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DIREITO CONSTITUCIONAL III - Resumo - II Unidade

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DIREITO CONSTITUCIONAL III 
										 II Unidade
ESTADO DE DEFESA
Estado de defesa – art. 136, §§ 1º ao 7º da CF;
Conjunto de normas constitucionais que visa preservar ou restabelecer ameaças à ordem pública ou à paz social (art. 136, caput, CF).
Decretação da medida:
Requisitos Matérias: 
Ordem pública ou paz social ameaçada;
Instabilidade institucional;
Calamidade natural
Verifica-se grave perturbação ou a impossibilidade de restabelecer a normalidade pelas vias comuns.
Requisitos Formais: 
Competência para decretação é do Presidente da República – competência exclusiva – art. 84, IX, CF;
Instrumentalização: o decreto presidencial estabelecerá duração da medida, áreas abrangidas e providências para limitação de direitos;
Antes da decisão de decretação ou não da medida – solicita pareceres dos Conselhos da República (art. 89, CF) e de Defesa Naciona ( art. 91, CF) – meramente opinativos;
Prazo de duração da medida: máximo de 30 dias, prorrogado uma única vez por mais 30 dias – art. 136, § 2º, CF;
Se ao final do prazo de 60 dias as medidas não forem suficientes para solução da situação de crise, poderá ser decretado o estado de sítio (art. 137, inc. I e art. 138, § 1º, CF).
Áreas abrangidas – locais restritos e determinados (art. 136, caput, CF) 
Direitos e garantias restringidos (art. 136, § 1º, inc. I e § 3º, CF):
Art. 5º, XII (sigilo de correspondência e de comunicações telegráficas e telefônicas).
 
Art. 5º, XVI (direito de reunião);
 Art. 5º, LXI (exigibilidade de prisão somente em flagrante delito ou por ordem da autoridade judicial competente).
Controle Judicial 
 Repressão a abusos e ilegalidades - § 3º, art. 136, CF:
Comunicação da prisão por crime contra o Estado ao juiz competente, acompanhada de declaração de estado físico e mental do detido.
Em caso de prisão ilegal, haverá relaxamento da prisão;
Direito do preso ao exame de corpo de delito;
Prazo de 10 dias para detenção, salvo autorização do Judiciário;
Proibição de incomunicabilidade do preso.
Controle Político 
Espécie de controle posterior previsto nos §§ 4º a , do art. 136, CF:
Após decretação do estado de defesa ou sua prorrogação, no prazo de 24 horas, haverá encaminhamento do decreto presidencial para análise do Congresso Nacional;
O CN poderá aprovar a decretação, por maioria absoluta de ambas as Casas Legislativas, editando o Decreto Legislativo (art. 49, inc. IV, CF) ou poderá rejeitar o decreto presidencial, cessando o estado de defesa;
Referida apreciação deverá ocorrer no prazo de 10 dias do recebimento e, em caso de recesso, haverá convocação extraordinária;
O CN deverá manter suas atividades parlamentares, sob pena de crime de responsabilidade (art. 85, inc. II, CF).
Controle Político Concomitante à execução da medida – art. 140, CF
“A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.”
Finalização do estado de defesa (art. 141, parágrafo único, CF):
Cessado o estado de defesa, cessam os efeitos das medidas, mas tem a prestação de contas do Presidente da República ao Congresso Nacional das providências adotadas, das pessoas atingidas e das restrições aplicadas.
Responsabilidade política e por danos causados (art. 141, caput, CF):
 A finalização do estado de defesa não impedirá a apuração das responsabilidades (civis e penais) pelo Judiciário pelos ilícitos cometidos pelos seus executores ou agentes. O Presidente da República responderá por crime de responsabilidade (art. 85, CF) ou nos âmbitos Cível ou Penal, caso desrespeite os pressupostos constitucionais (materias e formais) autorizadores da medida. 
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL – ARTS. 145 A 162, CF;
Sistema Tributário
É um conjunto de regras básicas destinadas a reger as relações formadas entre o Estado/Fisco e o particular/contribuinte, informando as bases constitucionais para tributação em nosso país;
Abrangência das normas: 
Princípios gerais da tributação; limites do poder de tributar; tributos das entidades políticas (competências) e repartição de receitas;
Art. 145, CF – Instituição de Tributos pela União, Estados, DF e Municípios.
Código Tributário Nacional define Tributo como:
	
“Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”
O pagamento do tributo consiste em uma obrigação tributária, que deriva da vontade da lei;
Ocorrendo o fato previsto em lei (fato gerador abstrato), surge a obrigação de pagar dinheiro ou algo que em moeda possa se exprimir;
O tributo não é penalidade, não constitui sanção por ato ilícito.
Espécies de tributos: art. 145, art. 148 e parágrafo único, art. 149, CF;
IMPOSTO: O fato gerador abstrato (hipótese de incidência tributária) não se vincula a qualquer atividade específica do Estado. É tributo não vinculado ou sem causa, pois não há vinculação a um determinado serviço ou contraprestação do Estado.
Carrazza ensina que: “são prestações pecuniárias desvinculadas de qualquer relação de troca ou utilidade.”
TAXA: Tem por fato gerador abstrato o exercício do poder de polícia ou a utilização de serviços públicos. 
Poder de polícia é espécie de atividade administrativa (preventiva ou repressiva), que condiciona o exercício dos direitos de liberdade e propriedade do particular em nome do interesse público;
CTN, Art. 78. “Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos”.
Serviço público:
Tem que ser específico e passível de individualização. A utilização dos serviços públicos poderá ser de modo efetivo ou potencial, logo, não há necessidade do cidadão fazer ou não uso do serviço;
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: Benefícios proporcionados por obras realizadas pela União, Estados, municípios e DF.
O fato gerador abstrato constitui a realização de uma obra pública e a valorização do imóvel.
Sacha Calmon Navarro Coêlho ensina que: “é o imposto sobre a mais-valia imobiliária causada pelo Estado”
O custo da obra será rateado proporcionalmente com os proprietários da área beneficiada, devendo ser pago após o término da obra pública.
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO (art. 148, CF) – tributo de competência exclusiva da União, com aplicação vinculada (parágrafo único, art. 148, CF), em razão dos objetivos:
Atender despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência e no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, desde que respeitado o princípio da anterioridade (art. 150, III, b, CF).
CONTRIBUIÇÕES PARAFISCAIS (art. 149, CF) – a pessoa política, por meio de lei, delega a terceiros (autarquia ou paraestatal) a capacidade de arrecadar o tributo, os quais poderão dispor do produto arrecadado.
Podem ser: sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas (contribuições corporativas).
Contribuições sociais – financiamento da ordem social, divididas em:
Previdenciárias– art. 195, I, a, II e, CF: 
Os empregados e empregadores ao INSS, dos autônomos e dos servidores públicos.
