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08/04/2016 1 CÁPSULAS Ana Paula Correa Oliveira Bahia CÁPSULAS •As cápsulas são formas farmacêuticas sólidas nas quais o fármaco e os excipientes estão incorporados em um pequeno invólucro de gelatina. • Esses invólucros podem ser duros ou moles, dependendo de sua composição. • Invólucro comestivel feito de gelatin ou de outro material apropriado que contem fármacos em uma unidade de dosage, destinada a administraçao oral. TIPOS DE CÁPSULAS • Cápsulas duras: • Duas peças em formato cilindrico, fechada em uma das extremidades. • A peça mais curta (tampa) é colocada sobre a peça mais comprida (tampa). • Cápsulas moles: • Uma peça MATÉRIAS-PRIMAS DAS CÁPSULAS •Gelatina •Água •Corantes •Adjuvantes de processamento •Conservantes •Substância plastificantes: cápsulas moles 08/04/2016 2 MATÉRIAS-PRIMAS DAS CÁPSULAS Gelatina: • Substância atóxica • Facilmente solúvel nos fluidos biológicos • Bom material formador de filme resistente – espessura da parede da cápsula é 100μm. • Soluçoes concentradas (ate 40%p/v) sao fluidas a 50oC. • Soluçao de gelatina apresenta transiçao reversível do estado sol para o estado gel em temperaturas proximas da temperatura ambiente: facilidade para trabalhar. •Obtida pela hidrolise parcial do colágeno da pele, tecido conjuntivo e ossos de animais. • Estável na presença de ar, porém sujeitas a crescimento microbiano na presença de umidade. • Contém 13 a 16% de umidade. • Se solubilizam facilmente em água a 37C. • Abaixo dessa temperatura: as cápsulas sao insoluveis e simplesmente absorvem água, entumescem e se deformam. • Armazenamento: • ambientes úmidos: podem absorver água e perder sua forma rígida • ambientes secos: perdem a umidade e se tornam frágeis e quebradiças. • Recomendaçao: acondicionamento com material dessecante como silica. CÁPSULAS DE GELATINA DURA CÁPSULAS DE GELATINA DURA Produçao dos invólucros das cápsulas de gelatina dura: • Preparaçao das matérias-primas: • Soluçao concentrada de gelatina a 35-40% é preparada utilizando água a 60- 70oC. • Adiciona-se os corantes • Determinacao da viscosidade: controle da espessura dos invólucros. • Preparo das cápsulas: • Moldes metalicos (pinos), em temperatura ambiente, sao submerses lentamente dentro de uma soluçao de gelatina quente. • Os moldes são girados e submetidos a um processo de secagem, onde a gelatina se gelifica formando um filme. • Os filmes secos sao retirados dos moldes e cortados. • As cápsulas sao montadas, porém não sao completamente fechadas, ocorrendo apenas o encaixe entre a tampa e corpo. CÁPSULAS DE GELATINA DURA Produçao dos invólucros das cápsulas de gelatina dura: 08/04/2016 3 • Tamanho das cápsulas: CÁPSULAS DE GELATINA DURA Tamanho das cápsulas Volume de enchimento (mLs) 000 1,40 00 0,95 0 0,68 1 0,48 2 0,37 3 0,28 4 0,20 5 0,13 Peso de enchimento para um pó: volume do corpo da cápsula X densidade de compactaçao. Preparação de cápsulas de gelatina dura 1–Desenvolvimento e preparação da formulação e seleção do tamanho da cápsula 2 – Preenchimento do invólucro 3 – Selagem das cápsulas (opcional) 4 – Limpeza e polimento das cápsulas cheias. Preparação de cápsulas de gelatina dura 1–Desenvolvimento e preparação da formulação e seleção do tamanho da cápsula 2 – Preenchimento do invólucro 3 – Selagem das cápsulas (opcional): • Soldagem quente, que funde por complete a dupla parede da tampa e do corpo. • Agente umidificante liquido que une as 2 partes 4 – Limpeza e polimento das cápsulas cheias. • Sistema a vácuo limpante que remove material externo das cápsulas Desenvolvimento e preparaçao da formulação Materiais que podem ser utilizados no enchimento das cápsulas duras: • Sólidos secos: pós, peletes, granulos e comprimidos • Semi-sólidos: • Misturas que amolecem com a temperatura • Pastas • Liquidos não –aquosos. Materiais que não podem ser utilizados no enchimento das cápsulas duras: • Materiais que interagem com a gelatina • Formaldeido: forma reticulacao com a gelatina, tornanda insoluvel. • Produtos com elevado conteudo de umidade: a água livre é absorvida pela gelatina causando amolecimento e deformaçao da cápsula 08/04/2016 4 Formulação destinada ao enchimento das cápsulas: •Devem ser passiveis de encapsulamento uniforme •Devem liberar as substancias ativas de forma biodisponivel •Devem cumprir os requisitos farmacopeicos e de órgãos reguladores, como teste de dissolucao. Desenvolvimento e preparaçao da formulação Formulação de pós: • A maioria dos produtos desenvolvidos para serem encapsulados é formulada na forma de pó, consistindo, geralmente em misturas da substância ativa com diversos tipos de adjuvantes. • Uma formulação bem sucedida (estável e eficaz) depende da seleção cuidadosa dos excipientes que serão adicionados para promover a liberação consistente e a biodisponibilidade do fármaco e protegê-lo da degradação. Desenvolvimento e preparaçao da formulação Seleção de adjuvantes Depende dos seguintes fatores: as propriedades do fármaco; a dose, a solubilidade, o tamanho e a forma da partícula do fármaco; o tamanho da cápsula a ser utilizada. Desenvolvimento e preparaçao da formulação Seleção de adjuvantes • A escolha do excipiente adequado para determinada fórmula deve se basear nas características das substâncias contidas na fórmula, bem como na possibilidade de interação destas substâncias com o excipiente. • A incorporação de adjuvantes à formulação de uma cápsula pode acarretar efeitos significativos sobre a velocidade de dissolução dos fármaco s, sobretudo daqueles que são pouco solúveis e hidrofóbicos. Desenvolvimento e preparaçao da formulação 08/04/2016 5 Tipos de adjuvantes : •Diluentes • Lubrificantes •Deslizantes •Agentes molhantes •Desintegrantes • Estabilizantes • Corantes Desenvolvimento e preparaçao da formulação Diluentes • Substâncias adicionadas às formulações para alcançar o peso adequado quando a dosagem do fármaco é insuficiente. • Conferem as propriedades necessárias para a formaçao do compacto ou cilindro de pó. • Participam em maior proporçao na formulaçao. • Lactose, amido de milho e cellulose microcristalina. Desenvolvimento e preparaçao da formulação Lubrificantes • Tanto comprimidos como cápsulas requerem a adição de lubrificantes em suas formulações, com o objetivo de reduzir o atrito entre o pó e as superfícies metálicas durante o processo de preparação. • Reduzem a adesão entre os pós e as partes metálicas. • Estearato de magnésio Desenvolvimento e preparaçao da formulação Deslizantes • Substâncias adicionadas às formulações de cápsulas e de comprimidos para melhorar o escoamento dos granulados ou dos pós por redução da fricção entre as partículas, facilitando o processo de encapsulamento. • Promovem as propriedades de fluxo dos pós. • Silica anidra Desenvolvimento e preparaçao da formulação 08/04/2016 6 Agentes molhantes • Favorecem a penetraçao de água. • Os tensoativos são freqüentemente utilizados em formas farmacêuticas como agentes molhantes. • O efeito molhante pode auxiliar na penetração dos fluidos gastrointestinais na massa sólida contida na cápsula, que muitas vezes permanece após o invólucro de gelatina ter dissolvido-se, e/ou auxiliar a diminuir a tendência a agregação das partículas de fármacos escassamente solúveis nos fluidos gastrintestinais. Desenvolvimento e preparaçao da formulação Desintegrantes •Os desintegrantes são necessários para desagregar cápsulas e grânulos em partículas primárias de pó, visando aumentar a área superficial exposta aos fluidos