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mobilização popular na Ditadura

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(mobilização popular e reação da direita)
Um argumento bastante comum dos indivíduos que apoiaram o golpe militar de 1964 foi o fato de que, segundo eles, o Brasil não estava funcionando, havia greves todos os dias e os militares vieram para colocar ordem e trazer a estabilidade. 
Ate então não existiam sindicatos rurais no Brasil e as leis trabalhistas não se aplicavam no campo. Os trabalhadores viviam em uma pequena porção de terra cedida pelos fazendeiros e pagavam alugueis a preços cada vez mais cruéis, e sem mencionar que tinham que trabalhar certos dias de graça para os senhores das terras. Em alguns lugares do Brasil já se faziam o uso de maquinas na agricultura e pesticidas. 
Nos anos 50, começaram a surgir as Ligas Camponesas, lideradas por um advogado pernambucano de ideias socialistas, Francisco Julião, que organizava esses homens na luta por seus direitos. Faziam greves, recusavam-se a sair das terras e, principalmente, exigiam uma reforma agrária. 
Em 1963, Jango sancionou a lei do Estatuto do Trabalhador Rural. A legislação obrigava fazendeiro a pagar o salário mínimo, assinar carteiras de trabalho, remuneração de férias e garantia o repouso semanal. Para os latifundiários Jango era um terrível agitador que acabaria com a economia do país. 
O Brasil passava por demasiados movimentos trabalhistas e os salários subiam apesar da inflação. As greves estavam revelando importantes instrumentos de ação. Os cidadãos descobriram a importância de se associar e lutar por seus direitos. Em vez de lamentar suas misérias, erguiam-se e lutavam para acabar com ela. Em 1962, foi criado o CGT ( Comando Geral dos Trabalhadores) , uma central sindical visando unificar as lutas de todo o Brasil. A população estava se conscientizando.
Contudo, se havia uma direita golpista, que arquitetava o golpe para acabar com a democracia, poucos elementos de esquerda colocavam como prioridade a manutenção das instituições democráticas. A história do Brasil expõe com bastante clareza que a queda da democracia sempre acabou lesando os ideais de esquerda e a eventualidade de mudanças sociais profundas. 
No começo da década de 60, o Brasil estava dividido: de um lado, a população que ansiava por mudanças, apoiavam as reformas de base. De outro, A potencia do conservadorismo de direita. Os empresários estavam irritados com as greves e com medo de serem obrigados a aumentar demais os salários dos empregados.
No Congresso Nacional, a UDN e outros conservadores se uniram e formaram a Ação Democrática Parlamentar para bloquear as reformas de base. No fundo, o velho elitismo, o pavor de a empregada domestica compartilhar o mesmo elevador, o filho ter como colega de escolha o filho de um proletário. 
Uma pesquisa feita pelo Ibope, na véspera do golpe de 64, mostrou que a população considerava bom o governo de Jango. Entretanto, grande parcela dessa maioria eram pessoas passivas, pouco se interessavam pela vida pública. 
Além da oposição da UDN, latifundiários, grandes empresários e da classe média, Jango ainda tinha que enfrentar a grande mídia. Jornais como O Estado de S. Paulo e O Globo eram implacáveis. O presidente parecia culpado de tudo de ruim do país. 
Nas academias militares, havia uma doutrinação anticomunista fortíssima. Os alunos aprendiam que as greves, protestos sociais e manifestações populares eram uma “baderna” intolerável promovida pelos comunistas contra o Brasil. Comandantes militares brasileiros seguiam os princípios da DSN- Doutrina de Segurança Nacional. Acreditavam que a Terceira Guerra Mundial era eminente, tratava-se da guerra do “Mundo Livre” contra o “Comunismo Internacional”. O lado do bem era dos valores da civilização cristã ocidental, tais como a propriedade privada, capitalismo, individualismo, democracia e as liberdades.

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