Seguridade Social– art. 195, I, b e c, III e IV, art. 239, todos da CF e arts. 75, 84 e 90 do ADCT:
Sobre receita ou faturamento (PIS/PASEP e COFINS), sobre lucro líquido (CSLL), sobre a receita de concursos e prognósticos e do importadorde bens ou serviços do exterior (COFINS - importação);
Contribuições da competência residual da União – art. 195, § 4º, CF c/c o art. 154, I, CF:
FGTS – Lei Complementar nº 110/2001;
Contribuições para educação e serviços sociais autônomos – art. 212, § 5º e art. 240, ambos da CF:
Salário-educação e sistema SENAI, SESI, SENAC e SEBRAE;
Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE) 
Contraprestação ao Estado pelo desempenho de atividade reguladora no setor produtivo (econômico). Decorre da regulação da atividade econômica e possui utilização vinculada.
Dispõe o art. 149, § 2º, I a III, da CF que: 
 	
As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: 
	
	I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; 
	II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; 
	III - poderão ter alíquotas: 
	a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; 
	b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. 
Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas 
Destinadas à manutenção de entidades sindicais e profissionais. Resultam da fiscalização das profissões e destinadas aos órgãos fiscalizadores.
Contribuições de iluminação pública – COSIP – art. 149 – A, CF:
Municípios e DF poderão instituir o tributo.
Destinação vinculada: custeio do serviço de iluminação pública
Limitações ao Poder De Tributar 
Os Princípios Tributários constituem limitações constitucionais ao exercício estatal do poder de tributar, com a finalidade de evitar arbitrariedades por parte do Fisco. Configuram-se como direitos fundamentais, eis que necessários à garantia da segurança jurídica e dos direitos individuais (Alexandre de Moraes).
Princípio da Legalidade tributária – art. 150, I, CF – somente por lei pode ser criado ou aumentado o tributo. Referida norma deverá indicar o fato que pode criar a obrigação de pagar o tributo, estabelecer a base de cálculo, a alíquota que incidirá na base de cálculo e o sujeito passivo.
Princípio da Isonomia– art. 150, II, CF – impede tratamento desigual entre os contribuintes que estejam na mesma situação, proibindo, a Constituição, qualquer distinção em razão da ocupação profissional ou função exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. O objetivo é evitar tratamentos privilegiados para aqueles que se encontrem na mesma situação fática ou jurídica. Não fere o princípio da isonomia o tratamento diferenciado dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte (art. 146, III, d e art. 170, inc. IX e art. 179, todos da CF.
Princípio da Irretroatividade – art. 150, III, a, CF – impede que as leis possam atingir fatos geradores ocorridos no passado, ou seja, a norma que tiver criado ou aumentado o tributo não pode retroagir a fatos geradores anteriores ao início da vigência da norma.
O Código Tributário Nacional prevê no art. 106 prevê a utilização de lei mais benigna aos contribuintes, a saber:
	 “Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
	I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; 
	II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
	a) quando deixe de defini-lo como infração;
	b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
	c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.” (grifo nosso)
Princípio da Anterioridade – art. 150, III, b, CF – nenhum tributo pode ser cobrado no mesmo exercício financeiro em que foi criado ou majorado; Visa garantir um prazo para que os contribuintes possam adequar suas condutas a nova carga tributária. Não haverá incidência do princípio da anterioridade nos seguintes tributos (§ 1º, art. 150, CF):
- Impostos de produtos estrangeiros;
- Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
- Imposto sobre produtos industrializados;
- Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
- Imposto extraordinário na iminência ou no caso de guerra externa;
- Empréstimo compulsório para atender despesas extraordinárias, no caso de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência.
Princípio da Noventena – art. 150, III, c , CF – os entes políticos não poderão cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data da publicação da lei que os criou ou os aumentou, observando-se, ainda, o princípio da anterioridade.
A anterioridade nonagesimal significa que pelo prazo de noventa dias o tributo não surtirá efeito. Não haverá incidência do princípio da anterioridade nos seguintes tributos (§ 1º, art. 150, CF):
- Impostos de produtos estrangeiros;
- Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
- Imposto de Renda e Proventos de Qualquer Natureza;
- Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
- Imposto extraordinário na iminência ou no caso de guerra externa;
- Empréstimo compulsório para atender despesas extraordinárias, no caso de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
- Base de cálculo do imposto sobre propriedade de veículos automotores;
- Base de cálculo do imposto sobre propriedade predial e territorial urbana
Princípio da Proibição do confisco – art. 150, IV, CF – não é permitido ao Estado utilizar o tributo com efeito de confisco. O confisco pode configurar tanto a perda da propriedade para o Fisco, como a imposição de ônus que torne impraticável a manutenção das atividades privadas.
Princípio da Capacidade contributiva - § 1º, art. 145, CF - 1º - “Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.”
Princípio da Liberdade de Tráfego – art. 150, V, CF – o Estado está impedido de estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público. O princípio visa impedir que a carga tributária possa limitar o tráfego interestadual e intermunicipal, de bens e pessoas, fundamentado na garantia constitucional da liberdade de locomoção (art. 5º, XV, CF).
Imunidade Tributária
Impedimentos constitucionais ao poder de tributar dos entes políticos, nas hipóteses de não incidência de um tributo: imposto. Configura-se, portanto, como forma de restrição à competência tributária.
Imunidade é diferente de isenção (§ 6º, art. 150, CF);
Imunidade recíproca (art. 150, VI, “a”, CF) – abrange o patrimônio, a renda ou os serviços dos entes de direito público componentes da Federação (União, Estados, Municípios e DF).
Configura-se como forma de preservação do federalismo brasileiro, eis que impede um ente político, componente da Federação, instituir impostos sobre os demais.
A imunidade recíproca abrange às autarquias e fundações, como previsto no § 2º, do art. 150, da CF. Todavia, não se aplica em relação ao patrimônio, a renda e os serviços de intervenção dos entes estatais no campo econômico, regidas por determinações do Direito Privado ou que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário (art. 150, § 3º, CF).
Imunidade dos templos de qualquer natureza (art. 150, VI, “b”, CF) – incidente em qualquer atividade religiosa, de qualquer religião. Logo, as missas, os batizados, os cultos, as procissões ou qualquer atividade religiosaestão livres de impostos. Todavia, se o patrimônio das entidades religiosas não forem utilizados em finalidades espirituais, poderá haver a tributação dos impostos por parte do Estado, na medida em que, a imunidade compreende somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades (§ 4º, art. 150, CF). 
Imunidade dos partidos políticos, das entidades sindicais e das instituições de educação ou de assistência social sem fins lucrativos (art. 150, VI, “c”, CF).
A imunidade abrange o patrimônio, a renda, os serviços e fundações dos partidos políticos e das entidades sindicais dos trabalhadores. A imunidade abrange, ainda, o patrimônio, a renda, os serviços e fundações das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. Não é qualquer instituição de educação ou qualquer organização de assistência social que goza da imunidade tributária, eis que necessitam atender aos dispositivos previstos no art. 14 do CTN e demonstrar que o patrimônio, a renda e os serviços estão ligados às suas atividades essenciais (§4º, art. 150, CF).
