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Resumo Crimes Hediondos

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1 
 
 
 LEI DE CRIMES HEDIONDOS (8.072/90) 
 
 
Definição de Crime Hediondo: 
 
 Existem três formas de conceituação. 
 
 1) Sistema Legal: Compete ao legislador, num rol taxativo, enumerar quais os delitos 
considerados hediondos. Crítica: ignora a gravidade do caso concreto; 
 2) Sistema judicial: é o juiz quem, na apreciação do caso concreto, decide se a 
infração é hedionda ou não. 
 3) Sistema misto: num primeiro momento, o legislador apresenta um rol 
exemplificativo de crimes hediondos, permitindo ao juiz na análise do caso concreto, 
encontrar outros fatos assemelhados. Trata-se de hipótese de interpretação analógica. 
 
 O Brasil adotou o sistema legal. Artigo 5º, inciso XLIII – A lei considerará crimes 
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo... 
 Por conta do seu processo rígido para alteração, a constituição federal não pode 
criar crime e nem cominar pena. No dispositivo citado acima há não há cominação de pena 
e nem criação de crime. – Apesar de a constituição federal não poder criar crime ou cominar 
pena, pode, no entanto, fixar alguns patamares abaixo dos quais a intervenção penal não se 
pode reduzir. 
Conclusão: dos mandados constitucionais de criminalização decorre a diminuição 
da liberdade de conformação do legislador e de interpretação do julgador, evitando normas 
ou interpretações que ensejam insuficiente proteção estatal. 
 
IMPORTANTE! Mandado Constitucional De Criminalização: As Constituições modernas, 
não se limitam a especificar restrições ao poder do Estado, e passam a conter 
preocupações com a defesa ativa do indivíduo e da sociedade em geral. A própria 
Constituição impõe a criminalização visando à proteção de bem e valores 
constitucionais, pois do Estado, espera-se mais de uma atividade defensiva. Requer-se 
torne eficaz a Constituição, dando vida aos valores que ela contemplou. 
 
 Dos três sistemas apresentados, será que o Brasil adotou o melhor deles? A crítica 
do sistema legal é que ele trabalha com a gravidade em abstrato, ignorando as 
circunstancias do caso concreto. 
 Lado outro, o sistema judicial fere o princípio da taxatividade ou mandato de certeza. 
Ele traz insegurança jurídica. 
 O STF tem trabalhado com o sistema legal temperado. 
-> O legislador, num rol taxativo, enuncia os crimes hediondos. O juiz, analisando o caso 
concreto, confirma ou não o caráter hediondo da infração. 
 O Supremo tornou o sistema mais justo sem ignorar a gravidade do fato em 
concreto. 
 
 
 
 
 
 
 
• Lei 8.072/90 = Define os crimes hediondos, bem como as consequências. 
 
 2 
 
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos 
tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 
- Código Penal, consumados ou tentados: (Redação dada pela 
Lei nº 8.930, de 1994) 
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de 
grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e 
homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV, V e VI); 
(Redação dada pela Lei nº Lei 13.104/15) 
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso incluído pela Lei nº 
8.930, de 1994) 
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); (Inciso 
incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) 
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 
159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, 
de 1994) 
V - estupro (art. 213 e sua combinação com o art. 223, caput e 
parágrafo único); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) 
VI - atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com 
o art. 223, caput e parágrafo único); (Inciso incluído pela Lei nº 
8.930, de 1994) 
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); (Redação dada pela 
Lei nº 12.015, de 2009) 
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 
4o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). (Inciso 
incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) 
VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998) 
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de 
produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, 
caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 
9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, 
de 1998) 
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de 
exploração sexual de criança ou adolescente ou de 
vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1o e 2o). Lei no 12.978, 
de 21 de maio de 2014. 
Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de 
genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de 
outubro de 1956, tentado ou consumado. (Parágrafo incluído 
pela Lei nº 8.930, de 1994). 
 
 
 Todos os crimes hediondos elencados acima estão previstos no código penal. 
 
PERGUNTA-SE: Existe crime hediondo tipificado fora do código penal? Resposta: O Crime 
de Genocídio (artigo 1º, parágrafo único da Lei 8.072/90). 
Devemos lembrar que tanto a tortura, o terrorismo, quanto o tráfico ilícito de 
entorpecentes são EQUIPARADOS a crimes hediondos. 
 
 • Artigo 2º da Lei 8.072/90: Consequências legais. 
 
