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ANNA BEATRIZ OLIVEIRA GUIRRA SOUZA – FACULDADE BAIANA DE DIREITO
DIREITO PENAL 1| PROFESSOR: DANIEL NICORY
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
INTRODUÇÃO 
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
FATO X CONDUTA
- Fato é um conhecimento (no geral), fragmento da realidade. Nem todos os fatos interessam ao direito.
- Conduta é o principal fato que o direito estuda, mas ele não é o único. Base da teoria do crime (aquela que diz que o crime é uma conduta típica – conduta do indivíduo descrito no artigo -, ilícita e culpável).
* Conduta típica: Art. 121 – Homicídio | Conduta não típica: No art. 121, Matar alguém – se você matar uma planta, não pode ser dado como homicídio pois a planta não se caracteriza como alguém. 
ILICITO X CRIME
- Sinônimo para lícito permitido. Sinônimo para ilícito não permitido.
- O crime é uma espécie de ilícito e é o mais grave. O crime não afeta apenas as partes envolvidas, mas sim uma comunidade.
Ex: O não pagamento de uma conta é ilícito, mas não é crime pois não afeta toda uma comunidade. 
*Crime e contravenção (não é crime, é um delito – Ex. Jogo do bicho, dispara tiro de armas de fogo na rua desde que não integre um delito de maior gravidade, por exemplo, atingir alguém) são espécies de ilícitos penais. 
ILÍCITOS
PENAIS
CRIME
CONTRAVENÇÃO PENAL
SANÇÃO X PENA
- Sanção são ações coercitivas aplicada por particulares ou pelo Estado (sanção difusa é aplicada por particulares ou organizada – a sanção organizada pode ser aplicada pelo Estado ou por particulares, quando autorizados, por exemplo: o não pagamento de um a conta implica na aplicação de uma multa pela empresa)
- Espécies de sanção organizada:
(1) execução forçosa (obriga/exigi que algo ou alguém cumpra o que foi contratado) – EX: você fez uma compra e o fornecedor nunca te entregou a compra, você entra com uma ação, o obrigando ele a te entregar o produto | você precisa de uma cirurgia e o plano não autoriza, você entra com uma ação e o obriga a cumprir contrato
(2) indenização (compensação pelo ilícito quando a execução forçosa não funcionar ou não for suficiente) – EX: uma construtora faliu e não vai mais ter como te entregar o imóvel, resta entrar com uma ação para a devolução do dinheiro e mais uma indenização pelos danos sofridos
(3) Pena (pena administrativas, penas civis...) significa a privação de um direito que não está diretamente ligado ao cumprimento da obrigação. O direito penal normalmente impõe que as pessoas não pratiquem certos atos criminoso. Existem inúmeras formas de pena: morte, prisão, mutilação
EX: No caso do homicídio: a pessoa não omitiu o ato de matar e você não tem como fazer uma execução forçosa de voltar a vida, então é aplicada uma indenização. Mas seria muito pouco, então se aplica uma pena
*INFORMAÇÕES EXTRAS:
- CIFRAS OCULTAS: CRIMES QUE O ESTADO NÃO FICA SABENDO
- OMS CONSIDERA QUE A PARTIR DE 10 HOM POR 100.000 HAB: SITUAÇÃO DE EPIDEMIA DE VIOLÊNCIA
- TAXA DE HOMICÍDIOS/HABITANTES (BRASIL) 29 HOMICIDIOS/100.000 HAB
 (HONDURAS 80 HOMICÍDIOS/100.000HAB
 /EL SALVADOR) 
- O HOMICÍDA TEM 92% DE CHANCES DE SAIR IMPUNE NO BRASIL 
- A TAXA DE ESCLARECIMENTO DE HOMICIDIOS NO BRASIL É DE 8% 
FENÔMENO JURÍDICO E CIÊNCIA JURÍDICA 
- Quando falamos que o direito penal é o conjunto de normas jurídicas que define, prescreve e aplica a pena, nós estamos falando que esse é o fenômeno jurídico, a parcela do ordenamento jurídico que trata dos crimes e das penas. 
- Quando falamos em direito penal, podemos estar nos referindo ao fenômeno jurídico – conjunto de leis – e a ciência jurídica – doutrina do direito penal, do estudo dessas leis. 
QUADRO GERAL DAS TEORIAS - conjunto de saberes, afirmações sobre um objeto de estudo - DA PENA E DO DIREITO PENAL (NÃO ESTÁ NA ORDEM CRONÓLOGICA) 
TEORIAS LEGITIMADORAS: enxergam o direito penal como algo valido, como um mal necessário. Buscam um fundamento para justificar a aplicação das penas. O direito penal delimitaria o campo que a pena vai ser aplicada e se ela for aplicada pelo direito penal, ótimo. Ou seja, essas teorias dizem que se as penas forem aplicadas de acordo com o que o direito penal prescreve, elas estão justificas e são legitimas e boas. 
ABSOLUTAS: pena como finalidade de retribuição (MAL JUSTO) – o crime é um mal e é justo que se retribua o mal que essa pessoa causou, trazendo um outro mal a ela. Kant e Hegel
RELATIVAS: pena como finalidade de prevenção (MAL NECESSÁRIO) – não faz sentido fazer o mal só porque outro mal foi feito, a menos que tenha alguma utilidade, e o direito penal e a pena teriam a finalidade de evitar que novos crimes sejam cometidos. 
MISTAS: pena como finalidade de retribuição e prevenção (MAL JUSTO E MAL NECESSÁRIO) – o direito penal e a pena servem tanto para retribuição, como uma prevenção para novos males. Unifica as duas. 
TEORIAS DESLEGITIMADORAS: enxergam o direito penal como algo inválido e mal desnecessário. Os motivos que são utilizados para a aplicação das penas, não se justificam, não se sustentam. Ou seja, o mal que a pena consiste, não se justifica nem mesmo pelo mal que a pena justifica. 
MINIMALISTAS: direito penal é útil para limitar as penas; 
ABOLICIONISTAS: direito penal e as penas são inúteis, se livrar de tudo isso e resolver o problema de outra maneira.
TEORIAS LEGITIMADORAS DO DIREITO
TEORIAS LEGITIMADORAS ABSOLUTAS: 
	
	VINGANÇA
	PENA
	APLICADOR
	Qualquer pessoa
	Estado
	LIMITES 
	Não existem
	Existem 
RETRIBUIÇÃO ÉTICA (KANT): 
- Um dos maiores limites seria a proporcionalidade “Olho por olho, dente por dente” – Lei de Talião (significa: “tal e qual”). O talião normalmente é considerado algo um pouco como algo bárbaro, pejorativo, sanguinário. Mas o talião, antes de tudo, foi uma evolução, pois quando se tem “Olho por olho, dente por dente”, já se proíbe “Olho por dente e dente por olho”. Então o talião é a primeira concepção barbara de proporcionalidade. 
- Kant, com o hiperativo categórico (o que determina que você aja de acordo com o que você consiga considerar que é uma lei moral e universal, aja de uma forma que seria justa para todos os outros e para que todos os outros praticassem por você.), vem falar do direito penal que: o conteúdo do hiperativo categórico, em matéria penal, é a lei do talião. 
- O talião, Kant o racionaliza, se diferencia da vingança porque é exatamente aplicado pelo Estado. No caso do homicídio, a única pena justa seria a pena de morte. Para Kant, a justiça se faria através da retribuição - Justiça retributiva: se você fez o bem, você recebe o bem de volta. Se você fez o mal, você recebe o mal de volta. Isso pode ser justo, mas não seria correto, porque acabam se tornando comportamento iguais, mas que se tornam lícitos pois são feitos pelo Estado. 
ESTUPRO COMETIDO
CICLO DA VIOLÊNICIA
O CRIMINOSO É ESTUPRADO
NÃO PODE OBRIGAR UM AGENTE DO ESTADO A COMETER ESSE ATO
ATRIBUI AO FUNCIONÁRIO DO ESTADO UM PESO E UMA CORRUPÇÃO ÉTICA
PARA KANT ISSO NÃO SERIA UM PROBLEMA
*Para Kant, o infanticídio do bastardo (GAME OF THRONES – JON SNOW), continua sendo um homicídio intencional, a mãe deveria ser punida, mas nesse caso a mãe não seria punida através da pena de morte. Pois existira uma desconexão entre a leia, que é moralmente justa, e o sentimento comum do povo (na época, o filho bastardo como uma grande vergonha para a mãe, e que a criança havida fora do casamento, seria excluída da coisa pública como mercadoria de contrabando. Então poderia ser morta, sem que a mãe tivesse a mesma punição.) – Se torna algo ambíguo pois Kant afirma que todos os homicidas devem ser mortos e que, antes de uma sociedade se dissolver, deve ter executado até o ultimo homicida. 
