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HISTÓRIA DA ARQUITETURA II
Prof: Losleyne Milani
(losleyne.milani@unemat.br)
RUMO AO MOVIMENTO MODERNO – SEC XIX
A Revolução Industrial atingiu a Inglaterra por volta de 1870 e se espalhou pelo continente Europeu e América no século XIX.
Todos os aspectos da vida mudaram (transporte, produção, comunicação, tecnologia de construção)
Entre as principais imposições do historicismo e do ecletismo, o que faltou a esta era de imitação foi originalidade.
Parte de uma interpretação dos estilos passados, fazendo combinações, à procura de um novo tipo de linguagem arquitetônica.
Contradição: o historicismo não representa o progresso contemporâneo à época
O Palácio de Cristal, Londres, por Paxton (1850-51) Representou um grande passo no dimensionamento dos edifícios, no uso de nova tecnologia (ferro e vidro) e na sistematização do processo de construção.
O PROTORRACIONALISMO
	Sua principal característica não era a de arte excepcional, senão a de arte difusa. A produção deste período não vê a beleza do espécime isolado, seja de um edifício ou de um objeto, mas é apresentado como um ato que leva em consideração outras coisas: a simplificação das formas, a libertação do espírito decorativo.
Ele coincide com a difusão do concreto armado, fazendo uso do material para o seu programa de simplificação e economia máxima, sendo a economia outra característica do protorracionalismo.
O protorracionalismo adere à geometria dos produtos mecânicos, padronizados, modulares, repetitivos, com todas as implicações socioeconômicas relevantes.
Luta contra os costumes intrincados e complexos de uma arte revestida de exuberância, isto é, contra o ornamento.
O PROTORRACIONALISMO
	Compreende o período de 1910 até o fim da Primeira Guerra Mundial, em1918. Dentro deste estilo, observamos duas correntes: 
uma moderna, que busca constantemente uma intenção simplificadora e redutora, o que representa uma atitude contra a academia;
E outra anti-moderna, mais conservadora em comparação à primeira, que busca a restauração, a criação do neo-academicismo, uma releitura.
	Consequentemente, tanto a implantação do estilo quanto a sua queda, estão, acima de tudo, nas contradições da linguagem protorracionalista.
O termo protorracionalismo foi usado originalmente por críticos europeus, referindo-se a uma arquitetura de transição entre a secessão vienense e a arquitetura racionalista posterior a 1ª Guerra Mundial.
No Brasil, essa arquitetura acontece paralelamente à arquitetura moderna, o que na Europa é precedente.
Existem outras diferenças entre o protorracionalismo europeu e a manifestação arquitetônica brasileira, pois o europeu caracteriza-se pela tendência à caracterização e preocupação com uma verdade essencial, já no Brasil prevalece uma atitude essencialmente pragmática, antidogmática e inclusiva. 
CRISE DO ECLETISMO E OS RACIONALISTAS
Henri Labrouste (1801-1875) acreditava que deveria ser desenvolvida uma arquitetura de acordo com as necessidades contemporâneas, incluindo a utilização de materiais modernos. Entretanto, ainda tomava como referência algum dos estilos clássicos ou medievais.
Sala de Leitura, Bibliothèque Ste. Geneviève, Paris, por Labrouste 
Com o exterior de alvenaria tradicional e planta regular com 2 andares;
No pavimento superior há uma ampla sala de leitura coberta por abóbodas semicilíndricas, sustentadas por aros transversais de ferro fundido com aberturas.
ADOLF LOOS (1870 – 1933)
ADOLF LOOS
Após receber formação técnica e prosseguir com seus estudos na Faculdade de Dresden, Loos vai para os Estados Unidos, onde se familiariza com as conquistas da Escola de Chicago, em particular com o ensaio de Louis Sullivan, Ornamento em arquitetura, que certamente influenciou seu próprio ensaio: Ornamento e crime, publicado em 1908.
GESAMTKUNSTWERK
A OBRA DE ARTE TOTAL:
ORNAMENTO E CRIME
“O ornamento é um desperdício de mão-de-obra e, por isso, um desperdício de saúde. Foi sempre assim. No entanto, hoje o ornamento também significa desperdício de material e ambos significam desperdício de capital”
(Loos)
ORNAMENTO E CRIME
Para Loos, o argumento fundamental contra o ornamento “ não era apenas o de ser uma perda de tempo em termos de trabalho e materiais, mas o de implicar, invariavelmente, uma forma punitiva de escravidão artesanal que só se justificava para aqueles aos quais as mais altas conquistas da cultura burguesa eram inacessíveis – os artesãos que só conseguiam encontrar satisfação estética na criação espontânea de ornamentos. ” 
(Frampton, 2003)
Loos primeiramente trabalhava com interiores. Os comércios, mais luxuosos, eram compostos de materiais elegantes porém modestos. As residências possuíam inspiração eclética (a ornamentação era realizada através da beleza intrínseca do material)
Loos afirma que o arquiteto é a autoridade máxima do edifício e do mobiliário imóvel, ao passo que o mobiliário móvel poderia ser escolhido pelo proprietário ao seu gosto, o que caracteriza mais uma critica à obra de arte total.
