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Os benefícios do alongamento no tratamento da escoliose

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1 
 
Os benefícios do alongamento no tratamento da escoliose 
Jociane de Aquino Mendes1 
fisiot.jocymendes@hotmail.com 
Dayana Priscila Maia Mejia2 
Pós-Graduação em Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia 
 
Resumo 
 
A escoliose é um problema que atinge cada vez mais pessoas em função dos erros posturais, 
desde a idade escolar, até o longo da vida adulta. O tratamento da escoliose envolve uma 
grande gama de elementos que vão desde a medicina tradicional, com a utilização de 
fármacos específicos até o tratamento fisioterapêutico, também tradicional de combate à dor, 
procurando estimular músculos, tendões e ligamentos para que seu funcionamento volte ao 
estado fisiológico. Dentre estas técnicas se destaca a denominada de Técnica de 
Alongamento, também conhecida como Iso-stretching cujos benefícios são múltiplos para o 
tratamento da dor crônica na coluna. Essa técnica tem como objetivo reestabelecer 
mecanismos de resistência no corpo humano, visando o fortalecimento da musculatura 
acometida, reeducação proprioceptiva e postural, alongamento de tronco, relaxamento, 
propriocepção e analgesia da coluna. Seu resultado segundo a literatura tem sido muito 
expressivo. O problema no Brasil é a completa ausência de infraestrutura no Sistema Único 
de Saúde – SUS para utilização desta técnica, de maneira mais contínua e intensa nas 
pessoas acometidas pela escoliose. Neste sentido este artigo tem por objetivo geral verificar a 
eficácia do tratamento com o uso das técnicas de alongamento em pacientes com escoliose, 
no âmbito da bibliografia disponível, além de especificamente, estudar a anatomia da coluna 
vertebral em suas mínimas estruturas e a fisiopatologia da escoliose; identificar as alterações 
funcionais decorrentes da escoliose através da avaliação postural, afim de promover um 
excelente diagnóstico e tratamento para cada paciente; verificar as vantagens e desvantagens 
da utilização desta técnica, no tratamento da escoliose. Desta forma apresenta como 
resultado uma nova visão a respeito da saúde, que verificou que a utilização da técnica de 
alongamento no atendimento fisioterapêutico é primordial e indispensável no tratamento de 
pacientes com escoliose. 
 
1 Introdução 
 
Dentre os maiores problemas que atingem os países em desenvolvimento são os problemas na 
coluna que contribuem, para limitar a vida ativa de seus habitantes tornando-os, na maioria 
dos casos, precocemente incapacitados para o trabalho, interrompendo assim uma existência 
produtiva e acarretando ônus social para o Estado No Brasil, estatísticas demonstram que há 
uma parcela significativa da população acometida por esse mal (MOMESSO, 2007). 
A escoliose é um desvio tridimensional da coluna vertebral, ou seja, a coluna desvia-se nos 
três planos do espaço. Pode ser classificada segundo sua etiologia em estrutural e não 
estrutural. Na primeira temos a idiopática, a neuromuscular e a osteopática; a não estrutural 
pode ser causada pela discrepância de membros inferiores, espasmos ou dor nos músculos da 
 
1Pós Graduanda em Curso Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia. 
2 Fisioterapeuta Especialista em Metodologia do Ensino Superior. Mestranda em Bioética e Direito em Saúde. 
 
2 
 
coluna vertebral por compressão de raiz nervosa ou outra lesão na coluna e ainda pelo 
posicionamento do troco (KISNER & COLBY, 2010). 
Seu diagnóstico é dado através da avaliação postural. Nessa avaliação o examinador, compara 
os dois hemicorpos do indivíduo na vista anterior, posterior e lateral, observando possíveis 
diferenças e assimetrias (CARRIÈRI, 1999). 
A fisioterapia vem implantada técnicas que possibilitam a capacidade estrutural funcional 
normal dos indivíduos, dentre as quais temos: Bobath, Kabat, eletroterapia, mecanoterapia e 
cinesioterapia que tratam através de movimentos, acelerando o processo de recuperação, 
melhorando assim a qualidade de vida (CARRIÈRI, 1999). 
Segundo Carrièri (1999) outra forma de tratamento é uso da bola suíça onde os pacientes são 
desafiados a seguir simetria quando exercitam, devido à instabilidade da bola. A coordenação 
e o equilíbrio são necessários e podem ser treinados juntos com a força e a mobilidade. Os 
pacientes relatam uma diminuição na dor e geralmente se sentem motivados fazendo 
exercícios individualizados para suas necessidades. Portanto, observa-se como é amplo o 
campo de atuação da fisioterapia. 
Outra forma é o uso de alongamentos justamente para proceder ao alinhamento postural 
diminuindo a dor e recolocando o paciente novamente em condições de exercer suas 
atividades normalmente e melhorando sua expectativa de vida. 
Atualmente, verificou-se que há poucos estudos voltados para a escoliose na vida adulta, este 
fato deve-se a maior preocupação com suas as complicações, que a instalação da doença 
propriamente dita durante a infância; sendo dessa forma importante a realização deste 
trabalho para mostrar que o uso dos alongamentos no controle da evolução sistemática 
minimizando os danos da patologia que quando, não tratada corretamente, pode causar danos 
irreparáveis a saúde desses pacientes podendo leva-los a serem submetidos a procedimentos 
cirúrgicos, demonstrando assim o quanto o fisioterapeuta torna-se útil para uma inegável 
prevenção, na evolução da escoliose. 
Desta forma, tem por objetivo geral verificar a eficácia do tratamento com o uso das técnicas 
de alongamento em pacientes com escoliose, no âmbito da bibliografia disponível, além de 
especificamente, estudar a anatomia da coluna vertebral em suas mínimas estruturas e a 
fisiopatologia da escoliose; identificar as alterações funcionais decorrentes da escoliose 
através da avaliação postural, afim de promover um excelente diagnóstico e tratamento para 
cada paciente; verificar as vantagens e desvantagens da utilização desta técnica, no tratamento 
da escoliose. Desta forma apresenta como resultado uma nova visão a respeito da saúde, que 
verificou que a utilização da técnica de alongamento no atendimento fisioterapêutico é 
primordial e indispensável no tratamento de pacientes com escoliose. 
 Assim, o trabalho se justifica no fato de que na maioria dos hospitais de países 
desenvolvidos, a fisioterapia é vista como uma parte integrante do tratamento de pacientes 
com problemas de coluna. O papel preciso que este profissional desempenha, varia 
consideravelmente de uma unidade para outra e depende de fatores financeiros, 
multidisciplinares e até tradicionais de acordo com a unidade hospitalar. 
As indicações de intervenção fisioterapêutica e os tipos de condutas utilizadas variam de 
acordo com o local e o preparo do profissional. Existem locais em que a indicação da 
fisioterapia é determinada pelo médico e locais em que todos os pacientes internados recebem 
atendimento fisioterapêutico. 
Este artigo é o resultado de uma nova visão a respeito da saúde, decorrente de um processo 
acadêmico que verificou que a fisioterapia é eficaz não somente no tratamento mas também 
na prevenção da escoliose. 
 
