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Planejamento ambiental de gestão das águas

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Renata Marchi Garcia
renatinha_marchi@hotmail.com
Bolsista FAPESP
Orientador: Dr. Antonio Cezar Leal
Universidade Estadual Paulista
Campus Presidente Prudente
Pesquisador PQ/CNPq
PLANEJAMENTO AMBIENTAL E GESTÃO DAS ÁGUAS: estudo aplicado à
bacia hidrográfica do Ribeirão Taquaruçu, Sandovalina – São Paulo
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho é fragmento da pesquisa de iniciação científica em andamento,
com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), e está
inserida no âmbito do Grupo de Pesquisa em Gestão Ambiental e Dinâmica Socioespacial
(GADIS), da Faculdade de Ciência e Tecnologia, UNESP, campus de Presidente Prudente.
O trabalho está em andamento e se realiza um estudo aplicado ao planejamento
ambiental e gestão das águas na bacia hidrográfica do Ribeirão Taquaruçu, identificando a
situação ambiental e as ações sobre o meio ambiente, em especial o meio hídrico, de modo
que se possa analisar a situação e apresentar propostas visando à recuperação e conservação
dos recursos hídricos.
A área de estudo é a bacia do Ribeirão Taquaruçu, localizada no município de
Sandovalina, Estado de São Paulo, no chamado Pontal do Paranapanema. A bacia tem cerca
de 122 km² de extensão e está inserida na Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos
22. 
2. OBJETIVOS
O presente trabalho tem como objetivo principal contribuir com um estudo que
subsidie o planejamento ambiental e a gestão das águas na bacia hidrográfica do Ribeirão
Taquaruçu, afluente da margem direita do rio Paranapanema, no município de Sandovalina –
São Paulo. Como objetivos secundários estão a consolidação teórica das temáticas sobre
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
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planejamento ambiental, gestão das águas e análise da paisagem; a realização do inventário
ambiental da bacia do Ribeirão Taquaruçu; o diagnóstico do estado ambiental dessa bacia
hidrográfica, apontando os possíveis impactos ambientais inseridos na bacia; e identificar e
analisar as ações de gestão das águas implementadas nesta bacia por parte da Prefeitura
Municipal, poder público estadual e Comitê da Bacia Hidrográfica do Pontal do
Paranapanema, situado na Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos 22. 
3. METODOLOGIAS
Na fase do Inventário, foram efetuados trabalhos de campo para a coleta de dados,
informações e imagens, bem como aplicação de questionários com moradores e entrevistas
com representantes do poder público e comunidade organizada. Os trabalhos de campo
realizados foram acompanhados, em vários momentos, pelo Técnico da Promotoria do
Ministério Público, Marcos Norberto Boin, e pelos representantes locais do município de
Sandovalina. Também ocorreram entrevistas com o responsável da Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP), unidade de Tarabai, e Secretário do
Meio Ambiente do Município. Foi caracterizado o saneamento básico da cidade de
Sandovalina, a fim de compreender a relação dos munícipes com os recursos naturais,
principalmente a água.
Posteriormente, foram identificadas as unidades físicas, através da
elaboração/compilação de mapas temáticos de geologia, geomorfologia, solos, declividades e
vegetação, na escala 1:50.000. 
Na fase do diagnóstico ambiental, ainda em andamento, estão sendo analisados os
dados e informações coletados e sistematizados no inventário, acrescidos de novos
levantamentos. Ainda serão elaborados mapas de problemas ambientais e de transformações
históricas na paisagem dessa bacia hidrográfica. Pretende-se ainda analisar as áreas com
presença de canaviais e o respeito, ou não, às áreas de preservação permanente (APPs).
Nessa etapa também serão levantadas e analisadas as ações de gestão ambiental
implementadas nesta bacia por parte da Prefeitura Municipal, poder público estadual e
Comitê das Bacias Hidrográficas do Pontal do Paranapanema, procurando verificar seus
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
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objetivos, metas e resultados. Tal levantamento será feito a partir de coleta de dados em
órgãos oficiais e aplicação de questionários e entrevistas com seus dirigentes.