- Pela ideia de que o homem é um fim em si mesmo e que não pode ser utilizado como instrumento para outros fins, dizem que Kant seria um dos responsáveispela ideia da dignidade humana, mas por causa dessa ideia é que ele rejeita a a ideia de prevenção - a pena não pode ser preventiva, porque ela sendo preventiva você utilizaria o homem como meio para alguns fins.
RETRIBUIÇÃO LÓGICA (HEGEL):
- Sustentada por Hegel, o qual afirma que o crime é a negação da lei e, por conseguinte, a pena será a negação do crime. Sendo assim, quando a pena é aplicada é a confirmação da lei, ou seja, uma forma de demonstrar para a sociedade que apesar do crime, a lei ainda está em vigor 
- Ex: ao cometer um crime, o criminoso mostra para a sociedade que com ou sem a lei, não adianta de nada, e ao ser aplicada uma pena aos criminosos, é uma forma de demostrar que o comportamento dele não vale nada e não a lei. 
TEORIAS LEGITIMADORAS RELATIVAS
PREVENÇÃO GERAL: 
- Usa o agente criminoso para dar um aviso a sociedade (formada por possíveis criminosos) para que não deliquem. Ou seja, evitar o ato dos outros sujeitos. 
-Penas proporcionais e determinadas; 
NEGATIVAS:
- A partir do século XVIII e XIX – Beccaria (“Dos delitos e das penas”) + Feverbach 
- Beccaria: Sistema penal, uma das atrocidades do seu tempo, como algo extremamente violento, causava muito mais dor do que o necessário | Sustenta um direito penal de base utilitarista (garantir o máximo de felicidade possível, à custa do mínimo de sofrimento necessário, ou seja, maximizar a felicidade disponível na sociedade e fazer o mínimo do mal e propõe que cada um de nós sejamos seres racionais e procuramos também essa maximização da felicidade e redução dos nossos prejuízos) | Preocupações: A) PROPORCIONALIDADE: para o utilitarista é importante que as penas sejam proporcionais a gravidade do crime (EX: se você dá a mesma pena para o furto e o latrocínio, você diz que o custo dos fins é o mesmo e estimula o crime mais grave) – essa ideia foi rebatida por Jakobs, a teoria não se sustentaria já que o ser humano só iria fazer o pior crime, se fosse mais benéfico para o criminoso e não por ser mais grave + B) CERTEZA + C) APLICADAS COM BREVIDADE: SÓ COM ESSAS DUAS JUNTAS VOCÊ CONSEGUE PRODUXIR UM ESTIMULO DE DESENCORAJAMENTO NA SOCIEDADE, POIS SÓ A CERTEZA DA PUNIÇÃO CONFIRMA A PREVENÇÃO GERAL E JUNTO COM A BREVIDADE O EFEITO VAI SER MAIS EFETIVO, JÁ QUE A MEMORIA DO POVO É CURTA. 
SÓ COM ESSAS DUAS JUNTAS VOCÊ CONSEGUE PRODUXIR UM ESTIMULO DE DESENCORAJAMENTO NA SOCIEDADE, POIS SÓ A CERTEZA DA PUNIÇÃO CONFIRMA A PREVENÇÃO GERAL E JUNTO COM A BREVIDADE O EFEITO VAI SER MAIS EFETIVO, JÁ QUE A MEMORIA DO POVO É CURTA. 
- Beccaria | CAUSA X EFEITO: eu preciso aplicar pena com brevidade e a memória do crime é importante, eu consigo enxergar a relação de causa e efeito, entre crime e pena. Se eu perco a memória do crime, a lembrança da causa e efeito se enfraquece. Ao menos nos casos extremos, em crimes muito graves que geram muita comoção. 
- Feverbach: Teoria da coação psicológica: pena serve para embutir temor. Uma punição exemplar: punir para servir de exemplo |
POSITIVA: 
- A pena serve para preservar a confiança da sociedade, ela é um: reforço contra fático de expectativas normativas: eu vou punir o infrator, para mostrar para os demais que a expectativas deles estava correta. 
direito vai encontrar 
uma forma de interferir
EXPECTATIVAS SOCIAS FRUSTRADAS
Se o errado foi VOCÊ, você não cumpriu as suas expectativas, por exemplo: esperou demais
Se o errado foi O OUTRO, o direito vai te dar razão e vai aplicar uma punição no outro, para confirmar para você que, apesar de eu estar frustrada pelo comportamento do outro, minha expectativa de que o outro agiu equivocadamente e que será punido por isso, está certa
Ex1: a senhora que está conduzindo o carro na calçada na Barra, de 78 anos, e que tinha 50 anos de habilitação e nunca tinha tomado uma multa, não vai ser punido da forma como a gente tinha uma expectativa de punição. Esse comportamento não quebra a confiança por ter sido algo muito fora da curva, fora do trivial. 
Ex2: se você está na faixa de pedestre, vem 3 carros na velocidade permitida da via, o sinal fecha e você espera os carros pararem para você atravessar, porque a sua expectativa é que ele pare, mas possa ser que ele não pare e quebre a expectativa.
Ex3: engarrafamento na BR – 324, e os carros começam a passar no acostamento e logo atrás passa o carro da polícia federal. A sua expectativa fi alcançada porque você sabia que aquelas pessoas estavam erradas e que elas vão ser punidas pelo Policia Federal. 
- Luhmann - um dos grandes autores da teoria dos sistemas através da biologia – o sistema do direito serviria para estabilizar as expectativas normativas, estabilizar as expectativas de comportamento 
Ex: em um povoado de 50 pessoas você conhece tudo mundo e sabe como ela vai se comportar, agir, falar. Já em uma cidade, suas relações são baseadas em desconhecidos, então você não tem uma previsão do agir daquela pessoa. E a depender do que você tenha de expectativa do comportamento do outro, você irá orientar o seu comportamento. 
- Jakobs (se baseia em Luhmann) cria a teoria do direito penal do Inimigo: deveriam existir 2 direitos penais – direito penal do cidadão (que o que assegura todas as garantias) + direito penal do inimigo (seria direcionado a terroristas, a reincidentes – se o cara é reiteradamente contrário as normas sócias, ele deve ter um outro tratamento penal)
PREVENÇÃO ESPECIAL:
- Pretendem reformar o sujeito, evitar a reincidência. 
NEGATIVA:
- Segunda metade do Século XIX na Itália 
- Lombroso (médico legalista e fundador da Antropologia criminal e a criminologia – é uma ciência social que vai estudar o crime na sua natureza empírica, vai estudar a realidade do crime, justificar as causas do crime), tinha um objetivo de identificar as causas da criminalidade fazendo a necropsia de um criminoso célere, ele encontrou uma anomalia craniana (terceira fossa occipital – isso só era identificado nos primatas menos evoluídos e , à partir disso, conclui que o criminoso é o ser menos evoluído na escala evolutiva) e cria a Teoria do Atavismo: seria o embrutecimento do criminoso, o atavismo do criminoso, o criminoso não é um ser racional. 
- Livro -“O homem criminoso, o homem delinquente”: paramos de falar do comportamento e começamos a falar da pessoa. Lombroso entrevistou muitos presos e começou a perceber o uso frequente de tatuagens nos presos e acabou criando um estigma social da tatuagem e começa a explicar o significado social da tatuagem. 
- No geral ele acaba criando a ideia da ANALGESIA: insensibilidade a dor, pouco evoluído e que demonstra essa insensibilidade a dor criando o frequente uso de tatuagens. E que se ele é insensível a própria dor, também será a dor do outro. 
LOMBROSO 
FERRY 
Nato: você identifica o criminoso antes até do crime, por traços naturais e sociais, tamanho da mandíbula, braços, bermuda de surf e boné de aba reta 
Louco: comete crimes por falta de discernimento, falta de compreensão. Seria uma doença, ou uma capacidade excessiva de ser influenciado por terceiros
CRIMINOSO
Passional: é aquele que é um cidadão respeitador na maior parte do tempo, mas ele tem “pavio curto e sangue quente” – quando a situação que ele vivencia é extremamente choquante. Ex: alguém que mata outro em um excesso de raiva
Ocasional: ele não tem uma tendência forte ao crime, ele só comete o crime quando as condições são favoráveis (ele só vai porque acha que ninguém vai pega-lo)
Habitual: é o ocasional que gostou. Pela impunidade, ele se acostumou a fazer. 
Nato: seria aquele com uma tendência ativa ao crime, ou seja, mesmo que as circunstâncias não favorecem o crime, ele tem uma tendência a cometer o crime 
 *LEGENDA:
direito vai encontrar 
uma forma de interferir
EXPECTATIVAS SOCIAS FRUSTRADAS
Se o errado foi VOCÊ, você não cumpriu as suas expectativas,por exemplo: esperou demais
Se o errado foi O OUTRO, o direito vai te dar razão e vai aplicar uma punição no outro, para confirmar para você que, apesar de eu estar frustrada pelo comportamento do outro, minha expectativa de que o outro agiu equivocadamente e que será punido por isso, está certa
- Além das penas serem indeterminadas, a proporcionalidade da pena será com base na periculosidade do criminoso.