 
3 
 
2 Revisão da literatura 
 
2.1 A coluna vertebral 
 
Segundo Kapandji (2000) “a coluna vertebral é o eixo do corpo e, devido a sua estrutura 
mantida consegue conciliar a rigidez e a flexibilidade”. È composta por tensores ligamentares 
e musculares que regulam a flexibilidade, rigidez e equilíbrio sob a influência do sistema 
nervoso central, ou seja, é um conjunto de vértebras superpostas. 
É também denominada de espinha dorsal que localiza-se entre o crânio e a pelve, sendo 
responsável por sustentar dois quintos do peso corporal total. É composta por tecido 
conjuntivo e por uma série de ossos,denominados de vértebras, as quais estão sobrepostas em 
forma de uma coluna. É constituída por 24 vértebras + sacro + cóccix e constitui, junto com a 
cabeça, esterno e costelas, o esqueleto axial. 
 
Fonte Martins (2001) 
Figura 1 – Coluna vertebral 
 
Segundo Martins (2001, p. 33) a coluna vertebral: 
 
4 
 
Superiormente, se articula com o osso occipital (crânio); inferiormente, articula-se 
com o osso do quadril (Ilíaco). É dividida em quatro regiões: Cervical, Torácica, 
Lombar e Sacrococcígea. São sete (7) vértebras cervicais, doze (12) torácicas, cinco 
(5) lombares, cinco (5) sacrais e cerca de quatro (4) coccígeas. Numa vista lateral, a 
coluna apresenta várias curvaturas consideradas fisiológicas. São elas: cervical 
(convexa ventralmente - LORDOSE), torácica (côncava ventralmente - CIFOSE), 
lombar (convexa ventralmente - LORDOSE) e pélvica (côncava ventralmente - 
CIFOSE). Quando uma destas curvaturas está aumentada, chamamos de 
HIPERCIFOSE (Região dorsal e pélvica) ou HIPERLORDOSE (Região cervical e 
lombar). Numa vista anterior ou posterior, a coluna vertebral não apresenta nenhuma 
curvatura. Quando ocorre alguma curvatura neste plano chamamos de ESCOLIOSE. 
 
Assim, a localização da coluna vertebral varia segundo o nível: na porção dorsal fica a quarto 
de espessura do tórax. Na porção cervical situa-se mais para o centro, no terço da espessura 
do pescoço. Já na sua porção lombar é central onde está na metade da espessura do tronco 
(KAPANDJI, 2000). 
Conforme Calais-Germain (1992), o eixo vertebral contém um eixo nervoso: a medula 
espinhal e as raízes nervosas. O tronco possui uma dupla função que é de alinhar os 
segmentos vertebrais e estabilizá-los e de sustentar o peso. Essas duas funções são 
asseguradas por diversos músculos que são poli articulares. 
Martins (2001, p. 34) aponta as seis (6) funções principais para a coluna vertebral: 
 
- Protege a medula espinhal e os nervos espinhais; 
- Suporta o peso do corpo; 
- Fornece um eixo parcialmente rígido e flexível para o corpo e um pivô para a cabeça; 
- Exerce um papel importante na postura e locomoção; 
- Serve de ponto de fixação para as costelas, a cintura pélvica e os músculos do dorso; 
- Proporciona flexibilidade para o corpo, podendo fletir-se para frente, para trás e para os 
lados e ainda girar sobre seu eixo maior. 
 