4. RESULTADOS PRELIMINARES
A Bacia do Ribeirão Taquaruçu, com cerca de 122 Km², abrange a área urbana de
Sandovalina, com a cidade localizada na porção norte da bacia (Figura 1), próximo à
nascente do curso principal, e a área rural, com aproximadamente 16 propriedades rurais, nas
quais predomina a agricultura da cana-de-açúcar, com presença de usina sucroalcooleira. 
O município de Sandovalina possui 455,39 km² de extensão territorial, localizando-se
na Latitude 22º27'22" Sul e Longitude 51º45'47" Oeste. De acordo com a estimativa SEADE
(2009), a população é de 3.594 habitantes.
O início do povoamento de Sandovalina ocorreu por volta de 1950, com a elevação
à condição de município em 1 de janeiro de 1960. A formação de Sandovalina se deu num
momento de expansão agrícola na região do Pontal do Paranapanema, mas seu
desenvolvimento social e econômico se retraiu com o surgimento de novas atividades
econômicas, especialmente a pecuária. (ARAÚJO, 1998). O município deparou-se com uma
nova alternativa econômica para os habitantes, a construção da Usina Hidrelétrica de
Taquaruçu, inaugurada em 1992.
Figura 1. Mapa de Localização da Bacia do Ribeirão Taquaruçu, Sandovalina, São
Paulo.
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 As águas da bacia possuem importância significativa para o saneamento básico aos
habitantes da cidade. A captação da água é realizada através de três poços artesianos que
levam a água para um reservatório, e que depois é distribuída para os moradores da área
urbana. Na área rural os são encontrados poços que captam água subterrânea. O esgoto é
100% coletado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP),
a qual tem duas lagoas tipo australiana para tratamento de 100% do esgoto coletado. Uma
das estações recebe os efluentes da parte alta da cidade, e localizada logo abaixo, tem uma
estação elevatória que recebe os esgotos bombeados da parte baixa da cidade fazendo com
que este esgoto volte para a estação de cima, e assim, são tratados os efluentes juntos. O
esgoto depois de tratado é lançado no Ribeirão Taquaruçu. O município de Sandovalina
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possui aterro em vala, no qual são feitos buracos para a disposição de resíduos sólidos, que
duram apenas alguns dias. De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
(CETESB) a distância das valas da área urbana deve ser no mínimo 500 m e a distância dos
corpos d’água no mínimo 200 m, o aterro do município fica aproximadamente 400 metros do
curso d’água do Ribeirão Taquaruçu.
As características físicas da bacia estão sendo identificadas a partir do Relatório de
situação dos recursos hídricos do Pontal do Paranapanema (CPTI, 1999). Na bacia
predomina a Formação Santo Anastácio, do Grupo Bauru, com arenitos finos a médios, e
relevos de degradação, em Planaltos Dissecados, com a predominância de colinas amplas e
algumas áreas com colinas médias; a susceptibilidade à erosão é predominantemente alta para
o desenvolvimento de ravinas e voçorocas, demandando, assim, formas apropriadas de
conservação. 
A bacia está inserida no bioma Mata Atlântica, mas a vegetação natural ao longo do
Ribeirão do Taquaruçu, em área de preservação permanente, foi suprimida, restando poucas
áreas de vegetação natural ao longo dos corpos d´água. Em trabalho de campo foi possível
registrar algumas espécies de vegetação nativa, como a Nymphaea caeruela Savigny e a
Ludwigia nervosa Poir, que são plantas aquáticas e palustres. Na bacia, próximo da área
urbana, encontra-se também o assentamento dos Trabalhos Sem Terra “Guarani”, voltado
para agropecuária.Através da caracterização dos usos e ocupações do solo (Figura 2) foi possível
conhecer os elementos que compõem e dinamizam essa paisagem. Em visita na maior
propriedade rural dentro da bacia, com aproximadamente 48 km², foi identificada a expansão
intensiva da cana-de-açúcar. 