Imunidade de livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão (art. 150, VI, “d”, CF) – vedação da tributação de impostos sobre esses meios de comunicação, em todas as suas fases de elaboração (processo de produção), como forma de garantir a liberdade de expressão.
Exoneração E Substituição Tributárias
Dispõe a Constituição Federal que:
Qualquer liberação de tributos, seja por subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica (ordinária), dos entes políticos, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, com ressalva para o campo de incidência da lei complementar (§ 6 º, art. 150, CF).
Impede que a liberação de tributo ocorra por delegação legislativa, logo a exoneração só poderá ocorrer por lei específica.
De acordo com Walber de Moura Agra, a substituição tributária, prevista no § 7º, do art. 150, CF, significa:
	“a imposição para que o sujeito passivo pague sua obrigação tributária previamente, em virtude de uma antecipação do fato gerador, com a presunção de sua base de cálculo. Se for comprovado que ele pagou a mais do que devia ou se o fato gerador presumido não se realizar, é assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga.”
Trata-se de recolhimento do tributo pelo substituto tributário na fonte e repasse no preço da mercadoria. Visa impedir a sonegação fiscal.
	
Regulamentação
A CF/88 exige lei complementar para tratar de normas gerais tributárias.
O art. 146 e seus incisos da CF trata dos assuntos que devem ser considerados como normas gerais tributárias, dispondo que:
“Cabe à lei complementar:
	I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
	II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
	III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
		b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239.”
A Lei nº 5.172/66, denominada de Código Tributário Nacional, em que pese haver sido editada como lei ordinária, integra nosso sistema jurídico com status de lei complementar, em decorrência da denominada teoria da recepção.
No que tange às microempresas e empresas de pequeno porte, verifica-se que a CF/88 designou tratamento diferenciado e favorecido, através do Super Simples, para alguns tributos (art. 146, III, d, CF). Do mesmo modo, o parágrafo único, do art. 146, CF, estabelece a instituição por lei complementar de um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, Estados, DF e municípios, observando-se os critérios de: 
Caráter opcional para os contribuintes; 
Possibilidade do estabelecimento de condições de enquadramento diferenciadas por Estado; 
Recolhimento será unificado e centralizado, com a distribuição imediata da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados, vedado qualquer tipo de retenção ou condicionamento; 
A arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. 
Referida lei complementar poderá, ainda, estabelecer:
“Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo.”
Em se tratando os territórios de autarquias federais, compete à União:
“Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.”
Vedações À União
Art. 151. É vedado à União:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.”
Vedações Aos Estados, Df E Municípios.
Determina a CF/88 o estabelecimento de regras comuns nas relações tributárias entre os entes federativos, impedindo discriminações de qualquer natureza, com o objetivo de se formar um mercado interno comum, dispondo que:
	
“Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.”
Impostos
Da União
Art. 153, incisos I ao VII, da CF;
Imposto de produtos importados 
Fato gerador 
Tipificado no instante em que bens estrangeiros entram no espaço nacional, por qualquer via de acesso.
Possui função extrafiscal (tributação extrafiscal), eis que funciona mais como instrumento de proteção da indústria nacional do que como instrumento de pura arrecadação de recursos financeiros para os cofres públicos (tributação fiscal).
Imposto de exportação
O Fato gerador
 Concretiza-se com a saída de produto (nacional ou nacionalizado) para fora do território nacional, com destino a um país no estrangeiro.
Imposto de Renda e Proventos de qualquer natureza
Possui como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica e jurídica, representada pelo ganho de renda ou de proventos de qualquer natureza (acréscimos no patrimônio). Está fundamentado nos critérios de generalidade, universalidade e progressividade.
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
Incidirá sobre produtos manufaturados da indústria nacional, determinando o art. 46 do CTN o seu fato gerador, a saber:
“Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem comofato gerador:
I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;
II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51;
III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo.”
Poderá haver redução, por meio de lei, do impacto do IPI sobre os bens de capital (art. 153, § 3º, IV, CF);
Possui as seguintes características: seletividade, não cumulatividade e não incidência sobre produtos industrializados destinados ao exterior;
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
Incidirá sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
Ocorrerá seu fato gerador, quando houver o aporte numerário que constitui o objeto da obrigação nas operações financeiras. O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro e instrumento cambial apenas sofrerá incidência do IOF.
Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR)
Finalidade extrafiscal, eis que visa desestimular a manutenção de propriedades improdutivas.
Dispõe o art. 29 do CTN que seu fato gerador é a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município.
O § 4º, do art. 153, da CF elenca suas características, a saber:
Será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; 
Não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; 
Será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. 
Se o município apenas cobrar o tributo fará jus a 50% do produto da arrecadação do ITR, no que tange aos imóveis nele situados (art. 158, II, da CF).
Imposto sobre grandes fortunas
Não há regulamentação por lei complementar.
Competência residual e impostos extraordinários
Somente a União poderá criar (art. 154, CF):
Mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
Na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
Dos Estados E Df
Art. 155 e incisos, CF;
Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação
Fato gerador: a transmissão em decorrência do falecimento do titular de bens ou, quando houver doação. 
Haverá incidência sobre bens (móveis e imóveis) e direitos. No que tange a bens imóveis e respectivos direitos, a instituição do imposto compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal (art. 155, § 1º, I, CF). 
Relativamente a bens móveis, títulos e créditos, a criação do imposto compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal (art. 155, § 1º, II, CF);
Terá competência para sua instituição regulada por lei complementar, quando 155, § 1º, III, CF) :
	a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior;
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS)
Terá como fato gerador a circulação de mercadorias ou a prestação dos serviços de transporte interestadual e intermunicipal e a prestação de serviços de comunicação;
A circulação exige a transferência de titularidade do bem.
- Art. 155, § 2º, I, CF – o imposto será “não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;”
- Art. 155, § 2º, III, CF – o imposto “poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;”
Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)
Terá como fato gerador a propriedade do veículo. Incidirá sobre propriedade de qualquer veículo automotor que esteja registrado no órgão competente dos Estados.
Dos Municípios
Art. 156 e incisos, CF;
Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)
Seu fato gerador é a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, conforme lei civil, localizado na área urbana do Município. Esse imposto abrangerá tanto a área em que situado o imóvel quanto suas edificações. Sem prejuízo da progressividade prevista no art. 182, § 4º, inciso II, CF, o IPTU poderá:
 I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; 
 II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel (art. 156, § 1º, II e II, da CF). 
Imposto de Transmissão Inter Vivos 
Fato gerador: transferência da propriedade da coisa, a título oneroso.
Imposto sobre Serviços (ISS)
Constitui fato gerador a prestação, por empresa ou profissional autônomo, com ou sem estabelecimento fixo, de serviços designados em lei complementar como tributáveis. Não incidirá sobre os serviços pertinentes ao ICMS.
