prevalência varia em função da profissão e da substância a qual o trabalhador fica exposto. Os agentes industriais que mais causam a síndrome da disfunção reativa das vias aéreas (RADS) são: Diisocianato Tolueno; Gás Cloro; Fosgênio, Inalação de Fumaças, Ácido Sulfúrico, Ácido Acético, Cloreto de Zinco, Gás Lacrimogênio, Silicone, Exaustão Diesel, Ácido Fosfórico, Ácido Hidroclórico, Gás Sulfídrico, 2-Diethilaminoetanolamina, Sulfato de Hidrogênio, Vapores de Solda, Hidróxido de Solda, Impermeabilizantes, e Alvejantes. 
8.2.3 CONTROLE E TRATAMENTO: Existem medidas de controle do pó e de vapores nas industrias que utilizam substâncias que podem causar Asma, no entanto, pode ser impossível elimina-las totalmente. Os trabalhadores que desenvolvem a Asma devem ser redirecionados à exercer outras funções onde não fiquem expostos ao Risco. O tratamento é o mesmo para outros tipos de Asmas, Fármacos que que propiciam a abertura das vias e em casos mais graves corticosteróides. 
 8.3 BISSINOSE 
A Bissinose pode ser caracterizada como uma doença com efeitos pulmonares agudos e crônicos causado pela inalação de fibras vegetais (algodão, linho, cânhamo, juta, sisal). 
8.3.1 SINTOMA E DIAGNÓSTICO - A Bissinose pode causar sibilos ao respirar e opressão, geralmente após o primeiro dia de trabalho depois de um descanso. Ao contrário da Asma, os sintomas tendem a diminuir após uma exposição repetida e a pressão no peito pode sumir para o fim de semana de trabalho. No entanto a pessoa que permaneceu exposta durante anos, a pressão pode durar dois (2) ou três (3) dias ou inclusive a semana toda. O controle do Pó é a melhor maneira de prevenir a Bissinose. O Médico do Trabalho pode se Valer da mesma terapêutica adotada para a Asma, através de Broncodilatadores. 
 8.4 PNEUMONITES DE HIPERSENSIBILIDADE 
Grupo de doenças pulmonares resultantes da sensibilização por exposições inalatórias a antígenos bacterianos, fungicos, proteínas de alto peso molecular e inorgânicos. É uma inflamação interna e externa dos pequenos sacos de ar do Pulmão (alvéolos), provocados por uma reação alérgica a inalação de pó orgânico, ou menos frequentemente, de substâncias químicas. 
8.4.1 FATOR CAUSAL: • Feno, palha e cereais mofados > pulmão de fazendeiro. 
• Cana mofada > bagaçose. • Pó de madeira. 
• Penas e excrementos de aves > pulmão dos criadores de ave. 
8.4.2 SINAIS E SINTOMAS \ TRATAMENTO - É habitual que a pessoa apresente febre, tosse, calafrios e falta de ar ao fim de quatro (4) a oito (8) horas de ter estado exposta ao mesmo. Pode ocorrer também perda de apetite, náuseas e vômito, e os sibilos não são freqüentes. A melhor prevenção é evitar a exposição ao antígeno, a redução do pó no local, uso de EPIs adequados ajudam a prevenir a incidência. Sistemas de ventilação eficazes contribuem para evitar que trabalhadores sejam expostos e ganhem sensibilidade a estas substâncias. Individuos que sofreram um episódio agudo restabelecem-se se evitarem posteriores exposições. Quanto a Episódios Graves geralmente o Médico do trabalho utiliza corticosteróides e possívelmente oxigênio terapia. 
8.5 PNEUMOCONIOSES 
As pneumoconioses são doenças pulmonares fibrosantes, causadas pela inalação de poeiras minerais, como a sílica (SiO²), asbesto (amianto), carvão mineral, talco, dentre uma série de outras substâncias que, embora não sejam agentes frequentes, podem levar ao acometimento pulmonar. O RX de tórax é um método de imagem que em conjunto com a história ocupacional do individuo, sugere diagnóstico de Pneumoconiose, porém o diagnóstico de Certeza somente ocorre com a analise histológica do tecido Pulmonar, sendo assim necessária em algumas situações a Biópsia Pulmonar. 
 PRINCIPAIS PNEUMOCONIOSES 
a) NÃO FIBROGÊNICAS - Siderose - Estanose - Baritose 
 b) FIBROGÊNICAS - Silicose - Asbestose - Pneumoconiose dos trabalhadores de carvão - Beriliose - Pneumoconiose por Poeiras Mistas - Pneumoconiosepor Metais Duros 
 8.5.1 SIDEROSE 
a) FATOR CAUSAL – A siderose pulmonar é uma pneumoconiose causada pela inalação de poeiras e fumos contendo óxidos de ferro, inicialmente descrita por Doig e McLaughlin, em 1936, em um soldador de arco elétrico. É caracterizada pela deposição de ferro nos tecidos vivos. Habitualmente acometendo os Pulmões, resultante da inalação de partículas de Ferro. 
 Do ponto de vista de freqüência e difusão do risco inalatório específico no meio ocupacional, a siderose representa a pneumoconiose simples mais importante. A exposição ocupacional ao ferro talvez seja a mais comum no meio industrial. 
 Pode acometer trabalhadores expostos a atividades extrativas de minério de ferro (hematita, magnetita, limonita), produção de pigmentos naturais contendo óxidos de ferro em tintas e pisos, metalurgia de aço, ferro e ligas, solda a arco elétrico. 
b)DIAGNÓSTICO é alcançado por meio de uma detalhada investigação do histórico do colaborador, a Doença tem caráter assintomático, sendo observada em diversos episódios em associação com outras afecções Pulmonares. 
c) TRATAMENTO se dá por meio de Corticosteróides e medicamento que auxiliam o paciente a respirar melhor. 
 Apesar de não ser patologia rara, a siderose não é muito descrita na literatura brasileira.
8.5.2 SILICOSE 
a) FATOR CAUSAL - A silicose é a formação permanente de tecido cicatricial nos pulmões causada pela inalação de pó de sílica (quartzo). 