Devido à grande mobilidade da coluna vertebral, o tronco é capaz de efetuar movimentos nos 
três (3) planos: flexão/extensão, inclinação lateral e rotação. Esse movimento não têm a 
mesma amplitude em todos os níveis vertebrais devido a forma das vértebras, a altura dos 
discos em relação à altura dos corpos e a presença das costelas (CALAUS-GERMAIN, 1992). 
Por ser responsável por sustentar dois quintos (2/5) do peso corpora, a coluna vertebral é fonte 
de muitas doenças e, segundo Nabour (2012, p. 1): 
 
A dor na coluna é um sintoma referido por mais de 80% da população em algum 
momento da vida e é um dos motivos mais frequentes que leva o paciente ao 
consultório do clínico geral, sendo superado apenas pela dor de cabeça. Além disso, 
é responsável por um terço das queixas reumatológicas. 
 
Como se pode observar nas palavras do autor, a dor na coluna é uma queixa frequente, sendo 
apenas inferior aos casos relatados de dor de cabeça, sendo, esta forma, um problema de 
saúde pública, que deve inferir políticas de prevenção e combate. Segundo Nabour (2012, p. 
1): as dores nas costas podem ser causadas por inúmeros problemas relacionados como 
discos, músculos, ligamentos, nervos e mesmo outras estruturas que não fazem parte da 
coluna, e podem ser causados pelos seguintes fatores: 
 
- Obesidade; 
- Distúrbio mecânico/estrutural; 
- Tensão emocional: ansiedade, depressão; 
5 
 
- Esforços excessivos; 
- Má postura; 
- Idade, sexo, raça; 
- Condições sócias econômicas; 
- Atividade profissional. 
 
Com isso, as atividades profissionais, conforme indica o Nabour (2001) podem causar dores 
nas costas, dentre elas destaca-se a escoliose, que afeta uma boa parte das pessoas que estão 
no mercado de trabalho, notadamente àquelas que estão na faixa etária entre 35 e 45 anos de 
idade atingida na coluna pelo desgaste natural da vida cotidiana e pelo desenvolvimento de 
atividades que prejudicam a coluna vertebral. 
Segundo Nabour (2012, p. 2) as doenças que podem causar dor na coluna vertebral são: 
 
- Traumatismos: comuns em tecidos moles (distensão muscular, tendão, ligamentos), fraturas 
e hérnias discais; 
- Malformações congênitas; 
- Mecânico-posturais: postura viciosa, obesidade, gravidez, encurtamento dos músculos 
posteriores das pernas; 
- Doenças de partes moles: fibromialgia, dor miofacial; 
- Degenerativas: artrose; 
- Inflamatória não infecciosa: artrite reumatoide, artrite reumatoide juvenil, pelvespondilite 
anquilosante, artrite psoriática, Síndrome de Reiter e outras; 
- Infecciosa: tuberculose e outras bactérias; 
- Metabólica: osteoporose etc.; 
- Tumores: benignos e malignos; 
- Psicogênica: de ordem emocional. 
 
Todas essas doenças que podem causar problemas de dores nas costas são oriundas do mau 
uso da mesma que acabam por provocar sintomas diversos que provocam a dor que se 
manifesta de diversas formas dentre elas se destaca: a dor localizada que é a dor sentida em 
um ponto ou uma área; e, a dor Irradiada: dor na coluna acompanhada por dor em outra área. 
É uma dor sentida à distância (NABOUR, 2012). 
Desta forma, quando se sente dor nas costas, o mais importante é procurar um médico que 
providenciará um estudo das causas que pode ser feito através dos seguintes exames, segundo 
Nabour (2012, p. 3) que inferem as causas da referida dor procurando descobrir as causas 
referentes à dor: 
 
- RX SIMPLES: mostra as curvaturas da coluna, escorregamento de vértebras, artrose, 
fraturas, lesões infecciosas ou tumorais, doenças metabólicas etc.; 
- TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA: excelente para avaliar anatomia óssea da coluna. 
Confirma diagnóstico de hérnia discal e alteração óssea; 
- RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: bom método utilizado, sobretudo para avaliar as partes 
moles da coluna; 
- MIELOGRAFIA: consiste na injeção de contraste na coluna através de uma agulha, seguido 
de radiografias. Apesar de invasivo, é indicado em alguns casos; 
- ELETRONEUROMIOGRAFIA: avalia lesões dos nervos através de sua condução elétrica, 
sendo necessário apenas em alguns casos. 
-ÂNGULO DE COBB: O ângulo de Cobb é mensurado ao traçar-se duas linhas paralelas às 
extremidades dos corpos vertebrais no início e fim da curva escoliótica. Em seguida, traça-se 
6 
 
mais duas linhas perpendiculares as linhas traçadas anteriormente. O ângulo formado pelo 
cruzamento destas duas linhas é conhecido como ângulo de Cobb. Esse método é muito 
utilizado para na fisioterapia devido seu baixo custo para o profissional, e sua excelente 
mensuração do grau da curvatura, permitindo excelentes resultados na delimitação da conduta 
a ser aplicada no tratamento do paciente. 
Por meio destes exames, o médico pode descobrir as causas das dores nas costas e inferir o 
tratamento correto para a patologia instalada, dentre o uso de fármacos até o tratamento 
fisioterápico, mais o mais importante é destacar que a prevenção é o melhor tratamento para 
as dores oriundas da coluna vertebral, e nunca se esquecer de que o diagnóstico precoce é 
fundamental para imprimir o tratamento correto. 
 