gastrointestinais. • Promovem o rompimento da massa sólidaem partículas menores, de modo que se dispersem ou se dissolvam mais rapidamente. • Promovem a desagregaçao da massa de pó. Desenvolvimento e preparaçao da formulação Estabilizantes •Melhoram a estabilidade física do produto. Desenvolvimento e preparaçao da formulação Caracteristicas da formulação de pó para enchimento das cápsulas: • Bom fluxo: utilizaçao de um diluente com fluxo livre e um deslizante •Ausencia de adesao: utilizaçao de lubrificante • Coesividade: utilizaçao de um diluente que forma agregados cilindricos. Desenvolvimento e preparaçao da formulação 08/04/2016 7 Liberaçao da formulação de pó das cápsulas • 1a etapa na liberaçao do fármaco: desintegracao do invólucro da cápsula • Temperatura de 370C a gelatina se dissolve rapidamente. • 2a etapa na liberaçao do fármaco: desintegraçao do conteudo encapsulado • A velocidade de dissolucao depende da formulaçao, isto é, dos adjuvants da formulaçao. Desenvolvimento e preparaçao da formulação Fatores relativos à formulação vinculados à liberação de formulações de pós contidos em cápsulas duras • Superfície e tamanho de partícula do fármaco, sobretudo a superfície efetiva mostrada pelo fármaco frente aos fluidos gastrintestinais • Velocidade de dissolução é proporcional à superficie de contato: • Particulas menores - > superficie de contato - > dissolucao. • Particulas pequenas: tendencia a agregaçao Efeito do tamanho da particula sobre a biodisponibilidade. (Fincher et al., 1965) Fatores relativos à formulação vinculados à liberação de formulações de pós contidos em cápsulas duras • Caráter hidrofílico da massa de pó, que está vinculada à solubilidade do fármaco em função dos adjuvantes: • Adjuvantes hidrofóbicos podem diminuir a velocidade de dissoluçao devido a baixa molhabilidade da massa de pós. Efeito do lubrificante sobre a liberação da substancia ativa. (Simmons et al., 1972) Fatores relativos à formulação vinculados à liberação de formulações de pós contidos em cápsulas duras • Utilização de adjuvantes de dissolução, agentes molhantes e desintegrantes Efeito do diluente sobre a biodisponibilidade. (Tyrer et al., 1970) • Evitar utilização de adjuvantes que tornem a massa de pós muito hidrofobica. 08/04/2016 8 Fatores relativos à formulação vinculados à liberação de formulações de pós contidos em cápsulas duras • Tipo e condições do processo de enchimento • Densidade de empacotamento do conteúdo da cápsula Efeito do lubrificante e dureza do compacto sobre libaração do ativo. (Botzolakis et al., 1982) Liberação do conteudo das formulações de pós contidos em cápsulas duras •O conteudo encapsulado é liberado no estomago, porém a maioria é aborsvida no intestino. • Presenca de polimeros hidrofílico (metilcelulose): entumescem em contato com a agua e flutuam no TGI, sendo dissolvidas lentamente. • Revestimento das cápsulas: usado para substancias ativas que se degradam no estomago • Cápsula com revestimento entérico: a cápsula sofre degradaçao no duodeno e o conteudo será liberado gradualemtne Máquinas de enchimento das cápsulas duras: •Grande variedade de tamanhos e formas. • Produçao de 5 a 15 mil unidades por hora. CÁPSULAS DE GELATINA MOLE • As cápsulas moles de gelatina consistem em uma matriz líquida ou semi-sólida incorporada em um invólucro de gelatina externo (cápsula de uma peça). • Sao usadas para encapsular liquidos, suspensoes ou materiais pastosos. • O componente ativo deve estar em solução ou em suspensão na matriz de enchimento da cápsula. • A matriz de enchimento pode ter caracteristicas hidrofilicas (polietilenoglicol) ou lipofilicas (óleos vegetais). 