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito 
de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são 
insuscetíveis de: 
I - anistia, graça e indulto; 
 3 
 
II - fiança e liberdade provisória. 
§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida 
integralmente em regime fechado. 
§ 2º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá 
fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. 
§ 3º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei nº 7.960, de 
21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, 
terá o prazo de trinta dias, prorrogável por igual período em 
caso de extrema e comprovada necessidade. 
II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) 
 
 Vemos que o caput do artigo 2º traz as mesmas consequências para os crimes 
hediondos e paras os equiparados. 
 No inciso I está previsto que eles são insuscetíveis de anistia, graça e indulto. (São 
formas de renúncia estatal ao direito de punir) 
Obs.: veja que a constituição federal não proibiu expressamente o indulto. 
 
PERGUNTA-SE: A vedação do indulto prevista na lei 8.072/90 e não na CR/88 é 
constitucional? Temos duas correntes: 
 
 1ª corrente: é inconstitucional, pois a CF/88 traz proibições máximas, não 
podendo o legislador ordinário suplantá-las. A concessão do indulto está entre as atribuições 
privativas do presidente da república, não podendo o legislador limitá-lo. 
 2ª corrente: corrente que prevalece e que é adotada pelo STF. Para esta é 
constitucional, pois a CF traz vedações mínimas (...a lei considerará...). A vedação da graça 
abrange indulto (que nada mais é do que uma graça coletiva). 
 
PERGUNTA-SE: 
 
Tempo da realização do fato Momento da execução 
 
 Não era hediondo. Lei 
 
 
Posterior Hediondo 
 
 1ª corrente: vedar anistia, graça ou indulto para crimes cometidos antes da lei que 
os definiu como hediondos, viola a garantia constitucional da irretroatividade da lei penal 
mais gravosa. 
 2ª corrente: a exclusão da anistia, graça ou indulto nesta hipótese traduz exercício 
do poder do Presidente da República de negar tais benefícios aos condenados que o 
decreto especifique. Esta segundo corrente encontra eco no Supremo (RHC84572/RJ). 
 
 
 
 
 4 
 
 
No inciso II do artigo 2º está a proibição da fiança. 
 
Antes da lei 11464/07 Depois da lei 11464/07 
Vedava: 
- Fiança e 
- liberdade provisória 
Veda: 
- Fiança 
 
 
 
PERGUNTA-SE: Cabe liberdade provisória para crime hediondo ou equiparado? 
 
1ª corrente: a mudança trazida pela lei 11.464 de 2007 não repercutiu no rol de restrições, 
ocorrendo mera adequação de redação, pois, ao vedar fiança, automaticamente está 
vedada a liberdade provisória. Corrente adotada pelo MP de São Paulo. 
 
2ª corrente: a mudança trazida pela lei 11464 de 2007 permitiu liberdade provisória para 
crimes hediondos e equiparados. A uma, porque os dois institutos não se confundem. A 
duas, porque não existem vedações implícitas. A três, porque é o juiz quem julga (e não o 
legislador). 
 Súmula 697 do STF. Esta súmula somente tem vigência para quem adota a primeira 
corrente. Para a segunda, ela perdeu o objeto. 
 
§§ 1º e 2º tratam da progressão de regime. 
 
§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida 
integralmente em regime fechado. 
§ 2º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá 
fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. 
§ 3º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei nº 7.960, de 
21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, 
terá o prazo de trinta dias, prorrogável por igual período em 
caso de extrema e comprovada necessidade. 
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida 
inicialmente em regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 
11.464, de 2007) 
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos 
crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 
2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 
(três quintos), se reincidente. (Redação dada pela Lei nº 
11.464, de 2007) 
 
Antes da Lei 11464/07 Depois da Lei 11.464/07 
Regime integralmente fechado (proibida a 
progressão) 
Regime inicialmente fechado (permite a 
progressão – 2/5, se primário, ou 3/5, se 
reincidente). 
Cuidado: antes da lei 11464 o STF já tinha 
declarado o regime integralmente fechado 
inconstitucional. 
 
PERGUNTA-SE: A lei 11.464/07 retroage para alcançar os fatos pretéritos? 
 
Antes: O STF autorizou a progressão. 
Requisito temporal: 1/6 da pena. 
Depois: Manteve a possibilidade de 
progressão, porém com requisito temporal 
diferenciado, 2/5 quando o agente é primário 
 5 
 
ou 3/5 quando o agente é reincidente. 
Resposta: Com isso, podemos afirmar que a lei 11464 é irretroativa. 
Súmula vinculante nº 26 e a súmula 471 do 
STJ. As súmulas estão no mesmo sentido. 
Este requisito temporal deve ser respeitado 
tanto na progressão do fechado para o 
semiaberto, quanto do semiaberto para o 
aberto. 
 