2.2 Escoliose 
 
Segundo Dimeglio (1990) a escoliose se caracteriza por um desvio no plano frontal 
acompanhado de uma rotação e uma gibosidade onde na atitude escoliólica observa-se sem 
gibosidade e sem rotação vertebralprevalecendo uma desigualdade de comprimento dos 
membros que desaparece com o paciente na posição horizontal. Conforme Hall (2010) as 
curvas fisiológicas fazem com que a coluna aumente a sua flexibilidade e a capacidade de 
absorver aos choques, enquanto mantém a tensão e a estabilidade adequada das articulações 
intervertebrais. Dessa forma quando ocorre o aumento das curvaturas fisiológicas da coluna 
ocorre uma maior predisposição de ocorrer dores nas costas podendo ocasionar uma 
contratura muscular. 
Segundo Manhães & Cruz (2009, p. 2): 
 
A escoliose é uma patologia séria, e que desenvolve-se principalmente nas fases de 
crescimento, devendo ser tratada precocemente (OLIVEIRAS e SOUZA, 2004). É 
uma curvatura lateral da coluna, no plano coronal. Diferencia-se a cifose, que é uma 
curvatura posterior da coluna vertebral no plano sagital e da lordose, que é uma 
curvatura anterior da coluna em plano sagital (GREENSPAN, 2001). A causa mais 
comum de escoliose, de acordo com KATZ et al (1998), é a idiopática, que pode ser 
mais classificada em três grupos: infantil (do nascimento até os 3 anos de idade), 
juvenil (entre os 4 e 10 anos de idade) e a adolescente (entre 10 anos de idade e a 
maturidade esquelética). 
 
A escoliose pode ser classificada de acordo com a sua etiologia e, estrutural, que pode ser 
idiopática, neuromuscular, osteopática e não estrutural, onde se tem por discrepância de 
membros inferiores, espasmos ou dor nos músculos da coluna a vertebral por compressão de 
raiz nervosa ou outra lesão na coluna e pelo posicionamento do tronco (KISNER & COLBY, 
2010). 
Segundo Martins (2001, p. 56) “A escoliose é um encurvamento da coluna vertebral. A 
coluna vertebral se encurva no meio ou nos lados”. Para o autor existem três granes causas 
para a escoliose: 
 
- A escoliose congênita (de nascença) decorre de um problema com a formação dos ossos da 
coluna vertebral (vértebras) ou fusão de costelas durante o desenvolvimento do feto ou do 
recém-nascido; 
- A escoliose neuromuscular é causada por problemas como fraqueza muscular ou do controle 
precário dos músculos, ou paralisia decorrente de doenças como paralisia cerebral, distrofia 
muscular, espinha bífida e pólio; e 
- A escoliose idiopática não possui causa conhecida. A escoliose idiopática em adolescentes é 
o tipo mais comum. 
7 
 
 
Como se pode observar, Martins (2001) aponta os três (3) tipos de escoliose e suas possíveis 
causas. A congênita é oriunda de um problema de nascença, ou seja, o indivíduo já nasce com 
um problema na coluna vertebral. O segundo tipo é o mais comum de todas as três (3), pois é 
oriunda do cotidiano da vida, com o desgaste natural dos músculos, ou oriundo de doenças 
como paralisias. E o último caso – a escoliose idiopática, não possui elementos causais 
conhecidos, seu tratamento depende do grau da curva e de sua localização, curvas que 
apresentam angulação maior que 45° de acordo com o método de Cobb, têm indicação de 
tratamento cirúrgico. São sintomas da escoliose: dor lombar e nas costas, fadiga, ombros ou 
quadris que parecem assimétricos e, coluna vertebral encurvada anormalmente para o lado 
(lateralmente). 
 
 
Fonte Martins (2001) 
Figura 2 – Esquema demonstrando mensuração do ângulo de Cobb 
 
Martins (2001, p. 62) aponta como tratamento da escoliose: 
 
Depende da causa da escoliose, do tamanho e da localização da curva, além de 
quanto crescimento o paciente ainda terá. Na maioria dos casos de escoliose 
idiopática adolescente (menores de 20 graus), o tratamento é dispensado, mas devem 
ser realizadas verificações semestrais. Na medida em que a curvatura se agrava 
(acima de 25 a 30 graus em crianças em fase de crescimento), o uso de órteses é 
geralmente recomendado para auxiliar a retardar a progressão da curva. Existem 
muitos tipos de órteses utilizados. O colete de Boston, o colete de Wilmington, o 
colete de Milwaukee e o colete de Charleston foram batizados com o nome dos 
centros onde foram desenvolvidos. Cada colete tem uma aparência distinta. Existem 
diferentes modos de usar cada um deles adequadamente. A seleção de uma órtese e a 
maneira como ela será usada depende de muitos fatores, inclusive das características 
específicas da curvatura. A órtese exata será decidida pelo paciente e o médico. Um 
colete para as costas não reverte à curva. Em vez disso, usa a pressão para alinhar a 
8 
 
coluna vertebral. O colete pode ser ajustado com o crescimento. O uso de colete não 
funciona para as escolioses congênitas e neuromusculares e é menos eficaz na 
escoliose idiopática infanto-juvenil. 
 