- Ferry vai dizer que eles veem a pena como tratamento que tornaria a pessoa inofensiva e que ela vai durar até quando ele achar necessário. “Corrigir os corrigíveis, e neutralizar os incorrigíveis”
*Em alguns lugares nos EUA existe a “Lei dos 3 Strikes”: depois que a pessoa é presa por 3 crimes dolosos, é pena perpetua. 
*O maior seguidor de Lombroso foi Nina Rodrigues: ele escreveu o livro: “As raças humanas”, era uma análise que defendia um modelo de responsabilidade penal diferente para negros e índios com relação aos brancos, porque eles seriam menos evoluídos que os brancos e teriam uma necessidade de trabalho muito maior. 
Críticas a teoria:
*Essas teorias estão erradas, porque nem todo criminoso está preso com base na seletividade penal: alguns tem mais chances do que outros de serem presos. Tem fatores sociais que condicionam isso (“cara de ladrão”, local onde mora, rede de relações). E quem está representado na prisão, são os vulneráveis. 
*Durkehim diz que o crime é um fenômeno social normal, toda sociedade tem. Só se torna anormal, quando o número cresce muito e entramos em um estado de anomia. 
	Estado de anomia para 
Robert Merton: Artigo - “Estrutura social e anomia” | a sociedade distribui entre as pessoas os meios para alcançar os fins que ela valoriza e a sociedade estabelece quais fins ela valoriza. Esses meios que foram distribuídos envolvem: meios lícitos e meios ilícitos. Mas ela não faz uma distribuição uniforme desses meios, quando uma sociedade valoriza determinados fins (por exemplo: riqueza e poder) e não distribui a todos os meios lícitos para serem alcançados, para alguns distribui os dois e para alguns apenas os ilícitos, o fim que eu valorizo não vai estar ao seu alcance pelos meios lícitos, apenas pelos ilícitos. Ou você escolhe ficar frustrado por não satisfazer os fins que eu valorizo ou você cria uma lei para satisfazer. Quando esse tipo de situação social ocorre, você tem o estado de anomia. Isso acontece nas sociedades de pouca mobilidade ou estratificadas, como o escravismo. 
Suder: Teoria a associação diferencial – aprende a cometer os crimes que são ensinados no seu meio (o homem da violência domestica que aprendeu a bater na esposa, porque o pai batia na mãe | o empresário que sonega imposto, porque aprendeu que sonegar imposto era mais legal e todo mundo sonega | o menino que vai para o tráfico porquê aprende que trafico dar mais dinheiro que o trabalho | o adolescente que aprende a falsificar a identidade para entrar em um show). E a sociedade tendera a olha com muita mais severidade os crimes que sejam feitos fora do seu meio (a carteira de estudante falsa ofende menos que o furto, a sonegação de impostos ofende menos que o tráfico). As linhas entre certo e errado são mais confusas do que parece e a legislação acaba entrando nessa onda (ex: a pena para tráfico de drogas é mais alta que a pena para tráfico de pessoas)
POSITIVA:
- Um tom mais humanitário, pois em vez de trazer o criminoso nato e torna-lo inofensivo, vem a ideia de reformar o sujeito – a ideia da ressocialização. 
- Não existe um autor tão bem demarcado.
- É um discurso predominante do sistema penal hoje, mas não é o que ocorre na realidade
- Dois grandes instrumentos de ressocialização (ou controle social): trabalho e educação. 
TEORIAS LEGITIMADORAS MISTAS
- Roxin: Teoria dialética unificadora – Pena em 3 fases: 
Cominação da pena: previsão dos crimes e das penas na lei, definida em lei qual o crime e qual a pena | Prevenção geral negativa
Aplicação da pena: a lei existe + o crime foi cometido + o responsável foi processado, julgado e condenado – aplicado por um juiz | Retribuição e Prevenção geral positiva
Execução da pena: cumprimento da pena – prestação de serviços, pagamento de multa, cadeia | Prevenção especial ou retribuição
*Que momento a função é diferente, a função da pena muda de acordo com o momento. 
TEORIAS DESLEGITMADORAS DO DIREITO PENAL
INTRODUÇÃO: para eles o direito penal causa muito estrago. 
TEORIAS MINIMALISTAS: direito penal como um mal menor
REALISMO MARGINAL: Zaffaroni |Argentino e se preocupa com a América Latina| [SE UTILIZA DAS IDEIAS DE TOBIAS BARRETO] – “Em busca das penas perdidas” – ele faz um diagnóstico do sistema penal: o sistema penal não dá a prioridade devida ao direito a vida (o direito penal é muito brando quanto aos homicídios culposos e muita pouca efetividade dos homicídios dolosos – atualmente existe 8% de esclarecimento dos casos no Brasil ), sistema penal como uma máquina de degradação generalizada das pessoas que estão envolvidas no sistema (presos o resultado é a degradação, agentes o resultado é ter o embrutecimento, juristas o resultado é a burocratização e uma grande ilusão de onipotência, e que manda realmente no sistema é a polícia.). Propõe uma reformulação do Direito PenalTobias Barreto {Cearense – “Dos fundamentos do chamado direito de punir”- ele critica que o Estado tem o direito de punir e então ele faz a analogia entre pena e guerra – assim como a guerra a pena não tem uma explicação racional, o máximo de racionalidade seria a reparação do dano e também afirma que não é papel da cadeia ensinar moralmente as pessoas – não acredita na ressocialização. A pena é apenas uma resposta política e racional de um Estado punitivo. Para ele a pena não é ilegítima, a pena tem uma justificação política e não jurídica, como um ato de legitima defesa social}
TEORIA AGNÓSTICA: a pena não serve para nada então o direito penal vem como redução de danos das práticas punitivas. – Carvalho como principal figura.
GARANTISMO PENAL: Ferrajoli afirma que o garantismo é a lei do mais fraco, ou seja, proteger o mais fraco da relação nos 3 momentos que mais interessa no processo penal: crime (vitima), processo (réu) e na execução da pena (condenado). 
2.2. TEORIA AGNÓSTICA: Carvalho | a pena não serve para nada. Direito penal serve como redução de danos das práticas punitivas, limitando a pena. Zafarroni que, com essa teoria, identifica a incapacidade do Estado em cumprir quaisquer das finalidades teóricas que legitimariam a privação de uma liberdade, todavia, paradoxalmente, sustenta a manutenção da pena privativa de liberdade, porque não se sabe o que fazer com o criminoso. 
2.3. GARANTISMO PENAL: a lei do mais fraco. Significa proteger o mais fraco da relação ,os 3 momentos que interessam para ele no sistema penal. 
- No momento do crime – a vítima, no momento de processo – o réu e no momento do julgamento – o condenado.
- 10 Axiomas do garantismo: mostra como o direito penal e o processo penal se retroagem. 
Não há pena sem crime
Não há crime sem lei
Não há lei sem necessidade
Não necessidade sem ofensa
Não há ofensa sem conduta
Não há conduta sem culpa
Não há culpa sem juízo
Não há juízo sem acusação
Não há acusação sem prova
Não há prova sem defesa.
ABOLICIONISMO PENAL: mais idealista de todos |reformula a concepção do que é o crime como uma situação problema para qual o sistema penal não apresenta nenhuma solução. Deve-se procurar uma nova forma de abordagem que não o sistema penal. Parte da crise no sistema penal e do não cumprimento de suas promessas para defender a abolição, a derruba de todo esse sistema. O abolicionista é aquele que tem como ideia um estado que não precise necessariamente do direito penal. 
ACADEMICO: HOULSMAN - a pena só faz aumentar o indicie de crime, e a abordagem correta para tratar esses problemas, não está no direito penal. 
MOVIMENTO SOCIAL: independentemente da visão acadêmica, existem os movimentos abolicionista setoriais.Exemplo: discussão para a descriminalização do aborto. 
PRINCÍPIOS PENAIS
INTRODUÇÃO: princípios é um tipo de norma, produto da interpretação da Constituição e de todos o sistema jurídico. 
TEORIA DOS PRINCÍPIOS: 
HISTÓRICO: início do século XIX – Escola de Exegeses -, juntamente com o positivismo, você não tinha espaço para a interpretação e tudo era cristalizado em um texto escrito (Código de Napoleão). Só que depois foi sendo desmistificada essa ideia de prever todos os comportamentos humano já que a sociedade se molda diferente a cada ano, século e de uma forma mais rápida que o direito. E com a crise do positivismo, os princípios começaram a tomar mais espaço no meio jurídico. 
CONCEITOS: 
- Mandamento nuclear do sistema: centro de onde a juridicidade se erradia, como se os princípios fossem mais importantes que as regras – Pensadores: Canotilho, Bandeira de Melo> não dá para você atribuir uma prioridade essencial aos princípios e as regras. 