Silicose é a doença profissional mais antiga que se conhece, desenvolve-se em pessoas que inalaram pó de sílica durante muitos anos. O pó de sílica é o elemento principal que constitui a areia, sendo por isso freqüente a exposição entre os mineiros do metal, os cortadores de arenito e de granito, os operários das fundições e os oleiros. 
b) SINTOMAS – Aparecem geralmente após 20 ou 30 anos de exposição ao pó. No entanto, nos trabalhos em que se utilizam jactos de areia, na construção de túneis e na fabrica de sabões abrasivos que requerem quantidades elevadas de pó de sílica, os sintomas podem surgir em menos de 10 anos. 
A silicose é diagnosticada com uma radiografia no tórax, que mostra o padrão típico de cicatrizes e nódulos. 
 c) Prevenção: O controle da produção do pó no local de trabalho pode ajudar a prevenir a silicose. Quando esta não pode ser controlada, como poderá ser o caso da indústria de jatos de areia, os trabalhadores devem usar máscaras que forneçam ar exterior limpo ou que filtrem completamente as partículas. 
Essa proteção pode não estar ao alcance de todos os trabalhadores numa zona poeirenta e, nesse caso, sempre que seja possível, devem utilizar-se abrasivos diferentes da areia. 
Os trabalhadores expostos ao pó da sílica devem fazer radiografias no tórax com regularidade, todos os 6 meses os que trabalham com jatos de areia e todos os 2 a 5 anos os restantes, de modo que seja possível detectar qualquer problema o mais cedo possível. 
Se a radiografia revelar silicose, o médico, provavelmente, aconselhará o trabalhador a evitar a exposição constante à sílica. 
 d) Tratamento: A silicose é incurável, será necessário a utilização de medicamentos que auxiliem o processo respiratório pro resto da vida. 
8.5.3 PULMÃO NEGRO 
a) FATOR CAUSAL - O pulmão negro (pneumoconiose dos carvoeiros) é uma doença pulmonar causada pela acumulação de pó de carvão nos pulmões. 
 • É consequência da aspiração do pó de carvão durante muito tempo. 
• O pó de carvão não obstrui as vias respiratórias. 
A fibrose maciça progressiva piora mesmo que a pessoa já não esteja exposta ao pó de carvão. O tecido pulmonar e os vasos sanguíneos dos pulmões podem ficar destruídos pelas cicatrizes. 
b) DIAGNÓSTICO - O médico estabelece o diagnóstico quando detecta as manchas características na radiografia no tórax da pessoa que esteve exposta ao pó do carvão durante muito tempo, em regra alguém que trabalhou nas minas debaixo da terra pelo menos 10 anos.
c) PREVENÇÃO E TRATAMENTO • Pode prevenir-se o pulmão negro suprimindo o pó do carvão no local de trabalho. Os trabalhadores do carvão fazem radiografias no tórax todos os 
anos, de modo que a doença possa ser detectada no estágio inicial. Quando esta se detecta, o trabalhador deve ser transferido para uma zona com baixas concentrações de pó de carvão para prevenir a fibrose maciça progressiva. 
• A prevenção é fundamental pois não há cura para o pulmão negro. As pessoas que não podem respirar livremente, poderão beneficiar-se dos tratamentos utilizados para a doença pulmonar crônica obstrutiva, bem como os fármacos que permitem manter as vias aéreas abertas e livres de secreções. 
8.5.4 ASBESTOSE 
a) FATOR CAUSAL - A asbestose é uma formação extensa de tecido cicatricial nos pulmões causada pela aspiração do pó de amianto. 
O amianto é composto por silicato de mineral fibroso de composição química diversa. 
Quando se inala, as fibras de amianto fixam-se profundamente nos pulmões, causando cicatrizes. A inalação de amianto pode também produzir o espessamento dos dois folhetos da membrana que reveste os pulmões (a pleura). 
- As pessoas que trabalham com o amianto correm o risco de sofrer doenças pulmonares. 
- Os operários que trabalham na demolição de construções com isolamento de amianto também correm risco, embora menor. 
- Quanto mais tempo um indivíduo estiver exposto às fibras de amianto, maior é o risco de contrair uma doença relacionada com o amianto. 
- Em raras ocasiões, o amianto causa tumores na pleura, denominados mesoteliomas, ou em membranas do abdómen, chamados mesoteliomas peritoneais. 
 b) PREVENÇÃO E TRATAMENTO • As doenças causadas pela inalação de amianto podem prevenir-se diminuindo ao máximo o pó e as fibras de amianto no local de trabalho. 
• A maioria dos tratamentos para a asbestose alivia os sintomas; por exemplo, a administração de oxigênio alivia a dispnéia. Drenar o líquido à volta dos pulmões pode também facilitar a respiração. 
• Há casos em que o transplante do pulmão deu resultados muito positivos na asbestose. Os mesoteliomas são invariavelmente mortais e a extirpação cirúrgica do tumor não cura o cancro. 
8.5.5 BERILIOSE a) FATOR CAUSAL - A BERILIOSE é uma inflamação pulmonar causada pela aspiração de pó ou de vapores que contêm berílio. 
O que é o berílio? 
 É um elemento alcalino-terroso, bivalente, tóxico, de coloração cinza, duro, leve, quebradiço e sólido na temperatura ambiente. 
 É empregado para aumentar a resistência de ligas metálicas(especialmente a de cobre). É empregado para produzir diversos instrumentos (giroscópios), dispositivos (molas de relógios), e em reatores nucleares. 
No passado, o berílio extraía-se das minas para ser utilizado nas indústrias químicas e eletrônicas e no fabrica de lâmpadas fluorescentes. Atualmente, utiliza-se principalmente na indústria aeroespacial. Além dos trabalhadores destas indústrias, algumas pessoas que vivem perto das refinarias de berílio desenvolvem também a beriliose. 
A diferença entre a beriliose e as outras doenças pulmonares ocupacionais é que os processos pulmonares parecem produzir-se somente em indivíduos sensíveis ao berílio e que representam, aproximadamente, 2 % dos que estão em contato com ele. 