Tradicionalmente, o diagnóstico clínico da escoliose e o acompanhamento dos resultados de 
tratamento têm sido realizados por meio de exames radiológicos, que permitem quantificar a 
curvatura. Contudo, o uso de radiografias expõe a população aos efeitos da radiação, envolve 
um custo e nem sempre o profissional tem disponível esse exame. 
Desse modo, as avaliações posturais nas quais os indivíduos são submetidos a testes não 
invasivos tornam-se uma opção viável para estudos das alterações da postura corporal em 
populações. A desvantagem da avaliação postural visual é sua pouca confiabilidade e sua 
utilização de forma qualitativa. Dessa forma, a biofotogrametria computadorizada é um dos 
instrumentos de avaliação quantitativos que permite avaliar a evolução e o resultado dos 
tratamentos, sendo comprovada sua confiabilidade em trabalhos anteriores 
Iunes et. al. (2010, p. 1) diz: 
 
Um tratamento depende exclusivamente do caso, mas recomenda-se o tratamento 
fisioterápico paralelo ao acompanhamento médico. As indicações de intervenção 
fisioterapêutica e os tipos de condutas utilizadas variam de acordo com o local e o 
preparo técnico do profissional. Existem locais em que a indicação da fisioterapia é 
determinada pelo médico e locais em que todos os pacientes internados 
normalmente recebem fisioterapia. 
 
Desta forma, o papel do fisioterapeuta, no tratamento da escoliose, torna-se cada vez mais 
complexo em face de constante qualificação dos serviços de assistência à saúde, que não se 
limitam mais a garantir sobrevida, mas a oferecer qualidade de vida, já que a fisioterapia 
oferece técnicas que atuam como coadjuvantes na obtenção de melhores resultados para os 
indivíduos que se preocupam com a qualidade de vida. 
Entre as funções consideradas justificáveis para a intervenção fisioterapêutica em pacientes 
com escoliose a fisioterapia neste caos tem sido indicada com o objetivo de minimizar os 
efeitos da doença. Sua eficácia pode ser observada pela redução dos efeitos da doença e pela 
melhora das funções da coluna. 
Estudos comprovaram a diminuição nas taxas de incidência com a implementação do serviço 
de fisioterapia, segundo o próprio Ministério da Saúde (2010), tanto que essa profissão passou 
a receber a devida importância em todos os processos de tratamento de saúde, sendo o 
profissional da fisioterapia, elemento indispensável em vários tratamentos. 
No caso da escoliose, assim se manifestam Roncati e Portiolli (2008, p. 6): 
 
A partir da modernização das técnicas de utilizadas para o tratamento 
fisioterapêutico na escoliose, essa especialidade passou a ser imprescindível, 
assumindo papel relevante junto à equipe multidisciplinar que atende os pacientes, 
especialmente no que se refere à intervenção precoce e direcionada às complicações 
causadas pela doença. 
 
Segundo Tribastone (2001), no caso de uma coluna com escoliose, pode ser útil um 
tratamento cinesiológico que busque uma tonificação geral, acompanhadas por exercícios de 
propriocepção e de coordenação. 
Kendall e colaboradores (2009) considerama fisioterapia massagem com o uso de 
alongamentos necessários para o realinhamento da coluna. Segundo Oliver & Middleditch 
(2012), dizem que para conservar a saúde da coluna é preciso fortalecer os músculos que 
ajudam a manter a mesma estável, em movimento e bem alinhada. 
9 
 
Também é essencial a resistência dos músculos que suportam a coluna. Resistência é a 
capacidade dos músculos de se contraírem, isto é, (serem usados). Quanto menos 
desenvolvida for à resistência, menor será o tempo que ele irá se contrair antes de se cansar, 
forçando outras partes do corpo. 
 
3 Metodologia 
 
A pesquisa foi de natureza qualitativa, que envolveu a pesquisa em material, bibliográfico. A 
pesquisa foi realizada por levantamento bibliográfico com registro, análise, classificação e 
interpretação dos fatos coletados em livros e artigos eletrônicos em busca de elementos 
substanciais que embasem a opinião da pesquisadora. Os resultados foram analisados 
levando-se em consideração a opinião da autora, em consonância com a literatura disponível 
com a finalidade de 
- Inferir os modelos conceituais no caso do tratamento da escoliose com uso de alongamentos 
na melhoria da qualidade de vida dos pacientes; 
- Elaboração de artigo científico com os resultados da pesquisa bibliográfica; 
- Verificação da técnica de aplicação de alongamentos no tratamento da escoliose, no âmbito 
da bibliografia disponível; 
- Aplicação de conhecimento teórico sobre o uso de alongamentos no tratamento da escoliose; 
 
4 Resultados e Discussão 
 
4.1 Mecanismo de contração muscular 
 
O corpo humano apresente-se basicamente em constate atividade muscular que provoca 
diferentes funções de forma sincronizada como, por exemplo: o movimento de peristaltismo 
intestinal, movimento uniforme da musculatura lisa dos órgãos internos que agem 
impulsionando o conteúdo alimentar para o exterior, a contração da musculatura cardíaca e 
dos vasos sanguíneos, entre outros. 
A capacidade de realização dessas atividades depende inteiramente de três tipos diferentes de 
músculos que são: músculo cardíaco, músculo esquelético e músculo liso. Segundo Lopes 
(2008, p. 57): 
 
Os músculos esqueléticos e músculos cardíacos são músculos estriados e apresentam 
mecanismos de contração muscular similares. O músculo liso é encontrado em quase 
todos os órgãos internos e apresenta a mesma química de contração, porém sua 
organização difere dos músculos esqueléticos e cardíacos, já que sua duração de 
contração pode ser de dez (10) a cem (100) vezes maiores que a dos músculos 
esqueléticos. 
 