08/04/2016 9 CÁPSULAS DE GELATINA MOLE Diagrama esquemático de diferentes formulaçoes de cápsulas moles de gelatina • O invólucro da cápsula mole de gelatina é constituído por gelatina, água e plastificantes e pode ser transparente ou opaco, colorido e aromatizado, quando desejado. • Pode ser preparada com revestimento entérico ou de liberaçao retardada. CÁPSULAS DE GELATINA MOLE Tipos de cápsulas moles: • Cápsulas moles administradas por via oral contendo soluçoes ou suspensões. • Cápsulas moles mastigáveis: o involucro é aromatizado e libera a matriz quando é mordido. • Cápsulas moles de dissoluçao bucal • Cápsulas moles de gelatina com lacre: medicaçao tópica, inalaçoes ou uso pediátrico. • Capsulas moles para fusão: ovulos ou supositorios. CÁPSULAS DE GELATINA MOLE Vantangens das cápsulas moles 1. Melhora da absorçao do fármaco: • Melhora da velocidade e da biodisponibilidade especialmente para fármacos pouco soluveis em água. • O fármaco está em soluçao, sendo rapidamente absorvido • O involucro sofre ruptura em pouco minutos, liberando a soluçao contend o fármaco, dissolvido em veiculo hidrofílico ou dispersante, favorecendo a velocidade de absorcao. 2. Adesao do paciente • Fácil deglutição • Ausencia de sabor desagradavel • Administraçao prática como forma farmaceutica contendo fármaco liquido. 08/04/2016 10 Vantangens das cápsulas moles 3. Seguranca para fármacos potentes e citotoxicos: • Evita formaçao de pós durante o preparo da forma farmaceutica: melhor precisao da quantidade do fármaco, maior segurança para os operadores e melhor controle ambiental. 4. Uniformidade de dose com fármacos muito ativos: • O fluxo de liquidos na producao de uma forma farmaceutica é mais preciso que o fluxo de pós. • Fármacos em solucao permitem melhor homogeneidade em comparaçao com mistura de pós ou granulados. 5. Estabilidade do produto: • Os fármacos estao protegidos da degradacao oxidative pelos veiculos lipidicos e pelo involucro da capsula mole. Vantangens das cápsulas moles Avaliação farmacocinética de cápsulas moles de gelatina e comprimidos contendo ibuprofeno (Saano, 1991) Produção de cápsulas moles • Processo de moldes rotatorios: • Laminas de gelatina e um conjunto de moldes formam as cápsulas. • Uma lamina de gelatina aquecida é colocada sobre a chapa do fundo do molde. • O liquido contendo a medicaçao é medido e injetado entre as fitas, formando bolsas de gelatina. • As bolsas sao seladas e separadas das fitas. Constituintes das cápsulas moles • Gelatina: • Aproximadamente 40% da massa umida • Plastificantes: • Tornam o involucro elastic e maleável • Representam 30 a 40 % do gel umido. • Glicerina, sorbitol e propilenoglicol. • Água: • Usada para preparar o invólucro • Representam 30 a 40% do gel umido. • Após o processo de formaçao da cápsula mole, o excesso de água é removida • Corantes e opacificantes: • Prevenir a fotodegradaçao • Mais utilizado: dióxido de titanio. 08/04/2016 11 Tipos de matrizes de enchimento para cápsulas moles • Liquidos lipofílicos e óleos: • Triglicerideos de óleos (soja) • Soluçao oleosa simples. • Liquidos hidrofílicos: • Liquidos polares com massa molecular elevada: propilenoglicol • Etanol e água: máximo de 10% do peso da matriz. • Óleos auto-emulsionantes: • Oleo farmaceutico + tensoativo: formulacao oleosa altamente dispersível. • Sistemas de microemulsao e nanoemulsao: • Elevada capacidade de solubilizar substancias ativas • Suspensões Exigencias de qualidade para as cápsulas • Teste de desintegraçao para cápsulas • Teste de dissoluçao para cápsulas • Variaçao de peso • Uniformidade de conteudo • Teste de estabilidade • Teste de permeaçao de umidade atraves das embalagens de dose unica e unitaria, para assegurar o acondicionamento das cápsulas. Concentração plasmática X tempo para 3 formulações diferentes
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