A doença pode manifestar-se inclusive naquelas pessoas que sofreram uma exposição relativamente breve ao berílio e os sintomas podem tardar de 10 a 20 anos a aparecer. As pessoas apresentam acessos de tosse e dificuldades para respirar, podendo levar a morte, se o tratamento não for iniciado precocemente. 
b) DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO • A beriliose aguda pode ser grave, inclusive mortal. No entanto, de modo geral, os indivíduos restabelecem-se, apesar de estarem no início muito doentes devido à rigidez dos pulmões e à alteração da função pulmonar. 
• Com um tratamento adequado, o doente recupera-se, habitualmente, ao fim de um período de 7 a 10 dias, sem efeitos colaterais.
9.0 - EXPOSIÇÃO A GASES E SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS 
Muitos tipos de gases, como o cloro, o fosgênio, o anidrido sulfuroso,o sulfato de hidrogênio, o peróxido de azoto e o amoníaco, podem libertar-se de repente por um acidente industrial e irritar gravemente os pulmões. 
- Os gases como o cloro e o amoníaco dissolvem-se com facilidade e irritam imediatamente a boca, o nariz e a garganta. As zonas inferiores dos pulmões só se vem afetadas quando o gás é inalado profundamente. 
- Os gases radioativos, que se libertam no acidente de um reator nuclear, podem provocar cancro do pulmão e outras formas de cancro que podem demorar anos a desenvolver-se. Alguns gases como o peróxido de azoto não se dissolvem facilmente. Por conseguinte, não provocam sinais de exposição, como irritação do nariz e dos olhos, e são mais propensos a serem profundamente inalados nos pulmões. Esses gases podem causar inflamação das vias aéreas inferiores (bronquiolite) ou mesmo a acumulação de líquido nos pulmões (edema pulmonar). 
- Além disso, julga-se que a exposição a certas substâncias químicas (os compostos de arsénico e os hidrocarburetos) provoca cancro em algumas pessoas. O cancro pode desenvolver-se nos pulmões ou em qualquer parte do organismo, dependendo da substância inalada. 
9.1 SINTOMAS E DIAGNÓSTICO 
 - Os gases solúveis como o cloro produzem queimaduras graves nos olhos, no nariz, na garganta, na traquéia e nas vias aéreas superiores. 
 -Causam, frequentemente, tosse e sangue na expectoração (hemoptise), sendo também frequentes as náuseas e a dispnéia. 
- Os gases menos solúveis como o peróxido de azoto produzem dispnéia, por vezes grave, ao fim de 3 ou 4 horas. 
- Uma radiografia no tórax pode por em evidência se houve edema pulmonar ou bronquiolite. 
9.2 PREVENÇÃO E TRATAMENTO 
- A maioria das pessoas recupera completamente de uma exposição acidental a gases. A complicação mais grave é a infecção pulmonar. 
- A melhor forma de prevenir a exposição é trabalhar com um cuidado extremo quando se manipulam gases e substâncias químicas. 
- No caso de uma fuga acidental, devem estar disponíveis as máscaras antigás com a sua reserva de ar. Os agricultores dos silos têm de estar informados sobre o perigo das exposições a gases tóxicos. 
- O oxigênio é a base do tratamento. Quando a lesão pulmonar é grave, a pessoa pode ter necessidade de respiração artificial. Os fármacos que abrem as vias aéreas, os líquidos por via endovenosa e os antibióticos podem ser úteis. 
Prescrevem-se, frequentemente, corticosteróides, como a prednisona, para reduzir a inflamação dos pulmões. 
10.0 PAIRO – PERDA AUDITIVA INDUZIDA PELO RUIDO OCUPACIONAL 
 a) FATOR CAUSAL - Diminuição Gradual da audição decorrente da exposição continua a níveis elevadas de ruídos. Além de perda auditiva, outras alterações importantes podem prejudicar a qualidade de vida do trabalhador. A perda auditiva típica é observada nas pessoas que possuem uma longa história de exposição a ruídos no trabalho, é caracterizada por perda da audição na faixa entre 3000 a 6000Hz. Na fase precoce à exposição uma perda de audição temporária é observada ao fim de um período de trabalho, mas desaparece após várias horas. A exposição continua ao ruído resultará em perda auditiva permanente que será de natureza progressiva, e se tornará notável subjetivamente ao trabalhador no decorrer do tempo. É preciso adotar mecanismos de segurança, afim de, anular os riscos existentes no ambiente que possam trazer transtornos a saúde do trabalhador. Ex: Mecanismo de bloqueio e EPIs de qualidade. 
Toda vez que alguém se expõe a níveis acima de 85 decibéis, corre o risco de ocorrer lesões no ouvido, que podem ser reversíveis se o trabalhador não ficar exposto durante muito tempo, e permaneça pelo menos 14 horas, em ambiente com níveis inferiores a 80 decibeis, ou seja existe uma lesão que o organismo consegue reparar. Mas, no caso do trabalhador se expor, por exemplo, a ruído de 90 decibeis durante 89hs de trabalho por dia, a lesão provocada aumenta de maneira que mesmo ficando sem exposição durante 14 horas não há uma recuperação completa e no dia seguinte o trabalhador começa a trabalhar de novo já com o ouvido alterado. 
 TABELA 1 Níveis de pressão sonora em decibéis (NPS) e tempo de exposição máxima permitida ao ruído contínuo ou intermitente. (NormaNHO01,1999,FUNDACENTRO) NPS tempo de exposição Locais/ equipamentos diária máxima com risco 
 NPS - TEMPO DE EXPOSIÇÃO DIÁRIA - LOCAIS\ EQUIPAMENTOS 
 
85 dB 8 hs solda elétrica 88 dB 4 hs usinagem peças 91 dB 2 hs tupias e prensas 94 dB 1 hs serra circular 97 dB 30 min calderaria 100 dB 15 min jato de areia, ar comprimido 115 dB* 28 seg martelete pneumático
CAPITULO IV 
11.0 INTOXICAÇÕES EXÓGENAS 
Conceito: É um processo patológico causados por substâncias endógenas ou exógenas, caracterizado pelo desequilíbrio fisiológico, consequente das alterações bioquímicas no organismo. O processo é evidenciado por sinais e sintomas ou mediante dados laboratoriais 
Toxicologia: é uma ciência multidisciplinar que, além de estudar os efeitos adversos causados por agentes químicos no homem e no meio ambiente, estuda também as propriedades físico-químicas de cada substância e avalia a segurança do seu uso. A toxicologia abrange uma vasta área do conhecimento, onde atuam profissionais de diversas formações: Química toxicológica, Toxicologia farmacológica, Clínica, Forense, Ocupacional, Veterinária, Ambiental, aplicada a alimentos, Genética, Analítica, Experimental e etc... 