Sabe-se que a fibra muscular esquelética é formada por milhares de miofibrilas musculares 
que se dispõem paralelamente uma as outras e estendem-se por todo o comprimento do 
músculo; há ainda miofibrilas também dispostas de forma paralela, ao longo destas 
miofibrilas. Também existem milhares de filamentos de actina e de miosina que se dispõe de 
forma alternada formado primeiramente um conjunto de filamentos de miosina e em seguida 
de actina e assim de forma sequenciada. 
Em suas estruturas, os filamentos de miosina e actina se sobrepõem uns aos outros 
interagindo entre si na presença de íons de cálcio. Segundo, Guyton (2010) a contração da 
10 
 
fibra muscular é causada por um potencial de ação que se propaga ao longo da membrana 
dessa fibra. O fluxo de corrente elétrica durante o potencial de ação faz com que o sistema 
tubular intracelular (o retículo sarcoplasmático), libere íons de cálcio no sarcoplasma, que é o 
líquido no interior da fibra muscular. São esses íons de cálcio que iniciam a contração 
muscular. 
A contração muscular pode ser classificada em isotônica, quando há movimento articular do 
segmento em questão e, isométrica, quando os segmentos articulares não são mobilizados. A 
contração isotônica pode ainda ser dividida em: concêntrica, quando a origem e a inserção 
muscular se aproximam, e excêntrica quando a origem e a inserção muscular se distanciam 
(GUIRRO & GUIRRO, 2008). 
Há ainda o órgão tendinoso de Golgi (OTG) e o fuso neuromuscular. Esse último age como 
um mecanismo de proteção quando o comprimento do estiramento muscular é ultrapassado 
fisiologicamente, geralmente. O fuso neuromuscular é ativado quando o músculo é alongado 
ou encurtado de forma brusca, causando instantaneamente que o fuso neuromuscular envie 
uma mensagem para o SNC solicitando que haja o encurtamento ou alongamento daquele 
músculo. 
O fuso neuromuscular é composto por três tipos de fibras que se unem para atuar como fusos 
primários e secundários, basicamente apresenta a mesma função que o fuso neuromuscular, 
porém sua localização é mais próxima, quase unida à articulação e encontra-se dentro do 
músculo, inserido bem próximo ao local da inserção muscular. O OTG apresenta maior 
sensibilidade, desempenhando diversas funções no corpo, atuando principalmente na proteção 
muscular. 
 
4.2 Alongamento no tratamento da escoliose 
 
Os alongamentos se originam da palavra alongar, ou seja, de tornar mais longo. Como prática 
de exercícios tem o objetivo de alongar os músculos, os tornando mais flexíveis. São 
exercícios muito utilizados nas práticas desportivas, principalmente no aquecimento antes de 
iniciar sua prática. Também, passou a ser usado na fisioterapia com o claro objetivo de 
recuperar as principais funções dos músculos. Esses exercícios, segundo Campos (2010, p. 1) 
“promovem o estiramento das fibras musculares, fazendo com que elas aumentem o seu 
comprimento. O principal efeito é o aumento da flexibilidade. Quanto mais alongado um 
músculo, maior será a movimentação da articulação comandada por ele e, portanto, maior a 
flexibilidade” Os alongamentos podem ser classificados, segundo Campos (2010, p. 1-2) 
como: 
 
• Alongamento ativo (estático e dinâmico); • Alongamento passivo (estático e 
dinâmico); • Alongamento isométrico; • Facilitação neuromuscular proprioceptiva 
(FNP). Ativo Compreende o Exercício de alongamento em que um indivíduo 
assume uma posição alongada utilizando somente a contração dos músculos 
agonistas do movimento. 
 
Os alongamentos produzem os seguintes efeitos, segundo Campos (2010, p.3): 
- Redução de tensões musculares; 
- Relaxamento; 
- Benefícios para a coordenação, pois os movimentos se tornam mais soltos e fáceis; 
- Aumento do arco de maleabilidade; 
- Prevenção de lesões; 
- Facilita atividades de desgaste, como por exemplo, corrida, tênis, natação, ciclismo etc.; 
11 
 
- Desenvolve a consciência corporal, à medida que a pessoa focaliza a parte do corpo que esta 
sendo alongada; 
- Ativa a circulação; 
- Ajuda no aquecimento, à medida que eleva a temperatura do corpo; 
- Ajuda a liberar os movimentos bloqueados por tensões emocionais. 
No caso específico da escoliose, Souza (2012, p 1-5) lista uma série de exercícios de 
alongamento que podem melhorar os efeitos da escoliose, como por exemplo: 
 
1- Alongamento do lado encurtado e fortalecimento do flexível 
 
Começar com a postura do quatro (4) apoios (postura cachorro) – faça uma 
respiração calma e ritmada, inspire e expire lentamente. Inspire e, enquanto solta o 
ar, eleve o braço e a perna do mesmo lado (lado encurtado); se mantenha nessa 
posição – (conte até 10) e volte à posição inicial. 
 