Repartição de Receitas Tributárias
Arts. 157 a 162, CF;
A transferência fiscal representa a forma como a receita tributária será repartida entre os entes federativos. A repartição sempre será da União para os Estados e o DF, da União para os municípios e dos Estados para os municípios. Somente haverá repartição do produto da arrecadação de impostos e da contribuição de intervenção no domínio econômico incidente sobre combustíveis (CIDE – combustíveis).
A participação dos entes políticos no produto da arrecadação tributária de outro ente federativo poderá ocorrer:
De maneira direta – quando temos a definição de um percentual do tributo arrecadado;
De maneira indireta – quando temos a formação dos fundos, para os quais seguem as receitas dos impostos, que serão rateadas pelos seus participantes;
Art. 157, CF – Repartição direta aos Estados e ao Distrito Federal;
Art. 158, CF – Repartição direta aos municípios;
Art. 159, CF – Repartição indireta por parte da União.
Não sofrem repartição do produto da sua arrecadação:
Os impostos municipais (IPTU, ITBI e ISS);
Os impostos instituídos e arrecadados pelo DF;
O imposto estadual sobre transmissão causa mortis e doações;
Os impostos federais de importação, de exportação, sobre grandes fortunas e extraordinário de guerra.
Em regra, está vedado a retenção ou qualquer restrição à entrega ou ao emprego dos recursos pertencentes aos Estados, DF e aos municípios (art. 160, CF). Todavia, a União e os Estados podem condicionar a entrega dos recursos nas hipóteses do parágrafo único, do art. 160, CF.
“Art. 160. (...) Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de condicionarem a entrega de recursos:
	I - ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias; 
	II - ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III.”
Isso quer dizer: pagamento dos créditos devidos pelos entes políticos, inclusive de suas autarquias e aplicação, anual, de recursos mínimos em ações e serviços públicos de saúde;
“Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios divulgarão, até o último dia do mês subsequente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecadados, os recursos recebidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos critérios de rateio.
Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão discriminados por Estado e por Município. Os dos Estados, por Município.”FINANÇAS PÚBLICAS 
Normas Gerais Sobre Finanças Públicas
As normas gerais sobre finanças públicas estão dispostas nos artigos 163 e 164 da CF. O art. 163, CF retrata norma gerais de eficácia limitada, que deverão ser regulamentadas por lei complementar, dita regulamentação pode ser feita de forma fragmentada, em diversas leis.
Art. 163, da CF - Lei complementar disporá sobre:
	I - finanças públicas;
	II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público;
	III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
	IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
	V – fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; 
	VI – operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
	VII – compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
Art. 164, da CF - A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central.
	§ 1º - É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
	§ 2º - O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
	§ 3º - As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
O Banco Central exerce, de forma exclusiva, a competência da União, prevista no art. 21, inciso VII, da CF, para EMITIR MOEDA. O Banco Central é uma AUTARQUIA FEDERAL.
Segundo José Afonso da Silva, possui como função principal o “controle de assuntos monetários, controle de crédito e do câmbio, controle de capitais estrangeiros. Para tanto, autoriza o funcionamento das instituições financeiras, fiscaliza-as, autoriza-lhes a prática de operações de câmbio, crédito e venda de títulos da dívida pública federal, estadual e municipal, ações e debêntures, letras hipotecárias e outros títulos de crédito.”
É VEDADO ao BANCO CENTRAL conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
O BANCO CENTRAL poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
As disponibilidades de caixa da União SERÃO DEPOSITADAS no BANCO CENTRAL; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
Sistema Orçamentário 
Segundo Aliomar Baleeiro, pode-se conceituar ORÇAMENTO PÚBLICO como:
	“o ato pelo qual o Poder Legislativo prevê e autoriza ao Poder Executivo, por certo período e em pormenor, as despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei”.
Quem determina o estudo das leis que formam o orçamento público é o Direito Financeiro, ramo do Direito Público que estuda o ordenamento jurídico das finanças do Estado e as relações jurídicas entre o Estado e os particulares que decorrem de atividades financeiras. 
A atividade financeira do Estado é aquela voltada a obter, gerir e aplicar os recursos financeiros à realização do bem comum.
O orçamento tem característica técnica, econômica, governamental e jurídica. 
A Constituição Federal de 1988 integrou o orçamento programa à técnica de planejamento governamental. Surgiu como uma forma de interferência na estrutura econômica, sendo sua tarefa planejar a atividade econômica e a ação governamental do Estado. Logo, todos os planos e programas nacionais, regionais e setoriais, que são apreciados pelo Congresso Nacional devem se estruturar de acordo com o plano plurianual (art. 165, § 4º, da CF).
De acordo com a Carta Magna o plano plurianual estabelece diretrizes, objetivos e metas para Administração Pública Federal, com relação as despesas de capital e outras delas decorrentes, bem como relativas aos programas de duração continuada (art. 165, § 1º, CF). Desse modo, para Uadi Lammêgo Bulos “a missão da lei orçamentária é programar, planejar e aprovar obras, serviços e encargos públicos, estipulando o plano financeiro anual para as entidades constitucionais, com previsão de receitas e autorização de despesa.”
Receita pública – conjunto de recursos financeiros que adentram nos cofres públicos;
Despesa pública – execução de gastos com remuneração de agentes públicos, aquisição de bens, execução de obras e empreendimentos, dentre outros.
Princípios Orçamentários
Universalidade (art. 165, § 5º, CF)
 
Na lei orçamentária devem ser incluídas, por seus valores brutos, todas as despesas e receitas da União, inclusive as relativas aos seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, bem como fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público (CF, art. 165, § 5º e Lei nº 4.320/64, art. 6º). Dito princípio visa, assim, a proporcionar maior clareza ao orçamento, facilitando a sua compreensão e possibilitando que retrate fielmente as finanças do estado.
Unidade (art. 165, §§ 1º e 5º, CF)
Todas as despesas e receitas do Estado deviam estar reunidas em um só documento, permitindo a sua apreciação em conjunto, ou seja, determina uma integração entre os diversos orçamentos, compreendendo as despesas e receitas de todos os Poderes, órgãos e fundos. 
O orçamento fiscal refere-se aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades de administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. O orçamento de investimento diz respeito às empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. Por sua vez, o orçamento da seguridade social abrange todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. 
Programação orçamentária (art. 165, §4º, CF)
O orçamento deve ter forma de programa. Formula-se objetivos e os estudos das alternativas da ação futura para alcançar os fins da atividade governamental. Liga-se ao plano de ação governamental.
Anualidade (art. 165, §5º, CF)
Que o orçamento deve ser elaborado para um período determinado, que, na maioria dos Estados, corresponde ao prazo de um ano. A previsão orçamentária não pode ter uma existência ilimitada, sob pena de ficar fora do alcance da capacidade humana, sendo periódico o orçamento, há um maior controle quanto à sua execução. O contribuinte está mais protegido, eis que, periodicamente, se pode fazer uma revisão da carga tributária e adaptá-la às necessidades do Estado, que, como se sabe, variam no tempo e no espaço.