Especialidades 
É importante ressaltar que existem subespecialidades nesta Ciência, Contudo em nossa área de interesse podemos citar: 
- Toxicologia Clínica 
- Toxicologia Social 
- Toxicologia Ocupacional 
- Toxicologia Ambiental 
 11.1 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 1. DIGESTIVA ( ingestão): exposição através de qualquer orifício natural ou produzido artificialmente (ostomia) que permita a substância atingir o trato digestório. Incluídas: oral, retal, por sondas para alimentação/medicação. 
 
2. CUTÂNEA ( absorção): exposição através da superfície da pele e fâneros (cabelo, pelo ou unha). 
 3. RESPIRATÓRIA (inalação): inspiração ou aspiração de um agente (material particulado, gases ou vapores). Incluídas: via nasal e sondas para a via respiratória. 
 4. OCULAR (absorção) exposição através das mucosas do(s) olho(s). Quando a substância atinge apenas a parte externa das pálpebras, a exposição é considerada cutânea. 
 5. PARENTERAL( injeção) exposição proporcionada por injeção com o propósito de atingir uma determinada estrutura anatômica. Poderá ser intravenosa, intramuscular, intradérmica ou subcutânea. 
 6. VAGINAL(absorção) exposição através da vagina. 
 7. TRANSPLACENTÁRIA (injeção/absorção):transferência da circulação materna para a fetal, através da placenta. 
 8. OUTRA: exposição por via não especificada acima. 
 11.2 AGENTE TÓXICO OU TOXICANTE 
- Entidade química capaz de causar dano a um sistema biológico, alterando uma função ou levando-o à morte, sob certas condições de exposição. 
11.3 VENENO 
 - Agente tóxico que altera ou destrói as funções vitais e, segundo alguns autores, é termo para designar substâncias provenientes de animais, com função de autodefesa ou predação. 
 11.4 TIPO DE AGENTES 
 01.MEDICAMENTO: produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. Inclui os fitoterápicos e excluem-se os chás, ervas e plantas medicinais. 
 02.AGROTÓXICO DE USO AGRÍCOLA: produtos e agentes de processos físicos,químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos. Incluem os inseticidas, fungicidas, herbicidas, fumigantes, molusquicidas, nematicidas, acaricidas, desfolhantes, estimuladores e inibidores de crescimento etc. 
 03. AGROTÓXICO DE USO DOMÉSTICO: produto desinfestante destinado à aplicação em domicílios e suas áreas comuns, no interior de instalações, edifícios públicos ou coletivos e ambientes afins para controle de insetos e outros animais incômodos e nocivos à saúde. Excluem-se os raticidas (item 5). 
 04. AGROTÓXICO DE USO EM SAÚDE PÚBLICA: são praguicidas usados no controle de vetores e hospedeiros intermediários de agentes causadores de doenças (como dengue, febre amarela, malária, doença de Chagas, leishmaniose, esquistossomose), em campanha de saúde pública. 
 05. RATICIDA/ RODENTICIDA: produto desinfestante destinado à aplicação em domicílios e suas áreas comuns, no interior de instalações, edifícios públicos ou coletivos e ambientes afins para controle de roedores. Serão considerados neste grupo os raticidas legalmente autorizados (anticoagulantes) e os raticidas clandestinos (“chumbinho”, estricnina, etc). 
 06. PRODUTO VETERINÁRIO: toda substância química, biológica, biotecnologia ou preparação manufaturada, cuja administração aplicada seja de forma individual ou coletiva, isoladamente ou misturada com os alimentos e destinada à prevenção, ao 
diagnóstico, à cura ou ao tratamento das doenças dos animais; inclui os aditivos, suprimentos, promotores, melhoradores da produção animal, antissépticos, desinfetantes de uso ambiental ou de equipamentos, pesticidas; e todos os produtos que,utilizados nos animais e/ou no seu habitat, protejam, restaurem ou modifiquem suas funções orgânicas e fisiológicas. Nessa denominação também são incluídos os produtos destinados ao embelezamento dos animais e rações. 
 07. PRODUTO DE USO DOMICILIAR: produto químico destinado à limpeza e à manutenção dos diversos ambientes da residência (ex. água sanitária, alvejantes, desincrostantes, desinfetantes e detergentes); combustíveis de uso doméstico (ex. gás de cozinha, querosene, álcool) produtos para pequenos reparos (ex. colas, adesivos, tintas); material escolar (tinta de canetas, giz de cera, massa de modelar, tinta de carimbo e corretivo para escrita) e brinquedos. Excluem-se inseticidas de uso domiciliar e de uso em campanhas de saúde pública, raticida e produto veterinário, classificados em outros grupos. 
 08. COSMÉTICO / HIGIENE PESSOAL: preparação constituída por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, dentes, membranas mucosas da cavidade oral e órgãos genitais externos, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-las, perfumá-las, protegê-las, mantê-las em bom estado, alterar sua aparência e/ou modificar odores. 
 09. PRODUTO QUÍMICO DE USO INDUSTRIAL: produto químico utilizado em processos industriais, empregados em ambientes de trabalho ou aplicados por profissionais em ambientes domésticos. Exemplo: tintas, vernizes, esmaltes, lacas, gases, adesivos, colas, selantes, combustíveis para veículos e máquinas, etc. Exclui-se Produto Químico de Uso Domiciliar (item 7). 
 10. METAL: elemento químico eletropositivo caracterizado pela ductibilidade, maleabilidade, brilho e condutibilidade de calor e eletricidade, incluindo-se baterias e pilhas. Ex: mercúrio, cobre, zinco, chumbo, etc. 