 
§3º - Apelação 
 Réu preso – em regra, recorre preso – salvo se ausentes os fundamentos da preventiva. 
 
§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá 
fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. 
(Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) 
 
 Réu solto – em regra, recorre solto – salvo se presentes os fundamentos da preventiva. 
 
 
§4º - Prisão Temporária 
 
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 
21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, 
terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período 
em caso de extrema e comprovada necessidade. (Incluído pela 
Lei nº 11.464, de 2007) 
 
 Crimes do artigo 2º. Hediondos ou equiparados. 
Lei 7960/89 Lei 8.072/90 
Prisão temporária: 
Prazo: 5 dias, prorrogáveis por mais 5 dias 
 
Atenção! Somente os crimes enunciados no 
artigo 1º, III, 7960/89 admitiam esta espécie 
de prisão. 
Também permitiu prisão temporária 
Prazo: 30 dias, prorrogáveis por mais 30 
dias. 
 
Atenção: o prazo maior somente para os 
crimes hediondos ou equiparados. 
PERGUNTA-SE: Cabe prisão temporária nos crimes de estupro de vulnerável, falsificação 
de remédios, tortura e terrorismo (todos fora do artigo 1º, III, L. 7960/89)? De acordo com a 
maioria, o §4º do artigo 2º da lei 8.072/90 ampliou não apenas o prazo para 30 dias, mas 
também o rol dos delitos passíveis de prisão temporária. 
Ambas as leis são ordinárias. 
 
Artigo 3º da lei 8072 
 
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de 
segurança máxima, destinados ao cumprimento de penas 
impostas a condenados de alta periculosidade, cuja 
permanência em presídios estaduais ponha em risco a ordem 
ou incolumidade pública. 
 
PERGUNTA-SE: Condenado federal cumprindo pena em estabelecimento estadual, de 
quem é a competência para atuar na execução? Juiz Estadual – Súmula 192 do STJ. 
 
PERGUNTA-SE: Condenado estadual, nos termos do artigo 3º da lei 8072, cumprindo pena 
em estabelecimento federal, de quem é a competência? Juiz Federal. Mesmo espírito da 
súmula 192 do STJ. 
 
 6 
 
 
Artigo 5º - Livramento condicional 
Liberdade antecipada na execução penal. 
 
 Este dispositivo alterou o artigo 83 do código penal. 
 Requisito temporal: MAIS de 2/3 da pena (Se o apenado não for reincidente 
específico em crimes desta natureza). 
 
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de 
condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito 
de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado 
não for reincidente específico em crimes dessa natureza." 
 
 Temos três correntes que discutem o que quis dizer o legislador ao se referir “crimes 
dessa natureza”: 
 
1ª corrente: reincidente específico é aquele que, depois de condenado por crime hediondo 
ou equiparado, pratica o mesmo crime. 
Se o cara é condenado por estupro e depois pratica novo estupro, não terá direito a 
livramento condicional. 
Mas se foi condenado por estupro e depois pratica latrocínio, não será considerado 
reincidente específico. 
 
2ª corrente: reincidente específico é aquele que depois de condenado por crime hediondo, 
ou equiparado, pratica novo crime hediondo ou equiparado ofendendo o mesmo bem 
jurídico. 
Se o sujeito é condenado por estupro e depois pratica um latrocínio, não é reincidente 
específico. 
Mas se o sujeito é condenado por 158 §2º e depois pratica um latrocínio, então será 
reincidente específico. 
 
3ª corrente: reincidente específico é aquele que depois de condenado por crime hediondo 
ou equiparado, pratica novo crime hediondo ou equiparado. 
 213 – 213 
 157 §3º - 158 §2º em todas as hipóteses o agente é reincidente 
213 – 157 §3º específico 
 
É esta a corrente adotada pelo Brasil. 
 
Artigo 8º 
 
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no 
art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes 
hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins ou terrorismo. 
 
 
Art. 288 do CP - Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer 
crimes: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver 
a participação de criança ou adolescente.7 
 
“Art. 35. lei nº 11.343/06 - Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, 
reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta 
Lei: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e 
duzentos) dias-multa. 
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para 
prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.” 
 
ARTIGO 288 DO CP ARTIGO 8º DA LEI 8072/90 
 
Associarem-se 3 (três) ou 
mais pessoas, para o fim 
específico de cometer 
crimes: 
 
Pena - reclusão, de 1 (um) 
a 3 (três) anos. 
 