 
Fonte: Souza (2012, p.1) disponível em http://fisiomovimento.com.br/exercicios-para-escoliose/ Acesso em 
02/08/2014. 
Figura 3 – Alongamento do lado encurtado e fortalecimento do flexível 
 
2 - Postura Gato Arrepiado (Alonga cadeia muscular posterior – retificação torácica) 
 
Começar com a postura do quatro (4) apoios, faça uma respiração calma e ritmada, 
inspire e expirelentamente. Inspire e, enquanto solta o ar, vá elevando as costas e 
abaixando a cabeça até encostar o queixo no peito; inspire novamente e vá 
levantando a cabeça e abaixando a coluna voltando à posição inicial. 
 
Fonte: Souza (2012, p.1) disponível em http://fisiomovimento.com.br/exercicios-para-escoliose/ Acesso em 
02/08/2014. 
Figura 4 – Postura Gato Arrepiado (Alonga cadeia muscular posterior – retificação torácica) 
12 
 
 
3- Postura Gato (Alonga cadeia muscular posterior – retificação lombar) 
 
Começar com a postura do quatro (4) apoios faça uma respiração calma e ritmada, 
inspire e expire lentamente. Inspire e, enquanto solta o ar, vá empurrando as costas 
em direção ao chão, elevando a cabeça; mantenha esta posição (conte até 10), 
inspire novamente e volte à posição inicial lentamente. 
 
 
Fonte: Souza (2012, p.1) disponível em http://fisiomovimento.com.br/exercicios-para-escoliose/ Acesso em 
02/08/2014. 
Figura 5 – Postura Gato (Alonga cadeia muscular posterior – retificação lombar) 
 
4 – Prece Maometana (posição em que a pessoa se apóia nos joelhos e no tórax) 
 
Sentado sob os calcanhares, os braços esticados indo em direção ao chão, desça 
lentamente enquanto solta o ar. Mantenha a posição (conte até 10), inspire 
novamente e lentamente volte à posição inicial. 
 
Fonte: Souza (2012, p.1) disponível em http://fisiomovimento.com.br/exercicios-para-escoliose/ Acesso em 
02/08/2014. 
Figura 6 – Prece Maometana (posição em que a pessoa se apóia nos joelhos e no tórax) 
 
Em um estudo de caso Bonorino, Borin & Silva (2007, p.1) apresentam os resultados da 
aplicação de alongamentos para um paciente com escoliose que foi submetido “a avaliação 
das cadeias musculares, avaliação postural, teste de Adams, mensuração da flexibilidade e do 
13 
 
ângulo de Cobb”. Os resultados foram muito promissores, pois, o paciente melhorou sua 
postura, teve diminuição da dor e diminuição das retrações musculares. Mas é importante 
destacar que a melhora do paciente foi proveniente de duas técnicas: a primeira foi o Iso-
Stretching, ou seja, o alongamento, e a segunda foi à utilização da bola suíça. 
A bola suíça é um instrumento de exercício físico desenvolvido com um material elástico 
macio com um diâmetro de aproximadamente 35 a 85 centímetros (14 a 34 polegadas) e cheia 
de ar. 
Segundo Flett (2003, p. 8): 
 
A pressão de ar é modificada através da remoção de uma válvula. Ele é mais 
frequentemente usado em fisioterapia e exercícios físicos. Também pode ser 
utilizado para a formação de peso. A bola, embora muitas vezes referida como uma 
bola suíça, também é conhecido por vários nomes diferentes, incluindo bola de 
equilíbrio, bola de nascimento, bola corporal, bola de fitness, bola de ginástica, 
physioball, bola pilates, bola Pezzi entre outros. 
 
Foi desenvolvida no ano de 1963, por um fabricante italiano, sendo utilizado pela primeira 
vez em tratamentos de lactantes e em recém-nascidos, e, segundo Flett (2003), por Mary 
Quinton, fisioterapeuta britânico que atuava na Suíça, sendo depois utilizado em neuro-
tratamento por fisioterapeutas. No caso da escoliose, especificamente Gesser et. all (2007, 1) 
informam que no uso da bola suíça: 
 
Os pacientes são desafiados a conseguir simetria quando se exercitam, devido à 
instabilidade da bola. A coordenação e o equilíbrio são necessários e podem ser 
treinados juntos com força e mobilidade, o que pode diminuir a sensação de dor. 
 
Como se pode observar, os autores supracitados falam que a utilização da bola suíça no 
tratamento fisioterápico a escoliose, busca imprimir uma situação em que eles são 
estimulados a procederem à coordenação e o equilíbrio. Os resultados do tratamento da 
escoliose com a bola suíça pode ser equiparado à aplicação do conceito de tratamento de 
Vojta, que se baseia na locomoção reflexa e no fortalecimento dos músculos genuínos 
(intrínsecos) da coluna. 
Desta forma, deve-se estudar como determinado movimento é responsável pelo aparecimento 
do problema, identificando quais são as causas que provocaram ou agravaram o problema ou 
que fatores podem tê-la desencadeado. Simultaneamente, porém, procura-se melhorar a 
postura e corrigir os eventos que possam ter desencadeado os sintomas através de exercícios 
de fortalecimento da musculatura e de alongamento. 
A utilização da bola suíça é de suma importância, pois, são exercícios voltados para o 
aumento da flexibilidade muscular, que promovem o estiramento das fibras musculares, 
fazendo com que elas aumentem o seu comprimento. O principal efeito é o aumento da 
flexibilidade, que é a maior amplitude de movimento possível. 
Bonorino, Borin & Silva (2007, p.51) chegam à seguinte conclusão: 
 
Diante dos resultados, pode-se sugerir que a técnica de tratamento para escoliose, 
baseada no método Iso-Stretching combinado com o uso da Bola Suíça, é eficaz. 
Apesar de não haver diminuição significativa da curva escoliótica, houve 
diminuição das retrações musculares e assim uma melhora no padrão postural da 
paciente e na diminuição das queixas de dor. 
 