- Mandamento de otimização: você decide utilizar um certo princípio em um caso, mas preserva o outro - Alexy
- Regras: se dirigem mais diretamente as condutas (modo hipotético condicional, tudo ou nada ou a regra é válida ou não, imediatas e você as aplica por subsunção
- Princípios: são aplicados por ponderação, não prescrevem diretamente condutas, elas têm reflexividade
PRINCIPIOS EM ESPECIE
LEGALIDADE: é uma regra destinada a operacionalizar o princípio da segurança. Legalidade dessa forma, seria mais uma regra do que princípio. 
Uma síntese do princípio da legalidade diria que a lei seria previa, escrita, estrita e certa. 
RESERVA LEGAL- NÃO A CRIME SEM LEI PRÉVIA QUE DEFINA AQUELA CONDUTA COMO CRIMINOSA! 
- Lei formal e a lei material:
FORMAL: 
“Lei no sentido formal é termo usado quando nos referimos às Leis Complementares, Leis Ordinárias ou Leis Delegadas, isto é, atos normativos produzidos exclusivamente pelo Congresso Nacional ou por ele delegados, seguindo os dispositivos dos artigos do Título IV, Capítulo I, Seção VIII, Subseção III da Constituição Federal de 1988. 
Lei em sentido formal caracteriza-se, como o nome dá a entender, pela forma, não necessariamente pelo conteúdo; deve seguir todo um determinado trâmite pelas Casas Legislativas. 
As Leis (em sentido formal) são o fruto do Poder Legislativo por excelência. Não há hierarquia entre elas, sendo que as Complementares apenas gozam de "dignidade" diferenciada, uma vez que exigem um quórum especial para votação no Congresso (isto porque LC só é utilizada nos casos em que a Constituição expressamente pede esta espécie de Lei, e o faz apenas nas matérias mais relevantes - exemplo: art. 59, parágrafo único da Constituição). 
A Lei é o mais alto nível de produção Legislativa, abaixo apenas da Emenda à Constituição - o que, em si, não é produção de Lei, mas de alteração ao texto da Constituição; ou seja, abaixo apenas da Constituição propriamente dita.” – Autor desconhecido
MATERIAL:
“Lei no sentido material, por sua vez, são outros atos de caráter normativo, cuja matéria - por isso o material - deveria ser tipicamente tratada em Lei (de sentido formal). Exemplo disso são as Medidas Provisórias, que inclusive, para efeitos jurídicos, têm força de Lei enquanto duram (a diferença da MP para a Lei, dentre outras, é que esta não tem "prazo de validade"). Outro exemplo: Decreto-Lei (não existem mais, mas alguns ainda têm vigência), como o Código Penal. 
A forma é o menos importante para caracterizarmos legislação materialmente falando; o que importa é seu conteúdo. 
Nem sempre as Leis em sentido material são produzidas (ou a produção é delegada) pelo Legislativo. Por exemplo, a própria Medida Provisória, que é feita pelo Presidente da República - chefe do Poder Executivo, independente de delegação pelo Congresso.” – Autor desconhecido
IRRETROATIVIDADE- (previa) A lei precisa ser previa. De nada adiantaria exigir da reserva legal, se ela não fosse prévia, é preciso que na prática do ato a lei já exista e esteja em rigor, ou seja, a lei penal não retroage como regra. O agente precisa ter conhecimento da lei na hora de praticar o ato. Mesmo que o caso seja julgado depois, a lei que se aplica ao caso é a lei do momento do ato (há exceção). Retroatividade benéfica não é a mesma coisa que irretroatividade, e a justificativa NÃO é por uma questão de segurança. 
TAXATIVIDADE (escrita e certa) Definição/Descrição. Exigência de que a lei seja determinada, clara e certa. Não há crime sem lei anterior que o defina, a lei precisa definir o crime descrevendo a conduta, não pode haver um código penal genérico, isso não é legalidade, o que garante a segurança é a conjunção das 3 coisas= Legalidade, retroatividade e taxatividade. Contudo nem toda lei cumpre esse ideal de taxatividade, o crime de estupro por exemplo tem um sério problema de taxatividade. Quando a lei tem essas aberturas, falta de especificação é caracterizada pela falta de taxatividade. É preciso tratar condutas de gravidade diferente com sanções diferentes, por exemplo o ato do estupro em si (penetração) e o beijo forçado, e não as generalizar, criar brandas alternativas, causando até mesmo injustiças, saber separar as situações faz com que o juiz dê as penas equivalentes aos atos. 
RETROATIVIDADE DA LEI BENEFICA. Qual seria o sentido de o sujeito continuar sendo punido no presente quando a legislação não considera seu ato mais um crime. Contudo, ele realizou tal em um passado em que era crime o ato cometido. Quando há execução da lei benéfica e há abolição do crime, as próximas lei não podem mais retroagir para beneficiar depois da terceira lei, e isto vale não só para as leis que preveem os crimes e depois revogam, mas também para as que aumentam as penas. Se a lei beneficia o real aumentando a pena, a pena nunca pode aumentar. 
PROPORCIONALIDADE – juntamente a legalidade é o princípio mais importante do direito penal. Definida pelo legislador, as penas mínimas e máximas e como são dadas. Cominação, aplicação e execução da pena, e nesses três a proporcionalidade tem que ser considerada. O código penal tem exemplos gritantes de valorização de propriedade, desconsiderando por exemplo casos de integridade física e liberdade. 
OFENSIVIDADE: não pode haver nenhum crime se ele não for ofensivo a um bem jurídico – é um valor protegido pelo direito que pode ser individual (vida, patrimônio, honra, liberdade...) ou coletivos (saúde pública, meio ambiente, administração pública...). O que interessa é o bem jurídico alheio, o princípio da alteridade. Ou seja, a autolesão não deve ser criminalizada, por ser uma lesão ao bem jurídico próprio (Ex. o suicídio, a prostituição. As formas de ofensa ao em jurídico são: dano (comprometer ou destruir o bem jurídico) e perigo (quando você expõe o bem a um risco indevido e isso pode ser de forma concreto – o risco está especificado como o disparo de arma de fogo e abstrato – expõe o bem a um risco, mas não está especificado como o disparo de arma de fogo)
Ex: em um crime como o homicídio, o bem jurídico é a vida e o bem material é o corpo.
INSIGNIFICÂNCIA: não é escrito em nenhum dispositivo, mas é amplamente reconhecido pela jurisprudência. Quando a lesão ou a ameaça a um bem jurídico é ínfimo/ridícula, sendo formalmente um crime, materialmente não é crime e consequentemente não justifica a interferência penal. 
Ex: o furto de uma caneta BIC para coleção; o caso do salvador que juridicamente é extorquindo, mas materialmente é insignificante; se você frauda um imposto até 10 mil reais 
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA: Art 5º, inciso 46 | significa que a lei tem que ser geral e abstrata e tem que prever crime para todos, mas cada caso e uma caso - a cominação tem que ser geral, mas a aplicação e a execução têm que ser individualizado -. O juiz pode dar penas diferente para dois réus no mesmo caso e que comentarem o mesmo crime, mas observando as próprias indicações que a lei dá.
DIGNIDADE HUMANA: Art 5º. Existem alguns direitos que são garantidas as pessoas independentemente do mérito.O grande ao talião é a dignidade humana. 
INTRANSCEDÊNCIAS DAS PENAS: nenhuma pena passara da pessoa do condenado, porem sucessor podem ser obrigados a reparar danos causados pelo sucedido no âmbito civil, no limite do patrimônio transferido aos sucessores. 
HUMANIDADE DAS PENAS: determinadas penas são proibidas no Brasil, por uma série de motivos, ferirem a dignidade e serem bárbaros. Penas de morte são proibidas, salvo exceções como em crime de guerra, por exemplo, não podem ser aplicadas pois além de ferirem diversos direitos inatos, existe a possibilidade de o judiciário errar. Outra pena proibida no Brasil é a de caráter perpetuo, pois mata a esperança de liberdade do preso e é uma confissão de que a ressocialização não funciona. Existe a proibição das penas de trabalho forçado, pois além de ferir a dignidade, o Brasil possui o histórico da escravidão, e em países com esse histórico é inadmissível tal pratica. Penas de banimento são proibidas, penas cruéis são proibis, mas isso é uma cláusula aberta e cheia de questionamentos como por exemplo, a prisão não é uma pena cruel?
TEORIA DA NORMA PENAL
O BEM JURÍDICO PENAL
Introdução:
- O bem jurídico foi ganhando importância na doutrina nos últimos 70/80 anos.
