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Pensar_sociologicamente__Imaginacao_Sociologica[1]

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COLÉGIO PEDRO II
DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA
UNIDADE SÃO CRISTÓVÃO III
2010
	
	Equipe docente: Luiz Felipe Bon (coordenação), Hellington Couto, Liliane Motta, Janecleide Aguiar, Marco Beltri
Atividade didática elaborada pela Professora Janecleide Moura de Aguiar
	COMPONENTES DO GRUPO/Nº/TURMA: 
ATIVIDADE EM GRUPO nº 1 : Aprendendo a pensar com a Sociologia
Pensar sociologicamente (Anthony Giddens, Sociologia, 5ª edição, F.C. Gulbenkian, Lisboa, 2007, pág. 2.)
A Sociologia é o estudo da vida social humana, grupos e sociedades. É uma tarefa fascinante e constrangedora, na medida em que o tema de estudo é o nosso próprio comportamento enquanto seres sociais. 
A esfera de ação do estudo sociológico é extremamente abrangente, podendo ir da análise de encontros casuais entre indivíduos que se cruzam na rua até à investigação de processos sociais globais [como, por exemplo, as migrações e as novas tecnologias de comunicação]. 
A maior parte de nós vê o mundo em termos das características das nossas próprias vidas, com as quais estamos familiarizados. A Sociologia mostra que é necessário adotar uma perspectiva mais abrangente do modo como somos e das razões pelas quais agimos. Ensina-nos que o que consideramos natural, inevitável, bom ou verdadeiro pode não o ser, e que o que tomamos como 'dado' nas nossas vidas é fortemente influenciado por forças históricas e sociais. Compreender as maneiras ao mesmo tempo sutis, complexas e profundas, pelas quais as nossas vidas individuais refletem os contextos da nossa experiência social é essencial à perspectiva sociológica. 
Aprender a pensar sociologicamente - por outras palavras, olhar mais além - significa cultivar a imaginação. Estudar Sociologia não pode ser simplesmente um processo rotineiro de acumulação de conhecimentos. Um sociólogo é alguém capaz de se libertar do quadro das suas circunstâncias pessoais e pensar as coisas num contexto mais abrangente. O trabalho sociológico depende do que o autor americano C. Wright Mills, numa frase famosa, denominou de “imaginação sociológica”.
 
Imaginação sociológica (Richard T. Schaefer, Sociologia, 6ª edição, McGraw-Hill, São Paulo, 2006, pp. 3 e 6.)
Na tentativa de entender o comportamento social, os sociólogos se baseiam em um tipo incomum de pensamento criativo. Um importante sociólogo, C. Wright Mills, descreve tal pensamento como a imaginação sociológica – uma consciência da relação entre o indivíduo e a sociedade mais ampla. Essa consciência permite que todos nós (não apenas os sociólogos) compreendamos as ligações existentes entre o nosso ambiente social pessoal imediato e o mundo social impessoal que nos circunda e que colabora para nos moldar. (...) 
Um elemento-chave da imaginação sociológica é a capacidade de uma pessoa poder ver a sua própria sociedade como uma pessoa de fora o faria, em vez de fazê-lo apenas da perspectiva das experiências pessoais e dos preconceitos culturais. Tomemos como exemplo algo bem simples, os esportes. No Brasil, centenas de milhares de pessoas de todos os níveis sociais vão semanalmente aos estádios torcer por seus times de futebol e gastam milhares de reais em apostas. Em Bali, Indonésia, dezenas de espectadores se juntam ao redor de um ringue para apostar em animais bem-treinados que participam das rinhas de galos. Em ambos os exemplos os espectadores exaltam os méritos dos seus favoritos e apostam nos melhores resultados das competições que são consideradas normais em uma parte do mundo, mas pouco comuns em outra. 
A imaginação sociológica nos permite ir além das experiências e observações pessoais para compreender temas públicos de maior amplitude. O divórcio, por exemplo, é um fato pessoal inquestionavelmente difícil para o marido e para a esposa que se separam. Entretanto, (...) o uso da imaginação sociológica [permite ver] o divórcio não apenas como problema pessoal do indivíduo, mas sim como uma preocupação da sociedade. Usando essa perspectiva, podemos notar que um aumento da taxa de divórcio na verdade redefine uma instituição fundamental – a família. Os lares hoje com frequência incluem padrastos, madrastas e meios-irmãos cujos pais se divorciaram e casaram novamente. 
A imaginação sociológica é uma ferramenta que nos proporciona poder. Ela nos permite olhar para além de uma compreensão limitada do comportamento humano, ver o mundo e as pessoas de uma forma nova, através de uma lente mais potente que o nosso olhar habitual. Pode ser algo tão simples como entender por que um colega de quarto prefere música sertaneja ao hip-hop, ou essa outra forma de olhar as coisas poderá revelar uma maneira completamente diferente de entender as outras populações do mundo.
Questões
 O processo de desnaturalização da realidade social encontra-se relacionado ao senso comum ou ao pensamento sociológico? Explique.
Em que princípio se baseia a “imaginação sociológica”?
Considerando os textos, descreva o objeto de estudo da Sociologia.
Atividade de aplicação do conhecimento: 
Identifique um problema social apresentado em uma notícia de jornal ou revista e que possa ser estudado pela Sociologia. Descreva o seu objeto de estudo em questão..
Justifique sua escolha utilizando um dos seguintes argumentos: “desnaturalização da realidade social” ou “ imaginação sociológica”.
Qual a importância do método neste trabalho? Fundamente sua resposta.
_1234807656/ole-[42, 4D, EE, 74, 00, 00, 00, 00]

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