 
 
Associação para o fim de 
praticar crimes hediondos e 
equiparados: 
 
 
Pena – 3 a 6 anos. 
 
ATENÇÃO! 
- Associação criminosa com fim de tráfico de drogas configura o artigo 35 da Lei 11.343/06. 
- Não se aplica o artigo o artigo 288 (mesmo majorado); 
- Associação criminosa do artigo 288 do CP não é crime hediondo (ou equiparado): nem 
mesmo quando ele visa a prática de crimes hediondos ou equiparados. 
 
ART. 8º, parágrafo único: DELAÇÃO PREMIADA 
 
“Art. 8º, parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando 
ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois 
terços.” 
 
Artigo 9º 
 
Este artigo foi tacitamente revogado pela lei 12015/09 que aboliu o artigo 224 do CP. 
 
PERGUNTA-SE: Cabe SURSIS para crime hediondo ou equiparado? 
 
1ª corrente: os crimes hediondos e equiparados são incompatíveis, diante da sua gravidade, 
com o benefício de SURSIS. 
 
2ª corrente: não havendo vedação expressa, admite-se SURSIS para crime hediondo e 
equiparado, desde que observados os requisitos legais. Esta é a corrente que prevalece no 
Supremo. 
 
Atenção!!! A lei de drogas, expressamente, proíbe o benefício (artigo 44 da lei 11.343). o 
supremo questiona a constitucionalidade deste dispositivo. 
 
 
PERGUNTA-SE: É possível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva 
de direitos em se tratando de crime hediondo ou equiparado? 
 
1ª corrente: os crimes hediondos e equiparados são incompatíveis com o benefício. 
 
2ª corrente: na ausência de vedação expressa, admite-se. 
 8 
 
Atenção!!! Apesar de a lei de drogas vedar expressamente o benefício, o STF julgou a 
vedação inconstitucional. 
 
 
PERGUNTA-SE: É possível remição para crimes hediondos ou equiparados? 
Lembrando que a remição pode ser pelo trabalho ou pelo estudo. Resposta: Sim. Trata-se 
de um importante instrumento de ressocialização. 
 
 
Direito Penal de emergência Direito penal simbólico Direito penal promocional 
Limitando direitos e 
garantias penais, busca 
controlar a alta 
criminalidade. 
A criação da lei penal não 
afeta a realidade. 
O estado utiliza as leis 
penais para a consecução 
de suas finalidades políticas. 
Ex.: Lei 8072/90. Ex.: “Lei das palmadas”. Ex.: Direito penal na reforma 
agrária. 
 
 
O artigo 1º inciso I fala do homicídio: 
 
 
PERGUNTA-SE: O homicídio simples é hediondo? Em regra, não! Salvo quando praticado 
em atividade típica de grupo de extermínio. 
 
PERGUNTA-SE: Como se chama o homicídio simples considerado hediondo porque 
praticado em atividade típica de grupo de extermínio? Homicídio condicionado. 
 
PERGUNTA-SE: A circunstância “praticado em atividade típica de grupo de 
extermínio” deve ser apreciada pelos jurados? O jurado não se manifesta sobre esta 
circunstância. O fato de o homicídio ter sido praticado em atividade típica de grupo de 
extermínio não constitui elementar, majorante ou qualificadora do crime (podendo interferir 
na fixação da pena base). 
 
PERGUNTA-SE: É possível homicídio qualificado privilegiado? Em caso afirmativo, é 
crime hediondo? É possível homicídio qualificado privilegiado, desde que as qualificadoras 
sejam de natureza objetiva (relacionadas com o meio ou modo de execução). 
 
 A doutrina diverge se permanece ou não infração penal hedionda. 
 
1ª corrente: permanece crime hediondo, pois a lei 8072 considera crime qualificado sempre 
hediondo, não excepcionando quando também privilegiado. 
 
2ª corrente: numa analogia ao artigo 67 do CP, o privilégio, subjetivo, prepondera sobre a 
qualificadora, de natureza objetiva, excluindo o caráter hediondo do crime. 
 
Esta segunda corrente é a que prevalece. 
 
Artigo 1º inciso II (latrocínio) 
 
O artigo 157, §3º, in fine, do CP, diz “se da violência resulta morte”. Somente neste caso de 
pode falar em latrocínio, que é crime hediondo. 
 