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
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Figura 2. Caracterização do Uso e Ocupação do Solo Atual
Na etapa do diagnóstico, ainda em andamento, foi possível identificar um intenso
processo de alteração da cobertura vegetal e os atuais padrões de uso e ocupação da terra,
permitem associar esse momento a um ciclo de transformações na paisagem que tendem a se
repetir e inviabilizar uma equação entre o uso dos recursos naturais e as práticas econômicas
que surgem em seu território. A garantia da qualidade ambiental da área necessita de um
comprometimento dos atores envolvidos, e a real compreensão dos processos decorrentes da
nova dinâmica que compõe a paisagem local.
Foi diagnosticado na área urbana, que o Balneário Babaquá (construído decorrente
de represamento do Ribeirão Taquaruçu) com infraestrutura como quiosques, tobogã, praia
entre outros, está sem manutenção e em estado de abandono. (Foto 1)
Foto 1. Estrutura danificada no Balneário Babaquá Foto 2. Contaminação de vinhaça nos lençóis
 Curso d’água Limites das propriedades  N
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
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Fonte: Trabalho de campo 07/06/2010 Fonte: Trabalho de campo 07/06/2010
Houve também a redução da biodiversidade, causada pelo desmatamento e pela
implantação de monocultura e contaminação das águas superficiais e subterrâneas (Foto 2) e
do solo, por meio da prática excessiva de adubação química, corretivos minerais e aplicação
de herbicidas e defensivos agrícolas. É possível identificar a plantação de cana-de-açúcar
dentro das áreas de preservação permanente. (Foto 3)
Foto 3. Ausência de APP 
 Foto 4. Poluição do ar
Fonte: Trabalho de campo 07/06/2010 Fonte: Trabalho de campo 07/06/2010
Assoreamento de corpos d’água (Foto 5), emissão de fuligem e gases de efeito
estufa, na queima, ao ar livre, de palha, durante o período de colheita. Danos à flora e fauna,
causados por incêndios descontrolados. (Fotos 4 e 6)
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
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Foto 5. Assoreamento do curso d’água Foto 6. Queimada de cana-de-açúcar
Fonte: Trabalho de campo 07/06/2010 Fonte: Trabalho de campo 07/06/2010
A modificação da cobertura do solo, ao longo do tempo, é um importante indicador
da dinâmica de uso dos recursos naturais e de ocupação humana do espaço, processos que
se deram, inicialmente, com agricultura e pastagens e, mais recentemente, no caso de
Sandovalina, com a expansão da plantação da cultura da cana-de-açúcar. Essas
características da bacia, no contexto de sua localização no Pontal do Paranapanema, indicam
a necessidade de planejamento para minimizar os problemas encontrados e evitar novas
situações de degradação ambiental. 
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
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BIBLIOGRAFIA
ARAÚJO, C.R. de. As transformações econômicas e a mobilidade populacional em
Sandovalina. Presidente Prudente, 1998.
BERTRAND, G. Paisagem e Geografia Física Global - Esboço Metodológico. Caderno de
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BOIN, M.N. Chuvas e Erosões no Oeste Paulista: Uma Análise Climatológica
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CETESB. Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Disponível em:
<www.cetesb.sp.gov.br>. Acesso em: 24 de junho de 2010.
CPTI. Relatório Zero da bacia hidrográfica do Pontal do Paranapanema. São Paulo: CPTI,
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CUNHA, Sandra Baptista da; GUERRA, A. J. Teixeira. Avaliação e Perícia Ambiental.
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FRANCO, M. de A.R. Planejamento Ambiental para a cidade sustentável. São Paulo:
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LEAL, A.C. Meio ambiente e urbanização na microbacia do Areia Branca – Campinas
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Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
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SANTOS, R.F. dos. Planejamento Ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de
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SEADE. Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados. Disponível em:
www.seade.gov.br. Acesso em: 24/05/2010. 
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
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