- No código penal não se encontra a expressão bem jurídico pois ele é uma construção doutrinaria e que acabou se tornando o conceito central do direito penal. Bem jurídico é um termo que tem vários conceitos diferentes, trazidos por pessoas diferentes. Em si, o bem jurídico é um valor tutelado pelo direito, não é uma coisa material, mas um valor, um interesse, uma ideia protegida pelo direito. 
- O bem jurídico não são exatamente os direitos fundamentais, mas eles têm uma relação muito próxima com os direitos fundamentais, a ponto de terem até o mesmo nome. 
- Coisa X Bem jurídico: coisa é uma palavra bem ampla, e seria um objeto, um não-pessoa. Quando falamos de bem móvel e bem imóvel, no direito civil, estamos falando de coisa. Quando falamos de bem jurídico, no direito penal, não são os mesmos bens do direito civil. 
- O Direito Penal é a forma mais severa de intervenção na liberdade, logo ele só pode ser usado em último caso, ele só pode ser usado quando existir ofensa ao bem jurídico - para o direito penal, não se refere a qualquer ou todo bem jurídico, apenas a lesão aos bens jurídicos que são indispensáveis para a convivência humana - justificar a intervenção do direito penal, por isso foram criados alguns princípios. 
Princípios da Intervenção Mínima:
- O direito penal só irá interferir em último caso. Já que nem toda ofensa a um bem jurídico penal, se caracteriza como crime. Ele é para quando a coisa realmente for séria. 
Princípio da Fragmentariedade:
- Como o Direito Penal só trata das ideias mais importantes, ele é um “arquipélago de ilicitudes num oceano de licitudes”, isso significa que o Direito Penal seleciona algumas condutas de maneira isolada. Ou seja, a maior parte dos comportamentos é permitido, e a minoria não é permitido. 
Princípio da Subsidiariedade:
- O direito penal é subsidiário, significa que ele não é principal, ele é uma esfera de proteção de último caso. As soluções para os casos mais frequentes, não devem se dar através do direito penal. Ele só vai agir quando os outros ramos do direito forem insuficientes para resolver aquele problema. 
EX1: Direito de propriedade, é um direito fundamental e o patrimônio é um bem jurídico tutelado pelo direito penal, mas nem todo prejuízo a um patrimônio é um crime – acidente de trânsito (ilícito civil). Já no caso de lesão da integridade física e a vida, nesse mesmo caso do acidente de carro, mesmo sendo culposo, o direito penal interfere, pois, é um bem mais importante que o patrimônio e é indispensável para a convivência. 
- O bem jurídico é importante porque, todo e qualquer comportamento só pode ser criminalizado se ofender o bem jurídico, não há crime sem ofensa. Exemplo: homossexuais, crime contra a família.
- O bem jurídico é um limite para o próprio legislador. 
Conceitos do Bem Jurídico
- É uma construção doutrinaria e acabou se tornando um conceito central para o direito penal - O direito penal é a forma mais severa/significativa de interferência do Estado na vida da pessoa. Significa que só pode ser usado em casos mais importantes, quando a ofensa justificar os casos. Para o direito penal, só é possível quando se tratar a lesão de um bem jurídico necessário para a vida em comunidade. Se for uma situação mais irrelevante não cabe ao direito penal cuidar. Você pode dar um prejuízo patrimonial para alguém de forma dolosa e mesmo assim não cometer um crime, por exemplo, inadimplência, agora um crime tributário, seria a sonegação tributaria e ai o direito penal iria interferir 
- Todo e qualquer comportamento só pode ser criminalizado se ofender um bem jurídico (Ex: homossexualidade. Durante muito tempo em vários países, o ato homossexual era crime. Hoje não se tem um bem jurídico tutelado em questão, porem no período antigo afirmava que se feria aos bons costumes).
- O adultério era crime até 2005, porem deixou de ser. Continua existindo no CC uma fidelidade, porém não cabe ao direito penal regular tal. 
- Qualquer crime que vá ser previsto na lei, para ser válida essa lei tem que ofender a um bem jurídico. 
- Assis Toledo: relator da reforma do código de 1984 – “bem jurídico são valores éticos-sociais (situações sociais desejadas ou valiosas) que o direito seleciona, com o objetivo de assegurar a paz social, e coloca sobre sua proteção, para que não sejam expostas a perigo de ataque ou lesões efetivas”
- Yuri Carneiro: o bem jurídico é valor tutelado pelo direito penal, que possui seu substrato na constituição, ancorado na realidade social, sendo o elemento material da estrutura do delito.
- Zaffaroni e Pierangeli: bem jurídico penalmente tutelado é a relação de disponibilidade de um indivíduo com um objeto, protegida pelo Estado, que revela seu interesse mediante a ratificação penal de condutas que o afetam.
Princípios decorrentes:
Alteridade
- Um indivíduo ofende um bem jurídico do outro. Sendo assim, o direito penal proíbe a punição da autolesão, apenas dos alheios. (mesmo para quem achava que o homossexualismo era crime, não se poderia criminalizar por que na pior das hipóteses era autolesão). (Ex: a tentativa de suicídio não é crime, pode ser considerado pecado de acordo com a religião).
Ofensividade(lesividade)
- Se, de um lado, a intervenção mínima somente permite a interferência do Direito Penal quando estivermos diante de ataques a bens jurídicos importantes, o princípio da lesividade nos esclarecerá, limitando ainda mais o poder do legislador, quais são as condutas que deverão ser incriminadas pela lei penal. Na verdade, nos esclarecerá sobre quais são as condutas que não poderão sofrer os rigores da lei penal.
Insignificância:
- (Bagatela) é diferente de pequeno valor. Para ser insignificante tem que ser menos ainda que o pequeno valor. Já o pequeno valor tem uma maior jurisprudência.
Funções:
Limitadora:
- Tem por função limitar esse poder punitivo, para que não ocorram exageros de considerar como bem jurídicos interesses de grupo ou de classe dominante, sem valor fundamental para o restante da comunidade. A ideia de bem jurídico restringe o alcance o direito penal.
Sistemática:
- Código Penal e a legislação são organizados em função dos bens jurídicos. Tem como objetivo classificar a parte especial do Código Penal formando grupos de tipos penais derivados de bens jurídicos facilitando a estruturação da punição.
Formas de Afetação:
Dano: é a destruição total/parcial do bem jurídico.
Perigo Concreto: A lei define expressa ou implicitamente qual é o risco que ele causa. (Art.15/Estatuto de desarmamento).
Perigo Abstrato: A lei não define expressamente ou implicitamente o risco que se pode causar. Uma parte da doutrina alega ser inconstitucional a punição para esse tipo de perigo (Art.14/Estatuto do desarmamento).
Delitos Pluriofensivos: Aquele que ofendemais de um bem jurídico simultaneamente. Também é conhecido como delito complexo. (Ex: latrocínio; roubo + homicídio).
A Norma Penal
(Luiza Aguiar)
Texto X Norma: 
- Texto normativo é o ato que é publicado pela autoridade competente, podendo ser Constituição, Lei, Decreto, etc. O conjunto de palavras que está no papel é o texto normativo, o texto é o veículo da norma, ou seja, o texto veicula a norma.
- Norma tem a ver com os modais deônticos, porque todas as normas podem ser conduzidas em 3 formatos: permitido, proibido ou obrigatório. A norma é o resultado do processo de interpretação do texto, ou seja, sem interpretação não há norma, só há o texto normativo. Os tipos penais que tratam os crimes em espécie têm uma estrutura simples com um verbo no infinitivo, um sujeito oculto e um determinado objeto. 
-Podendo existir um outro tipo modal, as sanções premiais que é uma recompensa, um comportamento desejado é respondido pelo ordenamento com uma sanção premial (na sanção premial se tem duas normas casadas: uma que diz ao cidadão que é permitido fazer algo e outra norma que diz ao funcionário do Estado que quando esse cidadão fizer algo o Estado é obrigado a dar um prêmio a ele). Exemplo: Desconto em pagamento adiantado (Sanção Premial no Direito Tributário). No Direito Penal, a delação premiada é um tipo de sanção premial. 
Classificação das Normas Penais:
Incriminadoras: é aquela que diz que é proibido fazer determinadas coisas. Descrevem crimes e cominam as penas. Está presente na parte especial do Código Penal. 
Permissivas: são as normas penais que estão na parte geral do Código Penal que dizem as causas de exclusão das ilicitudes. As normas permissivas dizem que é permitido praticar fatos típicos em determinadas circunstâncias. Elas afastam a ilicitude. Exemplo: é permitido cometer crime quando em estado de necessidade, quando em legítima defesa, quando em estrito cumprimento do dever legal ou quando no exercício regular de direito.
- Ainda tem as normas penais exculpantes, como exemplo a de erro de proibição (Art. 21) – supõe uma situação que se existisse legitimaria a conduta dele. A exculpante não retira a ilicitude do fato, mas exclui a culpabilidade do agente. (Art. 23) – Afasta a culpabilidade
Explicativa: Não é exatamente uma norma penal. Exemplo é o art. 327 do CP, não é uma norma penal e sim um texto penal explicativo que complementa outros textos para chegar a uma norma, sozinho o texto não é norma. 