PERGUNTA-SE: E se a morte, no roubo, resulta da grave ameaça? Não é latrocínio. Já 
que a morte deve resultar da violência, entendida como violência física, configurando o 
roubo em concurso com homicídio doloso ou culposo (a depender do caso concreto). 
 9 
 
PERGUNTA-SE: Quais os fatores que devem concorrer para caracterizar o crime de 
latrocínio? O primeiro fator é o TEMPO – a violência deve ser durante o assalto. O segundo 
é o fato NEXO – ou seja, violência em razão do assalto. 
 
PERGUNTA-SE: Qual o crime praticado pelo assaltante que mata o gerente do banco 
duas semanas após o assalto, evitando ser reconhecido? Neste caso, apesar de 
presente o fator nexo, está ausente o fator tempo. Logo, deverá responder por roubo em 
concurso com homicídio qualificado. Há conexão. Vai a júri. 
 
Cuidado!!! Não configura latrocínio assaltante que mata o comparsa para ficar com o 
proveito do crime. Neste caso temos roubo em concurso com homicídio qualificado. Vai a 
júri. 
 
 
Artigo 1º, inciso III – Extorsão qualificada pela morte 
 
PERGUNTA-SE: Extorsão qualificada pela morte prevista no artigo 158, §3º, é crime 
hediondo? 
 
Antes da lei 11923/09 Depois da lei 11923/09 
Tínhamos o 158, caput, trazendo a extorsão 
simples. 
Artigo 158 §1º extorsão majorada. 
158 §2º extorsão qualificada pela lesão 
grave ou morte. 
 
 
 
E se houvesse restrição da liberdade da 
vítima? Considerava-se na fixação da pena 
base. 
= 
 
= 
= 
 
Agora temos um §3º - extorsão qualificada 
pela restrição da liberdade. 
 
O que antes se considerava na pena base, 
agora qualifica o delito. 
 
 
 
Antes da lei 11.923/09 Depois da lei 11.923/09 
Somente havia uma espécie de extorsão 
qualificada pela morte - Artigo 158 §2º - 
havendo restrição da liberdade ou não 
havendo restrição da liberdade. 
Agora, com esta lei, temos duas espécies de 
extorsão qualificada pela morte. A do 158 
§2º do CP – não há restrição da liberdade 
(este é crime hediondo). E a do 158 §3º do 
CP no qual há previsão de restrição da 
liberdade (e este? Esta é a pergunta.) 
 
 
 1ª corrente: é a que prevalece de forma bastante tranquila. Adotando-se o sistema 
legal (critério enumerativo) o artigo 158, §3º, do CP, não referido no artigo 1º da lei 8.072/90, 
não pode ser considerado hediondo. 
 2ª corrente: a lei 11.923/09 não criou crime novo, mas apenas explicitou uma das 
suas múltiplas possibilidades de execução. Esta forma de praticar o crime já era considera 
crime hediondo. Logo, o 158, §3º, com resultado morte, permanece hediondo (interpretação 
extensiva). 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
Art. 1º, LC 64/90 - São inelegíveis: 
I - para qualquer cargo: 
e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferidapor órgão 
judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o 
cumprimento da pena, pelos crimes: (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 
2010) 
7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos; 
(Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) 
 
“Art. 9o-A da LEP: 
Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave contra 
pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 
1990, serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante 
extração de DNA – ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor. (Incluído pela 
Lei nº 12.654, de 2012) 
§ 1o A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, 
conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 
2012) 
§ 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz competente, no caso 
de inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético. 
(Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)” 
 
IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL GENÉTICO EM CASO DE CRIME HEDIONDO OU 
EQUIPARADO (art. 9º-A lei 7210/84) 
 
ATENÇÃO! O art. 9º-A LEP só abrange os crimes previstos no art. 1º Lei 8072/90 (não 
abrange os equiparados). 
 
MAS CUIDADO!!! Se equiparado praticado com violência de natureza grave contra a 
pessoa, é abrangido pela identificação do perfil genético. 
Ex.1: Identificação genética para tráfico de drogas – não cabe. 
Ex.2: Identificação genética para tortura – é cabível (apesar de não estar no art. 1º lei 
8072/90, é cometido com violência grave contra a pessoa). 
 
IMPORTANTE! A expressão “obrigatoriamente” do art. 9º-A, não significa que o preso está 
obrigado a fornecer material genético (ninguém é obrigado a produzir provas contra si 
mesmo), mas a autoridade pode valer-se de qualquer meio legítimo para colher o material, 
em especial aproveitando-se de matéria desprendida do corpo (caso Pedrinho – cigarro 
dispensado pela investigada). 
 
FINALIDADES DA IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL GENÉTICO 
1- Abastecer banco de dados da União 
2-Subsidiar futuras investigações. 
 
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