 11. DROGA DE ABUSO: substância psicoativa (com ação no sistema nervoso central) utilizada com propósitos não-medicinais, capaz de modificar o estado de ânimo, a consciência, as funções cognitivas e sensoriais, e o comportamento da pessoa que a utiliza, interferindo no bem estar físico, psíquico e social, individual e coletivo, produzindo ou não tolerância ou dependência substâncias que, em contato com o organismo, são capazes de produzir efeitos nocivos; são incluídos neste grupo também os vegetais de uso terapêutico (plantas medicinais). 
 13. ALIMENTO E BEBIDA: qualquer produto alimentício, aditivo alimentar, alimento in natura ou bebida in natura ou processada que possa produzir efeitos nocivos quando ingerido. Incluem-se os chás e excluem-se as bebidas alcoólicas. 
 14. INSETICIDA: produto para controle de insetos, larvas, formigas etc. 
 15. HERBICIDA: produto para controle de ervas e plantas daninhas, assim como outros vegetais não-desejáveis em determinada cultura. 
 16. CARRAPATICIDA: produto para controle de carrapatos.
17. RATICIDA (RODENTICIDA): produto para controle de ratos e outros roedores. 
 18. FUNGICIDA: produto para controle de fungos. 
 19. PRESERVANTE PARA MADEIRA: produto para controle de fungos e insetos em madeira. 
 20. OUTRO: produtos diversos que não puderam ser classificados nos grupos acima. 
 11.5 TOXICIDADE 
 - Capacidade inerente e potencial do agente tóxico de provocar efeitos nocivos em organismos vivos. O efeito tóxico geralmente é proporcional à concentração do agente tóxico a nível do sítio de ação (tecido alvo) 
11.6 AÇÃO TÓXICA 
 - Maneira pela qual um agente tóxico exerce sua atividade sobre as estruturas teciduais. 
11.7 DL 50 (DOSE LETAL 50%) 
 - Podemos afirmar também como dose letal média de uma substância, que expressa o grau de toxidade aguda de substâncias químicas. Correspondem às doses que provavelmente matam 50% dos animais de um lote utilizados para experiências. São valores calculados estatisticamente a partir de dados obtidos experimentalmente. 
Com base nas DL 50% de várias substâncias, são estabelecidos classes toxicológicas de produtos químicos e farmacológicos, no entanto, para se dizer se uma substância é tóxica ou inocula para o ser humano, devemos também optar por critérios que avaliem se uma substância oferece Risco ou Perigo pra um determinado sistema biológico, para um determinado individuo ou para saúde publica. 
 11.8 FORMAS DE INTOXICAÇÃO 
 01. USO HABITUAL: qualquer caso suspeito de intoxicação ou efeito tóxico decorrente do uso rotineiro ou seguindo as instruções do fabricante do produto ou substância química. Não se aplica a medicamentos, cosméticos, produtos de higiene pessoal e drogas de abuso; inclui uso no ambiente de trabalho. 
 02. ACIDENTAL: exposição indesejável e inesperada, não intencional,que causa danos a saúde. Exemplo: As exposições não-intencionais nas crianças e acidente no local de trabalho. 
 03. AMBIENTAL: exposição não-intencional decorrente da poluição do ar e/ou contaminação de solo e/ou água. 
Ex: vazamento em empresa, mau funcionamento de sistemas de proteção ambiental, acidente com veículo de transporte de carga tóxica. 
 04. USO TERAPÊUTICO: exposição decorrente da utilização de substâncias com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico nas indicações e doses adequadas. 
 05. PRESCRIÇÃO MÉDICA INADEQUADA (erro de prescrição): exposição decorrente de erro de prescrição médica ou odontológica, incluindo erro de indicação, dose, via de administração, caligrafia ilegível. Neste caso, são considerados apenas os erros identificados na prescrição (receita) médica. 
 06. ERRO DE ADMINISTRAÇÃO: caso em que a vítima, apesar de ter prescrição médica ou odontológica correta, é medicada com dose e/ou via de administração e/ou medicamento em desacordo com a prescrição recebida. 
 07. AUTOMEDICAÇÃO: exposição decorrente da administração de medicamentos ou plantas sem prescrição e sem orientação de profissional de saúde, de acordo com a legislação sanitária vigente. Considerar os casos em que o paciente utilizou o produto ou substância por iniciativa própria ou de seu responsável. 
 08. ABUSO: exposição resultante do uso intencional de substânciaspsicoativas com finalidade não medicinal. 
 09. INGESTÃO DE ALIMENTO OU BEBIDA: exposição resultante da ingestão de alimentos ou bebidas que contenham substâncias químicas nocivas. Excluem-se bebidas alcoólicas e doenças transmitidas por alimentos (DTAs). 
 10. TENTATIVA DE SUICÍDIO: uso intencional de qualquer produto e/ou substância química com a intenção de causar a própria morte. 
 11. TENTATIVA DE ABORTO/ ABORTAMENTO: todo caso suspeito de intoxicação de gestantes decorrente do uso de produto e/ou substância química com a intenção de provocar abortamento. 
 12. VIOLÊNCIA / HOMICÍDIO: exposição a produto e/ou substância química provocada por terceiros com a intenção de prejudicar ou causar a morte da vitima. 
13. OUTRA: todo caso que não puder ser classificado nos itens acima, devendo ser especificado no espaço em branco. 
 14. IGNORADA: quando a circunstância da exposição ou intoxicação não pôde ser determinada. 
 11.9 DE ACORDO COM O TEMPO DE EXPOSIÇÃO: 
1. INTOXICAÇÃO AGUDA (ÚNICA): decorre de uma única exposição ao agente, num período de tempo de 24 horas. 
 2. INTOXICAÇÃO AGUDA (REPETIDA): decorre de múltiplas exposições ao mesmo agente num período de tempo de 15 dias. 
 3. INTOXICAÇÃO CRÔNICA: decorre de exposição prolongada ao mesmo agente, de forma contínua ou intermitente, por mais de 15 dias. 