Proibição de estorno
VI do art. 167 da CF, veda a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa. O Poder Executivo, no caso de estouro ou insuficiência de verbas, pode recorrer ao crédito suplementar, depois de previamente autorizado pelo Poder Legislativo e desde que preencha os requisitos estabelecidos pela Lei nº 4.320 sobre a matéria.
Não-vinculação (ou não afetação) de receita pública (167, inc. IV, CF)
Veda a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas:
 A repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem nos arts. 158 e 159;
A destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino, como determinado pelo art. 212;A prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º;
A prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta (§ 4º do art. 167).
Exclusividade de matéria orçamentária.
 
Só pode constar do orçamento matéria pertinente à fixação da despesa e à previsão da receita, conforme determina o art. 165, § 8º da CF, ressalvados os casos de:
Autorização para abertura de créditos suplementares e para contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação da receita, nos termos da lei (§8º, art. 165, CF);
Segundo Uadi Lammêgo, o objetivo é evitar que se alargue a lei orçamentária mediante colocação de assuntos alheios ao orçamento.
Leis Orçamentárias
O art. 165, CF dispõe como leis de iniciativa do Poder Executivo:
I – Plano Plurianual;
II – Lei de Diretrizes Orçamentárias;
III – Lei Orçamentária Anual.
Lei Plurianual - Art. 165, § 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
Lei de Diretrizes Orçamentárias antecede a elaboração do orçamento, eis que fornecerá as metas e prioridades para o orçamento anual.
Art. 165, § 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
Art. 165, § 3º, CF - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.
Objetivo: verificar o cumprimento da previsão de gastos e receitas.
Lei Orçamentária Anual – faz a estimativa das receitas e despesas. Sua validade está condicionada ao exercício financeiro de um ano.
De acordo com art. 165, § 5º, I, II e III, CF compreende três tipos de orçamento:
	I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
	II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
	III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
Para atender ao princípio da especificação, as receitas e despesas deverão ser discriminadas de acordo com um demonstrativo regionalizado, como dispõe o § 6º, do art. 165, CF, a saber:
	§ 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. 
Na lei orçamentária o orçamento fiscal e de investimento necessitam ser compatibilizados com o plano plurianual, apresentando entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional (§ 7º, art. 165, CF).
O princípio da exclusividade determina que “a lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei (§8º, art. 165, CF).”
Art. 165, § 9º - Caberá à lei complementar:
	I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
	II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.
	
Análise Das Leis Orçamentárias
A análise das leis orçamentárias e de créditos adicionais será feita pelo Poder Legislativo, na forma do regimento comum, de forma separada em cada uma de suas Casas (art. 166, CF). Dispõe o art., 166, § 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
	
	I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República;
	II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.
	
As propostas de emendas serão apresentadas na comissão mista, emitindo-se para tanto um parecer. (§ 2º, art. 166, CF).
Os projetos das leis orçamentárias e a proposta de emendas a eles serão votados pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional, aplicando-se, no que couber, as regras relativas ao processo legislativo (§ 7º, art. 166, CF).
Art. 166, § 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:
	I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
	II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:
	a) dotações para pessoal e seus encargos;
	b) serviço da dívida;
	c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
	III - sejam relacionadas:
	a) com a correção de erros ou omissões; ou
	b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
As emendas que objetivam modificar o projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual. (§ 4º, art. 166, CF).
O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta. (§ 5º, art. 166, CF).
Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. (§ 6º, art. 166, CF).
Em caso de rejeição ao projeto de lei orçamentária, aplica-se as regras contidas no § 8º, art. 166, da CF, a saber:
	§ 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
Vedações às leis orçamentárias – art. 167, incs. I ao XI, §§ 1º ao 4º, CF;
Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos (art. 168).
Despesas De Pessoal
A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá ultrapassar os limites da receita corrente líquida de 50% para a União e de 60% para os Estados e Municípios (art. 169 da CF).
A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: 
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoale aos acréscimos dela decorrentes;  II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista.  (§1º, art. 169, CF).
Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites. (§ 2º, art. 169, CF).
Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências:  
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança;   II - exoneração dos servidores não estáveis.  (§ 3º, art. 169, CF).
Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.  (§ 4º, art. 169, CF).
O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço. (§ 5º, art. 169, CF).
O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos. (§ 6º, art. 169, CF).
DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA
Princípios da atividade econômica
Evolução do Estado e a ordem econômica
Estado Liberal: atuação mínima do Estado na ordem econômica. Garantia da liberdade contratual e ordem pública.
 Estado Social: atuação ativa do Estado na ordem econômica. Criação de empresas estatais e exercício de atividades em regime de monopólio. Constitucionalização da economia. Princípios da ordem econômica.
 Estado Regulador: atuação indireta do Estado na ordem econômica. Agente normativo e fiscalizador da atividade econômica.
Ordem econômica e financeira
Constituição Federal de 1988 consagrou as normas referentes à ordem econômica e financeira subdivididas em 04 capítulos:
Dos princípios gerais da atividade econômica (arts. 170 a 181, da CF);
Da política urbana (arts. 182 e 183, da CF);
Da política agrícola e fundiária e da reforma agrária (arts. 184 a 191, da CF);
Do sistema financeiro nacional (art. 192, da CF).
Princípios gerais da atividade econômica 
Art. 170, caput, da CF: adoção do modelo capitalista de produção (economia de mercado – art. 219, da CF) – com predomínio da livre iniciativa.
A todos é assegurado o livre exercício da atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos do poder público, salvo os casos previstos na legislação.
 Garantia da intervenção do Estado – Fundamento da ordem econômica: 
 Valorização do trabalho humano e a livre iniciativa.
Fundamentos da República Federativa do Brasil (art. 1º, IV, da CF): 
 Os valores sociais do trabalho e os valores sociais da livre iniciativa.
Finalidade da ordem econômica constitucional: 
 garantia de existência digna, conforme os ditames da justiça social.
 A atividade econômica a ser desenvolvida pelo Estado (autuação direta) ou pelo particular deverá observar os princípios gerais previstos nos incisos I ao IX, do art. 170, da CF.
Soberania nacional
- Fundamento da República Federativa do Brasil (art. 1º, I, da CF) e garantia da independência nacional (art. 4º, da CF). 
- Evitar a influência descontrolada de outros países na economia brasileira.
- A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro, incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa de lucros (art. 172, da CF). 
Propriedade privada
Direitos individuais (art. 5º, XXII, XXIV, XXV, XXVI, da CF);
Garantia da propriedade privada como meio de produção;
Função social da propriedade
 previsão no art. 5º, XXIII e art. 186, da CF.
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
Livre concorrência
 Manifestação da liberdade de iniciativa;
 O Estado deve combater qualquer abuso a livre concorrência;
 A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros (art. 173, § 4º, da CF);
 Responsabilidade da pessoa jurídica e seus dirigentes – art. 173, § 5º, da CF;
 Lei nº 12.529/2011 (revogou a Lei nº 8.884/94) – Estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência e dispõe sobre a prevenção e repressão às infrações contra a ordem econômica .