Assim as autoras supracitadas recomendam o tratamento conjugado para a escoliose, mas não 
descartam o uso somente dos alongamentos, Mas, Weiss apud Carriére (1999), avaliou cento 
14 
 
e sete (107) radiografias de 107 pacientes antes e depois de um tratamento por meio de 
alongamentos e encontrou melhora em 44% dos casos, junto com uma diminuição 
significante na dor, o que demonstra a eficiência do tratamento com alongamentos nos casos 
de escoliose. Fica evidente que em 56% a melhora não aconteceu, mas foi indicado a 
continuação do tratamento conjugado, ou seja, com a utilização de outras técnicas, dentre elas 
o uso da bola suíça. 
Borghi, Antonini & Facci (2010, p. 169) apresentam um estudo com nove (9) pacientes com 
as seguintes características listadas no quadro abaixo: 
 
 
Fonte: Borghi, Antonini & Facci (2010, p. 169) 
Quadro 1 – Características dos pacientes 
 
Como se pode observar a média de idade é de treze (anos); três (3) pacientes são do sexo 
masculino e, seis (6) do feminino; todos tinham localização da curva tronco-lombar à 
esquerda com exceção de um (1) paciente que além dessa deformidade ainda possui a curva 
torácica à direita. Após as seções de alongamentos os pacientes apresentaram os seguintes 
resultados: 
 
 
Fonte: Borghi, Antonini & Facci (2010, p. 169) 
Figura 7 – Comparação do grau da escoliose antes e depois do tratamento 
 
Desta forma, o estudo de Borghi, Antonini & Facci (2010) que houve melhora no grau da 
escoliose de todos os pacientes em patamares distintos, já que CAD organismo responde de 
forma diferenciada aos tratamentos. 
Segundo Teixeira (2014, p. 16) “muitos exercícios físicos são fundamentais para a correção 
da escoliose, inclusive o desenvolvimento de práticas desportivas, mas os alongamentos são 
bem mais eficazes, por se tratar de forma específica essa anomalia”. 
15 
 
Abdallah (2013, p. 33), considera que o alongamento passivo é feito com a ajuda de forças 
externas (aparelhos, companheiros) em um estado de relaxamento da musculatura a ser 
alongada. O alongamento ativo é determinado pelo maior alcance do movimento voluntário, 
utilizando-se a força dos músculos agonistas e o relaxamento dos músculos antagonistas. 
Para outra consideração Abdallah (2013, p.34), recomenda a utilização dos exercícios de 
alongamento ativo nas modalidades de contrações e extensões para reforçar os extremos 
musculares com respostas à contração muscular dada pelos fusos musculares. O alongamento 
ativo é determinado pelo maior alcance do músculo voluntário, utilizando-se a força dos 
músculose o relaxamento dos músculos antagonistas. 
 
5 Conclusão 
 
A partir dos resultados obtidos no estudo, percebe-se que a redução do grau de escoliose 
quanto aplicado o tratamento de alongamentos, principalmente quando associados a outros 
tipos de tratamento como o uso da bola suíça, por exemplo. No caso dos estudos de Bonorino, 
Borin & Silva (2007) e Borghi, Antonini & Facci (2010) essa análise foi proporcionada pela 
avaliação radiográfica nos pacientes submetidos ao tratamento, reduzindo-se a dor, aumento a 
flexibilidade dos músculos e melhoria de suas posturas. 
As células, "percebendo" os estímulos regulares dos alongamentos, passam a economizar e 
depositar mais cálcio nos ossos e proteína nos músculos e a utilizar e gastar mais as gorduras 
como fonte de energia, mesmo estando em repouso. Esta adaptação, mais visível que as 
outras, é o que leva muita gente a buscar o tratamento com alongamentos, mas é grande ainda 
a parcela que desiste em poucas semanas, já que o tratamento requer disciplina e continuidade 
da realização de atividades físicas. Mesmo após o término do tratamento junto à clínica, o 
paciente deve preservar os ganhos e continuar a praticar alguma atividade física em conjunto 
com alongamentos diários. 
Desta forma, ficou evidenciado na literatura disponível, que os alongamentos produzem 
vários benefícios no tratamento da escoliose, mas também ficou evidente que este tratamento 
não pode ser único e sim aliado as outras formas de tratamentos e atividade física. 
Concluiu-se pelo exposto nessa pesquisa bibliográfica que, o alongamento passivo e ativo, 
podem contribuir de maneira significativa para o equilíbrio do desenvolvimento da coluna 
vertebral. Atentos a descoberta de fatores de risco, para estarem assim, interferindo e 
modificando, em benefício à prevenção e certamente estarem oferecendo melhor perspectiva 
corporal e de funcionalidade da coluna e da qualidade de vida. 
Esta pesquisa, não teve a pretensão de afirmar que o alongamento ativo e passivo é um 
processo fechado e pleno contra a escoliose, mas desmistificar a cultura do tratamento sem 
orientação. 
 
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