 4. INTOXICAÇÃO AGUDA SOBRE CRÔNICA: considerar os casos de exposição crônica que sofreram uma exposição aguda ao mesmo agente em determinado tempo. 
 5. IGNORADA: casos em que são desconhecidos o tempo e a freqüência das exposições 
 11.10 DADOS DE ATENDIMENTO 
 a) Informar o agente tóxico relacionando nos campos o nome comercial/popular e princípio ativo (em caso de agrotóxicos existe a tabela para seleção automática). 
 b) Informar se agrotóxico, qual a finalidade da utilização. 
 c) Informar se agrotóxico quais as atividades exercidas naexposição atual (escolher até 3 opções segundo a importância). 
 d) Informar se agrotóxico/uso agrícola, qual a cultura/lavoura, escrever o nome da cultura ou lavoura na qual o agrotóxico foi ou estava sendo aplicado. (tabela de culturas) e) Informar a via de exposição/contaminação (escolher até 3 opções segundo a importância). f) Informar a circunstância da exposição/contaminação: motivo ou razão que proporcionou o contato do paciente com o agente tóxico, que, possivelmente, ocasionou o evento. Selecionar a circunstância que melhor descreva a razão pela qual ocorreu a exposição da pessoa ao agente tóxico. Ex. 01 (Uso habitual). 
 g) Informe se a exposição foi durante a atividade laboral. 
h) Informe o tipo de exposição - Assinalar segundo corresponda ao caso: i) Informe o tempo decorrido entre a exposição ao produto e o atendimento – assinalar o Intervalo de tempo em horas (H), dias (D), meses (M) ou ano (A) e ignorado. 
 j) Informe o tipo do atendimento – assinalar a categoria que corresponda ao local onde foi realizado o atendimento. Ex.PS = 1- Hospitalar; AMA = 2 - Ambulatorial. 
 l) Informe se houve Internação hospitalar, Ex. 1- sim. 
 m) Informe a data da internação. 
n) Informe o código da unidade federada. 
o) Informe Anotar o nome do município onde se localiza a Unidade de Saúde que realizou o atendimento. 
p) Informe o nome completo da Unidade de Saúde que realizou o atendimento do caso suspeito de intoxicação. 
 11.11 CONCLUSÃO DO CASO 
 - Informe a classificação final do caso. Ex. 1- Intoxicação confirmada 
1. INTOXICAÇÃO CONFIRMADA: casos em que, após a exposição a uma ou mais substâncias químicas, há aparecimento de alterações bioquímicas (funcionais ou lesionais), e/ou sinais clínicos compatíveis com o quadro de intoxicação. 
 2. SÓ EXPOSIÇÃO: quando há exposição a uma ou mais substâncias químicas, mas não se evidenciam alterações bioquímicas (funcionais ou lesionais) e/ou sinais e sintomas compatíveis com um quadro de intoxicação. 
 3. REAÇÃO ADVERSA: sintomatologia indesejável e esperada, decorrente do uso de substância química com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico, em dose comprovadamente terapêutica. 
 4. OUTRO DIAGNÓSTICO: quando o diagnóstico não é só exposição ou intoxicação. 
 5. SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA: quando há sinais e sintomas decorrentes de interrupção abrupta no uso da substância química; é a ausência de exposição e, portanto, de intoxicação 
 11.12 ANTÍDOTO - Agente capaz de antagonizar s efeitos tóxicos da substância.
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CAPITULO V 
12.0 EPIDEMIOLOGIA 
- Indicadores Utilizados para Medir Risco no Trabalho : 
Indicadores de Saúde: 
● Taxa de Prevalência; 
● Taxa de Incidência. 
Indicadores Utilizados para Medir Risco no Trabalho: 
● Incidência Acumulada; 
● Densidade de Incidência; 
● Coeficiente de Mortalidade; 
● Coeficiente de Letalidade; 
● Coeficiente de Gravidade; 
● Índice de Acidentes Graves. 
12.1 INDICADORES DE SAÚDE 
- Qual a Diferença Entre Prevalência e Incidência ? 
 Ambas são medidas de frequência de ocorrência de doença. Prevalência mede quantas pessoas estão doentes, incidência mede quantas pessoas tornaram-se doentes. Ambos os conceitos envolvem espaço e tempo – quem está ou ficou doente num determinado lugar numa dada época. 
12.1.1 PREVALÊNCIA 
 A taxa de prevalência é determinada pelo números de casos de uma condição específica, em um determinado momento, numa determinada população. 
 A taxa de prevalência é calculada pela seguinte fórmula matemática: 
 Número de casos existentes 
 Taxa de Prevalência = ________________________________ 
 Número de pessoas estudadas na população 
 Por exemplo, no ano de 1990, na cidade de Pelotas, estudou-se uma amostra representativa de base populacional de adultos acima de 40 anos para medir a prevalência de bronquite crônica. De 1.053 pessoas estudadas (número de pessoas na população estudada), encontraram-se 133 que preenchiam o critério diagnóstico de bronquite crônica (número casos existentes). Conforme a fórmula matemática acima descrita, a prevalência de bronquite crônica foi de 12,6%. 
 12.1.2 INCIDÊNCIA 
 A taxa de incidência é o numero de CASOS NOVOS de uma determinada doença que surgem no período de um ano a cada 100.000 habitantes. Por exemplo: em 1995, no Centro de Saúde de Pelotas acompanharam-se e registraram-se, durante 12 meses, todos os casos novos diagnosticados como tuberculose. Foram registrados 192 casos novos em uma população de 265.193 habitantes. A medida da incidência, calculada pela seguinte equação: 
Nº de casos novos de uma doença ocorridos numa população em determinado período _____________________________________________________________________ x 100.000 
 - Nº de pessoas sob risco de desenvolver a doença durante o mesmo período = 72,4 
 Número de “casos novos” em determinado período 
Taxa de incidência= ___________________________________________ 
 Número de pessoas expostas ao risco, no mesmo período 
 
192 casos novos ----- 265.193 habitantes 
 X ----- 100.000 habitantes 
 19.200.000 = 265.193 X 
 
 X= 19.200.00 
 --------------- X= 72,4 novos casos em 100.000 habitantes 
 265.193 
 72,4 
 Taxa de incidência = ---------- = 0,000724 ou 0,0724 % 
 100.000 
 - Qual é a importância destas medidas ? 