- É um texto que define uma determinada condição, mas esse texto não esclarece e nem define uma conduta. 
Lei Penal em Branco: possui conteúdo incompleto. O que necessita de complemento é o texto, a lei, o documento normativo. 
- A diferença entre as duas espécies de lei penal em branco está na natureza do seu complemento, no texto que complementa a lei penal em branco. 
Homogênea: É aquela que é complementada por outro texto de lei, podendo ser da mesma lei ou de outras leis complementando o texto. Exemplo: art. 184 do CP, precisa do complemento da Lei 9.610 que é a de Direitos Autorais. 
Heterogênea: o complemento não é mais outra lei e sim um ato infra-legal, podendo ser um decreto do Chefe do Executivo ou portaria de um Ministro de Estado. Exemplo: é a lei de drogas. Pois, ¼ da população carcerária está atrás das grades por conta dessa lei penal em branco. A lei não diz o que é droga quem define é o Ministério da Saúde, a ANVISA. Não há legitimidade democrática, portanto o que define é uma outra natureza diferente da lei penal em branco heterogênea. 
	Outro exemplo: Estatuto do Desarmamento, o art. 14 trata que é crime o porte ilegal de arma de uso permitido (o Civil pode comprar para ter em casa), quem define se a arma é de uso permitido ou restrito é um Decreto do Presidente da República. Quem define não é o Congresso e sim o Chefe do Executivo. 
- Os autores que aceitam a Lei Penal em Branco possuem dois argumentos: o primeiro é a necessidade de constante atualização da lista (caso das drogas) e segundo argumento é o da discricionariedade técnica (um órgão técnico precisa avaliar o caso porque o caso precisa de conhecimento específico para isso). Exemplo: Para saber os animais em extinção, precisa do IBAMA com biólogos. E os das drogas, quem tem condição de avaliar são os médicos e os serviços de saúde. 
- A lei retroage para beneficiar o réu, portanto quando as drogas ilícitas saem da lista da ANVISA, beneficia as pessoas presas por determinadas drogas. Lei penal temporária e excepcional não entra na retroatividade da lei benéfica. A lei temporária tem a data de validade na própria lei, as leis excepcionais não trazem a data de validade, mas define a circunstância, podendo ser guerra e afins.
- Para definir se o complemento da Lei Penal em Branco retroage ou não, depende da natureza do complemento. Se esse complemento tiver natureza temporária ou excepcional não há retroatividade nem para beneficiar. Se o complemento não tiver natureza temporária ou excepcional retroage para beneficiar seguindo a regra geral da retroatividade.
Fontes do Direito Penal:
- Mesmo uma fonte legislativa pode tratar do Direito penal, Decreto é uma das fontes.
- A grande fonte do Direito Penal é a Lei, a Constituição pode prescrever diretamente um crime em alguns casos, exemplo art. 5º inciso 43. Na Constituição se tem Mandados Constitucionais de Criminalização, ou seja, a Constituição é fonte do Direito Penal, mas sozinha não define o crime. Exemplo: quando a Constituição falou que racismo era crime em 1988, não significa que por isso no dia que a Constituição saiu, poderia prender no dia seguinte quem praticasse ato racista. Porque a própria Constituição traz que não há crime sem lei anterior que o defina. 
- Analogia só pode para beneficiar o réu, no Direito Penal. A Lei Maria da Penha é Processual Penal, pois não define um crime. 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO 
	A parte geral do Código Penal, que inicia no artigo 1º e vai até o 120º, foi reformada em 1984. Mas a parte especial, que tipifica os crimes elas preservam o texto de 1940, que é um Decreto-Lei, e isso decorre do princípio da continuidade da lei jurídica – no momento que a Constituição de 1946 foi criada, essa parte do Código já foi recepcionado como lei. 
LEI PENAL MAIS GRAVOSACódigo Penal
Art. 1º - Não há crime sem lei (reserva legal) anterior (irretroatividade) que o defina (taxatividade) . Não há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Constituição
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
- Considera-se que uma lei penal é mais gravosa quando: uma nova lei, recepcionada pela Constituição, traz um incremento de forma a majorar a pena ou alcançar outras situações que não eram previstas na lei anterior. EX: Código penal de 1940 trazia em um dos artigos, o capitulo destinado aos crimes contras os costumes (atualmente crimes contra a dignidade sexual), a possibilidade de relativização da presunção de violência sexual contra menores de 14 anos. Hoje, com a lei de 2009, atual lei de crimes sexuais, impede que se relativize aquela presunção. Ademais, a pena mínima era de 6 anos e agora passou para 8 anos. 
- Os crimes cometidos anteriormente a nova lei, continuarão sob a égide da lei vigente a época do seu cometimento (“a lei rege o ato”). A lei penal mais gravosa não retroage (NUNCA). Crimes contra a dignidade sexual 
LEI PENAL MAIS BENEFICA 
ABOLITIO CRIMINIS: algo que era crime e deixa de ser;Lei penal no tempo
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - A lei posterior, quede qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Ex: Artigo 60º - se referia ao artigo de mendicância foi revogado + Artigo 240º - crime de adultério que também foi revogadoArt. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
ANISTIA
- Anistia é o perdão concedido pelo Legislativo por um crime cometido. Mas aquele tipo de comportamento continua sendo proibido. A motivação para conceder a anistia sempre vem por meios políticos e pacificação social. No caso da controversa da anistia na ditadura, foi para que a sociedade conseguisse seguir em frente, e deixasse essa “pedra” no passado. 
- EX: a greve dos bombeiros é proibida, mas no Rio de Janeiro houve uma greve que gerou muita comoção, e o Legislativo concedeu a anistia. CÓDIGO PENAL
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - pela anistia, graça ou indulto;
LEI DA ANISTIA
Art. 1º É concedida anistia a todos quantos, no período compreendido entre 02 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexo com estes, crimes eleitorais, aos que tiveram seus direitos políticos suspensos e aos servidores da Administração Direta e Indireta, de fundações vinculadas ao poder público, aos Servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário, aos Militares e aos dirigentes e representantes sindicais, punidos com fundamento em Atos Institucionais e Complementares (vetado).
§ 1º - Consideram-se conexos, para efeito deste artigo, os crimes de qualquer natureza relacionados com crimes políticos ou praticados por motivação política.
§ 2º - Excetuam-se dos benefícios da anistia os que foram condenados pela prática de crimes de terrorismo, assalto, seqüestro e atentado pessoal.
§ 3º - Terá direito à reversão ao Serviço Público a esposa do militar demitido por Ato Institucional, que foi obrigada a pedir exoneração do respectivo cargo, para poder habilitar-se ao montepio militar, obedecidas as exigências do art. 3º.
IDENTIFICAÇÃO DO MAIS BENÉFICO ou ABRANDAMENTOLei penal no tempo
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
- Frequentemente se consegue identificar em caso abstrato, mas em alguns casos só se consegue identificar em caso concreto. Se a dúvida for grande perante o processo, se pergunta a defesa o que ela escolhe.
LEI PENAL PARCIALMENTE BENÉFICA
LEI ANTIGA – PENA 1 A 5 ANOS X A LEI NOVA – PENA 2 A 4 (para a determinação da pena você parte da pena mínima de um crime, então a antiga seria mais benéfica – pois a pena começa sendo calculada da mínima, mas em compensação a prescrição – tempo máximo para a pena ser aplicada e se não for aplicada se torne isenta - se regula pela pena máxima, então a nova seria mais benéfica)
	LEI ANTIGA
	LEI NOVA
	3 A 15 ANOS
	5 A 15 ANOS
	SEM CAUSA DE REDUÇÃO P/ PRIMÁRIOS 
	1/6 A 2/3 DE REDUÇÃO P/ PRIMÁRIOS
	LEI 6.368
Art. 12. Importar ou exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda ou oferecer, fornecer ainda que gratuitamente, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a consumo substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
Pena - Reclusão, de 3 (três) a 15 (quinze) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 360 (trezentos e sessenta) dias-multa.
	LEI 11.343
Art. 33.  Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
*Para os primários a segunda lei seria mais benéfica. Mas para o AGENTE, a melhor situação seria a pena da nova retroagir na lei antiga.SÚMULA 501
É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis.
CÓDIGO PENAL MIILITAR 
Art. 2° Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando, em virtude dela, a própria vigência de sentença condenatória irrecorrível, salvo quanto aos efeitos de natureza civil.
§ 2° Para se reconhecer qual a mais favorável, a lei posterior e a anterior devem ser consideradas separadamente, cada qual no conjunto de suas normas aplicáveis ao fato.