Art. 173, § 5º, da CF
A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular.
Lei nº 12.529/2011 
Art. 1o  Esta Lei estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência - SBDC e dispõe sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica, orientada pelos ditames constitucionais de liberdade de iniciativa, livre concorrência, função social da propriedade, defesa dos consumidores e repressão ao abuso do poder econômico.  
Parágrafo único.  A coletividade é a titular dos bens jurídicos protegidos por esta Lei. 
Lei nº 12.529/2011 
Art. 3o  O SBDC é formado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE e pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, com as atribuições previstas nesta Lei. 
Lei nº 12.529/2011 
- Título IV – Das infrações da ordem econômica (arts. 31 ao 47).
Defesa do consumidor
 consagração do princípio da vulnerabilidade;
 art. 5º, XXXII, da CF – a defesa do consumidor é um direito fundamental;
XXXII, do art. 5º da CF - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
 proteção ao consumidor – Lei nº 8.078/90.
Defesa do meio ambiente
 possibilidade de tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços, e de seus processos de elaboração e prestação;
O Estado poderá estabelecer incentivos (isenções, benefícios fiscais, etc.) para empresas que utilizem produtos recicláveis ou que produzam com índices reduzidos de impacto ambiental;
 direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado – art. 225, caput, da CF.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Redução das desigualdades regionais e sociais
Objetivo fundamental da República Federativa do Brasil (art. 3º, III, da CF): 
 erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
 Plano plurianual (art. 165, § 1º, da CF);
 Concessão de incentivos fiscais (art. 151, I, da CF);
Fundo de erradicação da pobreza.
Plano plurianual - LEI Nº 12.593, de 18 de janeiro de 2012.
Institui o Plano Plurianual da União para o período de 2012 a 2015.
Art. 3o O PPA 2012‐2015 é instrumento de planejamento governamental que define diretrizes, objetivos e metas com o propósito de viabilizar a implementação e a gestão das políticas públicas, orientar a definição de prioridades e auxiliar na promoção do desenvolvimento sustentável.Art. 4o O PPA 2012‐2015 terá como diretrizes:
I ‐ a garantia dos direitos humanos com redução das desigualdades sociais, regionais, étnico‐raciais e de gênero;
II ‐ a ampliação da participação social;
III ‐ a promoção da sustentabilidade ambiental;
IV ‐ a valorização da diversidade cultural e da identidade nacional;
V ‐ a excelência na gestão para garantir o provimento de bens e serviços à sociedade;
VI ‐ a garantia da soberania nacional;
VII ‐ o aumento da eficiência dos gastos públicos;
VIII ‐ o crescimento econômico sustentável; e
IX ‐ o estímulo e a valorização da educação, da ciência e da tecnologia.
Busca do pleno emprego
 Valorização do trabalho humano.
Tratamento favorecido para empresas de pequeno porte 
Tratamento favorecido a empresas criadas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no país (art. 176, § 1º, da CF);
 Microempresas e empresas de pequeno porte – tratamento jurídico diferenciado (art. 179, da CF).
Art. 176, § 1º, da CF
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o "caput" deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas.
Art. 179, da CF
Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.
Políticas urbana, agrícola e fundiária
Política Urbana
“Política urbana é o conjunto de providências que objetivam ordenar os espaços habitáveis, organizando todas as áreas em que o ser humano exerce funções sociais indispensáveis à sua sobrevivência, isto é, habitação, trabalho, recreação (lazer) e circulação.”
O urbanismo é responsabilidade de todos os níveis de governo, todavia, é nas cidades que se concentram as áreas que exigem uma maior quantidade de empreendimentos urbanos.
 Nos arts. 182 e 183, da CF, encontram-se regras derivadas do poder de polícia do Estado.
O Estado visa condicionar e restringir o uso da propriedade, o exercício do direito de construir, impondo obrigações de fazer, não fazer ou deixar de fazer.
Normas que visam dar segurança, desenvolvimento, funcionalidade, conforto e estética à cidade.
 Art. 182, CF – A política de desenvolvimento urbano deve ser executada pelo Poder Público municipal, de acordo com as diretrizes gerais fixadas pela União – Lei nº 10.257/2001.
 A política terá como objetivo: ordenar o pleno desenvolvimento da função social da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
A política de desenvolvimento urbano abarca:
Elaboração de um plano diretor (art. 182, § 1º, da CF).
Referido plano deve ser aprovado pela Câmara Municipal;
Obrigatório para as cidades com mais de vinte mil habitantes;
Funciona como instrumento de política de desenvolvimento e expansão urbana;
Deve ser adaptado as características locais da municipalidade; 
dependerá do fluxo de recursos de cada prefeitura;
 funciona como um roteiro norteador dos empreendimentos futuros da administração municipal;
exige indicações precisas do que será operacionalizado para execução de obras, serviços ou atividades coletivas.
b) Função social da propriedade urbana (art. 182, § 2º, CF): urbanismo moderno (habitação, lazer, trabalho etc.)
c) Desapropriações de imóveis urbanos (art. 182, § 3º, da CF):
Prévia e justa indenização em dinheiro – art. 182, § 4º, CF - (exceções: art. 182, § 4º, III e art. 184, caput, todos da CF)
d) O Poder Público municipal pode impor exigências ao proprietário de solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado:
 O não aproveitamento do solo urbano pode gerar:
 o parcelamento ou edificação compulsórios;
 a cobrança de IPTU com alíquota progressiva no tempo (art. 150, III, b e IV, da CF);
 a Desapropriação-sanção: forma de punição pelo descumprimento da obrigação ou ônus urbanístico, imposto ao proprietário;
Constitui um desrespeito à função social da propriedade urbana;
 pagamento será realizado por títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado;
Prazo de resgate de até 10 (dez) anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e juros legais;
 Conclusão: o solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado poderá ficar sujeito ao ato expropriatório, como forma de sanção pela inércia do proprietário.
Art. 183, CF - Usucapião-moradia.
 Aquele que possuir como sua área urbana de até 250 metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para fins de moradia própria ou da família, irá adquirir o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
 usucapião urbano especial difere do usucapião ordinário ou extraordinário, previstos na legislação civil;
 objetivo: cumprir a função social da propriedade;
Art. 183, § 1º, CF – o título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou a mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. Isso quer dizer, serão concedidos ao requerente;
 não pode ser reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez (art. 183, § 2º, CF);
 os imóveis públicos não podem ser adquiridos por usucapião (art. 183, § 3º, CF);
Agrícola e fundiária
Regras dispostas nos arts. 184 a 191, da CF;
Representam intervenção do poder público para dar função social à propriedade. Ditas normas estão centralizadas no regime de propriedade rural, o qual se baseia na propriedade da terra como um bem de produção.
 
Fator preponderante: produtividade.
 Direito de propriedade rural é mais que um bem patrimonial, configura-se como um bem de produção.
Política agrícola
Art. 187, da CF – A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como os setores de comercialização, de armazenamento e de transportes.