 A prevalência nos mostra qual é o comportamento das condições de saúde de uma população. Exemplo: nos dias de hoje, por conta do aumento do consumo de sal, a HAS é uma doença muito prevalente mundialmente, ou seja, devido aos novos hábitos do mundo moderno é uma doença que prevalece. 
 A manutenção destes novos hábitos alimentares do mundo moderno, aumentamanualmente o número de novos casos de HAS, ou seja, aumentam a incidência. A mudança dos hábitos, com menos consumo de sal, diminuirá o número de casos novos e com isso diminuirá a incidência, podendo ou não, com o passar dos anos diminuir a prevalência. 
 Ou seja, a prevalência nos mostra quais são as doenças que acometem muitas pessoas e por isso merecem atenção, medidas, programas de saúde para a sua redução e a incidência é capaz de aferir se estas medidas estão dando o resultado esperado, que é a redução dos casos novos. 
12.2 INDICADORES UTILIZADOS PARA MEDIR RISCO NO TRABALHO 
12.2.1 INCIDÊNCIA ACUMULADA 
Estima o risco do trabalhador se acidentar. É calculada pela seguinte formula: 
Nº total de acidentes de trabalho - Sobre 
Nº de empregados 
12.2.2 DENSIDADE DE INCIDÊNCIA 
Também mede o risco do trabalhador se acidentar , porém mais acurada que a incidência acumulada, pois leva-se em conta o número de homens/horas trabalhadas. 
12.2.3 COEFICIENTE DE MORTALIDADE 
Mede o número de mortes por acidente de trabalho. É calculado pela seguinte fórmula: 
 número total de óbitos por acidente de trabalho 
 __________________________________________________ 
 número de empregados 
 12.2.4 COEFICIENTE DE LETALIDADE 
Mede o risco de um acidente de trabalho levar a óbito. É calculado pela seguinte fórmula: 
 número de óbitos por acidentes de trabalho 
 _____________________________________________ 
 números de acidentes de trabalho ocorridos 
12.2.5 COEFICIENTE DE GRAVIDADE 
Faz uma avalição quantitativa das perdas acarretadas pelo acidente de trabalho devido a incapacidade temporária ou permanente. É calculado pela seguinte fórmula: 
 número de dias afastados 
 ___________________________________________ 
 número de horas/homem trabalhadas 
Índice de Acidentes Graves (IAG) 
Mede o risco do trabalhador sofrer um acidente de trabalho fatal ou incapacitante. É calculado pela seguinte fórmula: 
 número de óbitos + número de incapacitados permanentemente 
 ____________________________________________________ 
 número de empregados celetistas 
 
12.3 CONCEITOS EPIDEMIOLÓGICOS 
Conceito de Epidemia x Endemia 
 O termo "epidemia" designa o brusco aparecimento de uma doença infecciosa que afeta um grande número de pessoas numa determinada região, enquanto que a "endemia" denomina uma doença que se evidencia de forma persistente numa determinada zona. Exemplo: o Rio de Janeiro é uma área endêmica de dengue, ou seja, sempre são esperados pela SMS e SES que casos ocorram, agora se o número de casos ultrapassar o esperado para um determinado ano, ou para uma determinada estação do ano, poderemos estar diante de um surto, e se o número de casos for ainda maior poderemos ter uma epidemia. Se a incidência é muito maior que a esperada, poderemos estar diante de um surto ou de uma epidemia. 
Qual é a importância disso? 
 Vamos supor que trabalhamos em uma empresa e sabemos que a gripe é uma doença endêmica do inverno. Vamos supor que na nossa empresa, esperamos que o número de casos de gripe seja “ X”. Se ao invés de “ X”, for verificado “2x”, estaremos diante de um surto e “3X” de uma epidemia, portanto, apesar da gripe ser endêmica do inverno, em nossa empresa, em específico, o número de casos ultrapassou o esperado e esse fato exige medidas de controle e medidas preventivas, caso contrário teremos toda a empresa doente. 
 O que é pandemia ? 
 É uma epidemia de doença infecciosa que se espalha entre a população localizada em uma grande região geográfica como, por exemplo, um continente, ou mesmo o planeta. Podemos citar como exemplos: AIDS, gripe H1N1
CAPITULO VI 
13.0 ACIDENTE NO TRABALHO 
Conceito: Acidente do trabalho é aquele que no exercício da atividade a serviço da empresa e provoca lesão corporal e perturbação funcional, que pode causar a morte, a perda ou redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. 
13.1 TIPOS ACIDENTES 
Serão considerados acidentes graves os seguintes acidentes: 
 -acidentes com trabalhadores menores que 18 anos independente da gravidade; 
- acidente ocular; 
-fratura fechada; 
-fratura aberta ou exposta; 
-fraturas múltiplas; 
-TCE; 
-traumatismo de nervos e TRM; 
-eletrocussão; 
-asfixia traumática ou estrangulamento; 
-politraumatismo; 
-afogamento; 
-traumatismo de tórax/abdome/bacia; 
-amputação traumática; 
-queimadura de III grau; 
- lesão vesical; e 
- lesão de músculos ou tendões. 
13.1.1 ACIDENTE TÍPICO 
Ocorre pelo o exercício do trabalho a serviço da empresa. 
13.1.2 ACIDENTE DE TRAJETO 
Ocorre no percurso do local de residência para o de trabalho, de deslocamento como percurso do referido trajeto. 
Obs: Considera-se também como acidente de trabalho a doença profissional ou de trabalho, produzida ou desencadeada pelo exercício da atividade laborativa peculiar a determinada atividade. 
 13.2 CAT (COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO) 
- É um formulário que deve ser preenchido para que o acidente seja legalmente reconhecido pelo INSS. 
- O setor de pessoal é responsável pelo preenchimento da CAT, na falta de comunicação pela empresa, a mesma poderá ser realizada pelo próprio acidentado. 
- Todo acidente de trabalho deve ser notificado até o primeiro dia útil seguinte do acidente através da emissão da CAT. Caso seja fatal, ele deve ser notificado dentro de 24 H a SES e investigado em 48 H. 
