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O Cultivo de Algodão em Mato Grosso

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O Cultivo de Algodão em Mato Grosso
Mato Grosso é o estado que detém a maior produção de algodão país, responsável por 615 mil hectares de acordo com a Conab (Campainha nacional de Abastecimento). Em meio as mudanças climáticas e a crise política o estado ainda obtém bons resultados, devido a implementação de novas tecnologias e investimentos governamentais. Segundo a Conab é esperado para 2017 um aumento de 2,5% em comparação a última safra, a previsão é que sejam colhidas 980 mil toneladas de algodão em pluma no estado.
O Algodoeiro é uma planta ereta, de raiz cônica e pivotante, de clima tropical, de ciclo anual ou perene, pertencente a família Malvaceae. Possui alto potencial de aproveitamento econômico, pois a “planta por inteiro” pode ser empregada para fins comerciais. O caroço é rico em óleo, utilizado para alimentação humana e produção de diversos derivados, a fibra possui mais de 400 aplicações industriais e o bagaço em forma de farelo ou torta é usado na alimentação animal devido ao seu alto valor proteico.
Exigente quando a qualidade do solo, o algodoeiro desenvolve seu máximo potencial em solos férteis, profundos, porosos, bem drenados e com pH ENTRE 5,5 e 6,5, em terrenos pouco declivosos (10%). Devido a sua extensão (46% dos solos do cerrado) e características próprias, os Latossolos são os mais utilizados para culturas anuais no estado, incluindo o algodoeiro. Os nutrientes mais exigidos são N, P, K, Ca, S e Mg, o fornecimento desses nutrientes é feito por meio da adubação fracionada de acordo com cada fase da planta. A correção da acidez e a adubação tem custo elevado na cultura do algodoeiro na região do Cerrado, atingindo de 20% a 30% do custo total de manejo, sendo imprescindível para obtenção de alta produtividade.
Para o preparo do solo é indispensável a eliminação dos restos culturais da cultura proveniente da safra anterior, para reduzir a incidência de pragas na safra seguinte. Palhadas provenientes de outras culturas devem ser mantido sobre o solo, servindo de fonte de nutrientes através da mineralização da matéria orgânica. A semeadura no estado ocorre de dezembro a janeiro, o espaçamento comumente utilizado é 80 cm entre fileiras e a profundidade de 5 a 6 cm. Em relação aos tratos culturais é indicado o desbaste entre 20 e 30 dias após a emergência, deixando duas plantas por cova.
Durante a maior parte do ciclo da planta os crescimentos vegetativo e reprodutivo ocorrem concomitantemente. Os eventos devem ocorrer de forma balanceada, devido a forte competição interna por carboidratos provenientes da fotossíntese, para que atinja uma boa produção final. Por exemplo, o crescimento vegetativo excessivo aumenta o sombreamento causando queda das estruturas reprodutivas. Apesar de ocorrerem simultaneamente pode-se dividir o ciclo para fins de manejo nas seguintes fases:
Semeadura e Emergencia (V): Nesta fase é importante a escolha de sementes sadias e de boa qualidade, como também semear na época adequada (safra ou safrinha) considerando os fatores ambientais, temperatura e umidade.
1° Botão floral (B): essa fase pode durar de 28 a 37 dias, onde a parte aérea se desenvolve lentamente, mas a raiz cresce vigorosamente. Desenvolve-se nós e entrenós, o 1° botão floral deve aparecer após o 5° ou 6° nó.
1°Flor (F): É necessário um bom controle de pragas iniciais para não causar danos significativos aos stande. A exigência hídrica é maior nesse período, a planta de água pode estacionar o desenvolvimento. Quando a 1° flor surge a planta deve apresentar de 14 a 16 nós na haste principal.
1° Capulho (C): A fase final inicia-se com a abertura do primeiro capulho até a aplicação de desfolhante e ou maturadores. O acompanhamento da maturação das maças é essencial, a duração dessa fase é regulada pela temperatura, onde as baixas temperaturas podem resultar em fibras imaturas e má formação de capulhos. A fibra é avaliada pelos fatores: comprimento, maturidade, resistência e finura.
No Mato grosso a colheita é realizada de junho a setembro, devido ao porte das propriedades a colheita é feita em sua maioria mecanizada, quando a fibra atingir 12% de umidade. Deve ser feita uma boa regulagem para diminuir as impurezas, como também deve- se preferir os dias mais quentes para colheita. Após a colheita o material é prensado e alocado como fardos grandes. Já existes colhedoras que colhe e enfarda o algodão.
	A planta do algodão atrai, alimenta e reproduz um grande complexo de pragas que apresentam elevada capacidade reprodutiva e ampla dispersão, gerando danos significativos. A repetição da lavoura por vários anos determina a complexidade e o crescimento populacional de cada região. Inicialmente é necessário identificar a periodicidade e a dinâmica de crescimento populacional das pragas. Esse diagnóstico só é possível com a adoção de estratégias como o MIP (manejo integrado de pragas), visando otimizar o emprego dos inseticidas. Dentre as diversas pragas que atacam o algodão cultivado, destacam-se: as brocas, curuquerê, lagarta das maçãs, o bicudo, tripés, pulgão, lagarta rosca, lagarta rosada, falsa medideira e ácaros. 
A liberação do Algodão transgênico que apresenta resistência a Lepidópteros no Brasil abre um novo cenário de possibilidade no manejo de pragas. Entretanto, ainda existe a necessidade da redução do bicudo. Nos EUA existem programas estaduais de irradicação do bicudo no EUA, que estão dando ótimos resultados. No Brasil existe a necessidade de decisões estratégicas e coletivas para implementar planos de grande amplitude para controlar e bloquear a expansão da praga.
Para a cotonicultura um grande desafio é a viabilidade econômica diante do aumento de insumos para o manejo de doenças, principalmente doenças fungicas. A macha da Ramulária é considerada a principal enfermidade do cerrado brasileiro, por possuir alta severidade, induzir o desfolhamento precoce das plantas e fácil dispersão (vento, chuva, irrigação, pessoas e máquinas). Plantios menos adensados e controle químico tem sido usados como estratégias no manejo da doença, além disso existem cultivares como algum grau de resistência, reduzindo a severidade da doença.
A atividade da cotonicultura gera emprego e renda contribuindo para o PIB, gerando emprego e aquecendo a economia do País. O Brasil tem experiência no desenvolvimento de tecnologias para a cadeia produtiva do algodão. O momento que a cultura vem passando favorece grandes oportunidades de negócios. Perspectivas positivas somadas às boas práticas agrícolas, investimentos em tecnologia e em soluções que garantam mais produtividade e com excelência na qualidade, certamente contribuirão para a evolução deste mercado que ganha cada vez mais importância no País e no estado de Mato Grosso.

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