Dita política deverá levar em conta:
Os instrumentos creditícios e fiscais; os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização; o incentivo à pesquisa e à tecnologia; a assistência técnica e a extensão rural; o seguro agrícola; o cooperativismo; a eletrificação rural e irrigação; e a habitação para o trabalhador rural.
Estão incluídas no planejamento agrícola as atividades agroindustriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais (art. 187, § 1º, CF);
- As políticas agrícolas devem ser compatibilizadas com as de reforma agrária (art. 187, § 2º, CF).
Política fundiária
Diz respeito ao destino das terras públicas e devolutas no Brasil.
Art. 188, da CF – dita destinação deve ser compatibilizada com a política agrícola e o plano nacional de reforma agrária.
 Terra devolutas – pertencem ao domínio público, mas não são utilizadas, não possuem um fim específico. O poder público precisa ter o registro imobiliário da sua propriedade.
Art. 188, § 1º, CF – Alienação ou concessão de terras públicas
A alienação ou concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a 2.500 hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional;
 Exceção: as alienações ou as concessões de terras para fins de reforma agrária (art. 188, § 2º, CF).
Art. 189, CF – Distribuição de imóveis rurais.
Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos
 o título de domínio e a concessão de uso serão conferidosao requerente (art. 189, parágrafo único, da CF).
Art. 190, CF – Aquisição ou arrendamento de propriedade rural
A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso Nacional.
 Caberá a lei disciplinar sobre essa possibilidade;
Portugueses – em razão da reciprocidade com os brasileiros, não poderão sofrer restrição.
Art. 191, CF – Usucapião pro labore
Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, irá adquirir a propriedade.
 usucapião constitucional rural. 
 a área rural tornou-se produtiva, recebeu destino econômico. 
Previsão legal: Lei nº 6.969/81;
- Os imóveis públicos não podem ser adquiridos por usucapião (art. 191, CF).
Reforma Agrária
Desapropriação
Desapropriação por utilidade pública – Decreto-lei nº 3.365/41;
 Desapropriação por interesse social – Lei nº 4.132/62;
 A Desapropriação para fins de Reforma Agrária constitui uma espécie de desapropriação por interesse social. 
A regulamentação dos dispositivos constitucionais e o procedimento especial estão contidos:
 Lei nº 8.629/93;
 Lei Complementar nº 76/93.
Desapropriação para fins de Reforma Agrária
Previsão constitucional – art. 184, da CF;
 Constitui-se como uma sanção;
 O imóvel rural não está cumprindo sua função social;
 Art. 186, da CF e art. 9º, da Lei nº 8.629/93 – elenca os requisitos para função social da propriedade rural:
Aproveitamento racional e adequado;
- 	considera-se racional e adequado o aproveitamento que atinja os graus de utilização da terra e de eficiência na exploração (§§ 1º ao 7º, do art. 6º, da Lei nº 8.629/93);
b) Utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
considera-se adequada a utilização dos recursos naturais disponíveis quando a exploração se faz respeitando a vocação natural da terra, de modo a manter o potencial produtivo da propriedade (§ 2º, do art. 9º, da Lei nº 8.629/93);
-	considera-se preservação do meio ambiente a manutenção das características próprias do meio natural e da qualidade dos recursos ambientais na medida adequada à manutenção do equilíbrio ecológico da propriedade e da saúde e qualidade de vida das comunidades vizinhas (§ 3º, do art. 9º, da Lei nº 8.629/93);
c) Observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
Implica tanto no respeito às leis trabalhistas e aos contratos coletivos de trabalho, como às disposições que disciplinam os contratos de arrendamento e parceria rurais (§ 4º, do art. 9º, da Lei nº 8.629/93);
d) Exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores;
-	Objetiva o atendimento das necessidades básicas dos que trabalham a terra, observa as normas de segurança do trabalho e não provoca conflitos e tensões sociais no imóvel (§ 5º, do art. 9º, da Lei nº 8.629/93);
Requisitos à Reforma Agrária (art. 184, da CF):
Competência privativa da União para desapropriar por INTERESSE SOCIAL, para fins de reforma agrária;
Haverá prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária (TDA’s), com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei;
As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro (art. 184, § 1º) – aquelas que aumentam ou facilitam o uso do bem e as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore;
As benfeitorias voluptuárias serão indenizadas mediante pagamento em títulos da dívida agrária;
Antes da edição do decreto, deverá a União realizar vistoria na propriedade particular para fins de levantamento de dados e informações, mediante prévia comunicação por escrito (art. 2º, § 2º, da lei); 
O STF entende ser necessária a intimação pessoal de ambos os cônjuges para vistoria realizada no imóvel;
O decreto declara o imóvel como de interesse social, para os fins de reforma agrária, bem como autoriza a União a propor a ação de desapropriação;
A desapropriação será executada de modo amigável ou judicial pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA;
Administração Pública poderá, novamente, vistoriar a área para fins de avaliar a terra nua e as benfeitorias (art. 2º, § 2º, da LC nº 76/93)
Lei Complementar nº 76/93 – dispõe sobre o procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo de desapropriação de imóvel rural;
A ação deverá ser proposta dentro do prazo de 02 (dois) anos, contados a partir do decreto declaratório;
Dentre outros requisitos, a petição inicial deverá conter: 
a) texto do decreto, publicado na imprensa oficial; 
b) certidões de domínio e de ônus real do imóvel; 
c) documento cadastral do imóvel; 
d) laudo de vistoria e avaliação administrativa; 
e) comprovante de lançamento dos TDA’s correspondente ao valor ofertado para terra nua; 
f) comprovante de depósito das benfeitorias úteis e necessárias.
O juiz, ao despachar a inicial, poderá:
a) mandar imitir o autor na posse do imóvel; 
b) determinará a citação do expropriando para contestar o pedido e indicar assistente técnico, se quiser; 
c) expedirá mandado ordenando a averbação do ajuizamento da ação no registro de imóvel.
Poderá, ainda, designar audiência de conciliação, para fixar a prévia e justa indenização. Para tanto, citará o autor, o réu e o Ministério Público. Poderá haver produção de prova pericial. Com a sentença poderá haver a necessidade de se integralizar os valores inicialmente depositados. O expropriando poderá requerer, antes da prolação da sentença, o levantamento de 80% da indenização depositada. Após o transito em julgado, será expedido o mandado translativo de domínio para o Cartório de Registro de Imóveis, em favor do expropriante. As ações de desapropriação de imóvel rural tem caráter preferencial. Efetuado o registro do título translativo de domínio, haverá destinação de área respectiva aos beneficiários da reforma agrária, admitindo-se forma de exploração individual, condominial, cooperativa, associativa ou mista (arts. 16, 17, 18 e 19, todos da Lei nº 8.629/93). 
Art. 184, § 5º, da CF – apresenta uma imunidade, de modo a não onerar o procedimento expropriatório ou dificultar a reforma agrária.