O SURGIMENTO DO RAUMPLAN
É um sistema complexo de organização interna que culmina em casas de vários níveis.
A mediação do desenho intervém somente para encaixar entre si os vários ambientes no volume do edifício.
Cada um dos espaços duplos estão conectados deslocando-se verticalmente de maneira que se cria um espaço diagonal.
“ A casa tem de ser amada por todos. Ao invés da obra de arte que não tem de ser amada por ninguém. A obra de arte é um assunto privado do artista. A casa não o é. A obra de arte introduz-se no mundo sem que exista necessidade dela. A casa cumpre sempre uma necessidade. (…) A obra de arte quer arrancar as pessoas da sua comodidade. A casa tem de servir a comodidade. A obra de arte é revolucionária, a casa é conservadora. A obra de arte ensina novos caminhos à humanidade e pensa no futuro. A casa pensa no presente ” (Loos)
RAUMPLAN – O ESPAÇO PLANEJADO
AUGUSTE PERRET (1874 – 1954)
AUGUSTE PERRET
Estudou na Escola de Belas-Artes de Paris;
Suas experiências arquitetônicas baseiam-se na tradição Francesa;
Herdou do pai, juntamente com o seu irmão, a empresa de construção civil Perret et Fréres, quando começou a explorar as possibilidades do concreto armado tornando-se um especialista;
Projetou um edifício de apartamentos na Avenue Wagram, em Paris, considerado o seu ponto de partida por demonstrar seu apego pela tradição.
Ao contrario de Loos, Perret manteve a utilização de ornamentos
A arquitetura racionalista possui inspiração no grego e no gótico, mas não de maneira historicista.
Edifício de 06 pavimentos, com um apartamento por andar;
O terreno impediu a existência de um pátio interior, de modo que poderia receber iluminação apenas pelas aberturas externas.
Resolvido com uma planta em “U”, a fachada possui duas varandas a 45 graus, o que aumenta a iluminação direta no espaço interior.
As vedações internas do edifício são independentes da estrutura.
Apartamento - Rua Franklin
APARTAMENTO DA RUA FRANKLIN, PARIS – 1903
Edifício de 06 pavimentos, com um apartamento por andar;
O terreno impediu a existência de um pátio interior, de modo que poderia receber iluminação apenas pelas aberturas externas.
Resolvido com uma planta em “U”, a fachada possui duas varandas a 45 graus, o que aumenta a iluminação direta no espaço interior.
As vedações internas do edifício são independentes da estrutura.
TEATRO DO CHAMPS-ELYSÉES – 1913
Obra de destaque na história do concreto armado;
Precedentes clássicos: cornija pesada e pilastras simplificadas;
Edifício constituído por três grandes salas para ópera, música clássica e teatro.
EGLISE NOTRE DAME DU RAINCY – 1922
Perret foi responsável pelo desenho de um dos primeiros edifícios religiosos a utilizar estrutura aparente de concreto;
Racionalizou a estrutura de seus prédios, minimizando a decoração e favorecendo um estilo elegante, mais sóbrio.
EGLISE NOTRE DAME DU RAINCY – 1922
Os elementos estruturais de
concreto são nitidamente incorporados à composição da fachada.
Esta por sua vez, não serve de suporte para a ornamentação, mas já encontra em seu próprio desenho a sua expressão arquitetônica
Perret se destacou pelo seu rigor da construção, a corajosa simplificação formal e junto à fidelidade a certas regras de composição tradicionais. 
Tratamento flexível da planta: As divisórias são feitas com liberdade, a fim de ligar pilares de concretos distantes.
CATEDRAL DE NOTRE DAME - PARIS
NEOPLASTICISMO
NEOPLASTICISMO
Foi um movimento artístico de vanguarda, criado por Piet Mondrian em 1917, relacionado à abstração formal. Seu período de maior atividade, assim como em todo tipo de vanguarda, foi bastante curto, cerca de dois anos: indo de 1917 a 1919;
Baseado na concepção analítica da pintura, na procura de um tipo de arte que transcenda a realidade material, como tentativa de chegar à essência formal;
Para tanto, reduz os elementos às formas geométricas e às cores primárias vermelho, amarelo e azul, assim como o branco e o preto (presença e ausência total de luz).
SISTEMAS DE CORES
CYMK – Ciano, Amarelo, Magenta e preto
RGB – Vermelho, Verde e Azul
RYB - Vermelho, Amarelo e Azul
NEOPLASTICISMO
O Neoplasticismo exigia um novo equilíbrio entre o individual e o universal, além da libertação da arte tanto das coerções da tradição quanto do culto a individualidade.
Na busca pela expressão de uma “beleza universal”, bania o individualismo excessivo (presente nas artes figurativas) e reduzia a arte aos elementos constitutivos da linha, do espaço e da cor (forma abstrata).