APLICAÇÃO IMEDIATA DAS LEIS PROCESSUAIS PENAISCÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Art. 2o  A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
Ex: Se Vida Loka comete em crime hoje e amanhã entra uma nova lei que é pior para o agente, essa lei nova que entra em vigor já se aplica ao caso ele mesmo que seja mais prejudicial para ele. 
A lei processual penal retroage tanto para beneficiar ou prejudicar o agente, para os casos em andamento E NÃO PARA OS CASOS DE COISA JULGADA. Mas a doutrina entende que não, se a lei processual penal causar prejuízo ao réu, ela não vai retroagir. 
*A lei processual penal permite analogia ao crime e a lei penal não. 
LEIS TEMPORARIAS E EXCEPCIONAIS CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
- Lei penal temporárias são aquelas que possuem vigência previamente fixada pelo legislador, já as excepcionais, aquelas que vigem durante certas circunstancias. 
- Em geral, as leis penais mais benéficas além de serem retroativas, são também ultrativas e isso significa a capacidade de produzir efeitos mesmo depois da sua revogação, mas só produz os efeitos para os casos que ocorreram na sua vigência. A LEI PENAL EXCEPCIONAL OU TEMPORARIA SEMPRE SERÃO ULTRATIVAS – NÃO IMPORTANDO SE SÃO MELHORES PARA O REU -. SE A LEI PENAL NÃO FOR ULTRATIVA, ELA NÃO VAI TER OS SEUS EFEITOS APLICADOS, POIS SE EU NÃO PUDER APLICAR ESSA LEI NA EPOCA QUE O CRIME FOI COMETIDO, EU DARIA UMA BRECHA PARA QUE OS CRIMINOSOS SE ESCONDAM ATÉ O MOMENTO QUE ESSA LEI SEJA REVOGADA E ENTRE OUTRA, E TERIA DE APLICAR A LEI ATUAL. EX DE LEI TEMPORARIA NA LEI GERAL DA COPA 12.663, QUE SO FOI CRIME DURANTE UM TEMPO:
CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES PENAIS 
Utilização indevida de Símbolos Oficiais 
Marketing de Emboscada por Intrusão 
Art. 33.  Expor marcas, negócios, estabelecimentos, produtos, serviços ou praticar atividade promocional, não autorizados pela FIFA ou por pessoa por ela indicada, atraindo de qualquer forma a atenção pública nos locais da ocorrência dos Eventos, com o fim de obter vantagem econômica ou publicitária:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano ou multa.
 Art. 36.  Os tipos penais previstos neste Capítulo terão vigência até o dia 31 de dezembro de 2014. 
- Lei penal em branco não é uma lei temporária, mas o complemento pode ser temporário ou não. Mas a lei temporária tem ultratividade.- LEI TEMPORARIA E LEI EXCEPCIONAL NÃO RETROAGE PARA BENEFICIAR O RÉU!
TEMPO DO CRIME
PARA DEFINIR LEI APLICAVEL Tempo do crime
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
- Esse tempo do crime é regido pela teoria da atividade: o tempo do crime, é o tempo da conduta. Ou seja, o ato tem que ser previsível no momento em que é praticado mesmo que o resultado demore a surgir. 
Ex: Vida Loka tenta matar o Pingo do Amor, e Pingo do Amor fica entre a vida e a morte e por Pingo do Amor ser um astro nacional o Congresso cria uma lei dobrando a pena para o crime cometido – até aqui temos a teoria da atividade 
PARA CALCULO DA PRESCRIÇÃOTermo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sentença final
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - do dia em que o crime se consumou; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal.      (Redação dada pela Lei nº 12.650, de 2012)
- Prescrição é a perda do direito de punir do Estado
- Esse tempo do crime é regido pela teoria do resultado: afirma que o crime é perpetrado no momento da produção do resultado. 
Ex: Vida Loka tenta matar o Pingo do Amor, e Pingo do Amor fica entre a vida e a morte e por Pingo do Amor ser um astro nacional o Congresso cria uma lei dobrando a pena para o crime cometido, Pingo do Amor morre, mas a lei não vai ser aplicada pois Vida Loka cometeu o crime antes da Lei ser feita. – essa parte se trata da teoria do resultado
SUMÚLA 711 DO STFSÚMULA 711
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
- O erro dessa sumula é que misturou o crime permanente com o crime continuado.
Ex: Vida Loka sequestra Pingo do Amor, e no terceiro ano do sequestro viesse uma nova lei que obrasse a pena da extorsão mediante sequestro, essa lei nova que será aplicada. 
*Crime permanente: uma pessoa que é mantida em cativeiro durante um tempo, um único crime praticado durante um tempo. Ou seja, crime que a consumação se entende no tempo. 
**Crime continuado: no crime continuado, existe mais de um crime, existem vários crimes semelhantes entre si. Como os crimes são parecidos, a favor do réu, a lei permite que do segundo em diante esses crimes sejam considerados a continuação do primeiro, aplicando a pena de um só delito que, no caso, seria o mais grave. Esses crimes podem ter um intervalo entre eles.
Crime continuado
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
	LEI ANTIGA
	LEI NOVA
	Concurso Material: 1 + 1 = 2 anos
Crime Continuado: 1 + 1 x 2/3 = 1,66 anos
	Concurso Material: 3 + 1 = 4 ANOS
Crime Continuado: 3 + 3 x 2/3 = 5 anos
APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO
LUGAR DO CRIME:
Para Definir Lei Aplicável:
- Teoria da ubiquidade é a teoria que traz que o crime pode ocorrer em dois ou mais territórios/países ou ser influenciado por outros territórios (crime à distância). Ou seja, o que fazer quando um crime aconteceu em um lugar e influenciou outro, ou quando ocorre em um lugar e termina em outro. Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
- E assim, se parte do crime que ocorreu no Brasil, para praticar efeito em outro lugar, cometido aqui e o resto da execução em outro país ou se o houve uma tentativa de crime que não chegou a reproduzir resultado em outro pais, mas que correu risco, está sujeito a penalização tanto do Brasil, quanto do outro pais. 
- Para se evitar que uma pena seja aplicada mais de uma vez, existe o princípio do No bis in idem (não repetir o mesmo/não punir duas vezes pelo mesmo ato), a pena aplicada em um país desconta na pena do outro país. Exemplo: O sujeito começa a cumprir a pena no EUA e termina a pena no Brasil, o tanto que ele cumpriu no EUA vai descontar no resto da pena no Brasil.
 
Para Fixar Competência: 
- Como regra é o resultado, porém há exceção. CAPÍTULO I Do Código de Processo Penal
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO
        Art. 70.  A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
        § 1o  Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução. – tráfico de drogas: um pacote de drogas sai de Salvador, vai para o Rio de Janeiro e lá será mandado para os EUA, o ultimo ato foi executado no RJ, então será competência do RJ julgar. 
        § 2o  Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado. – atos executórios tem início fora do Brasil, mas terminam alcançando a consumação – integral ou parcial – dentro do território nacional. A soberania brasileira é afetada, tornando-os competentes para apurar o delito. 
- Define a competência quando o crime tem alcance internacional. Quando o crime inicia no Brasil e termina em outro lugar, a competência é do local em que o crime terminou e se começar fora e terminar no Brasil, a competência é da cidade em que o crime ocorreu. 
- Se o crime for virtual, a competência é do país em que o crime foi direcionado. 
TERRITORIALIDADE Territorialidade
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
- Segundo o princípio da territorialidade: a lei penal só tem aplicação no território do Estado que a editou, não importando a nacionalidade do sujeito ativo ou passivo. 
- O território brasileiro é composto por lago ou lagoa, rio indiviso, mar territorial (12 milhas), navios públicose privados. Espaço aéreo: aeronaves publicas e privadas. 
- Agora se for em território brasileiro, se a aeronave/embarcação for privada, aplica-se a lei brasileira (art. 5º parágrafo 2º), se a aeronave/embarcação for pública aplica-se a lei do local em que ocorreu o crime (art. 5º parágrafo 1º). 
Extensões do território (princípio da bandeira):
- Existem alguns pontos do Globo Terrestre que não possuem jurisdição de nenhum Estado. Para julgar crimes cometidos nesses locais é pela bandeira da embarcação/aeronave. 
EXTRATERRITORIALIEDADE 
- O crime é julgado no território que é cometido, em geral. 
Extraterritorialidade Incondicionada: 
- Julga no Brasil independentemente de qualquer condição. Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Exemplo: Princípio da Defesa, caso de genocídio. 
Princípio da Defesa: (soberania) Art. 7º, inciso 1º, alíneas a, b e c. 