Logo, são isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária, bem como a transferência ao beneficiário do programa (art. 26, da LC nº 76/93).
Não serão cobradas custas ou emolumentos para registro de títulos translativos de domínio de imóveis rurais desapropriados para fins de reforma agrária (art. 26-A, da LC nº 76/93). Os TDA’s possuem caráter indenizatório, logo, não podem ser tributados. Terceiro adquirente de TDA’s não goza da referida imunidade;
Art. 185, da CF – Cláusula de inexpropriabilidade – a desapropriação não atingirá a pequena e média propriedade rural (desde que seu proprietário não possua outra) e a propriedade produtiva.
Art. 4º, incs. II e III, da Lei nº 8.629/93 – define a pequena e média propriedade;
Art. 6º, da Lei nº 8.629/93 – fala da propriedade produtiva.
Art. 184, § 4º, da CF e art. 25 da Lei nº 8.629/93:
O orçamento da União fixará, anualmente, o volume de títulos da dívida agrária e dos recursos destinados, no exercício, ao atendimento do Programa de Reforma Agrária.
Intervenção do Estado no domínio econômico
O Estado intervirá de modo direto ou indireto no domínio econômico. A atuação direta do Estado na exploração de atividade econômica pelo Estado ocorrerá de maneira excepcional, em dois casos: 
 aos imperativos da segurança nacional;
 em caso de relevante interesse coletivo.
A atuação direta do Estado no domínio econômico será através dasempresas estatais (art. 173, caput e § 1º, CF) ou em regime de regime de monopólio (art. 177, inc. V, CF - única atividade exclusiva da União). 
As empresas estatais se dividem em empresas públicas e sociedades de economia mista.
O § 1º, do art. 173, caput, da CF – determina que uma lei estabeleça o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção e comercialização de bens ou de prestação de serviços.
 Referido estatuto jurídico deverá dispor: 
Função social e formas de fiscalização;
Sujeição ao regime jurídico das empresas privadas (civil, comercial, trabalhista e tributário); 
Licitação para obras, serviços, compras e alienações;
 Constituição de conselhos de administração e fiscal;
Mandatos, avaliação de desempenho e responsabilidade dos administradores.
- Referidas empresas não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado (§ 2º, do art. 173, da CF) – Por quê?
 art. 37, caput, da CF;
O regime de monopólio ocorrerá quando a União estiver explorando a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados (inc. V, do art. 177, da CF);
Constituem exceções ao regime de monopólio as atividades previstas nos incisos I a IV, do art. 177 e parte final do inc. V, do art. 177, da CF. Isso porque, a Constituição Federal dispôs que a União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização dessas atividades (§ 1º, do art. 177, da CF).
 A Lei disporá sobre a estrutura e atribuições de um órgão regulador do monopólio da União (Lei nº 9.478/91).
Criada a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP – órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia. A ANP terá como finalidade promover a regulação, a contratação e a fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis. 
 A atuação indireta do Estado será mediante regulamentação e fiscalização da atividade econômica de natureza privada (art. 174, CF).
O art. 174, CF aduz que: “Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.”
Atuações do Estado:
Exercício de atividades de regulação – criação de atos normativos e fiscalização;
Fomento – meios honoríficos, jurídicos e econômicos;
Planejamento.
Planejamento (processo): análise de fatores (prazos, custos, desempenho, riscos) e cenário econômico, para alcance de resultados. Para tanto, há fixação de metas de desenvolvimento econômico e estabelecimento de diretrizes. Planejamento será determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. - Setor privado – livre iniciativa – opção de mercado.
O Estado pode adotar outras medidas de intervenção, tais como: 
controle de abastecimento;
tabelamento de preços;
 - repressão ao abuso do poder econômico.
 Art. 173, § 4º, da CF: “A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação de mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.” 
Objetivo: punir crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo; infrações à ordem econômica, etc.
Práticas abusivas:
 truste: pressão – empresas maiores sobre menores – política de preços;
 cartel: empresas do mesmo setor – controle de política de preços;
 - dumping: empresa, geralmente multinacional, vende mercadoria com preços inferiores – objetivo: eliminar produto do mercado, para depois dominar e praticar preços.
Súmula 646 do STF: Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
DA ORDEM SOCIAL
Ordem Social
O processo de constitucionalização da ordem social (resultado do constitucionalismo social) adveio desde o final da Primeira Guerra Mundial, com o objetivo de redefinição do papel do Estado, a fim de transformá-lo em instrumento de garantia do bem-estar social e justiça social. 
Na Constituição de 1988 a ordem social é o conjunto de preceitos constitucionais que implementam os direitos previstos no art. 6º da CF.
Art. 6º da Constituição Federal de 1988 dispõe: São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Por sua vez, o art. 193 da CF diz que a ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.
A Constituição de 1988 disciplina a ordem social, compreendendo um conjunto de normas sobre:
a seguridade social (saúde, previdência social e assistência social); 
a educação, cultura e desporto; 
a ciência e tecnologia; 
a comunicação social; 
ao meio ambiente; 
a família, criança, adolescente e idoso; e,
ao índio. 
Seguridade Social
Art. 194, CF A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações e serviços de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade que visam garantir os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Iniciativa: PODER PÚBLICO e SOCIEDADE
As normas da seguridade social apresentam-se dentro de programas ou metas político-governamentais como prestações positivas, pois garantem o exercício de direitos de segunda geração.
Atrelada aos atos de gestão pública existe a participação e o controle da sociedade, representada por entidades de classe, trabalhadores, empregadores, aposentados, pensionistas e pela comunidade em geral.
Para tanto, o Estado tem o dever de cumprir alguns objetivos.
 Parágrafo único, do art. 194, CF
 Compete ao Poder Público, nos termos da lei ordinária (Lei nº 8.212/91 – dispõe sobre a organização da seguridade social e institui o plano de custeio), organizar a seguridade social, tomando por base algumas finalidades (princípios).
Objetivos (princípios constitucionais) 
-Universalidade da cobertura e do atendimento (brasileiros e estrangeiros residentes e domiciliados no país);
-Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais (igualdade);
-Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços (isonomia);
-Irredutibilidade no valor dos benefícios;
-Equidade na forma de participação do custeio;
-Diversidade da base de financiamento;
-Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão QUADRIPARTITE, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do governo nos órgãos colegiados.
Contribuições sociais previstas no art. 195, incisos I ao IV, CF:
O empregador, as empresas e entidades a ela equiparadas devem recolher contribuição sobre:
a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
OBS: Contribuição sobre o Faturamento da Empresa (COFINS); Contribuição sobre o Lucro Líquido da Empresa (CSLL); Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP)
§ 9º. As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
Os trabalhadores e demais segurados da previdência. 
- Não incide a contribuição, contudo, sobre aposentadoria e pensão concedidas no Regime Geral de Previdência Social (imunidade).
OBS: diferença entre o regime geral de previdência (RGPS) e o regime próprio de previdência dos servidores públicos (incidência de contribuição previdenciária – art. 40,

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