 A CAT é o documento necessário pra se comunicar ao INSS os acidentes de trabalho. Deve ser preenchido em seis vias com a seguinte destinação: 
- primeira via: INSS - segunda via:à empresa 
- terceira via: ao segurado ou dependente 
- quarta via: sindicato da classe do trabalhador 
- quinta via: ao SUS 
- sexta via: à Delegacia Regional do Trabalho 
 
 A CAT poderá ser preenchida ainda pelo sindicato, pelo médico assistente, pelos dependentes do segurado ou por autoridade pública. 
13.3 DIREITOS PREVIDENCIÁRIOS DO TRABALHADOR QUE CONTRIBUI PARA A PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 De acordo com a legislação previdenciária vigente (Lei Federal 8.213/1991 e Decreto 3.048/1999), existem pelo menos três possibilidades que caracterizam a situação do trabalhador/paciente: 
- trabalhador/paciente segurado pela Previdência Social e coberto pelo SAT; 
- trabalhador /paciente segurado pela Previdência Social, mas não coberto pelo SAT(empresários, trabalhadores autônomos e trabalhadores avulsos); 
- trabalhador paciente não segurado pela Previdência e por conseguinte, também não coberto pelo SAT. 
 O que é SAT ? 
 É o Seguro contra Acidente de Trabalho, um seguro público pelo qual o trabalhador recebe benefícios em caso de doença, acidentes ou ainda em caso de falecimento. Toda empresa de pessoa física ou jurídica que possuir mas de um funcionário deverá arcar com o pagamento da taxa do seguro, sendo pago em sua totalidade pelo empregador. 
Qual é a vantagem de ser coberto pelo SAT ? 
 O trabalhador coberto pelo SAT, tem ainda a mais os seguintes benefícios: 
1- Auxílio-acidente :é pago ao acidentado que após a consolidação das lesões do acidente apresentar sequelas que impliquem na redução da capacidade laborativa; 
2- Pecúlio por invalidez: é pago ao aposentado por invalidez decorrente do acidente de trabalho. Consiste no pagamento único de 75% do limite máximo do salário; 
3- Pecúlio por morte:é pago aos dependentes do segurado falecido em cosequência do acidente de trabalho, consiste num pagamento único de 150% do limite máximo do salário. 
13.4 LICENÇA MÉDICA EM CASO DE ACIDENTE DE TRABALHO 
Os primeiros quinze dias são pagos pela empresa. A partir do 16º dia, a licença é paga pela previdência social 
13.5TIPOS DE AUXÍLIO 
I- Auxílio - doença 
 Será concedido ao segurado que ficar incapacitado para o trabalho por mais de 15 dias consecutivos. Possui carência de 12 contribuições mensais. Não será exigida carência quando a doença resultar de um acidente de qualquer natureza ou de doença prevista em lei (Lista elaborada pelo Ministério da Saúde e Previdência Social). 
O auxílio doença será cessado quando o segurado recuperar a capacidade para o trabalho e se não recuperar o auxílio doença será transformado em aposentadoria por invalidez 
II- Auxílio Doença Acidentário 
É o nome do benefício previdenciário recebido nas licenças superiores a 15 dias, causadas por acidentes no trabalho. Valor recebido corresponde a 91% do salário do benefício. Não é exigido um número mínimo de contribuições. 
 III - Aposentadoria por Invalidez 
 Será concedida ao segurado que for considerado incapaz total ou definitivamente para o trabalho e não tiver condições de ser reabilitado para o exercício da atividade que lhe garanta sustento, observado o período de carência, quando for o caso. Nos casos de invalidez em decorrência de acidente de trabalho não há carência. 
III- Auxílio acidente 
 É o benefício que indeniza o segurado da Previdência Social quando após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar em sequela definitiva que: 
- reduza a capacidade para o trabalho que o segurado habitualmente exercia e se enquadre nas situações discriminadas no anexo III do Regulamento de Previdência Social; 
- reduza a capacidade para o trabalho que o segurado habitualmente exercia e exija maior esforço para o desempenho da mesma atividade que o segurado exercia a época do acidente; 
- impossibilite o desempenho da atividade que o segurado exercia a época do acidente, porém permita o desempenho de outra atividade, após processo de reabilitação profissional, nos casos indicados pela Perícia Médica do INSS. 
IV- Pensão por Morte 
 É o benefício concedido aos dependentes do trabalhador em caso de morte. 
Quem tem direito a pensão por morte? 
 Os dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, na seguinte ordem de classe: 
- cônjuge, companheiro(a),filhos menores de 21 anos ou inválidos em qualquer idade, pais, irmão menor de 21 anos ou inválido em qualquer idade. 
V- Pecúlio por invalidez 
 Será pago ao aposentado por invalidez decorrente do acidente de trabalho. Consiste no pagamento único de 75% do limite máximo do salário; 
PRINCIPAIS FATORES QUE CAUSAM OS ACIDENTES E DOENÇAS NO AMBIENTE DE TRABALHO: 
1- Falha Humana - Inadequação entre homem e a função; - seleção ineficaz; - Falhas de treinamento; - Problemas de relacionamento com a chefia ou companheiros; - política salarial e promocional imprópria; - Clima de insegurança quanto à manutenção do emprego; e - Diversas características de personalidade. 
 2- Fatores Ambientais 
 - Falta de iluminação; 
 - Ruídos em Excesso; 
 - Falta de Proteção nas partes móveis dos equipamentos; 
 - Falta de limpeza e Ordem; 
 - Passagens e corredores obstruídos; 
 - Piso escorregadio; e 
 - Proteção insuficiente ou ausente para o trabalhador. 
 OBRIGAÇÕES DA EMPRESA 
 A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador , sendo também seu dever prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar, e do produto a manipular. 
PEDIDOS E INDENIZAÇÕES 
 O tempo máximo para solicitar indenizações por acidente do trabalho é de 5 anos. O período é contado a partir da data em que foi caracterizado o acidente ou a doença ocupacional. Após esse período, há prescrição do prazo e a indenização não será paga.

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