- Alguns crimes, mesmo quando cometidos fora do país, afetam tanto o interesse nacional que podem ser julgados no Brasil. Exemplo: Se tentarem matar Temer no exterior é competência brasileira julgar o crime. Mas se roubarem o cachorro de Temer no exterior, não é de competência brasileira julgar o crime, pois não é crime contra a vida ou liberdade do Presidente da República. Mesmo que esse agente já tenha sido julgado no exterior, ele não está isento de ser julgado no Brasil nos casos do Inciso 1 (Art. 7º, §1º)Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Princípio da Universalidade: 
- Alguns crimes afetam toda a comunidade humana/internacional e mesmo tendo sido cometido em um lugar, pode ser julgado em outro. Exemplo: Pinochet foi julgado na Espanha mesmo tendo cometido crime no Chile. 
Mesmo que esse agente já tenha sido julgado no exterior, ele não está isento de ser julgado no Brasil nos casos do inciso 1 (Art. 7º, §1º).Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Extraterritorialidade Condicionada: 
- Só julga no Brasil se for cumprido diversos requisitos, que são as condições para ser julgado no Brasil. Essas condições estão no art. 7º parágrafo 2º, é necessário cumprir 5 condições: Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Princípio da universalidade: Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Princípio da personalidade:Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Princípio da bandeira:Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Princípio da defesa:Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
- O único objetivo da extraterritorialidade condicionada é impedir a impunidade. Se o brasileiro faz barbaridade no exterior e volta, o Brasil não extradita ele porque a Constituição proíbe esse ato, mas em compensação é compromisso que o Brasil tem frente a comunidade internacional, punir esse agente segundo as leis brasileiras. 
Pena e Sentença Estrangeiras: 
 Pena cumprida no estrangeiro (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) - se a pena no estrangeiro for diversa a penalidade brasileira, está irá atenuar a brasileira. Mas se a penalidade for a mesma, haverá a computação delas. 
Eficácia de sentença estrangeira(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada (confirmada, aceitada)no Brasil para: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - A homologação depende: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
- A sentença que for dada no exterior,a vítima não precisa entrar com outra ação para pedir a indenização. 
Tribunal Penal Internacional:
- Começa depois da segunda guerra. Após o Tribunal de Gutemberg, foi criado um Decreto para a criação do Tribunal Penal Internacional. Foi um procedimento para crimes de guerra praticados pelos “derrotados” na guerra. No tribunal, eles tentaram ao máximo garantir todos os direitos e cada um com sua pena de acordo com sua responsabilidade. Esse tribunal foi criticado pois foi um tribunal AD HOC “para o caso”. Não se pode criar um tribunal para um caso que já ocorreu, pois compromete a imparcialidade. 
- “O Tribunal será uma instituição permanente, com jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos crimes de maior gravidade com alcance internacional, de acordo com o presente Estatuto, e será complementar às jurisdições penais nacionais.”
- Só entra quando o pais não tiver levando o caso a sério, ou não tem capacidade para levar para a frente, como também não entra em jogo quando o caso não for tão sério. 
- O Tribunal Penal Internacional é para evitar que sejam criados tribunais para julgar casos específicos, pois isso compromete a imparcialidade do julgamento.
CONCEITOS DE CRIME
Conceito formal:
- Tem o nome de formal pois se apega a definição legislativa. Crime é aquela conduta que viola uma lei penal, a pratica de uma conduta proibida pela lei penal ou omissão de conduta imposta pela lei penal. O problema desse conceito são as lacunas jurídicas, existem condutas muito graves que a lei não define e o outro problema é que só com ele, você permite que o legislador criminalize o que ele quiser, ou seja, um grande arbítrio do legislador. 
Conceito Material:
- Crime é a ação ou omissão que ofende os bens jurídico indispensáveis para a convivência social (vida, integridade física, propriedade, liberdade sexual...), tem de haver uma ofensa efetiva e não meramente formal. Ajuda a excluir ofensas que apesar de atingir esses bens são insignificantes. O problema de ter só o conceito material é porque você ofenderia a segurança jurídica, pois você tem que saber a que consequências a sua conduta se submete, a conduta tem que ser definida e acaba trazendo um poder excessivo ao legislador se tornar um abuso de poder. Ex: Na Alemanha Nazista, existia no Código a seguinte frase: “É crime tudo que ofende o povo alemão”
Conceito Analítico:
- Século XIX
- Crime é uma conduta (fato, ou seja, fragmento da realidade sendo um comportamento humano voluntário – foi praticado tendo em vista um objetivo – e crime culposo não deixa de ser conduta), típica (conduta do indivíduo legalmente definida), ilícita e culpável. É o chamado conceito tripartido de crime, alguns autores retiram o culpável. Para definir a conduta como crime, ele tem que ter esses 3 elementos. Se não tem conduta, não tem crime (Ex: uma pessoa está com uma doença, sem saber, e em um acidente de trânsito o sangue dela contamina a outra, não existe crime). 
Tipicidade:
- Algo típico é algo que se repete com uma frequência relevante, e também é uma abstração das características comuns a um grupo de casos, porém também possuem diferenças importantes. (sair do particular e ir para o geral, ou seja, procurar as características comuns a um tipo de caso). Nenhum caso é exatamente igual ao outro já pela questão de tempo e espaço.
- O tipo é uma reunião de características comuns a um conjunto de casos formando um modelo abstrato. Todo tipo tem uma dose de generalização que não reflete muito bem cada caso individual - uma generalização irresponsável vai ser o estereótipo.
- O direito penal adota como técnica legislativa a definição de tipos, definição de modelos abstratos de conduta. Ex: Art. 121 - Matar alguém é o tipo abstrato, agora quando você adiciona o matar alguém na frente da faculdade baiana de direito às 19h, você está concretizando o fato. Furto qualificado – pena maior para os furtos de carro para fora pois fica muito mais difícil achar e mais caro a segurado
§ 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.         (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
- LEGALIDADE é quando o legislador vai observar as coisas se repetindo com frequência suficiente para ter relevância e quando as circunstâncias exigem um tratamento diferente para o que já existe, ele pode criar um novo tipo ou alterar um tipo já existente para diminuir ou aumentar as penas de acordo com o já existente. 
- Se uma conduta não definir nenhum crime em lei, ela será atípica. 
FORMAL: o preenchimento de todos os requisitos legais do tipo pela conduta;
MATERIAL: é aquela que, além de preencher todos os requisitos legais, representa uma ofensa relevante ao bem jurídico, por isso que o furto da caneta BIC é irrelevante; princípio da adequação social: crime formalmente típico, ofende o bem jurídico, mas que a sociedade aceita amplamente - Ex: furar a orelha da filha (ofende a integridade física) ou MMA
CONGLOBANTE (ATIPICIDADE): Zaffaroni - você não deve olhar apenas para o código penal, em outros ramos do direito, algumas condutas dadas como crimes no código penal, não são consideradas crimes. 
Ilicitude:
- Nem todo fato típico é crime, porque ou ele falta ilicitude ou culpabilidade. Para analisar se é conduta e se é típico, eu faço uma análise positiva, procurar determinar se os elementos estão presentes. Existe uma teoria que trata dos elementos negativos do tipo: teoria dos elementos negativos do tipo
- Para saber se a conduta é ilícita, eu tenho que procurar alguns elementos, mas eu vou dizer que ela é ilícita se esses elementos estiverem ausentes (juízo negativo).
- Causas de exclusão da ilicitude (Código Penal) ou causas de justificação (doutrina): quando essas causas estão presentes, o fato típico deixa de ser crime.Exclusão de ilicitude(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) – o fato típico é praticado para salvar um bem jurídico de um perigo iminente que você mesmo não provocou, ou seja, você sacrifica o bem jurídico de alguém que não e culpado para salvar o seu. Você não pode sacrificar um bem mais importante, por um bem menos importante. Ex: teve um naufrágio e o bote de salva vidas só dá para um e sobreviveram dois, uma empurra o outro para não morrer | O caso do acidente nos Andes, o qual os sobreviventes começaram a comer carne humana daqueles que já tinham morrido, sendo que isso seria crime de destruição de cadáver. 
II - em legítima defesa;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
EXTRA – Causa Supralegal da exclusão de ilicitude:
Consentimento do ofendido: o lutador de MMA consente que pode ser ferido. A eutanásia seria, mas a lei considera que isso não pode acontecer com bens indisponíveis como a vida. O transplante de órgão também entra, mas tem legislação. 
Culpabilidade:
IMPUTABILIDADE: 
- É a capacidade de culpabilidade, é o discernimento (capacidade de discernir entre o certo e o errado). 
- Os inimputáveis seriam os: menores de 18 e transtorno mental. A partir dos 12 anos ele já pode responder pelo ato, mas na justiça da infância. 
POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE: tem a consciência a plena de que o fato é ilícito pois todos tem a obrigação de conhecer as normas. 
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA: norma exculpante
- Uma determinada situação que você sabe que a pessoa está fazendo uma coisa errada, mas que na situação dela ninguém faria diferente, lembrando que aqui não entra mais em situação de legitima defesa. Condições que tem de estar presente para que essa ação injusta não seja levada como crime: imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa esses casos deixam

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