As ideias desses artistas colocavam radicalmente em questão a forma das artes plásticas. Enquanto outras frentes vanguardistas, como o cubismo e o futurismo, deformavam os objetos representados, o neoplasticismo contestava a própria ideia de forma e de cor em arte.
NEOPLASTICISMO
A tradição e a natureza representadas, respectivamente, pelo historicismo e pelo figurativismo, eram as limitações a serem superadas pela arte e pela arquitetura. As tradições e as leis naturais seriam transcendidas pela abstração geométrica e por estratégias construtivas que sugeriam ausência de peso e massa.
A expressão plástica correspondente reduzia o repertório às entidades geométricas essenciais. Retas, planos e volumes destituídos de qualquer significado histórico ou relação com repertórios e métodos tradicionais.
Seria a expressão máxima de uma liberdade vislumbrada na pintura e que deveria se expandir para os demais âmbitos artísticos. A independência em relação às limitações da história e da natureza seria, proporcionalmente, a certificação de uma origem depurada, fundamentada na autonomia da racionalidade.
NEOPLASTICISMO - CARACTERÍSTICAS
Arte pura, clara, abstrata, não ilusória e não representativa.
Formas geométricas e cores primárias (RYB), limitadas por linhas verticais e horizontais, formando planos geométricos ortogonais.
Composições abstratas que encontram equilíbrio, harmonia e unidade, sem recorrer à simetria, mas organizadas dinâmica e ritmicamente.
Visão impessoal e objetiva da arte, através de uma expressão nova e universal.
Theo van Doesburg e Piet Mondrian fundaram a revista De Stijl (O Estilo), principal meio de difusão dos ideais do Neoplasticismo, em 1918.
Conhecido ainda como um movimento de origem holandesa, o De Stijl foi formado por artistas, arquitetos e designers desejosos em criar uma arte nova e universal, uma ordem plástica totalmente nova e pura.
DE STIJL
“Há uma antiga e uma nova consciência da época. A antiga se volta para o indivíduo, e a nova para o universal. O conflito entre o individual e o universal reflete-se na Guerra Mundial tanto quanto na arte de hoje.”
Do primeiro manifesto de De Stijl, 1918.
DE STIJL
Para os seus criadores, o De Stijl estaria cumprindo o papel de resolver o questionamento do homem moderno e ilustrar o desenvolvimento da consciência do homem individual para o universal.
Além de Mondrian e Doesburg, entre seus principais representantes estavam os pintores Bart van der Leck, Georges Vantongerloo e Vilmos Huszar, os arquitetos Jacobus Johannes Pieter Oud, Robert van’t Hoff e Guerrit Rietveld.
Victory Boogie-Woogie - Mondrian
Broadway Boogie-Woogie - Mondrian
Maquete de Maison Particulière (1921) – Doesburg
Café L’Aubette, Estrasburgo (1928-29)
GERRIT RIETVELD (1888-1964)
O DESIGN DE RIETVELD
A criação da cadeira Vermelha/Azul de Gerrit Rietveld em 1917, baseada numa tradicional proltrona-cama dobrável, ofereceu a primeira oportunidade para a projeção da estética neoplástica em três dimensões.
Casa Schröder
Dentre as obras arquitetônicas do De Stijl, a "Casa Schröder“ (Utrecht, em 1923-24) projetada por  Rietveld é uma das mais típicas. 
Caracteriza-se pelo uso de linhas retas, planos e cores básicas como elementos constitutivos, com elementos pré-fabricados, superfícies lisas e sem ornamentação.
A DECADÊNCIA DO MOVIMENTO
Mondrian afastou-se do movimento em 1925, a revista De Stilj parou de circular em 1928 e Theo van Doesburg morreu no início do ano de 1931.
Assim, o movimento neoplasticista como tal encerra-se nessa época, porém sua influência vai persistir e seus princípios, no que se refere à arquitetura, vão mostrar grande vitalidade nas décadas posteriores, sendo um dos métodos mais utilizados na composição arquitetônica.
	Suas características mostraram-se extremamente adequadas à época: a extrema simplicidade que facilitava a transmissão dos conceitos e técnicas e garantia bons resultados estéticos e grande apelo visual, a exatidão matemática, a severidade da composição, a supressão do individualismo, a coletivização e despersonalização, que eram bem afinadas à tão buscada estética da máquina, inspiraram a Bauhaus e agradaram à indústria de produtos e serviços ligados à arquitetura e à construção.
PROPOSTA DE ATIVIDADE
Criar um mobiliário à escolha da dupla em no estilo da revista De Stijl contendo:
Croquis iniciais e a forma final do mobiliário (processo de criação)
Memorial descritivo (Motivos e justificativas da escolha do mobiliário, da estética adotada, dos materiais, etc.)
Mini maquete (próxima aula)
SUGESTÕES
Procurar por “Desing De Stijl” para inspiração (Inspirar ≠ Copiar)
Adicionar tag de identificação na maquete (Nome dicentes, nome mobiliário, nome docente e data)
Inovação – Fugir do obvio

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